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informação Revista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social – Ano XXVIII Nº 125 – Julho-Agosto/2005 Entrevista com Sara Paín PÁGINA CENTRAL GRE-NAL INAUGURA PARQUE ESPORTIVO PÁGINA 4 OS PRIMEIROS IMPLANTES DE CÉLULAS-TRONCO CARDÍACAS PÁGINA 17 PÁGINAS 6 A 9 PÁGINAS 6 A 9 Parcerias e intercâmbios culturais, científicos e tecnológicos da Universidade com instituições internacionais proporcionam troca de experiências, integração de povos e auxiliam na formação de alunos e professores Parcerias e intercâmbios culturais, científicos e tecnológicos da Universidade com instituições internacionais proporcionam troca de experiências, integração de povos e auxiliam na formação de alunos e professores ABERTA PARA O MUNDO ABERTA PARA O MUNDO

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informaçãoRevista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social – Ano XXVIIINº 125 – Julho-Agosto/2005

Entrevistacom Sara PaínPÁGINA CENTRAL

GRE-NAL INAUGURA PARQUE ESPORTIVO PÁGINA 4OS PRIMEIROS IMPLANTES DE CÉLULAS-TRONCO CARDÍACAS PÁGINA 17

PÁGINAS 6 A 9PÁGINAS 6 A 9

Parcerias e intercâmbios culturais, científicos e tecnológicos da Universidadecom instituições internacionais proporcionam troca de experiências,integração de povos e auxiliam na formação de alunos e professores

Parcerias e intercâmbios culturais, científicos e tecnológicos da Universidadecom instituições internacionais proporcionam troca de experiências,integração de povos e auxiliam na formação de alunos e professores

ABERTA PARA O MUNDOABERTA PARA O MUNDO

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24ENTREVISTA

2 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005

NESTA EDIÇÃO

ReitorJoaquim ClotetVice-ReitorEvilázio Teixeira

Diretor-Editor daPUCRS InformaçãoCarlos Alberto Carvalho([email protected])

Editora ExecutivaMagda Achutti

([email protected])Repórteres

Ana Paula Acauan([email protected])

Bianca Garrido([email protected])

Carine Simas([email protected])Greice Beckenkamp

([email protected])Mariana Vicili

([email protected])

EstagiáriosCaroline Eidt

Marina TodeschiniMatheus BonezFotógrafosGilson Oliveira

([email protected])Marcos Colombo

([email protected])Arquivo Fotográfico

Cléo Belicio([email protected])

RevisãoJosé Renato

Schmaedecke([email protected])

CirculaçãoMirela Vieira

da Cunha Carvalho([email protected])

Relações PúblicasSandra Becker

([email protected])

DocumentaçãoLauro Dias

WebmasterRodrigo Ojeda

([email protected])Conselho Editorial

Ir. Elvo Clemente,Délcia Enricone e

Solange Medina KetzerImpressãoEpecê-Gráfica

Projeto Gráfico eEditoração Eletrônica

Pense Design([email protected])

PUCRS Informaçãoé editada pela Assessoriade Comunicação Social

da Pontifícia UniversidadeCatólica do Rio Grande do Sul

Avenida Ipiranga, 6681,Prédio 1, 5º andar,

CEP 90619-900Porto Alegre – RS

Fone: (51) 3320-3500,ramais 4446 e 4338Fax: (51) [email protected]

www.pucrs.br/pucinformacaoTiragem: 45 mil exemplares

A PUCRS é uma Instituiçãofiliada à ABRUC

13 Espaço do Leitor

10 Panorama – PUCRS mapeia turismo da Capital

11 Radar – Oficinas beneficiam professores da rede pública

12 Pesquisa – Traíra pode ser opção de renda

14 Pesquisa – Loló é parte da rotina do adolescente de rua

15 Saúde – Centro investiga memória e esquecimento

16 Saúde – Estudo revela solidão de crianças na frente da TV

17 Saúde – Pacientes cardíacos recebem células-tronco

18 Saúde – Hospital testa vacina contra o HPV

19 Novidades Acadêmicas – Sabadão da Economia integra professores e alunos

20 Tecnologia – Informática faz projeto para Agência Espacial Brasileira

21 Tecnologia – Inventos auxiliam na Terra e no espaço

22 Ambiente – Descoberta nova espécie de serpente

23 Ciência – Tecnopuc ajuda a reduzir importação de remédios

26 Universidade Aberta – Curso de Informática a preços acessíveis

27 Gente – Bolsas de pós incentivam a qualificação

28 Alunos da PUCRS

32 Lançamentos da Edipucrs

33 Mercado de Trabalho – Produção Audiovisual, Cinema e VídeoO fascínio do cinema atrai os jovens

34 Ação Comunitária – Alunos da Psicopedagogia vivenciam a profissão

35 Bastidores – Centro de Produção Multimídia: preparado para o futuro

36 Pelo Rio Grande – Especialização pioneira em arroz irrigado

38 Cultura – Crianças filosofam ao descobrir o mundo

39 Cultura – Centro de Memória Literária adquire coleção de Scliar

40 Sinopse

44 Perfil – Délcia Enricone e o prazer de educar

46 Social – Uma semana que faz a diferença

47 Opinião – Novas tecnologias energizam a educaçãoClemente Juliatto, reitor da PUC-PR

6 CAPA

“Sem ignorância nãohaveria progresso” –SARA PAÍN, doutora emFilosofia e Psicologia daEducação e ex-assessorada Unesco em problemas dainteligência e aprendizagem

4 PELO CAMPUSParque Esportivo PUCRS é entregue à comunidade

45EU ESTUDEINA PUCRSOdontologia levou

Adylson Mottapara a política

Foto: Divulgação

A Universidade emsintonia com o mundo

A Universidade emsintonia com o mundo

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005 3

ESPAÇO DO LEITOR PELO CAMPUS

Site mostrarotas de acesso

à PUCRS

Pelo site www.pucrs.br/localiza, a PUCRS disponibili-

za as rotas dos principais pontosde acesso à Universidade, emPorto Alegre. Apresenta caminhosdetalhados partindo da ponte doGuaíba, Rodoviária, Aeroporto,Shoppings Praia de Belas e Igua-temi, Zona Sul/Teresópolis e doscampi Zona Norte (Av. Baltazarde Oliveira Garcia) e Viamão.

A metodologia utilizada contacom imagens orbitais de alta emédia resolução georeferencia-das a um sistema de coordena-das conhecidas, associadas arotas obtidas pelo Sistema dePosicionamento Global (GPS). Asrotas foram capturadas em tem-po real nos diferentes percursosdefinidos. A sobreposição das in-formações foi apoiada por técni-cas de geoprocessamento atra-vés de Sistemas de InformaçõesGeográficas (SIG).

A ferramenta, inédita noPaís, foi criada pela Gerência deWeb, Laboratório de Tratamentode Imagens e Geoprocessamentoda Faculdade de Filosofia e Ciên-cias Humanas e Divisão deObras da Instituição. Usando osrecursos do shockwave (queamplia as capacidades multimí-dia do navegador), as rotas fo-ram animadas e receberam refe-rências das ruas e avenidas queas compunham. Também estádisponível em inglês e espanhole foi projetada de forma que sejapossível integrá-la a qualquersite de evento a ser realizado naUniversidade.

Parabéns pela nova diagra-mação e apresentação daPUCRS Informação. Como ba-charel em Jornalismo formadopela Famecos na década de 60,fico orgulhoso em ter pertenci-do a esta Instituição. Continu-em editando a revista e outrosórgãos de divulgação, pois as-sim estaremos acompanhandoo desenvolvimento da PUCRS etudo aquilo que ela faz pelos jo-vens gaúchos. Um abraço atoda a equipe.

Francisco Aito VitorinoPorto Alegre/RS

Sou produtora do Globo Re-pórter, da TV Globo, e encontreia PUCRS Informação na inter-net. Como podemos fazer parareceber sugestões de pauta oua revista por e-mail todos osmeses? Somos vários produto-res aqui no Rio de Janeiro e es-tamos sempre em busca de no-vos assuntos. Se possível, gos-taríamos de receber a revistaimpressa.

Francesca TerranovaRio de Janeiro/RJ

Sou antigo admirador daPUCRS Informação. A qualida-de de suas reportagens temcontribuído muito para que eufique ‘mais sabido’. Nesta últi-ma edição tive a grata surpresade receber a revista impressaem papel couchê. Parabéns pelaqualidade. A leitura tornou-seainda mais agradável com onovo papel.

Leonardo Rodrigues MartinsPorto Alegre/RS

Com orgulho, defino-mecomo mais um filho da PUCRS,formado na turma de 1975 deRelações Públicas. Agora, o or-gulho é maior ainda: recebo,sistematicamente, as ediçõesda PUCRS Informação, uma re-vista viva, atuante, bem edito-rada e repleta de informaçõesde interesse acadêmico e cul-

tural. Na atual condição de re-presentante oficial dos interes-ses turísticos de Santa Catari-na no RS, quero colocar-me àdisposição deste importante ór-gão de comunicação para qual-quer assunto que possa ser deinteresse da Universidade. Maisuma vez parabenizo e envio for-te abraço.

José Carlos Mello D'AvilaPorto Alegre/RS

Li a última edição daPUCRS Informação e tive umasurpresa e uma confirmação: aqualidade do papel e dos tex-tos (respectivamente).

Hector Guevara WerlangPorto Alegre/RS

Gostaria de saber se a re-vista está disponível somenteno site, ou existe a possibilida-de de recebê-la em casa. Asmatérias são muito interessan-tes. Adorei!

Renata Ramos RibeiroPorto Alegre/RS

Represento, na América La-tina, a WAN – Associação Mun-dial de Jornais. Posso passar areceber a revista PUCRS Infor-mação?

Madruga DuartePorto Alegre/RS

Sou jornalista do Departa-mento de Comunicação e Mar-keting do CREA-RS e gostariade receber a revista, seria pos-sível?

Ulisses NenêPorto Alegre/RS

Hola, soy de El Salvador,Centroamérica, y me gusta leersus artículos. ¿Podrian enviar-me por correo electrónico losotros artículos o la revista toda?Gracias por su atención.

Christy NajarroEl Salvador

Moro fora do Rio Grande doSul, mas pretendo fazer o mes-trado em História, na área deArqueologia, na PUCRS. Comofaço para assinar ou receber arevista PUCRS Informação?

Jean Fontes de AlencarAracaju/Sergipe

Existe um grande interessepor parte do Diretório Centraldos Estudantes da Universida-de Estadual de Maringá em me-lhorar o acervo de nossa biblio-teca. Gostaríamos que nos fos-se enviada esta respeitável pu-blicação para que venha enri-quecer e agregar conhecimentoaos nossos acadêmicos.

Weslen Vieira da SilvaMaringá/PR

N.R.: O conteúdo da re-vista PUCRS Informação estádisponível no site www.pucrs.br/revista, na íntegra, e emformato PDF. A agenda sema-nal de eventos da Universi-dade e outras notícias tambémpodem ser acessadas nos en-dereços www.pucrs.br/bole-tim e www.pucrs.br/imprensa.

ESCREVA PARAA REDAÇÃO:Av. Ipiranga, 6681

Prédio 1 – 5º andarCEP 90619-900

Porto Alegre – RSE-mail: [email protected]

Fone: (51) 3320-3500,ramais 4446 e 4338Fax: (51) 3320-3603

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PELO CAMPUS

4 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005

Por Ana Paula Acauan

APUCRS inaugurou em junho o ParqueEsportivo, um centro completo volta-

do à formação dos alunos, realizaçãode competições nacionais e internacionais eprática esportiva das comunidades acadêmicae externa. Além das aulas, as atividades de-senvolvidas no moderno complexo contam coma participação dos estudantes, especialmentede Educação Física e Ciências do Desporto e Fi-sioterapia. No programa de inauguração doParque, por exemplo, na competição TroféuPUCRS de Atletismo, estiveram envolvidos cer-ca de 50 alunos que fizeram o curso de Arbi-tragem de Atletismo, oferecido gratuitamentepela Confederação Brasileira de Atletismo.

A diretora da Faculdade de Educação Físi-ca e Ciências do Desporto (Fefid), Sônia Go-mes, lembra que o curso propicia a realizaçãode atividades práticas com a comunidade e oParque Esportivo deve ser aproveitado ao má-ximo. Segundo a professora, as equipes da

Colorados e gremisAlunos, professores, fun-

cionários, colorados egremistas em geral fizeramuma festa na inauguração doEstádio Universitário. O Inter-nacional venceu por 1 X 0, masos torcedores do Grêmio saí-ram do jogo protestando contraum gol anulado. Integrantes dediferentes setores da Universi-dade confraternizaram. Muitoslevaram as famílias para co-nhecer o complexo da PUCRS.

O Gre-Nal foi transmitido ao vivo pelaUNITV – canal universitário de Porto Alegre.Alunos de Jornalismo da Faculdade de Co-municação Social tiveram a oportunidadede realizar as reportagens no evento espor-tivo. Antes de começar o jogo, os represen-tantes dos dois times e o árbitro LeonardoGaciba, da Federação Gaúcha de Futebol eintegrante dos quadros da Fifa, receberamplacas de agradecimento da PUCRS.

Para completar o programa de inaugu-ração, na mesma semana foi disputado o

PUCRS formadas por alunos serão mantidas.“Mesmo sem profissionalização, exige-se altorendimento”, destaca. Mais adiante, a idéia éque empresas concedam bolsas para os joga-dores. Mas apenas para os que apresentarembom desempenho acadêmico.

Um dos diferenciais do Parque Esportivoé a construção do Estádio Universitário e dapista de atletismo sobrepostos ao estaciona-mento, aproveitando o espaço. O campo defutebol, que estreou com o Gre-Nal de Junio-res, tem dimensões oficiais e utiliza a mesmagrama do Maracanã e da Baixada (estádio doAtlético Paranaense), com grande resistênciae capacidade de recuperação. O solo de 40centímetros é feito em camadas de diversostipos de areia, terra e matéria orgânica, parachegar ao nível de compactação e velocidadede drenagem. A terra utilizada, cujas carac-terísticas foram creditadas em testes de la-boratório, veio de Viamão.

A irrigação é feita por aspersores automá-ticos (peças que borrifam água) embutidos no

Arquibancadas do estádio lotaram na noite do Gre-Nal

Vitória do

gramado comandado por timers e controlado-res de umidade. Três reservatórios com 90 milmetros cúbicos possibilitam o recolhimento daágua de drenagem e sua reutilização. A águapara irrigação das áreas de grama e jardim doParque Esportivo vem de poço artesiano.

Cento e vinte refletores com lâmpadas de2 mil watts de potência, afixados em seis pos-

PARQUE ESPORTIVO PUCRSPARQUE ESPORTIVO PUCRSé entregue à comunidade

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005 5

lizado nas últimas cinco Olimpíadas. São oitoraias de 1,22 metro de largura. As aferiçõesde níveis são feitas a cada metro com equi-pamento de topografia de alta precisão. Alémdas provas de pista (diversas modalidadesde corrida incluindo a de 3 mil metros combarreiras e fosso), no projeto estão definidasáreas para eventos dentro das especifica-ções internacionais, incluindo salto em altu-ra, salto com vara, salto em distância esalto triplo, lançamento de dardo, lançamen-to de disco e martelo e arremesso de peso.Alguns espaços são duplos, pois, conformeas condições de sol e vento, pode mudar aopção da pista.

O Parque Esportivo PUCRS tem também 9mil m² de quadras esportivas com medidasoficiais para disputa de competições comcampo de grama artificial e área de 6,5 milmetros quadrados, duas quadras de tênis(piso de saibro), dois paredões de treinamen-to para tênis (piso de saibro), duas quadrasde paddle, uma parede para prática derappel, uma quadra de futebol e vôlei de areiacom previsão de montagem de arquibanca-das, uma quadra coberta de bocha e doisespaços para espirobol.

Há ainda uma pista de caminhada e ci-clismo, com mil metros de comprimento, eespaços de lazer e contemplação, distribuí-dos em áreas verdes, ao longo de 4 mil me-tros de caminhos para pedestres, com gramae árvores, um lago artificial e quatro quios-ques cobertos com churrasqueira. A Fefid faráum programa para quem quiser caminhar napista, com orientação dos alunos.

O Parque Esportivo foi projetado pela San-tini e Rocha Arquitetos e a obra teve a parti-cipação de aproximadamente 50 engenheirose arquitetos. Houve também o trabalho deagrônomos, que cuidaram do campo. No fu-turo, também está prevista junto ao complexoa construção de uma arena com capacidadepara 5 mil pessoas. Será um espaço multiusopara realização de shows e formaturas.

Mais suporte

AFaculdade de Educação Física eCiências do Desporto (Fefid) conta

com o apoio da Pró-Reitoria de Extensãopara garantir mais suporte às equipesesportivas da PUCRS. São procuradasparcerias com empresas e está em for-mação um grupo multidisciplinar de as-sistência à saúde dos jogadores. Por en-quanto todos atuam voluntariamente.Acompanham as equipes as professorasRaquel Dias (curso de Nutrição), KarenViegas (Enfermagem) e Adriana Pacheco(Fisioterapia) e 12 estudantes de Enfer-magem e Fisioterapia. Trabalham duran-te as competições, enfocando os primei-ros socorros. A proposta é que tambématuem na prevenção e reabilitação dosatletas. Alunos da Fefid realizam moni-toria nas disciplinas e dão assistênciaaos professores que treinam as equipes.

O Hospital São Lucas colabora, re-presentado pelo médico Luís Felipe Me-nezes Martins, que também atua comcrianças e adolescentes do Internacio-nal e é um dos convocados pela Confe-deração Brasileira de Futebol para asSeleções Brasileiras de base. Começouo trabalho avaliando as equipes de fut-sal e de basquetebol masculino vitorio-sas no 26º Jogos Universitários Gaúchosque representaram a PUCRS nos JogosUniversitários Brasileiros. A Faculdadede Medicina participará por intermédiode seus alunos, sob orientação de Mar-tins e um professor.

“Os bons resultados já aparecemnas competições, mas o mais importan-te é o processo que estamos construin-do”, destaca o coordenador do Departa-mento de Estudos do Movimento Huma-no da Fefid e técnico da equipe de futsalmasculino, professor Rogério Voser.Lembra que as equipes propiciam inte-gração das Faculdades – os alunos sãode vários cursos –, a possibilidade derealização de pesquisas e a atuação dosestudantes na área de sua formação.

stas festejam juntos

Inter com gol de Taianan

Troféu PUCRS de Atletismo. Participaramcerca de 150 esportistas das categoriasmirim, infantil, juvenil, adulto, master eportadores de deficiência em provas diver-sas como revezamento 8X50 metros, saltocom vara, lançamento de dardo, 100 me-tros rasos, arremesso de peso, 800 metros,1.500 metros e revezamento acadêmico. Acompetição foi promovida pela Faculdadede Educação Física e Ciências do Desportoe Federação de Atletismo do Estado do RioGrande do Sul.

tes metálicos, cada um com 25 metros de al-tura, possibilitam uma iluminação intensa aoestádio. Sob as arquibancadas há vestiários,sanitários, salas de aula, bar, uma filial daPrefeitura Universitária e uma pista de aqueci-mento indoor com seis raias de 60 metros.

Adquirida de uma empresa italiana, apista de atletismo é do mesmo material uti-

Pista de atletismo: oito raias

O complexoem números

Pista de atletismo e campo de fute-bol: 17,3 mil m²Estacionamento coberto: 720 vagasPúblico: arquibancada para 2,1 milespectadoresGrama natural: 11,2 mil m²

Futsal coleciona vitórias

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CAPA

A Universidade em siPor Mariana Vicili

Desde o início de suas atividades, aPUCRS faz questão de estabelecer re-lações com outros povos, por meio de

parcerias com instituições internacionais, inter-câmbios de alunos e professores e até mesmotrazendo um pouco dessas nações para dentroda Universidade.

Os pioneiros nesse tipo de vínculo foramestudantes e docentes que fizeram cursos emuniversidades estrangeiras de países como osEUA, Argentina, França e Itália. Aos poucos, asparcerias foram se multiplicando. As mais anti-gas são com o Japão, por meio do Japan Interna-tional Cooperation Agency, da Fundação Japão eda Universidade de Sophia, e com a Alemanha,em especial a Universidade de Tübingen. Hoje,além desses países, a PUCRS mantém relaçõescom diversas universidades da América do Nor-te e do Sul, Ásia, África e Europa.

O setor responsável por articular os conta-tos é a Assessoria para Assuntos Internacio-nais e Interinstitucionais (AAII). Entre as ativi-

mercado para o Eli Lilly, enquanto os do CCIM desen-volveram a campanha. A participação é voluntária.

Segundo a coordenadora operacional do projetona PUCRS, professora Ana Steffen, é muito impor-tante para os estudantes a vivência com integrantesde outras culturas, compreender melhor a teoria pormeio da prática e perceber como adaptá-la quandonecessário. “Os alunos acabam sendo muito maiscooperativos com o projeto, principalmente por do-minarem as duas línguas”, conta.

A parceria entre as instituições iniciou em 1998,por meio do relacionamento acadêmico entre pro-

Dentre os projetos feitosem parceria com uni-

versidades estrangeirasestá o realizado pela Faculda-de de Comunicação Social e oCollege of Communication, In-formation and Media (CCIM), daBall State University.

Desde 2002, são feitascampanhas conjuntas anuaisde Relações Públicas para orga-nizações que operam no Brasil enos EUA, como Cruz Vermelha,Companheiros das Américas eEli Lilly – Laboratório Farma-cêutico. Participam alunos de graduaçãodos cursos de Relações Públicas, Jornalismoe Publicidade e Propaganda da PUCRS, eestudantes de pós-graduação em RelaçõesPúblicas da Ball State.

Uma vez por semana, durante um se-mestre, os acadêmicos trocam idéias e dis-cutem os projetos por meio de videoconfe-rências. Geralmente os brasileiros desenvol-vem as campanhas para os clientes norte-americanos, e vice-versa. No ano passadoos alunos da Famecos fizeram pesquisas de

PROJETOS CONJUNTOS

Parceria com a Ball State começou em 2002

Cultural Social Hour: momento de confraternização

fessores. Desde então, a iniciati-va permite que as universidadestrabalhem juntas em projetos va-riados.

Campus nos EUA

Foto: Divulgação

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ntonia com o mundo

T odos os anos, dezenas de alunosestrangeiros procuram a PUCRSpara estudar e fazer estágios. Entre

os acadêmicos japoneses que chegaramem 2005 está Misuzu Kaho, 20 anos, doDepartamento Luso-Brasileiro da Univer-sidade de Sophia, instituição que, desdeo ano em que Misuzu nasceu, envia es-tudantes para a Universidade.

O interesse da jovem japonesa peloBrasil começou cedoquando viveu, dostrês aos seis anos,em São Paulo. Antesde mudar-se paraPorto Alegre, estudoua Língua Portuguesano Japão durante doisanos. No período deum ano, Misuzu con-tinuará aprendendo oidioma, terá aulas sobre história do Brasile do Rio Grande do Sul, bem como de cul-tura brasileira. Aos poucos, a estudante seadapta à nova realidade. “O mais difíciltem sido me acostumar com a comida, queé muito diferente, mas com a língua nãoestou tendo problemas”, admite.

A paixão pelo Brasil também trouxepara a PUCRS o estudante de RelaçõesInternacionais Alexander Stanchfield, 20

anos, da Universidade do Novo México (EUA).Em 2001 passeou por São Paulo, Salvador efoi para a Amazônia. Neste ano resolveu vol-tar para estudar a Língua Portuguesa e co-nhecer um pouco mais da cultura. O Brasiltambém está nos planos futuros: um dos seussonhos é ser embaixador dos EUA aqui ou tra-balhar na embaixada brasileira em seu país.

Para integrar os estudantes estrangeiros, aAAII promove todos os meses o Cultural Social

Hour, um momento de confra-ternização, descontração e detroca de informações. Na oca-sião, são feitos jogos sobre co-nhecimentos gerais, históricos,geográficos e lingüísticos, coma colaboração da professora deportuguês para estrangeiros,Valéria Raymundo. Lanches econversas sobre os costumesdos países de cada um também

fazem parte. Além disso, os grupos que che-gam são acolhidos sempre com uma recepçãoespecial organizada pela Assessoria.

Para o segundo semestre está prevista achegada de alunos que farão estágios em al-gumas faculdades e dois grandes grupos quecursarão algumas disciplinas na Faculdade deComunicação Social. Serão 18 alunos da Uni-versidade de Multimeios, da China, e 15 daIsrael Valley College, de Israel.

Equipe da Assessoria para Assuntos Internacionais

PRESENÇA ESTRANGEIRA

O norte-americano Alexander

Recepção a alunos estrangeiros

Misuzu veio do Japão

dades que desenvolve estão orientar alunos, professorese pesquisadores sobre oportunidades de intercâmbio ede trabalho no exterior, auxiliar na elaboração de acordosbilaterais e projetos conjuntos com instituições estran-geiras e nacionais, ajudar estrangeiros participantes deintercâmbios na Universidade e auxiliar no encaminha-mento de projetos a órgãos de apoio à pesquisa para aobtenção de recursos financeiros.

Hospedar um aluno estrangeiroem casa pode ser uma boa oportuni-dade de vivenciar uma cultura dife-rente, aprender ou aprimorar outra lín-gua. A Assessoria para Assuntos In-ternacionais e Interinstitucionais re-cebe cadastros de famílias interes-sadas em participar. Será indicado umaluno que queira conviver com os há-bitos e costumes brasileiros, levandoem conta o perfil da família. A hos-pedagem é voluntária ou pode ser co-brado um valor para contribuir comas despesas da casa.

Uma das estudantes beneficiadasé a japonesa Keiko Kikushi, que des-

Cadastre-se como Host Familyde março mora na casa da família daquímica do Instituto Médico Legal Ma-ria Luiza Diogo da Silva, formada naPUCRS. Com o filho mais velho viven-do em Londres, Maria Luiza resolveuhospedar uma aluna estrangeira emcasa. “No início foi um pouco difícil,principalmente pela língua, já que nãofalamos japonês e ela não sabia mui-to bem o português. Mas aos poucosestamos nos conhecendo, sabendomais da cultura deles, e ela sente-seà vontade, cozinha e até traz amigos.Acredito que essa troca de experiên-cias é uma das maiores vantagens”,conta.

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8 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005

CAPA

Estudantes de graduação e pós-gradua-ção da PUCRS também têm a possibili-dade de passar um período no exterior,

fazendo algumas disciplinas referentes ao seucurso ou aprendendo outra língua.

A coordenadora da AAII, professora SilvanaSilveira, acredita que esses intercâmbios con-tribuem para a internacionalização da Universi-dade, permitindo que os alunos passem porexperiências diferentes fora de casa, enrique-cendo os conhecimentos em sua área de estu-do. “Pretendemos aumentar a quantidade deintercâmbios de alunos da graduação. Os depós-graduação normalmente têm apoio de bol-sas e estão mais habituados. A PUCRS temuma nova proposta, de incentivar a mobilidadeacadêmica e o empreendedorismo. Nessas ex-periências no exterior os estudantes encontramsituações, pessoas e culturas diferentes e aca-bam ampliando sua visão de mundo”, observa.

Em algumas universidades há a possibili-dade de reaproveitar as disciplinas estudadasna volta ao Brasil, contanto que tenham con-teúdo semelhante ao da PUCRS.

Alunos de graduação também podem con-seguir bolsas para estudar no exterior. É o caso

de quatro acadêmicos da Faculdade de Enge-nharia, Ana Patrucco, Caroline Carvalho, Viní-cius Bidinoto e Alice Rubattino. Desde o iníciodo ano estão na École Nationale d’Ingenieursde Saint-Etienne, na França, com o auxílio doPrograma Franco-Brasileiro Capes/Brafitec, re-cebendo 600 euros mensais.

O curso, segundo eles, está exigindo maisdo que imaginavam, mas a recepção positiva eo carinho dos franceses têm sido uma agradá-vel surpresa.

Caroline afirma que aos poucos está seadaptando à língua, aos costumes e que a ex-periência é indescritível. “Tenho certeza de queserá um ano inesque-cível, vou levar issocomigo para o resto davida. Já andei até deesqui!”, conta.

Vinícius observouque na França o ensinoé mais voltado para olado teórico do queprático. Também sesurpreendeu com a or-ganização dos está-gios, três obrigatórios, realizados separada-mente da universidade. “No início foi um poucodifícil, mas agora estou tranqüilo. É bom verque no Brasil temos muitas coisas boas queantes não percebíamos”.

Alice conta que está tendo a possibilidadede aprofundar o estudo na área das técnicas deEngenharia Civil, conhecer novas tecnologias euma cultura diferente. “A adaptação está sendogradativa, mas me sinto bastante entrosada.Aprecio as pessoas, os costumes e o local. Acarga horária das disciplinas é bem diferente.Na PUCRS, os horários mudam a cada semes-tre, aqui se alternam semanalmente”, conta.

A Universidade de Tübingen, na Alemanha,

oferece bolsas para alunos da PUCRS de cur-sos como Biociências, Letras, Direito, Histó-ria, Administração de Empresas e Engenha-ria. A estudante de Direito Beatriz Horbach,22 anos, teve a oportunidade de estudar lá,de outubro de 2003 a agosto de 2004. Fezaulas de alemão e algumas disciplinas doseu curso, que pôde reaproveitar na volta. Nacidade, viveu num alojamento para estudan-tes e conheceu pessoas de outras partes domundo. Dentre as curiosidades, lembra queos estudantes alemães, em geral, são maisvelhos e os professores um pouco mais dis-tantes. “O sistema de aula deles também édiferente. No final da aula, por exemplo, osestudantes batem com os punhos cerradosnas mesas, como forma de aplauso ao pro-fessor. Se quiserem que a aula termine maiscedo, começam a bater nas mesas antes daaula acabar”, lembra rindo.

Outro aluno do Direito, Pedro Adamy, de23 anos, passou pela mesma experiência, eretornou em fevereiro deste ano. Descenden-te de alemães, embarcou conhecendo umpouco da língua. Tentou buscar uma bolsasozinho, mas encontrou dificuldades e entãocontou com a ajuda da PUCRS. “A experiênciafoi muito válida, principalmente porque a in-fluência do Direito alemão é grande aqui noBrasil. Pessoalmente também foi bom sair decasa, conhecer outra cultura. Todo mundo

deveria ir ”, sugerePedro, que pretendefazer uma pós-gra-duação no exterior.

Entre as oportu-nidades de bolsapara alunos da gra-duação também estáa de um convênio fir-mado entre a Facul-dade de Arquiteturae Urbanismo, o Cen-

tro Federal de Educação Tecnológica do Para-ná e as universidades norte-americanas deBall State e do Texas. O convênio prevê a re-alização de intercâmbios, financiados pelaCapes e pelo Fund of Improvement of Postse-condary Education (Fipse), com duração deseis meses a um ano. O objetivo é o desen-volvimento de estudos sobre sustentabilidadena área de arquitetura, urbanismo e paisa-gismo, com reaproveitamento de créditos.

Dois alunos da Ball State University jáestão na PUCRS: Joshua Noel Smith e Tho-mas Lawrence Fettig Jr. Estudantes da Uni-versidade que irão para os EUA estão emprocesso de seleção.

Beatriz ficou umano na Universidadede Tübingen

Dos EUA: Joshua (esq.) e Thomas

Alunos de Engenharia na França

Alunosda PUCRSno exterior

Alunosda PUCRSno exterior

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Foto: Arquivo Pessoal

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005 9

De malas prontas

Os universitários Marcos Graeff (esq.),do curso de Filosofia, e Carlos ViniciusCanova, de Física Médica, embarcam embreve para a Universidade de Tübingen(Alemanha), cheios de expectativas, de-pois de ganharem bolsas de estudo.

Marcos acredita que para o seu cursoa aprendizagem do alemão é muito im-portante, tendo em vista que os princi-pais filósofos abordados são daquelepaís. “Depois de muita ajuda e informa-ções do pessoal da AAII, resolvi me ins-crever na seleção para a bolsa. Os mesesde espera foram de muita torcida, mas fi-nalmente deu certo e valeu a espera. Fi-quei sabendo diretamente do diretor daFaculdade de Filosofia e Ciências Huma-nas, professor Draiton de Souza, que eufui o primeiro aluno da Filosofia a ganharesta bolsa, o que me deixa muito honra-do”, revela o aluno, que afirma ter comocompromisso social utilizar o que apren-der para tentar ajudar no desenvolvimen-to socioeconômico e cultural do Brasil.

Carlos Vinicius sempre teve o sonhode fazer um curso no exterior. Em 2004,começou a estudar alemão e buscou in-formações junto à AAII sobre oportunida-des internacionais. Optou por tentar abolsa da Universidade de Tübingen econseguiu. “Pretendo aprofundar meusconhecimentos na língua e cultura, con-tinuar meus estudos de Física e reapro-veitar algumas disciplinas quando vol-tar. Também quero manter contato compesquisadores que trabalham na áreaque pretendo seguir, neurociência, pre-parando assim o terreno para uma pós-graduação”, planeja.

Ambos os estudantes iniciarão asaulas em outubro e receberão uma bolsade 500 euros mensais. Carlos permane-cerá na Alemanha até julho de 2006 eMarcos até fevereiro do mesmo ano.

Épossível encontrar um pouco de outrasculturas na PUCRS. Como exemplo, oInstituto de Cultura Japonesa e o Institu-

to de Cultura Hispânica, vinculados atualmenteà Pró-Reitoria de Extensão (Proex).

O curso de língua japonesa existe desde1961 na Universidade. Aos poucos, com o au-mento do interesse da população pela culturaoriental, criou-se um centro de cultura, quemais tarde transformou-se em instituto. Sãooferecidos à comunidade cursos variados,como Ikebana (arranjos florais), Origami (do-bradura em papel), culinária japonesa, Mangáe Cultura Japonesa (histórias em quadrinhos),Bonsai (árvore miniatura), Shiatsu (massagemoriental terapêutica), Kendo, Karate e Shorinjikempo (artes marciais).

Sandra Maciel, Áurea Cemim e Marne Du-linski são massoterapeutas e estudaram jun-tos. Para aprimorar seus conhecimentos, pro-curaram o curso de Shiatsu do Instituto de Cul-tura Japonesa. “Este método, mais eficaz ecompleto, tem toda uma filosofia. Nós acaba-mos mudando também”, conta Sandra.

De acordo com o professor, o japonês Yasu-fumi Suzuki, a técnica teve de ser adaptada noBrasil. “No Japão, temos o costume de fazer oShiatsu em casa, como prevenção contra váriosmales. No Brasil, as pessoas trabalham com is-so, e quem procura o profissional geralmente estácom algum problema físico. Tentamos mudarum pouco a consciência do brasileiro para quese preocupe com a prevenção”, observa Suzuki.

O Instituto de Cultura Hispânica (ICH) cha-mava-se, inicialmente, Instituto de Cultura His-pânica do Rio Grande do Sul. Foi fundado em1956 e funcionava no Consulado da Espanha.Em 1960, passou para a PUCRS. Recentementefoi agregado à Pró-Reitoria de Extensão.

O ICH oferece os cursos regular, avançadoe de conversação em Língua Espanhola, cursode Preparação para o Exame de Proficiência emEspanhol (para seleção do mestrado e doutora-do) e de Dança Flamenca. O Instituto tambémrealiza o Exame de Proficiên-cia em Língua Espanholapara bolsas de estudo no ex-terior, aceito pelo CNPq.

Está em fase de estudosa criação dos institutos decultura chinesa e hebraica.

Em se tratando de culturaestrangeira, não poderia fal-tar um detalhe muito impor-tante: a culinária. A PUCRS,por meio da Pró-Reitoria de

Extensão e do curso deNutrição, também ofere-ce cursos de gastrono-mia internacional, comoculinária francesa, es-panhola, árabe, grega,italiana e provençal. Aprofessora Inês Jac-ques, coordenadora doscursos de gastronomia,destaca que, além daparte prática, ministra-da por um cheff, os alu-nos também aprendemsobre os benefícios dosalimentos e têm uma introdução à história dospratos e da cultura onde se originaram. Umarefeição mais do que completa.

Além do japonês, a comunidade em geraltambém pode fazer outros cursos de línguasna PUCRS, como Português para Estrangeirose Conversação em Francês. À comunidade aca-dêmica, e em especial aos alunos, são ofere-cidos cursos na Faculdade de Letras, aprovei-tando os créditos como disciplinas eletivas,em Francês, Inglês e Alemão, entre outros.

Está em fase de planejamento um centroque se chamará PUCRS Línguas, ligado à Fa-culdade de Letras e à Proex. Os primeiros cur-sos previstos são os de inglês e espanhol, as-

sim como os de LínguaEstrangeira para a Tercei-ra Idade, Língua Estran-geira Instrumental paraLeitura, Língua Estrangei-ra In-Company (voltadopara empresas) e o jáexistente curso de Portu-guês para estrangeiros.Futuramente pretende-seoferecer uma variedademaior de línguas.

Um pouco do mundo no Campus

ENTRE EM CONTATO COM A AAIICampus Central, prédio 1, sala 205(51) 3320-3660 – [email protected]/adm/aaii

CONTATOSInstituto de Cultura JaponesaCampus Central, prédio 8, sala 501(51) 3320-3583Instituto de Cultura HispânicaCampus Central, prédio 40, sala 608(51) 3320-3559Pró-Reitoria de ExtensãoCampus Central, prédio 40, sala 201(51) 3320-3680

Aula de Shiatsu: técnica japonesa

Dança flamenca

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PANORAMA

10 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005

ESCRITÓRIO INCENTIVA REGISTRO DE INVENTOS

Orecém-criado Escritório de Transfe-rência de Tecnologia (ETT), da Pró-

Reitoria de Pesquisa e Pós-Gradua-ção (PRPPG), pretende incentivar o licencia-mento de tecnologias desenvolvidas por pes-quisadores da PUCRS e verificar as empresasque podem colocar em prática as invenções.Para identificar as possibilidades de gerarpatentes, o setor participa da execução domapeamento da pesquisa desenvolvida naPUCRS, coordenado pela PRPPG. O trabalho,que envolve uma comissão representativa dediversas áreas, tem verba do CNPq e deveráser concluído em agosto. “Como se trata dauniversidade privada com maior volume depesquisa do País, há potenciais ainda inex-plorados na PUCRS”, opina a coordenadorado ETT, Elizabeth Ritter.

A PUCRS tem 12 patentes depositadas euma licenciada de diagnóstico para detecçãode anticorpos contra a proteína HSP70, utili-zado em testes de surdez de origem neuros-sensorial. Elizabeth destaca que o maior pro-blema enfrentado pelas universidades se re-fere à comercialização. Em geral as empresasimportam as tecnologias. Outro desafio é tra-tar de transferência de tecnologia numa insti-tuição de ensino. “É preciso criar um climafavorável, pois os negócios parecem estra-nhos ao ambiente acadêmico.”

No encaminhamento de registro de pro-priedade intelectual, houve algumas mudan-ças. Agora há formulários de Declaração deInvenção ou de Registro de Software, em queé informada a existência de um resultado depesquisa potencialmente protegível. Isso ser-

ve para a avaliação preliminar da técnica (sehá novidade, em que se distingue e a suaaplicação industrial). O ETT então realiza umabusca de anterioridade em bases de patentes.A banca examinadora, que avalia os aspectostécnicos e a viabilidade econômica do inven-to, passa a ser formada por especialistas daárea que atuam no mercado, não apenas daPUCRS.

Se aprovado o pedido, o processo vai paraa Pró-Reitoria de Administração e Finançaspara autorização do encaminhamento de re-gistro ao Instituto Nacional da PropriedadeIntelectual (INPI). Os custos são cobertos pelaPUCRS e o pesquisador tem assegurados osdireitos sobre a autoria do invento. O INPIconfere direitos exclusivos de exploração in-dustrial por até 20 anos.

PUCRS mapeia turismo da CapitalOCurso de Turismo da Faculdade de

Comunicação Social participa doProjeto Nacional de Inventariação

Turística do Ministério do Turismo, que deveser concluído no final de 2006. A Universidadeficará responsável por mapear o espaço turís-tico de Porto Alegre e Viamão. O RS será mo-delo no projeto do ministério. A metodologiautilizada e testada servirá depois para outrosestados. Segundo o professor da Faculdade deAdministração, Contabilidade e Economia Le-andro de Lemos, um dos coordenadores na-cionais do estudo, representando o ministério,estão envolvidos 11 universidades, 45 profes-sores e 1,4 mil alunos, que fazem levanta-mentos em 168 municípios pertencentes a re-giões reconhecidamente turísticas do Estado.

Lemos destaca que o RS tem perdido in-vestimentos estatais e privados nos últimosdez anos na área do turismo pela falta de da-dos sistematizados. Um dos primeiros resul-tados do projeto é a existência de uma redede instituições empenhadas em levantar in-formações sobre atrativos naturais, culturais,de infra-estrutura e acessibilidade, além dasatividades econômicas e de aspectos sociais.A segunda etapa envolve a transformação dosdados em indicadores. Na terceira serão iden-tificados municípios com fatores comuns (cli-ma, fauna, flora, atrativos culturais). Na últi-ma fase do projeto haverá um sistema demonitoramento para detectar se o turismo re-duz indicadores de pobreza e como está a

preservação do ambiente natural e do patri-mônio artístico-cultural.

O trabalho começou com a avaliação doinstrumento de pesquisa, construído em con-senso pelas instituições. Cada universidadedefine a sua forma de atuação. A PUCRSaproveitará dados obtidos em atividades rea-lizadas por professores e alunos em bairrosda Capital. Essas informações serão atuali-zadas e alunos da disciplina de Planejamen-

to dos Espaços Turísticos buscarão mais da-dos. O trabalho de campo em Porto Alegreocorrerá no segundo semestre e no municí-pio de Viamão, em 2006. “O levantamento éuma oportunidade para que o aluno tenhamais experiência com a realidade turística ea metodologia”, destaca a coordenadora docurso de Turismo, Berenice Pereira. O minis-tério enviará verbas às universidades paraajuda de custo.

Trabalho de campo em Porto Alegre começa no segundo semestre

Foto: Gilson Oliveira

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RADAR

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005 11

As oficinas pedagógicas oferecidaspelo Núcleo de Apoio à Educação emCiências e Matemática (Naecim) do

Museu de Ciências e Tecnologia (MCT) daPUCRS beneficiaram cerca de 400 professoresdas redes municipal e estadual de ensino daGrande Porto Alegre. A maioria dos beneficia-dos são procedentes da Zona Norte da Capitale dos municípios de Alvorada, Cachoerinha,Glorinha e Gravataí. A atividade foi organizadapelo Campus Zona Norte em parceria com assecretarias de Educação dos municípios.

Entre os temas abordados estiveram Fí-sica e mágica: a ciência por trás do tru-que; Jogos e atividades para a construçãodo conceito de função; Jogos matemáticospara as séries iniciais; Resolução de pro-blemas: o porquê das dificuldades; Açãode educação ambiental com reciclagem dopapel na produção de recursos didáticos eAtividades alternativas com reciclagem e

reaproveitamento do lixo envolvendo a Quí-mica nas séries iniciais.

Segundo Ilhana Corso Sigales, diretora daEscola Municipal de Ensino Fundamental Ce-cília Meirelles, em Alvorada, o curso foi muitoimportante. “Eu gostei demais da oficina deFísica. Aprendi maneiras de levar o conteúdona prática para meus alunos. Da minha esco-la participaram oito docentes e eles sempredizem o quanto valeu”, assegura.

O diretor pedagógico do Instituto de Educa-ção São Francisco, Vitor Luiz Hinrichsen, tam-bém considerou a iniciativa extremamente po-sitiva. “Aprendemos as formas de tornar a ci-ência mais experimental, prática e cotidiana.Vimos que o conhecimento científico está pre-sente em situações concretas dos nossos diase é acessível a todas as classes sociais”, acre-dita. Segundo o professor, a expectativa dosparticipantes é que a PUCRS possa oferecer,novamente, esse trabalho à comunidade.

Jovens e criançasaprendem informática

gratuitamente

Jovens e criançasaprendem informática

gratuitamenteProgramas e ferramentas de informá-

tica deixaram de ser desconhecidose tornaram-se a esperança de um futuromelhor para jovens carentes de PortoAlegre. Por meio do projeto Sinergia Digi-tal, a PUCRS oferece cursos gratuitos noLaboratório de Informática da Faculdadede Administração, Contabilidade e Eco-nomia (Lace) para crianças e adolescen-tes moradores de vilas da Capital. Asaulas são ministradas por 60 voluntários,a maioria acadêmicos, e ex-alunos daUniversidade.

Desde maio, uma turminha especialconstituída por crianças de seis a dezanos, portadoras do vírus HIV, moradorasna Clínica Esperança, começou a seratendida. “Com este grupo, nosso foco édiferente. Visamos a reforçar a auto-esti-ma pelo aprendizado dos recursos”, contaa coordenadora do projeto, professora Edi-mara Luciano. Para isso, os pequenosaprenderão a criar seu e-mail, navegar nainternet e interagir com jogos educativos.

A segunda turma de estudantes, en-tre 14 e 17 anos, tem aulas profissionali-zantes aos sábados à tarde. As ativida-des somarão 110 horas-aula até dezem-bro. Neste ano são 30 integrantes, mas41 foram formados em 2004, quando oprojeto teve início. Os alunos do SinergiaDigital também participam de ações vol-tadas ao seu desenvolvimento humano esocial. São exercícios físicos, recreação eum passeio no Museu de Ciências e Tec-nologia, além do apoio socioeducativofeito por acadêmicos da Psicologia. Todosrecebem lanche e passagens de ônibuspara retornar no sábado seguinte. Ao fi-nal do curso, ganham um certificado.

Para o segundo semestre, estão pre-vistas novas turmas do Sinergia. Umaterá aulas de informática profissionali-zante no Centro de Treinamento da Com-panhia de Processamento de Dados doEstado (Procergs) e outra, que está sen-do estruturada e deve ser voltada aosegressos da primeira turma do projeto,aprenderá a montagem e a manutençãode microcomputadores. O projeto é daFaculdade, Centro de Pastoral, ProjetoSolidariedade e Associação do Volunta-riado e da Solidariedade, com apoio daProcergs.

OFICINAS beneficiamprofessores da rede pública

OFICINAS beneficiamprofessores da rede pública

Inmetro credencia laboratório do Labelo

Os Laboratórios Especializados emEletro-Eletrônica, Calibração e En-

saios (Labelo) credenciaram junto à RedeBrasileira de Calibração, controlada peloInmetro, o seu quinto laboratório de cali-bração. O novo Laboratório de Eletroacús-tica tem padrão internacional com siste-ma automatizado de medições acústicas.Esta área atenderá profissionais e empre-sas que trabalham com a medição de ruí-dos ambientais, ocupacionais, automoti-vos e de maquinários. Atualmente é o úni-co laboratório credenciado no Brasil pararealizar calibrações de microfones e filtros de oitavas e frações. No segundo semestre o objetivoé disponibilizar a medição da potência sonora emitida por eletrodomésticos, como aspiradoresde pó, secadores de cabelo e liquidificadores.

Eletroacústica: padrão internacional

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TRAÍRA pode ser opPESQUISA

12 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005

Atese de doutorado do professor daFaculdade de Filosofia, Ciências eLetras do Campus Uruguaiana da

PUCRS Marcus Vinicius Querol buscou ossubsídios necessários para a criação da traíra(Hoplias malabaricus), como taxa de cresci-mento na Fronteira-Oeste do Estado, alimen-tação e aspectos reprodutivos. Na região ocultivo de peixes é incipiente, mas o estudopretende incentivar a procura por esse tipo deatividade, servindo como opção de renda paraos produtores. A tese foi defendida no Progra-ma de Pós-Graduação em Biociências – Zoo-logia da PUCRS.

A traíra tem uma excelente aceitação,sendo uma das espécies mais procuradas naregião da Fronteira-Oeste. O preço dos alevi-nos (filhotes) é de R$ 1,50 a R$ 2 a unidade eo quilo do peixe custa R$ 6,50. O valor aumen-ta significativamente na Semana Santa.

O maior problema no cultivo dos peixescarnívoros no Brasil, como a traíra, refere-seà baixa conversão alimentar (quantidade deração que o animal ingere e o ganho de pesoque é obtido). Para algumas espécies, como odourado, são necessários consumos superio-

res a 6kg de peixe para cada quilo de ganho depeso. A traíra necessita de uma alimentaçãocom alto valor protéico. Visando a minimizaresse aspecto, os piscicultores testam diferen-tes tipos de alimentos naturais e artificiais,procurando reduzir os gastos e o canibalismo.Querol diz que, quanto aos alevinos, a combi-nação de minhoca, ração e peixe pode aumen-tar a disponibilidade de nutrientes, desde queesses itens sejam cultivados na propriedade,pois podem representar um custo elevadopara a produção em grande escala.

Querol realizou quatro experimentos paraa tese. No primeiro, observou o crescimento esobrevivência das larvas (fase inicial do de-senvolvimento do peixe), utilizando adubaçãonatural (com esterco de ave) e inorgânica(superfosfato triplo). Os tanques foram adu-bados sete dias antes da colocação das lar-vas e depois uma vez por semana. A aduba-ção orgânica foi a que proporcionou o maiorcrescimento e sobrevivência das larvas, ob-tendo-se em 28 dias o comprimento médiode 1,84cm e peso de 0,071g.

No segundo experimento, os alevinos re-ceberam diferentes tratamentos. No primeiro,

o professor utilizou lambari, minhoca e ração.O segundo tratamento continha ração com56% de proteína bruta. Os alevinos recebe-ram no terceiro somente lambari; no quarto,minhoca; e, no quinto, lambari e ração. Ostratamentos que proporcionaram o maiorcrescimento em peso e comprimento foram oprimeiro, o terceiro e o quinto, respectiva-mente. O tratamento com peixe, minhoca eração trouxe o melhor resultado, obtendo-seem 28 dias o peso médio de 7,14g e compri-mento médio de 8,69cm. Optou-se somentepelos tratamentos com peixe e de peixe e ra-ção porque as minhocas têm um custo eleva-do e é necessário um grande número.

No terceiro experimento o tratamento depeixe e ração proporcionou, em 28 dias, ocomprimento de 12,58cm e 20,48g de pesomédio. Da avaliação do crescimento e sobrevi-vência durante um ciclo anual de vida dos ani-mais por meio da alimentação (peixe + ração)resultou o comprimento e peso médio de 18,97cme 81,14g, respectivamente. “Recomenda-seessa técnica apenas para criações semi-ex-tensivas devido à baixa conversão alimentar econseqüentemente ao elevado custo.”

Setor de Piscicultura do Campus Uruguaiana ocupa 4 hectares e tem mais de 40 tanques

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005 13

Identificadaqualificaçãona Saúde

Uma parceria entre a Faculdadede Serviço Social (FSS) daPUCRS e a Escola de Saúde Pú-

blica (ESP) da Secretaria Estadual daSaúde (SES) e entre o Ministério da Saú-de/Organização Pan-Americana da Saúde(OPAS)/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)e a ESP possibilitou a realização de umapesquisa para avaliar a rede de recursoshumanos da Secretaria em nível de espe-cialização, mestrado e doutorado. O prin-cipal resultado será a criação de um ban-co de dados incluindo a qualificação dosservidores. Isso possibilitará que elessejam melhor aproveitados em atividadesda ESP e da SES (como ministrantes decursos), potencializando as articulaçõesna rede de saúde.

“O objetivo principal é dar visibilidadeao trabalhador da Saúde, valorizando asua formação e o investimento na qualifi-cação profissional”, destaca a professorada FSS e coordenadora de Ensino e Pes-quisa da ESP, Maria Isabel Barros Bellini,que orientou a pesquisa. No trabalho foisugerida a criação de um software quepermita a atualização dos dados pelospróprios profissionais. Para a coordena-dora da pesquisa, a continuidade desseprojeto é fundamental: “Sem um sistemainformatizado, ocorre um isolamento dosprofissionais e a subutilização das suasqualificações”. Acadêmica em ServiçoSocial pela PUCRS, Suzane de Mendonçae Silva participou da pesquisa como bol-sista OPAS/Fiocruz de março de 2004 amarço de 2005.

Os resultados encontrados apontama existência de 36 profissionais com dou-torado, 106 com mestrado e 806 com es-pecialização em diferentes áreas da SES.Os pesquisadores publicaram artigo so-bre o tema no livro Observatório de Re-cursos Humanos em Saúde no Brasil:Estudos e Análises, Volume 2, da OPAS/Organização Mundial da Saúde. A meto-dologia poderá servir de base para a rea-lização de estudos em outros estados.

ção de rendaA Bacia do Rio Uruguai apre-

senta mais de 140 espécies nati-vas de peixes, como dourado, su-rubi e piava. A traíra existe emmais de 23 mil hectares inunda-dos por barragens para o plantiodo arroz irrigado, considerandoapenas Uruguaiana. O aproveita-mento comercial de espécies na-tivas contribuirá para a diminui-ção dos impactos causados pelaintrodução de espécies exóticas,que transmitem parasitas, diz oprofessor Marcus Querol.

A traíra é conhecida em todo o Bra-sil, quase sempre pelo mesmo nome, ape-nas com pequenas variações, como ta-rarira. Também é encontrada em quasetodas as bacias hidrográficas da Améri-ca do Sul. Está bem adaptada a grandesou pequenos cursos de água. Os juvenistêm grande capacidade de dispersão, vi-vem na superfície e podem subir peque-nos desníveis.

Outros fatores que contribuem para aampla distribuição, segundo pesquisa deQuerol, é a capacidade de ocupar ambien-tes pouco oxigenados e a rápida aclimata-ção da espécie a altas e baixas tempera-turas, permitindo sua sobrevivência emregiões submetidas a períodos de forte in-solação. Querol também encontrou traírasna represa da Estância Santa Ana, emUruguaiana, com profundidade média de3,5m, suportando temperaturas abaixo de10°C. Em comparação com outras espéci-es, a traíra tem uma ampla superfície res-piratória, permitindo que ocupe ambientessujeitos a períodos de hipóxia (com baixoteor de oxigênio). Esse peixe consegue deforma mais eficiente extrair o oxigênio daágua com um baixo custo metabólico.

A reprodução natural e a induzida po-dem ser utilizadas com eficiência na ob-tenção de ovos de traíra, destaca o pro-fessor. Essa espécie vigia os ovos em evo-lução e protege a prole recém-eclodida.

No seu ambiente natural, desova em ni-nho, preparando-o dias antes, com auxíliodas nadadeiras inferiores, quase sempreprotegido por vegetação aquática.

Uma espécie conhecida e resistenteUma espécie conhecida e resistente

VANTAGENS DA CRIAÇÃOEspécie nativa da Fronteira-Oeste do RSEstá disponível nas barragens da regiãoFácil capturaReprodução fácil e barataMuito procurada comercialmentePode ser tratada com alimentos produzidosou cultivados na própria propriedade, comolambaris e minhocas, o que diminui os gastos.

DESVANTAGENSApresenta baixa conversão alimentarAlto custo de produção.

Traíra adulta

Desova do peixe

Fonte: Marcus Querol

Fotos: Marcus Querol

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Os riscos dos solventesO uso de solventes como inalantes traz

prejuízos ao sistema nervoso, gerando efei-tos como perda de coordenação motora,agressividade e prejuízos à aprendizagem,concentração e memória, entre outros. Pro-vocam danos no fígado e podem causar pa-

rada cardíaca, mesmo sendo a primeiravez. Para Flavia Thiesen, é importan-

te conscientizar profissionais ea comunidade sobre os riscosdos inalantes. Essas substân-

cias são das mais empre-gadas como droga e ge-

ralmente não estão in-cluídas em

p r o g r a -mas depreven-ção.

PESQUISA

Produtos que contêm solventes sãoacessíveis, de baixo custo e com por-te legal, contribuindo para o seu uso

como droga por 87,7% dos adolescentesque vivem na rua em Porto Alegre. Um pre-parado à base de tolueno (chamado de lolóou cheirinho-da-loló) faz parte da rotina di-ária desses jovens. Do total, 93% tinhammenos de 14 anos quando começaram ainalar as substâncias. Esses dados cons-tam da tese de doutorado defendida peladiretora da Faculdade de Farmácia e do Ins-tituto de Toxicologia da PUCRS, Flavia Thie-sen, no Programa de Pós-Graduação emPsicobiologia da Universidade Federal deSão Paulo (Unifesp).

Para o trabalho, foram acompanhados,durante sete meses, 65 adolescentes quefreqüentavam um abrigo noturno da Prefei-tura no Centro da Capital. Em geral eleschegam ao local sob os efeitos do loló quesão parecidos com os do álcool. Um dospropósitos da tese foi definir método labora-torial que permita identificar o uso dos ina-lantes, diferenciando-o de quem abusa debebida alcoólica, uma vez que a clínica daintoxicação aguda nesses casos é seme-lhante: no início provoca desinibição e agi-tação e numa segunda fase, sonolência econfusão mental.

Para o diagnóstico la-boratorial em geral reco-menda-se a dosagem dosníveis de tolueno no san-gue. No entanto, a coleta éinvasiva e o mé-todo nãoestá fa-

cilmente disponível em laboratórios de aná-lises toxicológicas. Flavia encontrou umaboa correlação entre os níveis de tolueno nosangue e de ácido hipúrico (AH) na urina.

Muitos dos adolescentes testados apre-sentaram níveis de tolueno no sangue e deAH na urina bastante elevados e geralmenteconsiderados incompatíveis com o seu as-pecto clínico – todos apresentavam apenassinais leves e moderados de intoxicação.“Os altos níveis encontrados poderiam indi-car que eles passavam por risco de morte,mas a freqüência com que usam os leva atolerar mais os efeitos do tolueno.” Houvepreocupação também em certificar-se deque o método proposto diferencie quemabusou do inalante dos que trabalham comprodutos contendo tolueno ou se expõemacidentalmente.

A idéia é que institutos médicos legais elaboratórios de análises toxicológicas utili-zem o exame para verificar o abuso desubstâncias contendo tolueno. O diagnósti-co possibilitará que o paciente possa serencaminhado para tratamento, segundo in-teresse manifestado por integrantes do Mi-nistério Público e da Secretaria Estadual daJustiça e da Segurança, e contribuirá para aresponsabilização do adulto que repassa a

Loló é parte da rotina doADOLESCENTE DE RUA

droga para o adolescente. “Há poucos locaispara reabilitar essa população gratuitamen-te. Alguns tratam dependentes de drogas nomesmo ambiente onde estão pacientes comproblemas psiquiátricos”, afirma Flavia.

A venda de cola de sapateiro é proibidaa menores de 18 anos. A professora duvidaque o controle rigoroso sobre a comerciali-zação desse tipo de produto surtiria efeito,pois há um grande número de substânciasque podem ser utilizadas com fins de abuso.

Os adolescentes também responderama questionário e concederam entrevistas. Amaioria declarou que sofreu abuso de al-guém próximo. Eles foram morar na rua de-vido a maus-tratos (19,3%), discussõesconstantes (24,6%), para usar drogas(12,3%) e morte dos pais ou de um deles(8,8%). Grande parte (47,4%) usou loló pelaprimeira vez para acompanhar o grupo. Dototal, 31,6% relataram ter tentado suicídiopelo menos uma vez.

A pesquisa incluiu somente os adoles-centes que moram na rua, os que maisusam loló. Em outros estudos foi detectadaprevalência menor de abuso de inalantesporque incluíram os adolescentes em situa-ção de rua – passam o dia nas ruas, masvoltam para casa à noite.

Drogas usadasdiariamente

LOLÓ ................ 78,9%TABACO ............. 77,2%MACONHA .... 22,8%COCAÍNA ... 10,5%ÁLCOOL .... 5,3%

14 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/200514 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005

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SAÚDE

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005 15

Recém inaugurado, o Centro de Memó-ria do Instituto de Pesquisas Biomé-

dicas (IPB) da PUCRS surge comoo mais importante da América Latina e umdos 20 no mundo em investigações sobreos mecanismos básicos da aquisição, for-mação, evocação e extinção de memórias.Chefiado pelo professor e neurocientista IvánIzquierdo, um dos pesquisadores mais des-tacados do Brasil e da América do Sul, oCentro se destaca pelos especialistas queintegram sua equipe, pela qualidade e im-pacto dos artigos publicados e pela infra-estrutura montada.

Uma das investigações em andamentorefere-se aos mecanismos fisiológicos en-volvidos no esquecimento. As pesquisas pro-curam descobrir se há um processo ativo,não patológico, que faz a memória apagar-se. São estudados os problemas que pode-riam existir nos circuitos neurais que arma-zenam o traço de memória e que impedemque essa seja acessada. “Conseguimos evi-dências experimentais indicando que o pro-cesso de esquecimentocomeça no mesmo mo-mento em que adquirimosuma memória”, explica obiólogo molecular e pós-doutor em NeurofisiologiaMartín Cammarota, pes-quisador do Centro. Casoisso seja comprovado, oscientistas poderão desco-brir formas de prevenir oesquecimento.

Mas nem sempre énegativo apagar da me-mória fatos e situações.Isso ocorre naturalmenteporque a capacidade deprocessar informações si-multaneamente é limita-da. Os detalhes se per-dem; porém, o esqueci-mento permite que hajafoco em dados mais im-portantes.

Os pesquisadores doCentro também investigamo que ocorre no cérebro de ratos durante oprocessamento de memórias aversivas. Osanimais aprendem, por exemplo, a não des-cer de uma plataforma para evitar um cho-que elétrico. Por meio de cânulas, os ani-mais recebem substâncias de ação molecu-lar definida em regiões específicas do cére-bro que depois são analisadas. “O aprendi-zado se caracteriza pela mudança do com-portamento produzido pela experiência”, dizCammarota. Em humanos, o Centro investi-ga os mecanismos envolvidos na extinçãode memórias, especialmente das associa-das a situações traumáticas. “É preciso de-senhar mais situações terapêuticas acessí-veis para inibir a memória de medo”, afir-ma Izquierdo.

Além de pesquisas básicas, o Centrofará parcerias com indústrias farmacêuticaspara testar compostos produzidos por elas.Izquierdo diz que centros de pesquisa bra-sileiros têm o conhecimento e a tecnologia

Centro investigaMEMÓRIA E

ESQUECIMENTO

Labirinto aquático para avaliar a memória espacial: Orato, que não gosta muito da água, é colocado em umapiscina redonda de onde tenta escapar. Precisa achar umaplataforma submersa na qual possa se apoiar. Se o rato écolocado na piscina várias vezes, acaba aprendendo a lo-calização da plataforma submersa. Durante esse aprendi-zado forma um “mapa cognitivo” da piscina, utilizandopara isso dicas espaciais presentes na sala de treino(quadros, lâmpadas e sinais).

necessários para participar da primeira eta-pa de testes, realizada em animais. As in-vestigações tornam-se caras porque ocor-rem a longo prazo. Os resultados em ani-mais demoram de cinco a dez anos. Depoissão testadas pessoas sadias (o que levamais uns cinco anos) para então passaraos doentes.

O Centro de Memória tem dois laborató-rios e várias salas de treino para animais.Além de Izquierdo e Cammarota, é compos-to por 13 pessoas entre pós-doutorandos,técnicos e bolsistas de pós-graduação einiciação científica. O Centro atua em par-ceria com o Laboratório de Neurociênciasdo IPB e o Centro de Diagnóstico por Ima-gem do Hospital São Lucas e há colabora-ção com o Instituto de Biologia Celular daUniversidade de Buenos Aires, Departamen-to de Farmacologia da UFMG, Departamentode Fisiologia da FURG e Instituto Ludwig emSão Paulo. As pesquisas desenvolvidas sãofinanciadas pelo Conselho Nacional para oDesenvolvimento Científico e Tecnológico(CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa doRS (Fapergs), Coordenação de Aperfeiçoa-mento de Pessoal de Nível Superior (Capes)e indústrias farmacêuticas.

Novo espaço foi inaugurado em maioFoto: Divulgação

O hipocampo é umadas áreas do cérebrohumano envolvidas naformação e expressãode memórias

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SAÚDE

16 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005

Curso atualizaquestões dePsiquiatria

Por que os transtornos alimen-tares, a hiperatividade, o estresse,a ansiedade e as dores crônicas –relacionadas principalmente com adepressão – estão tão presentesnos dias atuais? Para responder aesta e outras perguntas o Centro deEstudos em Psiquiatria Integrada,fundado pelos professores do De-partamento de Psiquiatria e Medici-na Legal da Faculdade de Medicinada PUCRS e do Serviço de Psiquia-tria do Hospital São Lucas, promoveo Curso de Atualização em Psiquia-tria. Pode participar do evento qual-quer pessoa que tiver interesse so-bre o assunto. As aulas terão iníciono dia 15 de agosto, a partir das19h. Informações e inscrições pelotelefone (51) 3339-5798 ou no sitewww.cenespi.com.br.

Cinemadebate a

atualidadeO Centro de Estudos em Psi-

quiatria Integrada organiza, umavez por mês, a exibição de obras ci-nematográficas cujos temas sãodebatidos entre psiquiatras ou psi-canalistas e profissionais convida-dos que tenham conhecimento so-bre o tema retratado na película. “Ocinema traz cultura e informação eainda se presta para que pensemosa respeito do que acontece em nos-sas vidas”, acredita Nina Furtado,professora de psiquiatria da Facul-dade de Medicina. O Clube de Cine-ma é aberto à comunidade. A exibi-ção dos filmes ocorre no AnfiteatroIrmão José Otão, 2º andar do Hospi-tal São Lucas da PUCRS. A progra-mação consta no site www.cenespi.com.br. Mais informações pelo tele-fone (51) 3339-5798.

Estudo revela solidão decrianças na frente da TV

Passar de quatro a cinco horas por dia emfrente à televisão é comum entre criançase adolescentes. Esse fato faz com que,

cada vez mais, a qualidade dos programas vei-culados represente preocupação constante paraos pais. Nos últimos anos, inúmeras pesquisastêm sido realizadas sobre o suposto “poder demanipulação” dessa mídia. Com o objetivo dedescobrir como a população na faixa etária desete a 13 anos assiste à TV, a professora de psi-quiatria da Faculdade de Medicina Nina RosaFurtado desen-volveu, em par-ceria com a pro-fessora TatianaFranarin, do Colé-gio Marista Ir.José Otão, o estu-do intitulado A te-levisão na vidade crianças eadolescentes.

A partir daaplicação de umquestionário em aproximadamente 200 alunosda escola, pode-se verificar, entre outros as-pectos, quantas horas eles ficam em frente à TVe quais os seus programas prediletos. Os resul-tados mostraram que 60% dos entrevistadosassistem de quatro a cinco horas por dia e 70%vêem sozinhos os programas. “O que mais noschamou atenção foi a solidão das crianças emidade escolar. Elas não têm nenhum auxílio paraopinar a respeito do que lhes parece certo, erra-do e ético”, acredita Nina.

A pesquisa também deflagrou outro aspectobastante evidenciado nos dias atuais: a violên-

cia na mídia. Apesar de a maioria dos paisacreditarem que uma parcela significativa dosprogramas explora em demasia a agressivida-de, o estudo constatou que a personagem maisquerida pela gurizada é o Bob Esponja CalçaQuadrada. O desenho caracteriza-se pela ino-cência. Bob é atrapalhado, ama seu emprego(cozinheiro do Siri Cascudo) e sempre tenta aju-dar os outros. “Os pais preocupam-se com osconteúdos veiculados, mas não sabem o que osfilhos vêem na TV”, constata Nina.

Com base nacoleta de dadosobservou-se a fal-ta da capacidadede outras influên-cias – a exemploda família e escola– em competircom a televisão navida dessa garo-tada. O vasto pú-blico atingido peloveículo ressalta

sua importância. “Hoje, sabe-se que criançascom apenas um ano de idade ou até menos jáassistem à TV”, destaca a pesquisadora.

O estudo teve por objetivo chamar a aten-ção sobre a necessidade de reflexão a respeitodo tema. “Nós não queremos demonizar a tele-visão. Acreditamos que ela influencia, mas nãotem o poder de manipular a vida das pessoas”,afirma Nina. A pesquisadora pretende, em con-junto com a doutora Norma Escosteguy do Cen-tro de Estudos em Psiquiatria Integrada, trans-formar a pesquisa num trabalho a ser publicadofuturamente.

Bob Esponja é o mais querido pela gurizada

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Foto: Divulgação

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005 17

Os dias 21 e 22 de junho poderão fi-car marcados na história do Hos-

pital São Lucas (HSL) da PUCRS eda Medicina brasileira. Assinalam a realiza-ção dos primeiros dois implantes de células-tronco do Rio Grande do Sul incluídos no estu-do com pacientes cardíacos financiado peloMinistério da Saúde (MS), que envolve 33centros no País e 1,2 mil pacientes. Segundoo chefe do Serviço de Cardiologia do HSL ecoordenador da pesquisa, Luiz Carlos Boda-nese, o hospital deverá fazer 20 procedimen-tos até o final do ano. Os pacientes seleciona-dos pelo HSL têm cardiomiopatia dilatada –doença do músculo cardíaco em que diminuia capacidade de contração e bombeamentodo coração. “Esperamos que o tratamentocom células-tronco seja uma alternativa aostransplantes”, destaca Bodanese.

Os dois primeiros beneficiados eram can-didatos a transplantes de coração. Um deles,de 34 anos, está incapacitado até de cami-nhar devido à cardiomiopatia dilatada causa-da por uma virose. O outro, de 53, sofre dadoença há cinco anos e teve de aposentar-seprecocemente.

Os resultados dos primeiros implantesdeverão ser conhecidos daqui a seis meses. Amédica Helena Martino, do Instituto Nacionalde Cardiologia Laranjeiras, com sede no Riode Janeiro, que coordena a modalidade decardiomiopatia dilatada da pesquisa, acreditaque, se os procedimentos forem bem-sucedi-dos, daqui a três anos poderão ser padroniza-dos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O go-

verno federal gastou, em 2003, R$ 500 mi-lhões em consultas, internações, cirurgias etransplantes cardíacos. O MS calcula que aterapia celular tem potencial para salvar 200mil vidas em três anos e reduzir o custo dotratamento para R$ 37 milhões por mês.

Helena Martino e o chefe do Departamen-to de Ensino e Pesquisa do Instituto Laranjei-ras, Antônio Carlos de Carvalho, acompanha-ram os procedimentos no HSL. O chefe doServiço de Oncologia, Bernardo Garicochea,retirou as células da medula óssea do própriopaciente, diminuindo o risco de rejeição. Omaterial foi purificado e preparado no Instituto

de Pesquisas Biomédicas (IPB) pela coorde-nadora do Laboratório de Pneumologia, DeniseMachado. Depois o paciente recebeu a célula-tronco por meio de cateterismo cardíaco, rea-lizado pelo chefe da Unidade Hemodinâmica,Paulo Caramori. O tempo de recuperação écurto – 72 horas no hospital depois do proce-dimento. Em dois ou três meses aparecem osresultados, por meio da realização de ecocar-diograma (avaliação da função cardíaca) e er-goespirometria (teste de esforço cardiorrespi-ratório). Antes do implante, os pacientes fa-zem exames para a comparação posterior.

Para comprovar a eficácia do tratamento,os participantes foram divididos em dois gru-pos: um deles receberá as células-tronco e ooutro, soro fisiológico, servindo de controle.No final, se a terapia celular for bem-sucedi-da, todos poderão ter acesso ao tratamento,incluindo medicação e acompanhamento téc-nico. Helena lembra que o estudo deve seguircritérios objetivos de avaliação, conforme ins-trumentos internacionais. “Somente a partici-pação no protocolo de pesquisa já faz comque o paciente siga melhor o tratamento e te-nha mais confiança.”

O MS investe R$ 13 milhões no estudo, quedeverá estar concluído entre 18 meses e trêsanos. Além da cardiomiopatia dilatada, a pes-quisa inclui pacientes com doença isquêmicacrônica, Chagas e enfarte agudo do miocárdio.

A escolha da PUCRS para iniciar o projetose deve ao grupo de trabalho em insuficiência car-díaca do Serviço de Cardiologia e sua integra-ção com o Centro de Terapia Celular do IPB.

Pacientes cardíacos recebemCÉLULAS-TRONCO

Pacientes cardíacos recebemCÉLULAS-TRONCO

Bodanese coordena o estudo

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18 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005

SAÚDE

Hospital testa vacina contra o HPVOs primeiros anos de estudos mundi-

ais da vacina contra o papilomaví-rus (HPV) mostram que os pesqui-

sadores estão no caminho certo, com resulta-dos favoráveis. O Serviço de Ginecologia doHospital São Lucas (HSL) da PUCRS é um doscentros que está colaborando com a pesqui-sa, promovida pelo laboratório Merk Sharp &Dohme.

No HSL, a vacina está sendo testada em60 voluntárias que iniciaram a participaçãocom idade entre 16 e 23 anos, sem estaremgrávidas naquele momento e com baixo ris-co para contaminação pelo HPV. Muitas de-las são do município de Gravataí, que apóiaa pesquisa. As participantes recebem aten-ção clínica gratuita no hospital durante o pe-ríodo de duração do estudo que vai até 2007,orientações sobre doenças sexualmentetransmissíveis e consultas médicas. Nomundo inteiro são mais de 11 mil vo-luntárias em países como os EUA,

Canadá, Inglaterra, Venezuela, Itália, entreoutros. O objetivo da pesquisa, que iniciouoficialmente em 2002 e no Rio Grande do Sulem 2003, é investigar a segurança, a imuni-dade e a eficácia da vacina.

Segundo o investigador principal, gineco-logista Manoel Afonso Gonçalves, as partici-pantes receberam três doses da vacina con-tra o HPV (dos tipos 16 e 18, de alto risco, e 6e 11, de baixo risco) ou placebo (substânciainativa). Além disso, foram realizadas coletasde amostras sangüíneas para a determinaçãodos anticorpos contra o papilomavírus, coletade amostras do colo uterino para citologiacervical, pesquisa de HPV, pesquisa de infec-ção por clamídia e gonococos (bactérias queinfectam os genitais femininos e masculinos),exames físicos ginecológicos e colposcópico

(exame que permitevisualizar a

vagina e oú t e r o

usando um aparelho especial) quando neces-sário. Os exames são realizados em períodospreviamente determinados, seguindo-se oprotocolo do estudo e as recomendações mé-dicas. Até então as voluntárias não apresen-taram nenhum efeito colateral.

A vacina é composta por proteínas e nãopossui o vírus, por isso não há risco de a pes-soa infectar-se ao ser vacinada. Busca-se,por meio dela, a imunização completa daspacientes. Nas mulheres que apresentam al-guma lesão provocada pelo vírus, espera-seque o quadro não progrida. A substância deveatuar no sistema imunitário para que tenhacondições de produzir anticorpos que neutra-lizem a ação do vírus.

A previsão de conclusão da pesquisa émarço de 2007. Também fazem parte daequipe o ginecologista Fernando Anschau,subinvestigador, a psicóloga Maria Estelita Gile a coordenadora de estudos clínicos Cassan-dra Caye Anschau.

O QUE ÉO HPV?

O papilomavírus, ouHPV, pode ser respon-sável por vários proble-mas no corpo de homense mulheres, atingindo princi-palmente o aparelho genital fe-minino. Merece atenção especialpela sua relação direta com a origem docâncer de colo uterino, doença que mata 12 mulheres por dia no Brasil,conforme o Ministério da Saúde. De acordo com a Organização Mundial daSaúde, 40% das mulheres sexualmente ativas podem estar infectadascom o vírus.

TRANSMISSÃOA principal via de transmissão éa sexual. Por isso a impor-tância fundamental douso do preservativo. Podetambém ocorrer de mãepara filho durante o partonatural.

DIAGNÓSTICOO vírus pode ser detectado utilizando-setécnicas modernas de DNA no tecido con-taminado. Os exames papanicolau (preven-tivo do câncer do colo uterino) e colposcopiasão os mais simples para o auxílio de umatriagem inicial. A mulher deve fazer examesde prevenção rotineiramente a partir do mo-mento que inicia a vida sexual.

TRATAMENTOSO objetivo do tratamento é retirar a lesãoque o vírus causou. Dentre as lesões de bai-xo grau, 60% regridem espontaneamente.As que não regridem são destruídas comsubstâncias químicas, terapia com laser oueletrocirurgia. Nas lesões de alto grau, o tra-tamento é estabelecido com a retirada deuma parte do útero (conização). Consultarum ginecologista regularmente, evitar ofumo, usar preservativo e evitar múltiplosparceiros são algumas das formas de pre-venção primária para as mulheres.

Fotos: Divulgação

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005 19

NOVIDADES ACADÊMICAS

Passar o final de semana num sítiocom os amigos é uma das formas deintegração muito utilizadas pelos estu-

dantes da Universidade. A coordenação docurso de Economia da Faculdade de Adminis-tração, Contabilidade e Economia, atendendoa vontade dos acadêmicos, desenvolveu oprojeto Sabadão da Economia no Sítio – con-fraternização entre docentes e alunos. O pro-fessor Ronaldo Herrlein Júnior, responsávelpelo Departamento de Economia, coordenou aatividade que, em duas edições, reuniu 80 jo-vens. O Diretório Central dos Estudantesapóia a iniciativa.

A vontade de viabilizar os encontros éantiga. “O professor Ronaldo vinha conver-sar com a gente sobre a possibilidade de

Sabadão da Economiaintegra professores e alunos

Sabadão da Economiaintegra professores e alunos

unir os rapazes para umjogo de futebol e as garo-tas numa partida de vôlei.No entanto, havia dificul-dade em reunir a turmanum evento em Porto Ale-gre”, lembra Amanda Sil-va, do 10º semestre.

Com a finalidade depôr em prática a idéia,dois estudantes do curso propuseram que aatividade fosse realizada no Guaíba CountryClub, onde eles têm residência. Nas ediçõesdo evento houve a apresentação musical deprofessores e alunos, além de churrasco,prática de esportes e troca de experiências.Entre os participantes estavam os professo-

Música e convívio no sítio

Foto

s: D

ivulga

ção

res André Contri, André Scherer e LeonardoXavier da Silva.

Para Felipe Carravetta, do 10º semestre,houve a oportunidade de quebrar o “gelo”existente no ambiente universitário. “Os pro-fessores cantaram e jogaram bola. Não noslimitamos mais apenas ao convívio acadê-mico”, destaca. Sua colega Amanda acreditaque a relação entre os docentes e alunosmelhorou bastante. “Quando nos encontra-mos com os professores nos corredores doprédio, eles param e vêm conversar conos-co. Depois do Sabadão, os alunos consegui-

ram se expor mais. Issopossibilita criar uma ami-zade que pode ir além daFaculdade”, acredita.

Segundo Herrlein, hou-ve maior identificação dosestudantes com a PUCRS,o curso e a Faculdade.“Conseguimos nos enxer-gar melhor como educado-res inspirados na filosofia

marista. Sentimos efetivamente nossa ‘pre-sença amiga’ junto aos alunos”.

Os eventos são realizados uma vez porsemestre. Os ingressos podem ser adquiri-dos na secretaria da unidade (prédio 50, 10ºandar). Estão convidados a participar os alu-nos de todos os semestres.

Alunos aprendem odia-a-dia do JornalismoOs estudantes do curso de Jornalis-

mo estão se aproximando da reali-dade da profissão. Um ciclo de palestrassobre diferentes áreas do jornalismo,realizado na disciplina Jornalismo Espe-cializado da Faculdade de ComunicaçãoSocial (Famecos), promove debates comespecialistas e profissionais de sete edi-torias (política, economia, esporte, polí-cia, ciência, cultura e social – terceirosetor). Os convidados falam sobre suaexperiência no mercado de trabalho e co-mentam assuntos que estão na mídia. Adisciplina foi criada em 2004 com a ins-talação do currículo novo da Famecos,visando a suprimir a carência de aulasvoltadas a editorias específicas de umjornal. “Os especialistas têm proporcio-nado lições maravilhosas de uma formabem didática”, fala com entusiasmo aprofessora Beatriz Dornelles.

N o primeiro semestre de 2005 aPUCRS ofereceu cinco novas espe-cializações (lato sensu). Grande

parte dos cursos referentes à área são dispo-nibilizados pela unidade de Educação a Dis-tância (EAD) da Universidade, sob a coorde-nação da professora Beatriz Franciosi. Confor-me a docente e o diretor do Centro de Educa-ção Continuada, FranciscoLumertz, a PUCRS Virtualprocura atender as neces-sidades apresentadas pelomercado de trabalho ecompartilhadas pelas uni-dades acadêmicas.

As áreas ofertadas fo-ram: Direito Público Mu-nicipal (via EAD), Cine-sioterapia Avançada, daFaculdade de Enferma-gem, Nutrição e Fisiotera-pia; Metodologia de Pes-quisa Social, da Faculda-de de Filosofia e Ciências

PUCRS tem novas especializaçõesHumanas; Regulação Financeira, promovidopela Faculdade de Administração, Contabili-dade e Economia em convênio a ser firmadocom o Banco Central e um curso extensivode pós-graduação em Geriatria e Gerontolo-gia, realizado pelo Instituto de Geriatria e Ge-rontologia. Informações podem ser encontra-das no site www.pucrs.br.

Aulas no EAD: voltadas ao mercado

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TECNOLOGIA

Informática faz projeto paraAGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA

20 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005

Futuros satélites desenvolvidos pelo Insti-tuto Nacional de Pesquisas Espaciais(Inpe) serão beneficiados por um siste-

ma que está sendo desenvolvido na Faculda-de de Informática. O Grupo de Sistemas Em-barcados (GSE) da Faculdade teve o únicoprojeto, na área da computação, aprovadopara ser financiado pela Agência EspacialBrasileira (AEB), por meio do Programa Uni-espaço. O programa, criado em 1997, estimu-la pesquisas na área de atividades espaciais.

O projeto da Universidade é o PUC#SAT– Interface de telecomando e telemetriaCCSDS visando lógica reconfigurável. Iniciadoem 2004, tem como objetivo desenvolver umsistema de envio de comandos para veículosespaciais, como satélites, e de recebimentode informações. Para isso será utilizado o pa-drão CCSDS, modelo internacional de comuni-cação espacial.

Segundo o coordenador do projeto, pro-fessor Eduardo Bezerra, nos sistemas atuaisuma placa tem vários componentes, comochips de memória e processadores executan-do softwares. A nova placa em desenvolvi-mento será mais simples, utilizando apenashardware, ou seja, componentes físicos. “Ossatélites do Brasil são lançados em fogueteschineses ou russos, e o governo brasileiropaga pelo espaço ocupado e peso (grama en-viado). Essa nova placa, além de mais sim-ples, será muito mais leve, diminuindo os

custos”, observa o professor. O hardwaretambém é um dispositivo mais rápido, queconsome menos energia e de confiabilidademaior. “A maior parte dos problemas nessetipo de sistema ocorre nas soldas e conexõesentre os chips. Com apenas um chip a proba-bilidade de acontecerem problemas no espa-ço é minimizada”, afirma Bezerra.

As desvantagens desse novo dispositivosão poucas, porém relevantes, como o fato deser suscetível à radiação e de ainda não sermuito utilizado, mas os pesquisadores estãotrabalhando para diminuir esses problemas.“A falta de mão-de-obra especializada tam-bém acaba sendo um empecilho, mas aospoucos esse quadro será revertido. Ensinamosnossos alunos desde a graduação a lidar comesse tipo de tecnologia”, lembra o professor.

Esse novom e c a n i s m oserá testadoprimeiramente

por meio de uma simulação de comunicaçãoTerra-espaço, conectando a placa a um com-putador. Depois pretendem testar alguns sis-temas com a ajuda do Space Science Centre,da Universidade de Sussex, na Inglaterra.Esse centro iniciou as pesquisas nessa área,em 1998, e tem auxiliado o grupo da PUCRSno projeto, principalmente na questão da lin-guagem CCSDS.

A previsão de conclusão do PUC#SAT é2006. O projeto também conta com a parti-cipação do Grupo de Apoio ao Projeto deHardware (GAPH), da Faculdade de Informáti-ca, do Laboratório de Microgravidade do Insti-tuto de Pesquisas Científicas e Tecnológicasda PUCRS e do SISC, da Faculdade de Enge-nharia. Também conta com o apoio da AEB,sob encomenda e supervisão do Inpe.

UNIVERSIDADE PARTICIPA DA GLOBALTECH

APUCRS participou, em maio, da Glo-baltech – Feira de Ciência, Tecnolo-gia e Inovação realizada no Centro

de Exposições da FIERGS. No estande da Uni-versidade foram expostos trabalhos da Facul-dade de Engenharia, PUCRS Virtual e Museude Ciências e Tecnologia (MCT), além de seisempreendimentos da Raiar, Incubadora deEmpresas, com sede no Tecnopuc. O estandetambém pôde ser visto ao vivo, pela internet,por intermédio das câmeras de vídeo instala-das no local.

A PUCRS Virtual mostrou sua tecnologiade ponta na Feira. O público conheceu e “na-vegou”, por meio de uma simples ferramenta,pelos programas, cursos e ambientes de

aprendizagem oferecidos. Uma equipe de mo-nitores auxiliou para a interatividade do es-tande, que mostrou a qualidade da educaçãoa distância e a tecnologia de ponta que a Ins-tituição oferece a seus alunos.

O MCT colocou à disposição do públicosete de seus experimentos, entre eles o Giros-cópio Humano (simulador de gravidade), aharpa laser, o Golpe de Vista e Movendo osElos, experimentos de ilusão óptica, o periscó-pio Veja através do Tijolo e Seja um artista:crie no computador (brinquedo de tecnologia).

As empresas abrigadas da Raiar demons-traram a jovens com espírito empreendedorque é possível montar sua empresa e admi-nistrá-la criando soluções competitivas e ex-

por aos empresários de médio e grande portealternativas de parceria, outsourcing e con-tratação de novos produtos e serviços.

Estande pôde ser visto pela internet

Nova placa (à dir.)será mais simples,leve e eficiente do quea atual (à esq.)

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INVENTOSauxiliam na Terra e no espaço

Por Mariana Vicili

Os pesquisadores do Laboratório de Mi-crogravidade do Instituto de Pesquisas

Científicas e Tecnológicas (IPCT) daPUCRS, sob a coordenação da professora ThaísRussomano, estão trabalhando em dois projetosinéditos. Um deles trata da Avaliação da marchadurante a simulação da força gravitacional emMarte e na Lua. O experimento é desenvolvido peloNúcleo de Pesquisa em Biomecânica Aeroespacial.

Um dos objetivos foi validar um sistema desuspensão corporal mais especializado, com o qualse pode graduar o peso da pessoa, ou seja, deter-minar que ela fique, por exemplo, com 30% ou60% do seu peso normal enquanto caminha. Essadiminuição pode ser utilizada na reabilitação depacientes que se encontram há algum tempo inca-pazes de andar, pois proporciona a eles uma maiorsensação de segurança em relação ao temor daqueda. Outra vantagem é que requer um menor es-paço físico, pois nele o paciente caminha numaesteira elétrica adaptada.

Além da esteira, também são utilizados mate-riais como um sistema de cintos (cadeirinha de Ra-pel), estrutura de carbono de aço, contrapesos e osinstrumentos para medir e avaliar os resultados.

De acordo com uma das pesquisadoras, a fisio-terapeuta Roberta Leães, podem ser beneficiadaspessoas com lesões neurológicas, como acidente

vascular cerebral, ortopédicas ou traumatológicas.“Começamos com o peso reduzido e depois vamosaumentando aos poucos até chegar ao peso corpo-ral da pessoa. Essa mudança de peso pretende fa-cilitar a caminhada e diminuir as dores, principal-mente nas articulações, que serão menos forçadaspela ação da gravidade”, observa Roberta, aluna demestrado em Engenharia Elétrica com ênfase emEngenharia Biomédica.

Outro objetivo é contribuir para a pesquisacientífica na área espacial. Com esse experimento,poderão fazer uma análise para comparar três tiposde caminhada simulada: na Terra, na Lua e emMarte. Quando se reduz em 60% o peso corporal,simula-se aforça gravita-cional da Lua.Por exemplo:quem pesa 100kg na Terra, naLua pesa 40kg. Da mesmamaneira, quan-do se reduz30% do peso,a pessoa tem asensação deestar cami-nhando emMarte.

Você tentou alguma vez girar de olhos fe-chados? Alguns ficam tontos só de pensar. Estaé a sensação provocada por uma cadeira de-senvolvida no Laboratório de Microgravidade doIPCT, que simula desorientação espacial.

Muitos cosmonautas e astronautas relatamsintomas de desorientação durante as primeirashoras no espaço, o que pode afetar seu desem-penho físico e mental. Um medicamento muitoutilizado para tratar ou prevenir os sintomas é aescopolamina. Para simular essa desorientaçãoe estudar melhor as reações desse tipo de medi-camento, são feitos testes numa cadeira rotató-ria, conhecida como Cadeira de Bárány. O Labo-ratório desenvolveu, então, uma cadeira rotató-ria eletricamente controlada em 2001, a qual so-freu melhoramentos idealizados pela médica emestranda em Engenharia Elétrica com ênfaseem Engenharia Biomédica, Rosirene Gessinger.

O estudante de Engenharia Elétrica LuizGustavo dos Santos é um dos estagiários do La-boratório que está realizando as melhorias, den-

tre elas: redução do ruído provocado pelo equi-pamento; adição de um painel de aeronave; an-gulação do encosto para simulação de diferen-tes tipos de aeronaves; adaptação de um siste-ma de controle por joystick e a modificação docinto de segurança, de dois para cinco pontos.

No teste feito com o equipamento, umapessoa senta na cadeira e é presa com o cintode segurança. Ela tem que fechar os olhos e fi-car com os dois polegares apontando para cima,indicando que está parada. A cadeira é ligada ecomeça a girar no sentido anti-horário numa ve-locidade entre 10 e 40 rpm (rotações por minu-to). O voluntário deve apontar com os polegarespara qual direção a cadeira está girando. Aospoucos a cadeira é desacelerada. Ao final do ex-perimento, constata-se que a pessoa estáapontando para o lado errado, demonstrandosua desorientação. A cadeira tem sido utilizadapara testes na Faculdade de Ciências Aeronáu-ticas e poderá ser usada por pilotos da ForçaAérea Brasileira. Cadeira rotatória elétrica

SIMULANDO DESORIENTAÇÃOSIMULANDO DESORIENTAÇÃO

Experimento simula diferentes gravidades

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AMBIENTE

22 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005

Oprofessor Marcos Di Bernardo, da Fa-culdade de Biociências e do Laborató-

rio de Herpetologia do Museu de Ciên-cias e Tecnologia (MCT) da PUCRS, está descre-vendo uma nova espécie de serpente. Ela perten-ce ao gênero Micrurus, uma coral-verdadeira.Suspeita-se que exista apenas no Rio Grande doSul. Aparentemente rara, com distribuição geo-gráfica restrita, foi localizada até agora apenas noPlanalto Médio do Estado.

Os pesquisadores confundiam-na com a Mi-crurus altirostris, uma espécie de coral-verdadei-ra bem menor e abundante no Sul do Brasil. DiBernardo recebeu um exemplar da colega da Uni-versidade de Passo Fundo Noeli Zanella e tevecerteza de que se tratava de uma raridade herpe-tológica. Ele trabalha na descrição da serpenteem conjunto com os pesquisadores Márcio BorgesMartins, da Fundação Zoobotânica do Rio Grandedo Sul, e Nelson Jorge da Silva Júnior, da Univer-sidade Católica de Goiás.

O nome da nova Micrurus homenageará aesposa de Di Bernardo, Sílvia, que também eraherpetóloga e faleceu há três anos, vítima deaneurisma. Na descrição de uma nova espécie, oautor tem o privilégio de escolher o nome peloqual ela será internacionalmente conhecida.

O exemplar que está sendo indicado comoholótipo (base para a descrição da espécie) faráparte da coleção científica do MCT. Ele será man-tido separado dos demais pela importância quetem como referência a toda a espécie. Di Bernar-do trabalha também com outros 12 exemplaresmortos, pertencentes a outras instituições depesquisa (Fundação Zoobotânica do RS, Universi-dade de Passo Fundo, Universidade Federal deSanta Maria e Universidade Regional do Noroestedo RS). Material adicional está sendo procuradona coleção de serpentes do Instituto Butantan.Nos próximos meses, o artigo descrevendo anova espécie será encaminhado para publicaçãoem revista herpetológica internacional.

FRUTAS AJUDAM ECONOMIA DA FRONTEIRA OESTE

Aspectos técnicos da produção de fru-tas, a relação da atividade no desen-volvimento socioeconômico, priori-

zando a sustentabilidade e o meio ambienteforam os temas centrais do Seminário de Fru-ticultura realizado pelo Campus Uruguaiana.“Qualquer atividade agropecuária na FronteiraOeste se realiza sobre o aqüífero guarani e éimportante preservá-lo com medidas e práti-cas produtivas em harmonia com o ambien-te”, explica o coordenador do evento e bolsis-ta de pós-doutorado de Agronomia da PUCRS,Carlos Martins.

O evento, que reuniu produtores, lideran-ças, instituições de pesquisa e extensão, ór-

gãos públicos e associações também tevecomo objetivo sensibilizar as instituições depesquisa do Estado para o fornecimento desuporte técnico e tecnológico na produção defrutas de qualidade, identificar instituições,entidades, produtores e pesquisadores que secomprometam em trabalhar no desenvolvi-mento das potencialidades da região e áreasprioritárias em fruticultura.

Atualmente, municípios como Itaqui, Qua-raí, Santana do Livramento e Uruguaiana des-pontam na produção de uvas para vinhos fi-nos. As cidades de Rosário do Sul, Santa Mar-garida e São Gabriel são destaques em citrossem sementes e Alegrete, maior município em

extensão territorial do Estado, produz frutascom caroço.

Características dacoral-verdadeira

Peçonhenta, a espécie re-cém-descoberta pode medir até1m50cm de comprimento total,sendo a maior Micrurus do RioGrande do Sul e uma das maio-res do mundo. Provavelmente,vive em áreas semi-abertas ese alimenta de outras cobras.Desloca-se pouco, principal-mente no inverno, quando per-manece entocada. Na estaçãode frio, passa por um período dehibernação e pode ficar sem sealimentar e beber água.

Uma curiosidade em relaçãoàs corais-verdadeiras é o fatode haver mais machos na natu-reza do que fêmeas, diferente-mente do que ocorre com outrasserpentes, em que esse númerose equivale. Em média, são cer-ca de cinco machos para cadafêmea. Di Bernardo se dedicaráa descobrir os motivos, com oaluno de doutorado Felipe Agui-ar, seu orientando, que desen-volve tese sobre o tema. Outraquestão que intriga os pesqui-sadores é a longevidade dasserpentes. Não se sabe o quan-to a maioria das espécies vivesob condições naturais. Em ca-tiveiro o ciclo natural pode seralterado e a longevidade, emgeral, ampliada.

Plantação de morangos em Uruguaiana

Descoberta novaespécie de serpente

Descoberta novaespécie de serpente

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Foto: Gilson Oliveira

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CIÊNCIA

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005 23

TECNOPUC ajuda a reduzirimportação de remédios

Pré-história ensinada na práticaOArroio Touro Passo, no Distrito de

São Marcos, em Uruguaiana, é con-siderado um dos poucos lugares no Brasilonde podem ser encontrados vestígios ar-queológicos humanos associados a fós-seis de animais e vegetais. Desde julhode 2004, por intermédio de autorizaçãoconcedida pelo Ministério da Cultura àPUCRS, a região foi alvo de escavações,sob a coordenação do professor Flamari-on Gomes, do Campus Uruguaiana. Du-rante 15 dias, uma equipe composta pordez alunos da Universidade, dois estu-dantes e uma professora da UniversidadeVale Taquari (Univates), acamparam àsmargens do arroio. Na ocasião, recolhe-ram em torno de mil vestígios líticos (pe-

dra lascada), entre os quais pontas de pro-jétil, raspadores, lascas e talhadores. As aná-lises contaram com a participação dos aca-dêmicos do curso de História.

A maioria das coletas foi realizada no sítioRS-Menezes, considerado um dos mais con-servados da região. As pesquisas resultaramno recolhimento de 830 vestígios líticos, alémde uma mandíbula fóssil de um cervídeo (ma-míferos ruminantes, entre os quais estão oscervos, alces e renas do hemisfério norte).

Nas análises verificou-se a presença dohomem pré-histórico num período bem maisrecente – por volta de 3 mil a.C. – em relaçãoao que indicavam os estudos anteriores (10mil a.C.). “Essas informações mostram que olocal foi ocupado por muito tempo, cerca de 8

mil anos, sem significativas mudanças so-cioeconômicas. A economia manteve-sebaseada na caça, fato confirmado pelaspontas-de-projétil encontradas na região”,constata Gomes.

O local das escavações em Uruguaiana

Quatro dos mais caros medicamentosimportados pelo governo federal se-

rão fabricados em escala industrialno Brasil a partir de 2006. Esse resultado foiobtido com o trabalho dos pesquisadores doCentro de Pesquisa em Biologia Molecular eFuncional do Parque Tecnológico da PUCRS(CPBMF-Tecnopuc), em Porto Alegre, que as-sinaram um contrato de transferência de tec-nologia com os representantes do Instituto deTecnologia em Imunobiológicos (Bio-Mangui-nhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ocontrato inclui o pagamento de royalties refe-rentes à inovação para a produção das novassoluções.

O Hormônio de Crescimento Humano, oFator de Crescimento Colônias de Granulóci-tos (Filgastrima), o Fator de Crescimento Co-lônias de Macrófagos e Granulócitos (Molgra-mostima) e o Interferon Beta são biofármacosessenciais para o tratamento de doençascomo esclerose múltipla, Gaucher e diversostipos de câncer, além da recuperação detransplantados. A produção desses medica-mentos no país reduz sensivelmente os cus-tos com importação e possibilita o acesso aum número maior de pacientes, que muitasvezes têm de recorrer ao Poder Judiciário paraobter as drogas necessárias.

Conforme Diógenes Santos, coor-denador do CPBMF-Tecnopuc, a Fio-cruz está providenciando a construçãode uma planta exclusiva para a produ-ção desses biofármacos que atual-mente integram um grupo de 14 medi-camentos importados pelo Ministérioda Saúde, consumindo R$ 2,1 bilhões,ou cerca de 70% do valor dedicado àimportação de remédios pelo GovernoFederal por ano. No Rio Grande do Sul,somente a Doença de Gaucher custaR$ 28 milhões aos cofres públicospara o tratamento de onze pacientes.

Um dos principais fatores quecontribuiu para que houvesse essaparceria foi a existência da empresa de tec-nologia 4G, instalada junto ao CPBMF. Essesuporte tornou possível dar seqüência às ati-vidades científicas. “Com esse trabalho con-junto nós estamos mudando um paradigma,que insiste em separar a geração de conheci-mento científico do desenvolvimento tecnoló-gico possibilitado por uma empresa”, enfatizao pesquisador.

Outro item essencial em termos de credi-bilidade para o Centro de Pesquisa foi a publi-cação de nada menos que 20 artigos em re-vistas científicas internacionais de alto im-

pacto, como Biophysical Journal, Pharmaceu-tical Drug Design e Chemical Communicationsomente no primeiro semestre de 2005.

O Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruzresponsável pela industrialização dos biofár-macos desenvolvidos no Tecnopuc, é o maiorcentro produtor de vacinas e kits para diag-nóstico de doenças infecto-parasitárias daAmérica Latina, podendo processar 200 mi-lhões de doses por ano. Em 2001, a unidadefoi qualificada pela Organização Mundial daSaúde como fornecedora internacional da va-cina contra a febre amarela.

Centro de Pesquisa em Biologia Molecular

Foto: Flamarion Gomes

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ENTREVISTA

SARA PAÍN

“Sem ignorância nãohaveria progresso”

Por Ana Paula Acauan

Apsicopedagoga Sara Paín, 73 anos,radicada na França, diz que a igno-rância constitui o ser humano.

Acredita que o vazio de saber é o espaçopara buscar o conhecimento e aprender.“Sem ignorância não haveria progresso”,destaca em entrevista à revista PUCRSInformação. Para ela, a ignorância deve serconcebida como propriedade do pensamen-to e não como carência.

Os obstáculos à aprendizagem são soci-ais e subjetivos, segundo Sara. Fora as pato-logias, diz que a inteligência é igual para to-dos, mas em alguns casos há barreiras parase desenvolver. “No Brasil e em alguns paíseslatino-americanos que conheço, as dificulda-des de aprendizagem enfrentadas pelas cri-anças não indicam que elas sejam menos ca-pazes, mas se devem aos sistemas escolares,que continuam muito presos às técnicas deensino e a uma transmissão mecânica dosconhecimentos prontos e acabados.” A pro-fessora tratou desses temas durante a 7ª Jor-nada O percurso psicopedagógico entre oser e o saber, promovida pelo curso de Psi-copedagogia da Faculdade de Educação daPUCRS. Também desenvolveu atividades comalunos envolvendo arte-terapia.

Natural de Buenos Aires, doutora em Filo-sofia pela Universidade de Buenos Aires e em

A SENHORA ESCREVEU O LIVRO A FUNÇÃODA IGNORÂNCIA. AVALIAMOS A IGNORÂN-CIA GERALMENTE EM SENTIDO NEGATIVO.QUAL SERIA SUA FUNÇÃO?

Para mim a ignorância tem um sentidopositivo porque é o que constitui o ser huma-no. Nos animais, o conhecimento que neces-sitam para a sobrevivência está escrito gene-ticamente. O pássaro canta como cantou oseu pai e cantarão os seus filhos. Nós possuí-mos uma língua que não está escrita, mas umaestrutura de língua. Para aprender deve-se tera dimensão do que não se sabe. A ignorânciaé o que permite aprender. A consciência de serignorante permite indagar e comunicar-secom os outros. Ninguém pergunta o que sabe.Sem ignorância não haveria progresso.

QUAL É A FUNÇÃO DA ESCOLA EM MOS-TRAR PARA O ESTUDANTE QUE ELE CONS-TRÓI O SEU CONHECIMENTO?

Não se pode garantir que crie algo novopara a humanidade. Uma criança produz umconhecimento novo para ela. É capaz de apro-priar-se do conhecimento do outro. Mas paraque possa dizer “eu sei tal coisa” tem de ha-ver um processo de produção de conhecimen-to. O conhecimento não pode ser transmitido.Transmitimos exemplos, porções. Para ensinara escrever, não mostramos todas as palavras.

A APRENDIZAGEM ENVOLVE TAMBÉM FATO-RES EMOCIONAIS E A AFETIVIDADE. COMOO PROFESSOR PODE AJUDAR O ALUNO AAPRENDER?

A afetividade não é um fator muito evi-dente. Se uma criança tem medo de apren-der, não é certo que se refira a algo perigoso.Tem medo de quê? Teme, por exemplo, o exa-me. O que pode ocorrer? Não está numa si-tuação de perigo. Esse é um medo simbólico,um dramatismo que se constrói às vezespara poder estudar. Se não houvesse o exa-me, as pessoas estudariam da mesma ma-neira? Haveria a mesma vontade?

Psicologia da Educação pelo Instituto deEpistemologia Genética de Genebra, Saraestá aposentada. Lecionou Psicologia da In-teligência e Psicologia da Educação na Uni-versidade Nacional de Buenos Aires e MaréDel Platô. Ex-docente da Universidade de Pa-ris XIII e Toulouse, trabalhou em vários paísesrepresentando a Unesco como assessora deproblemas da inteligência e aprendizagem.

Sara também atuou como pesquisadoraassociada no Centro de Epistemologia Gené-tica, coordenado por Jean Piaget em Genebra(Suíça). Sua relação com o Brasil vem de1982, quando se tornou consultora científicade escolas e instituições de pesquisa, como oGrupo de Estudos sobre Educação e Metodo-logia de Pesquisa e Ação (Geempa), de PortoAlegre. Muitas das propostas foram estendi-das à rede municipal de ensino durante osquatro anos em que Esther Grossi foi secretá-ria da Educação. “Foi um trabalho extraordi-nário. A única crítica ao trabalho do Geempaé que ele ficou muito centrado na alfabetiza-ção. Isso é pouco ambicioso”, opina Sara.Tem ainda um projeto de educação desenvol-vido em escolas públicas de Mar del Plata eda província de Córdoba (Argentina). Poressa metodologia, a criança começa a estu-dar uma unidade no início do ano e, no final,se não conseguiu completá-la, retoma no anoseguinte de onde parou. O ciclo deve ser per-corrido em sete anos.

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QUAL É A SUA CONCEPÇÃO DE INTELIGÊN-CIA? CONCORDA COM A TEORIA DAS INTE-LIGÊNCIAS MÚLTIPLAS?

Sou contra essa teoria. Para mim, há so-mente uma inteligência e organização dopensamento inteligente e lógico. As outrasinteligências, no sentido de Gardner, não per-tencem a nenhuma teoria fundamentada e aomesmo tempo criam uma situação social queme parece ideologicamente negativa. Existemtodas as inteligências que estão repartidas.Por causalidade a inteligência motora é a dospobres. Na teoria dizem que vale o mesmo doque a inteligência matemática. Vale? Pelomenos não se paga o mesmo. Há somente ainteligência lógica que se aplica a diversoscampos. Mas é a mesma para todos os indi-víduos.

QUAL A RELAÇÃO ENTRE INTELIGÊNCIA EDIFICULDADES DE APRENDIZAGEM?

A inteligência é igual para todos, maspode haver obstáculos sociais e subjetivospara que se desenvolva. A inteligência é umbem, mas é perigosa. Biblicamente, o conhe-cimento nunca foi um bem completo. Estávisto às vezes como o contrário da inocência,pelo menos religiosamente. Há certas barrei-ras, dispositivos que fazem com que a inteli-gência não possa sempre ser desenvolvida. Omedo de ser inteligente e o medo de saber àsvezes produzem patologias.

O QUE OS PAIS DEVEM FAZER QUANDO OSFILHOS PASSAM POR ESSA SITUAÇÃO?

Os pais também são ambivalentes. Há dese fazer todo um trabalho de conscientizaçãoda sua participação nessa situação. Aí cir-cula uma série de mensagens às vezesdúbias: é preciso aprender, mas nãodemasiadamente.

QUE RESULTADOS A SENHORA AL-CANÇOU EM GRUPOS COM DIFICUL-DADES DE APRENDIZAGEM UTILIZANDO AARTE-TERAPIA?

Existem crianças que se desenvolveramsuficientemente para poder aplicar o conhe-cimento. Pelo menos há sempre melhorias.Ultimamente eu supervisionava grupos deoutros profissionais. Foi um trabalho frutí-fero, a maioria com pessoas apresentandodificuldades de aprendizagem. Os quetêm problemas demonstram em geraluma falsa criatividade, anárquica, re-petitiva, que pode enganar num pri-meiro momento. Primeiro é necessá-

rio poder figurar para depois chegar à abstra-ção. Colorir de qualquer jeito pode parecerlindo à vista, mas não há uma construção in-telectual artística, uma criação.

QUE TÉCNICAS A SENHORA UTILIZAVA NES-SE TRABALHO E RECOMENDA?

Recomendo marionetes, massas de mo-delar, materiais plásticos diversos e resinas,entre outros. Não nos interessa tanto o objetofinal, mas o processo. O profissional propõe omaterial e dá à atividade um caráter sério, detrabalho e reflexão. Deve depois justificar oque está sendo feito do ponto de vista plásti-co e detectar os obstáculos dos alunos pararealizar o que querem – e aí há uma inter-venção terapêutica. Observa as reações,como eles se acomodam aos erros. Não háerros em arte, mas rodeios e arrependimen-tos. Em arte é mais fácil haver o aprendizadoporque não existe erro. Em matemática émais difícil porque sempre temos de chegar aum resultado. Na pintura há muitos cami-nhos, cada movimento dá lugar a diversaspossibilidades.

OS PARTICIPANTES SÃO INFORMADOS SO-BRE O PROCESSO E A RELAÇÃO COM SUASDIFICULDADES?

As crianças compreendem mais deforma intuitiva. Os adolescentes são osque mais se beneficiam. Os adultos têm

estereotipadas as suas formas represen-tativas. Há mais dificuldade para se libe-rarem. Crêem que não têm posições eque necessitam de posições especiaispara fazer o trabalho. Pensam que nãotêm facilidade. Em geriatria, é um traba-lho que abre possibilidades.

COMO ESTÁ A PSICOPEDAGOGIA NAEUROPA?

As crianças freqüentam a escola demanhã e de tarde. É difícil tratá-las.

Quando há necessidade de atenção, a es-cola dá licença para os casos mais suscetí-veis de ter benefícios. Como a Previdência

Social cobre os custos, há o comprome-timento dos profissionais de alcançarsucesso. Eles entendem bem de Fono-audiologia e de Psicologia. A Previdênciapaga o diagnóstico e uma sessão de Psi-cologia a cada 15 dias e cobre o trata-mento fonoaudiológico. Por isso, convémque os profissionais se chamem de fo-noaudiólogos. Mas a preparação é prati-camente de psicopedagogos.

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005 25

“”

A ignorância tem umsentido positivo porqueé o que constitui o serhumano. Para aprenderdeve-se ter a dimensãodo que não se sabe. A

ignorância é o que permiteaprender. A consciênciade ser ignorante permiteindagar e comunicar-se

com os outros. Ninguémpergunta o que sabe.

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UNIVERSIDADE ABERTA

Cursos de informática que custariamaté R$ 1 mil por apenas R$ 30 ou R$50. O que parece impossível faz parte

do programa Lace Capacita, promovido peloLaboratório de Informática (Lace) da Faculda-de de Administração, Contabilidade e Econo-mia (Face) da PUCRS.

Desde o segundo semestre de 2003, o La-boratório já realizou cursos para mais de 400pessoas. No início eram apenas voltados paraalunos da Faculdade, depois foram abertospara a participação do público em geral. Asmotivações para a criação do programa, se-gundo a coordenadora do Lace, professoraEdimara Luciano, surgiram de observações:“Percebemos que nem todo aluno da Univer-sidade tem condições financeiras de bancaresse tipo de curso, então resolvemos promo-ver aulas com preço mais acessível. Tambémestamos maximizando o uso de recursos jáexistentes aqui, ou seja, os computadores eos softwares, que não eram utilizados aos sá-bados pela manhã”, explica.

Dentre as aulas oferecidas estão as deGestão da Informação com Java, Gestão deProjetos com MS-Project, Gestão da Infor-mação com Access e Gestão de Recursos Fi-nanceiros com Excel. Os cursos variam e de-pendem de haver os softwares no laboratórioe de professores disponíveis. Geralmente sãoprogramas muito utilizados por alunos da Fa-culdade, mas que podem interessar a outrasáreas. Nesta última edição, foi ministrado in-clusive um curso de criação e formatação detextos com Word. “Achamos que saber lidar no

CURSOS DE INFORMÁTICAa preços acessíveis

Word era algo muito básico, mas muita genteestava pedindo, então criamos o curso”, ob-serva a coordenadora do Lace.

As turmas são formadas, em média, por30 pessoas. Também estão incluídos no preçoapostilas e lanche. Os instrutores são profes-sores da Face, alunos e ex-alunos da Facul-dade, que recebem um valor simbólico paraatuarem. “Quem vem é pela satisfação de daraula”, afirma Edimara.

Entre eles está o professor AlessandroNunes de Souza, que lecionou quatro cursosdo Lace Capacita. Para ele, o programa re-presenta um momento de troca de conheci-mento. “Acredito que o maior mérito para umprofessor é ver o conteúdo de sua disciplinaser aplicado na prática por seus alunos. Ficomuito orgulhoso desse retorno”, conta o do-cente, lembrando de casos de alunos que pu-deram aplicar o que aprenderam ali em suasempresas, com sucesso.

O estudante Márcio Hunecke cursa o últi-mo semestre de Administração de Empresascom ênfase em Análise de Sistemas e sempregostou de participar de projetos voluntáriosnessa área. Ele ministrou aulas do programadurante duas edições. “Com esses treina-mentos me obriguei a estudar bastante parame especializar. Mas o que mais me leva acolaborar é a possibilidade de ajudar outraspessoas. Pretendo continuar lecionando, porisso quero iniciar o mestrado no próximo se-mestre. O retorno dos alunos e até de algunsprofessores foi muito mais importante do queo valor recebido pelas aulas”, conta Márcio.

Os estudantes e os professores que le-cionam no programa recebem, ao final, umcertificado da Pró-Reitoria de Extensão comoinstrutores. Para os alunos da Face que fa-zem o curso, ele conta como atividade com-plementar, além de também receberem umcertificado.

Pessoas de fora também podem partici-par. Karine de Carvalho Longhi, uma das só-cias de uma empresa de consultoria, ficousabendo do curso de MS-Project por umaestagiária que estuda na PUCRS. “O valor dopreço foi decisivo, de outra maneira não tería-mos condições. Com isso eu e alguns esta-giários pudemos fazer o curso e gostamosmuito. As instalações e os equipamentostambém são muito bons. Se houver um cur-so avançado de Project vou fazer”, conta Ka-rine, que se graduou na Universidade em Ad-ministração de Empresas.

As aulas ocorrem sempre aos sábadospela manhã, das 8h às 12h. Nas últimassemanas de julho, período de férias da Uni-versidade, pretendem promover cursos à noi-te. No verão deste ano, as aulas realizadastiveram grande êxito, estando sempre su-perlotadas.

“Tentamos manter um padrão de quali-dade. Preço baixo não quer dizer curso ruim.Cada aluno tem um computador à sua dis-posição, porque quem não exercita nãoaprende. O retorno tem sido muito bom, opessoal valoriza bastante e os alunos daquitêm outra visão do nosso laboratório”, afir-ma a coordenadora.

Laboratório de Informática da Faculdade de Administração Treinados: Karine (dir.) e os colegas

ENTRE EMCONTATO

COM O LACE

• Laboratório deInformática – Lace

• Prédio 50 – 9º andar• (51) 3320-3500, r. 4082• [email protected]• Inscrições:

Pró-Reitoria deExtensão, sala 201do prédio 40 doCampus Central

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005 27

GENTE

As alunas de pós-graduação strictosensu da PUCRS Bianca Brigidi, Ma-ria Lúcia Antunes e Fabiane Santos

têm em comum o fato de se dedicar integral-mente às suas pesquisas com isenção nasmensalidades e auxílio financeiro para a sub-sistência. O resultado já aparece: trilham ocaminho que escolheram e se qualificamcomo profissionais. Integradas a grupos depesquisa, trocam idéias com orientadores ecolegas e incentivam alunos de graduação ase envolverem com projetos.

As bolsas de pós-graduação são destina-das a cursos recomendados pela Coordena-ção de Aperfeiçoamento de Pessoal de NívelSuperior (Capes). Os programas formam co-missões para a seleção dos candidatos comrepresentantes de docentes, discentes e o co-ordenador. Os critérios dependem de cadacurso. A maioria observa a classificação obti-da na prova de ingresso. Também são levadosem conta a condição socioeconômica do can-didato e o fato de não ter vínculo empregatí-cio. As indicações de alunos ocorrem geral-mente em março e setembro.

No caso da Capes, a PUCRS recebe umacota anual e repassa aos coordenadores dosprogramas de pós-graduação. A Universidadetem como critérios de distribuição: manutençãode bolsas em andamento de cada programa,cursos que melhoraram o desempenho na últi-ma avaliação da Capes, os que têm menor nú-mero e os novos recomendados pela agência.As bolsas podem ser integrais ou flexibilizadas.No primeiro caso, exige-se dedicação exclusivae, no segundo, o aluno não recebe o auxílio fi-nanceiro, mas é isento das taxas. Pode traba-lhar se conseguir dedicar tempo para o estudo.

O Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientífico e Tecnológico (CNPq) destina asbolsas diretamente aos coordenadores dosprogramas de pós-graduação. Exige dedica-ção exclusiva, sem a possibilidade de con-cessão de meia-bolsa. Além do auxílio finan-ceiro, os alunos de doutorado recebem umataxa de bancada para despesas da pesquisa.Cursos recomendados pela Capes, mas aindasem bolsas contam com a Fundação de Am-paro à Pesquisa do RS (Fapergs).

Outra forma de financiar a pós-graduaçãoé integrar projetos de pesquisa. “Os alunosdevem estar atentos porque surgem muitasoportunidades”, destaca a coordenadora dePesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Clarissa Bellarmino. A aluna dodoutorado em Zoologia Maria Lúcia, 36 anos(foto acima), por exemplo, por pouco não de-sistiu do curso porque faltavam meses para anova seleção de bolsas. Mas o orientador Nel-son Fontoura, do Laboratório de Dinâmica Po-pulacional Aplicada a Ecossistemas Aquáti-cos, alertou-a que o seu projeto poderia con-correr a um edital do CNPq relativo à susten-tabilidade ambiental. Conseguiu a bolsa e es-tuda a ecologia dos camarões no Parque Na-cional da Lagoa do Peixe.

Há ainda as bolsas oferecidas por parceirosda PUCRS via Agência de Gestão Tecnológica(AGT). Segundo a AGT, 94 alunos de mestradosão financiados pelas empresas em que atuam.Professores de instituições públicas podem rea-lizar cursos na PUCRS com financiamentos ofe-recidos pela Capes. Os docentes da Universi-dade contam de 20% a 80% de desconto, con-forme a carga horária, e os funcionários, 80%,a partir de acordos com os sindicatos.

FABIANE preferesomente estudar

A psicóloga Fa-biane Santos, 32anos, recu-sou convi-tes paratrabalharpreferin-do dedi-car-se in-tegralmen-te à tese dedoutorado. Bol-sista do CNPq, inte-gra o Núcleo de Estudos ePesquisas em Saúde e Trabalho do Pro-grama de Pós-Graduação em ServiçoSocial. Estuda os modos de vida da po-pulação e o acesso a serviços de saú-de. Acredita que o psicólogo pode serprotagonista da elaboração de políticaspúblicas de assistência à saúde. Aoconcluir a tese, em 2006, Fabiane pre-tende ser professora e manter as ativi-dades de pesquisa e como voluntária.

BIANCA pesquisadesde a graduaçãoA aluna do mes-

trado em Histó-ria da PUCRSBianca Bri-gidi, 25anos, co-meçou apesquisardesde op r i m e i r oano da gra-duação e la-menta o fato de mui-tos colegas não aproveita-rem as oportunidades. A monografia eagora a dissertação de mestrado tratamdo tema conversão ao catolicismo dascrianças guarani na Coleção De Angelis.Teve meia-bolsa da Capes por um se-mestre e depois passou para a bolsa in-tegral do CNPq. Está na fase final dadissertação, que deverá defender em ja-neiro de 2006, e já procura informaçõespara fazer doutorado no exterior.

BOLSAS DE PÓSincentivam a qualificaçãoBOLSAS DE PÓS

incentivam a qualificação

BOLSAS CONCEDIDAS À PUCRSÓrgão Mestrado DoutoradofinanciadorCapes 55 integrais 27 integrais

e 326 e 148flexibilizadas flexibilizadas

CNPq 117 72

VALOR DA BOLSA INTEGRALMestrado: R$ 855 Doutorado: R$ 1.267

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ALUNOS DA PUCRS

As equipes de futsal e basquetebolmasculino da Universidade conquis-taram o primeiro lugar no 26º Jogos

Universitários Gaúchos 2005 (JUGs). Com avitória, a Universidade representou o RioGrande do Sul nos Jogos Universitários Brasi-leiros, realizados de 16 a 26 de junho, em Re-cife.

O time de futsal, composto por acadêmi-cos de diversas Faculdades, venceu de for-ma invicta todos os jogos dos quais partici-pou. Na final, a PUCRS fez 6 X 1 na Ulbra.Segundo o técnico, professor Rogério Voser,os atletas estão de parabéns pelo profissio-nalismo e dedicação durante os jogos. O pre-parador físico, ROZÉLIO DA SILVA, e o degoleiros, VITOR COSTA, são alunos da Fa-culdade de Educação Física e Ciências doDesporto (Fefid).

Sob o comando do docente Roberto Mes-quita, o grupo de basquetebol derrotou a Uni-sinos numa final de grande emoção, em vir-tude de os jogos terem sido realizados naUniversidade. Participaram da competição oIPA, UCS, UPF e Facos e Feevale.

Os jogos contaram, ainda, com a presen-ça das equipes de voleibol masculino e femi-nino. O futsal feminino, conduzido pelos uni-versitários RAFAEL SILVA, RAFAEL DI LEO-NE e ALEXANDRE TEIXEIRA, com a supervi-são de Voser, obteve bons resultados. Asequipes tiveram o apoio da Fefid, curso de Fi-sioterapia e Pró-Reitoria de Extensão.

Basquetee futsal

são destaquesno 26º JUGs

As equipes vencedoras

Ex-aluno desenvolveTALENTO EMPREENDEDOR

Os desafios profissionais sempre fas-cinaram RODRIGO MIRANDA, ex-

aluno do curso de Administração deEmpresas (1997) e especialista em marke-ting (1999) pela PUCRS. A vontade de ter opróprio negócio também o fez usar os conheci-mentos adquiridos em outras organizações

para criar a sua própria em-presa, a Vininha – do ramode fast-food, com sedeem Curitiba, que produzminiambúrgueres, minica-

chorros-quentes e pãezi-nhos recheados com cala-

bresa e chedar.A busca por apri-

moramento constanteé uma das caracterís-ticas do jovem empre-sário. Quando aindaestava na Faculdade

trabalhou em várias empresas, algumas degrande porte. Atuou na área de recursoshumanos, integrou um programa de traineee desenvolveu atividades na área de pla-nejamento e marketing. Ter realizado tare-fas que englobavam desde a concepção àestruturação das organizações ajudou-o aconhecer as melhores formas de gestãopara sua firma. “Um negócio pequeno deveser pensado com o objetivo de tornar-segrande no futuro”, assegura.

Nas palestras que ministra sobre em-preendedorismo, Miranda apresenta aspercepções, dificuldades e soluções imple-mentadas que fazem a diferença para aconsolidação de um estabelecimento co-mercial. “Quem escolhe ser empreendedornão pode abater-se com as oscilações diá-rias. Ter relacionamento com o mercado econtato com outras organizações do ramoajuda a abrir portas”, afirma.

tingue-se pela versatilidade. Renata é au-

tora, atriz principal e atua na assessoria

de imprensa com Alessandro, também

responsável pela produção, cenário e pro-

jeto gráfico além de interpretar sete perso-

nagens. Juliane acompanha o ritmo dos

colegas, atuando em quatro papéis.Apesar de a paixão dos estudantes

pela arte de representar ter surgido antes

de ingressarem na Universidade, Alessan-

dro destaca que muitos aprendizados ad-quiridos na Facul-dade foram apro-veitados na pro-dução da peça:“Utilizei técnicasde relações públi-cas para realizarpesquisas e tabu-lação de público eprocurei formasde administrar odinheiro com eco-nomia”, diz.

COMÉDIA é encenadapor acadêmicos

Mantendo a linha de comédia deestereótipos do grupo teatral

Tem Inço na Coxia, os aca-

dêmicos JULIANE BITENCOURT (Pedago-

gia), JOSÉ ALESSANDRO (Relações Pú-

blicas) e RENATA PEPPL (Jornalismo),

estrelaram o espetáculo Casadíssima. A

montagem, que apresenta a mesma pro-

tagonista de Solteiríssima, traz novamen-

te aos palcos Suzana – uma mulher per-

to dos 30 anos e um pouco desastrada

nas questões amoro-sas. As situações cô-micas existentes navida de casada da per-sonagem, desde a fes-ta de casamento, ce-nas de ciúme, filhos,viagens e festas de fa-mília caracterizam oespetáculo, dirigido porTiago Melo.

A atuação dos es-tudantes no palco dis- Atuação versátil no palco

Foto: Divulgação

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Foto: Elias Eberhardt

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Carentes têm aulas dePORTUGUÊS E MATEMÁTICA

Com a finalidade de incluir jovens emdesvantagem social no mercado detrabalho, alunos das Faculdades

de Letras e Matemática participam doprojeto Adolescente Aprendiz, no qual mi-nistram aulas para adolescentes da Capi-tal selecionados como participantes doprograma. Cursar o ensino regular e terrenda familiar, por pessoa, de meio saláriomínimo, estão entre requisitos para a es-colha dos jovens que trabalham durante 24meses, ou até completarem 18 anos, comoprestadores de serviço na Caixa EconômicaFederal. A atividade ocorre aos sábados pelamanhã na Pequena Casa da Criança, locali-zada na Vila Maria Degolada, em Porto Ale-gre. As professoras Jocelyne Bocchese eMonica dos Santos orientam os acadêmicos.

Os estudantes do curso de Matemáticafizeram uma sondagem para ver em qualsérie a maioria dos jovens estava. A partirdesse levantamento decidiram os assun-tos abordados. Foram utilizados materiaisconcretos, oficinas e resolução de proble-mas para ensinar alguns tópicos de geome-tria plana, espacial, trigonometria e matemá-tica financeira.

No módulo ministrado pela Letras ex-plorou-se a produção oral e escrita dosadolescentes com idade entre 15 e 17 anos.Muitos dos textos feitos pelos alunos repe-tiam trechos de músicas. Um dos objetivosdo trabalho foi mostrar que eles podemcriar. “Trabalhamos a descoberta de cadaum pela leitura e escrita”, destaca PAULAMÜHLE, do 7 º semestre de Letras.

TURISMO E RRPPapresentam trabalhos

Os trabalhos desenvolvidos durante o se-mestre pelos alunos dos cursos de Re-

lações Públicas e Turismo da Faculdade deComunicação Social foram expostos, com no-vidades, no mês de junho, respectivamentenos eventos 24ª Mostra de Talentos em RRPPe Turismo Faz. Na primeira, além da apresen-tação dos projetos experimentais dos acadê-micos – entre eles um guia prático de forma-turas e uma farmácia de manipulação – amostra inovou ao trazer um grupo de ex-alu-nos do curso que hoje têm seu próprio negócio.Já o Turismo Faz surpreendeu os visitantes aocolocar como foco da exposição o ambientenatural do cenário turístico, contemplando oitodisciplinas. O evento caracteriza-se por serum workshop sobre os estados brasileiros,apresentado pelos alunos, onde a cultura,música e degustação de pratos típicos rece-bem destaque. A mostra foi organizada pelosestudantes da disciplina de Estudos dos Meiose Ações Aproximativas. Os professores Marce-lo Azambuja e Diney Adriana foram respon-sáveis pela coordenação do Turismo Faz.

ARQUITETAé finalista em prêmio

FERNANDA KIONKA, ex-aluna da Faculda-de de Arquitetura e Urbanismo, está en-

tre as 25 finalistas do Prêmio Ópera Prima2005, promovido pelo Instituto de Arquitetosdo Brasil (IAB), Revista Projeto Design eBraskem. O destaque destina-se aos melho-res trabalhos finais de graduação produzidosno Brasil e objetiva estimular a produção aca-dêmica nos cursos de Arquitetura e Urbanis-mo. Foram encaminhados para julgamentoaproximadamente 400 trabalhos. A divulga-ção dos vencedores será realizada em SãoPaulo, no dia 2 de agosto.

Estande de SC no Turismo Faz

Acadêmicos visitam penitenciáriaAlunos da Faculdade de Direito dos

campi Central e Zona Norte visitaram

as Penitenciárias de Alta Segurança de

Charqueadas, Estadual do Jacuí e o Presí-

dio Central, acompanhados pelas professo-

ras Fernanda de Cristo e Telma Favaretto. A

iniciativa oportunizou aos estudantes co-

nhecer a realidade dos apenados do Rio

Grande do Sul. Participaram acadêmicos

das disciplinas de Processo Penal I e II. Em

Charqueadas, conhecerem as celas, a gale-

ria do castigo, o local onde ficam os crimino-

sos que não podem conviver com os demais,

a exemplo dos estupradores, além das áreas

destinadas à ressocialização dos presos.

O alunoALESSANDROKRALIK, do 8ºsemestre, ob-servou na vi-sita que o tra-balho dos in-

fratores na penitenciária sofre com a falta

de estímulo. “As salas de aula não têm ca-

deiras nem professores e os espaços para

atividades laborativas não funcionam por

falta de acompanhamento efetivo”, desta-

ca. “A maioria dos presos passam o dia in-

teiro sem ocupação, isso dá chance para

que eles pensem em mais crimes”, acredi-

ta sua colega, MIRELA CARVALHO.

A atividade oportunizou a reflexão so-

bre a finalidade da pena. “A prisão deveria

ajudar a socializar homens que viveram

suas vidas inteiras à margem da socieda-

de. Na educação temos ‘armas e remé-

dios’ muito mais fortes e eficazes do quepistolas, cassetetesou grades”, assegu-ra Kralik.

Grupo queconheceuos presídios

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ALUNOS DA PUCRS

Destaques do Salão da PUCRSA5ª edição do Salão de Iniciação Cien-

tífica da PUCRS, realizado em outu-bro, contou com a participação de

709 estudos de 2.943 alunos de graduação dediversas instituições de ensino superior doPaís. O evento destacou 21 pesquisas, entreas quais 14 da Universidade. Nesta edição, arevista PUCRS Informação apresenta maistrês desses trabalhos.

Competição leva alunos a OXFORD

KARLO TINOCO (na foto, à esq.) eGUSTAVO CORREA, alunos do Di-reito, participaram da Competição

Internacional de Propriedade Intelectualrealizada na Universidade de Oxford, In-glaterra. O International Intellectual Pro-perty Moot reuniu 22 instituições de ensi-no superior do Reino Unido e do Brasil. APUCRS e a USP representaram o País nadisputa. Os acadêmicos, orientados pelaprofessora e doutoranda em PropriedadeIntelectual Helenara Avancini, tiveram o

seu desempenho elogiado pelos organiza-dores do evento. Tinoco foi agraciado commenção honrosa.

Os estudantes participaram de deba-tes e redigiram memoriais sobre o direitode propriedade intelectual. Por intermédiodos princípios gerais do Direito, a exemploda boa fé, eles realizaram argumentaçõessobre o tema escolhido para a disputa –direito de imagem e autoral. A explanaçãofoi dirigida a advogados e juízes da Su-prema Corte Inglesa.

Morte celular e suarelação com a sepse

A estudante RAFAELA MOURA, do 7ºsemestre de Farmácia, foi destaque no5º Salão de Iniciação Científica com otrabalho Apoptose de neutrófilos na sep-se e na síndrome da angústia respirató-ria aguda secundária à sepse. A pesqui-sa contou com a participação de um gru-po de alunos orientados por Léa Fialkow,professora da UFRGS e integrante doServiço de Medicina Intensiva do Hospi-tal de Clínicas de Porto Alegre. A acadê-mica analisou a apoptose (morte celularprogramada) dos neutrófilos (células queagem para a defesa do organismo) e suarelação com a sepse (infecção generali-zada) e a Síndrome da Angústia Respira-tória Aguda (Sara). “Quando o foco infec-cioso é muito grande a sobrevida dessascélulas aumenta, sendo liberada maiorquantidade de toxinas para o combate dadoença. Na Sara, o excesso dessassubstâncias pode ocasionar lesões notecido pulmonar”, explica Rafaela. Nofuturo, a aluna pretende realizar pesqui-sas para desenvolver fármacos queamenizem esses problemas.

Leitura das criançasé analisada

EDUARDO FELTES, da Engenha-ria Mecatrônica ,destacou-se no5º Salão deIn ic iaçãoCientíficacom pes-quisa naárea dalingüística.Invest igou,sob a orientaçãoda professora da Fa-culdade de Letras Vera Pereira, as for-mas utilizadas pelos alunos de 3ª e 4ªsérie do Ensino Fundamental de pre-ver um texto durante a leitura. Feltestambém relacionou esses proce-dimentos com os escores decompreensão da leitura eprodução escrita dos jo-vens. As atividades foramdesenvolvidas através dosoftware MacromediaFlash MX. A garotada deviapreencher lacunas nas poesi-as de autores famosos, cujos tex-tos eram de fácil compreensão. Dessaforma, analisou como se dá a leiturado público-alvo. O projeto ainda estáem andamento. Integram a equipe depesquisa universitários da Letras, In-formática e Engenharia, auxiliados porprofessores de diversas áreas, aexemplo do Direito e da Letras.

Genética é relacionadaà trombose venosaMARINA JAHNS, recém formada em

Farmácia, recebeu destaque no 5º Salão deIniciação Científica. A acadêmica pesquisouse o genótipo DD estaria relacionado com o

aumento da trombose venosa – quandohá desenvolvimento de um coágulo den-tro de um vaso sanguíneo venoso, cau-sando reação inflamatória. Recentespesquisas têm estudado o genótipo

como fator de risco na doença. Supõe-seque ele esteja relacionado com a inibiçãodo sistema fibrinolítico, cuja função é des-fazer os coágulos mantendo contínuo o fluxode sangue. No entanto, os resultados dapesquisa da estudante sugerem que a pre-missa levantada por ela – na qual a pre-

sença do genótipo estaria asso-ciada à dificuldade de elimi-

nar o coágulo – mostrou-se inversa. “A maioriados pacientes com aenfermidade não tinhao genótipo DD, mais en-contrado em pessoas

sem trombose. Aindanão há explicações claras

para esses achados. Mais es-tudos devem ser realizados para

confirmar esses resultados”, explica Mari-na. Participaram da pesquisa 156 pessoas,metade procedente dos ambulatórios detrombose, cirurgia cardiovascular e da Uni-dade de Tratamento Coronariano do Hospi-tal São Lucas e o restante composto porpessoas sem o histórico da doença.

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Estudantes premiadas pelaSociedade de PsicologiaC AROLINA BARBOZA e ADRIANA

GOBBI, do curso de Psicologia, rece-beram o 1º e o 2º lugar, respectiva-

mente, no 12º Prêmio Estudante da Sociedadede Psicologia do RS. As acadêmicas ganha-ram R$ 200 em livros, além da publicação doartigo na revista da Sociedade, que circula emjulho. Participaram do concurso 13 trabalhos,sendo a maioria dos inscritos provenientes daPUCRS.

O estudo realizado por Carolina versousobre as Concepções de gênero na infância.O objetivo é entender a visão que as crianças,entre cinco e sete anos, têm sobre o seu sexo.Verificou-se, ainda, as características atri-buídas por elas a cada gênero. Com isso foipossível perceber o desenvolvimento do auto-conceito dos pequenos. Utilizou-se para a co-leta de dados brinquedos, produção de dese-nhos e entrevistas semi-abertas.

Adriana fundamentou sua pesquisa napergunta De quê padece o ser humano naatualidade? Buscou compreender as apresen-

ACADÊMICAS DEADMINISTRAÇÃO

conquistamprêmio nacional

Aequipe de acadêmicas KARINEMARTINEZ, MARNI ROSA, RO-

ZANA SCHMITT e VIVIAN BRAZIL, daFaculdade de Administração doCampus Uruguaiana, ficou entre assete vencedoras do Prêmio da Fede-ração Nacional dos Estudantes deAdministração. A distinção incentivaos alunos da área a voltarem-se paraas questões sociais. Os agraciadosganham uma capacitação ondeaprendem as melhores formas de im-plementar, captar recursos e conquis-tar parceiros para suas idéias.

O projeto das estudantes foi de-senvolvido no Centro de Atenção àCriança e ao Adolescente de Uru-guaiana. A entidade abriga jovens emsituação de risco entre zero e 17anos. Elas trabalharam com a partede lazer e recreação para esse públi-co, trazendo voluntários e profissio-nais nas áreas de Educação Física ePedagogia ao local. As universitáriasconseguiram parceria com a Prefeitu-ra para que, nos finais de semana, osmonitores da entidade participem deoficinas com psicólogos. “Os funcio-nários são selecionados através deconcurso público. Muitos não têm ca-pacitação para atuarem com essascrianças”, salienta Vivian. Em setem-bro, as alunas darão início à segundaetapa do treinamento em Minas Ge-rais. A primeira viagem contou com oapoio de empresas sediadas em Uru-guaiana, Conselho Regional de Admi-nistração e Campus Uruguaiana.

Alunas trabalharam para jovenstações de determinadas doenças psíquicasnos dias atuais, tendo como pano de fundo ocenário cultural do final do século 20 e iníciodo 21. Mostrar como a psicanálise pode darconta de doenças como síndrome do pânico,hiperatividade e algumas formas de depres-são estiveram entre os objetivos da acadêmi-ca. As revistas estarão disponíveis na sede daSociedade (Rua Filipe Neri 414, 2º andar, emPorto Alegre).

Pastoral Café faz sucesso

Lugar aconchegantepara conversar, fa-zer amigos e cantar

no videokê num clima demuita descontração. Assimpode ser definido o PastoralCafé, criado por iniciativados agentes multiplicado-res da PUCRS. O espaço,que funciona todas as ter-ças-feiras, das 17h30minàs 21h30min, na sala 104do Centro de Pastoral (pré-dio 17), também oferecesucos e guloseimas. O objetivo é propor-cionar a troca de experiências entre estu-dantes, funcionários e professores dasmais diversas áreas da Universidade.

Desde que soube dos encontros, BER-NARDO PACHECO, do 4º semestre de Le-tras, deixou de comparecer apenas umavez. “É muito interessante. Oportuniza atroca de experiências, reunindo pessoas

de todos os cursos”, destaca. FELIPEMARCON, do 1º nível da História, obser-va: “No início da Faculdade todos estãolimitados a sua turma. Aqui posso ver ou-tras pessoas, cantar, rir”. Segundo a alu-na e agente multiplicadora CRISTIANIFERNANDES, do curso de Letras, a con-fraternização possibilita sair da parte téc-nica e ir para a humana.

Espaço aberto para a descontração

Adriana (esq.) e Carolina

Foto: Divulgação

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LANÇAMENTOS DA EDIPUCRS

32 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005

FILOSOFIA MEDIEVAL – TEXTOSLuis Alberto De Boni

431 – Coleção Filosofia 110Com o objetivo de possibilitar aos alunoso contato direto com alguns dos princi-pais pensadores medievais, o autorapresenta a tradução de importantes tex-tos, como os de Scotus Eriúgena, PedroAbelardo, João de Salsbury e Boécio deDácia, entre outros. Cada texto vem acom-panhado de uma pequena biografia, com aindicação de referências bibliográficas.

DO JUÍZO TELEOLÓGICO COMOPROPEDÊUTICA À TEOLOGIA

MORAL EM KANTCarlos Adriano Ferraz

157p. – Coleção Filosofia 190Resultado da tese de doutorado defendi-da pelo autor no Programa de Pós-Gra-duação em Filosofia da PUCRS, aborda opensamento do filósofo Immanuel Kant(1724-1804), um dos maiores expoen-tes da História da Filosofia. Trata de umdos assuntos mais controversos naKant-Forschung: o papel do juízo teleo-lógico na totalidade do sistema kantia-no, mais precisamente ao que Kant de-nomina de “teologia moral”.

CULTURA MIDIÁTICA ETECNOLOGIAS DO IMAGINÁRIO –

METODOLOGIAS E PESQUISASAna Carolina Escosteguy (org.)

214p. – Coleção Comunicação 33

A obra reúne contribuições que configuram a ex-

periência sacramentada do corpo docente do Pro-

grama de Pós-Graduação em Comunicação Social

da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS.

Registra, também, relatos que expressam o pro-

cesso formativo de graduandos, mestrandos e

doutorandos em comunicação. Todos os textos re-

velam uma preocupação metodológica no trato

dos fenômenos cada vez mais complexos que en-

volvem os sistemas de comunicação.

RESSIGNIFICANDO A PRÁTICADO ENSINO DE LÍNGUAS:

A VALORIZAÇÃO DA DOCÊNCIAJussara Ferreira Binz

Jocelyne da Cunha Bocchese (orgs.)147p.

A publicação tem por objetivo contribuirpara a reflexão sobre o significado da do-cência, num momento em que a própriaidentidade profissional do professor vemsendo questionada. Os textos buscamoportunizar a atualização de todos os edu-cadores comprometidos com o alargamen-to da compreensão necessária para o en-frentamento dos muitos desafios impos-tos ao seu fazer docente e à sua valoriza-ção profissional.

DEMOCRACIA DE MASSAS:JORNALISMO E CIDADANIA

ESTUDO SOBRE AS SOCIEDADES

CONTEMPORÂNEAS E O DIREITO DOSCIDADÃOS À INFORMAÇÃO

Victor Gentilli180p. – Coleção Comunicação 32

Dimensionar os limites e as possibilidades da pro-

dução jornalística nas sociedades de massas con-

temporâneas. O horizonte geral da reflexão é bas-

tante claro: pensar a informação (jornalística) na

perspectiva da cidadania. Assim, procura produzir

uma articulação teórica entre sociedade de mas-

sas, democracia, direito à informação e jornalismo.

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MERCADO DE TRABALHO

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005 33

PRODUÇÃO AUDIOVISUAL – CINEMA E VÍDEOO fascínio do cinema atrai os jovensApossibilidade de dirigir filmes de

ficção ou documentários e podermexer com o imaginário das pes-

soas transpondo-as, muitas vezes, paraoutra realidade, são alguns dos motivos queatraem os jovens à carreira de cineasta. Noentanto, o caminho para ser um diretor ouprodutor de sucesso é longo. “Quem optapela profissão não pode escolher muito,precisa fazer o que aparece e mostrar com-petência”, alerta Carlos Gerbase, coordena-dor do curso Tecnológico em Produção Audio-visual – Cinema e Vídeo da PUCRS e rotei-rista e diretor de obras como Verdes Anos,Tolerância, Memorial de Maria Moura, En-graçadinha e Comédias da Vida Privada.

Ter boa formação cultural, além de for-te apelo para as artes, é necessário aosinteressados em seguir a carreira. Gostarde trabalhar em grupo, escrever e fotogra-far são algumas características presentesem quem escolhe atuar na área.

O mercado de trabalho está em expan-são em todo o mundo. O Rio Grande do Sulé hoje o terceiro pólo de produção audiovi-sual do Brasil. Filmes, vídeos e programasde TV produzidos no Estado conquistaram,nos últimos anos, o respeito da crítica, es-paço no mercado nacional e reconhecimen-to de outros países.

Levantamentos realizados pela Funda-ção Cinema RS (Fundacine), em 2001, con-firmam a tendência de crescimento do se-tor. O estudo estimou que a produção depelículas gaúchas pode registrar aumentode 300% até 2006.

As conclusões das repercussões eco-nômicas do Prêmio RGE – Governo do Es-tado de Cinema, apresentado durante o Fó-rum Internacional de Economia da Cultura,realizado na PUCRS, em maio de 2003,mostrou que cada real investido pela Lei deIncentivos à Cultura em filmes produzidosno Rio Grande do Sul gera, em média, R$ 4.Este fato multiplicou em 1,47% o cresci-mento do PIB gaúcho.

Para suprir essa demanda, os cursosuniversitários apresentam um panoramaamplo do campo de atuação. Além dos deficção e documentários (curta, média e lon-ga-metragem), o mercado volta-se para osvídeos institucionais de empresas, publici-

dade e internet. Segundo Gerbase, o em-preendedorismo também encontra-se entreas possibilidades. “Os acadêmicos podemabrir pequenas produtoras com base nosaprendizados conquistados na Faculdade”,destaca o coordenador.

É fundamental conhecer um pouco detodas as funções existentes na elaboraçãode um filme, como a de roteirista, fotógrafo,figurinista, montador, diretor, assistente dedireção e produção e editor de som. “Cadaaluno encontra, dependendo dos seus gos-tos e talentos específicos, uma área deatuação no vasto campo do audiovisual”,acredita Gerbase.

O contrato de trabalho determina a re-muneração. Os valores no Rio Grande doSul têm como referência os de São Paulo edo Rio de Janeiro. De acordo com o Sindi-cato Interestadual dos Trabalhadores naIndústria Cinematográfica e do Audiovisual,o roteirista ganha, por obra, R$ 8.656. Osdiretores de produção, fotografia e arte e omontador recebem, por semana, R$ 1.256.

O curso Tecnológico em Produção Audio-visual – Cinema e Vídeo, da Faculdade deComunicação Social, tem duração de doisanos e meio. Criado em março de 2004,objetiva suprir a carência de profissionaisno setor e proporcionar habilitação técnicae narrativa aos acadêmicos. “Antigamente,quem tinha vontade de ser cineasta fazia ocurso de comunicação social e depois es-pecializava-se na área”, lembra Gerbase.

ONDE CURSARFaculdade de Comunicação Social –Campus Central – Av. Ipiranga,6681, prédio 7. Informações: (51)3320-3569, [email protected] ouwww.pucrs.br/famecos.

Poder realizar projetos específicos,desde os primeiros semestres, é uma dascaracterísticas do curso. Os alunos fazem,no mínimo, sete trabalhos. No primeiro ní-vel são realizados dois filmes em 16mm deaproximadamente um minuto. No segundo,utiliza-se o vídeo digital para documentá-rios e outros projetos.

O curso também enfatiza a parte teóri-ca. Conhecer o trabalho de grandes cineas-tas e roteiristas como Stanley Kubrick, Glau-ber Rocha e Woody Allen faz parte do currí-culo. Na disciplina de Análise Fílmica, a es-tética e a arte do cinema tornam-se tema dereflexão e discussão entre os alunos.

O corpo docente conta com especialis-tas em cinema e audiovisual, entre os quaisGlênio Povoas (pesquisador e roteirista emPassageiros, no longa Benjamim e na mi-nissérie Memorial de Maria Moura) e JoãoGuilherme Barone (presidente do conselhocurador da Fundacine, como representanteda PUCRS, roteirista e diretor em vários epi-sódios de Na Trilha dos Farrapos, A Ferro eFogo e Histórias Extraordinárias).

Foto: Carlos Gerbase

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AÇÃO COMUNITÁRIA

34 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005

Alunos da PSICOPEDAGOGIAvivenciam a profissão

Buscar o equilíbrio entre a teoria e aprática é uma preocupação constanteno curso de graduação em Psicopeda-

gogia Clínica e Institucional da Faculdade deEducação. Desde os primeiros semestres, osalunos mantêm contato com a realidade e osdesafios da futura profissão.

As práticas fazem parte do currículo docurso, cuja duração é de quatro anos. No ter-ceiro e no quarto semestre os alu-nos entram em ação, elaborandoum pequeno projeto de intervençãoem estabelecimentos como esco-las da rede municipal, estadual eparticular, ONGs e hospitais. Empequenos grupos, visitam institui-ções onde existem crianças e ado-lescentes.

Buscam conhecer o espaço, aspessoas, suas necessidades epermitir que elas os conheçam. Aprofessora Maria Elly Genro acre-dita tratar-se de uma pesquisaparticipante. “Os alunos desenvol-vem um olhar sobre realidades,reconhecendo e compreendendo acultura da organização. Com suasvivências, nós, professores, apren-demos também”, observa. A pro-fessora Gilze Rodrigues acrescen-ta: “Nessa atividade os futurospsicopedagogos tornam-se inves-tigadores da sua própria prática”.

No quarto semestre iniciam-seas intervenções com pequenosgrupos ou turmas, de acordo comas necessidades observadas ante-riormente. São realizadas ativida-des como oficinas, reuniões comprofessores e trabalhos para aprevenção de dificuldade deaprendizagem.

Um exemplo é o projeto reali-zado no Núcleo de Atenção à Saúde da Crian-ça e do Adolescente (Nasca) num posto desaúde do bairro Restinga, Zona Sul de PortoAlegre. Um grupo de crianças entre oito e 13anos, com diferentes dificuldades de aprendi-zagem, encaminhadas pelas escolas, sãoatendidas. As estudantes de Psicopedagogiaatuam uma vez por semana criando ativida-des diferentes: jogos de futebol, para traba-

lhar questões como regras, atividade emequipe e habilidades motoras; trabalhos ma-nuais, como a confecção de objetos com su-cata, entre outras que desenvolvam capaci-dades e auto-estima. Conversas com os paistambém auxiliam.

Em alguns casos os estudantes percebemque o problema foi identificado de maneiraequivocada, por isso realizam trabalhos pre-

ventivos com a equipe do Nasca fazendo umatriagem mais precisa. Uma das integrantes dogrupo, Mariana Ramos, conta que a recepçãodas crianças é muito carinhosa. “Chegamossempre às 8h e elas estão nos esperando,vêm correndo ao nosso encontro. Até hojeninguém faltou”, comemora.

A estudante Mariana Marona destaca aimportância das aulas teóricas aliadas às

práticas: “Aprendemos coisas que nos lem-bram casos das crianças com as quais esta-mos trabalhando e isso nos ajuda muito”, ob-serva.

Durante o quinto e o sexto semestre ocor-rem as práticas clínicas, quando os atendi-mentos passam a ser individuais. Alunos ca-rentes com algum tipo de dificuldade de apren-dizagem são enviados pelas escolas e ava-

liados. Depois são encaminhadospara estudantes de Psicopedagogiaque trabalharão durante um anocom eles. Os atendimentos podemocorrer semanalmente na PUCRS,que conta com duas salas especiaiscom jogos, materiais e equipamen-tos ou na própria instituição.

Segundo a coordenadora docurso, professora Maria BeatrizRamos, a procura é tão grande queexiste uma lista de espera. “Foramatendidas mais de 100 crianças eadolescentes. Estamos abertospara a participação de instituiçõesinteressadas”, afirma.

Nos últimos semestres os es-tudantes fazem estágios, mas po-dem continuar como voluntáriosnos projetos nos quais atuavam,como é o caso de Juliana Garcia.No Hospital São Lucas, ela e ou-tras alunas do grupo promovemoficinas para os pais ou cuidado-res das crianças internadas, comode atividades físicas, informaçõessobre doenças e trabalham comcrianças também. O maior desa-fio é levar a realidade para o am-biente hospitalar, redescobrindo oprazer de estudar e auxiliando amanter o vínculo com a escola. Asatividades variam de jogos a visi-tas de jogadores de futebol e de

bichinhos exóticos.Lia Fernandes, uma das integrantes, ob-

serva: “Saímos de lá toda semana diferen-tes, tanto pessoalmente como profissional-mente. Aprendemos, mudamos e até reve-mos muitos valores”. Em janeiro de 2006haverá a formatura da primeira turma do cur-so de graduação em Psicopedagogia naPUCRS, primeira também no Brasil.

Oficinas para pais no Hospital São Lucas

Crianças entre 8 e 13 anos, da Restinga, são atendidas

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BASTIDORES

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005 35

CENTRO DE PRODUÇÃO MULTIMÍDIA:preparado para o futuro

Câmeras, estúdios, computadores deúltima geração, correria para editar asmatérias que vão ao ar, repórteres

chegando da rua e conferindo o material gra-vado, telefones ocupados, reuniões de pauta eidéias, muitas idéias. Uma equipe de dez es-tagiários do Centro de Produção Multimídia(CPM) da Faculdade de Comunicação Social(Famecos) vivencia o dia-a-dia dos profissio-nais das mídias eletrônicas. Os estudantes deJornalismo e de Publicidade e Propagandatêm a oportunidade de produzir, realizar e edi-tar seus trabalhos.

Criado em 2003, o CPM produz DVDs,CDs, páginas na internet, vídeos para o públi-co interno e externo da PUCRS e programasde televisão para a UNITV (canal 15 da NetPorto Alegre). Além disso, o centro dá suportepara estágios do curso de Jornalismo que fun-cionam no local, como a Radiofam (progra-mas de rádio na Faculdade e pela internet), aTV Foca (telejornal) e a Cyberfam (site) e aoscursos de graduação da Famecos que utilizamseus laboratórios e equipamentos.

O coordenador-geral do CPM, professorEduardo Pellanda, acredita que dali sairãoprofissionais diferenciados. “Queremos formarprofissionais multimídia, é uma tendência nomercado da comunicação”, observa, lembran-do que o local não é apenas um centro de pres-tação de serviço, mas também de pesquisa.

Alunos de mestrado e douto-rado utilizam o CPM para fa-

zer testes e aplicar suaspesquisas na área. Den-

tre elas está uma sobre conteúdo para inter-net móvel e TV digital, para o Sistema Brasi-leiro de TV Digital, com as Faculdades de In-formática e Engenharia e o Instituto de Pes-quisas Científicas e Tecnológicas da PUCRS.Além disso, o centro tem parcerias com em-presas do Tecnopuc, como a Conectt e a Dell,para pesquisas na área de transmissões mul-timídia e usabilidade de conteúdos intranet.

O CPM também pode prestar consultoriapara empresas com as tecnologias que tem àsua disposição. Em junho de 2004, na viagemdo governador gaúcho Germano Rigotto à Chi-na, o centro prestou suporte técnico à emisso-ra de televisão SBT para a transmissão de re-portagens diárias via internet com alta quali-dade, de maneira mais eficiente e mais rápida.

A estrutura do Centro é de ponta, encon-trada em poucos lugares do País. Possui com-putadores Macintosh interligados por umarede ultra-rápida, servidor próprio de 1 TB deinformações, equipamentos e softwares paraa produção de DVDs, com todos os menus, eCD-Roms. “Já estamos prontos para editar noformato HD, de alta definição. Vamos testar aprodução desse tipo para TV digital”, revelaPellanda. Ainda neste ano, começarão atransmitir programas de televisão pela inter-net, celular e palm top e apostarão nas trans-missões ao vivo.

Os alunos são sempre supervisionadospor professores como Cláudio Mércio e An-dréia Mallmann e contamcom o apoio de técnicos.Dentre os estagiários está oestudante do 6º semestre deJornalismo Sandro Borto-lazzo, que entrou no CPM em

julho de 2004. “O diferencial daqui é que te-mos a vivência de televisão, precisamos fazere colocar programas no ar todos os dias, é umcompromisso. Sempre nos revezamos na pro-dução, reportagem e apresentação dos pro-gramas e acabamos aprendendo um pouco decada área”, conta Bortolazzo.

A estudante Mariane de Luca Teixeira, do7º semestre, confessa que sempre teve o so-nho de trabalhar com televisão e que o está-gio no centro poderá abrir caminhos. “Aquiconsigo me aperfeiçoar, principalmente naárea de edição. O ambiente também é muitobom, fizemos amizades com professores, téc-nicos, colegas, todos se ajudam. Sairemospreparados para tudo”, comenta.

Segundo o coordenador Eduardo Pellanda,um dos maiores orgulhos dos professores do

Centro é colocar oaluno para trabalhar,tentando, assim, estarsempre um passo afrente do mercado detrabalho.

PROGRAMAS PRODUZIDOSPELO CPM PARA A UNITV

PROGRAMAArgumento contraArgumentoDiário do Campus

Livro Aberto

PUC em PautaCurta PUC

HORÁRIOQuartas-feiras -22h30minSegunda a Sexta-feira - 17h30minSegundas-feiras -22h30minTerças-feiras - 21hSextas-feiras - 22h

Alunos usam tecnologia de ponta

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PELO RIO GRANDE

36 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005

Especialização pioneira em arroz

OCampus Uruguaiana da PUCRS ofe-rece o primeiro curso de especiali-

zação em Produção de Arroz Irrigadodo País. As aulas ocorrem até março de 2006 esão dirigidas a engenheiros agrônomos. Trata-se da estréia da Faculdade de Zootecnia, Vete-rinária e Agronomia (FZVA) na implantação deum programa de pós-graduação. Uruguaiana éo maior produtor de arroz irrigado do Brasil –com 6,1 toneladas por hectare, enquanto amédia estadual chega a 5,6 toneladas. O cursoprocura propiciar aos profissionais embasa-mento para melhorar os resultados. “Não adi-anta implantar tecnologias, elevando os custos,se a margem de lucro não compensar”, explicaa coordenadora da especialização e do curso degraduação em Agronomia, Luciana Köpp.

O curso, dividido em módulos, aborda osolo, melhoramento vegetal, controle de plan-

tas daninhas e pragas, mecanização, irriga-ção, técnicas e sistemas de produção, pós-colheita, comercialização, administração egestão ambiental. As aulas serão conduzidaspor professores da FZVA. Para algumas áreas,estão sendo convidados profissionais de reno-me vinculados a órgãos como o Instituto Rio-Grandense do Arroz. Em outubro, quando o ar-roz é plantado, haverá um tour incluindo aslavouras dos alunos. A monografia de final decurso poderá ser um trabalho experimental fei-to nas suas propriedades. A colheita ocorreentre fevereiro e março.

Grande parte do arroz é cultivada em Uru-guaiana pelo sistema de irrigação por inunda-ção. Alguns produtores avaliam a aquisição depivôs (irrigação por aspersão). Para detectar aprodutividade com esse método, o CampusUruguaiana, em convênio com a empresa Fo-

ckink, implantou um minipivô há cinco anos.Na época era novidade no município. Segundoa professora Luciana, além do arroz, são ava-liadas culturas alternativas. Bons resultadosvêm sendo alcançados, especialmente commilho. O clima de Uruguaiana é desfavorável aculturas de verão no que se refere à distribui-ção das chuvas, mas é favorável em relação àtemperatura e radiação solar incidente. O solotambém é raso, armazenando pouca água.

Quanto ao arroz, nesses cinco anos a pro-dutividade se mantém semelhante à da téc-

Minipivô, instalado no Campus Uruguaiana, faz irrigação por aspersão

Sistema de inundação na lavoura de arroz é* Média dos últimos cinco anos ** Irrigado por sistema de inundação *** Sem irrigaçãoFonte: Professora Luciana Köpp

PRODUÇÃO NO CAMPUSURUGUAIANA COM MINIPIVÔ*

Arroz 7 toneladas por hectare 6,1 toneladas por hectare**Milho 9 toneladas por hectare 3 toneladas por hectare***Silagem de milho (gado) 40 toneladas por hectare 15 a 20 toneladas por hectare***Sorgo 30 toneladas por hectare 15 a 20 toneladas por hectare***

PRODUÇÃO EM URUGUAIANACULTURA

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005 37

Resultados preliminares de uma pesquisaque está sendo realizada pela Faculdade

de Zootecnia, Veterinária e Agronomia(FZVA) do Campus Uruguaiana indicam que aFronteira-Oeste do Rio Grande do Sul tem po-tencial para a produção de vinhos de qualidade.Os estudos analisam a adaptação de varieda-des de videira Vitis vinifera às condições climá-ticas e do solo de Uruguaiana, Alegrete, Itaqui,Quaraí e Santana do Livramento, visando à se-leção das que possam oferecer, ao mesmo tem-po, melhor produção, tolerância às doenças epragas e possibilidade de obtenção de vinhosfinos e sucos de uva de melhor qualidade.

A pesquisa é feita nos Vinhedos ForteWagners, em Uruguaiana, e Anversa, em Qua-raí, com a associação de produtores dos muni-cípios, Emater Quaraí e Embrapa Uva e Vinhode Bento Gonçalves. Conta com apoio finan-ceiro do Conselho Nacional do Desenvolvimen-to Científico e Tecnológico (CNPq), por meio deum projeto de pós-doutorado conduzido peloengenheiro agrônomo Carlos Roberto Martins,supervisionado pelo professor da FZVA VicenteSimas e pelo pesquisador Luiz Antenor Rizzon.

Segundo Martins, a produção está entre 13e 20 toneladas por hectare, o que praticamen-te equivale a outras regiões tradicionais, comprodutividade de 15 a 18 toneladas por hecta-re. Mas a preocupação é quanto à qualidadedos vinhos, com competição internacionalcada vez mais acirrada. “Constatamos essepotencial na região de Uruguaiana, pois em lo-cais tradicionais de cultivo de videiras o ex-cesso de umidade relativa do ar dificulta oamadurecimento dos cachos e favorece o au-mento da incidência de moléstias, o que exigemaior número de pulverizações, com maiscusto e impacto ambiental.”

Na Fronteira-Oeste aparecem menos doen-ças, pois ocorre um período seco de novembroa abril, coincidindo com as fases de desenvol-

vimento vegetativo da videira e de maturaçãodos cachos. Esse período de maior insolação tam-bém resulta no aumento do teor de açúcar, sen-do superior ao de outras regiões, o que foi eviden-ciado na análise prévia do mosto (suco das uvas,antes da entrada em fermentação). Isso dis-pensa a adição de açúcar durante a fabricação.

O pesquisador comenta que a elaboraçãode vinhos finos parte de uvas de qualidade erequer, especialmente durante a fase de matu-ração, clima seco e intensa radiação solar. Aregião da fronteira do RS com o Uruguai apre-senta as melhores condições climáticas para aprodução de videiras européias destinadas àelaboração de vinhos finos. Fato consolidado,por exemplo, em Santana do Livramento, commais de 20 anos de implantação de parreirase, mais recentemente, em Bagé, Candiota, En-cruzilhada do Sul e Pinheiro Machado. Martinsacredita que cidades como Uruguaiana, Itaqui,Alegrete e Quaraí apresentam aptidão para odesenvolvimento da vitivinicultura, mas a cul-tura não tem sido explorada devidamente,principalmente pela falta de informações téc-nicas sobre o comportamento das cultivaresna região e também de incentivos.

Em conjunto com o professor André Souto,da Faculdade de Química do Campus Central,também está sendo quantificado o resveratrolnos vinhos da Fronteira-Oeste. Esse compostoinibe o LDL – mau colesterol – proporcionandomaior longevidade ao ser humano.

A FZVA mantém uma coleção de varieda-des de videiras importadas da França e deprogramas de melhoramento do Brasil. Martinse a professora Roseli Farias começam a pro-duzir mudas com qualidade para fornecer aosprodutores da região a preço acessível. Emmédia, cada muda importada custa 1,7 euro.Como vem da Europa, a muda sofre para seadaptar ao clima mais quente do Brasil e pre-cisa ser aclimatada.

Uruguaianapode ter vinhode qualidade

Uruguaianapode ter vinhode qualidadenica de inundação. Os pesquisadores tes-

tam 18 cultivares (variedades), 13 do Es-tado e cinco de terras altas, plantadas maisno Centro-Oeste do País. O gasto de águacom o pivô é um terço menor, com conse-qüente diminuição do consumo de energiaelétrica, mas a pressão deve ser maiornesse sistema. O custo de implantação éde aproximadamente R$ 3 mil para cadahectare. Em média, um pivô atende 100hectares e um funcionário dá conta de vá-rios equipamentos. No sistema de inunda-ção há gastos no preparo inicial do solo ea cada 50 hectares deve haver uma pes-soa para cuidar da distribuição da água.

“O sistema tradicional não será aban-donado, mas há áreas aptas para pivô cen-tral”, afirma Luciana, exemplificando comterrenos de solo arenoso, em que a inun-dação ficaria muito cara, quando o produ-tor planta milho e sorgo para o gado ou játem barragens para armazenar água. Se-gundo a professora, são necessários deUS$ 80 mil a US$ 90 mil para construiruma barragem média.

Quanto à eficientização energética,para diminuir o consumo de energia naslavouras de arroz, o Campus Uruguaianaatuou com a AES Sul, por intermédio doprofessor da Faculdade de Engenharia, emPorto Alegre, José Wagner Kaehler, reali-zando cursos e cartilha para técnicos emprojetos e instalações de sistemas de re-calque (motor e bomba para levar ao pon-to de distribuição). Novo projeto está sen-do estudado com a empresa, em queprofessores da FZVA farão diagnóstico dasestações.

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um método tradicional

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CULTURA

38 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005

CRIANÇAS FILOSOFAMao descobrir o mundo

Oprofessor da Faculdade de Filo-sofia e Ciências Humanas Sér

gio Sardi tem recebido relatos deeducadores e pais de diferentes estadosque se aventuraram a filosofar com cri-anças. Seus cursos e livros sobre o temaajudam a despertar a habilidade de pen-sar em sala de aula e guiam as famíliasnum diálogo rico com os pequenos. Per-guntas deixam de ter respostas prontas eabre-se espaço para a admiração frenteao viver. Um caminho a ser percorridotambém por adultos. “Quem se admiracom o mundo e vê beleza no que era tidocomo já sabido converge para um apren-dizado da própria condição do olhar”, des-taca Sardi. O curso de extensão da PUCRSem Filosofia com Crianças, voltado à for-mação dos professores, será reeditadoneste segundo semestre.

Sardi lançou recentemente, pela Edi-tora Vozes, os livros Ula: Brincando depensar (aluno), com ilustrações de JorgeHerrmann, e Ula: Um diálogo entre adul-tos e crianças – Orientações ao profes-sor. Está preparando o segundo volume deUla: Brincando de pensar, que deverá serlançado este ano na Argentina, e outra obravoltada a professores.

As histórias com a personagem Ula re-sultam da experiência de Sardi como profes-sor da rede estadual, da convivência com asua filha, hoje de 16 anos, e da infância demenino surpreso frente ao mundo. O livronão apresenta nem explica idéias de filóso-

fos, mas pretende suscitar a atitude do filo-sofar, contribuindo para desenvolver a auto-nomia do pensamento.

Os desenhos são voltados especialmentea crianças de seis a dez anos. Porém, os as-suntos tratados também podem atrair a aten-ção de adolescentes e adultos. A professoraEstela Fagundes, dos Colégios Coração deMaria (Esteio) e Divino Mestre (São Leopoldo),utiliza o material com alunos de educação in-

fantil, séries iniciais e curso Normal(magistério de nível médio). Procuratratar dos temas propostos nas histó-rias conforme as faixas etárias. Dizque as crianças se identificam com apersonagem. “Pensam que tudo po-deria ser diferente, questionam-se por

que o dedo não fura a água”, relata. Os estu-dantes do 2º Normal trabalharam com os li-vros de Sardi na disciplina de Filosofia daEducação. Fizeram diálogos filosóficos, deba-teram os temas e, no final, presentearam oautor com uma coletânea de trabalhos quesão releituras da Ula. Agora, Estela quer tra-balhar com os livros numa oficina de arte efilosofia que ministra num Centro Integrado deApoio à Criança de Esteio.

ROMANCE ABORDA SAGA ITALIANA EM TESE

Oescritor e professor da Universidadede Caxias do Sul (UCS) José Cle-

mente Pozenato defendeu como tesede doutorado, no Programa de Pós-Graduaçãoem Letras da PUCRS, o romance A Babilônia,que encerra a trilogia de O Quatrilho, de 1985,e A Cocanha, de 2000. A Babilônia tem comoeixo principal Caxias do Sul no período de1934 a 1942. O romance aborda a crise deidentidade dos imigrantes e descendentes ita-lianos devido ao nacionalismo radical vigenteno Brasil. “Tratava-se da terceira geração noPaís e de repente começaram a ser vistos

como estrangeiros, brasileiros de segundaclasse”, explica o autor. O livro mostra as cir-cunstâncias anteriores ao ingresso do País naSegunda Guerra Mundial, focando, por exem-plo, as ideologias que marcaram a época,como integralismo, fascismo e comunismo. ABabilônia deverá ser lançado em outubro, naFeira do Livro de Porto Alegre.

Pozenato baseou-se em vivências de pa-rentes, amigos e jornalistas do período. Naobra é destacada a importância do rádio nadécada de 30, conectando a comunidade deCaxias do Sul e do Estado com o mundo.

Numa das cenas, Pozenato narra a cidade pa-rando para ouvir o pronunciamento de BenitoMussolini, ditador na Itália, de 1922 a 1943.

O assessor da Reitoria e professor da Fa-culdade de Letras Ir. Elvo Clemente, integran-te da banca, diz que no pequeno mundo rela-tado na obra o autor conseguiu representar arealidade brasileira daquele momento. A ban-ca, presidida por Luiz Antonio de Assis Brasil,também foi composta pelos professores Regi-na Zilberman (PUCRS), Flávio Loureiro Chaves(UCS) e Gilberto Mendonça Teles (PUC-RJ). Otrabalho recebeu conceito dez.

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005 39

Acervo Cinematográficoaberto para consulta

Coleções de cinéfilos trazem curiosidades

Obras, originais, docu-mentos pessoais,

materiais inéditos epublicados do médico e escritorgaúcho Moacyr Scliar agora fa-zem parte dos acervos e cole-ções que constituem o Centrode Memória Literária (CML) daPUCRS. São idéias de invenção,primeiros esboços, nomes depersonagens, publicações naimprensa, entre outras tantasinformações que serviram eservem de base para o trabalhodo autor imortalizado pela Aca-demia Brasileira de Letras.

Há anos Scliar acompanhae admira o trabalho dos acer-vos na Universidade. Segundoele, muitos solicitaram que seumaterial fosse disponibilizadoao alcance das pessoas.“Quando surgiu essa idéia, logopensei na PUCRS”, conta o es-critor. Questionado sobre serparte do conjunto de escritorescom trabalho retomado emacervos, o imortal declara quenão está à altura destes. “Paramim, é uma honra figurar aolado de autores lendários noCML”, declara Scliar.

A parte documental da co-leção está sendo higienizadapor conta do pó e da umidade.

Também são catalogados os li-vros que constituem a compila-ção, mas não há todos que fo-ram publicados ou traduzidosno exterior. Por isso, é feita umacoleta, por meio de compra oudoação de interessados quequeiram colaborar. Assim, “acoleção de Scliar vai crescercada vez mais”, constata a co-ordenadora do CML e professo-ra da Faculdade de Letras Ma-ria da Glória Bordini. A respon-sável pela coleção do escritor éa professora Maria Luiza RitzelRemédios.

Os documentos dos acervosnão são emprestados e nemabertos à visitação pública. Sãofeitas exposições algumas ve-zes, como a de Erico Verissimo,que está gravada em CD-ROM.Para 2006, estão programadasmostras com o trabalho de Jo-sué Guimarães e Mario Quinta-na. Os veículos de imprensa,pesquisadores, estudantes degraduação e pós-graduação ouprofessores que quiserem con-ferir o material podem entrar emcontato com o CML na sala 429do prédio 8 do Campus Central(Av. Ipiranga, 6681), pelo telefo-ne (51) 3320-3676 ou e-mailmgbordini@ pucrs.br.

P. F. GASTAL – Jornalista e crítico de cinema pelotense, foi um dos idealiza-dores do Festival de Gramado, em 1973, e um dos mentores do Clube de Ci-nema de Porto Alegre, em 1948. Faleceu em 1996.HENRIQUE PADJEM – Decorador nascido em Porto Alegre, tem 75 anos. Co-lecionou materiais relativos ao cinema por 50 anos.

ABiblioteca Irmão José Otãodisponibiliza para consulta

o acervo cinematográfico que in-clui as coleções de Paulo Fon-toura Gastal, o P. F. Gastal, eHenrique Padjem, adquiridaspela Universidade. O materialestá no Setor de Acervos Especi-ais e Obras Raras e é permitidaapenas a consulta local, pois setrata de material único. A MostraVirtual de Cinema Brasileiro, nosAcervos da PUCRS, apresentaalguns dos materiais. Está dis-ponível no site www.pucrs.br/biblioteca/cinema.

A coleção de P. F. Gastal émais direcionada ao cinema an-tigo. Há 3.054 livros, incluindoassuntos como história do cine-ma, biografias, críticas de artis-tas e diretores, técnica cinema-tográfica, além de obras de re-ferência (enciclopédias e dicio-nários). Entre os materiais es-peciais estão 14 roteiros de fil-mes nacionais de autores comoLima Barreto, Carlos Reichenba-ch e Tuio Becker. A maioria nãochegou a ser filmada. P. F. Gastaltambém guardava mais de 600cartazes, periódicos, recortes de

jornais e fotos. Os dois últimostipos de materiais serão catalo-gados futuramente. Há aindacerca de dez filmes em rolos queprecisam ser restaurados.

O material de Padjem temenfoque principal no faroestenorte-americano. São 400 livrose 400 cartazes de filmes, como Eo vento levou... e Os brutos tam-bém amam. Há fotos autografa-das de artistas como Clark Gablee da dupla Stan Laurel e OliverHardy (de O Gordo e o Magro). Umdos destaques é a única coleçãocompleta no País de A Scena Mu-da, publicação sobre cinema na-cional da década de 20 até a de 50.

“Os dois acervos se comple-mentam, pois a coleção de Pad-jem é mais de um fã de cinemae do P. F. Gastal, de um jornalis-ta”, diz o coordenador do CursoSuperior Tecnológico em Produ-ção Audiovisual/Cinema e Vídeoda PUCRS, Carlos Gerbase. “Es-ses acervos, à medida que pro-porcionam uma reflexão madurasobre vários aspectos do fazercinematográfico, também ofere-cerão novos caminhos para osfilmes do futuro.”

OS COLECIONADORES

Acervo do escritor gaúcho está na PUCRS

CMLadquirecoleção

de Scliar

Foto: Beto Scliar

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40 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005

SINOPSE

PUCRS E DETRAN ENTREGAM PRÊMIOBárbara Nassif, Caroline Marca, Henrique Reichelt, Lucas Pares, Marcelo Figueire-

do, Ramiro Costa e Nilza Taiane Gomes, do curso de Publicidade e Propaganda, foramos vencedores do Prêmio Publicidade pela Vida Detran-RS 2005. A campanha Nãocorra! Sua vida não é só sua enfatizou que quem mais sai perdendo com um acidentede trânsito são as pessoas que sobrevivem para contar a história. A equipe recebeu R$3 mil, entregue pelo diretor-presidente da entidade, Carlos dos Santos. A segunda co-locação ficou com a campanha Não corra. A segurança de todos depende de você e oconceito do grupo contemplado em terceiro foi Não acelere sua vida, respeite os limi-tes de velocidade. A 7ª edição do concurso trabalhou com o tema do excesso de velo-cidade irresponsável.

MUSEU VAIAO SHOPPING

A partir de 12 de julho, o Museu deCiências e Tecnologia da PUCRS (MCT) eo Praia de Belas Shopping Center dão iní-cio a uma mostra que se estenderá por20 dias ocupando todo o terceiro pavi-mento do shopping e áreas nobres doprimeiro e do segundo andares. O MCTdisponibiliza toda a estrutura do ProjetoMuseu Itinerante, acompanhada de deznovas atrações especialmente desenvol-vidas para o evento. “Num espaço es-sencialmente associado ao consumo, aspessoas encontrarão um algo a mais evoltarão para casa tendo construído dife-rentes formas de conhecimento científi-co”, diz a coordenadora da exposição doMCT, Ana Bertoletti. Entre as novidadesestá uma maquete de Porto Alegre, queapresenta os recursos hídricos e o traba-lho de tratamento feito sobre eles paraconscientizar a população sobre o des-perdício e a poluição da água. Tambémhaverá um espaço reservado a animaispeçonhentos, no qual será possível con-ferir tipos de serpentes, aranhas e escor-piões que habitam o RS. A área de astro-nomia é representada pelo Planetário In-flável e a de Arqueologia abriga peças deantigas civilizações indígenas do Estado.

ENADEOs cursos de Medicina e Odontologia da

PUCRS obtiveram o conceito máximo (grau5) no Exame Nacional de Desempenho dosEstudantes (Enade) em 2004. As gradua-ções em Farmácia, Serviço Social e MedicinaVeterinária (Campus Uruguaiana) tambémtiveram destaque, conquistando o grau 4. Oscursos de Educação Física e Fisioterapia(Campus Central) e Agronomia (CampusUruguaiana) conseguiram 3. A prova foi apli-cada em todo o País, em novembro passado,para alunos dos cursos das áreas de Agro-nomia, Educação Física, Enfermagem, Far-mácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medici-na, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontolo-gia, Serviço Social, Terapia Ocupacional eZootecnia. Participaram do exame grupos deestudantes, selecionados por amostragem,em momentos distintos de sua formação (fi-nal do primeiro ano e concluintes).

RAUCH NA GALERIADE EX-REITORES

Em junho foi inaugurado o quadro do Ir.Norberto Rauch na galeria de ex-Reitores daPUCRS. A solenidade com o descerramentosimbólico ocorreu durante jantar comemora-tivo no Restaurante Panorama, no CampusCentral, por ocasião das festividades de SãoMarcelino Champagnat. A foto está expostana Reitoria da Universidade, onde já constamos retratos de quatro Reitores que o antece-deram. Rauch permaneceu na Reitoria daPUCRS por 26 anos, até dezembro de 2004.

COOPERAÇÃOCOM O CANADÁA University of Regina, do Canadá, fir-

mou convênio de cooperação com a PUCRS.Entre os pontos acertados estão a realizaçãode atividades acadêmicas e pesquisas con-juntas, além do intercâmbio de material epublicações dos estudantes e de professorespara pesquisas, palestras e debates.

LETRASA PUCRS sediou o 2º Seminário In-

ternacional Ressignificando a Prática doEnsino de Línguas, promovido pela Fa-culdade de Letras. Com o tema A inte-ração na docência, o evento contou comseminários, minicursos, painéis, comu-nicações e oficinas orientadas às licen-ciaturas em Língua Portuguesa, Inglesae Espanhola. Participaram da atividadeinstituições como o Instituto Superior Co-légio Modelo Lomas, de Buenos Aires,(Argentina), UFRGS e UFSM. A secretá-ria municipal de Educação de Porto Ale-gre, Marilú Medeiros, presente ao painelde abertura, falou sobre o tema da Do-cência: uma profissão interativa.

EDUCAÇÃO FÍSICANelson Todt, professor da Faculdade

de Educação Física e Ciências do Des-porto, foi o único brasileiro a participar do13º Seminário de Pós-Graduação daAcademia Olímpica Internacional. O do-cente foi indicado por integrantes da Aca-demia Olímpica Brasileira e do ComitêOlímpico Brasileiro. O evento ocorreu emOlímpia, na Grécia.

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005 41

VIDA COM QUALIDADEO Programa Vida com Qualidade, do projeto Conversando com Elas/Eles, foi

revitalizado. A iniciativa partiu das Pró-Reitorias de Assuntos Comunitários e deAdministração e Finanças, por meio da Gerência de Recursos Humanos e da Prefei-tura Universitária, com o Centro de Pastoral e o apoio da Associação dos Funcioná-rios. A atividade caracteriza-se por oportunizar a reflexão e troca de idéias. Informa-ções sobre os encontros na Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários, (51) 3320-3500,ramal 4359.

VIDA COM QUALIDADEO Programa Vida com Qualidade, do projeto Conversando com Elas/Eles, foi

revitalizado. A iniciativa partiu das Pró-Reitorias de Assuntos Comunitários e deAdministração e Finanças, por meio da Gerência de Recursos Humanos e da Prefei-tura Universitária, com o Centro de Pastoral e o apoio da Associação dos Funcioná-rios. A atividade caracteriza-se por oportunizar a reflexão e troca de idéias. Informa-ções sobre os encontros na Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários, (51) 3320-3500,ramal 4359.

OBITUÁRIONo dia 20

de maio fale-ceu o profes-sor SérgioLamb, pri-meiro diretorda Faculdadede Farmáciada Universi-dade, cargo que ocupou de 1993 a2004. Lamb nasceu em outubro de1931, em Porto Alegre. Era doutor e li-vre docente em Farmácia, além de terocupado cargos como o de presidentedo Conselho Regional de Farmácia doRio Grande do Sul, vice-presidente doConselho Federal de Farmácia e vice-reitor da UFRGS.

DESTAQUECIENTÍFICO

O professor Jeter Bertoletti, diretor doMuseu de Ciências e Tecnologia, foi o únicobrasileiro indicado como concorrente ao Prê-mio Kalinga para a Popularização da Ciên-cia, criado em 1952 pela Unesco. O prêmiodestina-se a profissionais que tenham con-tribuído para a divulgação e interpretaçãodas questões científicas mundiais e para odesenvolvimento cultural e econômico. Entreos organismos que indicaram Bertoletti es-tão a Associação Brasileira para o Progressoda Ciência, Ministério da Ciência e Tecnolo-gia e Academia de Ciências do Brasil.

SEMANA DOMEIO AMBIENTE

O Museu de Ciências e Tecnologia(MCT) participou da Eco-Exposição,evento ocorrido no Cais do Porto, nomês de junho, e que integrou a 21ªSemana do Meio Ambiente de PortoAlegre. Foram realizadas palestras,oficinas, feira de ciências, exposiçõesfotográficas, apresentações circensese outras atividades de educação am-biental. O MCT participou com a expo-sição Espaço da Água, composta deuma miniestação de tratamento deágua e painéis sobre a utilização cor-reta dos recursos hídricos.

UNIVERSIDADEMISSIONÁRIA

Dedicar-se a trabalhos espirituais e desolidariedade a partir de atividades voluntá-rias desenvolvidas com comunidades caren-tes é a proposta do programa UniversidadeMissionária, do Centro de Pastoral daPUCRS. Em julho são realizadas missões nacidade de Butiá e na Vila Fátima, em PortoAlegre. A missão Vila Fátima integra as co-memorações dos 25 anos do Campus Apro-ximado mantido no local pela Universidade.A programação contempla visitas a famílias,além de oficinas para jovens, adultos e cri-anças. Inscrições no Centro de Pastoral(prédio 17, sala 101). Informações pelo tele-fone (51) 3320-3576.

ORDEM DOSLANCEIROSDE OSÓRIO

Solange Ketzer, Pró-Reitora de Gradua-ção, e o diretor da Faculdade de Comunica-ção Social, Jerônimo Braga, receberam o Di-ploma da Ordem dos Lanceiros de Osório. Aentrega do certificado ocorreu durante a so-lenidade alusiva ao 268º aniversário do 3ºRegimento de Cavalaria de Guarda do Co-mando Militar do Sul. O destaque é umahomenagem do 3º Regimento a personali-dades e organizações que colaboram emsuas atividades de instrução, representa-ção e guarda.

CIÊNCIAS SOCIAISAPLICADAS

O Ministério da Educação publicou aportaria nº 1575 reconhecendo, pelo prazode cinco anos, o programa de cursos supe-riores de formação específica na área deCiências Sociais Aplicadas, ministrados pelaPUCRS nos períodos noturno e diurno. O pra-zo de reconhecimento abrange os cursos se-qüenciais de formação específica que vie-rem a ser criados pela Instituição na área deconhecimento do Programa.

EDIPUCRSA Secretaria Estadual da Educação rece-

beu da PUCRS 800 exemplares da obra Res-significando a prática do ensino de línguas– A valorização da docência, lançado pelaEdipucrs. O livro, organizado pelas professo-ras Jussara Binz e Jocelyne Bocchese, contacom dez artigos produzidos por professoresde Letras, Educação e Psicologia da Univer-sidade e de outras instituições do País e ex-terior. A publicação foi encaminhada parabibliotecas de escolas estaduais.

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SINOPSE

42 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005

CAPACITAÇÃO DOCENTEDe 12 a 15 de julho a PUCRS realiza

a primeira edição do projeto de Capaci-tação Docente, com o tema Vivências evisão de futuro. Entre os objetivos doevento está o de fortalecer o compro-misso da educação superior na forma-ção humana e profissional e na cons-trução de uma sociedade justa e solidá-ria, além de favorecer a criação de umacultura coletiva de produção de conhe-cimentos nos diferentes contextos daUniversidade. Na programação consta-rão painéis, módulos de ensino e en-contros por unidades acadêmicas. Asdocentes Marlene Grillo, da Coordena-doria de Desenvolvimento Acadêmico, eDélcia Enricone, da Coordenadoria dePós-Graduação, organizam a atividade.

JOVEM CIENTISTAA 21ª edição do Prêmio Jovem Cientista,

que tem como tema Sangue: fluido da vida,está com inscrições abertas até 31 de agos-to. Os agraciados receberão mais de R$ 150mil em prêmios. Este ano o regulamento so-freu algumas modificações: o Jovem Cientis-ta do Futuro passa a ser a categoria Estu-dante do Ensino Médio e há a nova categoriaMenção Honrosa, para pesquisador-doutorque tenha obra científica ou tecnológica naárea do tema e seja indicado por associaçãoou sociedade científica. A iniciativa é umaparceria entre o CNPq, Eletrobrás, Procel,Gerdau e Fundação Roberto Marinho. Infor-mações e a ficha de inscrição estão no sitewww.jovemcientista.cnpq.br.

ENERGIASRENOVÁVEISA Universidade sediou e

organizou, em junho, a Con-ferência e Exposição Inter-nacional de Energias Reno-váveis. O evento objetivoupromover o uso de energiasrenováveis como forma dediversificação da matrizenergética nacional, por in-termédio do intercâmbio deexperiências, conhecimen-tos e informações. A ativi-dade contou com a exposi-ção de diversos painéis. En-tre eles esteve um que des-tacou o Rio Grande do Sulcomo ambiente propíciopara investimentos na área.

CONCURSO LITERÁRIOO concurso Literário A Paz,

promovido pela Faculdade de Le-tras, premiou os trabalhos dosacadêmicos Ana Luíza Antunes(A escada rolante), Gustavo Feix(Sobre mentiras) e Carolina Cos-ta (Essa não é minha) com oprimeiro, segundo e terceiro lu-gares, respectivamente. A pro-moção foi uma das atividadesda Semana da Solidariedade. Osacadêmicos escreveram contose crônicas sobre a paz tratando do tema de forma explícita ou implícita. Os estudantesreceberam, além de um atestado, um conjunto de livros doados pela Faculdade,Edipucrs e Livraria Acadêmica. Os textos foram publicados no site da Letras.

FASE VISITA PARQUE ESPORTIVOOs internos da

Fundação deAtendimento Só-cio-Educativo doEstado do RioGrande do Sul(Fase) participa-ram de momentosde integração comportadores de de-ficiência na Facul-dade de EducaçãoFísica e Ciênciasdo Desporto. Jovens entre 15 e 18 anos e alunos de quatroescolas estaduais e uma municipal assistiram a um jogo debasquete da equipe de cadeirantes da PUCRS. O objetivo daatividade foi enfatizar a importância do esporte para a soci-alização e auto-estima, além de mostrar as conseqüênciasque um ato criminoso pode causar.

ANO MUNDIAL DA FÍSICAEstão marcados para agosto dois

eventos da Faculdade de Física em come-moração ao Ano Mundial da Física. No dia18, a palestra A gravidade: aspectos clás-sicos e relativísticos, ministrada pelo Dou-tor Sólon Pereira da Cruz Filho, às19h30min. No dia 22 será exibido docu-mentário sobre os físicos brasileiros CésarLattes e José Leite Lopes, a partir das17h30min. Os dois eventos têm entradafranca e ocorrerão no auditório do prédio10, no Campus Central. Informações pelo(51) 3320-3535 ou site www.pucrs.br/eventos/anomundialdafisica.

ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOSO trabalho Loyalty’s Antecedents: a cross-sector study, dos pro-

fessores da Faculdade de Administração, Contabilidade e EconomiaCláudio Sampaio e Marcelo Perin, com a participação do aluno dedoutorado Vinícius Brei, ganhou o prêmio Thunderbird Awardcomo o melhor artigo apresentado no congresso BALAS – BusinessAssociation of Latin American Studies Annual Conference, realizadoem Madrid (Espanha). BALAS é uma associação internacional quereúne pesquisadores, profissionais e professores de administraçãoe negócios para facilitar a troca de informações e idéias sobre pes-quisas e práticas da administração no mundo, com um enfoquepara questões da América Latina. O trabalho concorreu com maisde 400 artigos.

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ESTUDANTES SURDOSParceria entre a Faculdade de Edu-

cação Física e Ciências do Desportocom a Secretaria Municipal de Esportes,Recreação e Lazer oportunizou que acomunidade estudantil surda da regiãometropolitana pudesse integrar os 3ºJogos de Estudantes Surdos de PortoAlegre. O torneio ofereceu quatro moda-lidades esportivas: basquetebol, futsal,natação e voleibol. Participaram doevento nove escolas. A atividade objeti-vou incluir crianças, adolescentes eadultos, através do esporte, com pesso-as portadoras de necessidades espe-ciais. Colaboraram com a atividade aprofessora Daniela Boccardi e acadêmi-cos de Educação Física.

DESTAQUE 2005O professor das Faculdades de En-

genharia e de Arquitetura e UrbanismoTelmo Brentano foi agraciado com oPrêmio Destaque 2005 pela Revista In-cêndio. O docente recebeu o destaqueno Museu do Ipiranga, em São Paulo.Brentano é autor do livro Instalaçõeshidráulicas de combates a incêndiosnas edificações, inédito no Brasil naabordagem abrangente do assunto.

ÉTICA EM SEGURADORASAnalisar os problemas éticos perce-

bidos no setor de seguradoras, bemcomo as principais barreiras à condutaética enfrentadas pelos profissionais daárea estão entre os assuntos abordadosno livro A ética como componente es-tratégico para seguradoras. A obra, comprefácio do Reitor Joaquim Clotet, é re-sultado da dissertação de mestradoda professora Ana Tércia Rodrigues noMestrado em Administração em Negó-cios. A publicação foi realizada pelaFundação Escola Nacional de Seguros.

COOPERAÇÃOPromover o intercâmbio de docen-

tes, pesquisadores e estudantes, de-senvolver programas de bolsas de estu-do, organizar especializações, mestra-dos e ciclos de seminários estão entreas propostas do acordo assinado pelaPUCRS com a Università Degli StudiSassari. O acordo de cooperação didáti-ca, científica e cultural foi firmado peloReitor em exercício, Ir Evilázio Teixeiracom o Presidente da Corte de CassaçãoItaliana, Vincenzo Carbone, que naoportunidade representou o Reitor daInstituição italiana, Alessandro Maida.

HEBE CANTA COMCORAL E ORQUESTRA

A apresentadora de TV Hebe Camargo foi aatração especial do concerto sob a regência domaestro Frederico Gerling Júnior, oportunidade emque o Coral e a Orquestra da PUCRS interpretarammúsicas eruditas e populares em comemoraçãoao Dia das Mães. O evento Concertos Comunitá-rios Zaffari, realizado no shopping Bourbon Ipiran-ga, contou com a participação dos solistas Adria-na de Almeida e Marcello Vannucci, Ballet Concer-to, Grupo Paixão Flamenca e Tânia Carvalho.

FAMECOS EM ARTEOrganizado pelos alunos do curso de Re-

lações Públicas, da disciplina de Estudos dosMeios e Ações Aproximativas, o 1º Famecosem Arte contou com trabalhos nas categoriasde desenho, ilustração a nanquim, aquarela,giz pastel, poesia e contos, pintura acrílicaem peça de madeira, grafite, fotografia, ani-mação, escultura em barro e caixas de ma-deira. Houve, ainda, uma mostra de desenho dascrianças hospitalizadas no Hospital São Lu-cas, parceria com o curso de Psicopedagogia.

SISTEMAS DE INFORMAÇÃOEm junho foi realizada a 2ª edição do

evento Magos da Nova Era, promovido pelosformandos em Engenharia Elétrica com ênfa-se em Computadores, da Faculdade de Enge-nharia. Foram debatidos temas como a fragi-lidade de sistemas operacionais, as técnicasde invasão e as melhores maneiras de evitá-las, além de técnicas de ataque e hackers,entre outros. Cada participante levou umagasalho ou 1 kg de alimento não-perecível.

40 ANOS DE FORMATURA DA ENGENHARIADepois de anos sem se re-

encontrar, os 22 alunos da 1ªturma de Engenheiros Civis daEscola Politécnica, atual Fa-culdade de Engenharia, rece-beram homenagens pelos 40anos de formatura. Na ocasiãocompareceram três docenteshomenageados na época, Er-nesto Bruno Cossi, Luiz PauloFelizardo e Ir. Elvo Clemente, e o paraninfo da turma, professor Eurico Trindade Neves.A organização do evento foi realizada pelo ex-aluno Willmuth Emilio Scherer.

VESTIBULARA PUCRS apresentou diversas novidades

no Concurso Vestibular de Inverno deste ano.As provas nos campi Central, Zona Norte eViamão foram realizadas em dois dias, 25 e26 de junho (sábado e domingo), e as ques-tões passaram de 15 para 10 por disciplina.Aos acompanhantes e familiares dos vestibu-landos foi proporcionada a participação emminicursos, oficinas, visitas guiadas, exposi-ções e palestras durante o horário das provas.

OTORRINOA 12ª Jornada de Otorrinolaringologia e a

5ª Jornada de Oftalmologia foram realizadasno Hospital São Lucas, no final de maio. Oseventos, que tiveram como tema centralOlhos, Ouvidos, Nariz e Garganta, focaliza-ram, entre outros assuntos, a evolução dos tra-tamentos cirúrgicos das duas especialidades.A programação foi coordenada pelos profes-sores Sérgio Moussalle e Flávio Romani, titu-lares das disciplinas de Otorrinolaringologia eOftalmologia da Faculdade de Medicina.

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PERFIL

44 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005

DÉLCIA ENRICONEe o prazer de educar

Quando questionada sobre suavida, Délcia Enricone se definecom prontidão: “Sou essencial-

mente professora”. A Educação sempreesteve nos planos e no cotidiano da coor-denadora de pós-graduação da Pró-Reito-ria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG)da PUCRS.

Nascida em Porto Alegre em 16 de se-tembro de 1933, teve sua formação escolarno Colégio Sévigné, onde posteriormente le-cionou, bem como no Colégio Pio XII. Emambas as instituições, seguidamente foi ho-menageada pelos estudantes em reconhe-cimento à sua dedicação e carinho especial.“Sempre fiz e faço questão de saber o nomede cada aluno”, lembra a professora.

Na PUCRS, no início da década de 50,fez os cursos de bacharelado e licenciaturaem História e Geografia, ao mesmo tempoque estudava Ciências Jurídicas e Sociaisna UFRGS. Chegou a trabalhar durante al-guns anos num escritório de advocacia,mas percebeu que seu lugar era mesmoem sala de aula.

Mestre e Doutora em Educação e LivreDocente com ênfase em Tecnologia Educa-cional pela PUCRS, leciona na Universidadedesde 1973, onde ainda é professora titulardo Programa de Pós-Graduação em Educa-ção. Também passou por instituições co-mo a Fapa, Feevale, Unisinos, Unilasalle,UFRGS e a antiga Fafimc, hoje CampusViamão. Até o momento orientou 60 disser-tações de mestrado e sete teses de douto-rado. Sobre a mudança no perfil dos estu-dantes universitários, faz questão de enfa-tizar: “Não gosto quando dizem que os alu-nos de hoje são piores, eles estão diferen-tes. Em alguns aspectos vêm até mais pre-parados do que nós”, observa.

Como professora, uma de suas ativida-des que recorda com mais carinho foi suaparticipação na Comissão de Pastoral paraEducadores Leigos, movimento coordenadopelo bispo Dom Antonio Cheuiche. Na oca-sião, realizava palestras, cursos e momen-tos de reflexão em escolas e centros depastoral de arquidioceses.

Antes de ser coordenadora de Pós-Gra-duação na PUCRS, Délcia atuou durante12 anos no PRPPG como Assessora dePesquisa ao lado do então Pró-Reitor Ur-bano Zilles, atual diretor da Faculdade deTeologia. Do colega faz questão de desta-car sua capacidade de trabalho, cordiali-dade e visão humanizadora de uma uni-versidade católica. Também lembra comsaudade do Ir. Faustino João, o qual con-siderava uma pessoa muito especial, aquem afirma dever lições sobre pedagogiamarista.

No setor possui diversos planos.Entre eles, buscar meios para umamaior integração entre a graduaçãoe a pós-graduação. Também estásendo preparado um grande projetode capacitação docente, com eta-pas a serem realizadas neste anoem julho e dezembro.

Mesmo se declarando muito an-siosa com o trabalho, não descan-sando enquanto não vê tudo re-solvido, ainda arruma tempo paraoutras atividades dentro e forada PUCRS. Dentre elas, é coor-denadora do Programa Institu-cional de Iniciação Científica daFapergs, com o qual tem es-pecial cuidado. Délcia acreditaque a Iniciação Científica favo-rece a construção de conheci-mento e desperta vocaçõespara a ciência.

Seguidamente participacomo autora, co-autora ouorganizadora de publica-ções, como o li-vro Planeja-mento de Ensi-no e Avaliação,que teve mais de168 mil exemplaresvendidos. O último or-ganizado foi Ser profes-sor, pela Edipucrs, que reúne contribui-ções de professores da Faculdade deEducação e já está na quarta edição.

Com tantas tarefas, parar mesmo, so-mente em casa, onde a professora Délcianão descuida de suas leituras favoritas.Também gosta de viajar, montar quebra-cabeças, bordar, estar com amigos, muitosdeles da própria Faculdade de Educação, ena companhia de suas duas filhas adoti-vas, com as quais constitui uma famíliaque confessa ser do modelo italiano: unidae ruidosa.

Além de sua casa, a sala de aula é ooutro lugar onde a professora

Délcia se sente à vonta-de e com o qual se

identifica. Reen-contrar ex-alunos

é sempre pra-zeroso e gra-

t i f i c a n t ecomo reverantigos ami-

gos.

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EU ESTUDEI NA PUCRS

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005 45

No curso de Odontologia da PUCRS, oatual presidente do Tribunal de Con-tas da União (TCU), ministro Adylson

Motta, exerceu a liderança na política estu-dantil, conheceu Jair Soares, com quem viriaa trabalhar, e identificou na saúde uma dasmais significativas necessidades da popula-ção e missões do poder público. “O que melevou à política não foi o Direito, mas a Odon-tologia”, comenta Motta, que fez os dois cur-sos na Universidade.

A atuação no governo estadual, na décadade 70 e de 1983 a 1987, na equipe do governa-dor Jair Soares, é considerada por Motta umdos momentos mais importantes de sua traje-tória política. “O Rio Grande do Sul foi referên-cia em saúde pública. O trabalho preservou avida de milhares de pessoas.” Uma campanhade vacinação, por exemplo, envolveu doençascomo tuberculose, varíola, rubéola e sarampo.Privilegiou-se o tratamento em nível ambula-torial, desafogando as internações hospitala-res. Motta foi chefe de Gabinete e secretáriosubstituto da Saúde e, mais tarde, chefiou aCasa Civil no governo de Jair Soares.

Nascido em São Luiz Gonzaga, morou nointerior de Santa Rosa, nos então distritos deCampinas das Missões, Santo Cristo, Laran-jeiras (hoje Ubiretama) e Horizontina. O paiera subprefeito e subdelegado, cargos de con-fiança do intendente. Aos 16 anos foi cursar osecundário em Santa Maria e transferiu-separa a Capital visando ao diploma de ensinosuperior.

Desde a Faculdade, lutou com convicçãopelo que acreditava. Ligado ao Centro Aca-dêmico Elias Cirne Lima, liderou uma grevede mais de dez dias na Faculdade de Odon-tologia, em 1960 – pouco antes de se formar–, que obteve adesão total dos alunos e pro-moveu melhorias de infra-estrutura. Chegoua ir a um concerto num sábado à noite naUFRGS para con-versar com o en-tão Reitor da PUCRS,Ir. José Otão, que atendeuaos pedidos. “Ele foi uma des-sas pessoas privilegiadas eum dos maiores benfeitores doensino no Rio Grande do Sul.”Quase todos os anos Motta

revê a turma da Odontologia num almoço deconfraternização.

No tempo de estudante, trabalhava naAssembléia Legislativa – ficou por dez anosna função de dentista – o que o aproximoumais da política. Resolveu estudar Direito e sepreparar melhor para a atuação, especial-mente nas campanhas de outros candidatos.Concluiu o curso em 1976. Resolveu concorrera um cargo público somente com o prestígioobtido na participação no governo do Estado.

Na primeira eleição para deputado esta-dual não se elegeu. Em 1978 foi escolhidopara a Assembléia Legislativa e reeleito em1982. Da última vez como o mais votado. Aexpectativa de fazer parte de um dos momen-tos mais importantes da vida pública brasilei-ra, a elaboração da Constituição Federal, le-vou Motta a concorrer à Câmara. A partir de1986 atuou como vice-presidente da Comis-são de Ordem Social da Constituinte. “Foi omaior debate político que o País já presen-ciou. Há erros, mas pelo Congresso Nacionalpassaram todos os segmentos da sociedadelevando suas reivindicações.”

Reelegeu-se em 1990 e 1994. Foi tam-bém primeiro vice-presidente da Câmara(1993-1994), primeiro vice-presidente doCongresso Nacional (1993-1994) e pri-meiro vice-presidente do CongressoRevisor da Constituição Brasileira(1993-1994). Em 1998, resolveunão concorrer mais e foi esco-lhido ministro do TCU.

A principal tarefa doTribunal é fiscalizar aaplicação dodinheiro pú-blico fe-dera l .

Odontologia levouADYLSON MOTTA para a política

“O TCU é uma trincheira importante ao ladode outros órgãos, mas o combate à corrupçãosomente se dará com a consciência popularda necessidade de que os recursos sejamaplicados de forma legal e com eficiência.” Aoanalisar a sua gestão, remete-se novamenteà área da saúde, lembrando que a prevençãoé mais importante do que a cura. Há, porexemplo, reuniões com os 5.562 prefeitos doPaís, num programa financiado pelo Banco In-teramericano de Desenvolvimento, para infor-má-los de suas responsabilidades. “A maioriados gestores age de boa-fé. Se alertamospara que observem as leis, evitarão uma sériede problemas”, explica.

Em agosto de 2006, quando completará70 anos, Motta terá de se aposentar compul-soriamente. Espera que haja mudança na lei– ampliando a atuação para 75 anos. “Sain-do do Tribunal, eu ficarei como um cachorro

caído de mudança, semsaber para que ladovai.” Permaneceráem Brasília, poisnão quer se separardas duas filhas e do

neto. O filho, forma-do em Economia, lhedeu outro neto e mora

nos EUA.

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SOCIAL

Com dificuldade para caminhar, Mari-lene Anay, de 68 anos, foi ao Parqueda Redenção participar da Feira de

Promoção da Saúde, uma das atividades da11ª Semana da Solidariedade da PUCRS. Elafoi atendida pela equipe de Oftalmologia, ga-nhou a receita dos óculos e pôde escolher aarmação. Sentiu-se tão agradecida que pediu

emprestado papel e caneta e escreveu umpoema. O professor da Faculdade de Medicinae oftalmologista Alexander Sapiro ainda guar-da no bolso o Soneto oculista para todoscomo um símbolo do que aação voluntária representa.“Esse é o melhor pagamentoque podemos receber”, destacaSapiro, que também coordena oCentro Marista Irmão Donato.

A realização da Feira pelosegundo ano consecutivo na Re-denção foi um sucesso. Houve3.217 atendimentos, entre exa-mes e orientações, em cinco ho-ras. Professores e acadêmicosda Faculdade de Educação Físi-

ca e Ciências do Desporto conduziram recrea-ção para crianças e adolescentes. “Depois devárias edições aprendemos muito. O númerode alunos participantes somente não foi maiorpor falta de espaço. Eles são muito engaja-dos”, relata a coordenadora operacional daSemana, agente de pastoral Carolina Polito.

A estudante Viviane Egewarth, do 5º se-mestre de Nutrição, participou da Fei-ra da Saúde e destaca a interaçãocom colegas e professores. “O maiorganho é saber que ajudamos outraspessoas e aprendemos a lidar com opúblico.” Diz que a receptividade daspessoas é muito grande, principal-mente dos idosos. Todas as Faculda-des participaram da programação daSemana da Solidariedade diretamen-te ou com representantes em algumaatividade. O evento, promovido peloProjeto Solidariedade, Centro de Pas-toral e Pró-Reitoria de Assuntos Co-munitários e coordenado pelo Ir. Ave-lino Madalozzo, incluiu coleta de ali-mentos não-perecíveis, leite, livros erevistas, seminário, palestras, torneioesportivo, shows, apresentação de pe-ças teatrais e missas. Todos os itensdoados serão destinados a entidadesassistenciais da Capital e da GrandePorto Alegre. Os campi Viamão e ZonaNorte também promoveram eventos.A participação dos alunos valia comoatividade complementar no currículo.“Mesmo que muitos não se integremà Semana, o fato de ela existir criaum clima de solidariedade na PUCRS”,

diz o agente de pastoral Fabiano Vian, alunode Relações Públicas. A arrecadação de li-vros, por exemplo, foi promovida pelos bol-sistas do grupo PET-Letras.

Sapiro conta que os estu-dantes chegam a brigar paraparticipar de atividades volun-tárias, mesmo sendo aos do-mingos – uma vez por mês aequipe vai a algum local caren-te da Capital com o Ônibus Of-talmológico, levando profis-sionais de outras áreas. Alémde doar as armações de óculos,a Faculdade de Medicina pediua colaboração de óticas paradisponibilizarem lentes.

Valéria fez quatrocursos gratuitosValéria Monteiro, 47 anos, faz doces

em calda, temperos e pizzas para com-plementar a renda do marido e sustentara família de seis filhos. Como está de-sempregada, venderá sabonetes artesa-nais, seguindo técnicas aprendidas numdos Cursos Rápidos para a Comunidade,ministrado pela professora Adriene Perei-ra, do Departamento de Engenharia Quí-mica. Valéria fez quatro cursos durante aSemana da Solidariedade. Os conheci-mentos também são úteis na sala deaula – ela se formou em Magistério peloInstituto de Educação Marista Nossa Se-nhora das Graças, em Viamão. Para par-ticipar dos Cursos Rápidos, era precisodoar um litro de leite de caixinha ou deuma lata de leite em pó.

Uma semana quefaz a diferença

NÚMEROS DASOLIDARIEDADEFeira de Promoçãoda Saúde3.217 atendimentos183 pessoastrabalharamArrecadações1.584 litros de leite739 quilos de alimentos80 peças de roupa1.334 livros44 armações de óculosCursos Rápidos paraa Comunidade199 participantes

Soneto oculistapara todos

Soneto oculistapara todos

Com os olhos vives a lidarÉ esta a tua missãoDeus irá sempre te ajudar,Se a cumprires de todo coração.

Cada paciente que bem atenderes,Um pontinho no céu hás de ganhar;E, nos revezes que encontrares,O Senhor estará a te guiar.

Seja bem longa a tua jornada,Viva com muita emoçãoE haja flores na tua caminhada.

E, um dia, quando te perguntar o Senhor:“Que fizeste na vida por teu irmão?”Sorrindo dirás: Fui oculista, vivi o amor!Marilene Anay

Feira da Saúde: 3.217 atendimentos

Carentes receberam doações

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OPINIÃO

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 125 – JUL-AGO/2005 47

NOVAS TECNOLOGIASenergizam a educaçãoJá vai longe o tempo em que o lápis e o

caderno, o giz e o quadro negro eram osmateriais didáticos por excelência, senão os únicos, do professor e do aluno.

Com o surgimento de novas tecnologias edu-cacionais, as instituições de ensino reava-liaram seus métodos e abordagens didáticase pedagógicas. Essas ferramentas adentra-ram a sala de aula, como os modernos livrosdidáticos e paradidáticos descartáveis ounão, os retroprojetores e os audiovisuais, osgravadores e filmadoras, as videotecas ebrinquedotecas, os computadores e os te-lões, os circuitos internos de TV e multimí-dias, as redes de informática na escola, a in-ternet e o acesso à informação a domícilio.

Tudo isso está inovando e energizando aeducação. E nem podem ser previstas todasas surpresas que o futuro nos prepara. Sãonovos recursos que oportunizam novas ma-neiras de aprender. Peter Druker observaque o livro impresso liberou a maior explosãoem aprendizado que o mundo jamais viu. Sóque o livro é um veículo de informação basi-camente mais favorável ao adulto. Em con-traste com as novas ferramentas de apren-dizado que são mais ajustadas e favoráveisàs crianças. Estas não têm prevenção con-tra máquinas e tratam os computadorescomo se fossem extensões de si mesmas.

Todavia, será que essa tecnologia é ne-cessária? A bem da verdade, não podemosmais dispensá-la. Ela veio realmente paraficar. O movimento nessa direção é irrever-sível. A questão maior é saber utilizá-la comreal proveito para a educação. O uso da tec-nologia é meio. O importante é saber a ser-viço de que ela deva ser colocada. Não háqualquer incompatibilidade entre a adoçãodas novas tecnologias e a busca dos objeti-

vos de formação integral. Antes,pelo contrário. É um sinal de inteli-gência saber colocar os recursosdisponíveis a serviço dos objetivosmaiores da escola.

Contudo, há necessidade de levan-tar, pelo menos, dois pontos. O primeirodiz respeito ao professor, sobretudo o maisantigo. Ele, no seu tempo de escola, nãochegou a usar esses recursos e, agora, pre-cisa aprender a utilizá-los. É a escola quedeve oportunizar-lhe essa aprendizagem. Osegundo é a constatação de que a nova ge-ração de estudantes que cresceu assistindoa televisão, comunicando-se pela internet efoi formada dentro dessas mídias eletrôni-cas, em sua grande maioria, não sabe maisescrever. O mais assustador é que a novageração de professores pode ser incluídanessa mesma categoria. Isso se percebe aténos cursos de mestrado e doutorado. Algu-ma coisa precisa ser feita neste particular.

Por outro lado, todos têm certeza de queo crescimento rápido do acervo do conheci-mento e da informação postos à disposiçãodas escolas e universidades está a exigirmaior e mais criteriosa seletividade na es-colha do que ensinar aos seus estudantes.As fronteiras do conhecimento são rapida-mente dilatadas em todos os campos do sa-ber. Surgem novos ramos das ciências e no-vas áreas de mútuas interseções entre elas.

Dentro desse novo contexto da intelec-tualidade, percebemos que sabemos cadavez menos dentro do universo científicocada vez mais amplo do saber humano.Acrescente-se a isso, também, que nesseritmo acelerado de produção do saber, opróprio conhecimento também envelhececom maior rapidez. O período de obsoles-

cência, sobretudo do saber aplicado, ficaencurtado, quando novas descobertas sãosuperadas por outras que as sucedem.

Na realidade, no espaço também limita-do da cabeça do aluno já não cabe maistudo o que os professores gostariam de lheensinar. Parece-nos que até a vida já se tor-nou demasiado curta para aprender tudo oque gostaríamos de saber. Assim sendo, épreciso ser mais seletivo e transmitir o queé mais importante.

O fundamental, porém, é instrumentali-zar o aluno com as apropriadas e indispensá-veis ferramentas intelectuais para a apren-dizagem e habilitá-lo a saber garimpar e se-lecionar a informação e o conhecimento deque necessita no abundante acervo disponí-vel. Ainda, o importante é ensinar o que osantigos autodidatas sabiam fazer, isto é,aprender sozinhos. Essencial para a escola é,então, ensinar a aprender. E para o aluno, oimportante é aprender a aprender. Mais im-portante que o ensino é a aprendizagem.

CLEMENTE IVOJULIATTO

Reitor da PUC-PR, presidente do Círculode Estudos Bandeirantes e integranteda Academia Paranaense de Letras

O uso da tecnologia é meio. O importante é saber a serviço

de que ela deva ser colocada. Não há qualquer incompatibilidade

entre a adoção das novas tecnologias e a busca dos objetivos de

formação integral. É um sinal de inteligência saber colocar os recursos

disponíveis a serviço dos objetivos maiores da escola.

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