ORIENTACIONES PARA UNA ACCION CULTURAL CHILENA

La i n q u i e t u d manifes tada p o r d i s t i n g u i d a s pe r sona l i d a d e s

de nues t ro p a í s , v incu ladas t o d a s e l l a s a a c t i v i d a d e s c u l t u r a l e s y

de reconocida ve r sac ión en n u e s t r o medio, a c e r c a d e l r o l e impor tanc ia

que a l a c u l t u r a puedan o t o r g a r l a s d i f e r e n t e s opciones p o l í t i c a s ,

e s oportuna y plenamente j u s t i f i c a d a .

Una ya l a r g a e x p e r i e n c i a r e v e l a que, en l a r e a l i d a d

concreta y r e p e t i d a de l o s d i s t i n t o s p e r í o d o s y g o b i e r n o s , con

frecuencia s e ha c a r e c i d o de o r i e n t a c i o n e s d e f i n i d a s en r e l a c i ó n a

l a cu l tu ra c h i l e n a , y no s e han dado l a s p r i o r i d a d e s n i l a s p o l í t i c a s

fundamentales que ex ige .

P a r e c i e r a que siempre priman s o b r e el l a s , 1 a s u r g e n c i a s

del e j e r c i c i o de l poder o de l a lucha p o r a l c a n z a r l o , a c r e c e n t a r l o

o conservarlo. Siempre es mayor l a s e n s i b i l i d a d pa ra c a p t a r o t r o s

requerimientos que se est iman más i n m e d i a t o s , o pa ra a t e n d e r l a s

necesidades apremiantes d e l pueblo, que p a r a s e r v i r 1 a t r a s c e n d e n c i a

de su - c u l t u r a ; nunca ..se -subordinan . -1 a s . c o n s t r u c c i o n e s m a t e r i a l e s o

1 a s inver s iones con f i n e s económicos o p r o d u c t i v o s , pa ra i n v e r t i r

primero en c u l t u r a . Siempre s e r e s t r i n g e n más l o s r e c u r s o s que s e

des t inan a l o s ins t rumentos c u l t u r a l e s , aún cuando ya son d e por s í

escasos.

Lo grave de e s t a s concepciones y p o l í t i c a s , h i s t ó r i c a m e n t e

compartidas, es que han provocado y, a l a v e z , a c r e c i e n t a n l a causa

fundamental del d e s a r r o l l o i n s u f i c i e n t e y d e s i g u a l de n u e s t r a nac ión ,

que no e s o t r a que l a s f a l l a s , l a s d e f i c i e n c i a s y l o s v a c í o s c u l t u r a l e s

de nues t ro pueblo. La acción privada, con ser t a n i m p o r t a n t e en e s t a

ma te r i a , no cubre el vacío que d e j a e l Es tado.

C h i l e v ive en e s t e t iempo una hora impor tan te . La

p o l í t i c a n a c i o n a l , que e s t á l lamada a d e f i n i r e l proceso de t r a n s i c i ó n

y de conducción guberna t iva , debe e s t a r d i r i g i d a p o r l a r e f l e x i ó n

y por l a s a b i d u r í a y ambas son e x p r e s i ó n s u p e r i o r de l a c u l t u r a .

La responsab i l idad c u l t u r a l que s i g n i f i c a e l cargo que

actualmente ocupo -y e l hecho de e s t a r p o r v a r i a s r azones a l margen

de l a s con t i endas e l e c t o r a l e s y p a r t i d i s t a s - , me a u t o r i z a n o me imponen

e l deber de i n t e n t a r hace r l l e g a r a t o d o s l o s s e c t o r e s . p o l í t i c o s ,

s i n exclus ión a lguna , l a s r e f l e x i o n e s , i n q u i e t u d e s y s u g e r e n c i a s que

l a c u l t u r a c h i l e n a r e q u i e r e

Comprendo que r e s u l t a d i f í c i 1 a p o r t a r a l gunas i d e a s

con t a l e s p r o p ó s i t o s , que puedan no e s t a r y a en l o s programas de l o s

p a r t i d o s o que l o s cont radigan o no sean ampliamente conoc idas o que

no hayan s i d o comprendidas en l a s a c c i o n e s p o s i t i v a s d e l a c t u a l gobierno

o d e o t r o s a n t e r i o r e s . Pero, a1 r e s p e c t o , deseo e x p r e s a r dos cosas :

p r imero , ' po r muy impor tan te que s e a l o hecho, ha f a l t a d o mayor ampl i tud ,

más . recursos y una más a l t a p r i o r i d a d ; y segundo, f r e n t e a l o p o r

h a c e r , debo a d v e r t i r también que l a c u l t u r a no es -n i s u s ins t rumentos

son- una m a t e r i a que pueda ser somet ida a l gobierno d e l Estado, n i

mucho menos a l a s i d e o l o g í a s o i n t e r e s e s de p a r t i d o s o mayorías

e l e c t o r a l e s .

La c u l t u r a es un b ien y una t a r e a n a c i o n a l . P ienso

que no e s una p r e t e n s i ó n o inmodest ia mía, q u e r e r a p o r t a r a l g o a e s t e

debate . Creo que l o j u s t i f i c a n l a i n t e n c i ó n con que l o hago y una

ya larga experiencia .pública; el haber conocido el pensamiento de

muchos chilenos de excepción meditado en lo e sc r i t o y .hecho por

tantos otros a través de nuestra h i s to r ia ; e l haber vivido y pensado

profundamente a Chile, valorando prioritariamente su cultura y l a s

consecuencias de sus debil idades; el haber intentado i n t u i r desafíos

y escenarios futuros para nuestra Patr ia y concebir y diseñar

, orientaciones que ' sirvan a todos los chilenos para const rui r una

respuesta nacional que asegure el destino de Chile; y, por c ie r to ,

l a responsabilidad actual que me a s i s t e respecto a l a conservación

y acrecentamiento del patrimonio hi s t ó r i co-cul tura l nacional y de

d i r i g i r sus grandes instrumentos .culturales.

Por eso, he querido dar a conocer e s t a s reflexiones

sobre la cultura y algunas ideas y proposiciones para or ientar el

apoyo público que debe darse a l a acción cul tura l chilena.

1 Dimensiones de l a cultura,

Conciencia de s í mismo.

Toda cultura . es tá basada en una concepción del hombre.

E1 origen, l a idea .:germina1 de --una cul-tura. .-es -1 a . conci enc4.a .que el

hombre tiene de s í .mismo. El hombre f o r j a . esa conciencia, forma esa

concepción, se su je ta a e 1 l a . y busca imponerla a o t ros hombres.

Esta conciencia se va insertando en e l ' pensamiento o

en las formas de vida, a t ravés del tiempo,. y 10 hace en l a s entidades

o puntos socia les de relación: en l a famil ia , l a escuela, l a

comunicación social ; e l - a r t e y el folklore. En s u esencia, es un

valor religioso.

La conciencia o r i g i n a r i a genera va1 ores . . Val ores

personales y soc ia l e s que se es t ruc turan en je rarquías ex igentes ,

que orientan l a conducta y l a vida de l a . sociedad; que dan a é s t a

l a dirnensi.Ón esencial de s u f i n y de sus obje t ivos más t rascendentes .

Crean una é t i c a ; una conducta personal y soc ia l .

. Las d i f e r e n t e s y grandes cu l tu ras h i s t ó r i c a s , han ten ido

todas esta semi1 l a o r i g i n a r i a de una determinada conciencia o concepción

del hombre. Mientras é s t a e s sana y vigorosa l a cu l tu ra se mantiene . .

cohesionada y coherente. Pero, cuando se erosiona o se borra esa

conciencia, o s e pierden l o s va lores que han germinado de e l l a , l a

cul tura entra en c r i s i s , agoniza o s e destruye.

Un anál i si S profundo de 1 a c i vi 1 i zaci Ó n actual , bu1 l e n t e

en los procesos b r i l l a n t e s de l o s cambios, nos podría mostrar , no

obstante, que l a pérdida de l o s va lores fundamentales, l a t i e n e sumida

en una c r i s i s cu l tu ra l de enormes proyecciones.

Otras cu l tu ras , en cambio, que han tomado d iversos medios

y formas propias de 'la creación de l a cu l tu ra occ identa l , mantienen

mejor sus jerarquías .de va lores y,. por ende, su vigor y su ident idad

cul tural . La c0ncienci.a : de si' mismo., . l a s . - je rarquías ..de va1 o r e s ,

y su inserción en 1 a .sociedad nacional , son 1 a .primera - de 1 a s bases ,

só l idas y permanentes, de l a ident idad nacional. Al mismo tiempo,

son el elemento esencial para l a formación personal. Sin e s t a dimensión

de l a cul tura , l a nación no e s n i puede s e r una sociedad cons i s t en te

y unida esencialmente; y e s e hombre, entonces, no e s un miembro unido

e identificado -espir i tualmente con- e l 1 a , - s ino s e s i en te - a l i enado,

disociado o e s p i r i t u a l m e n t e oprimido.

Toda c u l t u r a conc ibe , también, a e s t a sociedad mayor

en l a que l o s hombres s e i n s e r t a n y t r a s c i e n d e n h i s t ó r i c a m e n t e . Es

l a conciencia de ser . nación. La nac ión es una r e a l i d a d c u l t u r a l ,

primero, a n t e s d e ser r e a l i d a d p o l í t i c a , j u r í d i c a o económica; y es

dicha r e a l i d a d l a que l e da v i g o r pa ra p lasmar s u d e s t i n o .

Pa ra una nación, s u c u l t u r a es s u s e r e s p i r i t u a l . Un

pueblo vive s u c u l t u r a . Sus nexos s o c i a l e s s e e s t r u c t u r a n basados

en l a s formas generadas o acep tadas en e l t iempo por s u p rop ia r e a l i d a d

c u l t u r a l . S i n duda, e s el e s p í r i t u d e l hombre que t r a s c i e n d e del

i n s t i n t o de manada, e l que a f l o r a y se e x p r e s a en s u i n t e l i g e n c i a

y en su vo lun tad , el que c r e a c u l t u r a y , a l a vez , e l mismo es formado

. en l a r e a l i d a d c u l t u r a l de s u soc iedad .

La i n s e r c i ó n de l a c u l t u r a en l a soc iedad , en cada una

de l a s pe r sonas , a t r a v é s de e s o s puntos o e n t i d a d e s de i n s e r c i ó n ,

es l o que da v i g o r a e s a soc iedad , f o r t a l e c e s u s v a l o r e s y , p o r ende,

s u iden t idad .

La i d e n t i d a d c u l t u r a l de s u pueblo l e pe rmi te t e n e r

unidad de v a l o r e s , e n c o n t r a r unidad de p r o p ó s i t o s , f o r t a l e c e r l a idea-

f u e r z a de un d e s t i no común. y comprender .-l a .ri n d i s p e n s a b l e unidad s o c i a l

de l a nación . e n t e r a . Le pe rmi te , . . a s í , supera r . d e s a f í o s , s o p o r t a r

f r a c a s o s , resistir a l t iempo, y no mori r .

La verdad enseña -pe ro , p o r d e s g r a c i a , s u enseñanza

es abundantemente i n a d v e r t i d a - que l a c u l t u r a es y debe .ser p r i o r i t a r i a

d e n t r o de l a n a c i ó n ; l o que e q u i v a l e a d e c i r p r i o r i t a r i a para el Estado

y p r i o r i t a r i a p a r a toda l a soc iedad . S i no l o es, si se l a pos te rga

para d a r l e s p r i o r i d a d a o t r o s r equer imien tos ; si s e p r e f i e r e s u b o r d i n a r

l a dura t a r e a de c reac ión y e l e v a c i ó n c u l t u r a l p rop ia a l a mera

importación d e formas o dimensiones o p roduc tos c u l t u r a l e s f o r á n e o s ,

s e r á todo el s e r nacional de ese pueb1.0 el que s e r e s e n t i r á , s e

e ros ionará o se f r u s t r a r á , gravemente.

2. - La c u l t u r a de l en to rno .

Otra dimensión fundamental de l a c u l t u r a es l o que

podríamos l l a m a r l a c u l t u r a de l en to rno . Es d e c i r , c u l t u r a e s l a

adecuación d e l hombre no s ó l o , a s u sociedad s i n o también a su e s p a c i o

p l a n e t a r i o . .

E l hombre nace -siempre- re1 a c i onado con una r e a l i dad.

~ s a r e a l i d a d , s u f a m i l i a y su en to rno , c r e a en él s e n t i m i e n t o s , sean

a f e c t o s o r echazos , v a l o r e s o a n t i v a l o r e s . Crece d e n t r o d e e l l a ,

s e moldea, absorbe h á b i t o s , comprensiones, acoge y s e a d a p t a a l a

vida que conoce o se r e b e l a y rechaza l o que l e impone. Dependerá

de l a persona y de s u ambiente f a m i l i a r y s o c i a l ; pe ro , también,

dependerá de l a s a b i d u r í a con que e s a soc iedad haya adap tado s u v ida

a l a s c i r c u n s t a n c i a s de su en to rno , de su r e a l i d a d e s p a c i a l .

Hay e n t o r n o s acogedores, que l e v a n t a n e - impulsan; y

o t r o s , s i n duda, que : a p l a s t a n , - d i f i c u l t a n .o l r i r n i t a n 1 a v ida .

Esa s a b i d u r í a .para c r e a r una forma de .v ida adecuada

a l a s e x i g e n c i a s o r i g o r e s de l e n t o r n o , es c u l t u r a . También l a s

d i f e r e n t e s c u l t u r a s s e han o r i g i n a d o en e s t a s a b i d u r í a , y g r a c i a s

a e l l a l o s hombres y l o s pueblos fueron hab i t ando el p l a n e t a e n t e r o .

Aprender a v i v i r en l o s h i e l o s , o en l a s montañas, o en l o s d e s i e r t o s ,

o en . l a s e s t e p a s , o en las . : se lvas t r o p i c a l e s , o en l a s s e l v a s f r í a s ,

o en l o s f r í o s a r c h i p i é l a g o s y c a n a l e s , son formas c u l t u r a l e s t a n

fundamentales como l a s que surgen f a v o r e c i d a s en l o s v a l l e s fér t i les ,

de clima g r a t o y en l a s l l a n u r a s f e r a c e s d e grandes r í o s , o , aún,

de l p rod ig io de i r poblando pequeñas i s l a s d i s t a n t e s en el g i g a n t e s c o

d e s i e r t o oceáni co.

E1 hombre aprende a v i v i r en e s a t i e r r a y aprende a

c u l t i v a r l a - o a v i v i r de l o que l e da e l e n t o r n o - para hacer p o s i b l e

su e x i s t e n c i a . Este e s e l o r i g e n de e s a dimensión de l a c u l t u r a .

Pero e1 paso del t iempo, l a m u l t i p l i c a c i ó n de l o s hombres,

l a c reac ión de complejas r e a l i d a d e s s o c i a l e s , l a a p a r i c i ó n y e l

d e s a r r o l l o de l a s c iudades , l a invención y dependencias de nuevos

medios, i n s t r u m e n t o s y formas o concepciones de v ida , van f o r j a n d o

una i n a g o t a b l e va r i edad de c i r c u n s t a n c i a s que pesan, a l t e r a n y , a

menudo, o c u l t a n o d e s t r u y e n , e s a o r i g i n a r i a c u l t u r a de l en to rno .

Son i n f i n i t a s l a s c i r c u n s t a n c i a s que pesan hoy s o b r e

cada hombre, p a r t i c u l a r m e n t e cuando su e n t o r n o es e l de una gran c iudad.

Nada, d e n t r o de l . a s c i r c u n s t a n c i a s que p r e s e n t a , recuerda ese or igen

de l a c u l t u r a . Nada, o c a s i nada, queda de a q u e l l a s a b i d u r í a

o r i g i n a r i a , n i de l a comprensión fundamental de l a n e c e s a r i a c u l t u r a

d e l entorno.

Es e f e c t i v o e innegab le . . que - . l a ciudad .obedece . a o t r o

n ive l de l a c u l t u r a y que d e n t r o de l a c iudad l a c u l t u r a a d q u i e r e

y d e s a r r o l l a o t r a s dimensiones. Nadie podrá d e s p r e c i a r o desconocer

e l s i g n i f i c a d o t r a s c e n d e n t a l que ha t e n i d o en l a h i s t o r i a humana,

y has ta qué punto es c o n s u s t a n c i a l con l a s evo luc iones experimentadas

por l a s c u l t u r a s a c t u a l e s .

Pero, e n t r e o t r o s , e s t a s formas c u l t u r a l e s urbanas han

s o l i d o t e n e r e l gravís imo d e f e c t o de romper l a r e l a c i ó n c u l t u r a l del

hombre con su e n t o r n o n a t u r a l . En e f e c t o , l a c i v i l i z a c i ó n -que siempre

e s dominantemente urbana- ha hecho p e r d e r e s a adecuaci Ón o r i g i n a r i a

a su ambiente p l a n e t a r i o ; el hombre no se educa para v i v i r con un

entorno sano, n i l o c u l t i v a como un b ien fundamental para su e x i s t e n c i a .

Y como a q u é l l a se impone a l o s hombres r u r a l e s a t r a v é s de l o s medios

e i n f l u j o s s o c i a l e s -educación, l e g i s l a c i ó n , comunicación, s i s t e m a s ,

instrumentos, y, aún, neces idades , e x p e c t a t i v a s y anhe los - , también,

a l l í impone l a negación a l a r e a l i d a d y l a d e s t r u c c i ó n o c a r e n c i a

de c u l t u r a , en l a dimensión y va lo rac ión de s u e n t o r n o .

Quizás s e comprenda mejor l o d i c h o , si consideramos

l a r ea l idad de este c o n t i n e n t e . E n t r e 1 a s comple j idades c u l t u r a l e s

que produjo l a c o l o n i z a c i ó n de América, r e s a l t a negat ivamente 1 a pé rd ida

de l a c u l t u r a d e l e n t o r n o , t a n admirablemente v i v i d a por l o s d i f e r e n t e s

pueblos abor ígenes . La confus ión s i g u i ó a l a i n s e r c i ó n d e l a

c i v i l i z a c i ó n europea . Así, en e s t e p lano , en l a t r a n s c u l t u r i z a c i ó n

habida a l o l a r g o de s i g l o s , l o s europeos q u i s i e r o n t r a n s p l a n t a r s u

propia dimensión a e s t e e n t o r n o desmesurado de América - t a n d i s t i n t o -

; l o s ind ígenas pe rd ie ron l a suya, y l o s m e s t i z o s - t a l vez- no

aprendieron b ien ninguna d e l a s dos.

HOY, apreciamos el r e s u l t a d o . - d e e s t a confus ión . E l

d e t e r i o r o del medio ambiente, 1 a d e f o r e s t a c i ó n , 1 a depredación de

recursos , 1 a contaminación, . l a e r o s i Ón , 1 a acumul a c i ó n de b a s u r a s

y desechos, son t o d a s e x p r e s i o n e s de l a c a r e n c i a de una c u l t u r a de l

entorno. También l o son l a s t e n d e n c i a s a l a c o n c e n t r a c i ó n masiva

en una gran c iudad y el abandono, r e t r a s o o a i s l a m i e n t o y pobreza

r u r a l , que c a r a c t e r i z a n a n u e s t r a América en l a a c t u a l i d a d .

La c u l t u r a de l e n t o r n o , en d e f i n i t i v a , s i g n i f i c a que

e l hombre debe s a b e r a d a p t a r s e a l a n a t u r a l e z a , en e1 s e n t i d o d e

r e s p e t a r l a y s a b e r cómo p r e s e r v a r l a . Só lo a s í a s e g u r a r á su h a b i t a t

para l o s f u t u r o s mi len ios . . Debe s a b e r v i v i r y s a b e r u t i l i z a r l o s

r ecursos y l o s e lementos y l o s e s p a c i o s de su en to rno adecuadamente;

e s t o e s , c u l t u r a l m e n t e . Es d e c i r , aprende- a t e n e r no s ó l o l a c u l t u r a

campesina de n u e s t r o val l e c e n t r a l , s i n o , también, c u l t u r a mar í t ima,

c u l t u r a - de l a madera, de l d e s i e r t o y de l a montaña.

3. - La c u l t u r a y l a s i d e a s v i t a l e s de cada t iempo.

Una t e r c e r a dimensión fundamental de l a c u l t u r a l a forman

l a s ideas v i t a l e s d e l tiempo que se v ive .

Siempre, una c u l t u r a t i e n e un s i s t ema d e i d e a s que l a

ordena y l e da su i d e n t i d a d y s e n t i d o . Sistema que ordena a l hombre,

el mundo y el hombre d e n t r o d e l mundo. Cuando l a c u l t u r a p i e r d e l a

coherencia de su s i s t e m a de i d e a s , no s ó l o s e rompe s u orden i n t e r i o r ,

s i n o que toda e l l a e n t r a en c r i s i s .

El s i s t e m a d e i d e a s e s t á formado e s e n c i a l m e n t e por l a s

11 amadas i d e a s - f u e r z a , que son o rdenadoras ; pero , también, por 1 a

incorporación de 1 a s ideas - ins t rumentos , ., que .:impulsan nuevas formas

o i n t e r p r e t a c i o n e s , o nuevos medios, que -impul san- el cambio.

El s i s t e m a ha formado un orden; y , en consecuenc ia ,

es y debe ser c o n s t a n t e . Es d e c i r , es l o permanente de una c u l t u r a .

Pero l a c u l t u r a , a s u vez, es cambio. Y ese cambio

s e 1 o proporcionan p r i n c i p a l m e n t e e s a s i d e a s - i ns t rumentos . La

s i g n i f i c a c i ó n del cambio dependerá d e l v i g o r innovador de i d e a nueva

o del grado de rompimiento del orden a n t e r i o r que pueda producir.

Su efecto, sin embargo, si e s tan profundo o tan in t enso . como para

producir l a ruptura o modificación del sistema de ideas esencia les ,

no s igni f ica necesariamente . l a creación de u n nuevo sistema de ideas

de esa cu l tura . Por e1 cont rar io , más bien o más probablemente, podrá

transformarse en una grave erosión del orden i n t e r i o r de esa cu l tu ra ,

o en l a causa de su c r i s i S inevi tab le .

Es l o que sucede en l a actual idad con l a cul tura

occidental. E l sistema de ideas c l á s i co -c r i s t i a n o , completo y coherente,

ha venido siendo des t i tu ído de su orden y cohesión por cambios

reiterados que l a afectan en su esencia , y por nuevos cambios que

al teran l a s dimensiones o r ig ina r i a s de e s t a cu l tu ra . La conciencia,

los valores y l a ident idad, han venido siendo negados o sus t i tu ídos

por l a secular izac ión , l a t ranscul tur izac ión y por ideologismos y

tecnocracias. La cu l tu ra del entorno y su valoración, ha s ido

reemplazada por l a explotación y e l aplastamiento inmisericorde que

impone una c i v i 1 ización dominadora y economici s t a .

Una demostración palpable de e s t a c r i s i s , actual y

creciente , s e aprecia en l a contradicción esencia l e n t r e e l desar ro l lo

ex is ten te y l a incertidumbre humana. Nunca l a c ienc ia ha s ido mayor,

n i l a técnica más e f i c i e n t e , n i jamás ha s ido - tan to e l poder del hombre

sobre su medio y l a naturaleza. Pero, ¿por qué e s . t a n profunda y

tan extendida l a c r i s i s en l a s sociedades y en e l mundo? ¿Cuál e s

l a causa de l a enajenación en. l a c r i s i s personal e i n t e r i o r de tan tos

hombres?

Tal vez, s ea , como alguien d i j o , que e l hombre sabe

hoy cómo hacer muchas cosas ... pero no sabe que debe hacer.

La verdad, piengo, es que a t r a v é s de d o s - s i g l o s s e

ha puesto t a n t o e n f á s i s en l o s cambios y t a n poco en l o permanente

de l a c u l t u r a , que é s t a ha perdido sus e s e n c i a s . Como una vez más

e s t a e s l a t endenc ia dominante en e l mundo, l a c r i s i s s e p r e s e n t a

i nevi t a b l e .

El cambio e s n e c e s a r i o . S i g n i f i c a i d e a s v i t a l e s ,

c i e n c i a s , medios, c reac ión e i n v e n t i v a . S i todo f u e s e siempre

permanente, 1 a cul t u r a anqui 1 osada mori r í a .

S i todo e s cambio, s ó l o e x i s t e i n e s t a b i 1 i d a d , desorden,

enajenación y c r i s i s . También es e s e n c i a l l o permanente. Lo que

debe s e r cons tan te en una c u l t u r a , e s l o que genera o r d e n , e s t a b i l i d a d ,

coherencia y s a b i d u r í a .

En conc lus ión , s ó l o l a suma c o n s i s t e n t e y armónica de

lo' que es permanente y del cambio c r e a t i v o , genera s o l i d e z y progreso .

A t r i b u í d o e s t e a n á l i s i s a l a c u l t u r a de una nación,

es e s t a suma, a s í log rada , e1 único camino que l e p e r m i t i . r á p r e v a l e c e r

y perdurar .

Por e s o es que, J u n t o con a f i r m a r l o e s e n c i a l de l a

c u l t u r a c h i l e n a - sus v a l o r e s e i d e n t i d a d y s u v a l o r a c i ó n d e l entorno-

, y l a s idea-fuerza d e l a unidad y bien común d e l a n a c i ó n , debemos

avanzar .en . i d e a s - v i t a l e s de .este t iempo -10s nuevos medios c i e n t í f i c o s

y tecnológicos- , pa ra ser capaces de c r e a r una r e s p u e s t a nacional

que nos asegure el f u t u r o .

4.- La c u l t u r a y l a be1 l e z a .

La b e l l e z a es e s e n c i a l en l a c u l t u r a . Toda c u l t u r a

e n c i e r r a una búsqueda c o n s t a n t e de l a b e l l e z a , porque é s t a es un anhelo

absoluto del se r .

Es más, aún, l a naturaleza busca l a be l l eza , y cuando

l a encuentra l a r e p i t e incansable en l a s especies . Muchas especies

l a perciben o , a su modo, en su i n s t i n t o l a buscan.

Para e l hombre y sus cu l tu ras l a idea de bel leza se

repi te . El ideal de l a be l leza , con su fuerza creadora, e s constante.

Las expresiones podrían v a r i a r según sea e l entorno o e l tiempo de

cada cul tura . E l ideal perdura y t rasc iende de su propia realidad

cul tura l y de s u tiempo.

Este anhelo fundamental del s e r , genera a r t e , formas,

expresiones. De d i s t i n t o nivel y grado de abstracción y perfección,

e l a r t e busca expresar l a be l leza , esencialmente. Sea en e l a r t e ,

en l a a r tesanía o en e l f o l k l o r e , e s siempre exig ib le l a perfección

y l a búsqueda de l a be1 leza .

La cu l tu ra nacional que no e s acompañada de l a belleza

en l a s expresiones y en l a creación de s u pueblo, revelea su pobreza,

s u chatura o sus grandes vacíos.

5.- La cu l tu ra y su patrimonio

El patrimonio c u l t u r a l de . una nación e s l a creaci.Ón

h i s tó r i ca , t rascendente y perdurable de un pueblo. Su .pensamiento

y s u e s p í r i t u , s u a r t e y su creación, l o s testimonios de l a vida de

su sociedad y de l o s ances t ros , del aso' de l a His tor ia , forman parte

de e s t e amplio patrimonio h i s tó r i co -cu l tu ra l . Junto a l patrimonio

na tura l , forman e l patrimonio de l a nación.

E l patrimonio - e s un bien --objetivo. Está formado por

real idades, bienes, obje tos , obras , testimonios, r e s t o s , y , aún,

palabras, costumbres y t radiciones. Son como cuerpos f í s i c o s de l a

identidad, h i s t o r i a , memoria, a r t e , c iencia y vida in te l ec tua l y .4

material de l a nación.

No obstante e s t a realidad ob je t iva , en verdad, una nación

posee patrimonio cu l tu ra l cuando s i e n t e , reconoce y valora como t a l

todo cuanto l a in tegra . Sólo entonces el patrimonio e s t a l y vale

y pesa en cuanto 6 t a l . La nación se enriquece y se ennoblece. El 6( pueblo s iente y aprecia sus ra íces ; ama su creación cu l tu ra l y eleva

su espi r i tua l idad y s u vida.

A l a inversa , cuando un pueblo ignora, o menosprecia,

o destruye, o vende, o deja sin valorar su patrimonio, o no 10 conserva

n i l e destina recursos, esa nación pierde su patrimonio h is tór ico-

cu l tu ra l , pierde sus ra í ces , y , a l a vez, pierde fuerza e s p i r i t u a l ,

identidad nacional y trascendencia.

El patrimonio cul tura l afirma l a creación constante,

10 permanente de una cul tura . En 'él caben . testimonios de todas l a s

dimensiones de l a cu l tu ra . Hace constante l o que fue cambio y, e s

una lección perdurable de l a vida de los pueblos de esa nación.

Conservar e l patrimonio e s generar cu l tu ra . Hace más

cul tos a los que l o conocen y genera cul tura para l a s generaciones

que vendrán y podrán conocerlo.

E l patrimonio natural y cu l tu ra l , en l a geografía a b i e r t a

de l a pa t r ia o en l a s c a l l e s y pueblos, o en l a s b i b l i o t e c a s , archivos

y museos, e s una enseñanza viva y profunda para l o s e s p í r i t u s 1 ib res

y l a s mentes a b i e r t a s y sanas. Es escuela, universidad, t a l l e r , a r t e ,

instrumento cu l tu ra l . Es, en d e f i n i t i v a una dimensión esencial de l a cu l tu ra , .

sin l a cual una cul tura deja de tener ra íces ; e s dec i r , de ja de s e r

una cu l tu ra y pasa a ser u n vacío,, una forma hueca, p a r d soc iedad también

vacía , c a r e n t e de i d e n t i d a d .

11 P r o y e c t a r y c o n s t r u i r el f u t u r o .

(Es ta m a t e r i a r e q u i e r e u n segundo t r a b a j o . Por ahora ,

s ó l o una pocas p a l a b r a s ) .

A l r e s e ñ a r t a n resumida como apresuradamente a lgunas

r e f l ex iones sobre l a c u l t u r a , se ha q u e r i d o p r e c i s a r y p u b l i c i t a r

l o que no puede ser ignorado r e s p e c t o a e x i g e n c i a s fundamenta les de

l a c u l t u r a de l a nación c h i l e n a . A l o a n t e r i o r , cabe a g r e g a r , l a

afirmación de que s ó l o v igor izando y ac recen tando l a c u l t u r a c h i l e n a ,

en todas sus dimensiones y en t o d a l a e x t e n s i ó n de l a P a t r i a , Ch i l e

podrá p r o y e c t a r y c o n s t r u i r su f u t u r o .

La t a r e a de h a c e r l o , es t a r e a n a c i o n a l . No corresponde

s ó l o a l Estado, n i s ó l o a l o s p a r t i c u l a r e s , n i s ó l o a l a I g l e s i a .

Corresponde a l a nación e n t e r a , a tod.os y a cada uno d e l o s c h i l e n o s .

Los ins t rumentos p a r a t a l t a r e a son t o d o s l o s que . sean

ap tos para r e a l i z a r a lgunos de l o s a s p e c t o s que comprende. Pero,

innegablemente; r e c a e una mayor r e s p o n s a b i l i d a d s o b r e a q u e l l o s que

asumen l a s func iones r e l a t i v a s a l a educac ión , a l pa t r imonio c u l t u r a l

y n a t u r a l , a l a s c i e n c i a s y t e c n o l o g í a s , a l a comunicación s o c i a l

y a l a formación e s p i r i t u a l y p a t r i ó t i c a d e l o s c h i l e n o s .

Formar a l a persona p e r f i l a n d o r e c t a y c l a r a m e n t e l o s

a t r i b u t o s de su alma - l a i n t e l i g e n c i a y l a voluntad- con i d e a s c l a r a s ,

mentalidad p o s i t i v a y c r i t e r i o s d e va lo r : d a r l e c u l t u r a , en t o d a s

s u s amplias dimensiones; f o r j a r su i d e n t i d a d . n a c i o n a l , l a adhes ión

y responsab i l idad s o c i a l , l a v a l o r a c i ó n de1 e n t o r n o y de su patr imonio

c u l t u r a l , l a cohes ión i n t e r i o r y l a capac idad c r e a d o r a , son l a síntesis

f i n a l de e s a t a r e a c u l t u r a l . Y son e x i g e n c i a s i n s u s t i t u í b l e s para

saber p r o y e c t a r e s e f u t u r o y poder c o n s t r u i r l o .

Es función e s e n c i a l d e l Es tado , da'r p r i o r i d a d abso lu ta

a e s t a t a r e a y a t e n c i ó n p r e f e r e n c i a l a t a l e s ins t rumentos c u l t u r a l e s .

E s t r u c t u r a s 1 e g a l es adecuadas, r e c u r s o s económi cos s u f i c i e n t e s ,

es t ímulos y s u b s i d i o s , que acojan una ampl i a p a r t i c i p a c i ó n nac.iona1,

son o b l i g a c i o n e s que deben a c r e c e n t a r s e urgentemente .

Só lo unas pa labras más s o b r e el pa t r imonio nac iona l .

Si l a educación debe formar y d a r c u l t u r a , con ' el a p r e n d i z a j e de su

idioma, de su h i s t o r i a , de su g e o g r a f l a y d e su e n t o r n o , e i n s t r u i r

en l a s c i e n c i a s y a r t e s ; y c a p a c i t a r . . p a r a e n t e n d e r l a v ida y l a s

exigencias d e l d e s a r r o l l o , . l a educación s u p e r i o r debe completar l a

c u l t u r a , l a formación c i e n t í f i c a y l a docencia s u p e r i o r . En, todas

e s t a s e t a p a s 1 a va lo rac ión del pa t r imonio c u l t u r a l debe s e r e s e n c i a l .

Las e n t i d a d e s r e sponsab les d e l pa t r imonio h i s t ó r i c o -

c u l t u r a l deben c o n s e r v a r ese pat r imonio y a c r e c e n t a r y g e n e r a r c u l t u r a .

La conse rvac ión , 1 a i n v e s t i g a c i ó n , el e s t u d i o , 1 a . exhi bi c i ón y

d ivulgación, 1 a e x t e n s i ó n y v a l o r a c i ó n de l p a t r i m o n i o n a c i o n a l , para

s e r r ea l i z a d a s con p leno é x i t o r e q u i e r e n d u r a s e x i g e n c i a s : autonomía,

profes ional i smo, con t inu idad , 1 i b e r t a d y ce1 o pa ra cumpl i r s u s

funciones ; r e c u r s o s económicos s u f i c i e n t e s , que permitan r e a l i z a r

aquel l a s f u n c i o n e s ; p a r t i c i p a c i ó n de 1 a s o c i e d a d e n t e r a , en l a

va lorac ión, f i n a n c i a m i e n t o , p ro tecc ión y r e s p e t o d e l pa t r imonio .

Alcanzar e s t a s metas, en e s t e t iempo, es un impera t ivo .

Los d e s a f í o s no espe ran . Debemos a s u m i r l o s y s u p e r a r l o s , ahora .

Mario A m e l l o Romo D i r e c t o r d e B i b l i o t e c a s , Archivos y Museos

Coordinador General d e l Proyecto Nacional C h i l e Futuro