O URBANISMO MODERNO · Conjunto Habitacional Siemens/ Siemens Housing Estate O conjunto...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Curso: Arquitetura e Urbanismo HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO III Prof. a Raquel Portes O URBANISMO MODERNO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA �FACULDADE DE ENGENHARIA �

DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO ��

Curso: Arquitetura e Urbanismo �

HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO III

Prof.a Raquel Portes

O URBANISMO MODERNO

A CIDADE MODERNA: Ruptura radical na

estrutura, na forma, na organização distributiva e nos conteúdos e propósitos da urbanistica e da cidade.

O URBANIMO MODERNO

2 MOMENTOS: 1) PERÍODO ENTRE GUERRAS: - período heróico; de formação de teorias e experimentações; - oposição à urbanística formal; - avanço na tecnologia, nas ciências, máquinas, movimentos

sociais; - a urbanística existente (tradicional) não fornecia respostas

eficazes aos problemas do século XX; - destruição e abandono do quarteirão, da rua, da praça; - TIPOLOGIA DE BLOCOS, torres; - zoneamento rígido elimina a “mistura funcional” da cidade

tradicional.

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2 MOMENTOS:

O URBANIMO MODERNO Conjunto Habitacional Siemens/ Siemens Housing Estate O conjunto habitacional na área metropolitana antecipa o conceito moderno de uma atmosfera urbana de lazer pelas áreas ajardinadas de seu entorno de forma mais forte do que o conjunto anterior, que foi construído ao mesmo tempo, e aponta para os rumos que a construção alemã tomaria após a 2ª Guerra.

Localização: Distrito de Charlottenburg-Wilmersdorf e Spandau, Número de apartamentos: 1.370 Período de construção: 1929 a 1934 Urbanismo: Hans Scharoun Arquitetos: Hans Scharoun, Walter Gropius, Otto Bartning, Fred Forbat, Hugo Häring, Paul R. Henning

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Le Corbusier e Jeanneret, Ville Contemporaine, 1922, blocos celulares perimetrais formados por unidades immeuble-villa.

O tecido da cidade moderna para substituir o da cidade tradicional: projeto de Le Corbusier para uma zona insalubre a ser saneada em Paris.

O URBANIMO MODERNO FUNCIONALISMO E ZONEAMENTO Crítica à cidade oitocentistas e novecentista – mistura funcional -“boa arrumação” e distribuição dos usos do solo CARTA DE ATENAS: isolar, separar e arrumar as principais funções na cidade: HABITAR, TRABALHAR, RECREAR-SE E CIRCULAR - delocamentos: prioridade ao automóvel - cidades e bairros “dormitórios” – grandes conjuntos habitacionais -É mais fácil projetar edifícios com programas repetitivos em todos os pisos do que a sobreposição de funções -É mais fácil organizar um bairro só habitacional do que com misturas de usos

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Plano de Le Corbusier para o Rio de Janeiro e Chandigard - Índia

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Vários tipos de edifícios espaçados no verde, que formam a cidade moderna; a paisagem da nova cidade, dominada pelo curso do sol.

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Le Corbusier’s Plan Voison for Paris (which would have required the destruction of large swaths of Paris to implement, if it had ever been built).

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RUPTURA COM A HISTÓRIA -Romper com as formas tradicionais de construção de edifícios e cidades - Não apenas estabelecer diferenças nos processos construtivos e materiais ou estilos, mas construir uma arquitetura diferente, liberta e oposta a qualquer continuidade histórica

NOVOS MATERIAIS E TECNOLOGIAS -ferro, aço, concreto armado, vidro, industrialização da construção - ruptura com as formas e escalas - a cidade era “construída” pela arquitetura CARTA DE ATENAS -“Edifícios altos, que conquistam a vista, a luz, o ar, espaçados entre si, tornam-se as únicas formas corretas de construção moderna”.

O URBANIMO MODERNO CIDADE FUNCIONALISTA -4 funções principais (chaves do urbanismo moderno): Habitar, trabalhar, recrear-se e circular - a cada função a sua área de solo exclusiva - A área residencial ocupa lugar principal no urbanismo, enquanto a circulação deverá organizar a cidade existente - O grande objetivo será circular bem, em vias hierarquizadas que privilegiem o deslocamento e separem os percursos entre o pedestre e o automóvel “FUNÇÕES BEM ARRUMADAS EM LUGARES PRÓPRIOS , SEM SOBREPOSIÇÕES”

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O raciocínio de Le Corbusier para justificar a conveniência da unidade de habitação.

O URBANIMO MODERNO Unidade de Habitação, Marselha, França – Unité d’Habitation, Marseille, France. 1947-1953. Photo Fundacion Le Corbusier Os edifícios configuram-se em geral como lâminas com mais de 100 m de comprimento e por volta de 30 m de largura, englobando por volta de 15 pavimentos e 55 m de altura. O projeto de Marselha possuía 337 apartamentos (ou "células").

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2) PERÍODO PÓS 2ª GUERRA MUNDIAL ATÉ OS ANOS 1970: - reconstrução das cidades e as grandes necessidades habitacionais; - necessidade de habitação, bairros e cidades novas e reconstrução dos centros; - grandes conjuntos habitacionais – monótonos; - higiene e salubridade – grandes espaços verdes entre os blocos; - preponderância do sistema viário.

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PÓS GUERRA E A ADOÇÃO DO URBANISMO MODERNO - até 2ª GM coexistiam na Europa: urbanismo formal com experiências Modernas; - a partir dos anos 1950: necessidade de reconstrução rápida, a menores custos e máxima quantidade de alojamentos, dando novas condições de vida à população; - a possibilidade de projetar e construir a cidade por sistemas independentes (vias, infra-estrutura, prédios, equipamentos) revela-se de grande eficácia – trabalhar com rapidez; -  as vias serviam de circulação; -  os prédios implantavam-se livremente no terreno; - os terrenos que sobravam ligavam as entradas dos edifícios às vias de acesso.

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Das Corbusierhaus (Unité d’habitation, Typ Berlin), Flatowallee 16, wurde 1956 bis 1958 nach Plänen von Le Corbusier erbaut. Es ist die dritte Wohneinheit nach denen in Marseille und Nantes und stellt einen eigenständigen Beitrag zur Interbau dar. Links des Eingangs befindet sich die Darstellung des Modulors, des von Le Corbusier entwickelten Proportions-Systems.

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PÓS GUERRA E A ADOÇÃO DO URBANISMO MODERNO

“ As novas formas urbanas rompiam, em termos ambientais e ideológicos, com os antigos sistemas urbanos, permitindo o ar, o sol e o verde – indispensáveis à higiene e salubridade e favoráveis à cura do traumatismo psicológico da Guerra.” LAMAS, 2004

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Berlin, Agosto de 2002

O URBANIMO MODERNO O Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes, conhecido como Pedregulho, é projetado para abrigar funcionários públicos do então Distrito Federal. Localizado no bairro de São Cristóvão, Rio de Janeiro, o Pedregulho compõe a face social da arquitetura de Reidy, ao lado da Unidade Residencial da Gávea (1952) e do Teatro Armando Gonzaga (1950), em Marechal Hermes.

Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes, Affonso Eduardo Reidy, 1947

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PÓS GUERRA E A ADOÇÃO DO URBANISMO MODERNO

CIDADE FUNCIONALISTA -áreas centrais vazias à noite e cidades “dormitórios” - necessidade de circular rapidamente: destruição de bairros e tecidos sociais, lançando vias e nós desnivelados, alargando ruas, destruindo edifícios - hoje: necessidade de “domesticação” do automóvel

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CIDADE FUNCIONALISTA -áreas centrais vazias à noite e cidades “dormitórios” - necessidade de circular rapidamente: destruição de bairros e tecidos sociais, lançando vias e nós desnivelados, alargando ruas, destruindo edifícios - hoje: necessidade de “domesticação” do automóvel

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CRÍTICA AO QUARTEIRÃO, À RUA E À MORFOLOGIA DA CIDADE TRADICIONAL Gropius – estudos de distância entre edifícios, a sua altura e os ganhos de solo público -A organização das edificações não se “encaixava” com a divisão tradicional de quarteirões e ruas - higiene, salubridade e funcionamento - inconvenientes de trânsito (ruídos, poeiras, gases) - necessidade de insolação TUDO ISSO CONDENAVA O ALINHAMENTO DOS EDIFÍCIOS AO LONGO DAS VIAS

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ZONEAMENTO FUNCIONAL – local de morar, de trabalhar, comércio, bancos, hotéis... EDIFÍCIOS COMO UNIDADES AUTÔNOMAS INSERIDOS EM UM ESPAÇO ABERTO COM OBJETIVOS HIGIÊNICOS – inversão do esquema de figura-fundo da cidade tradicional – ao invés dos espaços verdes estarem restritos às praças e aos pátios das casas, propõe-se a ocupação do espaço de forma mais densificada, ou seja em grandes edifícios em altura, permitindo a liberação do solo. DESCONSIDERAÇÃO DOS PRECEDENTES EM TERMOS DE FORMA URBANA E EM TERMOS DE CARACTERÍSTICAS FUNDIÁRIAS – super-quadras.

O URBANIMO MODERNO A ESCALA DOS PERCURSOS VOLTA-SE AO AUTOMÓVEL – praticamente ignora o pedestre – ruas a cada 400m e em alguns casos ruas complementares nos 200m intermediários; número de ruas deveria ser diminuído em 2/3, o que diminuiria o número de cruzamentos e tornaria mais ágil a circulação; eliminar cruzamentos. PROPOSIÇÃO DE UM SISTEMA VIÁRIO HIERARQUIZADO DE FORMA A PROPICIAR MAIOR VELOCIDADE DE DESLOCAMENTO – vias rápidas e vicinais, vias locais, vias coletoras CONSIDERAÇÃO DA ORIENTAÇÃO SOLAR COMO UMA DAS PRIORIDADES DE PRODUÇÃO DO AMBIENTE CONSTRUÍDO – higienização e salubridade.