O que é o Educacionismo - Cristovam Buarque
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~I, .
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08-06127 CDD,=306.~43
Copyright © by Cristovam Buarque
N e oh um a p ar te desta publicacao pode se r gravada,
armazenada e 1 1 1 l sistemas eletronicos, fotocop iada,
reproduzida j ()orrneios rnecanicos ou ou tr o s quaisquer
sen) autor izacao previa. da editors.
Primeira e d , i ~ - a . o " 2 00 8
2~ treirnp.ressao~,2008
Coordenacao editorial Alice Kobayashi
Coor de n ac so d e p rc d uc a o: Roseli Said
Projeto G ra fi co e Editoracao: Digiiexto Servicos Graficos
Capa: Renata Junqueira
R, ,",~ ·A " , 'P ' , ,- ',' , , 1 . 1 " " " [7 . , ,~ 'T. - led d " 01 ") ' .: "',e \ l s ao ,. ' ,nna ,< 'Ul)O e 1l'fU1COS flnZClUS .10 E., 0 'e ' '.n eu a
Buarque, C:ristovam
,0 que e educacionismo I Cr is tovam Bua rque ~=
S a , Q Pau lo ; Br a si li ens e , 2 0 0 8 . ~= ( Co le cao Pr ime ir o s
p asses · 330)
I S BN 9 7 8= 8 3, =i~O O148-8
1.Educacao 2. Educacao =Brasil 3. Ideologia
4. Sociologia educacionalL Titulo. ~I.Serie,
i ' _ ". ~. "
Indices para eatalngo sistemattco:
1. Educacionismo ~Soc iol ogi a educac iona l 306.432. Sociedade e educacao : Soc io l ogi a educaci onal 306.43
ed i to ra 8 l ivr.ar ia b ir '8S i l iense
Ru a Mou ra to Coelho, 1] I~inheiros
,CEP054]7~010 - S , a , o P au lo - Sp'
\'ffi, !"iv,{'f;f, l. ed itorabrasi liense, com.br
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EO'U'CAC10'N[SM,O.; H :I S TOR ,I A E EVOLUt;,AO; ~~ . ~,'. ~ 4 ' ~ 23
EDU'CAC]Q'N]SM,Q E L 'U 'TA DE CLAS S ,E ,S ~ ~ ~ ' 4 • i ~ ¥ ,~ ~, ~ ~ 33
A) A CONCEPCAO EDUCACIONISTA DE CLAS SE ... , . , 33
n ) A 'F'O'R,MAC,A,Q DE C,L,ASSE P,EL,A AP'ROP'R.IA,~A'O DO
C'ONH'ECIME:NTO ,~.. @ ' ~' , ~ ~ ~' • , • ~ ~, t • + , ~ ' ~ • ~ , • ~ 'I 38
) A. . . . H H 3 ' " 9 "c ......,...INCLU5A,O DOS" SEM~CLASS'E ~ ~ ~.+ ,~ + ~, '•• ' ,~ • , 4 ,~ -
D ) A AS CENSAo DE CLASSES ....•..•....•..... 43
E) 0CONTROLE SOCIAL DO CONHECIMENTO •• · ... · 45
F) "I 0 " '. • ' S · · · ~ · · · ' A · " : · · : " Q · · · : ·: '- 'U ' ' E" " ]- 0 ' " D : · A · · · ~ " · · · S · · : : G > , - ' E R · · · · A : co... · ' E - · S : ; F - : U I T - U · R : ' A - : ' : " S - : ' E - · ' L O · · - · · · M " ' : : " A , " ~ : , · , U , ' , U · 5 ' , : : · 0 ' : , · - " 1: .: '_ ,'. ," , . . ' ,'. " ._ . _, "' , . c ". , : . ..y.' ,,'.. '... ' , I , , _ - _ .. . , ' . - ' : " . . , : . ' : . ' . ' .
DO CON',HE'CIMEN'T'Oi PELAS GE,'R,A.c;C)ES ATU 'A IS .. '. ~ ~ ,5 , 0
E ' . " . " c ' 0 ' " 'R A : 'B A - 'L ' . ' - " , ' . . : - ' , . . . .- - :.- . - . " '- A ' - c » "-" 5 - · · · ' 3 ~ · ' · : ·"DUCAiCION]S,M'y T ':;~ " HO, EMP,R,EGIQ E S.,L,AR]O ~ * ' . "• .. . , :, '
A) FORMACAO E EMPREGO ...........•...... " 53
s ) SALARIO E FORMACAo. .. . . . . . .. . , . . . • . · , ., 57
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8
E DU'C.AC'IONISMO,. AL'[E,N,Ac;Ao E E,McANCIPA (;AO ... '.' ,~ , 6 ' ] ,
EDUC,A ,C , IONISMO ' , - ~,GUALDADE. E L IBE ,RDAO 'E . ~ i· ~ '•• ~ 'I i 67
:EOU'CA,CJONISMO E RE.VOLUC,Ao I 'N'DUST'R] ,AL f • '• ~ ~ ' • 7 '5
EO'U'CACJONIS,MO, UTOP]A E . RIQUE .,ZA ~ '~ '. ~ '. ~ ~. ~ ~ ~ , . 79
1
ED'UCA,C]ON~,SMO E VA"LOR ~ '.' ~ . ~ ,~.. ~,~ ~ + , t .' ' ~ • + ~, , 8 ,7
'EDUCACION~'SMO E R EV 'O L,'U ,c :Ao ~ ,'. ; ~ , '.. ~ '. + ~ . ~ , ~ , ~ • + ~ 9 15
EDUCAcrO'N~.SMO E IMPER.IAL'[SMO . ; ~ '.' + '•. ~ 4 • ~ ~ - e - ~ • ~ '919
EDUCAC[ON'ISMO E MEiO cAMBI.ENT'E ~ '.' ~ ~ ~ ~ . '~ ~ ' - e . ~ ~ 105
EDUCAC[ON]SMO E ,APARTACAo' ~ ' .' ~ ~ ' . ~~ ,~~~ '. ~ - e . ~ ~ ~ 1 ~ ~
N-·O / . . ··TA.' ._ L
Ern 2 : - 0 " - : : '-: · 6 : ' f z - : - ca~p'ianha p r e s i d _ _e"n ' . c i a 'l C ' ' - ' ' O ' ~ ' ' : '' l 1 1 ' " ' ' p..:.:o. . ' . ' " . j _ , . . . . . . , . ].111 . .. •. ..< I , 1 , , : " . ' , , ' _ : • . . . . . I::, .: .,: " I.: .....•. . I" ' ..1=
EO'U'C,Ac:r'ONlSM,Q E 'N ' .A .C A .o ~ ,~ ~ . ~ ~ . ' . ' . ~ ~ . ~ ~ . ~ ' ~ ~
E O ' :' U 'C " A " C [ ,0 ":1 'N . ., ' IS ~ : M ' " , 0 :· · -· · ··E M : · · : · · " I ' N 1 0 · · · > ' R t · · · I A · : ' " S-' . . " : - .. . . , ' , : ~ _ _ , . " " " ' . ' . , " I . ~ , ' , • ~ ! • ; ~ ;ill I • ~ !II • ~ - •
i1 7
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1 2 : 3 "~ - : . . : .
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g -'r··:a·~·rr=l'a·-·e g , ~ · . · o · · . · : · v : · · . · e : - " r · " : " n : · : o · · ·..en trado em u m a n...ta S ' O > £ ~ a n e -. :,1 W ,I ... : ....... '.:.' , .... , . :::~ ~ := ".: .. : .._. . _ _j "C ._ " ' _ _ ' _ .! .-,
, -. -
cessidade e a possibilidade de revolucao educacional
C'O,tTl,O 0, carninho para reorientar proieto dedesenvol-
vimento no , Brasi'. 0rcsultado f0 1 positive, ao difirn-
di id j + d ducace . ioal id dr a ideia daeducacao como a principal necessidade
d,lodesenvolvimento brasileiro, mas nao obteve mais
de ,2 , , S O l S do total Id e votos.
E,DUCAcrO'NlSM'O, ESCO'LA. Pl fB'L I 'C.A. F,E:DERAL[ZA.'CAo
: E ,M 'UN D~ :AL ,I ZAC ,A 'O I + ~ , .• ~ ' ~ ~ ' • 'I ' •• '. • '! ,~ • ~, • ~ , , ~ ~ 127
' E I . D "U C " A ' : ' C· " " i " ' O " - " : N " : : ' " '1 · 5 ' , 'M ' : " : 0 " - ' " P " R ' O ' : · · :, F E , :S : : S · ·O · - '· · ·· : R ' F A ' : ', M ' : : · : · 'I " L I ' A · · · · · · E ': M · · · · · · { - D ' : , [ A ' " I" 3· ·l1,. __ " ' . . ' . , . ' - : , " . : _ , _ " . ' I ' • : " _ . _ , , • . ~ _ ~ ~. ' ~ • ' ~, • ~
,A B,ASE M,AT'ERJAL E 0 'PACTO' DO E'D'UCACIO'NlS,M'Q ,~~ 1 3 , 5
PE,QUENO DI, ICIONA,R,~O 0'0 EDUCACION'IS,MO ,~.' '. ~~ ,~. 139
B] S,L1O 'G RAF lA . , ~ i ~ • ~ 'I • ~ • ~ ,~ t ~ 'I ~ ~ ' t " ~ • ~ ~ ~ '. ~ 157
Este texto e produto da pratica politica, muito
mais do que reflexao teorica. S!urg, le de necessidade
da acao: para onde ir e como aglutinar.
Para onde conduzir a humanidade nestes tern-
pos sern prcpcstas, nem bandeiras transforrnadoras.
'• .• • 1 .
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Cristovam Buarque •E como aglutinar aqueles que nao se confer-
d ' h i ' " ' . ~ " ' 1 " " ' " ' . . . . . . ,marn corn '0 rurno ,arustorra, a 21V,~,rzacao as,vespe-
ras do desastre ecologico, pelo aquecimento global, e
da catastrofe etica, pela desigualdade crescente en-
tre os seres humanos. E sentern-se orfaos pela falta
d T ., bsti d.e uma proposta utopica que sur strtua a cescrenca
nas promessas antigas, descumpridas e negadas.INTRODUQAO
Quando Marx morreu, em 1883,nao havia car-
l· t";
ros nas ruas, uz eletrrca nas casas, motosserras nas.'.- ,- d ,. d d ~ £:1b ~ ~hflorestas. Poucas oeca ..as cepors, as rabricas tinharn
robes; a agricultura tinha transgenicos e amedicina
era capaz de fazer milagres, e 0avanco tecnico tinha+ d ~ '" '1 1 '. ' d d 1 b 1 '. '[cna ',0 uma msactavei socieda 'e ' ,g ' ooa corn potencral
para aquecer 0Planeta.
A d i 1 d t d "] X ····X ··"P' : : " " e ' - - ~ ' s : ~ : ' a - : " r - -disto a · O · o · · - , n ' · ' · · g · · · :· i ' I O - : · : :' =e :' :" - ' ..= ( 0 :.. . 1< . 1 0 : - : : . . . . 0 ' : : ' S " - ' e ' · · c · · · ~ u · · 0 " ' 1 ' ~" ". ' ~ ." .:, , . , - ,_ I . c', I ,'.c· "_,'., '.' . ", , " c ' ,1 ' , . _ . : " " ." . " _ . . . " · '- · . . ·c , . . · , - . · , ' _ . ' '' ' '' . ' ', :. . . . ' . . ' _ ' " ': . ' . . . , : . . . . . , " : ,
a utopia do socialismo continuou baseada na trans-
ferenda da propriedade dos meios de producao, des
capitalistas para os trabalhadores. Por sete decadas,
essa visao, teve uma aceitacao quase unanirne entre
os descontentes com 0capitalismo e os defensores
do socialisrno ..Na pratica, porem, as sociedades 8,0-
' . '..-' " ! I I
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1 2 Cristovam Buarque o que e ' Educacionismo 1 3
cialistas resu.taram em economies ineficientes, cria-
ram nova classe burocratica com privilegios aristo-
craticos, mantiverarn os trabalhadores mais ernpo-
brecidos do que 0moderno proletariado des paises
capitalistas desenvolvidos, implantaram sistemas po-
Ifticos autocraticos, degradaram 0' meio ambiente e
aceitararn a inexistencia de liberdade individual e de~ A ,. d d -atternancia ""e P I O ' er,
Mas 1 0 hurnan.smo ainda existente na imagine-
' . , , :0 dos homens nao aceita 1 0 atual estagio de desen-,
'~~ d .. hvo vrmento como '0 coroarnento do proieto 1 ' . 1 umano
recusa a perspective de que ' 0 " ' - ' : de..senlace do progresso. '! ' _.' :__ • _ _ ··c. , .... .- . ' • . . ... .- " .. ' . _ . . ~ '._ ' . .... ,".-' .''- .,' :" . ". " ". " , '. .' . -. .', .~.' ... "'- .'_" .' •.. [ a " .. ' - ' , c .', . -. " ....• .o - • . '
sera. necessariarnente '0, colapso da civilizacao e anseia" ~ d ~ -_ . ' . ' , ' " , ' - ' . . ' . . , ,- - : ' . ' - ' . ' : . ' . . ': ' I ' " . • . . . . - - : . . . . . - - : . , . - : ' . _ - ' , . . . ' " ' ' : _ - . : . . . ~ . " ' . ' . " . . ' . . ' . . .por uma reonentacao oa utopia C · I O J l 1 1 a reconstrucao .
de ideolo...··, ·. • i as p ',a ra ·. ··urn deser tvo lv im en to etic ' 0 · · · · · · *. " . - ' " . " - = . " ' : " ' , ' . ' - . " " - , '. ' . - - - - - - _ : : , '. ' '- , " . , " - - . _ . . ' ' e " _ ' . , . •
lncentivada pelo fracasso do socialismo, a glo-
bal.zacao neoliberal apresentou a ideia otimista dojimd e . hi t F· * d /: .,. E" ~ + " 1 " . - -a ,-IS:O.rlO " 1 0 aesenvoivtmento-cinico: a crvr izacao te-
ria atingido seu estagio superior, as ideologies seriarn
desnecessarias. Por outro lado, 0pessimismo - social,
ecologico e existencial+ levou ao abandono da espe-
ranca, provocando 0sentimento da inevitabilidade da
marcha e.m direcao ,8 , catastrofe, 0 desenvolvimentc-
cetico": ofim doprogresso", a globalizacao neoliberal.
Os otirnistas assumern que 0 progresso, rnes-
mo insatisfatorio, ja , e ideal, sem necessidade de for-
mulac;6es ideol6gicas. Os pessimistas assumem que
o progresso e a causa do desastre social e ecokSgico,
se.m esper-ang.a em uma civilizat;.ao al'tern.ativa.
O e d .d u e 'a ' ! C · · . l ' O · · · ' - _ - ' : n '- '{ " 'S ' 1 1 1 ' . 'C. 0 ': · . ' · C ' " o ' : 'n':ider a I q - ! u e a c . 1 · V · · · . · i l iza " r ,a~0: ' in _ ....v'.." .' ....'...._.. ..... . . w . , . ' - ' - : . ' , ' . . . . . . . . ' '. ' ~ ill !l~- '3' ' . . . .
dustrial caminha para urna catastrofe, pais desiguala
seu. ind.' · V · · · · _ . - · 1 · ~ d · · · uos e degrada 1 0 · · · _ - · · ' · · · · · · . . · · · · · - e - - · · _ - , l · · 0 · · · · · ,Ambiente E : 0 · " , c , a ': '-. . _ , . _ '" . / " - . " ' '_ _ __ . _ . . . ' , -" . . ' ~ , . [ ! i i i ] .. " . • ~ . . :_ .-
minho para interromper esta marcha exige substituir" , - " .t · · · . . . + d · · c· :.- ~ . .. -, .' - ' i ld ' . 'd....u, ' ." . >~. ' . . ". . . '~." - _ ' ~'" . ' r l d : ' " .d ..a utopia ca r g u a i ace ria econorrua para ,a1 9 u , a _ ,rac' e
na ed U ' · C · · · a ' , ( ' ' ' , a~ O " C ·j
0 - ' " filh 0 " : ' do tra balh.ad' . 0 · · · · . · · · r · _ - ·" a - mesm a e.sc 0 · ' . il a. ' '. . • . ". _ . ~ . _ . _'. ' _. ,,. ''-', _- . ~ . . :_: _- ,. ,:.,:_ ...... '" .: • , . . . ' . . . . . _ .. . .- • . ' ." _ ::. '. . . . . c ::
do filho do patriio Recusando aceitar a m'.-··.a r 'c . .ha a ': 0 ' ' - '.•• , ' ' " . . :" : . I . '~ _ •_.•_• _ ' .•'_ . : ' _ . "~ . : _ I ' . • _ ."= _ , ! _ _ _
co ·la p . . . - . " o':et .ico social e e c· -0 ': . . l 'o.· ! · g · - ·.ico . .e insis t· in d 0 · · · · , n a····uscaI. '.-.' ..... '..-." :'.." '-'.-.,....'' '~ c-- . _ . " :. :. • :, ' ' . _ . , ]"" '.> _-. ' . " .-- , , . '. .---. _c,
dl..,,'.' ....ied = de ....-..ilib. '_-da cef ..... .-' .:= ' .... s= .. t. m : .. ' t ..'.e uma socre .ac e equruorac a v cei ence a reorienta-
gao do projeto civilizatorio para assegurar a mesma
h '* l 1 , . I 'd d d .-.ance: entre c ~ a s s e s ~ p., e : . ·. a '·....9.zu a · -." a.... · · e · ·.. n a . . . .e - : - . ' u c a t ; , a · · ' " 0 · " . . .. . !. e ' . · · ._ _ " " •• - ''', '- "' . . _ .• _ , . • • _ '.' " • • " ... - . - . ' ~I .
entre geracoes,por
urn desetivolvimento sustentado,*
Sura...p.ropcs ta toma a e.duc.acao".corno 0 · · · · · · · · motor e 0 · · · ·_ . " _ 1 • • ' . ' - • : . '. : . - : • • :. _ _ • • ,. . ' . - . • ' . '. •• • • • • • • • _ . ~ • • • • • ' • . - ' . ' _ . : : . ' - . _ " ' , • • - ' '-
, . . ' , d ' . +
'p ro:po,sl t ,o ' :. .e ' 'uma . nov a 'ut,opla~
•••••••
, . '• .•.
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••
IAs BA·SES DO .'~,'U'CACIONIS,MO. 'i . . - ..
~ . . ffib
O f , a " , n '. d i d t . I" ' .,sur xo . rsmo moica tioutrinas: reugiosas cu·
politicas. Cristianismo, .Judafsmo, Budismo, Islamis-
mo sao doutrinas religiosas, definem urn conjunto de
cornportamentos individuais que permitiriarn atingir
urn estado de graca sobrenatural. Capitalismo, socia-
lismo, cornunismo, desenvolvimentismo sao doutri-
n a s · · · · S ' O ' C : l ~ O : Cs-economica s · , d l e f i n e r n o · · - s ~ · c " ' · · · o :· m ·. .. p' ior 'ta m " . e ~ n ~ ·· ·o · " S · · ·. ' . " . " ." . - . . - . .' c . . _ • :" " .• " . . .. . . c ..~ . " . c · .- ' . ' • . . . I . ' . . _ . ' . . . ' . . ' . ' = ...._". .-.-. . .... ...". ...
sociais que supoern atingir uma utopia na Terra. Asprirneiras sao doutrinas religiosas e as ultirnas sao
id e · - · . · · · , ' o · · ··. logia..· · 5 · 0 : P · - ' - · · I Q " ' : · ! · l : t · : . i c > · ,a ·· ·s · ·· ·· · · .I I . . . ' . i ll . c·' 1~ - -.. .... < I i .
Aolongo do seculo XXr 0 crescimento das
ideologies politicas deixou as religioes em segundo
p la n o .. 0- h o m1- -I e . : ·· c : ·m : . . .. o..· · ·p·· · t ,QU p e la u rt o p ia n ·· · - · . a : · ·.:.·r··. · · a · · . , · n "o Iu. .. · · ~ · , a : ~ ·'r ".. ~ .. _ .. ~ . . ~ __ _ .. . . .. . ' . . . . I t .. - , " " . - '. " . . - '-'
dagraca no Ceu. as movimentos sociais pareciam
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Cristovam B"uarque{ L4~U;, .{~ 0- iF E d ..que e tzaucactorusmo 1 .1
II I ais for es que as religioes, oferecendo a possibili-
I d da ri , '. .~ . '..",:-"'.,-oa nqueza maxima na Terra e sua distribuicao
pa ra t ' ,' ' ·· d· · 0 '" s' . I ' . . . . ., .. ._.~ ". .._ ..
, · 1 0 , · . . ' . ' . ,capital ism ' 0 , > · - S - , ' o · ···c>~a~ism, : ' 0 ' - , . O - ' U :' , . . dese . •n·, ·v · ·.olvirn " e -- n ". ti s m . .. .0 ' " ' , ., , " ' . 1 1 . , , , ~ , , ' '; ' _ ' " w. . '= . ._ ..' ',. -... '.. . .1. ,,' ". .' - , .'- ., ._.," '.
- trouxe a . ideia da rnorte do proprio sentido de uto-
pia: a aceitaciio do presente como a realizacao plena
do projeto civilizatorio au0pessimisrno do tipo mal-th ;. * ' L t t t tCtnustano ) 0 ruturo ca astron co'.
o seculo XXl nasce CO:111 a ideia da, morte das
ideologias, mas a realid a·:·e q.ure nos r , ·o.deia rna ntem"_ ." . "_ " : ' . , . , I _" _. , 1 1 1 . , . . ' . , ' _ ' . : . .' ' . _ .. ' , - ' - . , " _ . . . " . : , ' . . . . . ' . . . , ' ' . ' : " ,"
vivo 0desejo de uma nova utopia: cornecando pelaluta para interromper 0 desastre da barbarie etico-
ecologica '1. A realidade do presente e provisoes para
o futuro. A volta das ideologies exige- rnais do que
nunca, a necessidade de. sonhos utopicos, a volta da
crenca no futuro::: ideologias.
o capitalismo nos parses rices mostrou sua
perversidade com a destruicao da natureza, 0de-
semprego, a alienacao, as guerras, a. inflacao, a re-
cessao, a desigualdade em escala global e dentro
de cada pais. Nos parses perifericos, 0 desenvolvi-
rnentismo trouxe toda s a'" desva ntagen S · · · do capita._ , _. - '. . . . _ ' . " ._. ._. '. · · C ' , . :.- . • _ . ,__ , - , , - 1 ' . . " . - : _ '. : . , 1 . ' . '. , _,. . . .
lisrno central, mantendo a desigualdade, a. exclusao
social, a degradacao das cidades, a violencia urbana.
e a depredacao ambiental. '0 socialismo confundiu
igualdade corn controle social da individualidade e
em nome do social, eliminou a liberdade individual- - ._ - -,. , ," .. , ... . " . "
mostrou-se igualmente depredador da natureza e
ineficiente na promocao da riq ueza.wlern deman ter1 _ " . , , ' , _ . " ._ ' , - , ., " ' , . . ., . ..
bolsoes de privilegios.
As ideologias da civilizacao industrial - capita-
Iismo socialisrno QU, desenvolvrmentismo - ficaram
prisioneiras da producao e da distribuicao da renda,
depredandc 0 meio ambiente e oferecendo, sem
conseguir atender, 0 consume acessfvel a s mass,as.o fracasso da utopia da civil[za~ao-industrial- seja
,I"
E precise algum "isrno" diferente dos anterio-
r e s , q ' . 'u e p< .10 '. s S · · · ~ · 'a e · · · ·- :f r e - n to' a r - . a . · · · · r " ' - : ' a ' g.• .1~ '1 ' 1 ' · 'n. S ' : · ta bi~'"da '.d.•.0 d a e C ' · · " I O : " " ~_ . _ ' C = - _ . . 1 J. , I ,. . , ' 1 ~ , " - ' . , ! , - _ : - _ J . l l . , . _ v.' .........,
' 1 ' . . ' , : , , , " : - . , i 1 · " - b - . 1 ,., - t o - : · C - " .. ~ d · · -, ' _ - . . . . . ~ . ' . . . . . J d,",',-,--.a ' - ', ' d:_,,".,-" ~ '.'d .:n omJa go_a , a ..a ,g e _ _1 a SO 'C la . I • e u rna~eS , [ , gua .1"a , . I , l e
f c d lh *q'ue corneca a se trans o',rma,r errl ,'.esserne inanca -,
a crise ecologica que aponta para 0 aquecirnento
g o b a l e a consequente arnea ca a " vid a ' _ : 'no planeta. " . C" c _ ' . ' .=. , ._"."" _. _ ... ,C ' : .- ' ' '' . . . ._ ~ ' ,: !," _ . ll .-:', ' '." ' .. :", .'::' • . "- '
~ d ' 'b ' ~ d" . , . _ C 1 '. -: ." _ . _. - ,: C ,:" .- . '_" : , :_ . , - , . , : ' : ""'1",' "c , , . "-: . " -" . -a " :~
os rlSCQ,S_I,O'S. novos e .irutais rneios oe guerra que
evoluem rapidarnente nas maos de estados irnpe-, ; I' , ... d lexid d, . ' : , ' . : - - 1 : ' - - ' ~ ' "1 I '- '~ '- . . .: '. : , . c . · , . .. . , ' : , ' : , - ' ' . : , : . ' ' -c' .- ~" _ . I ; , " . - , .r.a rs tas e grupo,s, terroristas, a n n , ..a" a perprexi c ,a,.-e
dia nte •..~d 0· ' :·.s~,o• •v..0 · · · · • · · · · · 5 · · , de, '.sa f 0 - S . C ' · · cri a"d 0 · · · · . ' s pe l 0 . · . " ' . ' p r ' I Q . · l g . : · , .r ! D S : · c ' : S ~ · ' O · · · · . . • . e. , .... - ' .. ' ... '. ._ .. ~ _. - . '_ ~ . " ._ - . " __ . . - ~ . ' "
1 . . d 1 "perc va zr 10 , ce a ternativas.
* Ver P e q · · · . t - u . e n o D'icionario do E,duc,acio;n]smo,. I . , - - , , . . _ - - - _ ' . - "_ ' ! ! I
. . '• • 1 ' . ' . . ' . ',...
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A · ilizace ,.. .r .' h"CIVI rzacao esta carente e 0, espirito numa-
no esta , deven d0 " · · - ' " a' defin"icao d e novo sonho utopico..''_ '_ _ , .. ' ' '" : .•. ="~" __'. , , , . ' " - "": ' :. .. ,I .. ,.. I ," ~ . , .' " "
Na- ' 0 " : " : ' " ,a:·"i e n . .a , · · · · ·· · · ~ · 'pa ra a C , ' - " ' O , - n s tru r:."a7 '0 ' " : dle U ' m.' a resa i d : : .a d e u t i 0';-.... .' .:' ",' ,. " C". " . ' . :. .',: _: " .' ' ' ' : 3 ' " ' ' ' . . " . . . . . 1 ' . , . _ . l·.. , '. ' .':,". ' . .. ..
p i c a P ' I ' . · : ' r , , : · e · · ' · . ' v : ' , / ' ; a : · n 'i e nte d es . . .en h ' · ·ada - C " ' Q / · . m - · ",· n " C " I I O " : " S " ' : 'ultim., " S - : 2 ' : - , 1 0 - 1 1 0 -'' " - c." ' CO . ,!l,co.· ' _ , " . - . 1 ! C .t . , " ' - ', I ' .... .. '.' .: _.,. , ', : ".-. '_. ,ci ... c.... ·· ..... ,,_,:
anos, desde ,0 otimisrno da revolucao industrial ~ mas
tambem para0projeto de nova utopia, que permita:
1 8'
, I_
'.
Cristovam Buarque ,0 que e Educacionismo 1 9
prirneiro, incorporar 0obietivo do equilibrio eco-
Iogi co, sem 0 qual nenhum tipo d e utopia sera
possivel:
segundo, recuperar 0 valor da liberdade indi-
V·id u ' . , a . .· ·· l p er d id 0 ' - = ' , pelo socialism..- ' " . '. q " ' - - u ' ~ e " ' : : " e · ~ ~ . ' m · · ·- o · : - ·· m · · ·' e · · c'·' , ' . " , . . ' . . . . ' l . ' . ' . ' . ' . . ' . : : , . . ' . ' . " . W , ~ . , . . . . ' . - ' . . ' " . . . . 1 I " . ' 1 1 . . . : . . " . "
da coletividade, aband ..onou 0 individuo, e de-
formado pelo absolutismo do,libcralismo capi-
talista que endeusou 0 individuo:
terceiro, definir lirnites onde 0liberalismo nao
tolerara a exclusao social nem a, destruicao
e'c :
.ologica -, a · - · ·
ib· · · · . e : · ·. r d . .
a de :>in d . 1 ' "V ' . :
idu a l
fc
. a r i a de ~ : n 'tr' 0 '": . . . . . . . '. _ . ' . _ '. ' . .. l! l, . H ' , .' . . ., "' . ,' : I .., . .. . ' ,~ ·C 'c.' . . ' . .. . .' - ~,_ ' . " , '. , ., ,_. :'
do espaco onde 0limite inferior seria assegu-
rar 0 consume que nao exclua socialmente e
'0 Iirnite superior seria impedir 0' consume que
ameace 0equilibrio ecologico; as desigualda-
des die renda, consume e propriedade seriam
toleradas desde que nao provocassem exclu-
sao social nem destru ig ao , ecologica:
quarto, quebrar 0 apartheid social; a aparta-
'Qo*, que hoie e arnpliada pelo avanco tecnico-
cientffico nas areas da genetica e da biotecno-
logia a service de urna minoria dos seres hu-
manes, arneacando quebrar 0 sentimento de
semelhanca entre eles:
quinto, construir uma sociedade global onde
todos os seres humanos sejam capazes de inte-
grar-se sem destruir-se e em liberdade.
A ideologia alternative capaz de levar a essa
utopia e 0educacionisrno: a doutrina pela qual 0 fu-
turo utopico pode ser construfdo por meio de uma
revolucao educacionista, que assegurea cada ser hu-
rnano os instrumentos necessaries para a sua Iiberta-
Qao intelectue! e material, por rneio d a educacjio.
o educacionisrno e mais d o que urn prograrna
educacional, e urna ideologia que centra 0 progresso. d . N '.'-e a utopia em uma revolucao pela educacao. fa visao
tradicional, a educacao e urn service; no educacionis-rno, e 0 instrumento de construcao e transformaceo
social; e 0vetor civilizatorio, Na visao economicista,
desigualdade au igualdade sao corrigidas ou criadas
•. ,.
••••
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pela economia: no educacionisrno, 0berco da igualda-
de ou da desigualdadeesta no berco social: aescola.
Diferentemente das ideologias materiais basea-
das na economia, que fracassaram, e das religioes,
que prornetem uma utopia pes-vida, 0' educacionis-
mo oferece ,aernancipacao de cada ser humane e do
conjunto da humanidade por meio da educacao de
todos, desde a primeira infancia, assegurando igual-d d d id d 'h .' r .aoe de oportum ..a"res e 0, con! ecimento necessario
para a construcac de urn futuro civi[izatorio ao mes-
mo tempo equilibrado e justo, Ao garantir conheci-
mente a todos, a revolucao educacionista oferece. a
cada pais e ao mundo, pessoas capazes de:
2 0
ii,
. '
'.
•
Cristov am Buarque 21
+ di ~, di . d- " · t: ','-::.'..-::~: ' _,_.-. ' .. ,-:".-.r :-",:.::::.-(-'-.' , ,.:,.: ,..:'.'-'.inc rgnarem-se eticarnente ".hante cas ameacas
fo .uturc:
1 - - I r , . IDSs e ' u , s , efeito s rn ais diretos estejam na
1 1 1 1 economics e social em direcao ao cresci-
I d P.J d desi ld d bi ti dI ~ 11 ~ 1 f" ucao da desigua ..aoe ,D,So,"J,elVQS,'-<O
1H ~, io r iismo se distanciam das metas meteriais da
'I "I, i i e e se afastam das propostas de igualdade
I t" '. S ua utopia serin a igualdade de oportuni-
. des garantia da tnesma chance a qualquer ser hu-
IInil, por rneio da educacao e do desenvolvimento
Il..··ntado, Sua revolucao: a garantia de igualdadeI' 1 , . . . no acesso a educacao para cada crianca, in-
I ~I'/ endentemente da renda da familia, da raca dos
pais, do lugar onde vive: e a implantacao de urn rno-
· > 1 0 de desenvolvirnento ecologicarnente equilibra-
co. 0 educacionismo construiria assim ,a igualdade
ce oportunidades entre classes (pela educacao igual
para todos) e entre geracoes (pelo desenvolvimento'r 1 '~+ .e)sustenta ver ecotogicarnente).
d 1 b ' " ' d + d b' . " ._ . _ _ _ ' . _ . _ _ _ . _ ._ , . r . . , ~ . I . _.
:es_um,f'arem-s'e estetrcamente oiante .•..as ..,e'~
lezas domundo:
entenderem a 16gica de como funciona a reali-
dade, tanto fisica quanto social;
comprorneterern-se politicamente para me-
lhorar o rnundo:
e incluirem-se profissionalmente no mercado
d e tabalh -," >~ '" _:_~ , . > . : :. ~ -l ' . .o~
••,....' .••
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A' id:'e'~a.' ' .. a-. ev , 0 · : I' ' U ' . ' t~a~'. ' , " ,his tO f r ' l _ ' C" . a , e ( a n te s r " ;0 " . .. .• r a : ' ' I' d " - . e ! , ;a ' ; - ,, . :. ._ '_ _ . . .. :. ._ ._ ' .= . _ -. ' ,'_ ". _ . :: _-. . ~ ' ~ .= ._ ..~ _. ," , , '.. :. _I ._ • • •.• ~ ••••• •• , • :_'. • .• • J J . - o _ , ' , : _ ' : . ' ] , .. . _
da evolucao das especies, Vicco e Hegel antecipa-
ram,....se a Darwin. Mas este trouxe a ideia de que
O m . : .o t o r estava n a c a 'p :; - · · a · , ; "id " ·a:' e d ' 0 :" S · ; ,· ·- r n a is fo...rtes ' N · · · · , · : ·0 " . . 'C ' " . _ L ', .. ',_ . I ' : - I " -- .1 - ,~ ' __ ' ._ ' '_ C" . '_ _ _ -' -' _ " " 1 t--' se - = . : ; ; ' , ~ " 'C
," 1 X "",X ·" id , '. d b .. JI'I<, ia d ~ csecu 0,';, a 1' ; era na soorevrvencra cos mars 'for~
ties foi substitufda pela irieia da suprernacia dos mais
hab,' i S · · _ - : : · ' 0 ' ; · : 'u: ·m a ' 1 ' : S ' · ; _ - · · adepr t avve i s ' D•....',;eren t - O l 1 1 ' - - ent e d 0 ' : ' , qu e, ', , . , - . , ', , . ' " ! " _ ', , " .- , -- "" , , l'.I , , . ' ,L,; .. u _-_-.-',; --,'-__'''.
~ 'i d d d .,- - _ _ . ' . - " :- ; _ - '" - - '- - - ; . .. , . . . . - - , ' - - - ; . ' . ' . - ' : . " , I . . . . , " . , ;. . " , ; , _- . ; , ' . , ; ' :_ - - . . ' " ' . , ; '. ' , '. I f _ - . - i , . . : . " , _ : ' _ . . _ . ' 'prevareceu ao, ongo ce to 0 10 passaoo e continuou
n ' 0 - ' Oriente p.or mnut 0 '" ' . tern ip' , 0· ': . . .. • a histor ia deixou de; _ : ; ; , ' _ , " . ' , , ; , '. , ' . ' " I 1 _ __ :_ , ' ,' . w ' " " ' , _ _, , ' , , ' , _ _ ' " ' _ c, , w , " . " ' , _ , , ' " , ~ ; , , ' , ' , ' ;" ,
' . ~ I ' " ; i " " i ! " 1 d f: , . . , -" ., ' ," .: ,· ·' . .. . [ 1'- ' · · "· ·_ : · - e - " " 1 _ ' - , " ;" : " " -, ,: .~ ;. " .-. , '- - : , .. -.,- -; - .... . - ', .,- -" " : , .. . : ': .'. -: ." .. . , ' _ - ' ," ,'' ' ,: ' - - ';, -- : ;_- . . " ' .: ' " ': " ' ," " -, .: ," ' ,"s'er vrsta como simpres repettcao crrcuiar ce atos
adq uiriu urn destine A humanidade avancava cornI ' , " " ,- , . ~ -- ' " " - '- ' -" " " " ~ , " ' -- - ,
'U ' r m r u m 0 · " · : 10 < · · · · · · . · s · · : · · ·e r e S , " , : " h m a n ' , 0 · ' · · · S , s e a ' P " " " I O ' - issa v a m ; - ; : " ; ' " a n a . . . ..:.:- ,1 , .. .: . . • _ . ._ ", . .' ._ '. .", .. I l. ," . ~ _ , I, . _ '' : ' ' '. , '_ ",_ " :: _:. ' , _ c . · ·· · . _ . ' . 'I , _ 1 ," •. " " ' _ - 1 .. .: . _
tureza, dominavam de 'tal forma todas as demais
especies q..••.e cheg••.ram ao ponto atual da evolucao~ ,. -- , \ . . " ' ;$
I
. .- . ' . -I 1 __• . ,
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24 Cristovam Buarque O ,.E 'd ' . .que , e ' " , , ' ucaClonlsmcO 25
com 0poder de extinguir centenas delas anualmen-
tie e de arneacar 0equilfbrio eco logico.
'i',. 'I M ':' . , l e . , - ~ d .. '! ,
_eVlSlve ,. "alS p1r'ovave e a Vlsa"o nao determirusta
...e que tudo poderia ter acontecido diferentemente,
a u n a -0" te r a C ' 0 ' 'n " t e ' "c id . ' '-, 0 "- U" a - ind a " n 'U' " n "c a v ir a a ' c o n tec er__ I.:~ '" _ -. :. :. ', .~ . ,,' ', .'= ~ . : .- r. . . ' j '_ i .. r: I. ',' , '_. ... '_-, ~:~, .',. ,~ ,:. I . 1~ ' :<1" - ,~
E que 0futuro pede seguir alternatives diferentes.
Para chegar ate aqui, na civilizacao global tee-
nif caida a hum " a ', "i d a d ' e ' " d 0 · ' b ro ,U " seis difere n t ": - s e s q u"..-_ , J I , ,' , " " " _ - I ,_ . ' ~ . I i , ' " , , _ _ _ . '. , - :.c I: ,Ill ,I , ,'_, ,: :_'_', ", - '.'
nas, que poderiam nao ter acontecido. A prirneira,
foi a evolucao biologica para 0homo-sapiens; prova-,
velmente na Africa. E la poderia nao ter acontecido
ainda, corno nao aconteceu 'para nenhurna ou..ra
especie. A segunda, fbi a revolucao da agricultura.
do sedentarismo Ie das cidades, ocorrida provavel- .
mente no Oriente Medic, e que a.inda nao aconteceu
'para muitos grupos humanos que continuam viven ....
do como nomades, na mesma forma de ness..S rnais
d D" ~ b ' deria nsemotes antepassa ios. .. ep01S",am em poe efta nao
ter acontecidoainda a esquina que deu lugar a racio-nalidade logica, criada na Grecia antiga. Afinal, uma
parte consideravel dos, seres humanos ainda continua
avessa a racionalidade. A quarta foi a esquina que, naInglaterra dos seculos X VII I e XIX, usou a racionali-
dade para induzir a revolucao industrial, canalizando
o potencial de irrteligencia dos seres humanos para
criar ferramentas que aumentaram a eficiencia na
producao dos bens que necessitava I __ para sua sobre-
vivencia, material e cultural. Foi a Revolucao Indus-
M · darx acrescentou a visao de que 0avanco"i l ' . d 1 l~ dtecmco e a luta ce c asses exphcavam osavancos do
passado e orientavam 0avanco futuro, inevitavel e
continuo, que Faria a hist6ria chegar ao cornunismo
Iibertario, dinarnico e igualitario. Nao era a capaci-
dade do rnais forte, com 0 Darwin dizia acontecer
na natureza, e sirn da classe melhor ad.'aptada para
permitir que 0avarice tecnico continuasse. 0capi-
talismonao acabaria pela forca do, proletariado, mas
p,orque deixaria de ser 'urn sistema dinarnico, em-
perraria a continuidade do avanco tecnico. As c1as~dses e os partidos apenas apressavarn 0esgotarnento
do si0 sistema.
Par tras dessa visao evolutiva, havia urn sen
timento de determ inisrno historico popular entre
historiadores modernos. A historiateria urn, sentidologico, aconteceria para cumprir designios: a huma-
nidade e 0produto de uma evolucao da natureza, a
civilizacao, 0 resultado da evolucao social.
Nd .. , hai d ,.~aoa garante, porern que ..aja deterrnmrsrno
d 1 N d d idessas uas evolucoes: 0 passer 0 tenc 0 ocornoo
I, d d' C l' · +como resu ta' o ce rorcas com uma ogica que' perrru-
tiria expl icar 0 " - , futuro '0' p as sa do " · l" n·vitav ,:"e'~0 fu.turo. 'C " , , ' c ' _ ~. c t ' . _c_ - - : ' ' _ , _ "' " ' ' c 'c
A ' _••••• • • • •.•.•
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C . . Brtstovam buaroue ,0 q 'U.e e Educocionismo
trial I, da produtividade, criando a rnodernidade.
No comeco do seculo XX, essa revolucao industrial
adquiriu uma nova. format dobrou uma quinta esqui-
na: a Revolucao Industrial II, do consurnismo, ocor
rida especialrnente nos Estados Unidos, ao orientar
a irnensa capacidade cientffica e tecnologica dos se-
r'e,s hurnanos para inventar novos produtos e criar
demanda, no lugar de apenas aumentar a eficien-
cia nia fa bric a. ' , a : ; ' · · Q . · · , · d· '0 '" ' . S - ' : = ' m···es m - j" ' 0 : > - : ' · 5 " : " pro d u , t " - ' I O - ' S " ' ' " : q'U · .e"an rtes' , i I , . ' -r ( ,_ ,·. , ! l _ , " 3 " " < ' . . ' : : ' _ '. ' . . . . . . ' , . . . . . : " " : " . : ' . " _ - _ . _ _ . 1 _ " , ' _
erarn necessaries, como acontecera na Revolucao
Industrial I. Foi logo depois da morte de Marx que+ +~ ~ - d b " .' d R l' ~a crviuzacao ··.or'o'u, a,qumta esquina: oa rvevorucao
Industrial I, da produtividade, para a Revolucao In-
dustrial II, d o ccnsurnisrno: 0avanco te cn ic o ,p"a S SQ 'U ,
a se preocupar mais com a invencao de novos pro-
dutos do que com a inve ..sncao de rnetod os m ais ,e ·.·.fi·':-;',....: " . . " . ' . - ' . " ' . . " ' : ' : ' , - _ ' , , w . , ' . : " . ~ : . : . : . . , . . =. _ . _ _ _ ' '_ . "_ _ " _ . ! I l . . . . " ., .
cientes para fabric.ar os rnesrnos produtos. A virada
na de....d : · .icacao d a inventividade hurnana - d a busca. _ . ",' ",." .. , .,' ~ . " . . ' : ,_ ,_ ,[ .' " ." _ .. _ __' . '. , , '." '" ., . , , , . '." ",... .1 ', _ , 1 , ' - :
de aurnerrtar a produtividade dos mesmos produtos
para a busca de criar novos produtos - fez com que, 0 ·" ' .~ ava nco. .· teen l ' · ' C - " O ' " deix a: 'ss e d O C : e ser urn instr u me :"n"to. . ' . " ~ ' . : " : : . ~ . ~ ~ . " . " , . . '. ' ' . : . , . . : . . . . . . . ' . ' . _ . ' _ . . - ] , 1 1 1 Jl , I . ' _ . _ . . ' : . _ ' . . . . . . _ . . : " :: : . _..
d d~ - ~ . d ,; d ..., d.e recucao para ser urn mstrurnento oe In ucao ie
novas necessidades. Essa esquina foi possfvel por-
q-" , e · · · ~ · · ' a · : : - : · " : . . .1· : - : , 'd 0 '" d 0 ' " : ' : a ' " ' - v' . .. a · · : ' n r. · 0 " " , t' e, r, c. ' . n ' : , ' 1 ' C ' · .O c · . - · : ' r ' ; , a : - : - " · · ' n " ' . 'd 0 " ' " ' n o " · · V , , · · " O . .. .•S p · ' · · , · , r o , ' · : -. ' , . , . , . : " . , ' ' . _ : : _ " . " " . ' _ . : .. . . , ' : . ~ : _ " ' ! : : { ' . , ' . ,.. .- c'. :. .: ._ .. ' .. _. , : _': " ', 1" " .. -: .... ," , " ', : .: , : . ,.,-. _.
dutos, a civilizacao inventou as forrnas de' manipu-
lacao social para a criacao de demandas, por meiod" - · ' d 1': ' V , : " " e·~r '. a S o : fo r r n a S · · ~ · · ' d e p " 'I b licidade ."
. . ' " _ _ "' . . . . . • . . , • '_ . , . : . ' " .. . _ ~ . ~ . . . . , I _ . . . . _ . . . . _ . ' . " : ' ,~ ._ , w .' . . .. " ': .' ._ . _ _ '. , ',
~()~ ,.
-.................8~. . . . . . .
••....'. ••41',.
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. J •• • 41'.,
2 8 ' Cristovam Buarque o que e Educacionismo
Qualquer dessas esquinas poderia nao ter sido
dobrada ainda ou nunca ter sido dobrada. Mas, ao
ocorrerern, criaram a atual r e a l i d a de e perrnitiram
imaginar nao urn futuro pre-determinado, mas duas
alternativas adiante, em uma sexta esquina a ser do-
brada: por urn lado, continuando a marcha para a hi-
p erm ode rn id ade'"(induzida pelamodernidade-tecnica, '"
com a quebra do serrtimento de semelhanca entre os
seres hurnanose a degradacao ambientaI); por outro,
com 0redirecionamento em direcac a modernidade-etica * construida pelo educacionismo.
Nenhuma das mudancas ocorridas ate hojepoderia ser antecipada. Pela primeira vez na histo-. . d ~ 1 iria, sornos agora capazes ·.e antecipar as a,ternatrvas
adiante. Tambern e a primeira vez que, alem do po-
der de antecipar, temos os recursos e a capacidade
tecnica de escolher 0caminho a seguir. Falta-nos,talvez, a capacidade politica de aglutinar as forcas
,. '. lh . hnecessanas para esco r er ,0 camin -0' certo.
Marx acompanhava cada aspecto dos grandes
sa ,t..os tecnicos que ocorreram durante sua vida e de--
les tirava otimismo para 0prccesso historico. Em seu1 , 1 ~ V · " ,... ro Marx p ' ~ 8 " ' 4 : ' :. I a c q u e s A t t a l i conta que e - " ' m - ' 4 . " : , de., ' , , . " .. , _.( , " ". .' _.' .' , _, .. .._ '0 W . '. : . ' . ' . . . . , ' . . , ~ :_ . ' . '
b +~ d 1 8 " 6 I d i di "0- 1oru ..... ,:",~, e edisse num :.rscurso: "Ovapor, a ere-
tricidade e as diferentes invencoes tern urn carater
rvolucionario muito mais perigoso (para 0sistema
.•urgues) do que os burgueses Barbes, Raspail e Blan-
qui." Hoje; quando 0 avanco tecnico da outro salto,
:... nesrna percepcao de Marx do poder revoluciona-
ric d a tecnica continua valida, mas, se observamos a
historia adiante com base, na tendencia das ultimas
···.ecadas, 0otimismo ja naoe valido,
'No seculo XIX, 0 avanco tecnico gerava 'pro-
I. imdos problemas de deslocarnento e desapropriacao. d ~ f t · ~ -
I e terra de carnponeses.ioesemprego, irr . a cao mas
nao dessemelhava as seres humanos nem destruia a.
". se natural da vida; rnesrno gerando desemprego,* d' ~~ a o gerava sem-empregos , pessoas rlescarteveis: '0
trabahador desernpregado urn dia podia ter emprego
em outro dia, a custa de outre trabalhador que ficasse
o esempregado. Eles eram semelhantes, substituiveis
- ' : , " S aos outros, e seus conhecirnentos eram compatf-
veis entre eles e com 0, estagio de ' conhecimento ne-
-.essario para rnanusear as rnaquinas entao utilizadas.
mbora desiguais, eram semelhantes ate mesmo ao
patrao: a que ocorria graces ao avanco proporcionado
.oelo capitalismo em cornparacao com a escravidao, 0
,-e 'udal is 'mo, e os sistemas aristocraticos e teocraticos
I nteriores. ,Aexpectative de vida era quase a mesma
* Ver Pequeno Dicionerio do Educacionismo. . Ve ,-Pequeno Dicionario do Educacionisrno.
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Crlstovam Buarque o que e Educacionismo 3 1
-iesrna proporcao que as camponesas.
d - dCO I'm , e x c e c ; a o , dos tempos, e forne, qu a n 0, a ,
comida era reservada para os poderosos. Os princi-
pes corriam os mesrnos riscos de morte na i n ran , c ia
que O " " " S " fi ' m h ' ' 0 ' · , ' 5 ' dos operario :5"' :· A ' . " ' " , S : : diferencas de higie-, _ .~ I l l i , ~ . . . . ' . _ . ' ' , ' I .', I '____ , . ' 1I! !1 • ',. • _ .' :' _ _. ,I , ~
, '
,.. ,'~.- ~"'.",'..', " .. ib , ' ,, , ' ~."'-.-"'. t ' , " e "" " . . ' , , ' , : . ' " , ' n ' " . ,ne nao rmpactavarn suostanciaimente a espera ,~a
d id dif + d lassesr ivrca, crrerencranco-a entre c asses: tornavam arnesrna a g ' u a , as mesrnos remedies, dispunham dos
h '" 'dl~ 0 " f .....mesrnos con, ecimentos medicos. " con orto nao
era rnuito diferente: se a casa do pobre trabalhador
era menor do que: a casa do rico patrao, esta, como
io di h d b h ~ dici doutra, nao aispun .-,a . e taru'.'eiro, ar cion iiciona .~O
ill" a- " tou aquecimento, ,'U,Z e etnca, nem agua quente, nem
qualquer dos modernos utensilios dornesticos. Hojc,
o avanco tecnico descarta pessoas no trabalho, de-
siguala a saude, a esperance de vida e carninha para
de s se rn e ':h ar biologica m'"en te O · · . ' S seres humanos: alguns.. :~', '_ ", " " .. , , ,:;,1..-,.~ " _, ' " .. , , , " _ ._ _ , _. ", • ". ., _, '' - :
, , . , " . h " ~ . , - , - , - - .
de .', .." '.--:'trc '" ,. - - : · 1 , - . , , - . . ' , . lh c . ; . ' - , b : " " ' 1 '. ' f . . T "~ . - . .
mais numanos ,:[10 que outros, , p e ', a , me. ! iona tno ogica,h' la ni I , r ' •e menos umanos, peia prora nos v ia ores eticos.
Segundo a visao de Arthur Koestler, essa mar-
e inevitavel, porque 0homem ameaca seu pro-
I ' . . ' futuro, por ser uma especie com urn defeito na
, a fabricacao, na sua evolucao biologica: uma es~
I/,,(,..uicida, por ter seu cerebra dividido entre uma~ d J: : b b t . . . . . . +
_I' rte racional, capa,z t., e razer ,a : om'a ,a ~.Iom~,ca,e
'.·U" a irracional, capaz de usa-la: a racionalidade de
nstruir 0sistema industrial com force para mudar
,.,...rna no Planeta e outra parte irracional, incapaz
i 1: ear seu desejo de consumidor voraz. Com po-
. ' I ,I de transformar a natureza, mas incapaz de con-
L L seus instintos. Daqui para a frente a evolucaoI~' : estara favorecendo as rnais fortes e sim os mais
s, nao aqueles capazes de se adaptarem, mas os1" '.
I . " . ' forem dotados de rneios para comprar a qurrruca
. , . 1 , - engenharia indutora da rnutacao biologica. E 0
junto carregando 0 virus da insanidade coletiva
caminhar para 0 desastre, mesmo prevendo-o.
, ..,.... destine repetiria, em nivel global, civilizatorio,
aue Barbara Tuchmann apresenta como a marchainsanidade para nacoes, individualmente. E Ko-
... I r previu para 0mundo global, antes mesmo da
I rcepcao cientffica dos impactos ecol6gicos e das
scobertas geneticas, nomundo global.
Nos ultirnos dais seculos, 0avarice tecnico foi
" .....,como 0objetivo que deterrninaria a base social
...ul ural. Marx dizia que a infra-estrutura, a tecni-
I · · 1 " i ".., pobres. ,As rainhas morriam de parto na
A", "',--.,',,.~.,.:.--:;.~, d . t e ' , - d~ -,~ d - ' ~ ti n ' : ' " . ,_perrnan1enC,ta "..a , I e n , , _ enc!,a ', 'a r a CQ,nL Ul
d d d ~ 1 '" A '. d d i d "'. .' 1 "·,a·,,; ao uso ca rnte rgencra uec rcac a a rrracrona l-
dade da voracidade de transforrnar ,anatureza em
be'.ns de consume tn ' esm oI , d " . ' r e ' . · . •str uindo a 'base da SO~' . . " - '"" . " ' - ' _ . , , -_ " . ' _ ,
b ,'r'eviven I , C - ; a d o s s e .res hum a n 0 '· ' : ,' S ', e d iv : . - t " i d · I;n d ,o····_,o,srn. ':,' J .' ,: I . , 1 I . _ : _ . 1 . _ " _ _ ' . : " , " _ ~ . _ : : , , : . : . 1 ,_ . ., ' :.} ,> , _ ·, w ., , · ' , ' _ ' 'W . J . " ': ' - . '_ .. ' _ _ : . ~ _ ~ _
bl d "C' .' docos rnrerencre- 'OS~
I ,
•••• «
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32 Cristovam Buarque
•ca, definiria a superestrutura, todas as caracteristicas
sociais. Esse caminho esta conduzindo a civilizacao
par,a0desenlace catastrofico ..
No lugar ,do avanco tecnico definir as regras da
racionalid acde econom ica subxnnetendo as objetiv D' S so....' • - , . . ) • ~ • , ' " " ' _ _ \ I • J , . ' " , _ . . . . . . . ' . . ' . . . . . ', ' . ' . , . . . ' . . . .: . .
ciais e ecologicos e conduzindo a humanidade cega para
a desigualdade e 0 aq uecirnento g ' ~ 'lobal ag-ora seriam. .- - ' -.... . ... - . "', --- - - -~- ' - . -, : -- . - ,- , . ,_. - , , ' . .
os valores eticos da igualdade de oportunidades entrecla-"·:-"', ses e entr e g ' - ' , - e ' - : rae 1 0- es q ue d Ie f -.n iria_-m ,0 · - s , - 0- ' " - b - - J " ' e - ' - · tiv " '0 " - ', S " ~ ' so-. ' ," - , _ : __ " _ c_C '" - '" ' - ,'_'_L '_- ,'_- _ ,,- ,_-- : - _' --_' _ '
" ~ -
ciais, a partir dos quais se construiria a racionalidade
economica que deterrninaria como a tecnica transfer-
maria a natureza nos hornens e seus produtos.
••'.' '.
... .tecruca
, ,) ,, \ CONCBPCAO E,DUCACIONISTA DE CLASSE
Para os defensores do capitalisrno, a luta decl ssses estava resolvida gracas ao uso dernocratico
n".organizacao sindical como canal das reivindica-
- ~ ' ,i -S dos trabalha ..ores e corn ! a liberdade de merca-
",,0. para canalizar os interesses dos empreendedores.
',' ':-rnercado favorecia as, empresas cornpetentes nadisputa pela renda com seus concorrentes: a organi-
acao sindical favorecia. os trabalhadores na disputa
pela renda com a empresa.
Para OiS socialistas, a Iuta de' classes seria ,r!e~
solvida com a vitoria do proletariado e a abolicao
da burguesia, quando desaparecesse a propriedade
privada des meios de producao, gracas a revolucao
.-- .ettcos
.-'• ...... Objetivos
sociais... .
economrca
Valores ~ Racionalidade .. .• . . . . .., E-scolh-a
S id d d id d ~.,............... ,enn,'-a,a mo~erru,_a( e-etlca
,__.... Sentido da modernidade-tecnica
A 1 -' l' .. · i ! " ! o I _ 'S ,O ucao po rtrca para essa reonentacao nao
ira d I " ' " d I b . . . . .ira tra revo .ucao ',-e uma ciasse score outra, nao
sera obtida pela economia, par evolucao na produ-
98 .0 (como defendem os capitalistas) ou revolucao na
propriedade - (como defendem os socialistas) - mas
I' 1 _ . d ,k ..
pe a revolucao educaciomsta.
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Cristovan1 BU'orqueO - E d - . . . ; ., que e . -ucaCl0nlsmo 35
liderada pelas classes trabalhadoras que assumiriam
o controle do capitale distribuiriam de modo equita-
tivo a renda nacional entre os trabalhadores. .A rea-
lidade das ultimas decades mostra tres rnudancas na
iustificativa da luta de classes como 0 instrumento do
progresso social.
Primeiro, 0conceito de classes nitidas em opo-
sicao uma a outra ~.proletariado e burguesia - que
ja era contestado teoricarnente no tempo de Marx,
ficou ainda mais fragil no rnundo de hoie, onde 0nu-
mere de classes e~'grande e c o m inte re sses ' t a ~ · o : - "ntrin,,", ," " ,"- .:--, .-" ",- - "',, -:-", ,:----,='" :"'.- ',--",_, , , '" '::--, ,:"-".-,~--_,.,,_- :,,----:,, ,_":_,_,,,,- . I . , ,_ 11 -
cades entre elas que se torna diflcil estabelecer seus
limites, suas aliancas e seus antagonismos. 0 que
antes ocorria em mementos de graves crises do capi-
talismo tradrcional, quando 0desernprego era geral,
tornou-se regra no capitalismo g loba l e neoliberal.
Com a dificuldade na obtencao de ernprego, muitos
trabalhad ores passera m a V · " i . ' E ! - - " ' r ' - 0 - ' :- patrao c- 0 ' - imo prot e' , , - , - , ~, , , "- _ -_ _ : - _ _ " ", _ : ' , '__ _ ~ , ' . _ ' , _ , _ '_ : _C " : - ' - - ' . , ' ' , ' • ' , _ , , ' _ _, " '__ : _ _ _
, - ' .
tor e nao como explorador; Ao disputarern empregos
entre si, alguns trabalhadores de hoje veern maiores
opositores nos demais trabalhadores com os quais
disputam do que no patrao que lhes oferece empre-
g -· · · . · · · . · A l e r n d..e 'q'"e e ' , : , s · · · · · · · · · s - ' " , ' ,e ' - - : 'mp reg o o f e r e c e na o a ,pen a · . · - : - s ·-... !, , e ' - - - ' ' -_ "- "", - - ~ t _ _ 1 . ' : : ,. , ,- - I " " , _ ' , _ ' c , _ , ' '
'~/ ' ibilid d durn.sarano, co ,m possr ·.l~t .•... " .:e c e acesso ao consume,r
mas tarnbern diversos beneflcios adicionais, E em
firncao disso que, atualrnente, os enfrentarnentos
balhadores sao mais comuns com as governos
com os capitalistas: entre sindicatos e patroes
'or-!II~,". -_", l1
S ' , - d ; a ' · ~ l o " " g : - - · - ' o . - - - - : - ; ' ,' - " 0 : - " q 'ue c o m f l r t o s' - " .W ' , ' ' _ ' , - . ' _ - , - . - - - ' ' , ' - -' ' , , - " . -- : " , ' - ' " , ' _ - , . - -_ _ +, . ,
~embora de forma silenciosa, hci uma nftida
I I l' ta entre os trabalhadores do setormoderno.. b I 'd S ---e tod d
: . -'. morma e os po ores exc U .l· ·.O S ", .oe to- "a a renca
I, cional anual da Inglaterra ao tempo de Marx fos-
-" idid ' 1 . . . . . . ddt drvrdida entre a popuiacao, a rem .,a..•.. tooos os
.oossufdos de capital ~ incluindo os' trabalhadores
d 1 - H ' · d c. d inprega os - se elevaria. oie, ,sea renoa rosse or-• I d 1 - - d ,i " "" ,
I· rca por toe a a popu acao, a rena cama para os
I ..ilhedores do setor formal com educacao de base
1 -f, f ,. 1 b .. d d. ua r cacao prot ssiona e su orrta apenas a cos ces-suidlos de e - I T ) : - I - I ' p , r - e , 'g. : ·0 · . ', Es.se e····tagio de luta de clas-1 . _ " .• 1··,' '_." ._. _ . ~ :._ "",,:. '. _ . .. ', .• _ ': :. ,1 , " ._ . _ • " • _ " . _ _ .
, fa- coim que C' .ert0 - - ' - :s ' e '- -- '1 1 1 ' , ' P i " [, -' egado S " d· 0 · · · · · s eto ' - r " ' -p....i v a d o' I '~,,-'-, : '_" " ", ' __- -_ ', ~- - __ _ ',~" _ ~ , , _, ,_ " _ , ',_--- ' - __" ", _"- ',"- , " "_ ',_. ' , .. . ,
id rb r: d '1 ' ,. .. ,t d,.:srtos serve iores publicos de sa anos mars erevacosi ' 1 / ' . ' b f f ' : - : "
I ·. 1 sigam aumentos ,em seus sa artos e outros beneri-
. ' i ,. < ' ' ~ a custa de investirnentos sociais para os pobres,
d .. ........ - rd - - - ,- d'.- ,?-... - .' , t l , -I ' ecucacao, sauce, mora ra, agua, esgoto.
Segundo, 0capitalisrnoglobal cooptou os traba-I ' - . . d~., - ', r'-e··S· ' q....· . a · · · · lifcad- O " : - - · , s ~ , incorpoorandc-os entre os bene ....
, _ . , _ ' ' _ , ""·, , . 1 [ , . - , _ ' , _ - - _ - . ' c o " ~ _ ' _ , , - - _ . . - _ - . " , _ _ , , ' , _ , ,
iciados do sistema, exduindo urna irnensa parte da
1 - b lh d.~p 'Ua,r ;ao que nem sequer consegue ser traba i a ora,
1 . · . , ' " ' 0 tern salario, nao tern a possibilidade de participar
·d descarta 1 E de urn sine icato, tornou-se descartavel, rn oecor
j"incia disso, apesar da desigualdade no tamanho do
. .. : . '.• . ,..-
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3,0 Cristovam Buarque 37
patrirnonio, as trabalhadores qualificados podern ter,
gracas a salaries e beneficios, um bom padrao de vida,c a s e s ' P I - r o x i m " ' ,o s ' a 0 " ' , :' d 0 · ' . .· · S ' ,' p a t r o ~ e s P " ' a - r - ' - - 1 " 1 1 1 - - ' - 'o ' ~ ' n ' [ + o > '" S ' - m' : ' "uit '.' d e' . : , , , ~ . ' : . : . 1 = _ . : _ . ' ' . ~ ' I . > " .....: . _ , I : · · . . j _ ' , I '~. I ._ . ~_
siguais, padroes de consurno sem grandes diferencas,
dependendo da qualificacao do trabalhador.
U " O 1 d .rna visao c ara ,'~,essasituacao encontra-se
nas relacoes entre patroes, empregados com qualifi-
cacao superior e peoes de,construcac civil~0salario
de urn trabaihador bern qualificado perrnite uma ha-
bitacao com os rnesrnos services basicos da mora-
dia dos patroes. ]5S0 ocorre em fimcao da diferenca~ ~
entre os salaries dos trabalhadores qualificados e os _
sa aries des pobres peoes-de-construcao sern qualifi-
cacao. Gracas a esse diferencial salarial, as rnoradias
das classes medias brasileiras chegam a ser melhores
e rnais confortaveis que as moradias dos trabalhado-
res igualrnente qualificados em pafses ricos, Nestes,
a diferenca entre 0 salario do operador qualificado e
o salario do trabalhador de construcao, ele tambem
urn. operador, embora menos qualificado, emuito
menor do qu e no Bra . .. .il H -a" u rn "" ' a ' -C. m ' a : : I " S - - : V - ··: Q : ' ilia tria'n g ' U" '• _ ' __ " '_ . __ ._ ' :__ . I __ , ._ :~ : ~ . : . ~ t : . _ '_ ", ~ ~ .: .:~ . d . . : ' ~ '> / : _ '.~ .' _ . . . ~ _ I .~ ._ .: . " ,' :~ _ ': _ ", ', . .. ..
I , * .. I + d -.ar :0capita se apropria de uma parte do valor pro-
duzido par todos os trabalhadores, mas 0capital e 0
trabalho qualificado se apropriam do valor produzido
b lh 1if iO P d i.. rra a_I'D sem qua r .cacao. _rav'a ···jS50' e quanto
..dogasta na formacao universitaria dos qua-
..•superiores da sociedade e na qualificacao tecni-
.••. . . 'S operadores da econornia, deixando de lado a
I ~I I ,a !g ,ao de base das grande's massas. Sao reCUf'SOS
I ~ I · an sdos dos mais pobres para os mais ricos, rnesmo
I ' l l . ern nome do progresso nacional.
Terceiro, a luta d e classes tornou-se triangu-
I I .': de urn lado, as patroes e seus trabalhadores do
r rnoderno: de outre, as massas excluidas. No
~~t..ra grupo, a luta de classes fo i arnaciada par
r d o . . ·· ', f i r m a id-0 ". • S : ·:· q " · " U '· · a . · s . · · . · . e ·• s . _ . ' . - , e · - , - , · m < · · " ·! · · . r - e . ' · , - · · a · · · · n - · 'e s d. 'S C " . : , o , ' : " . ' · - " n ' f l i t o · " 5 "_ l l! _ ~ ~_ ~ • _ • _ • • • • ' _ . I • _ • • . • " • , • • . I _ . _ . t
.,·I··das maiores, distribuicao de Iucros, seguro de
- " , I· ' e, financiarnentos a compra de bens e services,'.'rn corn que ,0 trabalhador moderno deixe ,de ver
r ~'O para ameacas revolucionarias. E entre os dois
I andes grupos rnodernos (trabalhadores au capita-
I ' · ' . . s ) e as exclufdos (desernpregados au trabalhado-
sern qualificacao), a luta de classe 5e da sem 0
or poder d,ebarganha para as ultirnos, incapazes. sorganizarern na condicao de mao-de-obra des-
ralificada, em um tempo de elevadas exigencies de
I . lificacac para os operadores.
Por essas razoes, 0 educacionisrno nfio ignora
' . , ~ " , acheque de interessesentre as classes, mas, di-
.enternente da visao economicista, que concentraVer Peg -ueno D ic ion ar io d 0 - " ' , Educacionismo". ", . ' _ _ _ __ " __ ._" ,. __.,. . _ .... __ ". , ,~,_ ,,1 . . - ;,
.'....• . , .. ,...
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38"
I , Cristovam Buarque 0que /f Ed u r a " ' - · cio n - ' I : ' S ' m · · · ·:.IY~ c.. .....,.~.. .:,~~"..~ ~.". I39
essa luta entre capital e trabalho, 0 educacionisrno
C-o 1 0 . rca a lu'ta de c l a ss e s ent re o · ·s · proipr:e .tario ' " · · s : · ·e o' " ' S ' - : '. __ .. ' . . I. . .. . . ..."." . '". ',. ." .. '. . . ,. l L , '. , . . . . . iI ! . . . . .. . . : . _. ' .' ' . :
d 'd ' d .. ~ hecispO'SSU1.OS "--0 capital-con iecirnento.
Ill' conseguem concluir 0ensino medic, raras tern a
id d d t- id. " io rtu n n .•a -_ Ie •._e ·u,rn·a ,eslc.o.,a que possa , ser conSl·~.e....
lid d 0, E: F ~
I· : ra com quah ..a re satrstatona.
.A educacao no Brasil e urn instrumento di e
exclusao social. Em 2005~ ,6,7 milhoes de criancas
tinham entre 5 e 6 anos, mas apenas 4,8 milh6es
estavam rnatriculad ..es na primeira serie do ensino
fimdarnental; 2 ., 1 rnilhoes estavam matriculados na
terceira serie do ensino medic e apenas 1,8 milhao
conclufrarn este nivel de ensino. Ernbora tais dados
rnostrem a fotografia do ana 2005, nao revelarn a
evolucao dos rnesmos alunos, eles indicam que cer-
ca de 3 milhoes Siao deixadas para tras depois di e en-
trar .na escola, 4, 9 milhoes se considerarnos tarnbern
aqruelas que nern chegaram a se mat ricula r EI m cada." .' . _ - .' . ' . _ • -. 1 ._ . • ' . . = ' _ 1 . - _ . c' ' _ . " '" = . _- . -... ' _" ._.~ : ' .- '-. _: -_-- + _ '- . " - - . : . . . . - - ~ .. . , . _ .
tres criancas d,asque se matricularam ne primeira s e ' ~
.rie do ensino fundamental, pouco mais de uma con ...cluj0ensino medio,
Os pobres saern ainda mais prej udicados de~
vi: 0 a cornplcmentacoes educacionais junto a suas
f · m I li a· · S ~ · desprovida s de e.. u c · a·: "a-o'"O : · · U · po :"rca ren c ia de, W - ,- , - , ~ . _ .. _ '. ' _ - " _ ' . 1 '-c . ' '. , .. __ . • _- ·_ - C ·. _ _ . .. .. . - . " , ._ - . , _ - ' - ' , ' ': : : '_ c_ . ' . _ , . . ' . . '
" . "
I. uipamentos culturais e atividades extracurricula-
1 1 '0
a sua disposicao,Da rnesrna rnaneira que no passado os privilegios
formararn pela apropriacao dos meios de producao,
,," privilegios feudais com a apropriacao da terra pelos
r ,',bres e a exploracso dos camponeses, no capital is-
- - 0 - -' p 's e l a a ' : , - c
'· - · · · . · r - · · o · _ - . · ·• .priacao..'d.· 0 . · · c a p i t a l 'e : explore Ira~0 - " ' : . 'd..· · · · ' s ' - - t r a . . . .I " . . , . ' " . - L - , : - ~ - - ,t" . iI l - ' " '5 - _ . '. . . . J..-,.,;..., - · · · · ~ " . - - . . -
II·lhadores assalariados, hoje os privilegios se rnantem
ela apropriacao dos rneios de formacao educacional,
E s sa e . · · ! ' - ·v.erda deira luta d e C" .la s s e s d .e h ioje, N : a~'o':- : . _ . . . . . • "_ . ._ [ _ . . " . : : . ' . . _ " .__ . _ _ _ =_ ._ : . :. "_ . ' = " ' . _ . , ". _ ," I " _ . ' . ". I L • _ .
"is entre capital e trabalho, mas entre quem tern e
c u e .m - " ' In · · · · · 'a- '0 ·' " . to . e · m - · · · · a cesso . a ~ ·d .uc .a r _ " a ~ 'o · d · · - · · e : : qU· i · a · ~. lida d , 8 · - · · · · ·. - . ' ' . _ . . _ ' . ' . ' _ ' . . _ I '_ :c' • . _ . _ . . : :" ' .. ." _ • .... ' . _ - I ' - '" '3 '" ", . . _ .- ' _ "_ '. ' . . ' . , . , _ '. " I '.".' , , ., •
B) A FORMACAO DE CLASSEPELA APROPRIACAO
- D ' , 'O ' C ' - -' 0 ' : ' N · H · E C · · · I M · · · · : E · · · N · T ! ' 0 ' -" . . _ ' : . _ '" . _ . . _ . 1 . ' . ' : I . I '.
A exclusao , e ainda mais forte quando se ana-
1 · lid d b lid d d. . . , . . . . : , - . . ' • . . ' . 1 : ' - 1 . . ' . I : ' • - . . .- . ' . - . I . '. ' " I : ". . . ' " . - . ". ! i' ,. ".,usa e quau ae e se perceoe que: a totahdade dos
filhos da classe media e rica termina '0 ensino medic,
a e · - _ . · v · · · · . - . - : a · ·· a ~ o · ·. · s e c o n c e n t r a nas classes pobres e r n ' esrno__ ' " '_ _ . . _ . ,__ . _ '__ " __ : , _ '_ __ ' ' ' " __ _ ._ _ .__ . _ '_ _ ._ __ . " , 1I l ,l " ~J . :'
entre as criancas desses setores sociais mais pobres,
Apesar de toda fragilidade cientifica de suas
..xplicacoes - quais classes, como elas seJigam,
. . 1 . · · . m · · · . , o . · . ~ · .- e . · · - · . opoem i · e - . I c · - o · · · · · · ·.• - · : o · _ . · · s . < · · e : . · · · ' e ' q l u , ilib ram ~ a .·---e o - r ia . •. · d.... . .. .. . . . - ' . I . . - ' .. - - ' ., .. = - - ---
I I I - ' , B . de classes tern side usada sisternaticamente
• • •• 1 . ' .
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40 O ,.Ed ..que I@ ' caucactorusmo 41
como instrumento de analise da evolucao social e
suas revolucoes.
No Brasil. a luta die classes tern sido 'urn m e - ,todo ainda mais Fraga para explicar toda a dimensao
da realidade social, porque as elites brasileiras tern
condenado uma parte de sua populacao a exclusao,, . - ' / . f l ' d l *.como sem-c asse, nao-ctasse au tora .....e......asse". Pri-
rneiro, quando manteve 0sistema escravocrata porquase 400 anos; segundo, a partir da Aboligao, ne-
gando aos pobres: propriedade, direitos e educacao
que lhes permitissem participar do processo social.
Enquanto 0conjunto da pcpulacao era sern
educacao e esta nao era necessaria para 0trabalha-
dar participar do processo social, inclusive economi-
co, 0abandono da educacao nao trazia grandes im-
pedimentos a possibilidade de emprego, ao bem-es-
tar social e ao crescimento da econornia, Mesmo slob
a escravidao, houve progresso econornico no Brasil,
mas nao social~A necessidade de escravizar ,afric,a'-
nos, traze-los, compra-los, rnante-los alirnentados e
saudaveis, explorados e acorrentados era prova de
que havia escassez de ,m,ao-,de-obra e nao havia ne-
cessidade da quelificacaoOs escravos chegavam ao
Brasil sem jamais terem visto uma enxada e sabiarn
, i--_.'mente corno utiliza-la, sem necessidade de
I III "L qualificacao: e eram obrigados ao t raba lho
r I , . - ' • • ' ~ porque nao havia desernprego. H,oje e ' 'exa...te 0contrario, na,Q ha ernprego Ie h E l . necessida-
,.ualificacao,
Com a abolicao da escravatura, os principals
I I , ' ' . ,'t05 continuararn agricolas, os trabalhadores
1 1 1 - ~ 1 uararn sem necessidade de' qualificacao, mo-I : 1 . 0em, zonas rurais, com baixissimos salaries, em
. . J : ' . d ie .. d .. 1 '· -. ,asemi-feuda . I 'om a In. u s tn a lz alr; _,a oiJ .C lo r reu
1 Igra~ao para a cidade, 0processo social e econo-
icc passou a exigir qualificacao profissional como
, ndicao para 0ernprego, mas os sem educacao coo-
l' uaram sendo tratados como sem-classe, Esse I e 0
ratamento dado ate hoje a uma parte consideravel
h . ' · 1 i - f i · · ' h d ' · fros trabal adores brasi erros: nao-ttcha os, 1nror-
, .-is, t l e rcer i ,z "ado ·s - ,de ' -ba ixos -sa . l a r ios .
Uma proporcao muito proxima da que havia du-
1 -nte la e sc ra vid ao . e ntr e trabalhadores livres e escra-
v ,.·5, hoje divide a populacao brasilei ra entre incluidos,
. I sm-classe j e excluidos, sem . .. .lasse, O,U fo ra d e classe,r
d ,. '. di ~ diexpressao usa a rnurtas vezes para rn rear, na mora,
~·s,nais baixas entre as castas intocaveis. No Brasil
I " -0 sao intocaveis' no sentido religiose do hinduismo,
. .Ve r Pequeno Dicionario do Educacionisrno.
. '•.•
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42 Cristovam Buarque [0 que e Educaciotiismo 43
- ~ .. , ;'d - d "- '1 dmas sao ,lnVlS1VeIS* :,0 ponto ':.~vista SOCla~e ae sua
tici - dinarni dar rcrpacao na cmarruca r [ O J progresso.
Nas ideologias tradicionais, dentro do mundo
teorico do industrialismo, a rnigracao da niio-classe
ou sem-classe para a classe proletaria se Faria por
rneio de investirnerrtos que gera.·riam empr'e·go ..Se
essa foi uma visao falsa no pass ado, porque enga-
nou as massas pobres nunca incorporadas, [ e ainda, t - 1 -" 't - h , . .
mars no presente, a'o nao [expr rcrtar que nao naveraern pr eg 0 - ' -' S - - ' bo ns s a ~ I a -" r '~ O - - - - - " ' S e a c e ~ - S - ' "s ' 0 " : a ' 0 - - , s - diireit -0 < S - - · da_-__.,-.-',-"-,___,--,'- ,--_---:__-_--- ---,-_--',. - ! I . ' : : ' - - - : _ : _ _ . _ ,
forrnalizacao para os que nao tiverern urn born ni-w d d , . . . .'vel .:e eoucacao.
Para 0 educacionisrno, antes mesrno de co'n-
siderar a luta de classes. · e precise incluir aqueles
ainda "sern-classe" n[ Q rnundo da s classes dos in-luid inh if d ,.." P- ~ dmUl_-O,S, : ocarrnn , 1 . 0 , e ae ucacao.Pcr r sso , 0 e c uca-
cionismo considera que ,a revolucao na educacao euma condicao preliminar a todo processo d ie avan-
go social, pleno, includente, onde todos par tici-
pern Essa id e ia J ~ a : ' < 'perce b.ida n a pratica pelas c las . .. ..• .'.. _ .. .1. .._,...., ..:., ._
•• •
1_' . I _ , , ' , _ . : . ' . ' . . : ' ' _ . , . . . .I _ . - ' .
, . ,
ses medias baixas, ao fazerem prodigiosos esforcos
para que seus filhos disponharn de 'urn diploma
universitario. Querem seus filhos fora da exc . ·us ,ao . ,
corn uma posicao de classe.
_ C , · C = NSA.O DE 'CLASSES
A evolucao tecnologica, ao mesrno tempo em
J '. .cuz 0numero de ernpregos, ex:ge educacao
I, l i f i c acao do trabalhador para as poucas vagas,
II I.' I iveis. 0 dinarnico rnundo da evolucao tecno16-~f -
I _ .7 0oferece ernprego para os sem-quaur cacao,
1' , estabilidede para aqueles com pouca qualifica-
" A empregabilidade ja nao vern do crescimento
.. '.rta de vagas, mas sobretudo da oferta de mao-....ra qualificada. 0 trabalhador integrado no sis-
,.'deve sua posicao nao mais a migracao do cam-
.:.~.ra a cidade e a urn curto treinamento, 'mas, ao
I_o. Ascensao dos sem-classe ja nao pode ocorrer
I . cas a quaquer emprego, porque ele ficou raro e
' . , - qualrficacao.
So resta a esperance de ascerisao social pelo
so a propriedade do capital-conhecimento. Para
o, nao basta mais um simples curso tecnico para, . . . . . l _ .
f r , ; nar operarios. As novas maquinas inte igentes
I!e -C operadores cuja formacao requer boa edu-
.':"0 de base. Mesmo as filhos das classes medias e
tabalhadores do setor moderno ficarao sem fu-
1 1 . · · · se nao tiverern acesso a educacac de qualidade:
.to para 0trabalho na linha de producao quanto
os que assumern posicoes executives.
_.•• ••.
• • • • •
5/10/2018 O que o Educacionismo - Cristovam Buarque - slidepdf.com
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44 C· Bistovam ouarque o que e Educacionismo ,4 5
Atualmente, poucos entre os grandes ernpre-
sarios entregam suas empresas automaticarnerrte
aos fil ho s, E la s sao transferidas a executives bern
treinados, sejarn filhos deles ou de outros, inclusive
filhos de pobres que tiverarn oportcnidade de acesso
a bo ' : " n "'" e s t u d o s e· gracas ao diploma qualificado, p u -_ ' " , ' , _ " ," " " : - " '3 " " _ .
~0 filh d ..... ,,'h dara m " - - a '- : C' " ' 0 " - rtina de 0· ' . u ro ' . " .' ,' ."', a : I 0' .,.'a patrao so .-e rc a o" _ , • . : . " I ' . . ~ " '_ . _ • I " . . l_ . I ~ __ • __ _
poder na empresa se 0dinheiro do pai for usado paraoferecer-lhe educacao e ele estudar para adquirir a
form a · r a "; '; o · · " A · · · · · · · · · · · ·e n d a da familia permite comprar 0di-~j " I " '_ '~ '_ . '. , '" _ :C _ . • , ~
re ito . a ' b. ' : - ' "a " e s c.ola mas a educacao nao e comprada,.. ' •. ... •. .. ' . . _ .' ./_ :_ '_ .' . ' . ... , ', J ' , . .. ... ~ "
e adquirida pelo estudo do filho. Para transformar a
renda em uma posicao de destaque no mercado de
trabalho. as famflias abastadas terao de pagar boas
do j; ,
escolas para os filhos, mas esses terao ' e aprovertar
a chance para desenvolver 0proprio potencial, nao
apenas comprar urn diploma. A familia sozinha pode
ser 0 · " ' : ' ap· ' O · · · ' ~ O > ' mas, n,ao 0 elern. .nto deterrninante da" " ' . . .." " , . - - , ' " '
pro:rno~ra~'I social, q...e so vira com 0 esforco direto,' " " , '3 ', :. .' . " .. .n ' - <~ , , , '. ', , " ,
p e " " ' s " " ' S "0' "a'~ d ' 0 ' ' - ' filh 0 > .· q .'j'ue e s t u d a r ele proprio. Ate por-" :' '::.J, '" . ""! '.:" '," - '...,. , , ., ,
, 1 . h F
que, daqui para a frente, nem 0dip oma SOZln· · .O tera
1 d ialor, Por isso, ja nao e possive cornprar diret..mente
pcsicao social, seja no setor privado do qual for dono,
se ja n- 0 : ' " a :"pa re · · I ' h ·' - ' 0 " ' ' - ' d.0 1 Estado no q u a l for influente.·c. _ " ,_ . -, . '- "~" " 1 , ', . ,, .. " ' _ , , " . : ' , ' , , , ' ' _ , ' C '_ ~ ,
A luta die' classes na econornia ficou apenas
Il .. 1,0 rnanifestacao da luta de classes entre quem
' " , 1 3 quem nao tern conhecimento. Esta sim e a luta
• I" classe concreta, E sua vitoria passou a ser conse-
" ida rnenos graces ao papel dos sindicatos e mais
• ] : 1 , . -J;asao papel da escola. N a , Q mais pela transferen-
..· .do capita para 0Estado a service de urn partido
I I . . volucionario, mas corn a transferencia dos filhos
·ios pobres a s boas escolas dos filhos dos ricos.
o educacionismo, mais do, que 0 socialismo, eo caminho para se exercer a luta de classes em be~
~..Icio dos pobres. Mas ~SS'Onao se far,a por salaries
, ontrolados pele maquine do Estado, conquistados e
ixados segundo a vontade ou a dispute politica, e sim
,'medida que os pobres tiverem acesso ao conheci-
.iento que os transforrne em operadores, usando.a
, scola de qualidade que lhe e oferecida pelo Estado
.ra ser prornovido por seu talento e dedicacao,
oeducacionismo, nesse sentido, quebra c pa-
ernalismo, porque as familias ricas podern pagar a es-
rx..·Ia-,mas e ' 0' filbo quem estuda. 'No educacionismo,~ , , " , .
·~,re se 0estado ao individuo, a democracia ao merito.
)0C'ONTRO'L,E SOCIAL 010 C,ONHE,'C:IM,ENT'O',
--_ . . . . . . . . . . . . . . ._-,
* : Ver Pequeno Dicionario do Edccacicnismo.
•• 1
I I' •••
••••••
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46 Cristovam Buarque o que e Educacionismo 47
I . ' I t ] , . ormados e dedicados e com cornplemerrtacao
.i-escolar em horario integral. Nessas coridicoes,
I 'I 1 iorie fica exclufda, s6 a minoria tern acesso ao: ..,0 conhecimento,
o educacionismo quer fazer com que as esco-
I , • .Jrn igualmenteboas para todos, como a bola
i...onda para todos, e defende que esse e 0unico
, I' i · 1 , 0para a construcao de uma sociedade justa, "...iente. Mas a defesa da escola do pobre igual a
L ' . .0rico podera provo car urna disputa politica,
, la natural recusa destes ultimos a perda da prote-
.•....rirnonialista para seus filhos. Agora, nao se
ria de herdar patrirnonio, mas continuar dispon-
I" , . c uma esco la comparativamente melhor do que, ' ~ , a - - ' -O - ~ S . · · · f i l h o - > S ' · d '0 " " , s · ~ . po .bres___._ c . _ _ l _ _ . " - e .... _ " ... ' . ' • • • • +
punha 0 socialismo, mas pelo controle do acesso a sboas escolas. As classes medias e altas perceberao
que 0·futurodos seus filhos depende da educacao que
recebern e que', se todos tiverern a .mesrna educacao,
1 · · diri d E - d d - , . -te : -.. -.r t e . . ' 0 : " . .t · - - ' 0 - ' e ': . : - a :: : s e ' ' ' ' ' ' ' p - - - r ' ~ e : ' s ' ' ' a : s 's - : : e " ' r " a ' " t 11ae 1 ' e _ c J f l g e n -e · [ · _ · . S . a ' .. :- __' _ 1 _ _ - ~ : '. ~ , ] . J i- : , ' : ' . . - -: .. - _ .' : ' _ > . . . ' " - -
joritariamente dominada por profissionais vindos das
camadas mais pobres pelo simples fato de que sao
amaioria.
Isso naoameacara as
estruturasbasicasdo, sistema sociale econornico, porque os novos diri-
gentes servirao a s regras que hoje prevalecem; mas
significani uma ascensao social dos que estudarem
e, em cor-sequencia, urna queda social relativa dos
individuos das atuais classes medias e altas se n·ao ad-
quirirem [0 passaporte educacional.
o futebol e outros esportes de massa sao pro-
vas de que uma revolucao educacional far,a prevale-
e·er 0 talento sobre a.classe d ie origem. COITlO a 'bola
e redonda para todos e os pobres formam a.maier
parte da populacao, sao eles que chegarn ,ao!·t.opo dacarreira futebolfstica. Mas, para entrar e·murna uni-
versidade, a regra do sucesso esta na escola de base
onde se estudou ...E as escolas nao sao redondas para
todos. Para os pobres, elas sao quadradas: degrada-
des, abandonadas, desequipadas, com poucas horas
de aulas, professores mal rernunerados. Para os ri-
cos, sao redondas: bern equipadas, com professores
A defesa do educacionismo enfrentara duas
I ...tas: ideologica, pelo vfcio secular de ver 0pro-
.'.,.. social como resultado da economia, nao da
I cacao: e pelo rnedo das classes ricas de que hajaI II ' . scensao das camadas pobres, quebrando os
." vjl.'gios e jogande para baixo os fHhos des rices
I. . .-0 se prepararem, peo estudo, para obterem
,\'·riedade do capital-conhecimento. Com os po-
s .zxcluidos de esco aridade de qualidade, os filhos
, · 1 - sses altas nao necessitam estudar rnuito, por-
~o encontram concorrencia. A exclusao pro-
• • • •. - . • •
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. . .• •• ••. '•.
48':"1 Cristovam Buarque ,0 que e Educacionismo
b " d ' r » dEnquanto enganam os po res com a toeia ae' + ,
que a revo.ucao esta na econorrua, as rlCOS mantem
os privilegios para seus filhos, em escolas que, mesmo
.sendo excelentes e nao obrigando ao estudo, sao
I 1 1, . . heres do que as escolas dos filhos dos pobres.
As,"lidera nicas da e.sq"U ; .erd'a- dizem defen der O · · - ' · S ' :" , , ,. " " ' ; : 1 - -' , _ '_ _ ' - - . V',_ '-. ' . '-.- ~,~-. - , -::
IIl\b lhadores pela estatizacao do capital; mas tam-
, '~'l i sentern seus filhos ameacados se a,escola des tra-
1 . 1 1 1 adores for tao boa quanta a de seus filhos. Por ig-
IIJ ~ndaou r n a fe, dizern-se progressistas ao defender
estatizaciio do capital dos capitalistas, mas, mantem
t' rs proprios privilegios de donos do capital-conhcci-
II..,'.0 para s i e seus filhos estudando em escola priva-
,I s, financiadas em parte com recursos publicos.
A defesa intransigente do . diploma universitario
r .0exercicic de qualquer profissaoe omeio utili-t ,_ d """',..~ ibilid d
. 1 . ' 0 , para ,aexciusao oos que nao tern possrorncaoe
I! - ~
. ' ugres,sar no ensl,no s'uper~or+
o educacionisrno enfrenta essa luta de classes e
ideologias propondo uma escola igual na qualidade
1 1 1 1 , I , _ todos, inde..pendenternente da renda do,s pais e
, localidade onde vive a pessoa. Propoe a universa-
l , , " " ' " ~ ~ ' - d "., l id d e d 'mI.·:. · , '~O , e 'e q u , a ,u z a g a , o . .. .. maXlm,a ,qua.., a...,e'.a, e s c o~ a
I H iblica, Essa e uma posicao de forte radicalisrno pelf-
t I .. ,0 1 rnundo inteiro porque s a , i Q raros ,D S paises que
1 1 ~.,a:ra:merto Id e tal nivel. Os atuais parses chama .....
I-~,...esenvolvidos tern urna situacao muito melhor do
lilt '- brasileira, mas e i n d a n , ao at.ngirarn a igualdade
tege os que estao dentro das escolas, mesmo sern
grande dedicacao aoestudo. Essa talvez seja urna
das explicacoes pela qual, no Brasil, as escolas priva-
~ dias nao precisam exigir rnuito dos seus a unos.rnante
do abandono da escola publica. Os filhos dos rices
dA . d 'i '~
estao protegidos a concorrencia eoucaciona, gra-
cas a suas escolas melhores, relativarnente. ,Mesmo
com uma populacao de quarenta milhoes de rices
ou quase-ricos, com renda per capita equivalente a
de pais emergente, 0Brasil e urn pars atrasado inte-
le ' , C " , rtu ' , : a : 1 ',cientffica e tecriologicamente, P...orque 2/,3 da' , " " " ,'," " ," '_' .. - " -, " .. . : .
populacao excluida da educacao formam urn poten-
cial perdido e 1/3 recebe uma educacao gem necessi-
dade de grande qualidade, ja que esta protegido pela
r n a educacao dos excluidos. Ao ignorer a luta pela
escola publica de qualidade para todos, a defesa das
cotas para negros no ingresso a unive-sidade carrega
esse vies. protecionista: os poucos jovens negros das
classes medias e altas, que saem das escolas priva-d • • ....v b ~-",,'f ','.id :, ', ' , :- :' .' ,-"........:,-"',....'"',,,_",',-"-'"'''.~,'''' ':...,~",0 ' ' : 'S : " ) " ' 0 ' : " " v " · : ' e - - · · · n " ' s :a s" s ,a o' t,e'ne' ,Cia. o's', sem a c"on,c ,o " r . renc ,~a ,J · r : , ..
negros filhos dos pobres, que ficaram para tras, antes
d I~' d ~ _ .. . . " 'd " -, ',C, , .' :, , '_ " ' . .... ' : , , , , ~' "~"'" "", ~, 1 " " " ' ' ' - ' ' . . ' ' .: " ," " I " .a cone usao ....0 ensmo me. 10~
5/10/2018 O que o Educacionismo - Cristovam Buarque - slidepdf.com
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,5 0 Cristovam Buarque ,0 , que e ' E,ducacionismo 5 1
de' qualidade desdle os prirneiro ' , 5 " anos de ida..de ate 0 ,· .I . _' ' .: :- llt··j .'. '' ' .. J . . ' . . . . . . . ' . ' . _ . ' . = .' - . I , ' " . I", ". : ) ,"":.' , '" - . . " ,"'," .:.' .: - = . -: - : . .'
fi 'J d '. " ' d ' " Ad' ~ '. da ,_,0 ens no, me m,o,~> 'pesar ,e terem rruciaoo essa
revolucao no; seculo XIX ainda existem desiguald a· ,-' ' ' , " : : : . ' 3 : ' " ' . ' " ' : _ . . - , - " ' " ' " " ' " - ' . I ,". . - . ," :- . ' " . ' . , ,: . .. ." ."
des no acesso escolar de qua l i d a de , segundo a classe' . ~ A " ' 1 ~ d + ~ m hS,OCla~+..'~." ,r 'ev'o' u c a o educaciorusta completa c' eg,Dua ,
raros paises IOU talvez a nenhum ainda.
II " em detrimento das futuras geracfies. E a
1 t' tlia-geracional. *
" __mente com uma reorientacao do papel do
, I _ r imen to , por meio de uma revolucao na edu- 'r , l' lid d .',
1 , 1 , sera P O S S lv ,e uma nova m enta idade que saia
II, " I ' " " liatisrno com que c ad a g er a< ; ao trata a natu-
seu redor,'F) 0AQU'EIO D IAS Q ,ERA (; ,Q I ES P'UT'URAS P'ElO MAU U',SO
DO ICON'HECIMENTO P'"ELAS ' GER,A ,COES ,AT'U'AIS
A geracao presente sempre foi 0 sustentacu 0
das geracoes futuras, alimentando-as e educando-as,
Corn I 'S '·SO cada geracao era rnais beneficiada d 0 = ' : ' que.'''', . -'-'_'" ':.... ' " . y'> __. ,,' , "', ", _"" ."ill· :"_' .' ". ,". . - .
sua antecessora. Mas" ao dobrar a eSlq,u.ina do consu-
mismo, ,O J conhecimento humane, tecnico e cientffi-
co passou a ser vetor de destruicao ecologica, Sem, ~ der te .' +regras ettcas, '0 poe er tecruco avanca sem respeito
,aobjetivos socials. Com, a forca das ferrarnentas da
supermodernidade, as geracoes atuais sle apropriarndo conhecimento e 0 utilizam para aurnentar se'u
consume ao custo da destruicao rapida e o insensate
da natureza, sacrificando 10 bern-ester d a humanida-
de future. '0 saber, que antes criava e construia urn
mundo melhor para cada geracao seguinte, passou a
ser tarnbern urn demolidor do futuro. E, em conse-
quencia, surgiu urna luta de classes entre geracoes:
a atual geracao de seres humanos se apropriando da
. ,• • 1 .
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"\ • .:. 'r": :7
E- ~ J:- .i: I,
- - ' I - . . - ' . . . . . c <' a , - , Ii~, ' , . . . ' . i " ". " ". .
.' O'U'CACIQNI,S,MO, .eTR,ABAL,HO"~ ~ . > s j
E,MP,R:" <. '0$" SA,LAR) 0,. ...
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,:, 'R , .'. ' A C , A , Q E EMP,R,EG'O
O B·•·a c
.s : " I " ' I 'co .m : B : c : ( " t ' O ' < ' U " ' P ' " .e , · 1 1 0 ' . " 1 traba-lha do ' r - ' esc ra o' .. ' - ', : _ ' -- ':_ _. , "Y :"C - : , C C ' . c· ' .... : . ,.' · , i ll , '. ' _ _ :" '' '. ' -c' _ _ : : I '
II 1 1 1· 0 a forca de seus braces, Bastava descer de
'I~l 'I wio, receber urna enxada e 0 africano tinha 0
uhecimento necessario para desernpenhar seu tra-~I~·,", '0'··-....•.. . . · · · · ' , a : · · ' ·,' - ; - 0 · . - ' : ' t e " , C"· m ic o : . ' e a ·· · · ' ·su b . s ti tu .. l " g · · a 7, o ' - · :d• ."' . esc r , a '.rv..i s . .. · ~~ ~ . ., '." .. . ._ . ., ', , ', ', . ... ,-' = _ . . , ',". - '. ,.. .. , ', .' . . " ..... ', ' '.', >. " - , , _> - ' .___
, .
1 t . 1 I' . 10.capitalismo forcaram 0 trabalhador a usafI ~ "I···· ': '!9': : ' hab i l i t aidas. dai a excpre...ssao..m 'a~· ' < · - I d . : e-o b ra - 0 " : - ,i " - " - , , , ,1 , ' _ ' . ' 'J "C_ ~ '_ " . "_ ,__ " c, '.' " '." , c.',' ", • ,'" ',.'
III I, I iador vinha do Nordeste para 0 Sudeste em
I I I 1 1 ' , . . . 1 ninhao, comecava com urn trabalho purarnen-
1 ' 1 ' 1 1 . nual e, com urn curto curso de ferramenteiro,
I ao trabalho especializado e se transformava
I I .vo em operario. Hoje, 0trabalhador nao tera
•
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54 Cristovam Buarque 1 0 que ,e E,ducacionismo 55
ernprego moderno e bern remunerado sem uma for-
macao especializada qu e 0 transforrne [de,operario
ern operador' : no lugar das maos, deve usar os dedos
para mover as maquinas pelos meios digitais ..Usar os
dedos, sern necessidade da forca e da habilidade das
rnaos, exige m..lhor educacao para usar 0 potencial
do cerebro.
o centro das atividades produtivas passou da
forca dos braces dos escravos para [ahabilidade das
rnaos dos operarios: agora, para 0conhecimento dos
cerebros dos operadores. Nao mais a forca nem a ha-
bilidade, , e preciso conhecer,
Antes, 'co'm a alfabetizacao e urn minimo d ie
talento, qualquer urn era capaz de adquirir a qualifi-
cacao para a maior perte das atividades produtivas,
Hoje, 0 operador, ao contrario do operario, precisa
do ensino media completo, sern 0que nao tera coo-
dicoes de aprender as novas tecnicas que exigern urn
rninimo de farniliaridade com equipamentos de corn-
putacao e palavras estrangeiras.
No tempo de Marx e ate algumas decades, . ,~
atras, as, ernpresas contratavarn operarios entre as
primeiros desempregados em fila, de manha cedo, na
I 'I , I'·.....ao Hoje, 0que vale nao e a ordem de chega-
I,', a qualiricacao que carrega cada desempre-
odos os dias, as agencias de emprego espa-
" ·.elo Brasil ficam com rnilhares de vagas nao
I I . · · . . . ' iidas per falta de qualificacao. Entre as vagas
: .'sempregados ha urn abismo so transponivei
I '., alas, que funcionem como por tas, ou pontes,'1 1 I'· '.,esempregados e vagas.
... educacionismo e 0 caminho para fazer essa';"!!! d r: ~ d
I 1110 ·.0 operario ao ooereoor, sern 0 que os ex-
I' I, irios ficarao desempregados au condenados a ati-
, '..es subalternas, que ainda n a G ex~gem formacao.
1'..0 estes tenderao a ser substirordos em urn futu-
I ' I . . . _ . muito distante. A Iimpez.a do chao de febrica,
I I .I oje e feita per urn trabaIhador com pouca qualifi-
."_~ '"L.· , usando uma vassoura e recebendo baixos sala-
t I , " . m breve sera realizada por maquinas movidas a
.cia por urn operador com qualifica~ao.
A realidade e que nao haverti rnais emprego
..Jidade sem formacao de qualidade. Forma9ao
prego serfio sinonimos, desde que a format;;ao
I. • em conta as necessidades de profissionais no
I , •. . , '0..A ocorrencia de mao-de-obra universitaria
,1'6s~graduada desempregada nao e 0resultaI s: _ .,.. rormacao: e a concorn§ncia mercadol6g1ca da
- r .
lao em areas que estao sobrando, obsoIetas,
•• . •
r
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56 Cristovam Buorque a que e Educacionismo 57 '
diante da inovacao tecnologica: da dificuldade pes-
seal dos formados reciclarem suas qualificacoes paraif id d dId +. id dreas I'e :'O " ~ · nee. . .' : e · s · s · ~ · l · · a · · [. . e · · · · . e p ' ~ I ' e " s ' " S ' - - " o : " ~ ' at 'e 'a l.·~n - · , c ' " · a · · pa c 1 a c e..:. , .: . .... . ., : : , ~ . . H I . . - . ' . . - ' . ' . - . ' . . . ' _ . . . , . , , , . . , . , _ " . ' . ' . . , . . . . . . , - . . - . . . .. . . - ' . . . ' , . . " . ' - ' . : . : - -
au indecisao dos estados em. planificar antecipada-
mente as necessidades para o futuro. Nem sernpre
a formacao necessaria precisa ser de nfvel superior"
n o se ntid o universitario. Mu.itas vezes ,a necessida-
de e de formacao de nivelmedio, mas competence eadaptada as demandas da ec·-o·iorn ia e de sociedad le' . . '. • . , . ' . • . " __ . ' . I .- • . " . _ . . " . . . . •• .l~. 1. [. .":__'.'. . .."' .._ ,_~_-' . . ..... .- ',:".-..:: ,
no presente e no futuro.
Por isso 0; educacionismo defende formacao
para todo trabalhador, qualificando-o para operar as
rnaquinas inteligentes, com perrnanente reciclagem
para, que ele seja capaz de adaptar-se , a s inovacoes ..Alern disso, para que possa receber formacao de altis-
sima quelificacao para eventualmente poder desenhar
e construir rnaquinas e inventer novos produtos ..
nuitos trabalhadores-operadores escolhem 0 perfo-
oo do ano em que trabalham, usufruindo no outre
oerfodo do lazer financiado pela poupanca feita com
'5 salaries au pelos incentives existentes. Com a glo-
....izacao , muitos desses operadores-em-tempo-par-cial conseguern escolher 0 pais onde traba ham em
.'··.usperfodos-de-labor entre perfodos-de-lazer,
Cabe lernbrar que a substituicao do operariopelo operador, da habi l idade manual para 0 conhe-
Cmento digital, vai perrnitir a substituicao simples
entre trabalhadores de uma func;;ao a outra, de urn
setor a Dutro" sem ,0 que a reducao da jornada de tra-b lh f · difi +1oa .. IO r que murto a m e n t
SO"~ ' . -d,'." ..'. . ~.- d.'- .---:_-',lid .d J. ' . . . ' . . " ~ t+ · . . . c -..:.,a ' e luc .a 'g . ,a [Q "e qUia ~.' :c_1 e val phermt 1r0 e'ITl.....
crego e a vida capazes de combiner labor e lazer.
* . Ver Pequeno Dicionario do Educacionismo,
B) SALARIO E FORMACAO
o vies ainda presente da luta de classes entreproletarios e capitalistas concentra a ideia de salario
como urn fato separado da formacao de mao-de-
obra. Sendo os salaries definidos sobretudo pela or-
ganizacao e forca sindical do proletariado,
A partir de agora, a forca sindical sera cada vez. f r "I' d f .'- d T ~mars ra,gl para e ce rucao : os sa aries, a remunera-
98.0 do trabalhador sera, cada vez rnais, definida par
P d di di d fi -·. i,e-se oizer que, urn' •.ra, to as as pror ssoes
..... b d iedad ,starao sobrando, mas.inesse case, a socieoace tera
chegado ao seu estagio superior de substituicao do
b l 'h 1 'l d c . o cc, ... * A····ra [a.-[0 pe ,0 iazer remunera. 0, 0 IO'C'lO crtattvo ." S
massas cducadas farao a reorgan ~zacao social nec·es-, '. f d 1 D - ': • - 1 ' ' • ' ' • , • ·· ·· I· ·· ·· ~· ,· ·· ·- ,.· · . ' ,- . .. . ," :" .- , · .. . 1 • ··-1 ': -·: . "·-sana para trans, orrnar '..esernprego em azer, e cer-
ta forma isso c.omeca a:·acontecer em paises ondew , e . ~ . . , 1_ '.' .: ' .~. __ J_>._ '.' '. . ' _..... .
" , .1 • • •
_.a·. .
[....
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58 Cristovam Buarque 0 ' que e Educacionismo 59
N dif + ducacionsse aspecto, 0que orrerencra 0ecucaciorus-
ta e 0 neoliberal e que este trata a educacao como
um "~, ' r e " " " 'c "' u i r ' ' ' s · " , ' ' O ' - ' : ' 1c o m o r n ' I I ' , e ' '0..." produz ido p a r a 0 me r c a d o' " : ", ': ,":J . ",:", ': _,""_" _" ,, '" ,:," ; ': " " ':, ':-. ",I " ,, ': _: ,-, , " , " , ,-" ,..
pe~a: : , ".o rn p r a da for 'm a - r~a~": ' n ' a : ' " es co 'II a ,' priv - a d a s e mt.,,'lIl.ll,!l:, ',' "': ", 'It, " I " ,~" "" , " ,,' ' c ,:t ",' _,,_, ,:'"', ,I,- .
preocupacao com a igualiza<;ao de oportunidades eid 'de m c ; " " : o " " ' n " S " ' : ' l, ' : e " ' : ,' r - ' a : '~ ' r ' " q u e a " ' "S ' " , 'a "ida p : - , a - ~ r " - ' a , " ' , a , , ' s - ' s · ' l e : ' ' ' g : ' ' ' , , ' u ' r a ' - - ' , r - ' ' a , . . ' mesma_ ' . ' . , • . ' " . I _~ . _ _ ._ I • I : I . ,_~_ : . : . ' [ . 1 ' • ' . __ ' _" . , . 1 , " . . , _ .
- . .. .
ch " ',',, ', ',' t ,? , ' - - - . .1 , - b - ' - : ' 1 " ' d ' . , - l ie , ,' ,,I ....• ' ,-,- 1 - " -- :: ' ' " :~ ': 'cr lance es·."a na escota puc tea ce quau:...al·..e igua para
todos,mantida pelo Estado.Oneoliberal v e as pou-ca .,'" escola s c 0 ' : ' m ' 0 · · · · · .C':a.brica S , , ' , ' d .' i e operadores e quer edu-' . ' , . : . . ' '. _ . ': : . . ' ' . ' . . : J c ,......:_. . .. '. ..' .' .' -" .. - I·· . .
, -
c a < ; ;' ,- 'a ~ o ' "pa,':'a ,," 0 " " S " ' " ' P - 'O ' : - : "U I - C · - ' O ' " S " : ' , q u e 0 ' ' : , m e r cad 1 0 ' " precisa , ofere-' _ _ 1 _ ' c,, ' ,, '," ,', ',"'" '' '"' , ::", ' " ' , __ ",-- " ':::' , .' '", " -"" .", ,' ", ,', ::" , '- '-" -', ", _ " --.-1 " ' .1
id .. dIdrda prrvadarnente peios que usam e pocem comprare ducacao c " 0 ' ; ' - 1 1 1 1 - ' - : C - : ' , O - : , '0' -ut[ " : 0 . : ' - " service qualq _- u - r O · . .. .. .• educacio-
' _ ' " ' " ' ' " ' _ ' '_ , ' " I ' :- : : - _ - ' ' '_ ,. : __~ " '_ " e t " -: , -__ ,-, ,':_ _:_"", . 0
. ' . . . ,
..~., . . ,,.... d I . . ' ' . ' . ~ - - . . ~ . . . . , , , ~ . . ,A. ~ d,,-, ,,:',,.":,d::,d',:msta ve a eoucacao como 0 oxigeruo ' _ " B sociecac e,
a garantia da chance igual para todos, por rneio da
escola publica gratuita de : qualidade'~. I . : . ' . . r : - . . : . ' .1 ' ~ _ . . . I . : . .: ' . . : . . : ' . 1 . " ~ . . . _ , . _ ' . . ' "
levada adiante ao longo de toda a vida. A velocidade
com que 0 conhecimento avanca em todas as areas
obriga 0profissional a se renovar con stantemente e
rtemesrno amudar de profissao uma ou mais vez ao
longo de sua vida util. A incapacidade de reciclagern,
de autotransforrnacao profissional, e a principal cau-~a"de d e sempreg ..O ' ~ " e ' "n - ' ''t e 0" p r o fi' is sio. n - I · a " : "·s q 'U " a lifca d , 0 ' : - S " : ,
_ . j " " "W. 1 .. 1 1: - - " ~ ,' - _ : I", - _' ,~ __C " ' . l J . . , ' , ' " " , , ' tl , ,'I, ,,' , '."
mas desadaptados, superados pelo avanco tecnico,Por isso, a quulificaciio devera oferecer a capacidade
oara 0profissional aiustar seu conhecimento confer-
me as necess.dades do mercado e 1 0 Estado terti de
se antecipar aos rnovimentos que 0conhecimento
,",'a economia realizam como urn verdadeiro terre-
moto, em que as camadas tectonicas sao feitas de
c ie nc ';a ':"e te - cn ol og 'I iaJ J . . -e I I· ~ . . ' < ', i, . " , . ' , · .r : " , 1 · · . · _ . : ' i@ i '
sua formacao, A ascensao salarial sera cada vez me-
nos 0 resultado da organizacao politica sind m e a l ,8cada
vez rnais 0 resultedo do talento individual. Mesmo 0
setor pub l ico, suieito a s pressoes politicas e com me-
nos cobranca da produtividade, exige ensino medic
nos concursos para qualquer atividadc, deixando os
trabalhos ainda purarnente manuais para os chama-
d
+ ~ ~ d ',D,S
services tercemzac.Q'S .
Ah§m do compromisso revolucionario com a, ' , , - - , ' " , , , ' - - 1 - . . ' ; - , - , - ' I : - , : " , " " t " ' - : ' d - : · . · · d ' " , - , , ' , . ' " " . ' " ' " ' _ , , ~ , - - : ' : " , ~ ' t e " ' m · .. : c ,- " 0:- : : In . - ; s "esco a 19ua para 0 ,OS, 0 e,ucaC.1'OnlS,m,Q" . I_ I I .. --
C ' ~ e ' t ' n ' C ' : ' " ' 1 ' " a :. - e , "' · c ' " - , 0 · f " ' l j " l l p ' : ' r ' ' 0 · · · I T l - ' ~ S ~ ' S " , : 0 - · · c o - IITl a f o r 'ma ; ( '~ "a ,oconti'nuada.. , !I I. . - : I, '_ ' ' .... 1 . I i ,~ " ~ , .! I . ' - . ' _ ' " . " .. • " ' - ~ ' - - - - - - ' ., . , - " ' - " - ' - ' - .,
,
E C ' , · O ' - " ' , : "' m : '' . . . s e a e .d u c .ar'a~· · · · · · · £ : . 0 - · · · · · · s ' , - - 'e u r n c 0 · . · · n " - - 't.a r i t e s u r -" , ,'" ' "-, ' " " ',,". ':' " ",", ~ ,- : ' 1 ~,,, "'_ ,_ - ,_ '_ - =_' ' , _: . _ ' _' _ . ' _ ' _: '
far sobre as ondas da renovacao do conhecimento
necessario em cada rnornento. ,A forrnacao nao ernais definida por diplomacao, Se nao for renovadoperrna nerrtement .e 0 " - ' . - diplom a- que serv..ia para...m I O · · · i S · · · , . . . .= " e _ ,_ I , I ,e , " , " : . . :: ,_ . ' . . . _ , - , . .._ " , , _- _ _I _ _ _ .'/
..rar 0 acervo de conhecimento de urn profissional,
egora nao passa de uma escritura de Iatifundio-irna-
terial improdutivo. Os salaries serao decididos con-
forme a capacidade do profissional, nao apenas ser
comp'etente, ma,s ser·com:pete'nt,e n'o r ' a ,m 'o q.u,e a so,_
·iedade esta necessitando naque~emomento .
••...
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60 Cristovam Buarque .'o neoliberalismo elimina 0 papel do Estado e
d .. ,do sindicato na forma~ao do salario, 0 e ucacrorus-
rna reconhece 0papel do sindicato, mas concentra a
formacao do salario na escola publica e nos prograor, I , ' :¥'~'.';"" ':.:._,.).'.; ,~ ,' . . ' ' . " " " ,. ... . . . ... " ,. ; , " . ' " ,, ,,' , " . - ,' ,
mas de qualificacao igualmente disponiveis para to-
dos. Os socia.istas tradicionais concentram no Esta-
do e no sindicato a luta pelo salario, os educacionistas
concentra.m essa luta na construcao da igualdade deacesso a educacao. 0 socialismo tradiciona', forma-
do entre as ideias d o seculo XIX, defende que a es-
cola do trabalhador so sera boa depois que a revolu-
< _ : ; : a o social e economica transferir para '0 trabalhador~ ido capital do patrao, 0 educacionlsmo consicera que
r h " h i . - . - d e _ ." ,1 I, ~>--- . - ,"" . t · ·· . "- t e , : s : "q' u a n d o a - ' ·S'D navera c na n c e ce s a , a rmo s eq,u~va,le'n, .' ", -
escola do filho do trabalhador for igual a escola do
filho d O l patrao.
EDUCACION1BM~' 'AI:IENA<;AO
'E EMArststPAC,AO
. . ' + , - " . '~ . - . -o educacionismo nao p,r'op'OI€uma revoiucao
que, depois de feita, ofereca descanso aos vitorio~os.
Na verdade, oferece apenas as rnesmas oportunida-des para cada pessoa disputer seu espaco, em condi-
ro - e s ig: " u " a ' ; s " ~ " · ' : a , ' · · ' r · · ' ·':''" e desenvolver c o m base n o s e u ta . . . ..~"~. ' <,' , " ::;,' ' '- , J , ' . '" ,; 1 . < ,_:, :,.' ".' ',-,';,.," ,'" ',:' ",' , " ";',':;" ';, ," " . ",' - . __ '-'
lento, ..persistencia e vocacao, A revolucao educacio-
nista nao e para dar ao. trabalhador 0capital do patrao,F f i 1 h ibilid d dpara oferecer a ele e a seus ~lOS a POSSII la e oe
estudarem em escolas iguais a s do fU ho do patrao.
,A filosofia tern colocado a alienacao d o hornern
como 0principal entrave a utopia. Para Marx, a alie-1 1 . , c ; a o vern do trabalho do operario tratado como
I -,iquina nao como gente. , A , escravidao continuava
1, b uma forrna diferente, deixando ao trabalhador 0
ireito de escolher entre ser explorado au rnorrer de
.,irne. Essa alienacao S O l seria quebrada com a apro-
priacfio d..o capital pelo proletariado e a implantacao
,II, , socialismo e do cornunismo. Seria, segundo ele,
I' mundo da liberdade, onde 0trabalho seria parte
d . ac ;aQ e do prazer de existir; nao mais ligado a so-I " " ' ' ~ , , . . - ' . ",r ,. ~"~' 1 N ". , ~ " v ' ~v l e :n . c :~ , a ,la s a . , p, ro pr la . rea ,~ ,~za ,9a 'O ie s,s o" a ~ " e ,s se
1 ~ . . ntido, 0 socialismo seria 0coroamento do avanco. ., . . . ..' H 1 ~ " , . . '
It cruco e, ao mesmo tempo, uma V'O ta socio-cul-
•••••••, _ .
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62Cristovam Buarque
o que e ' Educacionismo 63
rural a s sodedades primitives, onde trabalhar, viver,
divertir-se eram praticamente a mesma coisa, distri-
buidos a todos os elementos da tribe, sern e l i enecao .
Na otica do socialismo, a alienacao e vista comoa retirada de um bern: 0tempo do traba~hador rouba-
do pelo patrao, ao pagar-lhe urn salario rnenor do que
o valor do bern que ele produz em seu tempo de tra-, .
balho. E uma visao material, que usa 0tempo rouba-
do como metafora do baixo salario page. A saida era
a sociaiizacao: as indivfduos perderem seus interesses
pessoais, perceberem-se como parte de uma ciasse,
aglutinarem-se no conjunto social e, com as massas
no poder, representadas pelo aparelho estatal, faze-
rem a revolucao socialism.
o grande roubo do capitalismo nao e feito emnta-gotas pela mais-valia com que 0trabalhador
-I' '~ dexolorado, mas em urn assalto brutal ao seu po-
ncial patrimonio intelectual, desde seus primeiros
".nos de vida, impedindo seu plena desenvolvimento.
ra os socialistas a emancipacao era 'urn processo
I -:1 classes, 0 proletariado se Iibertando das arnarras
I. I 1
ependencias em relacao ao capital. Para1 0 S I
edu-[ I i ~ .
- crorustas, a ernancipacao e individual e decorre" '. elevacao intelectual, morale espiritual. 0 papel
I \' so~iedadeJ da politica, do Estado e assegurar que
d divfd h-~~.a mdrviduo tenl la 0mesmo direito a se desenvol-
ver, gracas a oferta e ao acesso universals a educa-lid d -
1 1 0 corn a rnesma qua ioaoe. A ernancipacao e a li....
...rdade virao de uma educaciio radical na .qualidade
adicalmente igual para todos as seres hu..m··..ano S · : · · : ·. . ' = ,
- liberdac' . ' < ~ . " , ' ' . : . . I .. ' . '. . 1 1 : " ' c-.- '-. I ..~.: .c. m excecao, com Iiberdade.
Nd t j 1 i " . - . I d '.
0 ecucaciorusmo, a anenacao vern ··.•0 rmpe-
dimento do trabalhador / pobre/exclu(do desenvolver
o potencial inteiectual que a natureza th e oferece ao
na seer · 0 · · · - "mais grave nao ef 0 · ' , tern:p ' , 0 · ' , roub i a d o ne m a' : + . _ , I 1 .. .. ' '.:. ..' :_... _., .' "'- ,I,., .._ / .. . ' , . . ' . : ". ' J ~ ~
desap ropriacao do trabalh 1 0 " " 1 duran te a jornada labo-.... ',..... .-. .. ':. . __.. I. .," ;". .. '. . .. I. _ .,., .. , .~ -!: '. .:_. ... "'.. ' .: ... ': .
. I" .
1 Md' - d "I "rat. .....ais grave e a ,esapropnacao .•..0potencia mte-
le..t ual a biorta d 0 ' · 1 .d··..esde ' 0 . · d..a do•..,.eu nascirnento. con-- . . ...., ' . . '. .=. . .= .. ' • '.' ' . - " .. .' .. ' .., '_ " '
denando 0 trabalhador a alienacao de seu trabalho
b, . " " , I" ~I " _ d " d ' ' ' ' ' ;
e tam em a Lerrivel transmmssao oe suaescraVl ao
para seus filhos: a alienecao vitalicia pelo analfabetis-" f 1 · d di d d lid d '1 ', .. ' .' , , - . 1 ,- . ' . ' . 'i ' [ .'. . ... ".'. . t . > . ," ..... ..'.'".. '. : [ " .. : .'rno, pela a ta oe urn aprenciza .ooe ouancaoe, pe a
impossibilidade de lutar por sua desalienacao.
O ,I, 1 '·I 'solcia ismo contesta a absurda transmissao
If . propriedade entre geracoes, dos pais rices, que. icumularam, para os filhos que recebem. 0 educa-
•
orusrno contesta ,a transrnissao da falta de conhe- '•
. rrnento que passa Idlepais pobre s piara seus filhos' .. .. .. ". ,._: ... _ ' " : .. :. ,.. ,_ ..._; . . . I '~> .: . . I .:. , , . I·,:
· ipedidos de estudar por ausencia de escola publica
.. L. qualidade. 0desafio para 0educacionisrno nao e· uebrar a transmissao de propriedade, mas quebrar
1 transrnissao da exclusao educacional.
'.•• 4 1 '
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64 Cristovam Buarque O i Ed ""ue e caucactonismc 65
'Esta clare hoje ~ nao apenas pelas experiencias
do socialismo real, mas tambern pela analise da con-
d : i c ; a . o humana e da convivencia e cooperacao econo-
mica _.que a.alienacao nao desaparecera como sim-
ples resultado da organizacao social, mas, sobretudo,
pela revolucao Intima de cada ser hurnano, por meio
de uma educacao de quatidade, unica forma de redu-
zir a alienacao do ser humane na sociedade rnoder-na, tanto a alienacao entre seus semelhantes quanto
I - ...·em re o a .g ao a .natureza.
No educacionismo, a superacao da aliena ...
9a.o se 'fara tanto pela pcssibilidade de aproxirnar 0
b lh d ., id d 1'·do
. - b - , '1 -ra aino oas atrvrdades rue.cas, como tarn ' em. pie a
possibilidade de desenvolver uma educacao solidaria
entre os seres hurnanos e entre le'~ese a natureza; e
pele possibilidade de: integracac d os se rie s h um an os
entre eles, localrnente e por urna irnensa rede uni-
versal t Obviamente, para urn. individuo, a.educacao
e 1 0 1 carninho necessario, mas nao basta: para toda asociedade, a,educacao basta, porque ela traz '0 resto
que for necessario.
Diferenternente do fim da alienacao pela ·so~
cializacao e integracac Ide todos em uma so classe
social, 0 educacionismo nao terne 0individualisrno
intrinseco a qualquer ser v iv o, nem mesrno a. con-
tinuidade de classes diferenciadas por renda ou por
I opriedade, desde que todos recebam educacaoI ~ ,. .• d b~id d d I'" t" J , . • .. " , I
'I r- ~permrtmoo mOLl~a.,e,' ra..ago uruversa e urn.
',' dimento capaz de dar valor a natureza e cons-
'I' ir 0 sentimento de que; sern deixar de ser unica,
, ,.." ,. pessoa e parte de um todo: a humanidade. No
IrI' ir da socializacao, a safda esta na educacao, como
1 'poe Andre Gorz, em Miserias do prese nte e riq u e'-'", . d o possivel,
a educacionismo e uma utopia para as proxi-I,·S decades, a utopia final, que pretende~ntegrar as
.'res humanos em uma irnensa rede conectada por
coos. Todosmtegrados.
.'..•..•
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•". I . ..
. ,. .
I
II
I I
Em 1848., Alexis de Tocqueville, num discur
na Assernbleia Nacional d.. Franca, denuncioudi ., "'" 1 " " ; l '
11 1 11" nos ias s eg uin te s a ··" ···evo ucao que proc arnou a~ , . ... _, - . I I l , " / " , ' . , ' , , " , : ' , " . . " . . - . . : ~ , : ._ . . ',_ ._. . .__ .:. _ . _ - = - _ l .__
l~..' n d -c R · · · · ' · · . - : : : - · ,b l i c . - . ~ . , - ' . ' 1 " + · · · t ·· d L ' + .
.I. "u.nl.a ..epu ....1,c,a, 0 pro.g . ra rn ,a SO'ClaJ,S·~·aoe ,ou.~s
I l '. . .. d . ... .. .... ..... + . ld d . ....d ." ~. ..- nc procuran , 0 ' . • . . e sseg · U · · r a r '~g.. i U ' e , a' e · · po erta revarI . ' - , . . ~ . , ', . . , . ' . . I . . . I . , . . .. ' . > :_, ".-, .." " ~. '. .- . .c :: " , . J " ' . "', ' . " .".' .
n d :· "d '- ' E ' l ' d '. '. d, ....." " . ':... ' .." .". " .-. . -.. ..: '" , - " ;.. . '.; . . _" . , :.... . . :.: .. ,; . ._ . '-.~lima nova ,orrna ce servroaojne orzra que a oemo-
, I 'fci,a e 0 socialismo defendiarn a igualdade mas a
~. + ~
ld d lib d d_. . . _ , I . - . I ' . . . . . ~ . : . _ . . = . . : . . . ' -. - . . _ . , . . , - . - . ' . _ -= . ' . ~ -- '.
[ I~ I erra querra a , igua'.'ace na noer- ace, enquanto 0
p~ . IU · n id, 0 " ' , ' : ' · ' q u . e ·· · ·: r· ·a , 'n °. 0 " C : ' 0 ': ' . n s tr a n " :g '; 'm ", 'ienrt 0 -: i da liber d a de . . . ..I . - ' ">' "._. ' .. , .... .. ,.... .. .", . ' .;_,'. '.. ,W , I . . . . :. " ; ' . ·c· ' . " " . . . .
~ . -.
Cen tc..e · · · · · · I C · · iniqe n t'aan , O " " , " ' S - ' : d e : · - : : p · ·. , · , ; O . · ' , l · · S · · · : p ; , ' · ; , e · · · · · · · · · r. c · · · e · · · be .....- e · ' · ; · ; : · , q . . . ; ue:'.. , .. .... ', . ..:t.. ..•" . . .". . . . .._. :.. -. , 1 . . " . , . .• " ' , . . . ' - . , . . "-
. . pitalisrno aumentou a desigualdadee 0socialismo
I ' uziu a liberdade: igualdade nao e sinonimo de jus~
1 1 ~1 iii C.. · , o " _ . · · m · · · · =" · : , ' liberda · - · ·de na~·o'" ,' s in onir n " ;" " 0 ' , d le d e m " ' 0 : ' · · · · c . r a · " C ia' ~ , . . : . : ' '. : ' ' . : . '. . . ': . . : : ' . " . . . . . . . . • ' . , ' ; , ' . ": I . ' . , '. . . . . , . . , . - ' . : ,l. . :.... , "I ' _. "... ... c · . " . . . . . • _ . . . . '. , ' . ' " . ': - .' " ; " '. 'Ii'
i ," .. '. ..' ;. ·t·' b .._ '.d,' _ ibir :::,.-;..de . b t; .. L ~ ,,Iopta este na nusca c a comornacao o o s o '_ Je '- - 1 VO S
'.•• ••
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6 8 Cristovam Buarque O i E'd '.1_ que e s ,".UCaCf.Onl.SmO 69
de igualdade, liberdade, justicae democracia com a
conquista da eficiencia tecnica. 0carninho para isso
e~'a re V : O · J'u~a~o':duc acion iista., .... 1 ~'- .....- -.'. " .' '_. . ." t
a Iiberdade que ele sonhou. Errou por pelo rnenos
cinco razoes que levararn a substituic;;:ao do sonho de' . 1 " ~ I ~ d ' d d - IdE '*socia rsmo peia reau: lac e I" 0capitalismo-de-I -·stadD~a
I···· u e se ch a rn O·U" d ' le ' :' s o " icialisrn"-0 ' · · " " " , r · · " e · · · a · · ! " *" " • '. . • ,,' '. , • • '. . ' - . : ~ - l" : ', , • '_ " !f l '
I'I
,A igualdade com liberdade so pode ser c,ons,~
trufda por meio da igualdade na educacao, da mesma
forma que a liberdade nao pode ser construfda sem a
igualdade no acesso a educacao, A liberdade com de-
siguatdade no acesso a educacao e uma faisa tiberda-de, a igualdade sem respeito ao talento e de d i c a c ao
de cada urn e uma falsa igualdade, uma igualdade in-
justa. A combinacao de liberdade, igualdade e justice
s6 pode s'er'conseguida pela revolucao que assegurem ' I . ' " , " d ""'" d d d - ,-" -.rguar acesso a e:.ucacao, centro oa oemocracia.
Marx dizia que, no comunisrno, 0 trabalha-
dor teria liberdade pa'ra fazer urna coisa hoie e outra
amanha, cacador pela martha, pescador a tarde, pas-tor ao cair da norte, sern jamais se tornar pescador ou
pastor. Na realidade, modernamente, nunca 0traba-
lhador fo i tao submetido ao trabalho definido peloEstado e obrigado a trabalhar tanto quanto sob as
. r
regirn.'·e·''-"·· d 0 ' ' :' S , : , O : ' sc ia l ismo real" , E ce rto q....e M arx talvez, . ," , ",. '_ :_-. -_ ,. .:. , ",' .. ., '-'.', , 1 " , , ~ _ 1
nao reconhecesse aqueles regimes como 0sonho so-
bre 0qual escreveu. De qualquer forma, a base teo-
'rica que ele forrnulou nao perrnitiria urn regime com
Primeiro, porque ele considerava cada traba-
Ihador parte de uma massa cham ada proletari ado.
o trabalhador nao tinha interesse individual porque
essa individualidade decorria da ciasse, nao do seuindividualismo, 0 trabalhador era 0produto do pro-
letariado e nao 0 proletariado a soma dos operarios,S d · , d JY h " , ., ' , '= " , , -. ' '. - . : '1 '" _ '. , . . :. . . . . ' ' : ' , . , - ', - - : . . , , - . '; ; - _ '. - • . . ' : ' . . - ' . ' '. '. ' . - . ,eguru '0, porque ern seu tempo am: a,nao iavra a ,
sociedade de consumo com suas tentacoes sabre as
pessoas. Bastava ganhar 0 que era precise para so-
b ~ N .. ~ .reviver, .' 0 pensarnento SOCIarsta com, 0,progresso
tecnico e consequente aumento na produtividada,
as trabalhadores, feitos donas do capital e sern a n -sia de lucro, reduziriam a jornada. Marx nao podia' . , . , ' . ' . . .= - . " , . : ' " ' - : - , , : , " . . . • , . " , d , d ' . . d ' . ., . . : ' , ' ' - . ' , . - _ .- : .. : . ' t· ---:. ' , ' · 1 "h . . d ' : :- .r e ve r qu e n. 'a s ,o c m e ' . , a -- e . .· e C Q ,n s ,u m l o 0 _ra·· ,a , . · . a l :. , lo r
i".
b h d dma ouscar noras extras para, aurnentar 0 pocer cec o r n p r a e corn ele obter 0 ' - : a c e s s o e o . . .'· n o v os ' b _ ' , e " : ' n ' "·· cue.. . . - , - ' ".. : ' '. :- . .. - . . ' - . . ,: " . ' . ' . _-' ' . " , . . - . . ' ~ .: : '
,I ualmente enchem as prateleiras do cornercio. Ter-
ceiro, porque no seu tempo, a trabalhador era mao-
•.e-obra, opereirio sem necessidade de formacao,
Cada urn capaz de exercer urn oficio com suas maos,
* Ver Pequeno Dicionario do Educacionisrno.
•, •••
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. 7 ' 0O iF Ed ' _ .
que e _:_.~UCaC10nlSmO 7 1
Hoje, 0 operario esta sendo substituido p~lo opera-
dar, com necessidade de formacao educaclona~. Sern
ela, 0 trabalhador ficara exclufdo,mesmo em urn re-
gim,e em que 0capital seja estatal. Q~artol porque a
eficiencia da industria capitalista, ao inventar novas
necessidades e ao produzir quantidades crescentes,
foi capaz de atender muitas das aspiracoes e sonhos
de consume de seus empregados, quebrando gran-
de parte da contradicao e conflito de classe com os
patroes e criando uma classe especial de trabalha-
dares coniventes com a desigualdade social e com a
destr'uicao ecologica. Quinto, Marx nao previu que
o crescimento da producao encontrarnalimites no
constrangimento ecologico.
NaG forarn os sistemas socialistas que S6 afas-
taram das teorias, dos sonhos e das prornessas de
Marx, foi a realidade do progresso seguido pela civi-
lizacao que se afastou das te orias, dos sonh~se pro-
messas, tornando a realidade atual incompatlvel comas perfeitas bases teoricas de Marx para 0passado,
Alern disso, nada pode sermais correto do
ponto de vista civilizatorio do que 0s~nho de umasociedade utopica, em que 0trabalho seja para todos
e cada indivfduo S8 realize plenarnente. 0 que deve
rnudlar e · c · · , ' m · · · · re '1 '- t ' " ' " a ~0 a,Marx, e q...e a base d e s s e sonho" . ,' . ' " ., - ~. - - ,
nao esta na estatizacao do capital, mas na distribui-
ca-o"do conhecimen to'" Se tod 'O"S d ' · ; s · p . · u · s e · rem de co, : : . ' , . ' , : ~. ' : . , : " , " , , ' : ~ , "' , : " " I . . : : .: ' , ' . ' , ' ~ . . " .I ,' , ' _ " < " ~ " + > " ": " "" " - " " " . : ~ I . " . " " ( " . W .. " "" " " " " : . . _ . " " " " ". . :: ., " " " 1 ". , . ~ "" "_ " ". " "" "" .; - :" . "" :1 _,
~-hecimento de qualidade, 0 capita!" mesmo privado,
tera de se adaptar , a , nova organizacao do trabalho,
como ja acontece para diversos trabalhadores em
afses capitalistas,
ESSie, aparente conservadorismo cornbina, ao
I esrno tempo, a igualdade de acesso a plataforma
'..ducacional", que perrnite0
deser-volv'mento indivi-ual, com a liberdade de cada urn para desenvolver
..eu potencial gracas ao talento e a dedicacao. Dife-t . ' . temente da visao econornicista, onde a platafor-
..na do progresso social e individual era 0crescimento
con..mico l ; . no, educacionismo a plataforma e a edu-..-~ao. Ela que permite a promocao, tanto de cada
il idividuo quanta do coniunto da sociedade.
O e du rc ac ion is m· , 0 · · : · ' r . e · , ·. . .sp..it a 0 ' · · direito a " d :, e.sigual-.,_. . 1." 1 . _", . '.'." L ...._.... ", '.' ,~
dade na renda e no consume, Iimitando essa desi-ld d . d 1 '- i~ b + d d, l , l a t _ . a , c c e aiClma .."aexc 'usao SOC,la~e aia'~,xo, i "a ' le ' ,gra-,
I . c ; , a o ecologica, A generosidade organizada pelo Es-II do deve atender corn 0 minimo necessario aqueles
I u ,e se situam abaixo da linha da pobreza, porque ,0
I I . . Into au as opcoes nao lhe perrnitiram dispor do es-
. .encia l para a vida. E para nao perrnitir a destruicao- ~. - bi nt - 0 Estr do d _. e dispor de reg'ras,' meio amorente, c .sta o ceve rns . _ . • , > - . ' ; ' ' ' - _ <
, ii i, •
••••
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7 2 Cristovam Buarque
n .• ". .. • - - . _ - . . . . - .., . ... - - d. 1 1 " · h -.-"I' _......qu e im pe ca m 0' consume , aC·1JT laa 11n~ eco ogica,
1~ · ~ " ' , + d "" '1 ' " ', ' ,:-' . ' .. ' '.:' ':-' . .. ' - .. - .. '.. " ". .-.' I '. I: , , · c . . ' . I' :' .. 1 _. -:.,'.: I' : ' >qua quer que seja0potencia econornico oa nqueza.
P + d da mi, 'd d - * 'r rnero ce uma renaa mtruma ctaaaa , corn-
b' d .. ;..,. bl~ + d d: .: . ,,-. I ,, .....: . ,. '. . . ...., . - '" . . , . ., . - '.- - ." . . '" . '. . " , .- '. '. ':. '. ' > . . "" .maoa com servicos essenctais PIU ..··1 ICOS, [asoc~e···a e. "+ ~ - • 1 , ' " dnao acertana a exclusao SOCla~ e, por rneio ce regras
d - io arnbi < , ; ,oe protecao ao meo am »ente, nao perrmtma que 0
consumo superfluo de qualquer pessoa arneacasse
o equilibrio ecologico. A desigualdade sera toleradad }' h ,. 1 ~ .r' t: h d tentre uas nnnas: no ruve mrerior; a linha ' .a e'XCrU-'
-.. '" ~ r 1 · l i n h d . . · 1 : 1 . . . . . . ; ,sao SOICla,~;.Omvei superior, a In a co equr ibrto eco-
16gico.0limite inferior da necessidade social e 0 su-., d ibil id d 1 '" .,. d fierter ca POSSl oihdar e eco ogica ....nnem as margens
da deslgualdade toleravelr •..'
A at .....1 . - . ilid de social .::.'" lit .-.' ".' -. '..~-.C t·atuai rea t .. ace socia e pou rca ja apresenta
embri6es dessas margens: 'no limite inferior a bolsa. - '- ~... . " ' ... ,~ . . . . . , .. _ .. .
familia e 0sistema unico de saude: no limite superior .' - . I . ~ . ' . _ . . " . = _" __ :. '. -: .") ,.1_ ' ' ' , ~ '" . :< ". I"
ib ice d d d d d. - . -- : . . . ' '. . . . . " ". . ' , . ' . . -. ' - ' , ' . ' . . . " , - ' , . , ' . . " . ' . . ' . ' . . . . . . . . . . . ' . . . . I . . : : - . . ; . .a prot ..lga'o.[.e caca e p1esca . p , re . . a·..oras e' ·.0 uso'e" . 1 d id d.... ."" "-. -," '" .. ::. [.... : .... :: "1 :- " < .._ .:.: .. ' . . " . ' .. : .. ', r--: .. ,: .... " .,'.autornove I. nos centres ..e 'Cl,a·eS.t
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7 3
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•
A ide d M" I;'io e ia s · · : - : · · e :· ~ : · · ·· , " · r · " x - >a r " a ' - ' e x p h c a r . . e p · ' · : · · r · · · o · · · p : C · Q , : ' · · r · -· · · . ' U , · · . . . . ._ ~ ~ . ' . , ______ .~ ,____ ___ .~ • " '• 1 • • • • ' _ . ', : " . ~ • • • ' . '~ . . . . , " ,
da ncas no 1 1 1 " und o :· ·- s" ·cia l te rn" . U· im a rela cao diret.. r C · · · · , D · srn', 3" '" . I _ ~.. ' " .. '_: J... '."'. .: 1 " ~ . " . _.l. _>=. _ .
as invencoes do mundo-da-ciencia~e-da-tecnologia
de S ~ , O ' U ' I ' t e ' : : : . m ' : ·P I · · O . : " · A · · : · s ' · · · f o i rr n u l a c c e s d , · , · o · · - , Manife sto c orn unis-.,v..'~.' '.. "..! ! ' ~ . ' : . . : 1 ( = : . ' . 1 . ' ' . . . . . . . . ' " . . . ' . . '. I C. '. .. .... . . c " :.. 1-
., . - .
ta (1848) e do Capital (1867) reftetem a nova realida-
de da energia a vapor (James W atts - 1 764 ) I da au-
tomacao na industria textil (Joseph Marie Jacquard
- 1801) e da velocidade das ferrovias (Richard Trevi-
thick - 1825). A maquina a vapor, 0tear mecanico e 0
t r em £ 0 ' · · r · · ' m ·' a ' I ' - n " " N 1· ' : : - : · ' t r ip e q U ' € : : , " d . a·'": b · : a · s e p a r a 0 " ' : pensamen-_ ' , : : I , .'t",. w, 1 . ~ , ." . . - ' . : .0 . - . . '- : 1 , . ' . __- - . 1 11 ,] '. 1 11 , . '
. -
~ 1 d ~ " I ' . . . . . . d + 1 +. 1 +to SOCIa,dacrvt izacao mdustrra , tanto no capita rsrno
quanta no socialisrno. Foi a capacidade desses inven-
tores que perrnitiu 0salto produtivo do capitalismo e++ t h toni .. 1 '· t-os consequentes sonnos ·UO.P1COS SOClaIS es.
e ,• • 1 • •
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76 Crisiovam B'uarque o que e Educacionismo 7 7 ~ '.
heci das i ~'cn d 0 ' - ' : tom a ':v.·"a'"C" o "'n '"e c irn en to :.'.a s invencoesa..'"'_c··· . . . ._ < ' . . .~ " ,-- ' " , ~ .
de seu tempo, como 0 telegrafo, por exemplo, Marx
percebia 'urn novo mundo nascendo, analisava-o,
considerava seus impactos nao apenas fisicos, mas na· . A .' _.propria estrutura SOCIal .......•S51m, prognosticava mu-
dancas sociais para 0 futuro ..Todas elas obviarnente
positives porque reduziarn as necessidades.
" ,. - deNao dernorou que as jnvencoes capazes re
aumentar 0poder energetico e a autornacao dentro. ~ ~ d 'das fabricas se orientassem para a mvencao oe novos
produtos, tais como telefone (1872) l 0gramo~one
( 1 877 ) , a luz eletrica 0878) . , gracas a Graham Bel l ,
Thomas Alva Edison e os demais inventores que
d .. '. ·criaram os produtos da sociedade e consume irucia-
da no corneco do seculo XXt~
pafses rices e ainda ajudaram uma ger ,ag. ,ao, inteira de '
economistas que se dedicaram a criar a teoria do de-
senvolvimentismo para os paises pobres.
Cern anos depois, essas invencoes deram novo
salto com a revolucao industrial da informatica, da
robotica, da computacao, do conhecimento ecologi-
co, da biotecnologia etc.
Mas os marxistas nao foram capazes de fazer;
a o 1 0 ''n :: . g ' : ~ O " ' " do seculo '.,XX 0 que Marx fe z no, seculo! : : . " . I ~ ~ " . ' : , . "" . " ._.~ . ' " " ' " , , '. _ _ . = ,
. d d dIX. Mantiveram para a nova socreoace .•e consumo. . d " i d d
s mesrnas logicas e premissas proprias da socie aeindustrial da producao. Nao perceberam que estava
ocorrendo uma revolucaomaior do que uma simples
evolucao, a avanco tecnico saindo de redutor de ne-
cessidade para criador de necessidade. Os econo ....
mistas capitalistas, Keynes e Galbraith, entre outros,
foram."rnais capazes do q'" ue os teoricos socialistas no,t., _"'" . ,
entendirnento da nova realidade do consumismo nos-
..
o sent.mento da inquictacao corn as novas :~n~
vencoes do corneco doseculo XXI deveestirnular 0
pensador do mundo de hoje. Com a diferenca que)
ate recentemente, as proiecoes induziam ao otirnis
rno: 0 avanco tecnico reduzia 0 tempo de trabalho
necessario para. atender as necessidades hurnanas, os
recursos naturais eram tao abundantes que 0risco de
escassez nem ao rnenos era percebido, a desigualda-
de tendia a diminuir quase naturalmente pela simples
d '1 · A '. Eabundancia criada pe0crescimento economlco.m
vez disso, 0rnundoesta diante de necessidades que
crescem mans rapidarnente do que sua saciedade, da
d d t ~..ameaca con..reta da escassez ,_..recursos na urars €'
ate mesmo da destruicao do meio ambiente, corn 0'
crescimento d a desigualdade e 0planeta nao resistin-
do a marcha insensata da civilizacao industrial.
SeMarx e filho de Watts e se Keynes e Galbraith
sfio filhos de Edison e Bell, 0, conhecimento social
. ,._ , . ' . ••• .
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78 Cristovom Buarque •ainda nao conseguiu interpreter todo 0 conjunto de
inventores do 'final do seculo XX e comeco do XXI}
sirnbolizados ern Bill Gates e·Steve .Iobs. 0'educa-
cionisrno podera 'vir a ser a,nova proposta.
O d ~ ,. - id 'l + deducec.onrsmo propoe-se a,ser a.iceoiogra ••a
1- I . . . . . . - " f l " : . ~ , '.. D · · · . . - datua revoiucao cientr rca e tecnologrca. , _ : ~ , ' a n , t e ' cos
limites do progresso, dos exitos tecnico-cientfficose
d " d - " ;~ '" · d ' ., .a tragec la ecoiogica, e urn concerto ce utopia que
d ·· ': .": . . - . h ' - .' . : ~ . - .- - - '- : . . . .d ) - - d . =. h - 1 - '- - ' - ' . . ' - " . . - ' - .. :- ' , . . - - 1 ' ' . ' , . . .. .. _ . : .. ~ " ' : , ' : ; '. ' o, " 0 '; : .deI esen laa SOCle nace I urnana como eraprecisa eoooe:.:.',":-:--. d...- '.-- "...." :'....:-,'.1 £: " t' l . I -~- , , - . = . - = hi -.. = _ _ -d-= · 1 - . ~~- ' i h ' - . '. _ ' - ' . : '. - : - " .ser em nrecao eo 1U .uro C0l11_1,na , . · a corn as, e r an c a s
polfticas e existenciais do passado humanista.
Os sonhos utopicos nasceram quando 0ser
humane ainda nao tinha condicoes de realiza-los.
as utopistas antigos *, como Platao (IV a.C}, Morus
( 1516 ) , Patrizi (1553) , Campanel l a (1602), Francis
Bacon (627), Ellis 0820), Corbet (1840) , escreve-
ram livros de literature, ficcoes nao-prospectivas.
E -- .. onhc ~a m - ' 5 0 ' : : .n . ' 0 : - ' I ' S ' - ' na 0 - " : ' pro i me s ' S " - ' as. " . . '. _ . , '. . ' : - - " ~ - ' } - ' . - _-· · .. - c ·· 1 '_ ' " .: .. _ _ ,I . · c - _. _ - _- ' : - . _ - ,_ . ,; .
A - dutopia moderna, como promessa e ate CO 1 1 1 .'0
prospective, nasceu com aproposta d o atendirnento. : 1 · · · · - ' '' . :- : : : .das .'.-'.' id id '., 'rate :"-.._,;- :'" ':.:.. ".'__.. ----:--'-'-.__pieno cas necessrca 'esmatertais, na epoca em que se
produzia basicamente para atender a demanda peio
essencial, sendo 0 superfiuo uma rara excecao de
$" Ver Pequeno Dicionario do Educacionismo.
.- .'-. . • ". .•'. ' ..
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- - -- - ------
8 0 Cristovorn Buarque o que ri Educacionismo
ar is.· t; ocr.. ta · S · · - - · Urn'1 exern p · ~ O · · · · . d1' e s....as U· rtopia S · · · · e.E
. 0 ,' livre d e" " . , . • , , . - . : ~ " _ :_ " . - J . . : . ': " ' . " '[ ' " . .
Edward Bellamy, Daqui a cern anos ~ revendo 0futu-
ro I publicado no final do seculo XIX, no qual 0 autor
imagine 0mundo no ano 2000 como uma tendencia
para onde caminharia a hurnanidade. 0 centro da
vida utopica era a abundancia que perrnitiria a plena
saciedade dos desejos rnateriais e, em consequencia,,. ". r '.
ld d ~_. ., 1 " 'p '"
a inevrtave rguaI_c
a~J
e':urna visao S..ocia rsta. orque 0
socialismo defendeu a igualdade no acesso a renda e ariqueza, sem mudar 0conceito originado no capital is-
mo, de riqueza baseada no produto e na renda.
Quando ainda nao havia a sociedade de consu-
rno, 0 socialisrno defendia a, socializacao dos meios
de producao que perrnitiriam 0 acesso de todos ao
1 , ~ " " '.," ld d A·..ernprego, ao sa arto e a consequente iguaroac e. :',
supermod -er.nidade mostrou que essa pr..oposta e"tee-. ' ' , . ' ~ _ . . . . . - = ' . . _ . _ ' : . ~ . . ' . . I _ •_ b.. .._ .'. ..: _ . . : . . ' " " . " " _ . - _ . ~ I , ., :.
. ,
nicarnente irnpossivel e fez despertar para 0 fato de
que ela e rnoralmente desnecessaria. Nao e possivel,porque os recursos da Terra nao permitem a igualda-
d 1, , ~ ~
e pelo topo, nern necessaria moralrnerrte, porque a.
igualdade pela base nega a liberdade, restringe os 50-
nhos e deseios, Alem de que nao ha razao moral para
o cornprornisso de acesso universal ao superfiuo,
A humanidade, que fbi, capaz de realizer as,
proezas tecnicas das ultimas decadas - ida a Lua aomapeamento dos genomas, passando pela inforrnati-
ca e pelas cornunicacoes ,_certarnente vai poder urn
dia construir 'urn mundo diferente, onde nao haja 50-
frimento para trabalhadores nern preocupacoes para
patroes, talvez nao haja rnais trabalhador au. patrao,
andre a, econornia n,ao, dependa do azar, como urn
iogo, nem da concorrencia: as objetivos sociais pre-
valecarn sobre [abusca de lucre 0perrnanente sobre
o efemero 0 longo prazo sabre 0imediato. Essa pes-sibilidade, no entanto, esta muito distante.
Salvo uma catastrofe de dirnensoes planeta-
rias, que afastaria a humanidade ainda mats da uto-'.' d '. di d tA ,., d 'pia, rtac a m nca que, nas ouas OU tres proximas . reca-
das, suriam forrnulacoes teoricas, condicoes politicas
e crencas eticas que perrnitarn fazer uma r"eV01U9,ao
na estrutura da economia global capitalista.
N· "'lh d d · ' 1 ' · . . . . . ·:: '. [":·· : · 1- .. ' I ' " : - . - . : : . . ::"1·: I : " : . ' : ~ - , : ' ' ' . ' , - ' : " . - . . .; ' ' ' : .~ . ' - -e ss "a e nc ru zu .. a·_a c [ a C1V l . 1Zaga .o , a utopia con .
~ d d d d- 'd d.rste apenas na mu. anca ce rumo ca moaerniaaae-te ~ :'.', . ' ..vl.. """:,d...d - ' ' ; ' t' . . ' . N ' . " . - '- . . . - , . ' . " .t~.-'.[ e [ c n l c a par,a a ,m'Oc·ernl, ·a.
e-e lea . . ' .ess,a perspeCtlva,bieti .," d ducacicni b ~ +. l[0 0 jetrvo 'UtO:P1'CO ·'0 eoucaciorusmo sur strtur a rguai-
d d d d . d f +. ld dace oe rer» a e consumo para todos peia rguatcane
I d a mesma chance para todos. Essa mesma chance
decorre da iguatdade no acesso a educacao (mesma
h- tre cl · + ) , d dC a.nce en . tr e c asse s s oc iarus: e na garantia ce u.m ae-._ . . . . . . . . , . 1 . . .. . . . " . . . . . . . '. . ' ' . . " " . _ ~ '. . : . . . . , . . . ' . . . r- . . ,_ .' _ . .
" . ,
senvolvimento ecologicarnente equilibrado (mesrna
chance entre geracoes). Educacao e ecologia sao as
d d +. bi " ~uas pernas ca utopta, que tern par objettvo garantrr
. , ..•.• ,a •. . 1 1
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82 Cris tov ,0m: Buarque O i Ed ,. ', q u e e ' ,~,uCaCIDnJSmO 83"
~ ....
oeducacicr-ismo traz 'urn novo conceito basico
ae riqueza: a quantidade de saber que a humanidade
...dquire em seu conjunto au em cada pais..Primeiro,
porque este saber e 0 capital necessaria para pro-
mover '0 bem-estar n'DIestilo de v i d a , Id a humanidade
integrada a natureza; segundo, porque 0 saber pas-
sa a ser em si urn indicative de riqueza. Nesse novo
concerto, a riqueza nacional considera 0 PIB e seud ,. A ~
consume parte e UITlacesta em. que 0, patnmomo
cultural e 0 patrimonio natural sao objetivos funda-
mentals da ampliacao d a riqueza. Os bens materials
como parte da culture e nao a cultura como a sabra
d b,~
1 _. O'S . ens rnatenais.
U rna nova utopia, requer novo concei to' de
riqueza, 0' · U . S i O i do PIB para medir a riqueza de urn
pafs prevalece desde 0seculo XVlIl.t Essu abordagern
considera a educacao apenas como 'urn fator para 0
crescimento econornico, urn meio, nao urn objetivo~ 'b d d - ,.;em, s~",asta,n,'o a eoucacao tecruca, para P'O'U'C"O'S e
C-om P' ' : I ' I O " " " U ' , ,C " ,a.",'u ialificacao... N " , , ' 0 · " , " . secu 1 0 . " " " · X X · , '' . ' " . ", . .• • I . 0 · " ' . ' · avan ~ ' O · ' : " ' · ': .,,:_ ·c:· " :_ .II."I.,_ " ,.,~ ,: ", ,,, . :.' 'c : ": , "-: . " .... ' . ,:- - : . " Y . , . . '
.- - ' -
tee nice e seu consequente impac to sobre a: ec.ono ....." 1 . I ! l , , " - , . ' : ' ' . : " , " :- . . : ' : ' _ , '. . 1 . . . : . L , " : : _ ' ' : , ' , c· '. '" ' . :- .' c·.:.· ' ,, , '." c. . ' "
mia requerern rnuito rnais do que simples treinamen-, , + - , '1 - - d- . - c " ' ,1 - " , , : ' ' l ' " . ~ :- " , ' . : _ . . . I " I l l " " ," , " ~ . ' " -: " , _ ' .: - ," : - t - - - - . . : : '; . , : ; " - . ' . . : - t - . ' : . . - . ' . . : " . - : i ' . : - ' ' : . . , : " - : ' . ~to tecmco para poucos, exigem uma revo ucao eou
C ' : . .a ' ; " ,C -' 1 " ' : 0 ' . · : · . · n 'a 1 ' : P ' iara to d o s Da~u i p.· . · a . = . - · · ·a a. f r e n t.e ' 0 ' , : : ' , " capita ~ ID._.. . ,.. " . .. _... ... ,. .:_. .1 .., . L1 . _ ... ..) . . .... ' . . . . .~ , L.-
a conh ecim.ento e 0 · " : , c : : - : , Q . · · · . •nhecimento ..,e'~ap ita f Sern ele. . . . . . I - : ! l . II . w - . ., .. . . .• . . . ." . . . . • . ' . . ' . . • . . "~ l. ,,- . _.....
Na visfio do progresso pela economia.rnede-se
a modernidade e a riqueza pela qualidade das estra-
d h id le + hoooi 1 +.as, ,.1 r'e etricas, aeroportos, snopoing centers e e r a s
e 0 que etas produzem e quanta produzem, mesmo
~
. .
,;, " '::',, ' " . . " '. ,-" , :'"> , ,' ,, '. " , 'c .',! .,,, " .x . ' " "", '. - ', ''-',.",'--:"'-:,,'-',1 - '".:, , ·~C """ " " ~ ' .que esse resultado nao traga melhoria na qua idade
de vida" destrua recursos natureis e nao promova f'e-h U 1 ' I' 1 durses . iumanos. '. t11 . exernpro e 0autornove que,« e
·"....." ,,',:,':c , . .. tc ,C . . . , ., , · :1' ~t·d . .' . : ', d e 1 , : ' " "1:' " 1 ' " , - , : ' .. ' ~ !", ' - " '1 " t- :: . _ . , :' , , :' " " ' : ~ . ! : ' ' : . . . . .. , ', , , '. ' - '" -rnstrumento ract .li "a :oroa _ocornog,ao,ranS,lorrrlOU. '.' -',-'",-,·t · · , . . , · ll t , , · d " . .d ',-t'.~:-:-':'.,,'t l ~ = " ' . . ' . d . ._ ' . : - " t,",, 1 ,, ' , ' d ' ,. .s,e ern '. 1 , 1 , C'Ul ..a·...o,r I ,0 ..r,anspor, e e· ..es,ar leu. , a _ o , r . .. .0,
equilibria ecologico, mas continua como simbolo de
riqueza e progresso, mesmo quando provoca pobre-
za urbana e perda de qualidade de vida. Isso ocorre
porque ele e sfrnbolo da modernidade-tecnica (0 usa
n a ' " " ! ' o '' C :a v ' o ' r " ~ a ( c · · 'r · "s c i ' 1 1 1 ' " iento 'p - len 0 · · · · D O " " C" . r e s c im . . ..'- ·.e n rt·0...p...· o · S ' SI'I . . : ' ~ . : : _ : I _ ~ I . ' _ . 1 . , :1 / . l _ : : . ; '~ -= '_ , '_ _ _ ' '" . _ ••. i = _ . • . • -" '-
vel nao sera plene se nao servir para ampliar 0' patri-monic cultural. Os parses que anteseram perifericos
porque ,na.:otinharn acesso ao capital financeiro para
'. ti i". '. d triai -' ;'C'·mvestir em maquinas meus ,rlaIS, agora serao peru e-
rices se nao forem capazes de agregar valor' pela in-
vencfio de solucoes cientfficas e tecnologicas.
* '\ 1 P '0 " ' " " ' " d Ed ".'· ·v , er ' ,'ecueno ,']Clo,n.a:r:I,Q'_.'Q ' .oucacrorusrno.
•• : w .
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84 Cristovam ,B'uarque ,0 que e Educacionismo 85
o educacionismo defende a modernidade-eti-
ca pela qualidade das escolas, 0 que elas ensinarne
o mundo que elas sao capazes de criar, nao apenas
produzir; Considera fundamental a dinamica da eco
nomia, aumentando a producao, a disponibilidade deinfra-estrutura c · · o · · · ' · · · . m " r a · · · - · · ·riacao de h i d r e l e t r i c a S " e ou..'_,.., ':'_., ..'.. "..',' ..-...' - ... ""~-'".'.'.'.'.: .j.......'.::,~"'.' _,.::
tras fontes energeticas, aeroportos e outros rneios de
transporte, shopping centers e novos sistemas corner-
ciais, mas tudo isso como meio e nao como oobjetivo
do progresso, 0 novo conceito de riqueza faz uma
ponte entre a supermodernidade economica, tecnica
e cientifica do, seculo XXt, €: 0 sentimento etico Ida
Grecia antiga, 2.500 anos antes, quando a riqueza de
uma pessoa era definida pela sua culture e nao pela
quantidade de hens para 0 con sumo, que naquele
tempo nao ia alern do essencial a vida.
No industrialismo, criar e produzir foram usados
como sinonirnos, do ponto de vista da econornia. No
educacionismo, essas duas palavras S'8 unern convi-
vern, mas nao se substituern. 0 produto dos seres hu-
manes aparece nao apenas sob a forma de producaod e c o "",rl'ente d .'a cria rtiv: ; d · : · ·d . e : . c · · ·· ·O - I 1 1 '- ·- -· ·O · · , t a irn-. ern I d · · e p·U ·ira e
. , .. . , : ' . : : " . . ' _ . . ." . . : .' . " . ' I I. . " . ~..',-,-. ". ._ , _. _::. __.. .....,......... '..". ":.". .".,. - _.
s im p l e s c r i a t i v i d a d :e. rn'. . · ·s · · ,m · ·" :' . ' s · · . · , e " - - m . I p.-'od lu g : · . , .a ~ , o · · · . : ' rn arter ial. M . ' . . . . _ . . ' . , . . " . ~ . .. _ . , . . . . , ~ . . . . . " . ~ . . _ . . . . 1 . ~, . . ..
S ' d ... .,.. toni ,.e 0 eoucaciorusmo e uma ·U'.opta para as pro-
, . d ' F d f 'b i" b ' . - ,xirnas decadas, e ternbem a oase para a utopia final
que consiste ern forrnar urna imensa rede conectada
- - : : o - r t...de..· . s · · · , ·O · ' · · · S · · ~ · · s · · · · · e · : : · r l · · · , e · · · · · _ . · · · s · : h., I T l · · · · · ·a · . · c _ - · n · ' · · , Q . · - · · s · · · · . · T O : · - . . · d . · · · 0 ' ' ' '' S integrados , -: 0 ·· · . . -. '- " " _ ,"" "_ . : ~ _ " _ _ . ' l ,t" "1 ' ~ 1 -· , - _ . 11- 1(--,.
dos os seres hurnanos corn acesso aos modernos sis-
ternas de conexao e todos eles capazes ide falar corn
..odos os demais, gra~asa capacidade intelectual de
participar do debate! pela formacao, pela inforrnacaoe pe.a disponibilidade dos equipamentos necessarios.
Nao se trata de ser igual no consume, nern na renda,
m. a s no d.···!·;r·ito e · U · : S · · , : - O : · d ' 0 ' " , a · · ' c · e · · · · · · · · · s · · · , - · s " o · · · ·~'c.. . . e x a o . . . . e a ' integ · · · · r - a : ' . . . . . ." " , ' . _ : : . : . . , . I I J . . . . . . ~ . . . _ . . . . . ' : " , ' : . : . : : : . . . : _ . ' . . . _ . . : . . . . . . : . . . . ~ . _ • : . .~ • :. _. _ ~ __ . I.
9 , 8 . 10" . 0 que a comunismo defendia pelo lado material
do acesso I d e cada trabalhador aos bens d ie consu-
rno conforrne suas necessidades, forrnando urna s,o~
., d d iv e rsa l : '1 " r ..ere a e uruversa igua itana em uma. eccrtomia sern
propriedade privada des rneios de producao e seem
pat r a ~,o .·. ' 0 ' " ed uca c.ionism ' 1 0 : : d efend e P" .elo l a c 'do imiaterial.... -, , : .. : : " .'. lI ,c.· ~,cc·_ . . . :· .'. · - . I t . : . ····c.· .:' .:·· : 1 · · : _ . - ~ . . : . w . 1 I. . ' - ' . : ' . - - . , : 1
de uma sociedade universal integradaculturalrnente,
por pessoas c.. ' I O · " , I T 1 ' · - : · - · · a : ' ' , , mesrn a ba se..··_.duc a ' C " 1 ;O ' · : ..nia~' '. . . ' . ' . . . . . ' , . . . ' . . ' . . ' . ' . _ ' . . . . ._ . . _ ' : : . _ . . _ . ' . - . . . . . . . : ~ . , •
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A humanidade com uma alma; de todos os se-..' d '~ idari dire~shornanos ligados, conecta .. 'S ., s , o r ~ . - . · a , r 1 . O S " · ·. . ~ v e r s , o s
e enriquecendo-se da diversidade. Esse utopia, alem
de uma dimensiioetica e espiritual multo superior aigualdade da renda e do consume, e a unica capazde atender toda ,a demanda material e imaterial da
humanidade, ern equilibrio co-n a natureza.
86'">. Cristovam Buarque
D e s d . .de o ' · : · · s · · · ·lassicos' 0 ·" v a l o r da s coisas e · , · E , e xp li . . . . .• : - .' .. .. " . : :. ." " .,.. ....:.... . . " .: . ]_ '. '.' II ..' _ _ " " ~ . " " " " . :: . .' ~ . . .'=
ca··-..o pe sla q - u -a nt idade d e tra balho..:," u i m'-'--Cn o . ' . q ' . ' U · e e . .IaS ":" : . : . . : . '" "_ . ' , ._. _. '" . : '," . , , , " I •• . I : . . . " ,. , " " , '" ," , : . " , " " , ,
. • I
co ntem . E , - - ' S - : ' : S : D ,e"u m " , ' : : :. ' ,pr in cf pi o n.a~ ·o ·= ·~'I .en a s d " ' ; a , ideologia-.' .: :... .... ". ". :.' 't.,..- c . '" . '. ' . ... ..: • . ' . •. :. ' '. .• .. . I:.. .'. • .'. I '. ,~ . _ " . ' . : ... . '.' : . '.'.I " .
socialista, mas de todo 0 sentimento do humanisrno.
A visao metafisica do valor intrfnseco , a s coisas, for-rnada pelo pensamento escolastico de Sao Tomas d ie
Aquino, nao considerou 0valor resultado do trabalhohumane, elemento central do processo como a natu-
..e.za ~ as pedras, plantas e animals - se transforrne
'no'sprodutos , d ,QS seres humanos e de sua civilizacao.
Par isso, foi incapaz Ide explicar a formacao do valor
ce maneira humanista. Prevalecia ,avisao ntetafisica
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88 O 'Ed' +que f a , . ,ucaClonlsmo 89
d d a coi 1 ~ " 'd dque caca coisa tern urn vaior-em-sr, rnoepencen-
temente das relacoes sociais que a produziarn t
Uma ideia que nao valoriza 0 papel humano
C · c ir n .0 ' - : 0 · "· ·· ·e le . rn ie n to g era d 0 '":'r"d-e to, ·d · ·0 " : ' - v.alo · · r · "urn p" iensa ~' ' _ . ~ . " , . : " • : . _ 'C '_ . . : I .. . j .:[ .l [ : . ... .. " " ....
mente sern humanismo. Mas 0valor de' mercado dos
economistas moderno ·s·····orm rad 0" pelo subietivism '0"•._ _" I.. . ":"" ' . .: :.., '. ....:., ~ ( . I 1 I: " ..... ' . '. . , I . .• . . . _ . , , w , ' . . , ~ . . ; "
do cornprador e do vendedor no memento da t11U-
danca de dono do produto, tambem nao explica 0
valor adquirido pelas coisas ao serern feitas durante
o processo die transforrnacao da natureza ..No rna-
xirno, constata seu preco no mercado. A explicacao~ r ~ d .. d ~ b 'd dCraSSlc"a:.· a teona '..,0' 'v'allor com_:ase' na quantida ..e'
de trabalho necessaria a producac e criacao do hu-
manismo, da valorizacao do hornem: surgiu gracas
ao genic de Adam Smith, foi reelaborada por David
Ricardo, chegou a perfeicao com Marx, mas ficou
como urna explicacao insuficiente para os tempos
atuais. Numa econornia em que 0 trabalho dlo,ho-
mem e cada vez menos necessario no processo dire-to de producao, porque rea'izado 'par maquinas in-
1 - ia b d id d d hel.gentes, a teona t .asea a na quantic aoe oe ..eras
de trabalho nao consegue explicar como e formadoo valor das coisas, E neste rnornento historico em
que.' 0 : ' , m...· e · ' ~ o · : - · · ·am biente e s t:'( ameacado e·F
,insen sate. : . ' . ~ , . ' . . ' . _ ' . . 1 1 1 . · . . , . . . , . . : . : . . . ': . . I, .."~" ") . .. . . .:: . .
n,8"Oncorporar 0 valor da natureza na formacao do
v,alor d,es pr"odutos.
N'D rnundo ,de'hoje, 0valor de urn produto tern
P ·' · " : : u c : 0: ' : ' a v e . . ·r · ·c: 0 ' : · m " - ' - a " q...uantida .d:e d ·· ' e mat eria -pr 'irn a e_.',.. .." '" ",.-.' " .'. :".,_'.. " . ' ...:! .I: . 1 11 . .. :. .. , _ . , _. , '". . .I " "
d,e trabalho manual diretarnente usados. A eficien-
cia e a rniniaturizacao reduzirarn a, quantidade de
tr : ' , a :_ ' ,· · · ·a·· 'h 0 · · " e " . de r n a te ria -prim a n · · · · ' , ' p-roduceo de C" 'a ' d · " a · · · ·-,' ._.- " '_ .' J!..~l.. -,' . ., '. : , '~'-':' .". ~..-' .
bern individualmente. Mas 0valor tern rnuito aver
com a,natureza em seu conjunto e corn a , quantida-
de de ciencia e de tecnologia embutidas no traba-lho intelectual utilizado.
o custo em materia-prima que forma 0 valor
surge da totalidade da producao, da quantidade da
natureza depredada durante 0 processo de produ-
g , a [ o , : : tanto pela escassez crescente dos recursos na-
turais quanta pela degradaceo do meio ambiente, de-
vido ao usa da materia-prima ao ser transformada e
do produto ao ser consumido .. '0 petroleo e urn borne x e m p l o . , .0 . . . . v . . .a lo r d :e '~ '~·' m ' p ' < lr " o ' . •duit· · - ' : : q "' U ' . e · · ' " u s · a · ~ ·' : " : e ' -troleo e - : ' m ' "
: .' • ' , _.. .. • ' ' ' ' ., . " - • . . .: t • • ' . , . _. ' . . . • _' i - : - ' . ' - ' . _ . .' '. . ' c ..... . . : ., "
sua producao (como materia-prima ou fonte energe-
tica) tern de considerar em seu valor a perspective dee s g o ta rn . . . e n t o . • d . ~ .a ~ · s · ~ · ·e s , e -r v · . ..· a · . · . s.· , n ' o ' . . . .m e d ic o - u : .i 1 0 ", n :: g , · _ · · , O : · . p ' · r · a · z · · · O · '1.' .. __,., '.,,' . .... ~ _ _ . __ " , . 11 1 ,[ ..:._..'_ -.' _:. '.-_"., •. - - '. ," . . .-,' '.' "
e tambern as, efeitos da queima do petroleo sabre [0
meio am ibiente duran te a··c::·roduc 'a~'o:· 0 · · · · co .n sumo do. . . . . . ' I . ~ . : 1 ' " . ' ' . :c· '_" . . ,' " :_ _ I , : : , . , ' . ' . • " . ' ' . , . . . . . I . . • . : • . ' : . ',, ~
produto. 0preco da materia-prima nao reflete seu
1 , , · , 1 ~ d dacecusto eco ogico, pie,aescassez e peta : egra aacao am-
b I " l e - ' ~ " t a l - ' p ' " O · . ' I r - q · L l . ' e ". ' e ·· · · 1 · · · · e / ' f o ' r " m : . a " . d [ 0 ' . C ' ~ · O · ". 1n"'ii a ' I T l " - ; O '.pia d .' O ' .. , C '" u r" 'to:,,.. , .. .( ~ ,i' .-: ,.... .....' 1 ( '.... '. '.' .. .. " '~ JJ 1 .' ~" . i . I '. .. " .' " . . .
prazo e nao reffete 0valor pleno e de longo prazo.
'..'11 'J
. '
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Cristovam Buarque O i Ed ..que e caucactontsmo 9 1
P·or outre lade 0'" s rnrcdernos produt os da s.o. : . .,"" .:._ .... I •. · · · . . r I.. '\..I I .•. . .., 'II. ......- ..... " , : : '. , -.
. i d d d·· - - " 1 .' . " . - " • fab icados ' .... -be _. = .~ "-.-c·lle,., a · . le · • ·• .e consume sa.o rar . .mea. ...OS par ror ios, sern
n e ·· ·c" ' : e 'S . s i d a . .de de g · · . · . · . · r. a n d e ' q · · · . · · " u .nt idad•: · 8 / - · :. d e t r a b a l h o m · · · · · · · · a · _'. c., "_ .. _' . . ',~, .- ' . ' .. ' ' -, ' 'c::'" ' ._ ;'.",-_ ' . '_ . . _ ' _ : .. ' . : ,. ... . .' ' .' . ' . . . '.' . . '
terial direto. Marcie Pochrnann (Fo lh ,Q de Sao Paulo,
2 1 1 / · · 0 " " " 3 , : / ' 0 " ': '8 · · "1 ' )" " . : .ite .::,.' :".1 " ' 9 - ' 5 '. · · 0 · · , . . , : ' . . . : : d . . ' . R : $' " ' 1 0 " ' " ' 0 " " 0 ' : ' ( d , ...'.";, C I .!a que em - ~,pa,r,ac,a. ,a ,','.',.'..' ~,ez
reais) de riqueza gerada no mundo, R$ 4,00 (quatro~')' .. h' d b lh '. "' 1 b d- . . .. . = . '_ " . , ' "1 . . - . -. ' . -:," ," ' - = - : . _ ' " '--'~ "I -: ',- :', .. ~ - . -.:. .-, ", .--:-,, :. ',' "'t ·-·', ,-·- ~, ,. ':-- 1 -; _ 1 . . " " ." .rears proviru arn oe traball ,0' rmateria oasea ..0 na
ativida de in...elec .tua~qU 'revern Id a educacao: em 20016. 1.. ...., - ..•. .. l....."_. . ...'.'...'.' '.'y. . > , . 1 , I . . , : ,
de cada R$ 10,00 (dez reais) da riqueza gerada, ape-
na s · R $ . ·· · · ,, ' ~ 1 0 - . 0 1 (urn real) vinha de trabalho manual e R$ .· .· .· ··'._ < " , . ' , ' .•.. . _. ,,:. _. " " " .: . ._.. , '_. '_ ., .. ,, '._ . . ' .e , ._." _.. ,1 _ ' . '
9 0 '·0:"nove reais) d o, charnado trab alho im aterial. 0.. . " .. . .... ". .... .. .. . . . . ' ..... , : ' . . . . . . . . . . ."', , '., " ' . ,.' . . . . . . ..... '. . . . . . . '. .. - . . . . . . . ' '- '" '.
me..srno fe..nomen ' 0 ' · ' oc..orre na ocupacao: €:"m 1 9 · 5 · · · · 0 · · · · · · · ,a.". i1, I~ , , '. .. . •. . . . ' . . . '. . , . .., ~.. . . t . ':" " . ' ' . ..., .
cad a··· >1 uatr0 . · · · ' · trabalh ..adores ocupados 'tres realize-..: _ . _ ..::. :::. -" . .~ _._- _ '._',' ._'_'.'_"'- -.y -'. -"- ' . - _ . " .'
varr a tividad e~:s:mnanu ra i s~ em 20110 16 - a 'media mundiel, . . . ' , 1 . " ,I , . . ._ .' I . : w . ' . : ' . ' . .. . ' . ' " • . • . I • . ,, " "" " . ._ . '. . . , . " • , . ', . , . .• . ' . ' , .~ .
e de 'urn , p ' , a r , a urn" ' u rn ' t, ra ba l h, a 1d ,o ,r m.a . nu , a l para c 8 : d " a
b ' h ' d . " ' i 'd " d ' i ' . . 1 ,.tra a ,···a'.or ' e , m atlVl!' .•. ..'8 Im,ater:[,a e'" nas, ' e ' C Q ,noml,as
d· d ' " , " " 'b l " : h d d" . - ' - - - - - . ' - ' . I . c .= .. ' '. ',:- -. '-. 1--- - .C , - - .: - ~ . - . " .
a v ,a n .g , a. a S j ,par,a c " a . 1 I a t r ' es tria, .•a:" al.ores ! o ' cu ,pa . · . . s ,
a - p - , e · · '- n · · · - · ,a , - ,· s , ' -, ' u ' · · · m : · · · · ·· · · · · · ' x · : · ' · e · · · . r · · : c - : l e · : - : a : · · c · · , t ' · ' f v . · l ~ , d ' · a · · . . d . · . · . .· · . , e · .n 1 a · , n , · u a ' ~ . , d ' D ' i s exe:rCeJl1. . . , . ' _. . L . . . , . . ~ J - l J ": J " • • _ .
at = - l ' i ' V " ; d · . · · : a : ' : ' , , d . ' I e · · · · : · S : c · · · . :' h · · . , a ' ' . m : ' : '. .. a ": . d :: a " ' , ' s · , 1 " m r a · · · · · · t - e · · · : ' r '" i a· · " ' 1 ' · '· · · · q ., :' . U e '" e · · ~ · · x : · i g . · : · " , e · · . · m ' " . f ( o " "rrn,a'-. ' . , W . . . . .. . . . ' . ' ' . . . . " . " , , ' . . " . = = -. __" ,- .. , ._ '. " _'. , '.. ,"" . _"
, _ " 1 " ' f i " - 0 " " . , . . n " 'b ~ 'd ', " , • . . , " ," - - . I - - • ' ' , . " " ' - - - .~ ~ . . - . -_ , 1 -. , - . ; : - - ' -, , ' : - •. . . . •
~ Ia o 'e qUia ~ c " a~ao , + , > : . . . . S operarlO'S .orarn. S,U'StltUt. a ,s
por operadores. A riqueza que vinha das maos esta
d d " 'd ' d d ' J¥ d " bs en 0, a,g'ora prol"uzt:a, por ·•...' . ,Q ; s , ,a maol~,.,e ,o.·.r,a
d b " " d ' [ / . . - d . ' · ' ~ / . * d "s,en 0 su •..·•S,'tltUh. a p e = , a P O P , U , Q " 9 QQ , . : .lg .l t 'Q _ ' ~ exu ,g l n · . ..o
mais qualidade e quantidade de energia intelectual
, d - : · l · : S . - · · · p · · : - . ., o · . . · ! n · · , f v . . · · : e : : · · · l " n ' : a ," s · · ··. ··· · ' e · - : - ~ e ' ~ · · d :· ~ · · ·· ~ e " : - " :. . . . . ' . ' , " , ' . . . 1 1 . " '. ' . • . . . . I , ." .... . ... '.' ., _ ", , ,
Na , : ' : "· · · · · ·r C · · · · · · , o · ·· , n - 0 " · , 'm ;· · · t ; ' , a · · · · · · d a . . , sup · e · · ·. m · ' 0 ' idern id.a ·, de a tu r a l . . 0 ' · - " 1 v ' · · : · a · · · · -' . ' " . I . " . . , '. " : . . . • . " . . . , . . , . . . . _ -C' , . ~:, . ' ' '
lor do produto vern, sobretudo, da quantidade e da
qualidade de trabalho envolvido na concepcao e de-
senvolvimento do seu projeto,s"eja na sua invencao
ou da rnaquina que 0faz. Os precos nao traduzem a
pequena quantidade de trabalho material ligado dire-. 'd-tamente a,prooucao.
O ' v ' ·-alor d ' 0 " ' , , C · " ' ' ' · O · · · s m . . . . . u rta do'. n " " -' I
de c ' .1 0 ' " rre da ' q . - :u a . .n . r t i " " ' " ""• I : , . " • ._ . _ . . "• ' " • " ._ " " I. _ '.. ' .. .. "." " ," , " : " , -, " .".. ." , ": ' ., "_ . ", . _ .~ I , .
d d d l' .. d AI d b ,,.~ce ·••e plastico nern ce mao-de-obra para monta-io,
mas do valor da ciencia e da tecnologia que -0 criou,
urn trabalho abstrato, fruto de umaeducacao de qua-
lidade. 0custo de urn livro nao decorre da quantida-d e d e m '" " ' a ' ~ - c e - o b r , a " l e ' ' - ' a :·.d · . , ' :·' v '" ' · · ' e . z : · m ": e : · n , · 1 0 " · · · IS · · · :. n · · . e · · · · · ' c : e ' : · · · . s · · · · · ·S.- a ~ ' r .ie ' n a · · · · : · · · : ·• . ' .. , • . ' ' ' . , , ' , ' , ' : . _ . . _ . , . . _ ' - : . . : _ . . _ . I , _ . _ . '. " _ . '_ • . _ ' . : " _ " " . " _ _ '- ' " ' , _ " _ _ ' _ . _ " ', , _ . _ , ,I .
graficas modernas, mas do impacto de sua produg,ao
S , ' O · · · · · : . b r e · · · · · · · · · a · · · ~ ·· · s · ··l '' 'o ' '' ,r ' '' le ' ' s < t , a · ·· · s · · ·. d · " ,o · . . .. . : t " ' Y ' l U I ' n '" d ·: 0 · · · · · . · e · · · · · · d ." · .0 · - v · ·· · :· .' a :, o . : , . r · - · , d · · · · 0 ' : ' , t·· · ' r a · · · · · b i · · . a · . · · , ~ h · · · · o . : · ._ ' _ ' " , _ . :: :. _ '_ ,'_ ,,_ ', ' __ '= -: - -. _: .= ._ , -_ 1 _ .11.1 _ _ . " . . _ • . _ . ' "_ ' ,._ ' . . " '
cientffico e tec,'no~6g~icoern s'u.a p , · . . · • . rodu,r·8vo inc . lu ,s ive. , . , , . . . , . " . _ , - ' . " . . , : . " . ' - ' . - I ' . . . ~. . . , . . .
n o · · · · · · , d . · · e : - · · · · ' s · · · · · · · · · e - ~ n · - I · h ; l o · ·. · · · , d · _ . , · , o · · · , · s · " :· ~ · · l q · · · " U I I l ' · · p · · · · · a · · ' m · · · · . e · · · · ' n · t o '· · . .· , s · : · · : · · g . · . : . ' r · · : a ' , f i . . · , c · . . o · · · · · . s · ·.. . C . · · · · : o · · ·· . . ,r n ii a · · ' ' ~ , e · · · · ~ ; ,.. .,_= , .__ ._ : ..: .l _ .: ' ,_.: ' ..• • 1 .' " ' - ' : , .• ' - = ,", ," ...) :. _ [ • ~ , ' , + . . -- . _ . . . . . ' . . " _ l: w.
. , ': .
d " ' . . l' 'b ' f t · · : d ' + . .~tu,ra m , . g ~ , ' t a Oi Im'pac'to s o ' r i e ,as I.-,oresta,s,:,·~,mln.ulrae
, a · · · - · ' u ' m · I · · · ·
e · · ~ · n · - · · t a ' ·r · a · · f ' a : ; n ' " · , d · · · · · a : · r n , a ' i s " ' : 0 : '· p l ·· · · a ·· · ·p · · ·e · ~ d · · · ' : 0 · · · · · t - ' r ' a : · · · · b · . . · a · · · · : · · l h · ' 0 · · · · · · l ' ·n · . . t - e · · · · : m e · · · · . c · · ·· · · , t ·- u ' · . a · ·· · · ' ~_ ', .. _ . ..:.= _., :-,1 _"" _ ' ~ .. , ' .'. , : .• ..•
1 , " :" ..I
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n , o " C · I d : ,e . -. ..s · ~ · · e - : · v : · ' o ·· · . }v · ·. 'r rm · . ' e . · · n ' t · . 0 • . 1 I d· : . 0 ' · · ' : S : . · · , c .· 'h a · • . m · · : , a c ' , d• • . ..O " ' S • e" b · : · · · . · o · . . - o - , k s · · · . · · - . · · · · * ,~. . _" , ' ."" .' " ' . , " ~ , , , . , , , ..
I jF ' d ' . . d d ' " d f t · ·55..0 e a .1 n_ a ,m , a :~ , sv e , r i < · - .a . . , l e s , e conSL .er , a rn ,os · a 50' t~
·_ . ····c. · · t · " · ~ I · · · · · d · . · - · E · l · · · . ' · · · . .· d ' I · · · · t · · . . · · : · · d · · : · : · · · · t " " : " · " ,+ .wa,~e U..H,z,a._.lol ,~,ie quase na , a lem ··..e m a ..erla....prima
I e s : u , a,pro,duc;a .o f i n , a l 1 e feita p lQ i r ' uma sim,p,les g r a v a g a o
a u . t, o! rn a t ic , a p ir 'a t .i !c , a 'm e ' n te ;sem , c u s t l o , ,adic.'ional~' ' - . , , _., - __ . , ~ ._ - _ .... - , '- - .. _ - - - . . .. .. - " - - - -
* Ver Pequeno Dicio'nario do ,Ed, 'u ,C ,Bc. [On jsmo, . , * ' \· ~ e · · · · r P - · · : e ~ · .' q · ;u e · : · n l0 " : ' D " ' :· ~ c , ' ; 'o · · : n · · a ~ r ; o · - · · ·' , o " E : d . . · ; o u c · · · a · · · · c · i , o · · n · · · ' ; ' s · · · . " m ; - - , o : · ·II_" , ._. '. [ .: _, ., _ ...... __ .Il ':,.L, , _ :~_ t .. · . ,_ ,' '. ..'.'~ : ' ',' '" . J L . ' . ' .~,.I., ~ . .... ~
I .'I' ;'.'.
.•' . ' , . '.•
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Cristovam Buarque a que ,e Educacionismo 93
o principal produto de exportacao brasileiro,
do ponte d ie vista de sintonia com0progresso, 5a.0 os
avioes da Ernbraer. Produto, sobretudo, de uma es~
cola: 0 lnstituto Tecno16gico da Aeronautics (ITA).
Criado ha cinquenta anos 0 ITA deu sustentacao
para a industria, muito rnais do que todo 0 capital
financei:ro investido na sua implantacfio ..
Diferentemente do passado, a transforrnacaodas pedras, plantas e anima's no seres hurnanos, seus
produtos e 5U"a civilizacao decorre agora, principal-
mente, do fluxo de ideias que' criam esses produtos,
organizam e fazem possivel sua producao.
o educacionisrno oferece uma nova visao para,
a teoria do valor, 0valor de um produto vern da
quantidade de conhecimento envolvido no seu de-
senvolvimento. 0valor das coisas equivale a somadas horas, meses e anos no processo educacional,
incluindo 0desenvolvimento cientifico e tecnologico
necessario a , s'ua concepcao e fabricacao, ao seu de...
senho, eo projeto de suas partes" a sua montagem e aqualificacao des operadores que as fabricarao.
Ate rnesrno 0 valor da agua engarrafada que
caracteriza a superrnoderr.idade tern menos rela-
.,<;8.0 corn 0 trabalho manual de retira-la da fonte,
transporta-la, engarrafa-la, do que corn 0conteudo
intelectual na engenharia dos equipamcntos e pro-
1 r +. d desion cessos, na ogistrca ...0' transpor te, no design de' sua
garrafa, na publicidade para faze-la ser escolhida no
meio de tantas outras marc a S ' · · Tude iss O : ' ~ e p r" od 'u-. . _.. ' ~ , . ~ . ~ : .~ . _ ., .'. ' '," , I ~ · . ' . ..' 1·. . .' e - . ' I " - ' . ' : . ' . , . . ,
t o direto d a educacao Alern d . 1 0 : · · . · v a · 1 0 ' : : · r · -a: edvin d0..-···0: "_ . .. _ .. . -~ .. ~ !P . "~ '" ... - ~ :_.""
trabalho imaterial diretarnente na producao, outre
parte do valor vern da criacao inteiectual da rnarca,d a f d d h d " b · , ; , , '.~ .
_a rorrna, ['.0-. esenI, ,·0 e c a puc .icidade. 0 produto
em si tern cada 'vez menos valor proprio e cada vez. . . . ' ~ ' . . 1 · " . ' 'b r f + . d H '.l " · · + 't' n ~mars vaior srrnoonco, 'cr ac ,0 artrt eramente peio
trabalho imaterial de publicitarios e vendedores. Por
isso, para ,0 educacionisrno, educacao e a Fonte dovalor das coisas ..
No primeiro ITIO,ITlen'to de invencao do n,QVO,- '
essa educacao nao e necessariamente formal~ Bill
Gates e Steve .Iobs como Edisort e Bell nfio preci--" . .' " . , ~. . '. " ~ .::...., , - -" . " ... ' : ... ' ..
saram [decurse superior. Mes, para tanto, precisavam
d b d d buma ooa educacao oe oase ..Valedizer, de uma boa
educacao, Eles se educararn para '0 novo que ainda_ , ,~ " A'" d 'm d iacao dao existia....~."artir, porern,« ·0,salto t.•e cnacao de urn,
novo paradigma, 0desenvolvimento de seus produtos
vai cada vez mais ser criado por profissionais 'com ex-
.:.~iencia e formacao adquiridas em cursos de ensino
"' perior em universidades ou em pos-universldades .*
••I I . - , . _ , .• . : f I
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9 4: Cristovam ..Buarque
Essa e uma posicao que poe de cabeca para
baixo a teoria classica do valor, inclusive de Marx,
de cabeca para baixo e, ao fazer isto, poe urna nova
teoria do valor de cabeca para cima.
N · : ' i d 1 , . d · " 1 ' - · d ,. 1 -. • ' " ' : . , ' • • . . _ _ . - - • - • - . ' - . - - , - ' . " , - : " .
. . I ···: . [ I . . 1 1 : • - ' . ", . I : ", ", . . . ". . . ". . , ~ ,_ ra s roeotogras c a C ·1V.nza cao mdustrtal, a re
1 _ . fazi 1 , / " ~ : 1 . .vo, ucao se razia pe '0' avanco tecruco e pe a propne-
ddd - d d 'N d' . . . _ _ ~ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ~ _ " . ·
- ." , " '- . ( _ -' . ' - . '. - : - " '. . - . - . , - - - . . . : . - : . . . - ' . ' . . . . 1 - ' . - , . ' : _ . - ' . : . : : . . . . . . " : : - " . . . - - .' ; . - ::> . - - - , i . . - : ' . ~a-e.os, me~o.s .... p-ro.-·...u~ao·...' '0.. e - _ · _ . I · U · l c · a , .C..0-.·nlS.mo., a · - · -• _ • , • • • , , • _ _ _ , • • _ • _ , • • "_ • _ . "' • _ L . I •
, .
revolucao consiste na distribuicao radical do acesso
h + ' d 1~ . I O I ,con.rec.mento corn a g a r a n n a oe que a s esco as
. .starac , :'.- ,':. '. todr ", '- .. , -- - ..-. -.'deestarao acessivers ,a l 'OI: .OS" sem excecao, e serao oa.J ., ' ~ " d ' - d " d d ~ ld d p- -maxima quaucaoe em.to as, sem oestguatoace. rara
-:educacionista, 0 lerna revolucionario consiste em... ~ + '1 da cri dif. 1 - - " , , . - . " , , ' . " , . , . - . ~ "1 " " , . _ : ' . " . l.: ,,- ..._ = "'_ ',:- [_ 11_ . r: ='
..I rantir esco ia rgua: para tOI a cnanca, sern .! J rerenca
d .- d t n - - - -. '. '.' ,-- . .
. r causa a renda da tarnrha O :U da cidade onde e la
v iv e. N o lugar do slogan socialista de estatizar 0capi-
I . 1do patrao para servi r aos t robalhadore s, pot m eio do
I stado, 0slogan e garantir ao filho do trabalhador 0
•••••••
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96 Cristovam Buarque,0 que e . Educacionismo 97
A1 ~ d ." _. F ,.
_revoiucao ecuca ..iorusta nao e apenas a uruca
, 1 do d d 'dadossrvei no rnunuo oa supermo._ernlQ.>e, como tam-
be rn e rnais radical do que as mudancas na economia.
Alem de inviavel na realidade global de hoje, bern
como tendo se mostrado equivocado no passado, a. · ......d .. d d f " ! o I I -'b ficiestatizacao aos meios ae proouceo nao oene: .c.ar.a a
. ' : . : . , . . . ' " ~ ~ . . . . ~ . ' ': " _ _. ' : . ._ .( _ . , , ._ 1 p ' . ' . ' " ' ' . : _ ' " i .. : ,, - -: ~ , '. . ....., '..~"C ' 1 • , ,' . , , : - : , , "" ' " r " . I , . ' : '. . . - .~ :_
pcputacao em gerar.. rimeiro, nao sena possrvei 0pie
no emprego de qualidede para os desempregados sem
qualificacao. Portanto, nao beneficiaria os excluidos.
Segundo, PO·I. que os trabalhadores je i empregados n , ao
iriam aceitar reduzir seus beneficios atuais para distri-
bui-los a s massas excluidas. Alern disso, a demanda
pelos bens da supermodernidade exige concentracao
da renda para perrnitir a compra dos bens caros e de
Iuxo, Uma distribuicao da renda substancial e decente
teria urn. impacto negative sobre a.venda dos produ-
tos cares que servern de motor d.. .econom.ia e provo-
caria desemprego sabre as trabalhadores incluidos no
setor rnoderno para produzir esses ben,s cares.
Ainda que fosse possivel e tentada, a estati-
zacao criaria urna nova casta de privilegiados, como
_'conteceu no Brasil e nos, paises socialistas. Esses
castes terrninaram educando melhor seus filhos ern.
..colas especiais do que os filhos do povo em suas es-
..~?Iaspublicas. No Brasil, nem os trabalhadores qua-
L"cades, corn bons salaries, nem m.e'Sl11O os politicos.-Jeitos colocam seus filhos na escola onde· estudarn os
[_~~'IO': · · s " , , : , d ' 0 ' - - : " . p" · · o ~ · c 'v.-""~":.:.-. I . .. _ ". ' : . - _ . .. . .' i
acesso a mesma educaciio do filho do patrao, por meio
da Escola Publica. A revoluceo nao esta na estatiza-
<;ao do capital representado pelos meios de produ-
gao, mas na distribuicao do conhecimento, este novo
capital, garantindo-se 0acesso igualitario aos meios
de ensino. Na essencia do educacionismo esta 0ra-
ciocinio de que a escola do filho do pobre trabalhador
necessita ser igual a escola do filho do rico patrao,A revolucao educacionista consiste em tamar
as medidas riecessarias para que todas as criancas
estejam, desde os quatro ate os dezoito anos, em
escolas com horario integral, com professores rnui-
to bern rernunerados, preparados e dedicados, em
l e - , · - s : · p . a : · · . g · "0 ' : " s > , c · · " · o ·n ' " £ 0 " " · · r · · - t ' a v . .. .i s Ie C ' · · · - = · O · ,nr)i o · " I S " " - : m ··.n at . . · m 0·" xl:e r · · ·.n : " 0 · ' - 1 s e · · · ·q · · -I U ' : ; -.. : _ . .' ' ,_ '.':_ .T~ .. .' . _ . .' . " _.... III "...' _~'.'.. . '.', _ . , . . , . t i., . ~
pamentos pedagogicos disponfveis, utilizando-se de
rnetcdos e conteudos libertarios. Alern disso, pre-
tende que tenharn recebido na primeira infancia,
pre-escolar, 0 apoio necessaria para seu plene de-
senvolvimento fisico e intelectual.
'. . . . ..•..
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o classico livro de Eduardo, Galeano As veias
abertas da America Latina e urn exernpio do desvio' " · 1 - d '"conorrucrsta, ao concentrar a expioracao , . · · · _ 0 impe-
rialismo no roubo dos recursos economicos do con-
tinente, no lugar de ver 0irnperialisrno negando 0
desenvolvimento intelectual das massas latino-ame-
ricanas. Na verdade, 0principal problema criado pelo
colonialismo n"ao, foi abrir as veias do continente, mas
tapar ' 0 " : : ' " cer...e..ro de suia P " ' I O " ipulacao._ :_.• :_ . ,1 '" I~ . " . .1 . " . " • '_ . '~ ,'+
o imperialismo mais visfvel esteve caracte-~ d t ., d ·nzaco pei..0 saqueio ie recursos naturais p'lorcausa
(los baixos pre Cos das rnaterias-primas, ao longo de
•.nca seculos, pelas perdas financeiras ao longo das
'I ~ d " d d" '. 1 d d . . . . . b 'ecades ·.··,a,.•"n'Vi,a externa, pe a , . , eg ra : ., a lg , ao, ambien-
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1 0 0 Cristovam BuaroueO .; E" d .., que e . , ucactontsmo 1 0 . 1
tal ; Y Y \ P , · · · · · O · ssta aos pa · [ S - · · : · , e . ' · : · , . S ' · · . · pobres pela rernessa de lucros.Jll.w. 1. ." , .-. ...,, ..... _~- '.~:: '. ." .. .... _, .'. "~' . _ . 1 . 1 . 1 1 . ' " '- ' . . , . . . . . 1 . . . , '
id b-' ~ ' ... d : ' - dconsegurcos gracas aos oarxos sa.anos oa mac-e e=
obra n Q · · " · : · · S - pais e:, , - , p · · · . e · ·riferico ::·. Por'tr : ' a / s - : dessa forma d e".' .. ._ :' ~ \_ ., . ....,' 1 E . . , . ' . . , . , "I", . I. ' 1 - 1 ( .-. ., "._ . . " .
irnperialisrno material existia, desde o inicio, 0 irnpe-r ia l i , , r +.' -~ , t",, " ; · 1 d e . , ' : ~ d , :- -:.-:.'rl.a rsmo InVlStVel jl irn a te r ia ~ ...a n , e ' g , aga ,o_ . ,Q avanco
educacional e ern consequen C' ia do desenvolv -irnien-_. ' ~ - ., . I '_ : .. , .... :~ . .... . 1 . :_ . , C", .• ': ', , __ ', __ .' .' '.~I .:~ ... _ _c . . , ~ " . ' . , J '. ' . . . .' - , , ' . - , ' .
t-". C " ' , ' 1 " e " , n " : - 'tif c ' 0 · " ' . , e tec .nologico no '·-·s···a is e .s pobre s. ' - . c· • : ._ ._ _ _ , , ,I,: . I . ' . ' , . [ . ,. .. . ". , "', "'~ :. .'. I : ' " " . ,<".:,: 1 -· · · · · · : - . ' . ' : '" ' .. " .
o Brasile urn exemplo desse imperialismo inte-
lectual ..Ate ~808·;C,Q,ma vinda da corte portuguesa, a
m et rop..ole dificu ttl a.v· ·a : : ' , q.·U ' ialqU' er curso proibia 0 ' · - " 1 ' ensin 0 ' : ·' • ' " . " • " • , ~ . • ' . . : l~'I . ": . .: .:" '. '.__ :"', I "' ~ - c ' . " . . , , , : . ' , ' . .
superior e a publicacao de livros na colonia. Mesmo
depois da abertura dos portos e da rnodernizacao in-
duzida pela presence da corte portuguese, raros curses
superiores isolados foram criados e a educacao basica
corrtinuou relegada a segundo plano. Depois da mde-
pendencia, 0imperialismo continuou promovido pela
propria elite nacionel. ao manter as rnassas excluidas
da educacao. Aolongo de toda a historia, ficamos amargem do progresso cientifico e tecnologico,
A primeira universidade consistiu em reunir os
poucos curses superiores existentes e 56 foi criada
ern 1 9 - ' : · . 2 . 2c
(excetu .an d , , - . Q · · · , . . . ..se a exp..eriencia d le uma uni....: J I " _. .__ ._ . ~_ __._ . " . ,_ " . , , ' Jl~ ,.. -. ...._. _, .. : _ ' . 1 , . - . : " ,
versidade do Parana) para poder oferecer 0titulo de
Doutor Honoris-causa ao Rei Alberto I I d a Belgica,~ + B " 1em vistta a 'o ., raSl .~
A partir , d ,QS anos 1 9 , 6 . 10 1
,; 0florescimento d , e
universidades ocorreu dependente dos paises rices,
com bolsas de estudos especialmente nas areas das
humanas, para copiar aqui 0pensarnento social d osr d ~ id S : - 1arses I.: esenvolvr os. oern qualquer reforrna radical
que oferecesse educacao de base com quaHdade para
toda a popu.acao. Ate h O J 3 'e, ern plene seculo X · · : ( · . X - ~ 0 · · · ·_ "3 ' .. - -..]" . " . I . ~ , ' . ' . . .' . . . . . ' . . , - ' ' ~ " . .
Brasil continua vitima do colonialismo cultura e edu-cacional em uma alianca irnperialista forrnada entre
as,elites local e internacional.
Aprendia-se a explicar 1 0 processo social con-
forme as teorias formuladas para os paises desenvol-
vidos e nao se investia no, desenvolvimento cientffi-
co e tecnologic ..o, CUj-OIS desenhos, plantas, formulas,
patentes, projetos eram importados diretamente das
matrizes. 0 irnoerialismo consistiu em priorizar as
ciencias humanas como metoda para repetir 0 en-
tendimento do, que era desenvolvido no exterior e
continuar cornprando diretamente e imitando '0' co-,. ., lf t F '
ecimento crentit ico e tecnologico,
Se essa dependencia ocorreu na formacao da
consciencia passiva, imitacao do pensamento dos
","-ses capitalistas, ocorreu ainda rnais na consciencia
C '_ f ti, c ,a d a e s q u e rd a irnitando 0 pensamento marxista.
.• depend ..ncia ao irnperialismo intelectual se fez de
'orma ainda mais submissa entre os intelectuais de.
,. . • . . .' .
, : l __
~ • . • • I. , ••• • . . . .
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. / 0 . 2 Cristovam Buarque Q[ que e EducQcionism;o 1 03
esquerda, com excecao de alguns bolsoes alternati-
V'O 'S , corno a Cepal, incluindo 0 pensarnento de Celso
Furtado. Com certo grau de autonomia, mas sempre'II, • '. d '. b d .....presos a pnrnazia ce econorrua score a enucacao.
Alo abandoner a educacao d..s massas, ,0 siste __
rna educacional [de base exclui a imensa maioria da
populacao d a possibilidade die desenvolver atividades
intelectuais, como se pecos de inteligencia fossem
tapados, deliberadamente, pela ausencia de uma re-
volucao educacional. Os proprios progressistas e es-
querdistas, concentrados nas veias abertas, que os
afetam, ignoram as cerebros tapados que excluem as
massas pobres e empobrecern 0conhecimento, 0de-'~~ da cienci d I " B ° 1envolvrrnento I;· "aciencra e ca tecnologra no brasi ,
Nos tern p O " : S ' de hoie essa brecha educacional' , c :_ ' ' J " . " . . , ' " - - ' I . } , _ . , " . - ., , ' ._ _ ' _ I. " ,,', ~
se faz ainda mais deterrrunante d o processo de ex-
ploracao imperialista. No momento em que 0 prin-
cipal vetor de progresso e0
capital-conhecimento,, " . . . . . ' 1 ' " d b t d 1 t ds parses sao co oruzac OIS score , U ' - ope ,0a, rase ,e'-U,-
cacional. Apesar do,s investimentos e do salto em,
relacao ao desenvolvimento econornico do, passado
B '" I ficara ,ecente 0 " " ' [ rasrl cara para tras porqu e 0 :" seu a,vanco" - - '" ' ." " , , " , '_ " , :_c ' , _ ' ' I.. " _ ' '.', '_ ', .',' ", _ ' . " 1,, _, ' c ', ,, ' '' ;:( c'
. L ' : , . . , ; d .' 1 h '.' " " 1na rormacao de capital....on' ecrrnento e mars ento
do que no resto do rnundo, devido a baixa tradicaointelectual, aos esforcos menores nos campos cientf ....
f ,i + 1 d histori dos, mas, prmcrpa mente, ao aesprezo ...istonco da
educacao de base das rnassas. Esse quadro impede 0
desenvolvimento do potencial intelectual da popula-
<;8,0 excluida e desincentiva os que recebern educa-
~Iao~per falta de estfmulo concorrencial.
Para 0educacionisrno, 0grito antiimperialista
ocorre considerando que e[e se da sobretudo pelas
elites Iocais sabre as massas e que e provocado espe-
cialmente pela brecha educacional, ao negar escola
de qualidade para toda a populacao, 0 irnperialismo
esta na desigualdade como a educacao e oferta-
d a , conforrne a renda da farnflia. Essa e a causa do
irnperialismo na visao educacionista: nao as causas
econornicas, mas a desigualdade educacional. A in-
dependencia vira da revolucao na educacao.
Urn exernplo da correcao desse pensamento ea percepcao de como paises como, Australia e rnes-
mo os EUA conseguiram livrar-se do imperio britani-
C , I O gracas ao esforco educacional que tizeram desde
o infcio de suas dependencies coloniais e, mormente,
depois de suas independencias,
••• • • •. ,. ' .. '.•
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••
,A continuer no atual rumo nao demerara mui-
tas decadas para '0 proieto civilizatorio sofrer ,amais
seria de tod..s as catastrofes ja , enfrentadas. Ate aqui,
as C :' rise " , s · · · · iv1 ~ 1 1 · Z . ' atoSria s era m 1 1 0 , : icais e: :d .e , C · · ' · U t r to'-',r a z o "_ .-., :,, .. ', ....-, .. ",: .. ," ]"~"" ', .. : ... '.- .... ,". ' ,_ '".,=. '.. ,".. ," ..... ",,"
afetavarn paises au grupos de- paises, quase sempre
apen ia s p.or mot iv...os econ O ~ · t 1 1 ' · . ' · - · l ' C . · ' - : " O C ' ' ' : ' S ' : : · e socia I · ·S . · · M...::·sm 0 " ' :'. " , ' . ~. . '- ,'. =' '= _., . 1 1 .1 . '- . J I . . ' ' . . . ' ' . ' ' , ' , " , . , . . . : . . " . ' . ' ' . ' " , ' : l !. . : , ~_ . . ' + . . ' . ' ~ ' . '_ '
as,crises ecologicas eram limitadas a a r ' e as , , C'O! ITl!O naAmerica Central Ma'ia, na Ilha die Pascoe au ate ria
U ...... d d Ch b 1 P " '~ ~ .·..rarua ao redor .',e .'.:,:,e,rnlol~.y,~= e m a prirneira v'ezj
enfrenta-se urna crise global, de toda a , civilizacao
d 1 ~ L" F '.
em tO ,0 '0 p aneta e por um iongo prazo histonco,
'f r z '. s · , , . c . " dtalvez mesmo urn prazo geoiogico. '.0 os le a ertos 10 ,
meteoro que caiu no G,01fo do .M.ex. :~co" muitos rni-
~11 ,_ · e . . " S ' : ' ,de a " . .n : O , · i s ·· a n t e s d ' "" ' Iu..acao q' u , e · · · · C ' . o ' , r ' " 1 1 1 , ' : ' , ' , O " : · " u '0 · · · · · homo-' . ..... ..' '." ~.I,...... 1 [l I, . '-. ' 3 ". c , - ', ' _ . 1 t I . . , , . , . . " . . ' . ~
" .', . ' . ,
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J 0 6 Cristovam Buarque O 7Ed "que €_ 'aucactontsmo f O ' 7
sa :pien..' s · · ·· . . po d e m " . s e ';g.. ." a :"a r a 's · · ' c o n s e q u ·h
en cia s d 0 · . · . - r · · · · · · , ; S · · · · · · : c . · . · " o · · ·.- ''-'" .... , I --'- '" , w, ~ . . " c l " _ " - . ' " " - ' ' - 1 , ) . " 1 . " . " - . . . . - j I J . . . . .
d · 1 b l'aquecimerrto gl,OI:.a,~
D , rrante d e c a d a s desde '1 9 " "7 2 ': :: . . · ",.and e= · . C ' · ~ " , . "u" ran . .,e-e ,ca- ."a ,s , ; '" e s , - · e ' 'r,, .....~ guan - .o l 0 " .-_ .[U ,-
'b d R' * d '~ ,] T" 'J de ce ..orna c ivutgou seu re atone alertan ,',0 'para, . [. . ' . . . . , , . . , , . . d · 1 "
os hmrtes ao crescrmento, a v r s a o moustna ista e s . . , . ,
bou os ri 1 ~ .' O · . ' . 1 + d ' " ' .n,Q _ 'O'U os rlS C!O -Secologicos .. :.·•..S c ap rta istas drzrarn
que', pOlr meio de' mudancas nos precos relatives dos
d " do cuid '. d ." .- " : " , : : I " ," [.~ . ' .. I : : '" , " . ~ ," . . · · · i ' : : . : ' .. ~ . , . 1 · .· ·1 _ . ," , " '. - ··· '1 '· · .
pro utos e recursos 0rnerca..ocuioanaoe manter 0
.'~"b '. ' 1 " ' ~ o · : . a. I " 'i d .." . ' . " , I -- . ' " . : : : : . ' - ' - . . . • . " . . . . ' : : - " . . : : ' . . ' - . " . ' . ' . " 1 - . . c ' , .. ' ,"', , . '. " " ', ..,equruorto eco ogrco. ·.·.ssocrahstas eram amca mars
otimistas: ern I9 ,82 urn co nh e c i d o marxista brasilei-." - _. -- - . - - - - - -- , _ = . .. .. - ... . "- _ = - " ~= . . . --. . - - .. ~
ro recusou urn artigo subrnetido a revista Cebrap,
d i . . · : · " e , · · ·.n d 0 ·" - q": ' · u e , · . · : · · a · · ·. i d e i a I d : : ' e · . - l i m it e . . .s · · · : · ·a ·. · 1 o . - , · 1 C .rescim e n t o e " , : · r · · · a · : · ,c
,- ' _ . _ ' : . . . . . . . . - _ " . . _ . ; _ _ . ' . . . _ _ : .. . . . : . . : . _ . _ . : : ' . : . . . . , , ' . ~ , , ; , I = .! !I .. , - - .. , . . . e : ' _ _ " __ . ' ' " . _ e - " _
+ . do i .'~:., .. durna mvencao oo rmpena.isrno para irnpeorr o cres-cim:1 en t10_·.d•o T er c eir o M ' I . ' · · : : : ." .u ·.do
" . -- .- = - . .. ..--. '"
tada para produtos limpos ecologicamente: porque 0
problema do meio arnbiente nao esta apenas no lado
da producao, ern direcao a solucoes ecologicamente
conscientes, mas principalmente no lade do consu-
me superfluo que domina a economia. Nao adian-
tara. mudar a forma de produzir, marrtendo a,mesma
esquizofrernca ansia de consumir, 0 biocornbustfvel
e serni-renovavel, porque, embora a cana, 0milho eoutras Fontes agrfcolas se renovem a cada eno, a ter-
ra que vai sendo ocupada nao e renovada. A safra
die cana I e renova vel a cada ano, mas a area utilizadad ~, ..v r IS 'para sua pro ucao e urn recurso nao.....,eoo'vav'e_._e
nao for pela ocupacao de terra arevel imprcdutiva no
d h ,i il l em o · · . T " " ' Y " ' i l e ·to . c · · . · .· · · , ; a · c . a '. i e c t , a : - r : - e - , . a · · = . · · . ,n " · · = : = · · , a . ~ · l ' " S ' ~ ' P " · - · . , a ' ~ ' .r " · · - , a ~ 0 · · · · " , a te. . ·•.O . · · . · . · O · · · • . ! e · · . · u. ··ITl a ,. 111 .. " ~ ,__ ."" _ '" .. ! _ . _ __
rnencs para florestas e producao de alimentos."rando f j IC - : , r O = - U " , impossivel esc..•nder a rea lidade' . ' _. . . . . ' ,. ' ... . . , ._ . _. - . . " _.. .- . , , . - . ... -_ .. . '. . .
do..desa ..s.re e : c o · · ·.· · . · . 1 1 6 g . ·..ico.. 0, . ind.ust..l, i a l i s m o c o · - : n , · c centro... ! u . "' . . .. .. - . - . - - - .- '. . ,- . ':i .. ~ = _... -. - - . . .-. - . ,~ .
b i bust" i f i ' " . .se nos rocornbustivers: erurenter 0 aquecimento
· · · . " , 1 · · · . · · b · I , · · · I " d · : " · · · · · · " ." t d " · . · · · · 1 ". c · · b · · · · · " " ' ~ ' - , des :: , :< . .. .• .. .. 'N " · . · . · . 1 1 - ' , · · ; " 1 > - : " . ~ ,, g "oa 'J - "eman , , , a grooar, sern oesaquecer, .ao con-
sidera que nao ha mais espaco nas ruas para todos, ~ c .. " . C " t, ,..-..,. , + - . -" . .... .' . L:. I-.. '. 'i ' . " C . : " .. .• " . •. • t · · · · . ' c · . . . . ' ~ . ' . " . ' . , " · . · . - c d ; .os , a u , . om ,ove , ~ . s ;n,'e,mse la .= ,a nO Impac .0 ec,o~oglco,"a,
destruj~ao de Horestas nem na disputa entre bio~
com.bust[veis e' c : o m , i d a ' R ' A safda i n d 'u , s t rm a l is , t, a p , a ra ai I F ~ d d'cr1se eC,Q o,glca con:,uz ,a urn •.esa,s , t~re , meS,ffiO qU.an~
do [eva em co,:nta a, nec.essidad,e d,e p,rodu9ao orien~
"
E ~--" - "-l" "~ -- - -" -" - t d - - 't '.~ . c ' . .t de a ttrnpossrvei mover toea a,atuat rrota .··.e auto-
rnoveis (urn bilhao de vefculos circulando no mundo)
I
--" - t -1 - " " - d . _ . " . . " . . " . . . . - t.. ' ...... .. . :" - . . "' 1: . ' .' . ' .: '. . , . - I .. . ,-~ : .• '. .~ '. I : • . ' . ' ,~ ' - I ' . ' :; . . . .. ... "1 . " " . ,. . . . . : . " . : . . . I .
lv - : r e . t " " " r " " ' ! I : e · n · . e · p .e , . . 0 r n e · · . .c · · ·a · · . .· 0 , .: . s . e . m . c o · . : m p . . o ·. .. m e . .. ..e - r a , r e .· - .a , .s.. • ,m, 1 lU . . . . _ . . . . . ' . _ . . . _ . . . , , , . . . , ~ . . l. !!! "! ._ _ _ •
ta, lo extensas de terra sacrificando florestas e a pro-
d _ . d ' ~ . . d d '~ " 'd " d -I .UgEi!Oi ····~e~Jme'nt,os) geran-o gran:.e·s ca~a.mla:-i"es,
sociais e ecologicas. So a interven~ao sobre omerca-
d d 1 1 · " · ~ d d f l ~ " d'· ' b ' ~I .Io',e'.,n~,no , on"_e a, ' o,resta na ,o p,Q"e'rla ser SU.s t l~
I'd d ' d : " " d " ~ b " " b " ']. . ,...., . .: •. I" . .: C .. . , :'" ,- · c . . - " : ' , . . . . . . " . : . . '. ~ " . . ~ . ' - -, " - " . . ' . ' : . - . c . . . :' - " . , . " - ' . ' , , - , ~ . : . ' , " - , . . . .I .:" ." ", :I ,c · ItUl_8, eon ..e a terra po_er,la prO_"U.Zlr, . .,~ocom,....s t ] . v e _ " ,
se'rli c.apaz d,e manter '0 eq-!uiHbrio entr'e es t o 'm . a , g . · . · ' . , O rS. . , . . . -- . ,_. .... .. = . - - I '"" - '- , ." . . . " ." .
d ' "'.'u ,ma :no 's e ' t lanq.ue 's e auto 'mo,ve1S, .
.. ', . ' C . ••. ' . '.
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1 0 8 ' O que s E - d u . " a"c t· 0" n ism 0. .r ICo c .. : ", "" . l ' v :..... ", . i I : ' 1 0 9
o problema do meio ambiente nao esta aperias
no usa do combustfvel fossil, nao-renovavel e polui-
d ' dOf, mas no numero ce carros em circulacao. Aiern
do problema ecologico decorrente da energia ne-
cessaria para move-los, ha 0problema da geometria
urbana: urn dia, nao distante, des ocuparao toda a
area disponivel nas ruas de muitas cidades e ficarao
paralisados par falta de espaco.
. lsso vale para todos os demais produtos cuja
demanda pressiona 0meio ambiente. Mesrno assim,
os desenvolvimentistas de hoje, como 0' marxista de
25 anos atrtis, do Cebrap, negam-se a aceitar 0aviso.
Para eles, a recente campanha de alerta sabre os riscos
do uso extensivo do biodiesel e etanol sern reducao da
frota de vefculos e uma conspiracao dos parses rices e
das empresas petroliferas para nao perrnitir 0desen-
volvimento do Brasil. E nao urn problema de cornpati-
bilizar rnercado e regras, liberdade e controles, etica e
t e c n i c a , 0 q ' : . ' ue s o ' e P ' - O ' · - · · : , S " " " S · · · · l ~ V · : ···.el C " 0 ' " " m ' ' ' '. e d U ' . C :'ara~: · - · · · ·. - 1 '", '., .' _" ,' .. , ,:. ", , .. .'_ '_ . ", ," ~J.: ' -< . ~ ~ . · . _ . · I . ~ > .
. 0verde do desenvolvimentc sustentavei pre-
cisa de duas pernas: no lado da producao e no lado
do consume. 0 verde apenas do lad0':,d os in s....:·: 1 1 1 : " os_- ' . ." ' .. ,_ .. c- " , ... ' .: ' I[ I I.. , _ ., . ._ . . ' .",,. , '_
- energia limpa, reciclagem de resfduos, substituicac
de materials - e urn verde manco. E precise reorien-t."a...... ". ,; H. - H . -- . .
ar como e CQ,mque se produz ~mas" sobretudo,
reorientar "0que" e "quanto" se produz.
A unica saida possivel , e pelo educecionismo,
etuando em duas direcoes: a) urna reorientacao do
proieto civilizatorio, do consume ihrrutado e ineficien
tiedie bens materiais para um a sociedade rnenos vicia-
da em bens superfluos que, com austeridade e efici-
encia orierrte-se para bens rnateriais essenciais e bens
culturais imateriais; b) 0desenvolvimento de tecnicas
capazes de reverter alguns dos efeitos ecologicos javisiveis e prornover 0desenvolvimento sustentavel,
tanto nas Fontes de energia quanto na renovacao dos
recursos utilizados na producao da economia e na re
ciclagem dos materiais e produtos usados.
Esses dois vetores passam pela revo.ucao edu-
cacional. S6 CQ ' , m u r n a educacao universal de quali-
dade serzi possivel prornover ao rnesmo tempo novos
padroes de consumo e urna nova relacao Iderespeito a ,t b
' ,., ~ 1na _ureza, como tambem 'ter 0maier nurnero possive
de pessoas educadas entre aquelas que vao desenvol-
ver novos projetos sociais e tecnicos para manter a
base natural que assegura a vida e a civilizacao.
. , _....
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••
Na visao tradicional d.. civilizacao industrial, a
d I e :.sigc a lc i a dle S · · ~ · O - · : ' I C · ·ial seria re solv id a p' .ela eco . n o i m i e ' . + n"o.',' .: . • " '~ . ' " ' ! ," _ •• .. 1 . . . ' __ '_ ._ " _ ,_ . _ - w . . - ' , ' _ . _ " _ [ . : • ~. : I_ I . . J . ' , ' _ ' .
ca m'inho . .1 c a pitalista . ._~ 0 •. avan co tec.n . 1 ! · ' C . ,O e se.u! . s - ·p ro d u .....' - ' , 1 I , . _ . _ _ . . _ " . 1 ,. 1 _ . _ - . _ I' - ._ - . __ . - " , . _ . . . . - . . . . .
. .
tos ficariam acessivei ..::· para tod os graca s ao merca ...._.• - . ' :1 r _ . .' ' ," . : " _.= _' 1 r : !: : I. - .,., ' I ._ _~ - ' • , ~ .
do; no caminho socialista, a maquina do Estado IC . IO-
t ' . ' . ' . ~ ~ , I " " ~iocana a economra, ,a ciencra e a.tecno ogta a servico
d dO < " \ d d d I ~.. d.O a ten: ".rmento a ,' le ,m . an • .a ·· - la POP IU a g a I D . , lmpon,c- 1 0 1a
· ld d · ~ b ~ D '• ~ _ • • ,_. J ,' . '. :- .- ' - . • I •: • ' , _ ' • " . " : . . • • ' : - • • . •- . " . ' ,." - . - , , ,l,gua__.:a~_eocral no aC lesso aos '..e.ns e se rv ,~< ;,os ,. _ uas, .- "" " + '- b ...." d 1 · '
d : (-Ol po s tc ; oe s q u e nao resistern a, lo·serva.ga.ol,a. rea 1, -
lade I C ~ ' O : ,n"strufd .a: " n o se cu lo X X , : ' ~':. ~ _ ' " . , : J [ . _ " , . ' " . ' . : . , ' _ " '" , " , ~ .: " ' _ ,
A e c om o , 1 1 1 " ia n a o d.. ~ s ~ , p · · . ~ . ' o . · ~ i l ere re c u rs o ' , ' , S " " n eturais...',e". . ' . , W _ " _ . . . . . . ' . . J f J . _ . . _ _ ' . , _ ' . ' . . . . ' , . . . ' _ '_ ' .
'ir ianceiros para atender a.todos, a Terra nao suporta_ . ,. b '· ' ~ h -ow . d 1 . : - , - .. " . . , . . • , ~ = -.-.-. d '.,".::.:. .~.::.' -·t· r _ . .: """IS, , · l l . oes :.,epessoas Vlven.~o e consurnmco a..e os
.-) O a no s d e' idade, corn acesso a05, biens e services da
. . .'I] ., •• 1
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1 1 2 0- i Ed .,.que e~UCaC10n tsmo 1 13
.' d l~ ' P " " ; - ' f i " " - :parte nca oa p'o'p'u.,a<;;ao,~orSS0', e nao apenas por ra....
'to o r e s p.IO · " ' , ,' I " lF t , ~ c : · , O . ~ , ' S · : · a ' V ~ '-elo, , , c · ·id•a , "ide i C . - _ ' O · : - : - : m q•: e a > - 'brecha dia de-_..... . , . .-. "" " :,,! I . :: .. -1 Il . _ .' " .~ ., t I - . . . . ! .... J " :. • _', ' ~ , • • ,,', • • •• ' •• , • '," _ ", '. - :: '" • _ _ •• _" • ,", " • •• • " '_ ,'_._ •
- .'~ : ' , 'd, '. :.d e , . . II,J.· ,.. f . .",",.~""d";, ,,- .. ,~t cid ' :. d::- , , .-« " " 1 1 " , ' "slgua,Jl_a,e s e a rn ,p ,H a e lllalor ...,0 que a ve,~,OCl.a "e co,m
qU ' e ·a ·'so irn :. d' 0 · : ' · ' - s · ~ · ·ben e · , , · , · · J : 1 1 < C ' · · '' 1 " 0 , " ' - ' s -d ' tecnica e~ ' i s t r i b u i d ia Os. _ _ : !_ l , , _ , , . . ' _ . l - -' 0' . : . . . .. • 111
.: : __ " ._ " , " , '_ : - . . . , W , . . : . + =. -
limites ecologicos, par si , vao forcar 0- aumento da de-
sigualdade. exigir exclusao social. Como se houvesse
u rn " . . ..' . a : . " a r . . ' . l : 't " ~ m " ' · '. ' · , e . , f t · · · ' / c · . : · - a - · C " , ' I ~ V : " · ' I , ; ' .I " l / z ' , ~ , a : : t•.Q , ' r " I : + Q ' , · * U · , ' r n ' : a - - . S · _ , : , ' , o , ' m - · ' ·a , I .d : · "e . · · . · ' , r , ', e : · " . , "C · · . - u l · , r l - s _ . · , 'O · · · · · · · · · s · · · · ,, _ '_ , _ _ I , _ l~ • ,_ ~ _ . I . __ _ _ ~_ • + . . '. - . . . . = .. ~ - . . - - .- ...
que.-.:,···· ::a 70 · · · · d ! ' 1 ~m'. 1: n 'U I~n':'· . ' . . c 0 " . . •n f0- ' ,·r·m e ' 0 ', . . , pro · · 'c " e · ' , .' s · · · · s o : p ro d utivo. ' _ ' .. • . _ ' ,_ " .lI ., ..... , , ' ." , . 1 , . " 11,le '.' ....'_~ _0 _ : ' .~ . . . ' .. ' .. ' "
aumenta elimina uma parte da populacao como forma
d e manter ,0' equilfbrio.0espaco terrestre e pequeno
para atender a demanda de todos as seres human os, a
rn - l · g · . · · ~.racao ....:0 ,' e space',.,.,i de r al e imp o s s i v e l proxima mnen-' I ' _ , . : , : . _ . , ' " . . : ' . , " ' " " , . , I " ' . . : ' ' ' . : _ _ : __ . ' ~ .. : : . . _ '" . , . , . 1 , . . ,I -_ . -_ ,
t e : ' 0 · · · · · :. . • . .a m i n h '0 '· " , q "" -: "U " re estei s e n d · · 0 · · . . : s e g u i d o l e v a a \ pu.r · ~ , a - : - :.:. _'. , ., ,' '_"". , ' v "" · c . ' . , ' I _ . , . _ . . . ' = _ , : , ' , 1 . , ,' ' . i l l . ' , . ' , . , ' " " " " . , . . ' , ' ." ,
simples exclusao, facilitada pela diferenciacao biologi-
ca que 0avanco tecnico ja esta permitindo ..
Nas ultirnas decades, 0 sistema econornico
evoluiu no sentido de transformer a desigualdade em
apartaciio - 0apartheid social. Os rices sao protegi-
dos nos cond ..ominios e shopping centers, enquanto os
pobres sao abandonados nas invasoes sem .agua, sern
luz, sem emprego. Porque naa atendem aos requisi-
tos e nao cabem no padrao de consumo do neolibe~.~~, d d ' · 'd d 'r ,aHs:nno ,e . · ·.. a super'moC. ,e,rnt :a, __e.
Tanto quanto 0 arianismo desprezava iOS 'n,ao-·,"
. rianos no regime nazista e 0regime branco da Africa
do Sui desprezava as negros no regime do apartheid;
a econornicismo despreza os pobres sem formacao
- ecnica ,e ·sem u til id ad e produtiva; e" -m"' ' C · , , , 0 - ' nsequen-, ,. , ' , , , . " . " . ., . .. ,. .. . ". . " '_ " . ' , -- ". ..., ' " " :-. ,
. .
, d d D ' n ' - 'I ,-. : '.. , '''.' .""" , .. ". ,", . ':. ... ".."." .". . I " " . . . " - . , : , : . . . . , . . ,c' . . ' - . . : " . ' , .era, sem po e r e e compra. -a mesma rorma corno
o stalinismo prendia os que nao the Interessavam no..' ,,/. G l * lh d 1 ;S · :b ' + '1 "b
rqufpe',og'o'- 'u', log espamaoc peia oioena, 0neo roe-ralismo confine os pobres ern urn verdadeiro gulag
l iberal " espalhado pelo globe. Presos na miseria, rnes-
~ ~ ' 0 '" se 'IIfiI""l g - ra d-0s.l~.. ' _ : : : : . I I ! . l . I t - , . .: _ " II i ; ; " . . . _ : _ ' ~ ,
A d.iferenca ~ , q - I U ' re antes 'n-~o:'·':e dispu mha d. la,,' '" " ~ .. v ,'".'., '. ., "...: ".:' . ". " I ' . : _J -_
biotecnologia e da engenharia genetica para quebrarb i c . .~ · · - ·. · -. -: .- ·~ · =, ·: :- . ,: ." ,- "" rt.-' ( ·, : ·· a . . ' ; ... . ,, - ' , . . , - t'"' 1 · . - " " t '" 1 " ) : . ' . " . . . , . , l · h ' · - . ' , . :roiogrcamen .ellS~,lca e mte ecruan a serne nanca
I. .ntre os seres humanos. Por rneio do avanco tecnico
. humanidade carninha a passos rapidos para trans-
forrnar a ap.artacao em uma quebra do...sentirnentoI ' - • . - . . ._ 'Y' ," ",' I ~ . , , - . ._ " " . ' . _ . " : ~ . , .
1 ' 1 8 ' semelhanca entre cs seres humanos, tanto pe lo
"umento da brecha social e cultural, cornotambem
cor urna possivel mutacao biologica induzida a favor
-[aqueles que podem adquirir os services do avanco
I. L.biotecnologia, da genetica e da medicina. Seria 0
II " a · · · , ; o · · . · · · . r · d ' " : : ' J e ·, , t l o - · · d · '· . Q · · · - · _ ' ., s · - -· · 0 · · · · ·· . . < : r · · e , : " , t · r · · : o · - · " c · · · : e ' · s · · ~ · s - o : _ . , S · , : e ' , " t : . . : l · C · · . · , O ' . . , S ~ , J ' ~ a l J " o · : · · ' c ' . : . ' . o. · . . r : r ' ~ d · · · · o . · · ' s · ' · n " a· ·i,~ , W , . J. ' ",,',," .-__ ' :...-,' , .~ '.'_ 1 . _ : . . , ' . " . ' . ' " , ' . : : " . , 1:- .,. __ " I , ~ , ~ ' . . '_ _ ' . "
111 1 ~ ' S : , t ' : ~ o : ' r ' - ' ~ a : : : " 'a < - h , -'.u · ' m ' . " · a · , . ' n ' · . ' · l ~ d · · · ' · a - - · d . - · e · · · M · · · ' u ,; to · · ': ' p ' ;o " " 'r ' d : · : · o : " , q - u e "' : ', 0 ' - '- n " " a " : - " " Z - " " l ~ S " · _ " " "
i ~.",1 , l I l . , , _ ' . " , , , ' . , " ' . " . , . , , , . - ~ , , 0 1 > ,. _ ,: ' _ ~ . :_ ,, ' ' , . ,_ ,] , , : _ , ,' • ' , ~ , : , : " ,_ ., ' . ' . , ,,
. ,.• ' . " 1 1 .
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1 1 4 Cristovam Buarque o que e E,ducacionismo
rna e'0apartheid', porque nao seria perceptive! e por-
tanto aceito, como ja corneca a ser, ao tolerarmos
sem nenhurn constrangimento as irnagens saidas
des campos de concentracao da supermodernidade j
do Gulag l ib era l, onde vive uma imensa parte da po-
pulacao hurnana. Cer tarnente que O 'S regimes nazis-
ta e sovietico n~ol teriarn sobrevivido tanto tempo
se naquela epoca a barbarie Fosse apresentada ao
mundo ern cadeia internacional de televisao. Corne
o apartheid nao resistiu a rnidia internacional. Hoje,
as cenas..··:a barbaridede da m i s e r . .- I · 'a · , : -. · ·a o transrnitidas"_ '," "-" ,!, ." " -::., C 'c , ' 1 : , , : :_,-.:.:1.,:, , W " " " I " .~ ._ _ , I" " """ . , '
disfarceda de nacionnlismo e interesse social; agora I
seriaa dessemelhanca.
Salvo por urnaditadura que provoque a reducaoU"t· o ri t a " 'r "; la " I" 0 ·· · . • ' pa d r , : a - o · , 'de con su me -.:da s c la ss e s med ia s"'.-~~ ". I·, ,,"_ s - •.. .. ... . _ · . ,_· · · · · ,t. ·_· I . l l l l .. · · _ . . _ . _ : - . : . , : - . . " .
'u0mundo, matando a liberdade, so a educacao abrira
uma porta por onde todos poderao passar e formar
" 0 ' ·· < V , " "" 0 " " S ' ,' , ,' " valores etic 0" ' , S o mud . ~ 1 r ·0 : ' , c one.e" I ' · ' t O · · · · de r i q u e z a "• . . . ' . . '. ' , . , . : . : . . ' - ' , ' . . . . . . . . . . _ ; ~ . 1 1 . 1..' . 1 . . UJ .' "._, _-_ ......' '.... - '~J, 1 ' . ' . . . ' .
. reorientar als so'n..os de c'onsu,mo, aceitando a d"e'~....gualdade economica, mas criando urna igualdade
~,dical no acesso a educacao e a :QS bens culturais. 0~
aminho para evitar essa tendencia nao ocorrera pelo
rescimento economico, excludente entre classes e
entre geracoes. A esperance e pela universalizacao e
n ialidade igualitaria da educacao, 0 educacionismo e.altemativa para salvar 0 sentimento de sernelhan-
da especie, irnpedir a barbarie social ja existente da
. - r ta ca o , e · · · · · ·-- ' bar b · · a ' r ; e · - ' " et i c a e "' m " . ' , m · . ' a ' - I' C h·a ' : "I ~ . . . _", ~ _ . _._ _ '. !~._ ' 1 " . . j,- : ", ... l l : _ " , ' . . ' _ .1 ' ,' _ 1 . __ +
ao vivo diante da total indiferenca da parte moderna
d ~ .: r r C,' " . " . . , da d , ; '1 ,- ·.b - · '1 ' , I · ' , t ,~" .' . ' >c _ , serite dI .. : 1 " 1 - - ' , - _.a socteoace giooar porque eta ja se sente oesserne
lh a n te d o s P ·· · Q ,· · , : · - . : · 'b .es e x c l u idos.l l , . ': . _ _ " , . ·c _, , , " , . ' - ·C-" "·. . . I ! . : , ' . ' . I.
A cortina d e ouro q U" e he__je div ide a so C" .iedad e, ': ": -' 1 .: " . :. : , " . ': ', ~ ." . ' ." :" 1 : · _ . . . . : : · : · · . : · · 1 . . · · , · : _ : _ ': - ·· I . :~ . : . I · : · . : . _ . 1 .. . . ' : . . · ~ .. _. . 'i . . · : :: _: ' .: :. } ' > : , : < : . '. : : .: . . : < .' . _ .. : ' : _ _, : . :. [ . : .. . : . . , -. ~, :. . !~'_
h' '. I'd I·'d" bmana em Inc,'Ul -: ,OS e exc..ul·••os , ncos e p1o.•res,
ca::minihia pa.ra sepa ra-los em seres de...semelha n!es" _ - - _ J ,, ' , ' c ' _ - ' ,~", : _ _ - " c ' .: :_ . ' -, . c - " ~ . -" " : - -"J
uma parte humana, outra nao. Na hipermodernida ....de *} as excluidos deixarao d ie ser considerados seres
humanos ..No caso dos nazistas e do regime sul-afri-· . c . ~ "' I- A + d ~ ...... ~ t-
cano, IS,S,O 10'1 consequencia oe uma postcao racrs .a,
disfarcada d ie nacionalisrno e interesse economico:
no caso do stalinismc, foi uma posicao totalitaria
••- . - . ' • .'. " - " " - -- "
. ,...
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·'
Quando os feudos e principados da Europa
I~,'.'; aglutinados nas modernas nacoes que hoje
I onstit ..uem aquele continente, as arrnas rnilitares
is artirnanhas politicas conseguiram definir as
I,I, nteira.:geograficas nacionais, unificar a bandeira
.scolher 0 hino nacional cornum, corn idiornas e
" ' :' :' ,t u m "i e , ' S , . separ a :'d 0 ' ' I S , F ! 'o i a :- es C ' : ' O ' Ia que tra nsfo . r r n o u, ' " , ' " "" ' ' ' " " @ , - , W , ' , ' , ' ,,:ce' L __ I " " ' , ' , " " " J ( " , W , , W , J ll , , '_ '
,......eiras, bandeiras, hinos e acordos politicos em
'I : coes, porque fbi nes escolas 'que as novas gera-
~ doui ' " d ' dces aoqumram urn 1 ,' rorna cornum, apren ierarn
01 " , . ' .. ,. bietiusona cornum, constrtuiram o )etlvos, comuns,
, , 1 - ,r'am 'urn P"OVOI . Nao fosse a universalizacao da
'...a~ao em. nfveI nacional e seguindo padroes na~
I ~ 'I ' ais, a Franca, e ltalia e a Alernanha nao teriarn
a
• ••
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. 1 1 8 Cristovam Buarque
5e forrnado corno nacoes, povos ag'utinados gracas
liescola onde seus filhos estudavam.
Os exercitos podern impor unidade, mas nlao
for r na m um a nacao. N a I talia , 0 papel do exercito
foi fundamentel na fundacao da republica, mas sua
rneior contribuicao na construcao do, espirito nacio-
nal foi ter ajudado a espalhar a lingua italiana como
idiorna integrador entre os jovens. A economia nao 'e ·
capaz de forrnar urna nacao, porque ela S O l distribui
renda e bens materiais ~ de forma desigual - e nao
aglutina urn espfrito nacional, Mesmo grupos sociais
que nao estao ligados pelo territorio podem fazer
urna nacao, como aconteceu com 0 povo judeu de-
pois da diaspora, gracas ao valor dado a educacao.
o Brasil ainda nao e uma nacao, porque ainda
ni io a '- 'const ruirno " S ' " n a - ' escola ...S · · . - ' e. 'm··.· ' U . : , ' f f i r - ' , a · e ~ - .s } c ·..ola i g u a l'. .... . "_,, . , !I.l I 1.. . _- ..' .. .. .'. ,_ . ',. , o W . _. ' _ ' J
para todos, 1 0 Brasil nao tern futuro como nacao. Em
urn pals tao dividido, manter a educacao municipali-d,.t:. .. ,,' d 'za .a e 1azer 0percurso contrano ,-OS parses europeus.
S e n,aa fosse a invencao do radio e I d a televisao e suas
cadeias nacionais, 0idioma portugues ja nao seria 0
mesmo para todos os brasileiros, porque os educados
falam urn portugues diferente daqueles sem educa-- b 'm F .. iti t - n t "cao, no vocar urano, na gramatica e na surcaxe,
II
A prisao obtuse ao economicismo e a luta de. ~ l' dei d- - . . . : - -1 " . . . . . , . . - . . - . . . ='.. ~ . -. :. ." . ,--: ' '. . , , .'" .-e ,z c om que o s S , OIC la lstas ceixassem ....e v e r os
I ' . . blernas especfficos das minorias, Para a Ifciencia"
, . - . . . . 1 " .. : . . t o d a d. ' inarn i c a s : : o : ' - ·.. .ial deveria s··e····,r·'' : o : ' r u:I m " : ' a - c:'I I . . ., . 1 _ ' . . . . . . _ ' , . . ' ,I _ ,I, J I . , . _ . . - . . :_ : . - . ' . ' ' : . " ' , _ . . .; 1 _ .".. _ . . . I , . . ,. , . ' C C '
.V I I I ,-0 de classes no espaco da economia. Essa
- ~ ~ d d ~ b 1( :.,0 reso..ve, r la toe as 05 .. .. .e :ma lS p,ro:.· emas,~
.•.....istorica opressao a s rnulheres era vista
' . 1_ consequen cia d•a exc , w u · s : a ~ o · · . - : · · delas do m.ercado. - • • , • . ~ ' • _ • J • 1 = . " " . ' ' . • • • •' • : • _.' ., • ' .:
... Iho: abrindo-se 0mercado para elas, desapa-
I t : m chisrno. Os preconceitos e as disputas
~ 1 1 1 , [ I I l . - : ' i o e s , erarn vistos como resultado do cbs-
I I, I, Iisr ro da espiri tualidade: com 0 avanco revo-
I I ' ,J I,·· na economia, 0materialismo dominaria 0
_ ' U J n :'-IO~ fazendo obsoletas todas as re-
•••.• •
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1 2 ' 0 Cristovam Buarque O I Ed ...que e s.: ucacionismo 1 2 1
, ."rnbern se r e o . ..co...hece , 0 ' : - : : , d e c ' ireito.'e ate a n.eces sida d · - · I D• _ • . " , " ~. . _ • , • . • • . ". ", . ' - - . _ o' • ". v
espiritualidade, inclusive religiose.
A unica forma de construir 0 progresso co'm~ d ' ~ d d ,. ;. , ~
I , . ' . : . . ·:~t,o'os dirertos c e cac a rrunor a e urna revoiu-
~ educacionista capaz de assegurar 0conhecimen-
'-.l .....essario para fazer a opcao e a defesa ,d.e direi....
'-:·..ais a, todos: uma educacao liber taria para. to-
I~ re speitando e prornovendo a diversidade como
f " '_',~\.ado i, d e riqueza civi izatoria.
ligioes. Os preconceitos contra 0 homossexualismo
foram comuns em todos 0:5 estados socialistas, sem
.. ificati 1 d d + d " 'd ' dusti .cativas, sarvo a aeu rn eSVlO, a rnecra c0 corn-
portamento da massa.
Com uma arrogancia igual a do capitalisrno,
0-socialism 1 0 " : ' considero..:u·,que a :' diversidad te c.ultural. . .~ =_. I. .:..: I .. '. _ . .:_ . . . . _ _ ' I: . I. . . J . _ _ . " .
e a S · · · e spiecif c.id.a.de.s et nica s dlev.·e·". ia I T } ' - ' C " ' I ser su pera dlas' l . ' . ._ • . _ . : . _ . . 1 . ·1. ' .. ' ' ' 1 . . ' _. _ . ' . . _ " ~ . : : _ . . " . . : . _ .
. .
naturalmente, porque, na visao socialista, a Europa
repre sen itava urn estegio 0: -bjetivam ente superior de" . . ' . . .. . I ', ' . ' . : : ' ' _ : '. , " ' . . ' _ :_ _ I . " : I " " . " : _ ' .! :__I , ' . . ' r " .. " ", " . [ , , ' ,' ..
" . "
desenvolvirnento, ern direcao ao qual todas a.: de-
1 1 1 -·"·=is s.·:·o..ciedades cam inh .ava m. Par a M····:··a.rx e tod tos os• _ ' _ _ j • ' • • _ ~ , w . . , . . . . . ' . . . ' . _ ' _ ' , " _ . ' . .
rnar x i s t a s 0 · · . . s I T l 'node..·· · , d ' e ' - " ' p r o ' ' : d ' , 'U I . r ' a - ' 0 " - ' , asiatic O · · · I S : · 1 0 ' · U q ' ' ' :ual-Il . ! I I . J i. . . . " . , . . _ . . _ . . _ ' ' ' ' " S ' '····l . c .. ". '.': .' .'.:_: . _ . ":_::.
.. .
d· d - ,quer outro [ everiarn ser supera. os, sem concessao a
manutencao ,d.e·tatus' IqU',OI cultural ..
O d ~ i 1 ~ . - - . " d di id_ munc 0 eVO~.U.lna va lorizacao '..a .;iversida-
d : . ' . Defer d ' ' . ' - . - . .' , . - . " " ': -d - . .d . ' d " · · 1 ·· · ··t:· .' --., ' f i : ' d : - 'e..... elen 'e'~se a necessioace ...a..uta espe'C.l Ica.·as
mulh ere s .. p orq ue 0 : - ' " s..ociali.. rno.... m ' · ' · e " ; · s · ' · I T 1 · · · I O · - · , a's···~rata n..do.. .: -J _.) j..._ ........ '. ....._. '. .' ., '-.'..... .• '-_:'-..-. ..' , .... '
lh d .. '1 '', " !'Si' i
b 'me .I~orr0que 0 caprta rsmo, nao conseguiu queorar
domina ~ d hi d s: d "pre orrunancia .'~0mac usmo: ·cerenc ..e-se a opcao
1 d i ., id ,jsexuai como, urn direrto a se·r conseguido por meres
diferentes da luta de classes e da revolucao na eco-... ' . . _' .... .. '.... '. . _ , . ' " . ~ _-, . " "
nornia, ate mesmo porque essas revolucoes terrnina-
ram sendo mais preconceituosas do que ,0 capitalis-
ITlO" defende-se a necessid ade d e respe ito a'·d.diversi-... I . : .. .. " . . ~ 'I. 1 . : . . : . _" . . .• . . . . . . . ~ . . . . . . . . . . • . ' _ . . . ' . . . . I i.. ' . , . .... ' ,_ , .- • . '
dade cultural e etnica, rnesmo em Ul11 mundo global:
. . . . . ., , .• ••
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. _\
)
/
1 'r ucador e 0 profissional que dentro de uma
.'.sa suas habilidades 'P " edagogicas e interage com.... " -. . '_ .. '_. '. ,. _ . I. , . _ . '., .. ~ .. .= c- '. ". :.:_ _: , .:;;, . ., 1 _ _ . ' . . " " ' . . .; _ _ . , ' . "
lur os, na tarefa de transmitir e criar novos cOlnh,e-
.~"entos De acordo corn 0" dicionario Houaiss, a11 I . ' . j> . . . _ . ' . • • . _ I . . . ' , . . . I J . . . . _ _ . . , . . . , . , . . . :
~ d d ,. . J C • ~ d A. I V 'Ia e a uc ac Q I.r SOltor incorporac a ao portugues
" '" < : ' . 1 3 ' 1 , A · · · · · · ':t P l~alavras educa...ionismo e e d u c a c io . .!nis,.... 1 . _ . . . I _ " . .. .._ . '. -.. .. .. .. . . ._ .._.. .. ..
i n da nfio estao como verbetes ,d.osdicionarios.
Ed d d f id ,,'. ... , : : : : " .- . ' ", _ " - . . - , . ' '= . " " ' " - . ' . - C " . . : - I ' " ' .lucacrornsta pooe ser .... '.InL~,O'corno que,. ·d' '. d d "'.. '". - " ' I •o , . <. '1 - : .--: ., . •• ' -. 1 ' . • _- ~ . - ' " . • : • , _ . :: - " • ' . ' . • • • , - • • " : : - . " ' . '
~I,: I t idar io do e , = _ ·u c a · cmo n J smo " que', po,r sua ve 'z "
I ser definido como "a doutrina que poe a edu-_ I d lid d . d d- , ' . ' ' " . . . . . - - : . . . . . . ' - . - = . . . . . , . ' . ' . . . - . . . - ' . . . . . . . . . . . : . . . . . : . . . . . . . . - . . . . . . . . ' . . ' - . - ' . . . . . . . : . " - I .
·,.··.0 ':_ .e quancac e para t;QQIS ICQ,mIQ 0 vetor oa
co .strucao d,a utopia civilizatoria, 0 indicador da
.' aueza de urn povo e 0caminho para construir a
I ld d d id dl , - J U I ~ ' : _ , ~ .ace :-e oportunx iac es.. ,_
a .' . , . , ' -
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1 2 4 Cristovam Buarque o que e Educacionismo 1.2,5
I ,1- 5, as p antas e os animais s~ransformam nos
" t ' , .s numanos e seus produtos; IV) organizar-se para
1 ar a indignacao como forma de rebelar-se e lutar
I U " " udar a realidade; V) gra<;as a sua formacao, in-
'." , r se no processo produtivo, como agente trans-
~', ", dar pelo trabalho, e obter 0 reconhecimento
I)" 'co gragas a sua producao: VI) reciclar-se perma-
1 I,'ernente, sem preconceitos e sobretudo sabendo,. ' ,,' '_ 0 ajustar seu conhecimento a s novas ofertas de
dl mbramento e a s novas necessidades de trabalho
, , I It's do mundo; VII) construir, divu 'gare consoHdar
, I ' . " nova etica de respeito a natureza e de solida-
I' dade entre todos os seres humanos: VIII) perceber
, v 'lor e sentir cornprornisso com a guarda dos pa-
1' 1 aios herdados, naturais ou artificiais, materiais
I i i ' - ateriais, e com a amcliacao desses patrimonies
ere as geracoes futuras; IX) buscar exercer sua pr6-
,' j . . . liberdade e lutar para que todos tenham direito
o exercicio da liberdade: X) integrar-se nao apenas, be daos que vivem ao seu redor, mas tam em a todos os
idadaos do mundo, em urn processo de globalizaca o
. ue va alem da economic, integre as seres humanos
em uma irnensa conexao universal, para 0 que sera
fundamental conhecer idiomas e tecnicas de informa-
tica, mas tambern os produtos da culture universal.
0- d d ' d ,_.' d lid d d.u c a c ' [Q ! rcria a , e : u ca ca o [.'_e qua 1' , a ie , den-
d la d i d ~ .' Iro "a saia ce au"a, 0 educaciorusta 'uta para que a
d Pi! d lid d h d Ed .~:"I .- . . " . < ~ . . : . : . ' : " , . , _ . . . " . . : " : , " 1 , .~~ l" -, J ';' ':.:, " • • , ,-: .< I I . . ' • ' : I ' -~ I , " ". ~ , J ' [ .e ucacao .c e qua icac e c iegue a to, _I OS~ oucacro
nista , e ,0 militante que luta politicamente para que
os educadores disponham dos recursos necessariosted tenh '" d ,_ara que to ",o's t,en -,arn acesso a ec ucacao com [a
maxima qua l i d a d e .
G ed ~ ~ ,., .' J " " " "
d d_ educacionista ve a universahzacao ca e, ...ca-'- d f d d ,. 1. ' • i- ... " ' - I 1 - - : : " ' , " " " 1- c . ' > '. . , . .e '.'.,',,: ,'- '. ,~ " ' , " ' 1 , . ' 1 - . . 1" -c a o em todas a s , suas ases, _ese a rnatricu aJ. 'mas
tambem considera a assistencia, a frequencia, a per-
rnanencia a-con clu sao 0 " aprov....itamiento ,0 · apre nI d · . · · : ' l . ~'_ , _ ' w . - , " . . • " , i l l " - ..c: ' , " ', . ", I . _ 1 I~, ', .., " _ _ ,
zado e a , continuidade. 0 obietivo e a uruversalizacaod lid d ~ ~ ted dquan ace equivalente para to•.OS, todo 0' tempo e
s ern 'p 're a -prendendo. . , " - , ' . _ 1 ': . : , ' : ' ' I , , ," I: : i i ' , ', ,' 'I'
P " d -- id ~. dI' ara 1550; a , er ucacao tera de ester srntomzada
com os valores do futuro, fazendo evancar 0 conhe-
crmento que perrnite desenvolver em cada pessoa as
sesuintes capacidades de: )'deslurnbrar-se diante das',b " ,,-'".-:-."" .,'-''':::'".,. . '.",,..... .. :.:,...,'-,!. -, ., : , , ' , ' - .. l , I I ' . , ' , c ,'" .'
belezas e das verdades que 0mundo oferece pelas ar-tes, literatura, filosofia, aventura, turismo e outras for-
mas de lazer criativo: '1 '1)indignar-se diante do mundo
atual cheio de contradicoes, injusticas e ineficiencias.
especialrnente a desigualdade social e a depredacao
arnbiental: .II)entender a logica de como fun,ciona a
re alid a :d e f l ' , ' I ' · S · , · l " ' , C " ' ·a ! 'e s ' [ 0 ,' ' : , cia l d : , 0 , ' , mu .'n "d ," , a logica da s C - ' O = isa S · ~ · ·. . . - : ' , '" . , . , ' _ ' _ . , - ' - ~' , . . , . . ' - : ' " , ' " . I I : J ! , [ '- ' ' _ " " " . " ' . ' " , 1' " '. ,._ _ .:.- ' " . ' " ' , . I I l , , ' , .
d fisi 'J' r" d d " ]. .. • ' : .. ' " I ' . ' I . ~ -_ " - " .. : ' -: . : " ._,", , , .. ! , .: I : j (' ", . ". " . I ' . , . - , _ ' = , : ' , '. [: . , . . . " . . " ': ' , '. "no rnun ,0 . ,~SICOe a "oglc"a .. ,O rnun 10 socia ','como as
••.,'. III, '•" ..
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. 1 2 6I·,
•Da rnesrna forma que no desenvolvimento
econornico 0 economista 0 engenheiro e ooperario
sao " · 0 ' · · s p rin cipais agen te S ' : ' no edu C, " a,,'"1 · 0 , mism 0 ' - -" ; 0 ' - '" 'C ' .entr !O ' ' : ' 1_ _ _ _ " "I,., i,·· . l I ! . " . ' : ' , , " , " , 1 "_ . . , "_ _ ," _ __ "_ ._ ~_ .1_ 1 . . : : " ~ : .. _ .: ._ ,' . I. , " _ ,. I. ' ,'
e toda a populacao vivendo urn processo de forma- \
~ao permanents, da qual 0professor e0aluno sao os
principals agentes. Claro que eles nao poderao fun-
cionar sern as demais profissoes, que constroem as
ba seS , , "
rn a rte ria is e inte"elec, , : , t , " ' U "
ta1 " ' S :
d0 : ' : : '
proc esso ""ed U " C ' "'a:', t ' I " ' V :: - ' 0 ' ' : ',
.. . , " .: ' . . , ' , -, , ' , . . ' ~ [ _ . J l . , ' .. . .: · . . i l l : _ _ . . " ' ' : . ' . ' "V ~" .' '.'.._._.~': ....•
Prisioneiro de logica da economia e da pro-
priedade, 0 socialisrno considera escola publica si-
nonirno de escola estatal. A caracterfstica publica
v ir ia d a propriedade estatal dosequipamentos e do
ratamento dos professores e servidores como fun-
ionarios publicos: enquanto a escola privada seria
I
lefin ida por ter seus equiparnentos com donos par-" ". . 1
I.')... . '.,, ..:. .._. .' _ . . ~ ". • " _ . _ . , ... _ . ' , _. '. _ '. . . . • _ ." . •. ., : . ,
I . . . . " . . . . ., ._ ' ,
· iculares que seriam tambem os patr6es dos profes-
sores e servidores.
o €'d.ucacionis,m,Q poe 0 conceito de escola
" c ' ~ , b l i c , a conforrne a qualidade do ensino e a. quem aI . ,
" . . . . . . . A " 1 I" r b l ' . d £:~orrnacao serve. ',.:.esco a e pu .•' rca quanc 0 orerece
I ·m ensino de qualidade acessfvel a todos, indepen-
I lentern..ente d a rend la,'d . a familia e d.." 0 10 < . ca l onde vive_ .',,' . _ _ .- . . " .. . · _ c _ 1L . . 1 1 _ ._ / ~..... '., _.. ....., ..
.•,, ,.. - , ',
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Cristovam Buaroue O 'Ed·'ue e .~.... ,l C. QC ~0n l S rno 129
o aluno. Quando os professores nao sao preparados
d 1. - .
e dedicados e IDS alunos nao apren ern, a esco a nao
e publica, mesmo que seja estatal e gratuita. Por isso,
salvo poucas excecoes, de escolas federais, nao ha
escola publica no Brasil: existern escolas pertencen-
tes aosestados e municfpios, mas sem a qualidade
id d ib l: G 'ecessaria para serern consroeraoas puoncas.xoran-. ~ 1
de parte delas sao restaurantes-rrurms poputares: ascriancas so frequentam ate a hera ciamerenda,
Obviamente, uma escola C'OITI qualidade, ern
que as alunos sao selecionados, direta ou indireta-
mente, conforme a renda da familia, tambern nao epublica. Mas uma escola mantida per um particular,
Pes so..a 0" - ' c : ' u ernpresa 0 ··. .nde 0 ensino e ' de qualidade e_ . ... " _ : : " : : '= ' . ' . ._ _ _ _ :_ , '_ - ' " c . " " . . _ _ _ _ - - , - ,
os alunos sao escolhidos no publico, sern importar
d d ' l - " b d d - .... '. .-',"nsalid des, reo .a 1 - l i , O , S palSjt .•.eraoos ..•e pagar rnensanoa. ies,
e uma escola publica. Alern de publicas, par serern
gratuitas para alunos escolhidos publicarnente, as es-
. " · 1 " . . . . . id - ,. , . , . " " 1 - " '~ ": mdacao B ra d e s ', - ~ o · · · · f e d e r a i sOlas mantrdes p'e , a , un"agao ..a l .. .l es co s , a, .: c.11 - . . • . , . , '<"-}
lid d d. . 1 '
..' ' ' " . s= .. ' " - ' - - ~ .: 1 -"1 '----: :' ', -' , -: ~c' - : -~I .. """ - .-, ,--- . ~ : , : -- - -: : -'1 . - '-, - : " - . _ . : , -- . - "porque oferecern 0mesrno padrao de qualida s.. e, ..e
equipamentos, de formacao, dedicacao e rernunera-~ "
gao dos professores e servidores, em todas as suas
d '1" '. b' " I ' .unidades em qualq uer parte ,0 territorio brasileiro." '
- . las oub l iarnbern podem ser consideradas escoras PUll-
cas aquelas financiadas com recursos do Estado, que
asseguram a gratuidade e sao adrninistradas per pais,
professores O IU entidades paraestatais, como e 0 case
:0Colegio do Sese, em .Jacarepagua, Rio de .laneiro,
Embora adrnirustrada privadamente pelas regras do
Sese, com recursos de origem estatal, ela e publicaporque oferece urna qualidade compatfvel a s melhoresscolas dos rnais avancados paises do mundo.
No caso do Brasil, ,abusca da educacao de qua-
l i dade para todos exige tratar 0 sistema educacional
como urn compromisso nacional. A execucao Idarevo-
.'Jigao pela educacao jamais sera feita se deixada sob a
I...ponsabilidade de municipios e estados, pobres e de-
i" uais entre eles. Por i .SSQ" 0'educacionismo defende a
" derelizacao da educacao de base como aunica forma
. I construir u rna quat id ade hornogenea, padronizando
1 1' . ciortalmente a carreira do professor, seu salario, sua
l ..' ~ t a o ~ua selecao, a qualidade dos equipamentos
d ,... rd $ ' b ,, " '. . d ' · r' . , ,"gOg1C'OS e Q I conteuco rrurnrno oasico ern cac a se-
I I ' : A · · · · · · · · · · · · · · · o · · - - · · ·.. · · - · · s ~ , f " ' ! F " ' I I · O ~. tem p o .. . . d e .. .in in d o u r n a Lei d .' e . · ' Metasll I ' , I , '. ·.1 11. ... ,'. ~ '.,. ." ... .'. _ "~_i . .
[ ..icacionais, a serem curnpridas anualmente por
_ d · ente federativo, e uma Lei de Responsabilidade
~'.ucacional, a ser cumprida por cada dirigente publi-
., Isso n3 .0 pede, entretanto, significar centralizacao
I Iencial nem uma ditadura de rnetodos pedagogicos.
. . . . . S is t e m . a - N a c i o n a l d · e ·E d u c a c a o B asica dev - e ser' r : · - - e · - , s - - - ·. . .. - . - I t '" . . . : - 1 . - . ' , ' . - _ . . " , : , ~ " . . . 1 : : _- _ I . _ . _ _, 1 . . _ .. .. :_ ~. : _ _ I .. . . . ' - , ' ~ _ - I' . ' . J ' _ . \ -- _ :_. - . _: . '_.
I ' - , sabilidade federal com descentralizacao gerencial e
a · . rdade pedagogica, As classes medias e altas enten-
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1 30 Cristovam Buarque
derarn isso e conseguiram criar redes de escolas com 0'
mesmo padrao, espalhadas por todo 0territorio b asi-
leiro: sao escolas priva das federais", de elevado custo, a.~ d .. ., .. ...~.,d
servico oas nunonas privilegia ••as.
S d. , . ) . ' .., . . . . . . -: _ .. ... ' :" '[ . :.... . . "" . ' . " ' . . ':..- '. .- ~ . " " . . ' . " ~..
Ie .'Ientre de urn, pais com a desigualdade ~n,-ter '-'d I , B ' ' , ' , , -" [ ' - e d '. '.~ ._ ' " ' . c l l
' . . ' . .. . • " . , . - . - - b , "erna ,0 srasi a e.rucacao :__ve ser urna response _ 1 E 3
lidade federal, no mundo global ela deve ser uma res-
ponsabilidade rnundial j A partir da Segunda Guerra,
o desenvolvimento econornico fo i in..duzido em todo
d 1· . . . . . . -
'0 m u n 0' p ie , o ,srnurtos orgarnsmos internacionais vo l~
t,id '.--:' ,,:-.,-, . , . - - t, ~ ".. 0 " " , M " ' : C ' " F M ' '1 B - · · ' · dla i os p 'a ra . a , ec.onOn1~.a,~-alScomo·, ....v ,_ ', ! rvt. ,·lr':. ,
O~ ' T . · Un: _I d : d - b ..; d;.'.nctac as '"fversos : - , " , a n c o s re,gllol, n . a i S I: ., e ' desen-
volvimento, como 0BID, e asComissoes Regionais,[ C ': " 'Q " m "o ' , . C ' :- , : : : · , = ' · 1 0 - '· , . .· , ', l t a d , c · . · . " . . e ' , t " " , , ' ,.'._ •. I' .. , a · ·:.· ep a'. '- . re 's u ·.a_ Io , lOll. u r n . e X l .O . n , a , s t e xa s n,a-
cionais de crescirnento ern quase todos [aspaises, po-," d - b hadadem raramente corn rec .ul~aona brecl ia da desigual-
dade social e com urn fracasso social e ecologico.
Apes 0 fracasso da civilizacao industrial, 10
rnundo do seculo XXJ ,. para tratar ,a humanidadec. -r : d lhomo uma ~arruua oe seres seme hantes, devera ,as-
sumir a responsabilidade global pela execucao de urn
imenso programa mundial de educacao. Nesse ce-
nario, a Unesco pode ser a agencia internacional do
futuro educacionista
Cada epoca tern suas profissoes mais respeita-
" . No Egito antigo, eram os sacerdotes, os guer
: ' _ os construtores de templos e piramides; na
. Media, eram os prfncipes os guerreiros e os
.s: na sociedade moderna, sao os engenheiros,
~...icmistas, os empresarios: no; educacionismo,
ipal profissao sera dos professores e de todos, I II,. '.' envolvidos no processo de formacao educa-
,.
III, L - , .claro que nao se faz educacao sem rnedi-
h " r •
I, I mgen etros, ernpresarios e todas as profissoes,
difere ..rtemente da modernidade econornica,
, I, " essas profissoes eram 0 centro e 0professor
I u io , no educacionisrno e 0professor que repre-
I. '.principal atividade vinculada ao progresso .
.• .•••
'.•• ••
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Cristovam Buarque O , · · · J ! " E ' d " · ' , · . , , ; ; .. " . .que e ' ' ucacronlsmo l33
A revolucao industrial, colocando 0 professor
como urn simples auxiliar secundario do processo
civilizatorio, abandonou os professores e levou-os ap.•.rdla da :'a •u to-es t im a··~ -,· ·· .· . '. profes so· · · , r se C , · · ' O . , · irpo..rativizou.. . .' . ' , ' . . _ . _ _ . . , ~ , _ . _ . 1 ~ . . , . ~ , " . _ _ _ , ' , ,, '
muitos colocaram a defesa de sua sobrevivencia an . ...
t d d,_ ,_ d d ~ d "
c ' e s ! _ "a,e,ucag,ao: s,aoe .. c a : c . ' o r ' e ' s , mas nao e- u.cacl-o.....
nistas, Como os medicos que atendiam os escravos
cuidando deles, mas sern lutar pela abolicao.A revclucao educacionista, ao colocar 0profes-
S,Q,rcorn ..o a vetor central do, progresso, vai garantir
as condicoes de trabalho que 0 professor rnerece e
precise. Em compensacao, vai exigir dele formacao,
dedicacao e garantia de resultados. Se a educacao eim ' - : ' - ' P ' - - ·o- irta.n te a :· S : · ' O · · " ' · . ' C · · .ie..·. · ,a,de..'e 0 ' . ' : . ' gov.....· · · · r · · · ' n · · 0 ' . ' " nao p · - C · • • •.de rn ser' ' ' . ' . , I , - , : '_ ' _ : ._ :__ _ . . _ " - " . '. _ ' _ , ' _ _ .ee __: ' '_ , ' ' . ' _ ' . ',,' , i ' ' . 1l 1 .' _.
tolerantes com os professores despreparados ou que
nao curnpram com suas fungoes. Se a educacao tern
valor, ela e todos seus participantes, inclusive os alu-
nos, famflias, midia, governos, tern de ser avaliados.
q U I re d ,e~·ond licoes p a r a q 'U' e e , · · ' -: ·l e· · - ;·' rs e ' t o " ' : -, d ,0 · · · · · " : ,0· : . - · · · s · : - - : · " r e c u · '· r' o · ·· ·, s · · · ·· ·. " . "" . . I I . _ " , '. . . '. . " '. . . " . '.' , _." . , . "... . _. . . ' ~ .:. _' .. .:. . . . : _. '. . . ." .- '. ' '. .' . .
pedagogicos audiovisuals que facilitam 0ensino e 0
aprendizado e par urn profissional capaz de usar os
sistemas de telemformatica para Ievar 0 ensino alem .
da sala de aula. No educacionismo, ,0 conhecirnen-doorof r d heci d .. iT ~' to" ,0 proressor sera tor ,00 con. recirnento c isporuvet
mundialmente nas redes e seus alunos serao todos
aqueles com acesso a essas redes,e a sala de aula .sera todo 0 pais e mesmo todo 0 globo,
A educacao sera feita por urn conjunto: escola,
famflia e rnidia. A m f d m a faz parte do processo edu-
' C · , B . , c : . ~ I O · · ' · · n · ; · a ~', p o , ' · . I r · u e 0 · · · · · aluno r n o xler n 0 ·' : ' s e r e ~a> "iona rn a is_ _ 1_ '. ' . ., . • . ' . ' . I . ' . ' . ' . ' . . .. ~ . , . , I .' . _ " , ' - 1 . " ' . _ :_ : . . ' . ~ . _ ' , ' . _ c . ' . ' . " ,
com eta do que com a escola 8, ate rnesrno, com a
I:'milia. E a familia ' e ,0 elemento Ideorientacao dos
'lunas; de cobranca da escola e mesmo de atencao
:0 usa da mIdia.
P .. '. ducacioni.... ;"'"': -: I" ", '.: .... "'_ . .. ' : ' i " ' . - ' " : ' . : "':" li':'" '.' :- . - to ···- .·~: ·I -- ...... - '-_ _ ~,- " : I ···j "- ' - ::- :~
. ara construe ,a utopia educaciomsta. 0 professor vai mudar de caracteristica. Diferenternente
d f l · ', lId d' - - - - . ._
," ' . '. ," . - " "" . . · . ' .~ . -. , '- . .. ' :- ': '_ "" , "", . [ -. --:- . : -. '~I - ". .. , ~ _ . j : : 1 ' 1 ' ' . '1 ' : " " , I ," ' -1 , ", : . . : , _ _ :<. '1 /" -o prot essor artesana e e e a quaere negro 'J aa
qui para a frente 0magisterio devera ser urn trabalho
coletivo, feito pelo professor da discipline, navegan-
do no conhecimento disporuvel nas redes mundiais.
Para 'tanto" precisara ser assessorado por urn espe-,
cialista em programacao visual e cornputacao grafica._ -
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·' •i
A ideologia do educacionisrnoe filha do fracas-
80 - : ' d"a·.: 'ivil iza cao._-.ndustrial mas, t,· ambern'-, 'do exito d- , 0 . : ' •,__ , . " : . _~ . -_ . ' ___ "_ . ·_• 1_ -J_ ..._ '~ ! l '~ " " " - / l . " " !! , ' : ' ,_ . , _ • . ;.j . ", ',' ",'
progresso cientffico, tecnologico e econornico. Nao
F osse a base material e 0 conhecimento disponfvel ,
f .eria impossfvel sonhar com uma utopia educacio-
"iista. Por isso, ao rnesmo tempo em que se propoe
reorientar 0 proieto civilizatorio, 0 educacionista
,irecisa lutar para consolidar a base de cinco pilares
sobre os quais caminharn a revolucao educacional e
1 - d bilid d I' ~revo ucao ca sustentabilidade eco ogrca.
Crescimerrto econornico: e forcoso que a sus-ntabi l idade ecologica ocorra sern estagnacao eco-
~ Am i c a p , - · · ' o . ·• r q u e s ' : : e : " ' - - m - : ' ' '~ - 'r e s c . i r n n e n t o f a l t a r a 0 ' :' . . .. r e c u r s o " s - - :" , , " _ -' _ ' _ " , - . - " _ , '. . - . . _" . . - _ , _ : '. 'J l. . ' . _. ,_ ;_ _ :_ , ~ ( _ , , . . , .' , ' ' _ ' _ _ , I , _ " __
, ~ e c e s s a r i c s pa:r",, a · " v ia biliz a r a re vo ilu ca o ' e d uca ' C O - : l ' O · , , - " · I ' n · ·.1Ii I , . ' , - _ - - - , 1 [_ / .- -_ _ , _ . . . . . . . w . - , " - . ' _ _ , ~ " ' : ! I :c,- ,, -,-. __:_,._-~ _ ...
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. 1 3 6 Cristovam Buarque 1 0 que e Educacionisrno 137
· d d O ' b d. -cieca__:pooreza e aesemprego; corrupcao e impunlda-
de : viiolen icia n i n se g u ra 'ncac ;;. , ; " ': :" ': '. . : .: .. .. .' I . " . " l~ I~ • . _ IC ' , : 1 . ' : : " , : ' . ,: . ' : , ' . . - . _ r o
- -
r '. ! ......, , ~ ' ~ ' · · ' l '. ' - - , " , -_ _ : ,> : - ': ~ - - ' : : " " , : , : _ - -, ' : , - - , - : - - - - - - - . - - c . • . . . , " _ - _ _ - - - , - . ~ ~ ' c - , : . . ' li' l ' . .. ... .rnonetarta, 0 pais nao tern a , necessaria tranqui 1
dade para definir ' 0 ' , rumo de medio e longo prazo' , " , '- ' . . . ' '. c , " '. '. . ' _ " . 1 . 1 - . _ , - ' _ ' . ' , _ . , _ 1 , _ " _ - L, .. ". '. " = _ ' ... ' ,.
- d f i' d' ' : " ~ ~ ' . f i +i. +-
, E sem essa oertrucao, a revolucao ec ucaciorusta J l a -
mais sera realizada.
Finalmente, a , revolucao educacionista precisa
de uma classe social de sustentacao e urn partido de
vanguarda que a conduza. Diferenternente da van-
,.',-;'u,ar,d"aomunista e socialiste, baseada ern classe 50-
cial ~0,
prolctariado ~ Iqu,e se ' ria beneficiado pela re....volucao e Iiberaria 0avanco tecnico e as, forcas 'pro-
lutivas, a classe beneficiada pela revolucao educa-
cionistae uma categoria etaria, a inmncia no futuro,
·'.'base polfticanao sera representade por urn parti-
I o, mas por rnilitantes de urn,a,causa. Corne na luta, 1i ~ ist 1 1 '- " "" d " . . t .. ",~. ',.0lClo,nlS'I.a, a revo ucao eoucaciorusta var exrgir urn
.....ta entre pessoas de diferentes siglas partidarias,
' . 1 1 indo aqueles que, ao longo de decadas, defendem
1 1 I 'Qusa da educaciio, a , c , a u s ' , o educacionista '.
lsto e 0; €'dU,CiQcionismo., Voce', educacionista.
E t bilid d * I b 1 -,SI,a-. rcaoe socrau ernoora a revo ucaove
nha da educacao, a educacao nao c la ra 0 salto neces-sario sern rnoradia, saude, transporte publico, agua e
t O"C' il d - t danearnento. IJICI. ec ucar quem nao esem eric ereco
fixo, uma casa com qualidade e higiene, com luz, nem
dispoe de transporte urbano e, sobretudo, saude.
E - bilid d 1'",.' ~' d_stabi. ,t-,a~ e'po rtrca: aexecucao oe um pro-"..to :" d : - " eo _ ;"" , ist.-' ,-,-,.~,-, ,-.'.--:.,'-.tc de ,:-,-'-~d 1 · .je c o o ecucaciorus .aexige urn pac ..o ' _1 ,8 me: 10 e iongo
prazo uma continuidade das regras sem as quais a- , - _, . -- " . '. . , ' , , . _. .. . - .', - - .- . , -, ' - . ' - - , - , - - ,
incerteza e a,descontinuidade das politicas interrorn-, _ ' 1 " " " : d ~perao a rea rzacao , H , : Q projeto.
E bifid d '. Idi d t:sta · ~ ' . t - I a ~ · · · · · · · I · 'u · , r · . · ' -. .. ' l ' C ' - : a _*<:a rn'eSffil a - I ' . ~ . ' , o .rma q u ..- . .. ' ' - . ,. ' . - ' - - - _. . . - _ , , . - . - ' --- . - .
'e necessaria a estabilidade das regras politicas, tarn-
bern e precise que as regras juridicas assegurem con-
tinuid•..ade a ', S ' : - · d.ecisoes 'torn a da S ' · .~ • • • - • • . ~ • . • ~ ~ - • , " , • • . '
E n q ' u · ,a ·. · · n ' t o " " e " · - , s · · · s · : , e . · · · ·p. · . r - · - o · · · " - - · r e · · · : ' : e · · · 5 : " : - 5 , ' · ' 0 ' - - ' , , s : - e - · d . e · : '· - s ,: ·e · · ·. • " v o l v .·ID. , a ' - "0· 1 0 ' · " ' n ' ; - . . . . ., ' _ - 1 , _ " , - , . ' _ . - : ' : " . ' , , " _ : : , _ " _ - , - ' , , _ , ' . , ' 1 " " " : ~ , - / 1 . , < ,. ,
g O · · · · : , · , d e a n o :- '- s " _- · :deca d.: ' · a · · · · s - ·'- p r e c i s e q u e o s educacionis-' '_ : ' . ' . ' - ,, _ - " , " . - : _ " : - _ ' " _ :_ - c " ._ - . c . _- - . , ," - " " . ' . , " . c' _ - " : - - " . . . - - " . c ,.: . . _ . : - ' . ~ ' . . ' " ' , c ·' . ' ' , 1 . - ,
tas defendam programas emergenciais capazes de
enfrentar de imediato tres graves problemas da so-, . , __" __ I" .' ..',. I ~ ' .. : " ,. _ : _ " _ .' _ ' ' ,- , _ , ' c _ ~ _ - I . ' . , ' . , ' - _ ' . " . '
t i l , ._ , . ' . ' .
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P E Q : - : U - ' E - : N ' " ' 0 - · " . , D - · ) C : _ - I O · ' - - · · · I N " ' A · · ~ · .R i ' I ' O . · - - - . D : ' O , : : " .' . ' , . . . . 1 ~ _ ' . .
Aparta~io. Palavra do portugues para indicar
' N i l , caracterfst icais da exclu- · s , - , · a ~ - o - ' · · : ·oicial qU ' e 0 ' - ' . c o r r e n 0 ". I . . " . ~ . ' _·1 .. .·" .," _ :. ~. . : " ," ,..... . , .'._. '-.' ,'-", . '_ ,'_'
1 ' 1 · sil, nos rnesrnos moldes do apartheid, palavra do
.~A~i-anerj que indica a exclusao racial. ,A apartacao e
I _passe a meis da desigualdade, caracterizando a
II. lusao e definindo que. nao he t apenas uma passa-, - do r
f t I continua, mas um corte s , e " p a r 1 a n < = . ! Q : r~ !c ,ose p'o,....
~ r~I:: :" incluidos e excluidos.
A,ritme'tica, civilizatoria. Ate recenternen-I: pro e t ' 0 ' , ' 1 C - - l ~ V - : ' ; ~ I ~ Z , ' : ' _ " ' a - - ' 1r i o '.! v ia a Ter ra c' 0 : " '- ,' 1 11 ' " :" 0 ' " , a de s p e n - - ' -- . ' _ . ' , ' . _ . ' . . _ '. ' - ' . ' . l , ~ " _ " ' . . , '; . ' ,' , . , ' . " . ' 1 , " . : . . · - I _ .1 t· .. . .' - _".... , ",_. ! ~ . - . :. I . , :: I
.', .. recursos e a lixeira dos dejetos da producao .
. , 1 ~ . avia limite eo crescimento econornico. Alem
. "queno poder cia tecnica para depredar a natu-
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C " B ', nstovam buarque ,0 que e Educacionismo 1 4 1
reza, havia urna velocidade pela qual novas tecnicas
substituiam as recursos escassos, ATerra era, urn es-
pace aberto. Nao havia necessidade de quarrtificar a
perda decorrente da depredacao da natureza. Hoje,
percebe-se que, a cada ano, 0conjunto dos recursos
naturais e do habitat natural vai s l e · reduzindo Sur-
ge a necessidade de uma ana l i s e do processo pro-
dutivo levando em conta urna aritmetica pela qual asoma da depredacao dirninui 0 total do patrirnonic.
A substituicao de combustfvel fossil par biocornbus-
trv'"e l m- ,o st ra e ss e a , , ' r itmetic .a n'a pr~ a · · · ~ t 'ca M ' , , :' : :e sm:· 0 · · · . qU , ' ej l" _ ._ - , '. : ' ~ " - _ '. : ', ': . " : . . . . . " _ ' . .ll J l . . . . . > • • _ • • • "_ 'J , _ _ , . . ' . . _.l.::.__~_~ = " ' "_
renovavel a cada ano, do ponto de vista da materia-
prima, tanto 0etano quanta 0biodiesel exigern areas
de terra q "U ' re n a--Io'.,a~'-" re novaveis . Se.m um a rev: ' 0 ' · ' . · ' ~ u , r a - ' , o · " ." . " " , ,< ' ' , . . - ' ," - ' . ' . . - , - i ; '. - , '- ' : "t, 1 J J . ' -- ' - " , ' , " '~ " " ! ! f " . , .
agricola que permita utilizar terra nao-aravel, CiQ,m,Q
o deserto, cada hectare utilizado para biocombusti-
vel exige derrubar florestas au substituir a prcducao
de alimentos. A aritmetica civilizetoria pede ser ob-
servada tambern nas perdas sociais decorrentes doprocesso de producao: a crescenta freta de autorno-
veis para 0 "" tra....sporte puivado leva hioras de vida sa-. J ! [ , . " , ' . , . . . . . ' I , . . . . . ._ - . . . . , '. ' . ' . ' . . . ~ . ' . . I.. _ . I I i , : : _ _ . _ _ _ ,, ~
crificada. angustias nos engarrafarnentos e prejuizos
econ om l ' C · · : O ' : " : S : , ' . A , " " ' : a ritm et ic...a· · ' ·· ·.v.i l izatoria rnostra 0 ' - " , ta-, _ " - " . ' , , " • . : - ' . 1 1 , I , . , " 1 I . , ' . ~ " . it , . .... ' I " " . . _ , , . .
manho dess..as perda 's' . . . 1 , , ' I ,_> · .I~ _ :,_ : ,_ ' _ '-_ ',,- .:_ : .... ~
'.'concentracao e trabalho forcado na antiga URSS.
,.";xpressao "arquipelago gulag" foi usada pelo escri-
o r Alexander Solzhenitsyn como titulo de seu livre,
, J 1978" ern que descreve a terror dessa rede.
Barbarie-etico-ecologica. Urna maneira de
. ' I i" r, .cterizar a perda de humanismo intrinseca ao
II , 1 1 " ento atual da superrnodernidade e da perspecti-
v ,I. hiperrnodernidade: uma civilizacao que destroi,t I , I ureza e agrava a desigualdade entre os seres hu-
II,8 por rneio de uma apartacao em escala global
. I' ~II ." .orta cada pafs por um.. cortina die ouro.
-apitalismo de Estado. Expressao usada
i ' Id ica,r sistemas economicos qu e e lirn in am '0
1 '" ado mas nao conseguem implanter 0socialismo,
I " I I ' . 'us objetivos utopicos previstos,
,hissicos. Expressao usada para definir as· d " d , · .. l d hi - ,;' de . ...
~ It.~ I.I~ istas do perioc '0 trucrai r a istona oo pen-
1:1 ito econornico corn pretensao cientffica, aII II Iir ce Adam Smith, no seculo Xv lll, indo ate 0
I \ 1 - . · seculo X ' · ' , · · · T X ' · : ·. . _ .- ."_ .):___."~,..' '.' " l_· ;~t,
' ..•.• .'.. ' " .
A- ., .... I ' G ': I' ,A +.rqur pe iagogu ag•.......ag' era 0acrorurno, em
dosi . d d +. ~ d d dusso, 0,sistema c e adrnmrstracao ·,.··.a rec €<I,ecampos~
. ' - " I J u b e de Roma, Entidade criada nos anos
I I ,I sediada :n a cidade Ide, Roma, corn 0 proposi-
J i l l , zer a prospec . r a - o : - : doI fi r I t - ' U ' rro da hurnanidade.. , ,. ~_ ,C 1 _ , _ _ 'y" . _ ll, '. .., ''.." ,. .,....t
I 7 2 C '"1 b d R' d ivul 1 . " '. 11 1 / 1 _ , , 0_' uoe ce voma orvu.gou 0 relatorio e a.....
I I , 1 1 , " / ' . a seu pedido pelo MIT, em que ficaram cla-
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1 4 > 2" . Cristovam Buarque o que e Educacionismo 1 4 : 3
d o lnternacional des ricos e separando os pobres, que
formam urn arquipelago gulag social.
D-s e n . :v o lv r i m e r r t o c e t i c o A · - · - · · · _ , , ·erda de cren..~--_ - . - ' . ' . . _ . . _ ! " , , ' . " ' , ' _ I _ . . . . - . _ , ' . _ , . _ ' ' _ ' _ _
- -,
de s en vo l v i me n to .
crescimento deu inicio a visao neomalthusiana: '0
pessirnismo moderno com base cientifica sobre ,0
futuro da humanidade.
Cor-tina de ouro. Nodia 5 de marco de 19,4[6,
em discurso proferido no We stminster College, na
cidade de Fulton" n,QS Estados Unidos, W i:n,stonChorchill afirrnou que "urna cortina de ferro desceu
b E· H E ' -S ' O ' " r · - - - : e . - "a - ' U I r r o p a . c s s a e x pr e · · · s · - · ·a 0' " P · · a · - '· · · , · · S ~ · : [ O · · ·· · u · ''. a s e r e · · ~ · · · · r n - . - : - ' , -. : .' ", " _ .. -' . _. • .' ' . !I ii' • _ . . .: _. .. ... , , _ 'J ." . . , ' . :_ . ." :_" ," .
. .
pregada para indicar a separacao entre 0 que seria
,0 regime autoritario c..ornunista e '0 sistema liberal
capitalista. Alguns anos depois, 0muro de Berlim se
trans ..or..mou 0 1 · ' 1 0 ' · ' - ' · sfrnbolo da separacao entre 0 · : - " socia-[=~ , ~_ =, ' - '._' . , '. "_ 1 1 ' .' . - . ' _ : -' ~ ' ' - . . - . _ . ' ' - ' ' ' ' - » : . . 1 . . " _ . . '"!( .•. ',_•. ' _": ,- . _. ' ..... _, :
lismo e 0 capitalisrno, como se fosse a manifestacao
fisica da rnetafora da cortina de ferro. Com a queda
do tnu · r · : - - · ~ O · · · 1 e · · · : -~ · · · ·o l t a " . d ' 10 .. . . . c · · · " a · - p '" ita l is m ' -.0 · " · ' n -a ex-Un 'l'a70 ' · ' - - · ,S o v / ;e " ' . .. .' " . . , ' . " . . ' ·ll , · ' " , . 1 . : . _ : _ " ._ jj, . . ~ " _ . ' 'c , . _ : ' '_ " . - _ .
tica, 0conceito de cor tina de ferro ficou superado,
Com a apartaciio, contudo, instala-se outra separa-c a o : e n t r e 'o · > s ' - : "ncluid..os e 0 · ' [ : : - ' S o , ex..cluidos U . _ _r n - ' -a cortina.-" , .,. '_ . " . '.: -:' :," , ' ::. ,,_ ., ''' '' ' '_ ' "_ ',' , '. _ . '. ' - " , , I I " .' ' .. ,'.
d e outrt: d - e '' 5 · ' C - , D , U - s o b r e 0 · ' . . .. m u n d 0 -' i n . te i r 0" · I sePI I · · · · a ' :r a 01 "do O · · . ' · S :• '- - " - ~- -_o·:·- ,J1Jl-., •. _ . .. ' .• " ,-."- ' . 'J " , - " ' " , ' . • . .. . . . . " ., "
que ingressaram na mcdernidade e suas vantagens e
os que ficam fora dela. Nao se trata de urna cor tina
separando parses - a cortina de ouro atravessa clada,
pais se p "a "and•· - " . g " ' ' ' 'rup 0 " ' - " S ' so ciais de - n o ' t ro " d1 0 " " " me s rn 0 ' - ' e .s: c ' , , " ~ " " ' : . " " . ' . • . ' . " , - , _1 ... . - v-' ,,~:.I, I _~. " ,_ _ - .- _~ I . ' - 1 , , _ . · - . .' .. . · , , : , _ . _ , . . . ~ . , . ' _ . • ' . -
pace nacional, unindo as rices em urn primeiro mun-
I .. " -+ Od ~''.'Desenvo vimento ettco. , ....•...esenvotvnnento
usca casar 0progresso e 0. equilibrio ecologico,
. I liberdade individual e 0 atendrrnento das ne-id d '.'~ b 1 '" d : 1 , _ '
. I I' ,, ·J ·· · . . 1 ." · . · . " . i e sess , e nC l a lS , a ,a 1.0, . . · .··0 a e ,x ,c . 'u s "a [o . .
Desenvolvimento sustentavel. U'ITl,a das
eiras de definir 0' no[vo modele de desenvolvi ....
o que levaria em conta 0 rneio arnbiente, Para
. 5,," 0 desenvolvimento sustentavel definiria '0
'II _I ii v o l v i r n e n 'tIO.·· c · ' ' ' a , · - · , p · · ' : · · [ a · · , · z · : · ·l e g · · · ·- a - ~ ·r '- 'a : · ·· n _ - - ·· t -r t a - - :- ' : " : b . [ e" "l 11 '" I " ~ a ~ ·· ·· s · · ·· ~· ·u ·is--'~ ,- r , . I 1 ~ . _ , _ - " .~ " _ " I , I . ' , :- .' . " . _ " I .' '" .,'- '-: - .' '.' ~ . " .: ', '" ': "_,' _ . .'. __ , I '~ . _ " • ' ..
I , 1 I 1 t ' I ~ , a . O social, eliminando a epartacao; a,susten-
l t1~ '.'•..cultural, respeitando as diversidades e espe-I ~ d - I" t '. t t -- 1 ' t ' ·If 1 1 ' 1 1 II".. ces etrucas: e a, sustentacao P IO mea, gar ' lan- ,
II I I . " " . ~ . s l ib e rd ades indl iv idlu.r ai s.· _e 1 0 ' > fun C ' · · · 1 · : 0 · · inamen t e "1. . ' ' - ' " . ' ' . . ' I . . ' , . . . , '. 1 1 1 , _ . ' .' , w , . .. . . _ . . ' > ' ~. 1 , = : . . . = ." = . '.. .
·..•ratic ..o da sociedade.I
Dessernelhanca. 0 estagio da desigualdade
~· I 1 - ' ~ em que as sere's humanos se sentiriarn nao ape-
, e sig ua is ~ a·~ ·'s ,·· :,erder iarn tambem [ 0 · · ·• • - sentim ientoe - - . I, - . . .. I '.: ...., 1 ~ 1,.. ~• .... .... .. ' _~,~ , 1 ' ': '" " . '. ' .' . ' . _ . ' ="'. . I. . . ..
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. 1 4 · 4 Cristovarn Buarque 14 5que e E"ducQcionisn'lo
de semelhanca que caracteriza. desde as crencas
cristas, ideias fortalecidas pelo l luminismo e depois
pelas ideias socialis ..as. De certa forma, seria urn re·-
torno a visao escravocrata, quando os donos nao se
sentiarn semelhantes aos escravos, agora, sem nem
ao menos a necessidade do trabalho. Ou u rn a , volta
ao apartheid sul-africano ou ainda ao arianismo na-
zista, em que as razoes sociais e economicas produ-ziarn ·0 · preconceito e a quebra da semelhanca racial ..
A desigualdade ja provoca urn sentimento de indi-
ferenca diante do sofrimento do,s pobres excluidos,
que nao seria aceito se 0 sentimento de semelhanca
ainda estivesse realmente presente. No atual mo-
rnento do desenvolvimento cientffico e tecnologico,
e possivel perceber UITla marcha para que a desserne-lhanca se transforme, ern poucas decades, ern uma
diferenciacao biologica, nao apenas racial, provocada
per uma mutacao induzida a favor dos que puderem
dispor dos services da engenharia genetica e outrasformas die biotecno ogia. Ficarn para tras os que nao
puderern ter acesso a esses services. Quando isso
acontecer, a, condicao humane sera considerada 'urn
privilegio lirnitado apenas a parte dos descendentes
daqueles que hoje cornpoem a humanidade.
E,-book. 0 sistema Ide leitura que substitui
t: .. ~pressos C . : · . - : ' O · , · · m.· :. ·· ~ . · : . ve...•·-··....en do feito s desdes ' ~ JV .r os Im ·I.~.:rz: :'".".'.~, _ ~ _
I , .itemberg, par livros digitais, acessiveis nos ter-
, . ~I .... '1' s d..e c:". .m- . C " P ~ · · ' U " · tad 0" r ' e sl '". . . . .'::: _ '.: c." ~ .~. .. ~ . . t
'.
Bconologi a. Urn neologismo criado a partir
... oalavras etica, economia e ecologia para indicar
I, t i·e que serviria de base teorica para a nova utopia
rnodernidade etica.
.-"ucologismo. A combinacao de educacao e· 1 , ' ,i para indicar a base ideologica para a busca
n "'. 'na chance para todos: entre classes, graces a,...( igualitaria: entre geracoes por meio do cle-
o olvi e .to sustentavel. Como 0equilfbrio ecole-
, i ' I· .. • ".. consequencia da educacao, considera-se
p r [~ ,x ~ressao educacionista I e · suficiente.
- 00 cola Privada Federal. As escolas que
.: .esm····'" pa d raz 0 de qual 1"' d a'de e m tod o o. ~ : ' . , ' . ' I _ ' ; " ~ · ' : !.- : .c '" ,~ .. _ .': _ . __ ~c . ,_ i. · ' :I · 1 - , . ' . '1.' : "
~, .'"'".0sendo privadas.
...da historia. Conceito sugerido pelo nor-ic no Francis Fukuyama, no livre The End of
. '· 1 ' .. , r" indicar que acabara 0tempo de ideolo-
II I ~~ • . e ntes, na tentative de orientar 0fu. tuJ~O'da
I I I • I· '· , r f. Para Fukuyama. 0colapso do socialismo
II' II,.V c; ra 0im de toda ideologia socialista e dei-
,...~c lismo liberal como unica alten ativa para
I i , . . .iruturo, par sua natural evolucao.
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. 1 4 6 Cristovam Bu,arqu€ o que e Educacionismo 1 47I
Fim do progresso. 'E urna maneira d,e carac-
terizar 0sentimento prevalecente em rnuitos pensa-
dores e rnilitantes ~ especialmente aqueles que fica-
ramorfaos do socialismo e os criticos ao capitalismo
-, segundo a qual 0progresso terrninou, freado pelos
:imites naturais ao crescimento e pe'a perda d . e ' etica
corn que e.e se desenvolve no momento. Decadas
atras 0movimento hippie e as diversas forrnas d,e'contracultura apresentavarn esse sentimento, mas
os limites ,ao crescimento nao estavarn visfveis e 1 0 1
socialismo encontrava-se em plena expansao politica
nos pafses em fase de descolonizacao. Com a per-
cepcao clara do aquecimento global e 0 colapso do
socia lism: 0 · : , . : a ideia d . 0 · · , f,:m do progresso se consolida' '. ", ", - ~ , ",. = ,- , '-
em grandes blocos de pensadores especialrnente en~
t r d ustasre [ O I S pos-rno: •.errus .as.
Fora de classe. Expressao usada :nohinduismo
para indicar todos aqueles das castas inferiores. No
B '.1 ~ hi' d d( :
1 -, . 1 '
r as ~ " s ,a 'o Cl'Ja m a '-, ,os ,:" 'e s 'e 'm , c a , s s , e +
Gulag liberal. 0 arquipelago de pobreza que
o neoliberalismo espalha pelo mundo inteiro, provo-
cando condicoes de vida equivalentes aquelas do ,gu-
la g sovietico.
,Gulag social, 'PiIOIUCOantes Idol colapso da Uniiio
Sovietica, no perfodo da "Perestroika", fora ....extin-
! " ' , , 1 , os campos de concerrtracao e trabalho forcado
or hecidos como 0 arquipelago gulag. No lugar de-o
I ..!0mundo viu surgir uma rede planetaria de grupos
1 d~ ..... · · t '_ , . . . . nto,I, H , - - ' anos em icon:' rcoes socrais tao precarias quanto
, 1 ..1 a: e 0 arquipelago gulag social, produzido pelo
I··..' .·I iberalisn 0 g obal. 0 arquipelago das Ihas de po-
brez . espalhadas no planeta da globalizacao.
Hipermoderriida ae. A supermodernidade e~--idernidade de hoje, chamada equivocadarnente
Ss-modenidade. Mas, a seguir este rumo, e pos-v - ~- iaginar 'urn no[ v 'o salto, a hipcrrnodernidade:
,~I 1 acivil izacao de urna hurnanidade evolufda bio
i · - - _ ' ente por uma mutacao induzida pela ciencia
1 alogia, em beneficio de apenas uma pequena
L dos seres humanos atuais, Ao deixar para
- I ,,-, ,-'arte da humanidade, a ,a criar 0 estra-
III ' nto e a dessernelhanca, a pequena parcela
" L f : : ' " concen trando OIS beneffc.os e sentindo-se
.: a a eliminacao em massa dos deixados-para-
It II I como niio-gente, podera retornar 0 equilibrio
· ".ico em urn planeta Terra para poucos. Esta
!II ' h " d id d' I , ' ' , I , ' , , 'l lp e ' f'm IQ i e rnJ ' , la , e. . 'e .
n t " " c - ' - ' a ' v " " e -s N o m e d.ado n ; a " religiao hin d u aos, " , ' , ' _ " + _ . . _ _ " . . . . ._ " _ "t.;. I. _. I , . , . ' .'
~I Ie ' j V ~~UQ IS das castas mais baixas. Recebern esse
~ 1 , - . ' orque, ao tocar em urn deles, ou mesmo ao
••.- .. . ,.- ••..
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],48 Cristovam Buarqtt€: 0- ..d " , ' , , ', que e 'zducactorusmo 1 49
Invisfveisv Nome dado para indicar a situacao
dos mais pobres brasileiros, porque eles parecem
invisiveis aos olhos dos mais rices. Quando estao
dentro de seus carros com ,ar condicionado, ouvin-
do rnusicas em seus sistemas d ie scm, as ricos nao
veem o"'spo•bres q.ure n a = esquin ia ten itarn r e c e b er a 1 -- _ . " " " " " . . . , . " " . . . . , " ' , _ . " " . . . ' . _ . , "_ . , . . _ . . ' " . : ' . ' . ' , ' : : : ' " ' ' ' ' . ' I ' .. .
guns centavos, pedindo esrnolas ou garimpando Iixo.
A invisibilidade e urn dos truques de psicologia social
d 1 " + id d 'J'u s a , os pe ,os , r ICO'Spara manter a saruoa ..e mental,
ao tolerar 0sistema econornico do qual se benefi-~ G ,i', ibilid d d ' rc!aITl~,- racas ,8 . In'V1Sf li J: a" e rios pobres, e possfvel
manter a indiferenca diante da tragedia social, en-
quanto nao veern a dessemelhanca. lnvisibilidade
que so desaparece quando e substituida pelo medo
d ~~........, + d dia, viotencia, cnanoo as cone icoes para aurnentar '0
estranhamento que, ao substituir a indiferenca por
medo, incentiva a busca do isolamento e da aparta-g 8 . , O explfcita, antes da dessemelhanca.
M .. I" • t + 11 E ' ' ' ' ,0 '1 "a , l , s -va aa- : 'r1 a n 2u ,.,a r. " a mals-v',a 1a q,ue
ocor~e em sociedades com apartheid au apartacao.
Na Africa do Sui havia urna mais-valia dos capita-
listas brancos sobre os trabalhadores brancos 'mas
havia outra dos brancos, trabalhadores au capitalis-
tas sobre os negros. 0mesmo ocorre na apartacao
brasileira, entre os que estao no [ado moderno, tra-
alhadores ou capitalistas, e os excluidos. Esta e aI',-"s-valia....riangular;
Ma.is,-valia-geracional. As atuais geracoes
-;,aa depredando a natureza, roubando as, gera-
coes futuras de um patrirnonio que' lhes pertencem
. ' . ' p - " ' r " 0 ': v ' ~ · o " ' ' "c ; : 'a ' · : nd0 ' ' ' ' : ' u r n " : ' .' ' a · de > ' s - ~ e " : ' c " .on 0 " .m 1" a " " : ' 'po a r ' - a · ' O . '. .cu:"tu.r - o · · · . . . . um " : '" . " , " , . . . . . . . . . , : ' . " < I. "' , 1 _ " " ' _ , , ~. '1 ~ 1 ' " " . =
iurnento ' n o , C : = . :U " . . i s t o d e pro.ducao ....· o " n " ' a " " : " " " U I ralidade de.. . ". _ ,___ ' .. ,_.. _ _ _ : .~ - . I.... ", .. ':. 1 I . . _ t : " : . "' ,'_ " "
vida, exercendo portanto urna mais-valia da atua:1 " ~ ' t -'.re as ru .uras geracoes.
M,althus,ian,o. Maneira de definir as pensado-
I .S que seguem as ideias de Thomas Robert Malthus
'I ' ie , ern l98t publicou 0 livre Ensa io sabre 0principia
populacao, em que defendia que a populacao hu-
I I · . · na cresce mais depressa do que a disponibilidade
I •rneios de producao, Essa visao pessimista do futuro.
' ....eve relegada a segundo piano ate quando surgiram. "" ;, , - d ~,q;' .' .' H
1 . atuais constatacoes '·a,s ltrnrtes a'Dcrescrmento t
Margem de desigualdade toleravel. 0 so-
, i. lisrno defendia com vigor a ideia da igualdade ple-· '~ ive d d ~ C
1 1 1 ' , mciusrve ce renca, mesmo que, para 1S50) j!osse
.' b d i d fib d d .' di "d " 1 0 '- dr, :'C1S0 arxncar oa 1 1 oercac e inc ividual. .....educacio-
nis ···0 propoe que a liberdade deve prevalecer; tole-
I, ndo a desigualdade que esteja situada entre duas
II ' 1 rgens: i n f e r i o r C ' " : Q " ·. : ' : m ' " ' " - ' " ' : " "grararuia do minirno ess..en..... . , . . • . 1 . ~ t . " ,_ . . = , . . . . _ . . . . . " " _ _ . . _ _ _ ' ",iL, ">_C"_"
, " " .. '
receber sua sombra, os hindus de classes superiores
tern de, ser purific: a " ~ . d · · · : ; ' 0 ' - " . 5 - .. . . . - . _. _ . . J , . " ' _ ' . . . ' " , . . I I ! ! i I
•••
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C··: t· . ,. B ' " . ' . . ' . , .«-rts ovam ouarque o que e Educacionistno 15 1
cial a vida de cada familia" e superior, corn a interdi-~ " a , o d ie consume alern do que for compatfvel CQ ,m ,0'
equilfbrio ecologico.
Mesma cha ceo Objetivo utopico do educa-
cionisrno ern,substituicao ao obietivo utopico do 50,-' . l' ~ . . ld d 1era rsmo: a iguaroaoe ,P ena.
,:',.odernidade-eeic: _~A modernidade defini-. da com base nos objetivos sociais e nao nos produtos
usados. Na modernidade-etica 0' trensporte , e mo-lh f f i - " derno se consegue rnell orar a iocomocao, mcepen-
denternente do tipo de transporte,
Modernidade-tecnica. A rnodernidade defi-
nida pelo produto utilizado. Na modernidade-tecni-
ca a, '- 'elevisao f icou .m.oderna corn. as cores, mesmo'.~........:.,.. . ..... .., . .."._. .. ,
que submetida a censure: 0transporte e moderno se
utiliza carro de ultima geracao, mesmo que leve mais
tempo para realizer a locomocao.
Dei ...criacivo: Expressao usada pelo italiano
Domenico De Masi para indicar 0mundo onde 0tra-
balho se une a vida ludica ou onde a vida do trabalho
P--d.e ser corn b....nad a , C " " 0 ' : .m pe , " r ' "1 " 0 · . xl , 0 · - · S ' · d.e ia ze,-(",. ___ ' ' .. . . . ,.I . ~ I , . [ . ' _ . . ' . . . . . : '. , ' ~ ~ _ I ' • . " ' I _ _ .~ .~ " !
Operador, A rnao-de-obra dos tempos atuais
que, no lugar de usar as maos-com-habilidade, usa
os dedos-com conhecimento para mover as maqui-
nas inteligentes digitalizadas,
Pafs-com-maioria-da-popula~ao-de-alta-
renda, Os pafses sernpre foram classifcados como
pertencentes ao Primeiro Mundo, aqueles conside-
rados desenvolvidos, ricos e capitalistas: Segundo
Mundo, 'O'S pobres e socialistas: e Terceiro Mundo,
c o i m p. sto por p a',se•. sub desenvolvid .." , ' S : e pobres. 0," .. _ . .. . . . I I , ' · , " . . . . .. ,v.. ,-- - , .. ..,
.egundo Mundo desapareceu como conceito polfti-
' ..Nos paises do Prirneiro Mundo surgiram bolsoes
pobreza e a crise ecolcSgica mostrou a fragilida
oa maier parte deles. No Terceiro Mundo, alguns
. f se s realizararn saltos econornicos, gerando gran-
' " r iqu e Z " ' " a " - ' I ' S · : · · ' P ' . a r · a :· ·· lg u i r i s d e seus h a b it a nite.s . N '.less e, . " , . ' : . _ I " __ " _ .~ __ . " • - . ' - : . • , . " : , w, . : ,: :" .' ,_ " _ , •. . • . • .
r ' r ad ro , a caracterizacao tradicional perde sentido.
que diferencia ecor-ornicamente os paises, hoje
I I · . . . dia, e se eles tern maioria da populacao com alta
~ " " ". a , ' O : " " " U ' I l T l " - : ' " a - i o r i a d la P " - " ' , O ' - - - ' - - " I ' P - ' : U " , ' m a c c ao . : ,C " " . ' 0 ' · r n baix. a r e n td a - ' 0 ' : : " · · ' . s · · · · ., I '., ..._ , - . I ! . = J :- ' . " " . ....J:-~ , .. " ', ' .. . I l L . - - - . ' ' . ;0
" ,
'II fses do Primeiro MC
' " , . , , "
undo J"a:? n ' · l a ~ · o · · · · " ' · . sao de todo ric..os.~ , I _ ~ . , . - '_ " ' . ' , ' _ ,I,,, "," .. .. ~' ... ' _..,_ ," ,,". ',_. ,, '. , """"
, ,...., apenas paises-com-maioria-da-popula9aO-de-al~
nrenda, PMP~AR; os do Terceiro Mundo j. a nao sao-- F; d l' f " 'W d
1' 1 1
' .• res, sao pa,lses-,com.~mal'O,r la-"···Q"-pop[u,a9Q,o-.·· . ··<,e-
/' ixa-renda, PMP-BR .
Pais-com-rnai oria-da-popula~ao-de-bai-
, renda. Os pafses antes chamados de Tercciro-
M rndo, rnesrno quando dispoern de riqueza e rea-
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152 Cristovam Buarque 1.53
Plateforrna educacional. ,A teoria do desen-
volvimento economico usou a expressao take off, de-
l
,. di ......d :i - dC ,O
agern, para. in, ncar a ascensao c as parses atrasa ~.sao mundo desenvolvido. Na realidade atual, 0 avan-
deve vi io d 1 .......d ~ ~o .eve vrr por meio ce uma revo ucao eoucacionai:
no lugar da decolagem, 0 pals deve dar urn salto e a
plataforma para isso e a educacao de qualidade de
sua populacao, A plataforma educacional aplica-se
tanto para 0pals como para cada individuo.
Populacao digitaL Expressao para substituir
a conceito de rnao-de-obra n:ornundo onde ,0 traba-
tho e sobretudo irnaterial com qualificacao profissio-
nal. Populacao digitel sign-fica a totalidade do acervo
de trabalhadores em condicoes de ocupar vagas dis-poruv,,:is no...m-'"n id , 0 ' · . . . . . mod e : f - - - n " - ' 0 , - : ' ,'.'__' '~'" . l - '.', .. _,..... ,I 1 J j , _ . . " . ..
de universid .:ade. Mil anos depois, a un.iversidade tern
sido lenta para captar e catapultar 0 conhecimento
ria velocidade atual do avanco da ciencia da tecno-, . , . ' _ '' ' ' - , _ , - - - = , c- ,-" ,_ - . . , ._J~ ..... - - "-') ,c .-- , I . ..
J" d d f d :i ,. N " I di ......o lg~,ae r...~osr esa lO S C a etica. ......s sa s c on " ..· ·.:~g,oes,se
, id d _,' C d d " -a umversrcade nao lor capaz ce se a. aptar, surgtrao- 'i i +. _ . db' " id d' , " " , . - , ' ' . ' - , , , - " , - " ' ' I . - ' " " ' , , . , . • , : ' - . - ' ' - : , - '. - ' " - , , ~ ' . - , " . , ' . - ~ " , , - " , " -: ' , , - ' , - - " , , 'novas rnstrturcoes '.,,0 sar .er: a pos-uruversu ..aee.
lizam saltos de crescimento, continuam com uma
imensamaioria pobre, por isso e rnelhor qualifica-loscomopa[ses-com-maioria~da-popuIQ9aO-de-baixa-ren-da P ' M · · · · · . . • . • . . .p ' , ' . ' ,,1 B : R -. . - ~ .
" ~., , -. ..
R en d ....: '...• ... ' _ ' * d i - - d " ~ · An tic : " - '. .itc - 1, , -' . . · · " . I I I I I I I I - . I • _ ' 1 " ' 1 . " ._ ! " ' "" I . ' . __ . ' "1 . : '
e,nna mrrumaCl ~
ana.. n_JgoconceiceOpe
0
qual cada cidadao 'tern, direito a receber uma renda
Ji"' ioulad b duto i brurna, estipulada com oase no pro uto mtcrno bru
d " N " B " " 1 i d e i £'.. d if d id,, 0 pais. ,·····.o orast , essa 1 · . · . e 'n a ,roi ....Jl unc 1 1 · ia gracas a o
h- - 1 .. , , . . • "
, , _ - - - - - - - - I _ _; _ _ _ _ ',' _ _ _ ~ _ _ _ _ _ ' _ _, , , - '''- . ", __"'.'__ "', ," ': , , " 'I " - , - - '-I ;' - -- '- , . " ' ::" ' I' · ' " :." ':- I I -----"'. ", - :~ ",-- ' , - .: , ',_empen ,0 e vrgor ,d.'e Eduardo Sup lC,Y, a quem se deve
-. e 'x p 'r - " e ' · ' S" ' s ' a ' 0' -. .... " ..: ".
Sem-emprego, No mundo de ho ie , ao lado
s desernpregados provisorios, surge uma catego-
ri.. de trabalhadores, os inernpregaveis, por falta de
I-·,l ..lificacao profissional,
'p 'Y . . id de Q --.d: - -~malidade- ,- -. ,, , '-1- - ', ' ,," - '- , ,- , ". , .- '" _-,, . , . : - ' .. : ,,--, --, "-I " ',-, ,-"
_,'OS-U,O'lVer,Sl,a,- e'.-.,uan ,0 a racionauoaoe
1 ,· ' h ., E ' " - - _ - " d ' I ' " - ' .grega c assica c ··1 egou ,a ·.uropa, na passagem ·.o pn-' , ' . " ' C ' ' ~ mdc ruleni: ,.".-,': - - 1 'entos , " " " t " : " ~ 'metro plara 0 segunc 0 rruerne, os conventos eaton-
cos foram incapazes de captar toda dirnensao da re-
I- a. 1 - ' 1 . . . . . . , " s - - ' ., " " , - -' - ' , : , " . " " " I , .c , , -- , ,- --, I " - '.. " " ', '," • - ' ' .,,' , Co . ', - , - ', , ". , ' ", ", '. '.', I " - ,- . , :-- . . , ,", ,.-vo uca.. rntelectua que entao acontecia. ourgiram,
assim, as , novas centres de conhecimento chamados
S '. ,. 1 'P ' dif ~ '. ,-_Dc.a, :Ismo : rl ea , ' . "- ,a r la , -- ll ere',nCla,r ,o s sistemas
socielistas nos pafses que fizerarn essa experiencia,
s i s t ema s ' - · ' o : ·cialista ' t -- 'e;r r ' ic c•., c om o ...•fo 1'~ p.ro..•p· · · 0 " i s t o, _ " , " - , _ ' . - - ' " - ' _ . • ' _ , . , ' , • " __ ' • I , , _ ', _ " ) , _ '. . ' I _ _ _ ,= , • ,_ _. ,_. , , __•• ,
i , " " l~ I E "A '..mou-se a expressao soctausmo reat. xpenencras
· · 1 · · mantiveram as caracteristicas de prioridade ao
, "al,mas com. privilegios para as classes dirigentes,
,\1·,rras burocraticas impedindo 0 aumento da efici-
,"I cia produtivae impondo a falta de liberdade indivi-
.J FI e de democracia politica .
. , ' ... ' . '
• 'a ,••
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154 Cristovam Buarque O "Ed ' " .ue e .'·UCQCI011t.sn10 155
Superrnoderni ade. 0 final do seculo XX
trouxe a ideia da pos-modernidade para indicar a rup-
tura ocorrida na evolucao historica, a partir das ulti-
mas decades do seculo [email protected] rnodernidade, iniciada
no' seculo X1X e continuada como uma evolucao ao
longo do seculo XX, sofreu descontinuidade, com urn
salto nos padroes esteticos, no, conhecimento cienti-
fico, no[poder das tecnologias, na percepcao da crise
ambiental e dos limites ao crescimento, nos costumes
sexuais, nos cheques eticos, na possibi idade de do-
nagem na global.zacao ins..an tanea dos fates.·das in-- ' .' . . . ._ , , _ ' ' : _ : - : ) ._ . . , . t w .. " ' " ! : f , ' " . ' - " . . : ' . ' . . • . . . ' . ' r(:_., _.:_ = . ' _ . 1 . . 1 1 . .
forrnacoes, dos gostos e padroes de comportamento,
A.modernidade nao basta para indicar esta nova rea-
l id a d e . q ue n'-a 7,o":',:e ident if ic a: c.om O · · : S fate · S · · d a S ' · · deca da s. • _ . . • _ ',' • , : .• ' •. • • .' , _ , .. .:. .. . " :' 1 " . '. '. " • .' , '.' .• " ~ . . ..: :_ _ ' . i l l ( " , . . . . . . ' - , _ " . _ . . ' . . . .. ' : : ; : . : . I . . . . : : . ' .
anteriores: surgiu ,anecessidade die urn conceito que
Fosse alem da modernidac e. Mas a pos-modernidade
e urn conceito contraditorio em si: se r moderno quer
dizer s er d e h oje , do latim hodie rn u s . Nao e possivel ha-ver rnodernidade posterior a modernidade: ,0 concei-
to de futurismo tarnpouco retrata urna realidade com
caracterfsticas determinadas no presente. A solucao
linguistica para rnostrer a rnudanca nas caracteristicas
sociais sofrida pele modernidade, sem corromper 0
conceito temporal do termo, e caracterizar 0mundo
diehoje como uma superrnodernidade.
U·· .. A 'bl'~ PI rvo 'IS'- S arrtiaos ....reOU~·-:·lCQ. .'.atao, •...a·· .r" " - ,. -, " -- ,.
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Cristovam Buarque
A N · · · · · · · · I I O · : · · · · R · · · · · · E ' ,. · ' · ~ O · - · · · R · · · · Z · · · · · ·. 0 : > - fim do proletariado; Mise'ri'as del" : ! . - ' , , - : . . . . - . : - , . - . ' . . . , , : - '- ' - , . " ' - : . . . . ' - - . ' . . , ' ~ , - .. . . . ' - ' - ' . - . '
- -" -- : - . . = .. :c_ .· ',' '.-: .- ..•. --. ' '.- d."..-:c .-'-:-:",'.'; 6 ' : / ,: ' - 1 0 " ' - - - ' 1 , ., . · t , · - . - - , , , . ' :presente, r , lqU{ i ! . ,zaeo ,pOSl'.e, .....lma,ertQ. ~
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\ ; . : : . : ~ • . , ' . . :_ _ . . • . . . . c • " : ' _ :: In_, I . , . . _" ," . " _.. . ' '. ,- . - . :. _- ' - : : . " . ' :-
hom em. . . . . " " , ' - ' : ' , - -" "
JACIQUE ,S , A - - r v - - r A L I , Marx.
J A · · ·· · · - .R · · · · · · · - · .D ~ A M , O , N D ~ Colapso._ - I ' _ . = _-", . " _ __',~ .... _, ._.
J O · :· A < · ·Q · · ·· · ' U : IM ' r ' : ·, N · · ·· ·· ·· A · · ·- ·· ·· ·B . -U ·: I C · · · · . · - O · , 0 · · · · · · · abolicionismo' ._ - .- ' .. .. . ' . _ . . - . . .. . : - , . ' .. _ - ' . · _ c - " ._ , . . _ . ' . . _ '·'c_ -· _ .' _ . ." .. ' •
KARL MARXJ A ideo/agio olema,
KARL MARX E FRIEDRICH ENGELS , 0 manifes-
to comunista.
vam Buarque e engenheiro mecanico com- ff
I I I . . . r ...rado ern economia pela Sorbcnne. E profes-
I I , I _ Universidade de Brasilia n'D Departamen-
l l . 1 le ~Iconomiae no Centro d ie Desenvolvimento
I ~ t I, tavel. Poi Reiter I d a UnB, Governador Id a
~'.1 1II I ri.. Fede ra l , Ministro da Educacao. Foi cand i -
I I 1 1 · : 1 .residente da Republica na eleicao de 2 0 06 ;,
11 1 1 It "- ': , c . · · · a , - -.m - - - - - : - - · p , · - - ·. . . n h a e d . . u c a c i o n i s t a . ' E - : Senador da. .~.. _ . - , - = - - - _ " ,"" !:_ ,:__ " . , . 1 . . : . _ , . _ : : _ : ; -. . . . _ ' . ' _ , , ' " . . . . . . _
. ·,:i,lic,apelo Distritc Federal. Tern 24 livros publi-
I., 'J inclusive "O Que e Apartacao", na colecaoI I PIII f . l r · · .· s aSSOS " t
,M,ARNI'E HU'GHE,Si~'WARRI'NGT'ON'" , 5 0 e«ndes
pen sado re s da h is to ri a.
PAULO FREIRE; Pedagogic do oprimido.
TH'OMA.S, ,RO'BE,RT M,A.LTHU'S, E nsaio sobre 0
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THOMAS MORUS, A utopia.
. •,.••••
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C 'O ' : · 1 ·' c a o . . • P r i m : l e · · . · · I : ! ! r : ! O · · · - I · S . : . '· · · ·P a s s e s....'."y'",.~.-'.-. .'.._..~I . '." •.• , ._ •
Uma Enciclopedla Crfticaa
- ' --- - - --- -- -- - --'- - - - --- - - - --- - - --~
o ecucaclonlsrno considera que a civllizacao industrialcamlnha para uma catastrofs, pols deslquala seus
lndivlouos e deqrada 0Melo Arnblente. E 0carnlnho
para, interrornper osta marcha exiqe suostituir a utopia
d Ii ld d- ... Id d'.- I. - . ,- .'- '. '.~. .-. . -. '.' . . '. .'. '. .... . '-' . .- .'. . .-. '- -. .. - - 1 - - . . . . C.: .-. . -: . . '.
a , I l gua I a 'e n a economla p . a r a a I g -.:IUla~.,a.-- e n a.' I':
e d u c a • .~~ao~f i ' l h o do..·trab.. m a d o r n ,a m e s m · - · · · - · a . -. e-:800Ia do..1- . _ '. ... . _"';! _.' . . II .. _ _ I . 1 • _ • I.. ____ I. . . _ _ . __ .
fllho do patrao, Hecusando ace l t a r a , rnarcha aoI I
r -.. " I I I'· II", - • d bco apso e tico, SOC ia l Ie eco og·.~. ;CO e m s ts t in c a na ousca-
d e u m a . soc le d ad e equlllbrada, dstende · 8 1 r eo r t en tacaod I. t " · 1 1 " ' tc 'ilo proje -: 0 'C IVL I ..z,a .ono pa ra assequrar a r nes rna
- -
Ci h ·a - " n " c · " e · · e ~ ' . . - - " e ; - · c i a " s s e s pe " ' l a i g ' - ual d a d e n "a e · · · d · · :c acao ' e - '_'_ '-'. . ..·-II '~ :I --;> '~ '" ;_ ' 1 > - I ._- __ _: __--.~ " ':, '_~--_-, ,-
entre g e ra g oe s ., pa r um desenvolvlrnento s u e sntado.Sua proposta tom a a ·e '.ucacao como 0motor e
pr o : . . . p o s i t o d . · . . e . " [ u r n : - a ~ ' n " l o - - v a : · - U · 1 opia..~ _ . • • _ • ._ _ , ,' _ • • ' • 1 • • _ _
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Areas de interesse: Letrss, Pe·da.gog ia , Cie,ncia Politics,. -
H r r - " " F . ~ J ' t o i i- ", ,- ", " : ',, [ - - - ; - ..:,". ,: .' .", '_ .,: ~. '.
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