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THIAGO CASCAES DOS SANTOS

ANSIEDADE-ESTADO E ANSIEDADE-TRAO DE RBITROS DE HANDEBOL DE SANTA CATARINA

FLORIANPOLIS SC 2006

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE EDUCAO FSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTOS DEPARTAMENTO DE EDUCAO FSICA

THIAGO CASCAES DOS SANTOS

ANSIEDADE-ESTADO E ANSIEDADE-TRAO DE RBITROS DE HANDEBOL DE SANTA CATARINA

Trabalho de Concluso de Curso apresentado como requisito parcial para obteno do ttulo de licenciado em Educao Fsica.

Orientador: Milton Fonseca Pelissari

FLORIANPOLIS SC 2006

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THIAGO CASCAES DOS SANTOS

ANSIEDADE-ESTADO E ANSIEDADE-TRAO DE RBITROS DE HANDEBOL DE SANTA CATARINA

Trabalho de Concluso de Curso apresentado como requisito parcial para obteno do ttulo de licenciado em Educao Fsica.

Banca Examinadora

Orientador:

______________________________________________________ Prof M.Sc. Milton Fonseca Pelissari CEFID/UDESC

Membro:

______________________________________________________ Prof Especialista Joo Rotta Filho CEFID/UDESC

Membro:

______________________________________________________ Prof Mda Martina Kieling Sebold Barros Rolim CEFID/UDESC

FLORIANPOLIS SC 20062

minha av e a minha namorada que sempre estiveram ao meu lado apoiando, criticando e colaborando direta ou indiretamente em todas as minhas conquistas.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeo a Deus por ter me dado a oportunidade de estar no mundo. Aos meus pais, Eliane Maria Cascaes e Josemar Rabello dos Santos, minha famlia, agradeo todo o amor, carinho, compreenso e respeito. A minha namorada Paola Azevedo e a minha av Marlene Rabello dos Santos pelo apoio, amor e compreenso. Ao meu tio e padrinho Joo Batista Cascaes profissional de Educao Fsica dedicado e exemplo de pessoa que sempre terei o prazer de acompanhar. A minha av Evanilda Cascaes e meu tio Maykon do Nascimento por todos os momentos de felicidades que tivemos. Aos amigos e colegas da turma do Curso de Educao Fsica, pela convivncia harmoniosa e solidria na realizao do curso. Tenho muito a agradecer e a muitas pessoas. No cito nomes para no ser injusto com pessoas que me auxiliaram at onde j cheguei. Ao professor e orientador Milton Fonseca Pelissari pela confiana, apoio e orientaes no presente trabalho monogrfico demonstrando grande conhecimento e experincia no handebol. A professora Martina Rolim pelo auxlio na busca de referenciais cientficos para o presente estudo, opinando a direo a ser seguida. Aos professores do curso compromissados com a atividade como educadores. A todos que colaboraram direta ou indiretamente para a concretizao de mais esta etapa em minha vida. 4

"Tudo vale a pena se a alma no pequena. FERNANDO PESSOA

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RESUMO

DOS SANTOS, Thiago Cascaes. Ansiedade-estado e ansiedade-trao de rbitros de handebol de Santa Catarina. Monografia (Graduao em licenciatura em Educao Fsica) Centro de Educao Fsica, Fisioterapia e Desportos Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianpolis, 2006. A arbitragem caracteriza-se por ser um esporte com alto grau de estresse, sendo que o estresse encontrado em rbitros de handebol parece estar relacionado aos nveis de ansiedade (LUFT ET AL, 2005). Este estudo teve como objetivo investigar o nvel de ansiedade-trao e ansiedadeestado de rbitros de handebol de Santa Catarina. Para o mesmo foi utilizado um instrumento de Weinberg e Gould (2001), com duas escalas adaptadas para os participantes desta pesquisa, o CSAI-2 para avaliao da ansiedade-estado e o SCAT para avaliao da ansiedade-trao. A primeira escala (CSAI-2) tem pontuao variando de 9 a 36 pontos e a segunda (SCAT) de 6 a 18 pontos. Participaram da pesquisa doze rbitros da Associao Catarinense de Handebol, considerados aptos para a arbitragem em 2006 pela Federao Catarinense de Handebol, participantes dos 46 Jogos Abertos de Santa Catarina, fases Regional Norte e Sul. Os dados foram coletados entre os dias 10 e 15 de outubro de 2006, em Timb e Siderpolis, respectivamente, e tratados atravs da estatstica descritiva visando verificar as freqncias e percentuais e clculo da mdia, bem como medidas de variabilidade como o desvio padro e estatstica inferencial. Aps a descrio, os nveis de ansiedade foram caracterizados, comparados em relao s diferentes categorias de arbitragem e em relao ao tempo de arbitragem. Concluise que a maioria dos rbitros esteve abaixo da mediana de ansiedade-trao e ansiedade-estado. Os rbitros mais graduados tiveram nveis de ansiedade maiores possivelmente pelo fato de serem escalados para as partidas mais importante, fato igualmente encontrado quando relacionado ansiedade-estado e tempo de arbitragem. Porm quanto relao de ansiedade-trao e tempo de arbitragem foi encontrada relao significativa negativa, o que significa que os rbitros mais experientes so pessoas menos ansiosas habitualmente. Palavras-chave: Psicologia do esporte, Ansiedade, rbitros.

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SUMRIO

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INTRODUO................................................................................................................ 10 1.1 PROBLEMA............................................................................................................. 10 1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................ 11 1.2.1 Geral................................................................................................................. 11 1.2.2 Especficos....................................................................................................... 11 1.3 JUSTIFICATIVA...................................................................................................... 12 1.4 DELIMITAO DO ESTUDO ................................................................................ 13 1.5 DEFINIO DOS TERMOS .................................................................................. 13 REVISO ........................................................................................................................15 2.1 CARACTERSTICAS DO JOGO DE HANDEBOL .............................................. 15 2.2 PSICOLOGIA ESPORTIVA ................................................................................... 16 2.3 PSICOLOGIA APLICADA AOS RBITROS ........................................................18 2.4 TEORIAS DA ANSIEDADE ................................................................................... 20 2.4.1 Ansiedade-trao e Ansiedade-estado...........................................................22 2.4.2 Ansiedade no esporte..................................................................................... 24 2.5 ANSIEDADE DO RBITRO................................................................................... 28 MTODO.........................................................................................................................29 3.1 CARACTERIZAO DA PESQUISA ................................................................... 29 3.2 POPULAO E AMOSTRA .................................................................................. 29 3.3 INSTRUMENTO...................................................................................................... 29 3.4 COLETA DE DADOS .............................................................................................30 3.5 TRATAMENTO ESTATSTICO ............................................................................. 31 3.6 LIMITAES DA PESQUISA ............................................................................... 31 APRESENTAO DOS RESULTADOS .................................................................... 32 4.1 CARACTERIZAO DA AMOSTRA.................................................................... 32 4.2 NVEIS DE ANSIEDADE-ESTADO E ANSIEDADE-TRAO.............................33 DISCUSSO DOS RESULTADOS.............................................................................. 38 5.1 DA CARACTERIZAO DA AMOSTRA..............................................................38 5.2 DOS NVEIS DE ANSIEDADE-ESTADO E ANSIEDADE-TRAO ................... 38 CONSIDERAES FINAIS ..........................................................................................41 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS............................................................................ 43

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NDICE DE FIGURAS Tabela 1. Caracterizao dos participantes quanto idade, massa corporal e altura.32

Tabela 2. Caracterizao dos participantes quanto ao nvel de escolaridade, estado civil, raa e religio................................................................................................................. 33 Tabela 3. Mediana e desvio padro dos nveis de ansiedade-trao e ansiedadeestado pelos rbitros participantes da pesquisa em relao ao tempo de experincia em arbitragem. .......................................................................................................................37

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NDICE DE FIGURAS

Figura 1.

Conceito de ansiedade estado (SPIELBERGER, 1971, p. 267).........................23

Figura 2. Representao grfica das mdias e medianas dos nveis de ansiedade-trao e ansiedade-estado dos rbitros participantes da pesquisa .........................................................34 Figura 3. Representao grfica dos nveis de ansiedade-trao e ansiedade-estado de cada rbitro participante da pesquisa .......................................................................................35 Figura 4. Representao grfica das medianas dos nveis de ansiedade-trao e ansiedade-estado dos rbitros de handebol de Santa Catarina com as diferentes categorias de arbitragem .........................................................................................................................36

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INTRODUO

1.1

PROBLEMA

As influncias psicolgicas esto presentes em uma partida desportiva e so determinantes para levar o atleta, ou uma equipe, vitria ou derrota, bem como conduzir os rbitros ao sucesso ou insucesso. Os fatores psicolgicos tm incidncias to marcantes que so capazes de nortear o rendimento do rbitro numa partida desportiva. Os estudos acerca da psicologia do esporte so encontrados apenas aps as Olimpadas de 1956, em Melbourne na Austrlia, o que nos evidencia ser esta uma rea muito recente para a Cincia (BARRETO, 2003), mas que, segundo Fleury (2001), tem sido enfatizada de forma a permitir a melhora e a manuteno do rendimento esportivo, assim como ajudar no crescimento e bem estar pessoal dos desportistas. At mesmo rbitros mais graduados, ao longo de suas carreiras desportivas, j experimentaram momentos de insucessos. Estes fracassos que, via de regra, podem estar presentes na vida de qualquer pessoa, podem ser causados por ansiedade, estresse, falta de concentrao e agressividade e com isso, dificultando ainda mais o alcance de resultados positivos. De acordo com Singer (1977), entre os fatores

psicolgicos negativos mais danosos esto o estresse e a ansiedade, por interferirem diretamente nos resultados, pois baixam o nvel de concentrao do indivduo, provoca desmotivao e abala a autoconfiana, prejudicando o seu rendimento desportivo em todos os aspectos. 10

O rbitro, como todo ser humano, sente a mesma ansiedade que os demais esportistas, antes, durante e depois dos jogos. Embora eles digam que esto tranqilos para os jogos, isso no possvel, ao menos com pessoas quase sempre sob presso. Uma vez que os rbitros de handebol esto neste meio competitivo e devem interagir diretamente com os atletas, tendo que controlar comumente situaes adversas ou inesperadas, chega-se ao seguinte questionamento: Quais so os nveis de ansiedade-trao e ansiedade-estado dos rbitros de handebol de Santa Catarina?

1.2

OBJETIVOS 1.2.1 Geral - Investigar o nvel de ansiedade-estado e ansiedade-trao de rbitros de handebol de Santa Catarina. 1.2.2 Especficos - Caracterizar os rbitros catarinenses de handebol, quanto idade, massa corporal, altura, tempo de atuao, nvel de escolaridade, estado civil, raa e religio; - Caracterizar o nvel de ansiedade-trao e ansiedade-estado; - Comparar o nvel de ansiedade-trao e ansiedade-estado nas diferentes categorias de arbitragem; - Relacionar a ansiedade com tempo de arbitragem.

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1.3

JUSTIFICATIVA O handebol do Brasil gradativamente aumenta sua popularidade desde a

Olimpada de Barcelona em 1992 onde o Brasil conseguiu sua primeira classificao para os Jogos Olmpicos com a equipe masculina (GAZETA, 2004). Desde ento o volume de estudos acerca do handebol se tornou mais amplo. Contudo estes estudos tinham como foco principal aspectos relacionados com a tcnica e ttica do jogo, especialmente em atletas. Apesar de estar pouco presente na mdia, a quantidade de estudos envolvendo rbitros de handebol no comparvel com a evoluo tcnica e ttica deste esporte adquirida ao longo dos anos. Diante desta situao tornam-se necessrios estudos que discutam no somente sobre aspectos tcnicos e tticos, mas tambm sobre fatores psicolgicos, os quais esto diretamente ligados a esportes de alto rendimento. fato que o ambiente esportivo, repleto de situaes de sucesso e fracasso, fornece grandes oportunidades para a avaliao de teorias da psicologia esportiva, como a presente neste estudo, ansiedade-trao e ansiedade-estado. De um modo geral, conhecer o nvel de ansiedade-trao de um desportista muito importante para prever como ele reagir em uma competio (WEINBERG e GOULD, 2001). Comumente encontramos estudos sobre ansiedade em atletas de variadas modalidades, porm pesquisas especificamente sobre ansiedade dos rbitros so recentes e escassas. De Rose Junior et al (2004) cita que o fato dos rbitros serem geradores de stress em atletas, principalmente os que atuam nas modalidades de basquetebol e handebol, poderia corroborar com a preocupao e possivelmente ansiedade dos rbitros.

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Portanto, este estudo se justifica, pois permitir, entre outros aspectos, identificar os nveis de ansiedade-trao e ansiedade-estado e possveis relaes existentes com as categorias e a experincia dos rbitros de handebol. Alm disso, poder ser utilizado como fonte de conhecimento desta rea da psicologia desportiva, servindo de subsdio para os prprios rbitros, para que os mesmos atravs destes estudos possam ser mais bem preparados psicologicamente, tornando-se desta maneira profissionais mais completos.

1.4

DELIMITAO DO ESTUDO

Este estudo delimitou-se em verificar o nvel de ansiedade-trao e ansiedadeestado de rbitros de handebol de Santa Catarina, com idade ente 21 e 54 anos, participantes dos 46 Jogos Abertos de Santa Catarina, fases Regional Norte e Sul, respectivamente, em Timb e Siderpolis, realizado entre os dias de 10 e 15 de outubro de 2006, atravs de um instrumento com duas escalas, uma para ansiedade-trao (SCAT) e outra para ansiedade-estado (CSAI 2).

1.5

DEFINIO DOS TERMOS

Ansiedade-trao: caracterstica da personalidade, a predisposio de uma pessoa para perceber uma situao como ameaadora ou no (MAGIL, 1984). Ansiedade-estado: como uma pessoa reage a uma determinada situao, e o estado emocional do Individuo num dado momento (MAGIL, 1984).

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Jogos Abertos de Santa Catarina: tambm chamado de JASC, o campeonato de maior importncia para o Esporte amador em Santa Catarina, realizado anualmente desde 1960 (FESPORTE).

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REVISO

2.1

CARACTERSTICAS DO JOGO DE HANDEBOL

O handebol uma modalidade esportiva coletiva de atividade motora completa (RETECHUKI e SILVA, 2001), e que envolve uma grande quantidade de movimentaes associadas manipulao de bola (ELENO, BARELA e KOKUBUN, 2002) com caractersticas de esforos de alta intensidade e curta durao com pausas entre os esforos (SOUZA et al., 2000). Sabe-se que atletas de handebol possuem caractersticas como: sistema nervoso forte, mvel e equilibrado (GRECO, 2000). Estas caractersticas os fazem ter um timo desempenho em relao velocidade motora e as foras musculares, que so aspectos fundamentais para o jogador, pois o prprio jogo possui caractersticas de rapidez e fora nas aes motoras. No Brasil o handebol comea a ganhar mais espao na mdia e, portanto mais praticantes, ganhando fora no cenrio esportivo nacional. Porm, ainda h uma grande escassez de estudos que retratam a condio dos handebolistas (SOUZA et al, 2000). A rapidez, o estreito contato corporal, as caractersticas do jogo como a possibilidade de bloquear o adversrio com seu prprio corpo, etc., tudo se passa to depressa que preciso admitir que a tarefa dos rbitros dura e exigente. ento absolutamente necessrio para os jogadores e para os treinadores e lderes, trabalhar duro a fim de compreender a tica do esporte em geral e do handebol em particular (U.V.A., 2006). Como so peas fundamentais para o bom andamento de uma partida de handebol e de outras modalidades de esportes com contato os rbitros devem ter como 15

caractersticas da sua personalidade: estabilidade emocional, alto nvel de inteligncia, alto nvel de percepo espacial, moderada habilidade de fluncia verbal, raciocnio rpido, alta habilidade de deciso, alto nvel de afirmatividade, tipo de personalidade ambivertida tendendo para a extroverso e introverso, alto nvel de toughness (BARRETO 2003).

2.2

PSICOLOGIA ESPORTIVA

Atravs dos avanos cientficos e tecnolgicos podemos observar, alm de melhorias nos materiais esportivos e nos frmacos, a contribuio da psicologia esportiva para o aprimoramento do desempenho de atletas, tcnicos e rbitros. Apesar dos estudos acerca da psicologia esportiva serem encontrados apenas aps as Olimpadas de 1956, em Melbourne na Austrlia, o que nos evidencia ser esta uma rea recente para a Cincia (BARRETO, 2003), sua importncia est sendo comprovada gradativamente. A psicologia esportiva, para Cratty (1984), um estudo que visa o comportamento do atleta dentro do contexto esportivo. uma cincia cujos princpios da psicologia so aplicados dentro de programas de treinamento desportivo. Assim, Morais apud Souza (1999), associa a psicologia ao esporte, como tentativa de descrever, explicar e entender o comportamento humano. SINGER (1977) cita que a amplitude da natureza da psicologia dos esportes extensa, porm devido ao reduzido nmero de pesquisas existentes e ao pouco tempo de existncia, da mesma, pouco se conhece sobre os aspectos relativos a psicologia esportiva. Este autor ainda cita que os ramos da psicologia mais relacionados com 16

esporte so: educacional; experimental; personalidade; clnica; desenvolvimento; social. J Samulski (2002) props quatro reas de aplicao, que so respectivamente: 1) Esporte Rendimento: analisa os fatores psquicos determinantes do rendimento esportivo, o que possibilita melhorar o rendimento e aperfeioar o processo de recuperao; 2) Esporte Escolar: analisa os processos de ensino e aprendizagem e ainda os processos de educao e sociabilizao; 3) Esporte Recreativo: analisa o comportamento recreativo de grupos heterogneos em relao a diferentes motivos, interesses e atitudes e 4) Preveno, Sade e Reabilitao: so estudadas as possibilidades teraputicas e preventivas do esporte. Cratty (1984) entendeu que a Psicologia Esportiva utiliza seus servios para melhorar o atendimento psicolgico dos atletas, equipes e tcnicos, para estimular e disseminar a pesquisa nesse setor, visando ainda, ao aperfeioamento das condies emocionais de indivduos e equipes, cujos desempenhos podem ser prejudicados por ms condies de sade mental. Estuda, tambm, as relaes entre tcnico e atleta e outros problemas, inclusive comportamento agressivo, ansiedade e otimizao do tnus emocional dos times esportivos. Segundo Morais apud SOUZA (1999), um grande nmero de tcnicas de medio tem sido desenvolvido, tendo como meta diagnosticar a ansiedade dos atletas e a sua relao com o desempenho. Apesar da evidncia de testes fisiolgicos, a maioria das investigaes com a relao ativao e ao desempenho tem empregado exclusivamente testes do tipo questionrio. Este ainda comenta que conforme literatura revisada h indicao de uma evidente relao entre ansiedade e desempenho, sugerindo que a ansiedade e o desempenho parecem variar de acordo com vrios fatores como o tipo de esporte e a dificuldade da tarefa etc. Outro ponto de grande 17

importncia so as consideraes com relao aos nveis timos de ansiedade e tarefas motoras finas e grossas, diferenas individuais, a torcida e o ambiente onde ocorre o desempenho. importante lembrar tambm, que a ansiedade uma construo multidimensional. O uso de tcnicas intervencionistas pode contribuir para ajudar os atletas a controlarem melhor seus nveis de ansiedade contribuindo assim para um melhor desempenho. Estados emocionais como o estresse e ansiedade tm interferncia no desempenho do atleta. Para McGrath apud Weinberg e Gould (2001) o estresse acontece quando h um pequeno desequilbrio entre as demandas fsicas e psicolgicas impostas a uma pessoa e a sua capacidade de resposta. Portanto importante conhecer as situaes causadoras do estresse para que se possa diminuir o impacto destas no desempenho do atleta.

2.3

PSICOLOGIA APLICADA AOS RBITROS

A essncia de arbitrar est no sentimento que rbitros nutrem pelas tomadas de decises e o cumprimento das regras vigentes em um determinado desporte. Arbitrar a ao realizada pelos rbitros encarregados de fazer respeitar o regulamento e tomar decises entre os desportistas nos desportes, em correspondncia com o permitido pelo regulamento. (GARCIA e DIAZ 2004) Para tanto necessrio que o rbitro tenha, dentro de uma viso emprica, como indica Barreto (2003), os seguintes tipos e traos de personalidade: estabilidade emocional, alto nvel de inteligncia, alto nvel de percepo espacial, moderada habilidade de fluncia verbal, raciocnio rpido, alta habilidade de deciso, alto nvel de 18

afirmatividade, tipo de personalidade ambivertida tendendo para a extroverso e introverso, alto nvel de toughness. J para Ramrez (1999), a autoconfiana uma das caractersticas psicolgicas necessrias de todo bom rbitro para desenvolver uma profisso exigente e estressante, na qual se recebem poucas recompensas e reconhecimento social por parte de jogadores, treinadores, fs, jornalistas, etc. A autoconfiana a crena de que este pode realizar satisfatoriamente uma determinada conduta. Esta crena deve ser racionalizada para poder evitar problemas de excesso e de falta de confiana. Alm desses fatores alguns autores apontam o estresse como determinante no desempenho do rbitro, pois este pode interferir na sua sade fsica e mental durante um jogo. De acordo com Berger et al (2002), o estresse est associado qualidade de vida, porm, no pode ser considerado como ruim ou indesejvel, uma vez que ele necessrio para manter o sujeito alerta, motivado e corajoso. Tanto o excesso quanto a ausncia de estresse podem afetar negativamente a qualidade de vida, portanto devese procurar manter nveis timos de estresse. A demanda do ambiente diretamente relacionada com o estresse, embora a resposta dependa em grande parte da capacidade do indivduo de administr-lo (MARGIS et al, 2003). Segundo Luft et al (2005), boa parte do estresse encontrado em rbitros de handebol parece estar relacionado aos nveis de ansiedade. A ansiedade parece interferir na maioria negativamente no desempenho do rbitro. Segundo Prapavessis (2003) et al as pessoas podem ser regidas por determinados traos de personalidade ou temperamento, que podem ser determinantes na percepo e o controle de determinadas variveis psicolgicas como o estresse, a ansiedade, o relacionamento interpessoal e as estratgias utilizadas para resoluo de 19

determinados problemas. Apesar dos estudos sobre a ansiedade serem controversos desde os primrdios da sociedade moderna, o tpico a seguir contm uma explanao breve sobre algumas teorias presentes e as que a literatura aponta como sendo mais adequada para a aplicao na psicologia esportiva e na atuao de rbitros esportivos.

2.4

TEORIAS DA ANSIEDADE

Para Nascimento (2004) quando pensamos em ansiedade, a definio mais comum a de um sentimento de insegurana causado por uma expectativa de algum perigo, ameaa ou desafio existente. um sentimento parecido com o medo, mas difere deste porque este uma resposta a um perigo real e presente, ao passo que na ansiedade, a pessoa tem o mesmo sentimento, mas desconhece a causa. O autor afirma que a ansiedade so as respostas emocionais determinadas de um acontecimento, que pode ser frustante, ameaador, entristecedor, e cuja realizao ou resultado depende no apenas da prpria pessoa, mas tambm dos outros. Wolpe (1975) define ansiedade como um padro normal de respostas autonmicas da atividade simptica ou estmulos aversivos que tendem a levar o organismo a fugas de situaes consideradas ameaadoras. Segundo Ludin (1977), a ansiedade um fenmeno emocional, que tem como resultado um grupo de respostas que o organismo emite sob certas circunstncias, o que leva aos experimentos de Pavlov, na formao de reflexos condicionados; seu princpio bsico que se um estmulo neutro for seguido repetidas vezes por um estmulo aversivo, este estmulo neutro adquirir as propriedades aversivas do estmulo aversivo. Tem como princpio a repetio de experincias desagradveis. 20

A ansiedade para Schmidt e Wrisberg (2001) uma preocupao ou aflio sobre incertezas futuras; uma percepo de ameaa a si prprio freqentemente caracterizado por elevados ndices de ativao (excitao do sistema nervoso central). Weinberg e Gould (2001), afirmam que ansiedade um estado emocional negativo que provoca nervosismo, preocupao e apreenso; est relacionada com a ativao do corpo. Ela apresenta componentes cognitivos, que so os pensamentos, e componentes somticos, que so as respostas fisiolgicas do corpo. Para Bara e Miranda (1998), a ansiedade cognitiva um componente mental da ansiedade, causada pelo medo de uma avaliao negativa e causa reaes como apreenso, apatia, desinteresse, pensamentos negativos, etc. J a ansiedade somtica, se manifesta atravs dos aspectos fisiolgicos causando respostas como taquicardia, aumento da freqncia respiratria, dor de estmago, boca seca, sudorese nas mos, tenso muscular, lentido, pouca exploso muscular, etc. De Rose Jnior (1999), afirma que a ansiedade causa vrios tipos de respostas: - Respostas cognitivas: expectativas negativas ou por auto-avaliao negativa (componente mental); - Respostas emocionais: influncias no estado de humor; - Respostas somticas: desenvolvidas a partir da ativao autnoma (componente fisiolgico e emocional); - Respostas psicomotoras: influncias no comportamento motor (desempenho tcnico); - Respostas sociais: relacionamento, isolamento.

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2.4.1 Ansiedade-trao e Ansiedade-estado

Para Magill (1984), a ansiedade pode ser considerada de duas maneiras diferentes, a ansiedade-trao e a ansiedade-estado. A primeira pode ser definida como uma caracterstica da personalidade, a predisposio de uma pessoa para perceber uma situao como ameaadora ou no. J a ansiedade-estado, como uma pessoa reage a uma determinada situao, e o estado emocional do Individuo num dado momento. Segundo Weinberg e Gould (2001) o nvel de ansiedade-estado de uma jogadora de basquete, por exemplo, muda durante todo o jogo; pode ter um nvel elevado antes de uma sada de bola ou um nvel baixo, depois que entra no ritmo de jogo, podendo se elevar novamente nos minutos finais de um jogo equilibrado. Os autores afirmam que um jogador que tem um alto nvel de ansiedade-trao e um outro atleta que tem um baixo nvel de ansiedade-trao forem submetidos a idnticos nveis de presso, como cobrar um pnalti, os dois iro agir de formas completamente diferentes, devido as suas personalidades distintas. Para Singer (1977), a ansiedade-trao uma caracterstica estvel do Individuo e pode gerar variaes previsveis, j a ansiedade-estado um estado emocional imediato e transitrio, expresso por respostas do Individuo, que percebe certas situaes ameaadoras, sendo perigo real ou no. Spielberger (1971), refere-se a ansiedade-estado como uma reao ou resposta emocional que o indivduo sofre quando percebe uma situao como perigosa, com a presena de um perigo real ou no. A ansiedade-estado flutua conforme podemos observar na figura 1. 22

Figura 1.

Conceito de ansiedade estado (SPIELBERGER, 1971, p. 267).

De acordo com Santos e Shigunov (1999), ansiedade-estado que uma pessoa exibe numa determinada situao, no est relacionada somente com a ansiedadetrao; ela tambm est relacionada a duas outras variveis: a importncia da situao para a pessoa e a incerteza do resultado da situao. Nenhuma varivel deve ser vista isoladamente, a relao dessas trs variveis que vai resultar na ansiedade de cada individuo. Singer (1977) afirma que embora a ansiedade-trao de um atleta opere em um nvel geralmente predizvel, cada situao com o qual ele se confronte produzir variaes na ansiedade-estado. Para Weinberg e Gould (2001), existe uma relao direta entre os nveis de ansiedade trao e ansiedade-estado de uma pessoa. Indivduos com alto ndice de ansiedade-trao, tambm tero um grau elevado de ansiedade-estado numa competio. Mas essa relao no perfeita, por exemplo, quando um atleta com uma elevada ansiedade-trao tem uma experincia muito grande em uma determinada situao e, portanto, no a percebe como ameaadora, sua ansiedade-estado se mantm baixa. Mas de um modo geral, conhecer o nvel de ansiedade-trao de um atleta muito importante para prever como ele reagir numa competio. La Guardia e Labbe (1993) realizaram um estudo com remadores utilizando escalas de ansiedade e comparando com resultados obtidos na competio, levando 23

em considerao as reais chances do atleta chegar na final e concluram que a ansiedade pr-competitiva est diretamente relacionada com o seu desempenho na competio.

2.4.2 Ansiedade no esporte

A habilidade de lidar com a presso e a ansiedade uma parte integral de atletas de todos os esportes, principalmente entre os de elite, (HARDY, JONES e GOULD, 1996). Chaves e Bara (2003) afirmam que grande parte dos atletas sofre com a ansiedade pr-competitiva, por que sentem uma enorme obrigao de vencer, que est impregnado em nossa sociedade e nos ensinado desde a infncia. A emoo da vitria exaltada, enquanto a derrota vista com desprezo e sofrimento. Essa obrigao a grande causa do mau desempenho nas competies e tambm na vida pessoal do atleta, que esquece do seu bem estar e sade e comea a adquirir hbitos prejudiciais. Para Campem e Roberts (2001), a ansiedade somtica funciona

independentemente da cognitiva no esporte. A ansiedade cognitiva comea relativamente alta e permanece constante com a aproximao da competio, assim como durante o evento. J a ansiedade somtica permanece baixa ate 24 horas antes da competio, comea a aumentar rapidamente com a aproximao da mesma e diminui rapidamente com o inicio do evento. Cattel apud Cratty (1984) afirma que os nveis de ansiedade de atletas tambm variam com a idade. Durante os ltimos anos da adolescncia, a ansiedade tende a ser alta e comea a diminuir aos 30 anos, voltando a aumentar depois dos 60 anos. Jovens 24

atletas que permanecem em um determinado esporte, podem aprender a lidar melhor com a ansiedade pr-competitiva com o passar dos anos e os que no conseguem, param de praticar o esporte. Gould, Petrcblikoff e Weinberg (1993), relataram depois de uma pesquisa com jogadores de tnis, que um forte predictor de ansiedade cognitiva so os anos de experincia, isto , quanto mais experincia um atleta tem, mais baixa ser sua ansiedade. Atletas que j competem h muito tempo, tem maior facilidade de perceber sua ansiedade como benfica do que os novatos, (PERRY e WILLIANS, 1998). Para Humara (2004), isso se d ao fato de que atletas mais experientes tm uma maior autoconfiana, ela parece ser o diferencial entre os atletas de elite e os novatos. Um estudo feito com tenistas mostrou que os atletas mais experientes mostraram uma maior autoconfiana, resultado em menores nveis de ansiedade e melhor desempenho (PERRY e WILLIANS, 1998). Bejek e Hagyet (1996) e Jones, Hanton e Swian (1994), chegaram as mesmas concluses em suas pesquisas com ginastas e nadadores respectivamente. A pesquisa de Gould, Petrchlikoff e Weinberg (1984), mostrou que outro predictor de autoconfiana, a percepo que o atleta tem sobre suas habilidades. A auto confiana e a qualidade mais poderosa de atletas de elite, pois atua como um fator de proteo contra a ansiedade cognitiva. Simon e Martens (1977) afirmam que a ansiedade-estado competitiva maior em atletas amadores nos esportes individuais se comparados com atletas de esportes coletivos. Em contrapartida, participantes de esportes individuais sem contato tem menores ndices de ansiedade-estado do que competidores de esportes individuais e de contato (LOWE e McGRATH. 1971). 25

Krane, Joyce e Rafeld (1994), em sua pesquisa, colocaram um time de softbol em duas condies diferentes: uma situao altamente decisiva e outra pouco decisiva. Enquanto a ansiedade somtica no ficou muito diferente nas duas situaes, os atletas que estavam na situao muito decisiva, tiveram um nvel bem maior de ansiedade cognitiva. De acordo com Humara (2004), a interpretao cognitiva que o indivduo d a situao, tem grande importncia no resultado de sua performance. Em um outro estudo realizado por Jones, Swain e Hardy (1993) com nadadores, chegaram a concluso que a ansiedade era maior em atletas que percebiam sua ativao como sendo debilitativa do que em atletas que a achavam benficas para o seu desempenho. Jones, Hanton e Swain (1994), chegaram ao mesmo resultado aplicando o estudo em ginastas, assim como Swain e Jones (1996), em jogadores de basquete. Uma pesquisa feita por Kirby e Liu (1999), com atletas de basquete e atletismo, mostrou que atletas de esportes individuais mostraram uma autoconfiana mais baixa um nvel de ansiedade somtica mais alta do que atletas de esportes coletivos. Martin e Hall (1997), tambm constatou isso com atletas de skate. A pesquisa mostrou que skatistas tinham um maior nvel de ansiedade cognitiva e somtica quando competiam individualmente, do que quando competiam em equipe. Isso se deve a difuso de responsabilidade que acontece quando se compete em time, o que j no ocorre nos esportes individuais. Pesquisas tambm mostram uma grande diferena de ansiedade cognitiva, somtica e autoconfiana entre os sexos masculino e feminino. Mulheres tm uma autoconfiana menor e maior ansiedade somtica do que os homens (THUOT, KAVOURAS e KENEFICK, 1998). Essa pesquisa tambm mostrou que o local onde 26

ocorre o evento tambm influencia na ansiedade. Foi constatado que adolescentes mostraram maiores nveis de ansiedade cognitiva e somtica quando a competio era longe de casa. Thuot et al (1998), tambm constatou que a ansiedade somtica e cognitiva aumentam e a autoconfiana diminui de acordo com a percepo que o atleta tem da probabilidade de o adversrio vencer. Isso tambm foi parcialmente constatado pela pesquisa de Jones, Swain e Cale (1991). Entre os homens, a ansiedade somtica e cognitiva foi mais afetada pela sua percepo da probabilidade do oponente vencer. J as mulheres ficaram mais preocupadas em estarem preparadas e competirem bem. Para Humara (2004), essas diferenas de sexo indicam a necessidade de desenvolver intervenes especificas para cada pessoa e a importncia de considerar todas as variveis para se desenvolver essa interveno. Cratty (1984), afirma que se costuma julgar que indivduos com muita ansiedade tendem a ter maus desempenhos e que atletas com menor ansiedade se saem melhor, mas difcil generalizar, pois alguns indivduos so capazes de se dar bem sob forte tenso. Nem toda ansiedade prejudicial, o bom desempenho requer um nvel timo de ansiedade; tanto o excesso quanto a falta podem piorar a performance do atleta. O estado de ansiedade deve ser compatvel com a natureza da atividade, para que se obtertha resultados favorveis (SINGER, 1977).

27

2.5

ANSIEDADE DO RBITRO

Comumente encontramos estudos sobre ansiedade em atletas de variadas modalidades, porm pesquisas especificamente sobre ansiedade dos rbitros so recentes e escassas. Luft et al (2005) concluram que, rbitros da Confederao Brasileira de Handebol apresentam um nvel de estresse normal, e um nvel da ansiedade elevado. A correlao positiva entre estresse e ansiedade sugere que grande parte do estresse vivenciado pelos rbitros causado pela sua ansiedade, que parece ser a varivel que mais prejudica a atuao do rbitro. A ansiedade parece estar relacionada com o nvel de perfeccionismo. A situao competitiva dependente do nvel da partida pode influenciar na ansiedade do rbitro, pois no caso de uma competio importante, o rbitro poder vivenciar um medo maior de errar, e sendo ele muito perfeccionista, este medo ser ainda maior. Pode-se concluir tambm que o nvel de tenso e competitividade esto associados ao estresse, e que quanto maior a competitividade maior o perfeccionismo.

28

3

MTODO

3.1

CARACTERIZAO DA PESQUISA

Este estudo caracteriza-se como descritivo exploratrio que tem por objetivos observar, analisar e correlacionar os fatos e fenmenos sem manipul-los. Procura descobrir, com a preciso possvel, a freqncia com que um fenmeno ocorre, sua relao e conexo com os outros, sua natureza e caractersticas (CERVO, 1983, p.55).

3.2

POPULAO E AMOSTRA

A populao investigada no presente estudo constituda por rbitros da modalidade de handebol do estado de Santa Catarina, da Associao Catarinense de Handebol, aptos para a arbitragem no ano de 2006, segundo a Federao Catarinense de Handebol, no havendo restrio de idade, sexo ou tempo de prtica. A amostragem no probabilstica intencional (RDIO, 1986), visando garantir as caractersticas adequadas aos objetivos do estudo. A amostra foi composta de 12 rbitros.

3.3

INSTRUMENTO

Para a coleta de dados foi utilizado um instrumento contendo duas escalas, o Inventrio de Ansiedade-Estado Competitiva-2 IAEC-2 (Competitive State Anxiety Inventory-2 CSAI-2) e o Teste de Ansiedade-Trao em Competies Esportivas TATCE 29

(Sport Competition Anxiety Test SCAT), de Weinberg e Gould (2001), e adaptadas para a populao deste estudo. A primeira escala (CSAI-2) tem pontuao variando de 9 a 36 pontos e a segunda (SCAT) de 6 a 18 pontos. O instrumento pode ser observado, respectivamente, no ANEXO A e ANEXO B.

3.4

COLETA DE DADOS

Inicialmente foi contatada a Associao Catarinense de rbitros de Handebol a fim de motivar e explicar os objetivos da pesquisa, alm de autorizao para aplicar os questionrios aos rbitros (ANEXO C). Os dados foram coletados entre os dias 10 a 15 de outubro de 2006, simultaneamente nas cidades de Siderpolis e Timb, durante os Regionais Sul e Norte, respectivamente, dos 46 Jogos Abertos de Santa Catarina. Primeiramente foi explicado para os rbitros o objetivo da pesquisa, assinatura do termo livre de consentimento e solicitado que respondessem aos questionrios com sinceridade e com base nos sentimentos que possuam no momento, visto que a identidade dos mesmos seria mantida em sigilo. Os rbitros responderam aos questionrios individualmente no local da competio, 30 minutos antes do incio da primeira partida de cada rbitro em que atuaram, sendo preenchidos na presena do pesquisador, respondendo primeiramente o questionrio referente ansiedade-trao e em seguida o de ansiedade-estado, e em seguida devolvidos.

30

3.5

TRATAMENTO ESTATSTICO

Os dados coletados foram registrados em um banco de dados utilizando o software SPSS verso 10.0 for Windows. Os dados foram tratados com estatstica descritiva e inferencial. Para a estatstica descritiva, analisou-se as medidas de tendncia central (mdia e mediana) bem como a variabilidade (desvio-padro). As variveis foram analisadas

descritivamente por meio das freqncias e percentuais. Em relao a estatstica inferencial, para comparao de mdias entre 2 grupos foi utilizado Mann-Whitney para dados no paramtricos. Para comparar mdias de mais de 3 grupos, utilizou-se Teste de Kruskal-Whallys para dados no paramtricos. Para relacionar variveis sem distribuio normal ou ordinais a estatstica realizada foi correlao linear de Spearmann (rho). O intervalo de confiana adotado para todos os testes foi de 95%.

3.6

LIMITAES DA PESQUISA

A participao de somente um rbitro internacional no possibilitou uma representatividade significante desta categoria de arbitragem. Outra limitao encontrada foi o fato de no ser possvel o controle do tempo que cada rbitro estava sem arbitrar antes da coleta dos dados.

31

4

APRESENTAO DOS RESULTADOS

4.1

CARACTERIZAO DA AMOSTRA

Participaram da pesquisa 12 rbitros do sexo masculino pertencentes Associao Catarinense de Handebol e considerados aptos para a arbitragem no ano de 2006 pela Federao Catarinense de Handebol. Os dados de idade, massa corporal e altura so apresentados na tabela 1.Tabela 1. Caracterizao dos participantes quanto idade, massa corporal e altura. n Idade (anos) Massa Corporal (kg) Altura (mt) 12 12 12

x34,58 80.25 1,793

s 9,737 10,601 0,061

Mnimo 21 94 1,69

Mximo 54 60 1,90

Analisando a tabela 1, percebe-se ainda que o ndice de Massa Corporal (IMC) dos rbitros de 24,96. Dentre os rbitros participantes da pesquisa, apenas um est no seu primeiro ano de arbitragem (8,33%), quatro atuam de dois a seis anos (33,33%), um atua de sete a dez anos (8,33%) e seis rbitros atuam a mais de dez anos (50,00%). O nvel de escolaridade, estado civil, raa e religio so apresentados na tabela 2.

32

Tabela 2.

Caracterizao dos participantes quanto ao nvel de escolaridade, estado civil, raa

e religio. f Nvel de Escolaridade Superior Completo Superior Incompleto Estado Civil Solteiro Casado Raa Branco Negro Religio Catlica Luterana 11 1 91,67 8,33 10 2 83,33 16,67 5 7 41,67 58,33 10 2 83,33 16,67 %

4.2

NVEIS DE ANSIEDADE-ESTADO E ANSIEDADE-TRAO

Quanto aos nveis de ansiedade-trao e ansiedade-estado podemos verificar na figura 2 a representao grfica das Mdias e Medianas dos Nveis de Ansiedade-trao e Ansiedade-estado dos rbitros de handebol de Santa Catarina. Cabe ressaltar que a escala de ansiedade-trao (SCAT) varia de 6 a 18 pontos, enquanto a escala de ansiedade-estado (CSAI 2) de 9 a 36 pontos, por essa razo necessrio ateno quando da anlise dos dados, pois a escala de ansiedade-estado, normalmente, gera valores absolutos maiores quando comparados aos da escala de ansiedade-trao.

33

14 12 10 9,333 8 6 4 2 0 Ansiedade-trao (6 a 18) 9

13,750

13

Mdia Mediana

Ansiedade-estado (9 a 36)

Figura 2.

Representao grfica das mdias e medianas dos nveis de

ansiedade-trao e ansiedade-estado dos rbitros participantes da pesquisa

Considerando a caracterstica das duas escalas percebe-se existir pouca diferena entre a ansiedade-trao e ansiedade-estado. Devido a esta pequena diferena entre mdia e mediana, constata-se que existe pouca variabilidade entre os rbitros e em detrimento disto utilizar-se- a mediana como padro para anlise dos dados. Na figura 3 pode ser observado a representao grfica dos nveis de ansiedade-trao e ansiedade-estado de cada rbitro participante da pesquisa.

34

20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 N6 E1 E3 I1 N3 N4 E2 E5 N1 N5 E4 N2 7 7 9 7 9 9 9 13 12 13 11 9 12 10 16 14 11 12 11 11 12 Ansiedade-trao Ansiedade-estado 16 19 18

Figura 3.

Representao grfica dos nveis de ansiedade-trao e ansiedade-

estado de cada rbitro participante da pesquisa

Observando a figura 3 possvel analisar, quanto ao nvel de ansiedade-trao, que sete rbitros (58,33%) esto abaixo ou na mediana e cinco rbitros (41,67%) esto acima da mediana. Enquanto que em relao ao nvel de ansiedade-estado sete rbitros (58,33%) esto abaixo ou na mediana e cinco rbitros (41,67%) esto acima da mediana. Podemos verificar na figura 4 a representao grfica das Medianas dos Nveis de Ansiedade-trao e Ansiedade-estado quanto categoria de arbitragem

(Internacional, Nacional e Estadual) dos rbitros de handebol de Santa Catarina.

35

16 14 12 10 8 6 4 2 0 9,0

16,0 13,0 12,0 9,0 9,8 Ansiedade-trao Ansiedade-estado

Internacional

Nacionais

Estaduais

Figura 4.

Representao grfica das medianas dos nveis de ansiedade-trao

e ansiedade-estado dos rbitros de handebol de Santa Catarina com as diferentes categorias de arbitragem

Analisando a figura 4 percebem-se diferenas na ansiedade-trao e ansiedadeestado de rbitros de diferentes categorias, porm no so significativas (trao = 0,701 / estado = 0,676). Fazendo comparaes excluindo o rbitro internacional, devido a sua pequena representatividade, tambm no se pode encontrar diferenas significativas (trao = 0,453 / estado = 0,853). Depois de verificado os nveis de ansiedade-trao e ansiedade-estado, os rbitros participantes foram tambm subdivididos em grupos em relao ao tempo de experincia, conforme se observa na tabela 3.

36

Tabela 3.

Mediana e desvio padro dos nveis de ansiedade-trao e ansiedade-estado pelos

rbitros participantes da pesquisa em relao ao tempo de experincia em arbitragem.

Tempo de experincia em arbitragem 0 --| 1

Medida md N s

Ansiedade-trao 11 1 , 10,50 4 0,96 7 1 , 9 6 1,84 9 12 1,72

Ansiedade-estado 16 1 , 13 4 3,30 12 1 , 13 6 3,27 13 12 2,96

2 --| 6

md N s

7 --| 10

md N s

> 10

md N s

Total

md N s

Ao correlacionar o tempo de experincia com a ansiedade-trao verificou-se a associao negativa significativa (r= -0,604/= 0,038), porm ao correlacionar o tempo de experincia com a ansiedade-estado no encontramos associao significativa (r= 0,253/= 0,428).

37

5

DISCUSSO DOS RESULTADOS

5.1

DA CARACTERIZAO DA AMOSTRA

Os rbitros participantes desta pesquisa possuem mdia de idade, 34,58 anos, prxima da encontrada por Luft et al (2005), 33 anos. O ndice de massa corporal (IMC) encontrado nos rbitros participantes desta pesquisa foi de 24,96, que considerado normal pela Organizao Mundial de Sade (OMS). Quanto ao tempo de arbitragem o grupo de rbitros avaliados pode ser considerado experiente, pois 50,00% dos rbitros atuam a mais de dez anos, percentual prximo ao encontrado por Luft et al. (2005). Dentre eles somente um rbitro encontrava-se no primeiro ano de arbitragem. Em relao ao nvel de escolaridade 83,33% j completaram o Ensino Superior, o que um fator positivo para o entendimento da complexidade do fenmeno esportivo. A maioria destes so casados, da raa branca e seguidores da religio Catlica.

5.2

DOS NVEIS DE ANSIEDADE-ESTADO E ANSIEDADE-TRAO

necessrio ressaltar novamente que as escalas utilizadas neste estudo tm valores variantes absolutos diferentes, por esta razo normalmente os valores encontrados na escala de ansiedade-estado (CSAI 2) sero maiores do que os encontrados na escala de ansiedade-trao (SCAT). Percebe-se primeiramente ao analisar a figura 2 que as diferenas entre mdias e medianas no so significativas, desta forma para fins de estudo utilizou-se a 38

mediana de forma a comparar os dados encontrados. Outro fato relacionado anlise dos dados a forma de comparao onde se utilizou s medianas de ansiedade-trao e ansiedade-estado como ponto de referncia para classificar os participantes em mais ou menos ansiosos, sendo os sujeitos que tiverem o mesmo valor da mediana foram considerados menos ansiosos. Ao analisar a figura 3 percebe-se que 58,33% dos rbitros esto, tanto em relao ansiedade-trao quanto ansiedade-estado, abaixo ou na mediana demonstrando assim ser um fator positivo, pois segundo Weinberg e Gould (2001), a ansiedade um estado emocional negativo que provoca nervosismo, preocupao e apreenso e por essa razo quanto menos ansiedade o rbitro exercer melhor a sua funo (LUFT ET AL. 2005). Quando analisado as medianas dos nveis de ansiedade-trao e ansiedadeestado dos rbitros participantes em relao s suas categorias de arbitragem, representados graficamente na figura 4, possvel observar que o nvel de ansiedadetrao foi na mediana tanto para o rbitro internacional quanto para os rbitros nacionais (md = 9) e acima da mediana para os rbitros estaduais (md = 9,8); j para a ansiedade-estado foi constatado que o rbitro internacional encontra-se acima da mediana (md = 16), os rbitros nacionais encontram-se na mediana (md = 13) e os rbitros estaduais encontram-se abaixo da mediana (md = 12). Apesar destas diferenas elas no foram significativas ( = 0,701 / estado = 0,676) e at mesmo excluindo-se o rbitro internacional, devido a sua pequena representatividade, tambm no foi possvel encontrar diferenas significativas (trao = 0,453 / estado = 0,853). Isto pode ter ocorrido porque a ansiedade-trao de um sujeito opera em um nvel geralmente predizvel, porm cada situao com o qual ele se confronte produzir 39

variaes na ansiedade-estado (SINGER 1977). Pelo fato do rbitro internacional estar a alguns meses sem arbitrar pode ter interferido no seu nvel de ansiedade, pois a ansiedade elevada pode ser decorrente da grande cobrana advinda de tcnicos e atletas, que pode fazer com que o rbitro se sinta intimidado e com medo de errar. Segundo Machado (1997), o medo o principal desencadeador da ansiedade. Isto tambm pode ter ocorrido pelo fato deste possuir o nvel mximo de categoria que um rbitro pode ter e desta forma ter obrigao de ser o melhor rbitro na competio. Os rbitros nacionais apresentaram nveis de ansiedade-estado maiores do que os dos rbitros estaduais, isto pode ter ocorrido porque quando os rbitros so escalados para as partidas levado em conta a importncia e o nvel da partida a ser arbitrada, por essa razo para os jogos mais complicados e decisivos os rbitros escolhidos normalmente so os de categorias maiores. Analisando a correlao do tempo de experincia com a ansiedade-trao foi verificada a associao negativa significativa (r= -0,604/= 0,038), o que significa que quanto mais experiente o rbitro este apresenta menos ansiedade-trao, porm ao correlacionar o tempo de experincia com a ansiedade-estado no encontramos associao significativa (r= -0,253/= 0,428), isto pode ter ocorrido, pois de acordo com Santos e Shigunov (1999), a ansiedade-estado que uma pessoa exibe numa determinada situao, no est relacionada somente com a ansiedade-trao; ela tambm est relacionada a duas outras variveis: a importncia da situao para a pessoa e a incerteza do resultado da situao. Nenhuma varivel deve ser vista isoladamente, a relao dessas trs variveis que vai resultar na ansiedade de cada individuo.

40

6

CONSIDERAES FINAIS

Este estudo investigou os nveis de ansiedade-estado e ansiedade-trao de rbitros de handebol de Santa Catarina, caracterizando o nvel de ansiedade-trao e ansiedade-estado avaliado no primeiro jogo arbitrado dos 46 Jogos Abertos de Santa Catarina, fases Regional Norte e Sul, comparando com as diferentes categorias de arbitragem e relacionando com o tempo de arbitragem. Alm disso, foi realizada uma caracterizao dos rbitros pesquisados. Com relao caracterizao dos rbitros, conclui-se que a mdia de idade dos participantes prxima da encontrada em outros estudos cientficos, apesar da realizao desta pesquisa em apenas em duas fases classificatrias para a principal competio do handebol catarinense, com rbitros de diferentes categorias. Apesar de 100% dos participantes desta pesquisa serem homens o quadro de rbitros de handebol de Santa Catarina tambm composto por mulheres. Um fato muito positivo de todos os participantes terem graduao ou estarem em processo de graduao no ensino superior, pois se entende que quanto maior for o nvel intelectual, maior ser o discernimento dos acontecimentos triviais e ocorrendo assim provvel transferncia para a atuao como rbitro. Observando a mediana dos nveis de ansiedade-trao e ansiedade-estado apresentados pelos participantes, a maioria apresentou-se abaixo desta, fator positivo, pois desta forma deveria ser possvel para os mesmos obter uma melhor desempenho, pois estariam por conseqncia, mais calmos, autoconfiantes e seguros de suas aes. A comparao dos nveis de ansiedade com as diferentes categorias de arbitragem dos rbitros participantes demonstrou-se de forma no esperada, pois 41

espera-se que rbitros menos graduados tenham escores maiores de ansiedade do que rbitros mais graduados, porm no ocorreu possivelmente pelo fato dos rbitros mais graduados serem escalados para as partidas mais importantes e acirradas da competio. A relao entre ansiedade com tempo de arbitragem encontrou-se apenas relao significativa quanto ansiedade-trao o que pode nos indicar que os rbitros mais experientes so pessoas menos ansiosas habitualmente e provavelmente por essa razo continuarem arbitrando, pois como j foi revisto nesta pesquisa o meio que estas pessoas encontram-se bastante estressante. J o fato de no haver relao significativa quanto ansiedade-estado pode ter ocorrido pois a grande maioria dos rbitros mais experientes so os mais graduados, por esta razo so escalados nos jogos de maior importncia e assim provavelmente causando maior ansiedade-estado em relao aos rbitros menos experientes.

42

7

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ANEXOS

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ANEXO A

Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC Centro de Educao Fsica, Fisioterapia e Desportos CEFID Laboratrio de Psicologia do Esporte e do Exerccio LAPE Prof. Dr. Alexandro Andrade

Inventrio de Ansiedade Estado CompetitivaNome: ___________________________ Modalidade:______________________ Categoria:_____________ Tempo que arbitra esta modalidade:______________ Sexo:_____ Idade:_____ Estado civil:__________ Religio/Crena:________ Estatura:____ Peso:____ Raa:_____ Nvel de Escolaridade: ________________ Partida: _____________________ X _____________________Leia cada afirmao e circule o nmero que est de acordo com o que voc sente neste momento, em relao a este jogo. Ateno: No h respostas certas ou erradas. No perca muito tempo em cada afirmao, mas escolha a resposta que melhor descrever seus sentimentos.Nem um pouco Um pouco Moderadamente Muito

1. Estou preocupado com este jogo 2. Sinto-me nervoso 3. Sinto-me inquieto 4. Sinto insegurana 5. Sinto-me agitado 6. Sinto-me confortvel 7. Estou preocupado com a possibilidade de no me sair to bem neste jogo quanto poderia 8. Meu corpo est tenso 9. Sinto-me confiante

1 1 1 1 1 1 1 1 1

2 2 2 2 2 2 2 2 2

3 3 3 3 3 3 3 3 3

4 4 4 4 4 4 4 4 4

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ANEXO BUniversidade do Estado de Santa Catarina UDESC Centro de Educao Fsica, Fisioterapia e Desportos CEFID Laboratrio de Psicologia do Esporte e do Exerccio LAPE Prof. Dr. Alexandro Andrade Teste de Ansiedade Trao em Competies Esportivas Nome: ___________________________ Modalidade:______________________ Categoria:_____________ Tempo que arbitra esta modalidade:______________ Sexo:_____ Idade:_____ Estado civil:__________ Religio/Crena:________ Estatura:____ Peso:____ Raa:_____ Nvel de Escolaridade: ________________ Partida: _____________________ X _____________________Leia cada declarao abaixo e decida o que voc sente antes da partida iniciar quando arbitrar. Para cada questo, circule o nmero que corresponde sua escolha. Ateno: No h respostas certas ou erradas. No perca muito tempo em cada questo. Lembre-se de escolher a palavra que descreve como voc geralmente se sente ANTES DE ARBITRAR jogos desta modalidade.Quase nunca s vezes Freqentemente

1. Antes de arbitrar sinto-me inquieto 2. Antes de arbitrar me preocupo se vou me sair bem 3. Quando vou arbitrar penso que vou cometer erros 4. Antes de arbitrar fico calmo 5. Antes de arbitrar sinto-me enjoado 6. Antes de arbitrar meus batimentos cardacos ficam mais rpidos do que o habitual

1 1 1 1 1 1

2 2 2 2 2 2

3 3 3 3 3 3

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ANEXO C

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