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    MAURÍLIO T-L. PENIDO

    BIO 1

    http://www.pucsp.br/fecultura/textos/fe_razao/17_padre_maurideo.html

    Padre Maurílio Teixeira-Leite Penido: palavras precisas, para penetrar averdade

    Bruno Tolentino

    Primeiro grande filósofo do Brasil e um de seus mais finos teólogos, o padre Maurílio Teixeira-Leite Penido nasceu em Petrópolisem 1895 e foi educado em Paris, oma e !uí"a, de 19#$ a 19%1& 'utor cedo cele(rado no meio intelectual europeu, em especialno )entre deux guerres*, at+ oe seus textos enri.uecem o currículo do ensino de filosofia em in/meras uni0ersidades do eloMundo, notadamente Lou0ain e 2ri(urgo, onde se doutorou e exerceu o magist+rio entre 19%3 e 1948&

     ' reda"o penidiana primou sempre pela clare6a, pela lógica e comunica(ilidade da frase, sem preuí6o da ele0a"o das id+ias&7e seus textos salta de imediato o pensamento do escritor, sem nada de rígido, pesado, monótono ou difuso& 7e .uando em 0e6,alguns to.ues de poesia, e uma .uase imperceptí0el, fina ponta de ironia, no .ue se re0ela0a mais próximo do seu amado ere0erenciado Macado de 'ssis, tal0e6, do .ue de Bossuet ou Maritain& 7e fcil compreenso, con.uanto exausti0amentemetódico no desen0ol0imento das id+ias, Penido amais pu(lica0a o .ue .uer .ue fosse sem antes redigi-lo 0rias 0e6es, nuncamenos de trs, a ulgar pelos manuscritos .ue dele se conecem&

    :uando em 1948 o ;ardeal Leme, instado por 'lceu de 'moroso Lima, seu fiel admirador, con0idou-o a organi6ar e ocupar a;tedra de 2ilosofia da rec+m-fundada ota Baru6i como um dos tra"os fundamentais de !o ?oo da ;ru6 o orror @

    disperso& A, infeli6mente, o /nico ponto em .ue me assemelo ao !anto& &&&C ' irremedi0el logorr+ia de .ue sofrem os po0os decultura mediterrDnea acumula compara"Ees, amontoa epítetos, muitas 0e6es com arte, .uase nunca com acri(ia& A to mais fcildeixar-se arre(atar pelo entusiasmo, em 0e6 de a0eriguar, com min/cia, at+ .ue ponto cada 0oc(ulo tradu6 a realidade o(eti0a& 'final de contas, no passam de pala0ras, sons 0a6ios, e tempo perdido& ' acri(ia, ao contrrio, + uma 0irtude& Forror ao 0ago, aoimpreciso, esfor"o constante por atri(uir o maior rigor possí0el @ expressoG tra(alo penoso e rido .ue no sedu6 a imagina"o,menos ainda a afeti0idadeG tra(alo compensador, toda0ia, por.uanto contri(ui a imuni6ar contra o erro, a penetrar a 0erdade*&

     H paixo da 0eracidade, sua nota dominante, o estilo penidiano agrega0a a.uela seguran"a e atrati0idade nem sempreencontrada em tantos escritores ilustres& !audando seu segundo li0ro, Le Ile de lJ'nalogie en t+ologie dogmati.ue K2elix 'lcan,Paris, 1941, Benoit La0aud escre0ia= )&&&+ um raro m+rito, cua ausncia muitas 0e6es deploramos em o(ras de resto excelentes eluminosas, sa(er unir, @ seguran"a e @ preciso, a elegDncia só(ria do estilo, e, .uando necessrio, um pouco de umor*& ;incoanos mais tarde, ?ac.ues Maritain aca(a0a de consagrar o autor, cuo terceiro li0ro, 7ieu dans le Bergsonisme K7escl+e de

    Brouer, Paris, 194$ no esita0a em considerar magistral, sem descuidar de lou0ar-le o estilo= );om uma apresenta"oliterria impec0el e pura, o li0ro + da.ueles .ue se lem com apaixonado interesse*& 'o .ue acrescenta0a Nusta0e Ti(on= )&&&seapro0eitamos sem reser0as a clare6a das distin"Ees e das sínteses operadas K+ por.ue o estilo est @ altura do pensamento& !euautor atingiu um grau de nitide6 e de ri.ue6a .ue poucos escritos filosóficos possuem*&

    >o como ser exagerada a urgncia de uma aten"o reno0ada @ ri.ue6a e @ profundidade de uma o(ra sem par entre nossoscompatriotas, e em tantos aspectos pioneira, o(ra .ue tanto onrou o nome do país no exterior .uanto enri.ueceu as mais altasinstDncias do sa(er, coisa to escassamente culti0ada entre nós& >este primeiro es(o"o de apresenta"o ao leitor da.uele(rasileiro .ue se constituiu num marco do mais alto teor de nosso pensamento, nos limitamos a informar os .ue dela no seinteiraram ainda Ke por .uO de um fato capital para o desen0ol0imento da filosofia moderna, e certamente um dos maiseletri6antes duelos filosóficos no mundo europeu do no0ecentos& Trata-se do tra(alo de crítica profunda e detalada com .uenosso conterrDneo, com dois li0ros e alguns ensaios em re0istas especiali6adas, efeti0amente 0irou pelo a0esso, seno a

    reputa"o, certamente a crescente e derrapante influncia de um dos mais ilustres, originais e cele(rados filósofos do s+culo ,Fenri Bergson&

     'o pu(licar o acima citado 7ieu dans le Bergsonisme na Paris de 194$, Penido no imagina0a .ue a.uele seu terceiro li0rodele faria instantaneamente uma cele(ridade europ+ia& 'final, 0olta0a a um 0elo assunto, a(orda0a pela segunda 0e6 opensamento do not0el filósofo, 0erdadeira co.ueluce ento por .uase meio s+culo& 'demais, ao fa6-lo .uarento, ulga0a

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    se0eramente seus primeiros ensaios so(re um tema .ue apaixona0a os melores espíritos da +poca& 'leio ao fato, por si sóraríssimo, de .ue sua aguda tese para o doutorado de filosofia em 2ri(urgo, La m+tode intuiti0e de M& Bergson= un essai criti.ueK2elix 'lcan, Paris, 1918 a0ia sido rece(ida na mais ilustre casa de sa(er da Quropa com a classifica"o )summa cum laude*,Penido escre0ia em 194$= )Tendo outrora consagrado um li0ro inteiro a este exame interior do (ergsonismo, cremos no ignorar o.ue foi feito& >o o(stante confessamos ingenuamente no ter deseo algum de recome"ar& Qssa esp+cie de exercício parece-nospermitido na extrema u0entude R era o nosso caso R, ou aos istoriadores da filosofia& Mas tais exercícios tornam-serigorosamente impossí0eis a .uem .uer discutir como filósofo& ;omo filósofo, no como diletante*&

     ' Qditora da P

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    Théologie Dogmatique ele su#e a inter#reta82o de Daetano e a deende. Para ele aanalogia é a c!a,e central e uni,ersal sem a 7ual seria im#ossí,el entender ametaísica e as es#ecula8es teológicas. %le #roessa mediante o uso da analogia umtomismo ,i,o e dinmico ao mesmo tem#o tradicional e moderno. Por esta ra

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    73*/( meditaC@o anselmiana sobre o "erbo eterno% in ,;#% 3 01)32 *-***/?

    discernimento filosGfico da experiIncia mFstica% in 9erbum% 1 01)2 *-*/(scese e

    corpo mFstico% in 9ozes% 1 01)2 13-/? 4risto total% in 9ozes% 01)2 7-

    7*/? corpo mFstico. Litur$icismo e piedade litMr$ica% in ,;#% 1 01)2 17-6/? sacerdGcio

    dos fi!is% in ,;#% 1 01)2 *1*-*36/ewman e a e"oluC@o do do$ma catGlico% in ,;#%

    01)2 33-3/;m torno do litur$icismo% in ,;#% 01)2 *-)/(s duas con"ersNes

    de ewman% in 9erbum% 01)2 37-3)6/Leibniz e o inconsciente co$niti"o% in

     9erbum% 3 01)2 3-37/? 4ardeal ewman% &etrGpolis/9ozes% 1)E O( 'unC@o da

     (nalo$ia em teolo$ia 5o$mtica% &etrGpolis/9ozes% 1)P/? Ktinerrio Fstico de 8. Qo@o da 4ruz%&etrGpolis/9ozes% 1))E ? ist!rio da K$reBa% &etrGpolis/9ozes% 1)E ? ist!rio dos 8acramentos%&etrGpolis/9ozes% 1)E ? ist!rio de 4risto% 8@o &aulo/;diCNes &aulina% 1))E La &remiere4on"ersion de ewman% in 9 01)*2. 3. Ktineraire de ewman au 4atholicisme% in 9 

    01)*2/La 4on"ersion de ewman au 4atholicisme% in 9 01))2/( crise da f!% m 9ozes% 7

    01))2 3*-66/'ilosofia ber$soniana de $uerra e paz% in ,e". nh. fil. 1 01))2/Ruem ! membro

    da K$reBaS in ,;#% KK 01)12 3-3. 02 8econdar literature: ?dil@o oura% 5. ?8#%

    &adre &enido: 9ida e pensamento/&etrGpolis% 9ozes% 1))E ? &adre &enido% TeGlo$o e (pGstolo daLitur$ia/,io de Qaneiro% Tricontinental ;ditora Ltda% 1))E 'ernando (rruda 4ampos% TomismoAoBe/8@o &aulo% ;diCNes Loola% 1)*)% 31-33E Dilson 8il"eira% 5eus pensado e 5eus "i"ido% em

    &e. &enido% in: &resenCa 'ilosGfica -7 01)72 61-6E Dilson 8il"eira% KntroduC@o ao

    pensamento de &enido% in: &resenCa 'ilosGfica -7 01)72 1*-1).

    TEXTOS

    O DISCERNIMENTO ILOS!ICO DA EXPERI"NCIA MÍSTICA 

    http://permanencia.or$.br/drupal/node/)

    Não pode o flósoo digno do nome permanecer indierente em presença do misticismo. A mesmaíndole da flosofa desperta nos seus cultores proundo interesse por todas as maniestações doespírito. Como pois ignorar esses homens cuja vida parece retirar-se do corpo para concentrar-se nopice dum espírito cuja chama arde e se dilata ao ponto de consumir a própria carne!

    http://permanencia.org.br/drupal/node/494http://permanencia.org.br/drupal/node/494

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     "udo #uanto atrai$ su%juga$ ascina os outros homens$ eles despre&am-no' a ri#ue&a$ o pra&er$ aglória$ a vida at(. )e %om grado optam por uma e*ist+ncia eita de contínuas privações$ não raroa%raçam a po%re&a$ a dor$ a perseguição, por ve&es preerem a morte antes #ue renunciar #uelemundo arcano no #ual vivem. ustifcam tão estranha conduta apelando sempre auma experiência misteriosa e divina de #ue seriam avorecidos.

     

    /luminados$ anticos$ perseguidores de #uimeras 0 ou então homens privilegiados$ dignos deadmiração e inveja! 1ais ainda. 2ntre os místicos$ muitos h #ue$ renunciando a um espl+ndidoisolamento$ tra&em aos homens candente mensagem, ormam adeptos$ despertam imitadores$suscitam vastos movimentos espirituais. 2 a chama perdura e se renova atrav(s das vicissitudes dotempo. 3uocada a#ui$ ateia-se acol. Na 4rança do 56// s(culo$ ine%riada pelo matematismo flosófcode )escartes$ pela arte geom(trica de 7e Notre e de 1ansard$ eis #ue se acendem em cada provínciain8meros ocos de misticismo$ como ortemente documentou 9enri :remond. 1ais tarde$ na mesma4rança suocada pelo cientifcismo #ue se jactava de apagar as estrelas$ %astou #ue em 7isieu*aiscassem centelhas místicas$ para #ue o inc+ndio logo se alastrasse.

     Como poderia o flósoo permanecer indierente$ #uando at( sólidos %urgueses sentem-se-lhes

    a%alar o granítico materialismo! 6erdade ( #ue o flósoo #uase nunca tem alma acolhedora$ emdisponi%ilidade. ;s atos são o%rigados a se amoldar (rrea rigide& do sistema. Aos recalcitrantesnega-se at( mesmo o direito de e*istir' são riamente desconhecidos.

    )onde as atitudes diversas 0 e por ve&es desconcertantes 0 dos flósoos em ace do en

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    Com eeito$ alguns alienistas incautos t+m identifcado certos delírios de coloração religiosa$ por eleso%servados$ com os en

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    com a polícia, por tr+s ve&es oi encarcerada. Dor fm$ venceu-a a mol(stia. A difculdade de locomoção#ue desde criança sentira$ agravou-se consideravelmente durante o inverno de HLE e HLQ. Dara a&era entre de seus tra%alhos de costura$ via-se 1adeleine o%rigada a caminhar longas horas patinhandona neve, inchavam-se-lhe os p(s$ durante a noite$ tornavam-se violceos e so%remodo doídos. Comespanto perce%eu #ue em conse#R+ncia da contração dos m8sculos$ começava a caminhar so%re aspontas dos p(s$ #ual dançarina de Spera. @esistiu #uanto p

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    doente vivia uma s(rie de romances interiores$ de coloração religiosa$ dos #uais ela e )eus eram osdois protagonistas. /maginava compreender todos os mist(rios da religião$ ouvia revelaçõesestupendas$ rece%ia in8meras provas de amor. Acreditava-se uma grande santa, sentia-se at(divini&ada' = Je suis DieuM= e*clamava. Não ( de surpreender #ue torrentes de j8%ilo$ de pereitaelicidade$ lhe inundassem a alma. Ao +*tase$ seguia-se o estado de consolação$ #ue apresentava asmesmas características$ em%ora mais atenuadas. Douco a pouco tudo se acalmava e 1adeleine voltavaao #uase e#uilí%rio primitivo.

     ; ciclo deste misticismo patológico pode pois resumir-se em sete ases' partindo de um estado

    su%normal$ a doente passava por in#uietações e d8vidas, caía na in(rcia$ na apatia$ soço%rava nodesespero e na tortura, repentina viravolta a soerguia$ levando-a ao +*tase %eatifcante, acalmava-seno otimismo da consolação, revertia ao estado inicial$ para encetar outro ciclo anlogo.

     

    Como interpretar esse delírio místico! anet e*plica-o$ como era de prever$ em unção de suasteorias psicológicas. )istingue oito níveis mentais hierar#ui&ados e admite a passagem de um a outroseja no sentido do progresso$ seja no do regresso. "odas as defci+ncias e doenças mentais$ e*plicar-se-iam #uer por se ter o indivíduo detido a nível inerior$ sem progredir Jp.e*. o d(%il mentalK #uer por ter

    decaído a um nível mais %ai*o$ em conse#R+ncia de uma #ueda da tensão psicológica Jp.e*.$ oparanóicoK.

     

    At( mesmo no mas normal dos indivíduos$ produ&em-se contínuas oscilações da tensão psí#uica$segundo est mais ou menos atento$ ativo$ etc., durante o somo a #ueda ( proundo, ao despertar$por(m$ volta logo ao nível ha%itual. 0 Delo contrrio$ uma %ai*a contínua e acentuada provoca doençasmentais, estas$ apesar de tão variadas$ nada seriam$ segundo anet$ senão graus da mesma depressãomais ou menos prounda. "ais graus são determinados pelo n8mero maior das unções superioresalteradas e pelo lugar #ue ocupam na hierar#uia$ as unções conservadas e e*ageradas. A apar+nciatão diversa revestida pelas doenças mentais vir-lhes-ia simplesmente dessas dierenças de nível nadepressão psí#uica. ; ata#ue de epilepsia$ por e*emplo$ seria uma regressão ao =estgio de agitaçãodiusa= #ue ocupa$ segundo anet$ o grau ínfmo na escala das tend+ncias. Ao contrrio$ o delírio deinterpretação ( um pertur%ar-se das tend+ncias superiores. m indivíduo #ue normalmente se encontrano =estgio e*perimental= Jv(rtice da hierar#uiaK desce um degrau e se esta%ili&a no =estgio racional='as unções lógicas não só permanecem intactas como at( se e*ageram, alta entretanto a apreciaçãocorreta dos atos empíricos. Na psicastenia$ verifca-se a pertur%ação das tend+ncias m(dias$ maisprecisamente$ das unções deli%erativas. ; psicast+nico vive na d8vida$ atordoado pelos escr8pulos$pelas hesitações infnitas, não consegue deli%erar corretamente nem por termo deli%eração$ tomandouma resolução frme, necessita de algu(m #ue deli%ere e decida por ele. 3uponhamos uma %ai*a maiorde tensão e o =estado= psicast+nico tranormar-se- em =delírios psicast+nico=. Daralisa-se desta eitatoda e #ual#uer deli%eração e reWe*ão, os sentimentos desencadeiam-se com instantaneidade e orçaenormes$ sem controle algum. 6ariveis como são os atos$ as convicções mudarão em conse#R+ncia, eresultar uma s(rie de afrmações a%solutas e contraditórias. "al era o caso de 1adeleine. ue desde ainBncia tenha vivido num estado de psicastenia mais ou menos pronunciada$ não a& a mínima d8vida'os escr8pulos #ue a atormentavam$ a a%ulia$ o desejo de direção$ o mór%ido ascetismo #ue a levava aprivar-se$ não por virtude$ senão por incapacidade de go&ar$ a tend+ncia a ugir das difculdades$ emve& de tentar venc+-las 0 são outras tantas maniestações evidentes de psicatenia. Drocuravacompensar esta de%ilidade reugiando-se num mundo imaginrio #ue não lhe oporia resist+ncias. Comeeito$ 1adeleine dirigia a capricho suas divagações$ vivendo uma s(rie de histórias fctícias$ deromances$ nos #uais representava$ j se v+$ um papel simptico. 3o%reveio então uma nova %ai*a detensão psí#uica e 1adeleine caiu no #ue ela denominava =estado de tentação= seguida pelo =estado desecura= #ue nada mais eram senão um en

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    deparamos com afrmações categóricas' =1adeleine est no C(u 0 1adeleine est no inerno,1adeleine est divini&ada 0 1adeleine est possessa=, a doente oscilava entre sentimentosdesoladores e consoladores$ entre o amor desalentado e o amor satiseito$ por#ue o psicast+ncio$ comoraco #ue ($ procura amparao$ donde a necessidade de aeição #ue o crucia, precisa adorar e seradorado$ lamenta não conseguir reali&ar esse ideal e não o consegue$ por#uanto lhe alta a tensãopsí#uica necessria ao esta%elecimento dessa relações aetivas. @esta-lhe apenas um recurso' a uga.

     

    Assim 1adeleine reclamava um coração amigo no #ual se e*pandiria$ entretanto ugiu de casa paraviver solitria, posteriormente$ %ai*ando ainda mais a tensão psí#uica$ ugiu novamente e asilou-se naloucura, p

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    ue certos doentes parodiem os místicos$ pondera :ergson$ prova tão pouco contra os místicos$#uanto as imitações patológicas de Napoleão provam contra o grande corso. 1adeleine lera aauto%iografa de 3anta "eresa de Gvila$ como tam%(m a o%ra do Dadre Doulain$ .es gr/ces d'oraison, aodelirar$ reprodu&iu o #ue a impressionara nos escritos da grande carmelita. Não devem poissurpreender certas similitudes aparentes entre o místico e o nevropata. ; 8nico crit(rio psicológico #uenos permitir discernir um do outro ( o e*ame comparativo dos respectivos =comportamentos=.)evemos conrontar as atitudes$ as atividades e*teriormente constatveis de 1adeleine e de 3anta "eresa$ para verifcar se coincidem ou se dierem.

     

    Comparando os escritos de am%as$ averiguamos em seguida o superior talento da espanhola e amediocridade intelectual da rancesa. o #ue 1adeleine escreve de melhor d a impressão do j lido$ doplagiado. 2ntretanto$ dierença de valor intelectual não e#uivale a dierença #uando sanidade mental. anet apressa-se em nos relem%rar #ue Auguste Comte tam%(m esteve num hospício$ o #ue não oimpediu de ser proundo pensador. 4cil ( retrucar #ue o #ours de 0hilosophie 0ositive não oicomposto durante o internamento do flósoo. ue sai%amos$ nenhuma o%ra de g+nio saiu at( agoradum hospício. ;ra$ 3anta "eresa escreveu todas as o%ras em plena =crise mística=$ para alar como anet.

     

    ;s escritos de 1adeleine a%undam e supera%undam em incoer+ncias$ em a%surdos$ em id(iasindiscutivelmente delirantes Jp.e*.$ proecias de cataclismas$ den8ncias de conspiraçõesK. Nada desemelhante em 3anta "eresa. 0 2 as visões$ como e*plic-las! As visões$ como muito %em o%servou o)r. uercX$ apresentam uma característica notvel' a fnalidade, harmoni&am-se sempre com aspreocupações do momento$ não aparecem como parasitas ou corpos estranhos #ue venham pertur%arou interromper o Wu*o da vida psí#uica, pelo contrrio$ ligam-se naturalmente ao presente$ ao passado$ao uturo, são imediatamente utili&veis por#ue se unem estreitamente ação.I

     

    ;s devaneios de 1adeleine não apresentam nenhum desses característicos$ e anet ( demasiadointeligente para não haver perce%ido a dierença, procura escapar difculdade graças a ume*pediente pouco digno de tão grande psicólogo' lemos 3anta "eresa$ pretende ele$ em ediçõese*purgadas$ ad usum Delphini, #uem sa%e o #ue conteriam os originais! Dor nossa ve& podemosperguntar' o #ue se não lograria provar lançando mão de tais argumentos! Alis$ no caso de 3anta "eresa$ podemos justamente a&er a prova do não e*purgo. Com eeito$ possuímos alguns manuscritosda santa, o original da auto%iografa$ por e*emplo$ conserva-se na %i%lioteca do 2scorial, oireprodu&ido ototipicamente e cada #ual tem o meio de averiguar a pereita concordBncia entre o te*tohodierno e o #ue escreveu "eresa. 0 "eria ela e*purgardo o próprio manuscrito antes de pass-lo alimpo! 1esmo isso seria uma prova evidente de sanidade mental$ j #ue só um homem normal podediscriminar entre afrmações delirantes e as sensatas. A própria 1adeleine$ tendo melhorado e dei*adoo hospício$ #uando anet lhe a&ia recordar a pretensa =assunção= de outrora$ ria-se' =2st-ce possi%le#ue cYest moi #ue disais des %+tises pareilles!= 2spantava-se justamente por#ue cessara o delírio. Dorconseguinte$ para #ue 3anta "eresa pudesse ela própria e*purgar as suas o%ras$ temos #ue supor #ueas tivesse redigido em estado delirante e corrigido uma ve& verifcado o retorno normalidade. A essahipótese opõem-se duas ra&ões peremptórias. 2m primeiro lugar$ "eresa conhecia o misticismomór%ido, descreveu at( mesmo os alsos +*tases, perita na auto-crítica$ receava a ilusão e por issoreclamava insistentemente o controle dos s%ios de seu tempo. "orna-se inacreditvel #ue ela$ tão leale sincera$ haja riamente eito desaparecer de suas o%ras passagens #ue julgasse delirantes. :em aocontrrio$ teria sido a primeira a denunciar como ilusório o seu misticismo. 1ais$ ainda. Dossuímoscartas de "eresa$ escritas em plena =crise mística=$ como possuímos cartas de 1adeleine escritas nasmesmas condições. ;ra$ estas lhe reWetem o delírio$ j se v+' escreve ao presidente da repu%licadenunciando conluios$ relata própria irmã estins cani%alescos aos #uais haveria assistido, #uei*a-sede ser perseguida pela maçonaria etc$ etc. ; epistolrio de 3anta "eresa 0 al(m de constituir uma o%raprima literria 0 longe de encerrar id(ias delirantes$ demonstra sólido %om-senso$ argutadiplomacia$ humour  cintilante.

     

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    )esta primeira conrontação resulta #ue "eresa go&ava de e#uilí%rio intelectual e 1adeleineencontrava-se num estado de dese#uilí%rio patente. mas e*iste um outro e#uilí%rio$ o social$ #ue vaitornar ainda mais claro o diagnóstico discriminativo.

     

    ;s psi#uiatras insistem so%re a importBncia %sica da conduta em sociedade$ como pedra de to#ueda sanidade mental. @i%ot chega at( a afrmar #ue o crit(rio 8ltimo para distinguir o inventor de g+nioda#uele #ue sore dum delírio de imaginação$ ( a ecundidade do invento$ a sua adapta%ilidade s

    circunstBncias$ ao meio. Comparemos pois os comportamentos sociais de 1adeleine e de 3anta "eresa' anet afrma #ue o traço característico da atitude e*terior de 1adeleine ( o desinteresse pela ação$ aesterilidade social. )e coração ótimo$ muito serviçal por nature&a$ a po%re&inha$ durante os anos deloucura$ houve-se como arrematada egoísta. /mersa na mais completa introversão$ su%stituía o agir porest(ril jogo de imagens e sentimentos. @ecusava-se com o%stinação a prestar o mínimo serviço, nãotomava a menor parte nos sorimentos alheios. uando$ por e*emplo$ lhe anunciaram a mortelamentvel dum seu cunhado #ue dei*ava a amília em condições angustiosas$ 1adeleine e*ternou amaior indierença. Agitava-se$ por(m$ so%remodo pelo pensamento$ alava de orça e de amor$ predi&iatriunos$ proclamava a sua missão 0 mantinha-se entretanto na in(rcia a%soluta. Acreditava piamente#ue )eus lhe ordenava a ida a @oma para ver o Dapa. 4alava$ e muito$ mas apesar das insist+ncias de anet$ #ue cumprisse as ordens divinas$ não dava um passo nesse sentido$ salvo uma ve& #uando de

    olhos echados deitou a correr pelo ptio do hospício$ voltando logo após enermaria. Darecia desejarmuitas$ coisas$ por(m logo #ue se tratava de passar decisão e ainda mais e*ecução$ pertur%ava-see se paralisava. :astava #ue se lhe propusesse uma resolução a tomar para provocar interminveiso%sessões. 3o%re ste ponto anet resume-se da seguinte maneira' =.'o$servation de 1adeleine nousmontre de toutes les mani2res son impuissance d'action sociale" 3n peut o$server cette impuissancesociale particuli2re en remarquant que 1deleine est restée pendant sept ans en relation constantedans un dortoir commum avec un grand nom$re d'autres malades4 celles+ci étaient des emmes )eunes pour la plupart tr2s nerveuses tr2s suggesti$les tr2s aciles à in5uencer et )e craignais un peuau dé$ut que 1adeleine ne ut le point de départ d'une petite épidémie de délire religieux" %l n'en aa$solument rien été et 1adeleine n'a )amais eu l'om$re d'une in5uence sur aucune de ces pauvresemmes" &lle le reconna6ssat elle+même""" 7ien mieux )'ai remarqué que $eaucoup de ces malades

    vivant ensem$le plusieurs mois avaient ormé entre elle des relations a8ectueuses quei ont survécu àleur sé)our à l'h(pital" 1adeleine n'était pas dépourvue de sentiments a8ectuex4 elle disait souvant deses compagnes9 :Je les aime proondément leurs mis2res physiques m'a8ectent autant que leursmis2res morales;""": &h $ien malgré ces $onnes dispositions 1adeleine n'a )amais eu d'amies dans lasalle et apr2s avoir quitté l'h(pital n'a conservé des relations avec personne si ce n'est avec moi"#ette impuissance des psychasthéniques à aire des camarades et des amis à conserver des relationsavec d'autres est tout à ait caractéristique=.

     

    3oresse 3anta "eresa de delírio psicast+nico e deveríamos nela o%servar id+ntico =comportamento=$id+ntica incapacidade de tomar iniciativas e decisões$ de ormar e conservar relações$ de manter uma

    atividade adaptada s circunstBncias$ numa palavra$ o%servaríamos a inatividade social #ue em1adeleine se notara. ;ra$ e*atamente o contrrio averiguamos. 7onge de ser inerte$ de ugir para a=ilha deserta= e asilar-se no sonho$ "eresa desenvolveu uma atividade ora do comum$ verdadeiramenteespantosa 0 ainda mais para uma mulher da#ueles tempos. 0 @eormou não só as reiras como osrades carmelitas, undou trinta conventos$ vencendo as mais prementes difculdades materiais eenrentando as mais decididas oposições. )irigiu com tato$ diplomacia$ energia$ dignas de um grandeestadista$ negociações la%oriosas e delicadas. 6iajava tanto$ #ue afnal lhe ordenaram as autoridadeseclesisticas$ se recolhesse solidão claustral$ por não convir #ue estivesse sempre uma religiosa aerrar por montes e por vales. Con#uistou ami&ades e provocou dedicações e*tremadas em todas asclasses sociais, e*erceu prounda inWu+ncia não só em meios conventuais$ senão entre os mais doutose os mais graduados de 2spanha.

     

     anet$ sentindo #uão precria era sua posição$ tentou uma retirada estrat(gica e$ para co%ri-la$valeu-se de dois e*pedientes. Afrmou em primeiro lugar #ue 3anta "eresa ( personagem muito antigae provavelmente lendria$ cujos eitos e ditos não podem controlar...

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    /ngenuamente perguntaremos por #ue 3anta "eresa pertencia história #uando anet a classifcavaentre os dementes$ e se tornava su%itamente lendria #uando se lhe provava a sanidade mental!@etrucaremos outrossim$ #ue ontes históricas a%undantíssimas e controladíssimas permitemreconstituir a atividade social da santa$ sem #ue sejamos o%rigados a a&er um cego ato de ( nasdeclarações de "eresa.

     

    Adita ainda anet' =esses indivíduos místicos não passaram a vida em +*tases, terminada a crise$puderam desenvolver uma atividade normal=. 2s#uece-se o ilustre mestre #ue tampouco 1adeleinepassara a vida inteira em +*tase, segundo as próprias declarações de anet' =les e*tases de 1adeleinesont asse& rares et nYoccupent #ue deu* ou trois jours de tems en temps=. ;ra$ não oi apenas por doisa tr+s dias$ =de tempos em tempos= #ue 1adeleine se revelou socialmente incapa&$ oi durante todosos sete anos passados na 3alp+triFre$ confrmado isto pelo próprio anet repetidamente. 3ó retornou atividade social ao cessar o delírio místico. 2m 3anta "eresa$ muito ao contrrio$ o misticismo$ longe deser inativo$ era onte de ação, at( mesmo as visões tinham em grande parte a fnalidade de regular edirigir-lhe a atividade e*terior. Drova so%eja encontraremos no livro das =4undações=$ no #ual a 3antarelata$ com grande vivacidade e a%undBncia de detalhes$ suas atividades de reormadora. Z in8tilmultiplicar e*emplos. "ão diversas as enomenologias do misticismo de "eresa e do delírio de

    1adeleine$ #ue parece de todo impossível afrmar-lhes a identidade su%stancial' demasiado prounda (a oposição$ demasiado evidente a irreduti%ilidade.

     

    II. Plotino e São João da Cruz

     

    1uitíssimo mais la%orioso para o flósoo discriminar a e*peri+ncia religiosa neoplat

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    Não estranha pois$ #ue mesmo um erudito como . :aru&i haja apro*imado Dlotino e oão da Cru& aoponto de não dei*ar entre am%os senão dierenças acidentais. Douco valeria a essas alturas$ opor ametaísica pagã de Dlotino flosofa e teologia cristãs de oão da Cru&. Dor ó%vio e patente osse ocontraste$ dei*aria entretanto su%sistir uma d8vida importuna' não haveria #ue distinguir$ nomisticismo$ entre o conte8do e a e*pressão! Não seria id+ntica viv+ncia #ue ora se cristali&a emórmulas neo-plat

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    alma imóvel$ graça ao contato com o no$ d origem aos deuses$ %ele&a$ justiça$ s virtudes=. J6/$L$LK.

     

    ; amor parece ter por oício$ a um tempo$ concentrar as orças do intelecto e distender a intuiçãometaísica at( ultrapassar os limites do humano J6/$ T$ Q e QUK.

     

    3egundo 3. oão da Cru&$ muito pelo contrrio$ na vida mística ca%e ao amor completa prima&iaso%re o intelecto$ pois ( o amor #ue constitui a mesma e*peri+ncia. 3a%emos$ de certo$ #ue somente a( 0 radicada na parte intelectiva na alma 0 nos aculta atingir a )eus, sa%emos portanto #ue ae*peri+ncia surge dentro da ($ o )outor místico di-lo e o repete, todavia$ a simples vida de ( não (ainda vida mística Jassim sendo$ todos os crentes seriam místicosK.

     

    uando o conhecimento de ( se torna e*peri+ncia$ convívio$ posse$ ruição$ deve-o tão somente aoamor$ caridade. ; misticismo sanjoanense comporta$ sem d8vida$ certo conhecimento de )eus$ masesse conhecimento %rota do amor $ ou$ nas próprias e*pressões do 3anto$ ele ( =sa$iduria amorosa porque nunca da Dios sa$iduria mística sin amor pues el mismo la inunde= J*oche oscura$ li%. E$ cap.E$ no. EK. Não dei*a de ser signifcativo o ato de o místico grego ter preerido o sim%olismo da 7u&$ eo místico espanhol o sim%olismo da Noite. 7uminosa por ess+ncia$ a intelig+ncia culminar naulguração do raio, en#uanto o amor ( impulso cego$ orça som%ria$ noturna, longe de captar o o%jetopara torn-lo transl8cido e reprodu&i-lo no espírito$ o amor tende a identifcar-se com o o%jeto para nelese perder. 2sse %em ao #ual se une$ o amor apreende-o de certo$ mas como s escuras, com ele vive$na sua concreção individual$ sem e*primi-lo ou tradu&i-lo' contenta-se com t+-lo presente e dele ruir.

     

    ; )eus de Dlotino age incessantemente so%re o mundo #ue dele emana, no entanto$ essa atividadecósmica do )eus-criador não ( a#uela ação seletiva$ discriminadora #ue trava relações pessoais comeste ou a#uele homem. ; no plotiniano permanece não só o grande 3olitrio$ senão o ine*orvel3ilencioso. )onde o +*tase ( uma e*peri+ncia unilateral$ se assim podemos nos e*pressar. [algando

    custa de penosos esorços a escala ascendente dos seres$ alçando-se de purifcação em purifcação$su%limando-se de simplifcação em simplifcação$ o s%io por fm consegue alcandorar-se no cumedonde descortinar$ de longe em longe e num rpido lampejo J6/$ L$L e OK a visão do ser divino. 1as o)eus de Dlotino não reage, permanece tão indierente ante o espírito #ue o contempla$ #uando o )eusde Aristóteles em ace do desejo da intelig+ncia #ue movimenta o c(u supremo.

     

    )escreve %elamente Dlotino a e*u%erBncia dos sentimentos #ue alvoroçam o visionrio J/$ P$T, 6/$ T$QUK$ não registra$ por(m$ a mínima resposta$ do ;%jeto de tão ardente aeto. 3eria de certo ine*atoasseverar #ue )eus não desempenha papel algum nessa mística$ pois #ue segundo Dlotino$ )eus (onte suprema do desejo$ impele o espírito criado como primeira causa efciente e 8ltima causa fnal. =A

    alma rece%e um inWu*o do alto, agita-se, o aguilhão do desejo a incita, o amor nela desponta=. J6/$ T$EEK. =A#uele #ue a alma persegue$ #ue d lu& intelig+ncia$ cujo mínimo vestígio comove$ não ( demaravilhar se desruta tal poder de atração para nos a&er regressar dos caminhos erradios a fm denele encontramos o descanso. "udo dele vem$ ele ( superior a tudo=. J6/$ T$ EQK =3e a alma vive (por#ue vida mais su%lime lhe oi ao encontro. 3o%relevada at( ao cume$ ali se det(m$ contente de seachar perto dele... Ama o %em por#ue desde o início oi por 2le impelida a am-lo= J6/$ T$ QK. Z denotar$ sem em%argo$ #ue tal iniciativa divina não ultrapassa o plano cósmico. 3egundo Dlotino$ )eus$como cria necessariamente$ assim atua necessariamente$ #ual causa primeira$ so%re todos os seres$logo so%re todas as almas$ inclusive a do místico. )e modo algum h livre intervenção$ escolha$dom pessoal de )eus.

     

    ; neo-plat

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    igual?ndote consigo mostr?ndosete en estas vías de sus noticias Él mismo alegremente con este surostro lleno de gracias y diciéndote en esta uni

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    )onde as orientações divergentes da própria purifcação ativa' esta$ para Dlotino serprincipalmente l

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    T. T.Z de notar tam%(m #ue para Dlotino a e*peri+ncia ( rpida$ intermitente e parece não comportar graus, para 3. oão da Cru&$ ao contrrio$ ela os comporta e pode-se tornar permanente no estdio da =união transormante=. Adierença prov(m de #ue para o primeiro o misticismo ( constituído pelo +*tase en#uanto$ para o segundo$ o +*taselhe ( e*trínseco$ acidental e destinado a cessar apenas a vida mística se aprounde e esta%ili&e.

    TRANSORMA#$O DA ALMA EM DEUS PELO AMOR 

    http://permanencia.or$.br/drupal/node/)

    ma das palavras #ue mais ami8de citamos$ ( o =vivo ergo )am non ergo vivit vero in me #hristus.=J[al. E$ EOK. @epetição plenamente justifcada$ por#ue não e*iste talve& passagem das 2pístolas #uee*presse mais ao vivo a alma do Apóstolo e possa tam%(m propor nossa imitação mais su%lime idealde vida, repetição$ por(m$ #ue$ por sua própria re#R+ncia$ talve& algo tenha empanado o %rilho dote*to e vedado o seu signifcado mais proundo. "ão proundo entretanto ( este signifcado$ #ue vempropor ao teólogo um dos pro%lemas mais interessantes e mais rduos #ue lhe possam solicitar asagacidade. ; teólogo com eeito 0 por elicidade e desdita suaM 0 não se contenta de repetir assentenças %í%licas$ nem mesmo de cr+-las cegamente$ ele deseja entend+-las e entend+-las o melhorpossível$ logo conhecer-lhes o por #u+ e o como. Cides quaerens intellectum$ este legado do primeiro

    dos grandes escolsticos$ deve continuar mesmo no s(culo vig(simo$ a ser o lema de todo teólogodigno desse nome, não ( sup(rWuo record-lo #uando assistimos a tantas tentativas para transormar aci+ncia teológica em uma mistura de e*egese$ de patrística e de história dos dogmas. Cides quaerensintellectum... o teólogo não ignora sem d8vida #ue$ cedo ou tarde Jmais cedo do #ue tardeMK$ sero%rigado a se deter diante do mist(rio insondvel, acredita$ por(m$ #ue um progresso na intelecção$por mínimo #ue seja$ constitui um antego&o da#uela visão na #ual conhecemos o 3enhor como d2lesomos conhecidos.

     

    /nterrogando$ pois$ um principiante em teologia so%re o sentido do =vivo jam non ego=$ o%teríamossem d8vida a %oa resposta seguinte' a vida ( princípio intrínseco de operações, como o corpo de Daulo

    vivia naturalmente pela alma de Daulo$ assim a alma do Apóstolo$ por sua ve&$ vivia so%renaturalmentepela graça de Cristo$ participação vida divina #ue$ ao movimentar-lhe as pot+ncias$ tornava-se ontede operações divinas.

     

    /nterrogando em seguida um aluno mais adiantado no estudo da ci+ncia sagrada$ o%teríamos umanova resposta$ #ue tentaria aproundar a precedente$ e*plicitando o =como= da participação vidadivina pela graça. 2*plicar-nos-ia o uturo teólogo #ue participar da divindade não consiste empartilhar-lhe a ess+ncia. )eve ser considerada pura #uimera a#uela partícula da nature&a divina$a#uela centelha incriada #ue$ segundo 1estre 2c?art$ %rilharia no pice de nossa mente$ divini&ando-a.A graça$ em verdade$ pertence ordem dos acidentes$ sua unção ( elevar e ordenar nossa alma vida

    prounda de )eus$ por uma relação de conhecimento e de amor$ de maneira #ue esta vida divina$ no#ue tem de mais íntimo 0 a "rindade 0 torne-se o%jeto a ser contemplado e possuído pela nossaintelig+ncia e pela nossa vontade. Dortanto$ a intelig+ncia iluminada pela ( e a vontade inWamada pelacaridade$ nos unem desde j 0 se %em incoativamente 0 vida da 33. "rindade.

     

     "odavia$ nem esta segunda resposta$ con#uanto e*ata$ satisa& plenamente$ por#ue sendo de ordemgeral$ não parece aclarar o caso particular de 3. Daulo. Com eeito$ o Apóstolo não alude apenas #uelaunião com Cristo #ue ( comum a todos os f(is$ mas a uma especial transormaABo em Cristo$ merc+ da#ual não só Cristo nele vivia 0 como vive nos demais f(is 0 mas ainda Daulo não mais vivia$ o #ue nãose verifca de todos os f(is. ma simples elevação ou ordenação da vida humana ao nível do divino$não constitui$ no sentido pleno da palavra$ transormação da vida humana em vida divina. ;utra coisa( divini&ação$ como participação ao divino$ outra coisa divini&ação como transormação do humano emdivino. A esta difculdade$ responderia sem d8vida o aprendi& teólogo #ue$ em 8ltima anlise$ ( amesma vida so%renatural #ue$ iniciada no %atismo$ atinge o seu completo desenvolvimento nocenícola. A dierença reside tão somente no grau de intensidade. ;ra$ 3. Daulo não era cristão ordinrio$

    http://permanencia.org.br/drupal/node/494#footnoteref7_150zomfhttp://permanencia.org.br/drupal/node/495http://permanencia.org.br/drupal/node/494#footnoteref7_150zomfhttp://permanencia.org.br/drupal/node/495

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    mas cristão pereitíssimo$ no #ual a vida da graça chegara ao m*imo compatível com a condição deviageiro. Não ( de espantar$ portanto$ #ue a sua vida humana houvesse sido como #ue transormadana vida de Cristo )eus.

    )e acordo. 2is$ por(m$ #ue esta terceira resposta vem suscitar uma nova e em%araçante #uestão'como se processa$ concretamente$ esta transormação! V #uarta pergunta o aluno de teologia nãosa%eria$ por certo$ responder e #uiç tampouco sa%eria o seu proessor. 4eli&mente um )outor da /greja

    respondeu por nós. 3. oão da Cru&$ com eeito$ desvendou na sua vigorosa plenitude o te*to de 3.Daulo #ue nos preocupa. )epois de e*plicar como a alma santa tem o seu Amado$ Cristo$ delineado naintelig+ncia pelas verdades da ($ e na vontade pelo ogo da caridade$ prossegue o )outor 1ístico' =osem%lante do Amado tão fel e vivamente se retrata na vontade #uando e*iste união de amor$ #ue (verdade di&er #ue o amado vive no amante e o amante no amado. ; amor$ ao transormar os amigos$torna-os a tal ponto semelhantes #ue cada #ual$ pode-se di&er$ ( o outro e am%os são um só. Comeeito$ na união e transormação de amor$ um d posse de si ao outro e assim cada um vive no outro$um ( o outro e am%os são um só pela transormação de amor. Z o #ue #uis dar a entender 3. Daulo aodi&er' =vivo autem )am no ego vivit vero in me #hristus= por#ue$ afrmando =vivo$ por(m não vivo eu=$signifcava #ue apesar de viver$ a sua vida não era sua$ era mais divina do #ue humana$ j #ue eleestava transormado em Cristo. Dor isso adianta #ue não vivia ele$ mas sim Cristo nele$ de maneira #ue

    sua vida e a a vida de Cristo eram uma só vida$ pela união de amor.= JCBntico$ estroe $ verso IK. 

    @eali&amos um novo e importante progresso, #uestão' =como se processa a transormação da vidahumana da alma em vida divina de Cristo=$ estamos agora em medida de responder' a alma setransorma pela uniBo de amor .

     

    ue haja transormação$ não apenas metaórica mas propriamente alando$ tal ( a doutrinaconstante de 3. oão da Cru&. Doderíamos adu&ir$ al(m do te*to acima$ muitos outros, %astar citarmais um apenas$ particularmente claro' =o matrim

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    acima de tudo #uanto di&er e pensar se possa. 3e$ pois$ a compreensão plena de tão elevado assuntoest ora do alcance do teólogo$ todavia algo lo%rigar 0 em%ora pouco e o%scuro 0 ( sempre preerívela nada sa%er.

     

    Eo. Z igualmente claro #ue o amor místico não ( amor sensual nem mesmo amor espiritual de ordemnatural$ como$ por e*emplo$ a ami&ade virtuosa. 3em em%argo$ j #ue 3to. Agostinho não se pejou de%uscar no amor uma imagem$ por longín#ua #ue osse$ da processão do 2spírito 3anto$ com maioria de

    ra&ão a anlise da união aetiva natural poder ministrar-nos uma analogia 0 impereita$ por(mecunda 0 do amor místico. )onde$ nos escritos dos autores espirituais$ o re#Rente recurso simagens nupciais$ com espanto e por ve&es escBndalo de #uem não consegue elevar-se acima da carnee do sangue.

     

    1. A união afetiva natural

    Dor #ue amamos! Dor#ue tal %em concreto nos alicia$ nos sedu&$ nos atrai. 2 se nos atrai ( por#uee*iste certa conormidade entre a#uele %em e o #ue desejamos 0 talve& secretamente 0 comopodendo levar nosso ser a uma pereição maior. )aí certas simpatias s8%itas e$ primeira vista$ine*plicveis. Apenas perce%ido$ consciente ou su%conscientemente$ um %em #ue nos convenha$ estenos a& vi%rar$ provoca ressonBncias em toda a nossa psi#ue$ e desperta na nossa vontade um impulso#ue para ele nos inclina. /mpulso$ inclinação$ atração J pondus amoris$ di&ia 3to. AgostinhoK eis o #ueconstitui a presença do amado no amante. Como se v+$ a presença aetiva muito diere da presençadas coisas na nossa intelig+ncia. A id(ia ( a coisa presente em nós na ordem representativa$ isto ($como o%jeto de contemplação$ como con#uista nossa$ presa nossa. A intelig+ncia ( justamente aunção #ue nos permite apoderar-nos dos seres para reiter-los em nós$ a&endo-os viver em nossoespírito. Ao contrrio$ o ser amado est em nós$ na ordem aetiva$ como princípio de uma atividadecujo termo ser a união real com a coisa e não com uma simples id(ia. ; mais egoc+ntrico dosamantes$ a#uele #ue só almeja go&ar do o%jeto amado$ começou entretanto por ser dominado$ascinado$ su%jugado pelos atrativos do %em e*terior a ele. A intelig+ncia se apodera da coisa$ mas acoisa se apodera da vontade. Dela intelig+ncia possuímos a semelhança mental do o%jeto em nós$ peloamor somos orçados a sair de nós para ir ter com o próprio o%jeto e a ele nos juntar. Como %eme*plica 3. :oaventura J/ 3ent.$ d. O$ a. $ #. E$ sed contra EK esta saída de si 0 este =+*tase= diria oAreopagita 0 não deve ser entendido fsicamente$ como se o amor osse uma esp(cie de Wuídoemanado da pessoa e indo ao encontro do o%jeto. ; =+*tase= consiste na inclinação imanente para umo%jeto real precisamente en#uanto ele e*iste ora de nosso espírito$ a fm de a ele ulteriormente nosunir$ seja pelo dom Jamor desinteressado ou =puro=K seja pela posse Jamor egoc+ntrico ou deconcupisc+nciaK.  Num e noutro caso$ #uem ama vive na#uele #ue ama. 2m se tratando do amoregoc+ntrico$ esse viver no o%jeto amado signifca não se contentar com a posse superfcial e e*terior$mas procurar um go&o cada ve& mais proundo e total, no amor desinteressado$ ao contrrio$ de talmodo nos identifcamos com o %em ou o mal do amigo$ #ue no amigo go&amos e nele soremos. J3to. "oms$ /-//ae$ #. EH$ a. EK.

     

    uais serão as conse#R+ncias do movimento de =+*tase=$ em se tratando da ami&ade pereita #ue$por hipótese$ algu(m votar a uma pessoa cuja imensa superioridade moral ele reconhecer! 3er o maisa%soluto dom de si$ #ue se maniestar pela mo%ili&ação completa de suas energias em prol do amigo$pela tend+ncia a se identifcar de mais a mais com ele$ conormando as id(ias$ os gostos$ os #uereresaos do amigo$ partilhando-lhe as alegrias e as agruras. @elem%remos os grande movimentos religiosas'em torno do proeta$ do reormador$ do undador$ surgem as fguras dos discípulos #ue só anseiam porplasmar a sua personalidade semelhança da#ueles #ue amam. Dor amor pelo 1estre$ adotam-lhe as

    concepções$ os aetos$ as normas de conduta$ o vesturio at(. Comportam-se em tudo como secomportaria ele$ reprodu&indo-lhe a vida. ; #ue ( a conversão$ a não ser a transormação moral$operada so% o inWu*o de uma personalidade eminente do passado ou do presente! )ois grandesflósoos contemporBneos$ 1a* 3cheller e 9enri :ergson$ colocaram em especial relevo este papelcriador e renovador das personalidades de elite$ na evolução moral da humanidade. 1esmo dei*ando

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  • 8/19/2019 Maurílio T-L. Penido

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    de lado o inWu*o desses indivíduos e*cepcionais$ podemos verifcar a cada passo$ na vida #uotidiana$ aorça transormadora do amor. uantos modos de pensar e de sentir a%raçamos$ não j pelo seuintrínseco valor$ mas simplesmente por#ue são modos de sentir e de pensar da#ueles #ue nos sãocaros!

     

    m psi#uiatra americano$ 3amuel ). 9art]ell$ #ue se dedicou no%re tarea de reeducar meninosdelin#Rentes$ muito insiste$ no volume no #ual enei*ou algumas de suas e*peri+ncias$ so%re a

    necessidade de esta%elecer entre o psi#uiatra e a criança uma relação de pessoa a pessoa$ e$ noscasos mais graves$ um contato #ue atinja o eu proundo do paciente$ de maneira #ue este aceite asconcepções e as normas de conduta #ue o m(dico lhe inculcar$ não mais pelo valor o%jetivo #uepossam ter$ mas por simples sugestão ativa$ por#ue são as concepções e norma de um amigo no #ualo menino confa. 4altando o laço aetivo$ verifca-se #ue os mais elo#Rentes apelos$ os mais impecveisraciocínios$ são tão pouco efca&es como as setas #ue o selvagem atiraria contra o sol. 2sta%elecidoeste laço$ o%t+m-se em compensação radicais transormações na mentalidade e na condutasocialmente inadaptadasE.

     

    II. O amor assimilante do místico por eus

     

    3e tal ( a orça assimiladora do amor$ #ue impele #uem ama a se identifcar com o ser amado$ e sea identifcação ( tanto mais estreita #uanto mais proundo ( o amor$ podemos antever #ue o amormístico levar ao auge esta tend+ncia$ por#uanto ( o aeto mais total e veemente #ue conce%er sepossa$ tendo por o%jeto a suma ama%ilidade' )eus uno e trino. /nWamado por esta chama$ o místico sóanseia por sair de si para em )eus ser perder$ a&endo-lhe entrega de sua alma com todas as suasatividades. 2ste =sair de si= 0 tão cil de se di&er e tão rduo de se praticar 0 d um sentido positivoa tudo #uanto no itinerrio místico ( aparentemente negativo. @enunciar não só ao pecado #ue ( rutodo egoísmo$ como ainda desapropriar-se de todo o criado$ mesmo dos %ens #ue mais legitimamente sepossui$ ( certamente sair de si para se perder no Amado$ tudo 7he reservando$ ao ponto de recusar umpensamento se#uer ao #ue não seja para )eus$ ao ponto de augentar uma lem%rança se#uer #ue senão refra a )eus$ ao ponto de negar uma parcela se#uer de amor ao #ue não seja )eus. Dor#ue$ comopoderia sinceramente chamar a )eus =Amado=$ #uem não estivesse todo inteiro n2le perdido$ nãotendo coração para si mesmo nem para coisa alguma ora d2le! J#/ntico$ estr. L$ v. QK. Amar a )eus deverdade consiste em não se contentar com algo #ue não seja )eus. 2is por #ue o místico em%evecidode amor tornar-se alheio a tudo #uanto ( terreno.

     

    3air de si ( ainda su%meter-se a um longo tra%alho de simplifcação interior$ visando desligar asenergias psí#uicas de seus o%jetos ha%ituais$ para mo%ili&-los em prol do amor. Assim$ ao tratar com)eus$ a alma dei*a a meditação discursiva #ue lhe ( natural$ em %usca duma contemplação intuitiva#ue ( atenção cheia de aeto$ simples$ cBndida$ como #uem a%re os olhos a fm de olhar com amor

    J.lama$ estr. Q$ v. Q$ ^ PK. ; #ue mais necessitamos para progredir ( calar-nos junto de )eus #uanto aosapetites e s palavras$ por#ue a língua #ue )eus melhor entende ( o sil+ncio de amorQ.

     "odo este esorço asc(tico$ pertina&$ heróico$ persegue uma só fnalidade' sair de si para consumar odom magnífco do amor$ conormando e confgurando todas as energias da alma ao Amado$ nada#uerendo ora de )eus$ nada desejando a não ser )eus$ de nada go&ando a não ser de )eus$ nemmesmo pensando em #uerer o #ue )eus não #uer. ; ato de caridade perde$ aos poucos$ este carterisolado$ espaçado$ #ue apresenta no comum dos f(is, ele torna-se um inc+ndio imenso e devorador$#ue invade a alma inteira e %anha$ em%e%e$ tinge-lhe todas as atividades. 2sta alma encontra-se$ naverdade$ transormada em amor$ e pelo amor vive em )eus. 2star$ por(m$ transormada em )eus!

    Dodemos sem d8vida responder #ue não mais a si pertence' ( propriedade de )eus, podemosacrescentar at( #ue$ assim como vivemos na#uilo #ue amamos$ assim esta alma J#ue não só temamor por  )eus mas é amor de )eusK vive em )eus muito mais do #ue no próprio corpo J #/ntico$ estr.H$ v. K, ( evidente$ enfm$ #ue esta vida em )eus revestir crescente intensidade$ por#uanto em cadanovo ato de amor repercute o eco dos atos anteriores$ para torn-lo mais proundo e orte' o misticismo

    http://var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/1931.http://permanencia.org.br/drupal/node/495#footnote3_fcyi5cfhttp://var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/1931.http://permanencia.org.br/drupal/node/495#footnote3_fcyi5cf

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    longe de ser esttico ( perene movimento do amor a mais amor. Apesar de tudo$ este amor$ con#uantoaça viver a alma em )eus$ não tornar divinos os atos humanos. 9aver por certo assimilação$imitação, não haver$ propriamente alando$ =transormação=. Dara isso não ( sufciente #ue a almaviva em )eus$ ( ainda necessrio #ue )eus viva na alma. A fm pois de manter toda a sua orça aotermo empregado por 3. oão da Cru&$ urge a intervenção de um novo ator' o amor de )eus pela alma.

     

    III. O amor transformante de eus pelo místico

     

    2n#uanto na mística neoplat

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    amor do homem procura de )eus$ outro$ descendente$ #ue ( amor de )eus procura do homem.2ntretanto$ ao penetrar mais undo no pro%lema verifcamos #ue a#uele movimento j ($ na realidade$ruto deste' o homem não ascende senão por#ue )eus o chama e atrai, o sair de si$ o =+*tase= daalma$ ( causado pela investida do amor divino #ue a impeliu. 2sta inclinação$ este pondus amoris #ue omístico e*perimenta e #ue$ invencível$ o a& su%ir at( )eus$ procede j duma iniciativa divina' o 3enhormostra-se primeiro e lhe sai ao encontro. =%n hoc est caritas9 non quasi nos dilexerimus Deum sedquoniam ipse prior dilexit nos= J/ o U$ OK. 2stas palavras do discípulo amado$ 3. oão da Cru& as tradu&por graciosa comparação' se a ave de v

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    não ( su%stBncia de )eus$ por#ue a alma não se pode transormar su%stancialmente n2le$ todavia$sendo-7he unida$ n2le estando a%sorvida$ ela ( )eus por participação= J.lama$ estr. E$ v. PK.

     

    V alma assim harmoni&ada$ sintoni&ada com 2le$ )eus comunica então a sua vida prounda$ nasimplicidade de seus atri%utos$ na ecundidade de suas processões. 2 #ual ( o meio ormal$ o veículodeste dom supremo! Ainda e sempre o amor$ por#uanto o amor divino #ue tão generosamente se d$reWete todos os atri%utos da divindade, e*perimentando este amor$ portanto$ a alma e*perimenta os

    diversos atri%utos divinos$ ela e*perimenta$ por e*emplo$ #ue seu 2sposo ( %om$ por#ue sente #ue 2lea ama com infnita %ondade, ela e*perimenta #ue 2le ( s%io e onipotente por#ue ; sente am-la comsa%edoria e poder, sa%e tam%(m #ue 2le ( santo$ justo$ misericordioso$ orte$ delicado$ puro$verdadeiro$ por#ue desco%re todas estas pereições no amor #ue ela e*perimenta J.lama$ estr. Q$ v. K.

     

    Atrav(s deste mesmo amor$ participa a alma da vida da 33. "rindade, ela =acha-se transormadanuma chama de amor$ na #ual o Dadre$ o 4ilho e o 2spírito 3anto lhe são comunicados= P$ o #uesignifca' neste amor #ue ( indissoluvelmente de )eus #ue o d e da alma #ue o vive$ oerecem-se astr+s pessoas divinas como o%jeto direto de e*peri+ncia. A caridade dos 3antos atinge$ pois$imediatamente$ o Dadre$ o 4ilho e o 2spírito 3anto.

     

    2*clama o )outor 1ístico' =S almas criadas para estas grande&as e para elas chamadas$ #ue a&eise de #ue vos ocupais! 6ossas pretensões são %ai*e&as e mis(rias a vossa opul+nciaM S deplorvelcegueira dos olhos de vossa almaM 3ois cegos para tamanha lu& e surdos para tão grandes vo&es, nãovedes #ue$ procurando grande&as e glórias$ permaneceis miserveis e %ai*os$ tornai-vos ignorantes eindignos de tantos %ens!= J#/ntico$ estr. QH$ v. K. 2 se porventura sentimo-nos a uma distBncia #uaseinfnita deste amor transormante$ não nos dei*emos desalentar$ mas sigamos corajosamente oconselho do santo )outor' =( importantíssimo para a alma muito se e*ercitar no amor= J .lama$ estr. $v. PK$ pois não ( o conhecimento de )eus$ por mais su%lime seja ele$ #ue nos d a posse de )eus$ massim o amor$ por#uanto só o amor chama$ provoca$ a visita divina. Como as guas rescas atraem oveado erido e alterado$ assim o nosso amor se or generoso$ ardente$ constante$ o%ter com #ue )eusse apresse em vir a%e%erar-se na onte do nosso coração J#/ntico$ estr. E$ v. IK.

     

    J@evista 2clesistica :rasileira$ vol. Q$ asc. E$ junho de LUQK

     

    . .Conv(m alis notar #ue am%os os amores encerram o elemento de posse e o elemento de dom, só apredominBncia de um ou de outro dierencia os dois aetos.

    E. E.3amuel ). 9art]ell$ 4itX-fve =%ad= %oXs. Ne] _or?$ LQ.

    Q.Q.

    ). Chevallier. .es avis sentences et maximes de Saint Jean de la #roix docteur de l'Église. Daris$ LQQ$ n.EIQ.U. U.3to. "oms resume a doutrina nas seguintes palavras' =1agis in Deum homo potest tendere per amorem passivequodammodo a$ ipso Deo attractus quam ad hoc eum propria ratio possit ducere=. J-Eae$ #. EP$ a. Q$ ad UK.

    I. I.Na alma mística$ o amor reveste tr+s #ualidades' o. a alma ama a )eus não por ela mesma$ mas por )eusmesmo$ pelo 2spírito 3anto$ como o Dadre e o 4ilho se amam Jue o amor com #ue me amaste esteja neles$ e #ueeu tam%(m esteja neles. o T$ ETK, Eo. a alma ama )eus em )eus$ a%sorvendo-se no divino amor #ue se d comso%erano poder, Qo. ama enfm a )eus pelo #ue ( em si mesmo$ e não por mostrar-se )eus generoso para com aalma J.lama$ estr. Q$ v. PK.

    P. P.; panteísmo constitui o perigo m*imo para o misticismo, não ser pois sup(rWuo risar mais uma ve& #ue estadupla comunicação Jdos atri%utos divinos e da vida trinitriaK não se processa so%re o plano entitativo$ mas naordem e*perimental e do amor. Comentando as palavras de 3. oão JT$ EQK e*plica o )outor místico #ue o =dilexistieos sicut et me dilexisti= signifca' dando aos discípulos o mesmo amor do #ue ao 4ilho$ não por(m duma maneiranatural como ao 4ilho$ mas pela união e transormação do amor, do mesmo modo #ue di&endo' =ut sint unum sicutet nos unum sumus=$ o 4ilho não pedia ao Dai #ue os santos ossem uma só coisa essencial e naturalmente como osão o Dadre e o 4ilho$ mas #ue ossem um pela uniBo de amor$ como o Dadre e o 4ilho são um pela unidade de amor.J#/ntico$ estr. QH$ v. K.

     A %ISIBILIDADE DA I&RE'A 

    http://var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/dizendo:http://permanencia.org.br/drupal/node/495#footnoteref1_m7stsryhttp://permanencia.org.br/drupal/node/495#footnoteref2_8aq2jpphttp://permanencia.org.br/drupal/node/495#footnoteref3_fcyi5cfhttp://permanencia.org.br/drupal/node/495#footnoteref4_dkfdj3khttp://permanencia.org.br/drupal/node/495#footnoteref5_h9et5yehttp://permanencia.org.br/drupal/node/495#footnoteref6_mf3kfjchttp://var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/dizendo:http://permanencia.org.br/drupal/node/495#footnoteref1_m7stsryhttp://permanencia.org.br/drupal/node/495#footnoteref2_8aq2jpphttp://permanencia.org.br/drupal/node/495#footnoteref3_fcyi5cfhttp://permanencia.org.br/drupal/node/495#footnoteref4_dkfdj3khttp://permanencia.org.br/drupal/node/495#footnoteref5_h9et5yehttp://permanencia.org.br/drupal/node/495#footnoteref6_mf3kfjc

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    http://permanencia.or$.br/drupal/node/)

    Dor tr+s ve&es a 2ncíclica se reere visi%ilidade da /greja. 7ogo ao princípio$ e*plicando a metora`Corpo$ ensina #ue a /greja ( por ess+ncia visível e condena os erros do protestantismo antigo. J2. QU$Q e EIK. 1ais adiante$ ao tratar da `Ca%eça do corpo eclesistico inculca #ue$ sem prejuí&o do governoinvisível de Cristo$ ( a /greja governada visivelmente pelo Dapa e pelos :ispos J2. UQ$ QTK. 2nfm$aclarando o #ualifcativo `místico$ completa a doutrina so%re a ess+ncia da /greja e de novo se reere visi%ilidade$ condenando desta eita a oposição moderna entre a /greja da caridade Jinvisível e divinaK e

    a /greja jurídica Jvisível e humanaK J2. IU$ QOK. Z de notar #ue a nossa 2ncíclica$ ao f*ar essa verdade de ($ cita dois trechos da 2ncíclica de 7eão

    5/// Satis cognitum e por duas outras ve&es se reere ao mesmo documento. Drocuremos pois e*plicarDio por 7eão, venha o `.umen in clo aclarar a doutrina do `0astor angelicus. 7eão 5/// serve-se dedois pontos de reer+ncia para esclarecer a doutrina da /greja' a nossa pessoa humana, a pessoa divinade Cristo.

     )ois princípios ou elementos constituem a pessoa humana, um$ interno$ espiritual$ invisível' a alma,o outro e*terno$ material$ visível' o corpo. Assim$ se atentarmos no fm supremo #ue colima e nascausas mais íntimas de sua santidade$ ser a /greja de certo espiritual, mas se considerarmos aocontrrio os mem%ros #ue a compõem e os meios #ue nos encaminham at( os dons espirituais$ elaser e*terna e necessariamente invisível. ;ra$ assim como ( impossível redu&ir o homem apenas aocorpo ou apenas alma$ antes a pessoa humana re#uer$ para ser constituída$ a estreita conjunção deam%os, assim tam%(m ( essencial constituição da /greja unirem-se estreitamente o elementoespiritual e o material$ por#uanto ela nem ( um cadver nem um puro espírito$ senão o Corpo deCristo$ dotado de vida so%renatural. Drosseguindo$ 7eão 5/// mostra como na conte*tura da /greja oelemento interno$ invisível e o e*terno$ visível$ se encontram entremeados$ sem #ue seja possívelsepar-los.

     A missão espiritual de ensinar$ os Apóstolos só a puderam e*ercer por meio das palavras e atos #ueos sentidos perce%iam. A vo& e*terior$ escutada pelo ouvido$ gerou a ( no íntimo das almas E.Dor suave& a ($ imanente ao espírito$ deve transparecer pela profssão e*terna Q.   Nada mais interior aohomem #ue a graça$ onte de santidade, todavia$ os meios normais e principais pelos #uais ela se

    comunica são e*teriores$ a sa%er os sacramentos administrados segundo determinados ritos$ porministros adrede escolhidos. 2nfm$ esus Cristo encarregou os Apóstolos e seus sucessores perp(tuosde instruir e reger os povos, a esses pediu #ue lhes acolhessem os ensinamentos e lhes o%edecessemao governo, nunca esses laços m8tuos de direitos e de deveres se poderiam ter ormado e mantidosem o recurso aos sentidos$ int(rpretes e mensageiros da realidade. 1otivo pelo #ual as 3agradas7etras tão re#Rentemente re&am ser a /greja um Corpo$ o Corpo de CristoU.

     Dor ser Corpo$ ela ( visível, por ser Corpo de Cristo$ ela ( viva$ atuosa$ vegeta. [uarda-a e sustenta-a esus Cristo pela virtude #ue lhe inWui, %em assim nutre e a& rutifcar as vides da cepa #ue unidaslhe permanecem. Como nos seres animados$ o princípio da vida$ invisível e escondido$ se tradu& emaniesta no e*terior pelo movimento e pela ação dos mem%ros$ assim na /greja o princípio de vidaso%renatural se patenteia pelos atos #ue ele dele dimanam.

     2ssa 8ltima rase de 7eão 5/// põe a desco%erto o Bmago da #uestão' est em jogo a visi%ilidade da/greja precisamente comoorganismo so$renatural. ue ela seja visível$ nos homens de carne e osso#ue a integram$ ( por demais evidente para ser negado, tam%(m ( visível a e*ist+ncia dum corposocial dotado de instituições jurídicas$ morais$ lit8rgicas$ denominado `/greja Católica. ; #ue est em jogo ( a visi%ilidade da /greja enquanto divina$ instituição so%renatural undada por Cristo. Afrma adoutrina católica #ue essa visi%ilidade ( essencial /greja$ lhe ( nativa$ pois pertence-lhe própriaconstituiçãoI.Nossa alma en#uanto espírito ( invisível$ todavia en#uanto encarnada$ ela se maniesta$transparece$ se torna visível atrav(s das atividades do corpo por ela promovidas. Não só distinguimos ocorpo animado do corpo inanimado ou cadver, mas ainda #uantos pensamentos$ por ve&es muirec

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    intelig+ncias com a doutrina revela-se e*tremamente pela pregação, o poder espiritual e invisível dereger as almas patenteia-se e*ternamente pelas instituições jurídico-sociais. )esde os mais primitivostempos$ pregadores e apologetas apontaram a constBncia dos mrtires$ a pure&a das virgens$ acaridade dos f(is$ #uais sinais visíveis da seiva invisível #ue animava o Corpo 1ístico, e o Concílio6aticano$ estatuindo #ue a /greja ( um milagre permanente$ ensinou #ue a vida visível da /grejamaniesta-se como realidade divina$ j #ue o milagre mostra `como com o dedo de )eus a missãoso%renatural e o so%renatural m8nus da /greja J2$ U$ QUK.

     ; dogma da visi%ilidade essencial da /greja

    Pnão signifca 0 como caluniam os protestantes 0 #uepara os católicos o principal seja a parte e*terior$ por e*emplo' a estrutura jurídica. Afrmar a

    visi%ilidade essencial do homem não ( manter #ue o principal no homem seja o corpo. 3egundo adoutrina católica o elemento espiritual ( primrio na /greja$ como ( primrio no homem T,no entanto$como a alma$ invisível em si$ se revela atrav(s do corpo #ue ela organi&a$ a& viver$ crescer$ emultiplicar-se$ assim o so%renatural$ invisível em si$ se revela na /greja pelas maniestações da vidacristã #ue da graça dimanam e se e*pressam nas atividades do corpo eclesistico. Alis$ tendo )eusdecretado salvarem-se os homens pela /greja$ tornava-se imprescindível #ue eles pudessem discernir$com certe&a$ onde est a /greja precisamente en#uanto meio de salvação.

     V pessoa humana como termo de comparação adita 7eão 5///$ na citada 2ncíclica$ a pessoa deCristo su%sistindo em duas nature&as' a divina invisível$ a humana visívelH. 3ímile mais adaptado$ por

    ser Cristo e*emplar da /greja J2. UT$ T, UL$ EQ, IU$ EIK. Assim como 0 ensina 7eão 5/// 0 Cristo não (todo$ se nele só se considera a nature&a humana e visível Jsegundo #ueriam os otinianos enestorianosK ou só a nature&a divina Jcomo o #ueriam os monofsitasK$ antes Cristo ( uno$ constituídopor duas nature&as e su%sistindo em duas nature&as$ uma visível e outra invisível, assim tam%(m averdadeira /greja não ( o Corpo 1ístico de Cristo$ senão por#ue a#uilo #ue nela h de visível deriva asua nature&a própria$ a sua orça e a sua vida dos dons so%renaturais L.   7eão 5/// condena$ emconse#R+ncia$ tanto o erro do protestantismo$ #ue a& da /greja evanescer num mist(rio inacessível,#uanto o erro do naturalismo$ #ue na /greja só perce%e o lado e*terior$ louvando-lhe em%ora a orça decoesão social ou a virtude educativa. `7a%oram em proundo e pernicioso erro$ sentencia o Dontífce$ os#ue antasiam uma /greja a%sc

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    . .3o%re a unidade da /greja$ em data de EL de junho de HLI.E. E.@om O$ T' `A ( vem da pregação e a pregação da palavra de Cristo.Q. Q.@om O$ O' `Z necessrio crer de coração$ para o%ter a justiça e conessar pela %oca para o%ter a salvação.U. U.A transcend+ncia$ a irredutível originalidade da /greja tornam impossível o descreve-la por um só conceito$ menos

    ainda por uma só metora. :em mais$ a po%re&a de nossas comparações humanas o%rigou os teólogos a daremsentidos diversos mesma imagem. ; voc%ulo `Corpo$ por e*emplo$ não reveste o mesmo signifcado segundoalamos no `Corpo da /greja ou no `Corpo 1ístico de Cristo. )onde surge não pe#uena conusão entre os leigos.4i*emos pois alguns pontos de terminologia. Na /greja distinguimos em primeiro lugar um elemento interno #ue

    denominamos Alma$ pelo #ual entendemos os princípios so%renaturais merc+ dos #uais a /greja vive e atua.)istinguimos em seguida um elemento e*terno #ue$ denominamos Corpo e #ue consiste na profssão e*terna da ($na recepção dos sacramentos$ no governo eclesistico$ etc. como da conjunção do corpo e da alma resulta uma sópessoa humana$ assim a união do elemento interno e do e*terno constitui uma só /greja militante. A Alma criada (eeito e ruto da alma incriada$ pois a onte da graça ( o 2spírito 3anto. 0 4eita a distinção entre a Alma e o Corpoda /greja$ podemos di&er$ por e*emplo$ #ue o catec8meno ervoroso Jisto ($ #ue tem ( e amor de )eusK pertence j Alma da /greja$ se %em #ue só pelo %atismo ser posteriormente agregado ao Corpo da /greja. JConsultar so%reessas distinções o Catecismo Católico$ do Cardeal [sparri$ #uestões QU$ QI$ PEK. 2ntende-se acilmente$ agora$#ue a e*pressão `Corpo da /greja designa o elemento visível$ e*terno$ em contraposição Alma$ isto ($ aoelemento invisível e interno, en#uanto o `Corpo 1ístico de Cristo designa o conjunto, Corpo e Alma da /greja$ emcontraposição Ca%eça #ue ( Cristo. No primeiro caso opõe-se o Corpo Alma, no segundo$ o Corpo Ca%eça.

    I. I.Dor esse motivo$ a 2ncíclica após haver afrmado #ue a /greja ( o Corpo$ logo `algo de concreto e visível J2 EP$UHK. 0 o #ue$ em rigor dos termos$ poder-se-ia entender da visi%ilidade `material 0 volta carga$ e precisa #ue a/greja ( visível como Corpo 1ístico de Cristo J2 UH$ Q seg.K$ o #ue só se pode entender da visi%ilidade `ormal.

    P. P.A heresia da invisi%ilidade da /greja data do s(culo /6$ #uando os donatistas ensinavam #ue a /greja ( a sociedadedos justos tão-somente, oi repristinada no s(culo 56 por >iclett e 9uss$ pretendendo #ue a /greja ( a assem%l(ia

    dos predestinados. J)e&inger PEL$ PQ$ PQEK. Como só )eus sa%e #uem ( justo$ #uem ( predestinado$ segue-se #uea verdadeira /greja só ( visível aos olhos de )eus. Assim o ensinaram a%ertamente 7utero e Calvino$ pelo menos#uando polemi&avam com os católicos #ue os apertavam com a importuna #uestão! `3e vossa igreja protestante (verdadeira$ onde estava h IOO anos! Drecisou Cristo esperar P s(culos para #ue aparecesse a /grejaverdadeira! retrucavam os heresiarcas$ #ue só )eus conhece a verdadeira /greja. Dor(m$ #uando polemi&avamcom os protestantes dissidentes$ encareciam eles a visi%ilidade das igrejas luterana e calvinista. 2rro afm$ oi$ na/dade 1(dia$ o dos raticelos$ distinguindo duas igrejas$ uma carnal$ outra espiritual. J)e&inger UHIK. Dara osprotestantes `li%erais e os `modernistas só importa o `sentimento religioso do #ual todo o resto ( apenascristali&ação$ corporifcação 0 inevitvel$ sem d8vida$ por(m de valor secundrio e cuja instituição não remonta aCristo. J)e&inger$ EOLK.

    T. T.ue o elemento invisível seja o principal na /greja$ depreende-se da doutrina de nossa 2ncíclica$ segundo a #ual a/greja nasceu no Calvrio$ do lado traspassado de Cristo J2$ QL$ UK, aparece claramente$ então$ #ue a /greja ( antesde tudo caridade$ graça$ vida espiritual prounda.

    H. H.Z esse um dos trechos da 2ncíclica Satis cognitum citado por nosso te*to. J2$ IU$ EI seg.K.L. L.1ais uma ve& desponta a verdade %sica #ue j procuramos aclarar' a /greja prolongamento de Cristo. Z por ser-

    lhe o 2*emplar$ a um tempo )eus e homem$ invisível e visível$ #ue na /greja se entretecem o divino e o humano$ o

    invisível e o visível' a palavra$ humana e visível$ portador da graça invisível, os pastores$ humanos e visíveis$revestidos de autoridade invisível e divina. Como a humanidade de Cristo não ( coisa acidental$ assim não o ( olado humano e visível da /greja. m Chee ou Ca%eça$ divino-humano$ invisível-visível$ devia ter um prolongamentoou corpo divino-humano$ visível-invisível.

    O. O.Alude 7eão 5///$ aos sinais ou notas #ue permitem discernir a verdadeira /greja' unidade$ santidade$ catolicidade$apostolicidade.

    . .Charles ournet$ .FÉglise 1ystérieuse et Gisi$le JNova et veter$ @evue catholi#ue pour la 3uisse @omande$ LUO$ p.QTTK.

    http://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref1_wpuhjdqhttp://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref2_jrj5a0chttp://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref3_q1u87ghhttp://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref4_psdoagohttp://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref5_417ofqxhttp://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref6_pudzcmthttp://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref7_dlwucgrhttp://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref8_0m1p745http://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref9_7aiz1fehttp://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref10_7w2mg5bhttp://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref11_jhuntg9http://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref1_wpuhjdqhttp://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref2_jrj5a0chttp://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref3_q1u87ghhttp://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref4_psdoagohttp://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref5_417ofqxhttp://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref6_pudzcmthttp://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref7_dlwucgrhttp://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref8_0m1p745http://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref9_7aiz1fehttp://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref10_7w2mg5bhttp://permanencia.org.br/drupal/node/496#footnoteref11_jhuntg9