Manual de inutilidades poéticas de Fábio dos Santos
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2
MANUAL DE INUTILIDADES
POÉTICAS
Fábio dos Santos
POEMAS
* * *
BREVE BIOGRAFIA DO POETA
por: ANANELIA SANTOS DA SILVA
3
Copyright by Fábio dos Santos, abril de 2013
Revisão: Ananelia Santos da Silva
Catalogado como:
_____________________________________________
SANTOS, Fábio dos.
Manual de inutilidades poéticas/Fábio dos Santos. Maceió:
Edição do Autor, 2013. 14x21 cm. 2ª edição. 100p.
ISBN 978-85-7953-106-4
Poesia brasileira – Brasil. I. Título. Biografia de Ananelia
Santos da Silva. II.Série.
CDD-B869.1.
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Iª PARTE
Erranças de criança
“Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.”
( Carlos Drummond de Andrade, )
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I
Uma coisa que aprendi nas estradas de minhas
erranças:
Nunca perguntar para o mendigo
As sete formas de o bom viver,
Pois ele não te saberá responder.
Primeiro: vá às margens de cola salobra do Mundaú
- Mundaú pra quem não sabe é um rio da região
nordestina –
E conte quantos mandacarus ele põe por dia.
Segundo: ao desacordar não se lava o rosto
Que é para ficar do jeitim que se é
E se estiveres nu, não é azar
É sortilégio de nuvem.
Permitas que à frescura do vento te acaricie as
maçãs.
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Terceiro: estuda o que nunca plantaste com certa
ternura
Das folhas ardentes da alface
Note sua verdura inebriante
E, por desfecho, descreva cada veia
Que, por desventura, descubra dentro dela.
Quarto: se puderes cavalgues de olhos desabertos
Pulando nuvem a nuvem.
Faça uma visita à casa de joão-de-barro
Ou à toca do pica-pau só para constatar
Como pó de serra vira verso.
Quinto: vá a algum lugar, seja serra, monte, rio,
praça, oca, mar, lagoa...
Esqueças por algum segundo o teu corpo
Na profundidade sapiente duma caverna
Só para revelar-te noutro.
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Sexto: não contes nunca nenhum tropeço
Nem curtas nunca feridas tuas
Deixes que o tempo se encarregue
Disso, pois a ele compete a contabilidade cósmica.
Sete: esqueças tudo que te disse
Pois nada e tudo são
Inutilidades e meninices.
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II
Como fazer desprender o anil azul do céu?
É só tirar-lhe da boca da noite
O termo finito do dia
Depois é só esperar
O chiar doloroso do tempo.
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III
Aprende-se liberdades
Xeretando o mundo dos passarinhos
Passando-se por passarinho
Voando como eles,
Entanto, nunca o homem voará
Porque o Criador do Céu não lhe conferiu asas.
Já o poeta, este sim
É capaz de decolar
Não é homem nem mulher
É criatura andrógena infinita
Que já nasceu de um voo.
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IV
Nenhuma Reforma me aprisionará
Nenhuma casca de letra que se pinte
Há de necessitar a ordenança humana
Embora que ultrapassada esteja
Esta borboleta feita de palavras
Aviva-se no jardim inviolável da invenção.
16
V
Um dia alguém bateu na madeira
Da minha porta sincera
E minha toca foi à lona:
Quanta miséria, quanto sonho
Etc.,
Etc.,
Etc...
Só o par de olhos ficou de pé.
Nesse dia me veio a mulher
Com seu corpo de algodão doce
Fiquei laçado por ela, até hoje.
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VI
Pensativo pé-de-pau
Imóvel treco debaixo dum feroz sol
Pensar a vida não é vivê-la
Como nós
Plantas sem pé
Flutuamos como água da Mangaba – outro rio
nordestino
Sobre o leito pegajoso da pátria.
Não pensamos sozinhos
Simplesmente vamos pelo rio da vida
Desencorajando o destino, primo terrível do tempo,
Até alcançar as estrelas falantes.
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VII
Puseram andaimes nos pés secos do mundo
Que desembestado despenca mudo
Que desesperado vai despencando num segundo.
Ninguém parece ligar
Possuído por um circuito cerebral de minhoca
Esta pobre criatura que não tem culpa nem pecado.
Corre-se bastante perigo, lá fora, lá fora da casca
Que reveste o mundo.
Pega-se na perna desse mundo que se desembesta
espaço a fora
E buraco negro adentro como se fosse a única coisa
da vida.
Pega-se naquele que se vai mudo, como lesma
doida,
Porque cada um não pode dedurar as atrocidades de
seus filhos.
Como o Criador do Céu é engraçado!
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De alguma forma puseram rodas nas solas secas do
mundo.
Vai-te retro, submundo!
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VIII
Há coisas demais no mundo
E só uma espécie racional
Que não merece o título que tem:
Homem
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IX
Precisamos encontrar alguma forma de descoisar as
coisas.
De desomenizar o homem
Que é para ver se ele se humaniza.
Brutaliza-lo de forma natural sem violência.
Por pensar demais
Chegamos ao que chegamos.
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X
Tanta devastidão
Isto empobrece todas as coisas
Intimida todas as cores.
Tanta coisa, cousa, causo,
Futucamos o buraco da decifração
E não há resposta senão num mundo
Povoado de poesia.
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XI
Três coisas que irão sobreviver pos juízo final:
As baratas
As covas
E os poetas.
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XII
Quando eu era meninote
Era gigante
Não tive pai pequeno nem grande
Que me dissesse que margaridas
Emprenham borboletas.
Nem mãe pequena nem grande
Que me fizesse comer
Letras e gravuras.
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XIII
Só depois que eu despequeninei
É que o mundo me veio revelar
Que seria eu como uma praga
De livro velho, traça da escrita errante.
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XIV
Na aldeia donde moro
Não há sequer um pé-de-pau honrado.
Há por demais espinheiras preguiçosas
Espalhadas ao longo de tanta devastidão
Política.
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XV
À beira lamacenta da lagoa Mundaú
Donde pardais conspiram manhãs
Ao vento atrevido das marés
Enquanto embala tamanha miséria
Eu me descoiso no papel.
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XVI
Dizem que nós formiguinhas somos governados
Por um “pato manco”.
Mas a que pé isto é verdade
Lá nos cupinzeiros rachados do sertão?
Pois que é governo, Dr. Celso Antunes,
Som de porcaria estragada no ar?
Já vi de tudo nesse mundo
Menos barriga sabida.
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XVII
Alguns livros já me disseram:
Extrai das cascas das coisas
Os saberes que te apetecerem.
Eu já tirei mel de seio de pedra
Porque soubera pedir.
Meninote a la Miguelim
Que era, ceceava humildades em tempos incertos,
Coisa que não me avergonhava alvorecer.
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XVIII
Na infância eu desinventava naturezas.
Por essa razão diziam que eu azuretava.
Pois por culpa da saudade
É que me apertava o gatilho da lembrança
A atônita memória.
Um dia desses uma tristeza númbea
Me transforma em fósforo usado
Para dar fim às minhas desculpas.
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XIX
No meu quintal há um criatório de coisas lidas.
Sobras de pedras aventureiras.
Umas dezenas de tampinhas envaidecidas.
Umas folhas de puro cetim.
Somando a isso um amontoado de páginas
Penduradas no varal
Para que o sol e a lua possam se instruir.
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XX
Da cama ouço latidos bem longe
Duma terra distante.
Entanto, está bem aqui, sob o cobertor de
bananeira.
As horas noturnas brotam como folhas de
carrapateira
Desassossegam o meu dormir.
Lembrança dói quando vem em má hora
Numa saudade inconsútil a pedir o de comer.
Essa terra não é nenhum lugar não é chão.
É o passado onde tomava sopa de miados
E mastigava assovios ao relento
E que não me é fácil voltar lá.
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XXI
Pobreza com poder não se casam?
Aprendi isso na infância quando observava roliças
moscas
Digladiando com caranguejos a carniça dos brejos.
Alguns outros bichos me ensinaram outras
estratégias
Como escapar de onças invisíveis, por exemplo,
Pois sempre andei com as fábulas de Esopo
debaixo do braço.
Ainda escuto o longínquo rumorejo dum velho
pároco
Dizendo num viscoso latim:
Nunquam est fidelis cum potenti societas.
Depois de tanto tempo sobre a carcaça do presente
E que me pus a estudar reflexões:
“O mais poderoso sempre acaba engolindo o mais
fraco.”
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49
XXII
Ainda na infância tive um contato de primeiro grau:
O entranhamento no insólito planeta da leitura.
A tive como verdadeiro manual de caminhos e de
trilhas.
Perscrutei palavra por palavra como um bebê que
tateia o seio da mãe.
Como lagarta de fogo que abre fresta a fresta na
superfície do tronco.
Alguém me condenava a inutilidade por isso.
Só porque eu vicejava a alma das coisas.
No ouvir dizer tão longe do poeta dos pântanos.
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51
XXIII
No livro de sobrevivências três itens são essenciais
E que agora os ponho no meu manual de
inutilidades:
a) amarre com arame farpado ao peito cinquenta e
cinco lembranças boas,
de tal forma que a saudade como bem vinda
companheira
não possa liberta-las;
uma criatura sem saudade é como um soldado no
front sem comida e desarmado.
b) ao lado de tua amada reserve dezoito mil e cento
e cinquenta noites
para contar as estrelas, para que assim o tempo
possa ser esquecido;
hoje em dia nem mesmo uma lesma dura tanto
tempo dentro de sua carcaça.
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c) nunca meça os caminhos da leitura nem pense
nas esquinas duras
nem nos heróis de borracha nem nos declives dos
precipícios;
uma criatura prevenida vale por duas criaturas
e que aprenda a dosar cada termo cada hora cada
minuto
deixando para o segredo o conhecimento.
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XXIV
Na república dos bichos que povoam as frestas das
paredes de ruínas antigas
O direito é violado.
Tirando os nove fora menos um dalgum direito
Não resta nada.
Absolutamente nada.
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XXV
Aos onze anos propus o primeiro ingrediente do
meu manual de inutilidades:
Entortar outeiros e varrer cerrados.
Depois não parei mais:
Dar nó em alma de louva-deus,
Deixar a lua visitar-me pelo buraco da lona, onde
morava,
Fazer do chão de barro batido confortável cama
E dos brinquedos que achava nos monturos o meu
céu.
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XXVI
As lagartixas emprenham noites.
Por isso que amanheceu tarde.
Elas douram ao sol como roupas no varal.
Elas odeiam chuva. Nunca se lavam.
Dificilmente bebem água.
Adoram suco de insetos.
As vezes se parecem com a gente.
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XXVII
Hoje, bem mais velho:
Todas as manhãs, vou até a porta só para contar os
pardais afoitos
Sobre os fios de alta tensão.
De meia em meia hora atravessa a rua um zumbi
Assim o é todo dia de desolação.
Sempre quis ter meu próprio coração.
Pra não ter que ser zumbi.
Ter meus próprios arreios.
Queria ser eu mesmo por dentro e por fora
Como me vê o filho.
60
61
XXVII
Nesse contratempo, descobri como desamassar a
alma:
É só pegar um pouco da sorte que a gente guarda
debaixo do travesseiro.
Amarrá-lo até a boca da noite.
Esconde-lo no peito dum buriti.
Sacoleja, sacoleja
Até virar javali.
E quando lagartixa fizer carreira na pele da parede
Está feito: desamassada a alma para deleite da
matéria.
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XXVIII
Uma singela cadeira de balanço para este velho
carrapato.
Desinventar coisas cansa.
Entanto, tanta estória pra contar...
Não sou mais abelha pra cultivar flores de sol
Nem pirilampo para alegrar orgia de lua.
Este pé-de-pau honrado pede partida,
Não tenho mais a força duma traça que rói cantiga
antiga
Nem dum cupim que lapida madeira de estória.
Estou vendo o caminho que se abre a minha
frente...
Os bichos me olham...
As coisas me olham...
Entanto o caminho lá longe na distância dum
fôlego.
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Que é isso, meus, fica aí o manual
Para as próximas competências.
65
IIª PARTE
Manual de inutilidades poéticas
“Há muitas maneiras sérias de não dizer nada,
Mas só a poesia é verdadeira.”
( Manoel de Barros )
66
67
Pelo Abc
a) Eu desenho de um talo de guabiroba: as
árvores não crescem muito porque o céu
não deixa.
***
b) Cassei a autoridade de amarelar de
pequenas borboletas: porque elas
despovoam os jardins do presente.
***
c) Só uma coisa desassombra o ermo das ruas:
o pisamento marcial de calangos, formigas
saúvas e vira-latas.
***
68
d) Às vezes hiberno origens: a de papai nada
consta; mamãe foi nômade em planta;
então, desse casal de emprenhação só herdei
dor.
***
e) Vaso ruim não se comenta.
***
f) Esquentando o glúteo na calçada flagrei o
dia dobrando esquinas.
***
69
g) Meu olho trespassou o silêncio. Duro golpe
de consciência.
***
h) Daí então descobri como a natureza prepara
armadilha pra pegar escuridão.
***
i) ...uma figurinha de ídolo, duas tampinhas de
coca-cola premiadas vencidas, um pedaço
de vidro esverdeado, um estilingue
danificado, um canivete sem olho, um
parafuso sem serventia uma caneta Bic
envelhecida etc. etc. etc... tesouros que
encontraram moradia no bolsa da calça.
***
j) Foi assim que o pirata inventou a ilha.
70
***
k) E a ilha inventou o poeta.
***
l) E o poeta o seu fim.
***
m) Iniciei na cantoria de pássaros bebendo na
maré vazante da infância.
***
n) Só há alegria porque as formigas fazem
festa em maquinaria de sonho.
***
71
o) Pneumática criatura como eu era, kafkaram-
me o sangue, de tão triste como a noite
pensaram os adultos em adiamentos de
vida, que eu iria virar esterco. Acabei
desvirando.
***
p) Algumas paixões se contam na cabeça,
alhures desgraças do amor, em verde idade;
amei Diadorim, trai no traje de Capitu, e por
fim acabei bobo, que nem Fabiano.
***
q) A única namorada que nunca há de trair-lhe
não é de carne nem de osso: é Literatura.
***
72
r) Aluei um queixar de pequeno: a falta que
faz para a lombriga o alimento.
***
s) Eu via outras crianças apanhando dos pais e
achava bonito.
***
t) Sempre encantei a solidão que me rodeava
de deserto e de livros.
***
u) Parente? Somente, me lembro dum: a chapa
ridícula duma avó.
***
73
v) Me escolarizei tarde que nem guaiamu no
mangue seco esperando dedo de gente.
Pouca letra mas tanta esperança!
***
w) Agora tou que nem rapariga buchuda
desemprenhando ficções.
***
x) Algumas aranhas brotaram no canto de teto,
algumas formigas armaram tenda no
quintal, dois ou três pés dalguma planta que
nem sei sonham sombra sobre cogumelos,
uma lagartixa diz-que-sim-diz-que-não se
prepara para as compras, uma gata
equilibrista fabrica insinuações no bico do
muro... Eta, mundo! Poesia pouca, mas
tanta esperança!...
***
74
y) Nos fios dos postes pássaros copiam
partituras.
***
z) Ouvindo radinho o cotovelo adoece. Coisa
de velho com coração de menino: a perna
ensaia uma carreira mas já não pode. Assim
é a vida: passa o menino, fica a carcaça
esperando a hora.
75
Fábio dos Santos
por: Ananélia Santos da Silva (*)
(*)Formada em Letras pela UNOPAR e pós-
graduanda em Educação Infantil
76
77
FÁBIO DOS SANTOS: POETA
ALAGOANO EM IMAGENS
Uma das primeiras trajetórias do poeta,
escritor, compositor e professor Liev Meridian,
pseudônimo de Fábio dos Santos, foi ter estudado
na Escola de 1º Grau Dr. Edson dos Santos
Bernardes, nos idos dos anos 1986 a 1988, tendo
concluído o seu 1º Grau e sido escolhido como
orador da turma, como visto na foto abaixo
discursando para todos os presentes, numa noite
repleta de estrelas e tendo como presentes o
Deputado Estadual Euclides de Mello e o Vereador
por Maceió Francisco Mello, sendo o primeiro
paraninfo da turma de 1988, então a primeira turma
a se formar no antigo primeiro grau daquela
instituição. Ao fundo observa-se a professora de
Ciências Maria Vitória Lessa Cavalcanti, mentora
de concursos literários semestrais com a parceria
Salas de Leituras, programa mantido pelo MEC e
78
Secretaria de Estado da Educação, promovidos na
mesma escola e em que o nosso poeta venceu a
todos, cerca de cinco prêmios nas categorias
poesia, conto e estória infanto-juvenil.
Na próxima imagem vemos nosso poeta
entremeado de livros com quem aprendeu a
conviver desde a infância, e que o acervo em que se
vê pertence à biblioteca da Universidade Federal de
79
Alagoas, onde ele cursou Letras e chegou a passar
no vestibular para Filosofia, nos idos de 2000 a
2004.
Na próxima imagem vemos nosso poeta e
futuro professor colando grau, na data de 29 de
maio de 2004, um dia após seu aniversário, visto
que o poeta nasceu aos 28 de maio de 1971. A
reitora na pessoa da Dra. Ana Dayse.
80
O poeta começou a escrever mais ou menos
aos treze anos de idade, pois segundo ele “quando a
vida lhe despertou a humanidade”, desde dessa
época que já lia os grandes clássicos, como
Nietzsche, Sartre, Aristóteles, Camus, Shakespeare,
Machado de Assis, Graciliano Ramos, Jorge de
Lima, Carlos Moliterno, Rousseau, Manoel de
Barros, entre tantos outros, lembrando que o poeta
em suas peregrinações pelos sebos conseguiu até o
momento colecionar quase três mil livros, cerca de
800 vinis, cerca de 300 gibis, todos bem
selecionados e raríssimos. Na imagem abaixo
vemos nosso artista recebendo um dos seus vários
81
prêmios literários da Academia Alagoana de
Letras, tendo ao braço sua filha Francialy Clarissa
Melo dos Santos.
Aqui nessa nova imagem tendo como
amigos o saudoso Dr. Ib Gatto Falcão, presidente
da Academia Alagoana e Anilda Leão, e a pequena
Cacá:
82
Uma das figuras mais importantes na vida do poeta
e professor Fábio dos Santos chama-se Dr. Jucá
Santos, poeta e presidente da Academia
Maceioense de Letras, ladeados de juiz Emanoel
Fae, e outro escritor do interior de Alagoas na
imagem abaixo:
83
Abaixo uma das inúmeras notícias em O
Jornal, na ocasião pertencente ao empresário
Nazário Pimentel, onde o poeta publicava poemas,
crônicas, contos, com o apoio do jornalista Plínio
Lins.
84
Abaixo, na imagem, ao lado da amiga e
importante poetisa alagoana Arriete Vilela:
85
Já aqui vemos Fábio dos Santos ao lado do
Reitor da Universidade Federal de Alagoas Dr.
Rogério Pinheiro:
86
Vemos agora ao lado do poeta as
professoras doutoras Enaura Quixabeira e Edilma
Bomfim:
E seu ciclo de amizade artística não termina
por aqui, agora ao lado do amigo e ator Francisco
de Assis, então presidente da Fundação Cultural
Cidade de Maceió:
87
Agora as láureas literárias recebidas pelo
autor de Bichos Urbanos ( contos )
publicado e editado com as próprias custas. Prêmio
Juvenil de Literatura, com o conto vencedor “O
Corvo ou a Loucura”, concedido pela Academia
Alagoana de Letras em 1999:
88
Abaixo, Prêmio Guimarães Passos para o
livro “Bichos Urbanos”, categoria contos, esgotado,
concedida pela mesma instituição literária em
1999:
Prêmio Comendador Tércio Wanderley I
concedido pela Academia Alagoana de Letras pelos
originais Livro Escrito por Ninguém, poesias, ainda
inéditos, em 2003:
89
Prêmio Graciliano Ramos concedido pela
Academia Alagoana de Letras em 2004 pela obra O
encontro entre o Sr. F. e o Sr. L., romance:
90
Prêmio Comendador Tércio Wanderley I
concedida pela Academia Alagoana de Letras pelos
originais Tática do Combate de Rua, categoria
poesia, ainda inédita, em 2006:
Agora nosso poeta e professor é notícia no
Arena de Ideias, tabloide de O Jornal:
91
Obras publicadas pelo autor : Bichos
Urbanos ( contos ), em 1999, Livro da Última Hora
( poesia ), publicado pela CBJE/RJ em 2004, O
Encontro entre o Sr. F. e o Sr. L. ( romance ),
editado pela Editora Nomeriano em 2004 e
premiado pela Academia Alagoana de Letras com o
Prêmio Graciliano Ramos de romance, em 2004;
todos esgotados ; coletânea Coleção Poética do Rio
Grande do Sul editado pela Ordem da Confraria
dos Poetas, em 1999 com poemas de poetas de
todos o Brasil; coletânea poética, agora editada pela
92
Shan Editores/RS, Novos Rumos, que atravessara o
oceano Atlântico até Timor Leste, em 2000; mais
uma coletânea nacional, categoria conto tendo
publicado conto Cimento Vivo, embrião de um
romance, AG edições/SP, em 2000; participação na
antologia Alagoas em Cena, 2006 veja capa abaixo:
93
Outras coletâneas bem como 500 outonos
de prosa e verso – 2000 e reverberações – 2001,
ambos de São Paulo, frutos de concursos literários
nacionais, editados pela Edições AG e ainda uma
coletânea fruto de um concurso literário promovido
pela Edufal, editora da Universidade Federal de
Alagoas, Poesias no Campus – 2003. No campo
musical, o poeta e professor Fábio dos Santos, mais
conhecido como Fábio Poeta, ex-aluno do curso
Desporto e Lazer do CEFET-AL, fez parte e
fundou várias bandas como Kranius HxCx,
referência no hardcore dos anos 90, C4, Livre
Arbítrio, ArtFato e agora para dar continuidade ao
projeto Oficina 137, ao lado do artista alagoano
Paulo Sérgio, tem muitas composições e até um cd-
demo gravado no Gogó da Ema. Atualmente,
94
ensina na Escola de 1º e 2º Graus Dr. Edson dos
Santos Bernardes, nas disciplinas Português e
Literatura.
95
Referências bibliográficas:
Fotos e imagens cedidos pelo Acervo Literário
Poeta Fabio dos Santos.
www.trajetoriadoescritorfabiodossantos.blogspot.c
om.br
96
97
TEXTOS INÉDITOS
(poemas do livro inédito e premiado TÁTICAS
DO COMBATE DE RUA):
Iniciemos o combate:
Dance como um bailarino
no centro da praça da Faculdade
não ligue para os olhos incompreensivos
de que nada conseguem compreender
confia apenas nos atenciosos eucaliptos
em suas almas tão surradas
ainda há tempo de poder voar
sentir os sonhos afagando os cabelos
debaixo do braço: haroldo de campos
na mente efervescente: drummond
e para completar o balé
o surrealismo de jorge de lima
despejado ao ar
preste bem atenção em si próprio
não se esqueça que a loucura é uma arma
irreversível
98
aquele que for capaz de abraçá-la
irá entender o que é vida.
Sê diferente enquanto há tempo
o próprio tempo não irá percebê-lo
finja ser uma rosa
uma rosa tipicamente rosa
que já não se vê mais nas praças
desperta-te para o infinito da beleza
mesma que ela seja fugaz
não tenha medo do passeio no Jaraguá
desafie o pau-de-fogo mal-intencionado
ilumina-te os próprios passos
sobre os paralelepípedos felizes
porém, quando for dormir, durma com temor
porque senti-lo te tornará mais humano.
Devemos esquecer as más línguas que banham as
ruas?
Por quê?
Para cada poste luzente
um poeta feito
feto? Mais que fato
um poeta, mesmo de versos ruins
99
que os doutores tanto odeiam,
já é história, motivo de quebrar fronteiras,
ou literatura...
que os vagalumes o expliquem
com sua calmaria mansa e redondamente calma
um dia, as cigarras insolentes, que povoam os
galhos secos de tua vida,
irão compreender todos os cantos
agora sabemos: não pode existir canto bom ou ruim
porque tudo é dor
e quando não, a coragem de vivê-la.
pense
mas pense esconsamente
existe uma janela e através dela a vida
em cada orquídea
em cada pinheiro
em cada folha verde, e até mesmo na pedra
acredite, nela sobrevive o fungo, em doce
harmonia,
sem mexer com o desconhecido
sem dores de cabeça para decifrar
ele vive, anonimamente, como extintor
100
que só despertará de seu silêncio
quando a bomba não mais respirar
que é a bomba? o fulgor de uma rosa transtornada
o choro em risco de um vinil arranhado
a vitrola esquecida no porão
as velhas alpercatas desprezadas no baú de folha.