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L A C E L I A D E L O P E D E V E G A

C u a n d o después de cuatro años de relaciones estrechamente ínt imas

c o n E l e n a O s o r i o , se ve L o p e de V e g a despedido, recibe u n a h e r i d a p r o

f u n d a en su corazón y en su a m o r p r o p i o . M u c h o s atractivos tendría e l

apuesto m o z o , pero es lo cierto que era l a segunda m u j e r que, c u a n d o

l a creía c o n q u i s t a d a , le a b a n d o n a p o r otro. D e l a p r i m e r a no h izo g r a n

d u e l o ; se t r a t a b a de u n a afición v e n i a l , que según él " c o m o no fué a m o r

de peso, púdolo el v iento l l e v a r " y además encontró p r o n t a y c r e c i d a

compensación en E l e n a . A h o r a el caso v a r i a b a m u c h o : había l legado a

los brazos de l a O s o r i o , si n o antes de apuntar le el bozo, lo bastante t i e r n o

p a r a q u e esa m u j e r m o d e l a r a su sensibi l idad erótica a su antojo.

E n u n a c o m e d i a escrita h a c i a 1588 reconoce el m a l inf lujo que h a b í a

r e c i b i d o c u a n d o hace decir a B e l a r d o , q u i e n se prec ia de n o g u a r d a r fe

a m o r o s a :

A q u e s t o y m á s aprendí, de a q u e l l a que y o adoré ¡buen discípulo q u e d é ! ¡ b ien puedo m a t a r p o r m í ! 1

E l e n a , de más e d a d que él, d u c h a en las artes de l a seducción, le h i z o

recorrer todos los grados de l a pasión a m o r o s a : dulce cariño, a m o r desor

b i t a d o , raptos de l o c u r a , celos dilacerantes, reconciliación, odio inconte

n i b l e , persecución y, p o r últ imo, a b a n d o n o . F u r i o s o L o p e ante l a traición

de l a a m a d a se d e d i c a a escribir versos de m a l d e c i r en los que l lega a

descr ibir i n t i m i d a d e s bochornosas y e x p l i c a :

Y o n o pensaba en m i v i d a de l o que digo a l a b a r m e ; pero, c u a n d o le desprecian, b i e n puede u n h o m b r e a l a b a r s e 2 .

1 Urzón y Valentino (Acad, vol. X I I I , pág. 500 a). Atribuyo a esta comedia la fecha más baja que señalan Morley y Bruerton (1588-1595) en The chronology of Lope de Vega's comedias (obra capital a que con frecuencia tendré que referirme, y que para abreviar lo haré con la sigla M B ) . Acaso fuese la obra dramática algo anterior a la ruptura final con Elena, porque el deslizar furtivamente el nombre de Belisa no es forzoso que ya estuviese casado con ella.

2 Romance inédito que se encuentra en el ms. 2700 de la Bibl . N a c , fol. 161.

348 M A R Í A GOYRI DE M E N E N D E Z PIDAL N R F H , I V

E l despecho v a en a u m e n t o y, y a desbocado, escribe las desvergonza

das sátiras 3 c o n t r a E l e n a y sus parientes, las cuales p r o n t o corr ieron de

m a n o en m a n o . D e m a n d a d o p o r los V e l á z q u e z , el p a d r e y el tío de l a

O s o r i o , fué L o p e c o n d e n a d o a destierro de dos años de l reino de C a s t i l l a

y a ocho de a le jamiento a c inco leguas de l a corte (febrero de 1 5 8 8 ) 4 .

E s t a c o n d e n a p o r infamación acaso nos parezca hoy excesiva; pero l a

just ic ia en a q u e l l a época se nos presenta, a l a vez que severa, e q u i t a t i v a ,

y p o r escándalo sabemos que en aquellos años sufr ieron destierro y prisión

personas de a l t a representación social 5 . D í g a n l o , p o r c i tar los más sig

nif icativos, el que había de ser g r a n d u q u e de O s u n a , entonces mozalbete

j a r a n e r o , desterrado de Sev i l la , y el 5 9 D u q u e de A l b a , castigado p o r u n a

ve le idad a m o r o s a 6 . ¿Por qué se había de t r a t a r c o n más b e n i g n i d a d a

u n j o v e n poeta s in " c o m o d i d a d " ( a c o m o d o , e m p l e o ) , n i of icio, n i t rato

n i n g u n o de que sustentarse? 7 . M á s extraño es que tuviesen tanto p o d e r

unos representantes p a r a que se atendiese a reparar su d e s h o n r a ; pero

Cervantes aconseja p o r boca de S a n c h o " n o tomarse c o n farsantes. . .

q u e c o m o son gentes alegres y de placer , todos les a m p a r a n , a y u d a n y

e s t i m a n 5 5 8 . S i n d u d a sería de decisivo apoyo l a categoría del r i v a l de

L o p e en el servicio de E l e n a , D . F r a n c i s c o Perrenot , sobrino de l eminente

C a r d e n a l G r a n v e l a 9 .

3 Cervantes escribía en la 2* parte del Quijote: "Es propio y natural de los poetas desdeñados y no admitidos de sus damas, o fingidas en efeto de aquellos a quien ellos eligieron por señoras de sus pensamientos, vengarse con sátiras y libelos; venganza por cierto indigna de pechos generosos". Muchos años habían pasado desde la venganza de Lope para que el tiro fuese contra él; pero tantos le asestó Cervantes que acaso esto lo escribió recordando lo pasado, y tampoco sabemos cuándo lo escribiría.

4 Pérez Pastor y Tomillas publicaron el proceso. Luego Joaquín de Entramba-saguas encontró los libelos para desdicha de su autor, porque además del lenguaje soez, hay que convenir en que los versos son muy malos. Lope nos tiene acostumbrados a tratar en sus comedias los asuntos más viles con dignidad poética; los rufianes y cortesanas de sus comedias se mueven a ras del suelo, sin encenagarse; pero en estas sátiras habla la cólera sin el freno del arte.

5 Precisamente el año 1587 trató Felipe I I de reformar las costumbres de los caballeros de su corte que vivían muy ociosos, y fué causa de que desterrasen al conde de Paredes y a los marqueses de Peña fiel y Cogolludo. (Véase C A B R E R A DE CÓRDOBA, Felipe II, vol. I I I , pág. 206).

6 Pocos años antes el 4 9 duque de Alba don Fadrique de Toledo fué encarcelado y perseguido con ensañamiento por el monarca con motivo de una supuesta promesa hecha a una dama de la corte, sin que se atendiese ni a sus propios servicios en las guerras, ni a las súplicas de su padre el gran duque don Fernando.

7 Declaración de un testigo. Proceso, pág. 59. 8 Quijote, I I , cap. xn. 9 Creo que no haya que insistir ya en que don Francisco y no don Tomás fué

quien suplantó a Lope en el amor de la Osorio. Además de una lectura más exacta de las notas manuscritas en el ejemplar del Romancero de 1604 que se encuentra en la Bibl . Nac. (R. 2171) coincide con el dató de ser de más edad que Lope, y también sabemos que por su Conducta, harto libre, ocasionó disgustos al Cardenal y fué motivo de que le desheredase.

N R F H , I V L A CELIA DE L O P E DE VEGA 349

E l a ñ o 1588 fué en l a v i d a de L o p e de a b r u m a d o r a intens idad e n

acontecimientos. C o n d e n a d o en el mes de febrero, estaba o b l i g a d o a s a l i r

i n m e d i a t a m e n t e de l a corte desde l a cárcel , y a los q u i n c e días fuera d e l

re ino . C u a n d o a n d a b a despechado de E l e n a , p a r a despicarse, a m a r t e l ó

a d o ñ a Isabel de U r b i n a . E r a ésta u n a d o n c e l l i t a , a l a sazón de 17

años, c r i a d a en u n h o g a r honesto, de f a m i l i a a c o m o d a d a ( l a antítesis d e

l a desenvuelta O s o r i o ) , y se dejó seducir p o r l a voz de s irena de l p o e t a .

S u oscura existencia l a rastreamos en los versos de L o p e , q u i e n a l c o n v e r

t i r t o d a su v i d a en l i t e r a t u r a , las personas que le rodean l legan a ser

p r o p i a m e n t e entes dramáticos a los q u e presta voz, y él, en m e d i o d e

todos, representa el p r i m e r p a p e l . N o queremos decir que se p u e d a e x

traer de esa o b r a l i t e r a r i a unas biografías históricas, que es difícil d i s c e r n i r

e l l ímite entre l a r e a l i d a d y l a fantasía, pero obtendremos u n a represen

tación de lo que el a u t o r quiso que se supiese, y ello no es poco. S o b r e

todo conocemos sus reacciones ante los sucesos de su v i d a manifestadas

e n sus obras.

C u a n d o m á s se a p a r t a b a E l e n a , más apremiantes eran los versos q u e

dirigía L o p e a d o ñ a Isabel p a r a que se rindiese. T r a t a de persuadir la d e

q u e no tiene p o r q u é temer que él se acuerde más de E l e n a .

S i F i l i s te h a d a d o celos el t i e m p o te desengaña, que c o m o ella quiere a otro, puede p o r o t r a d e j a r l a 1 0 .

C i e r t o que era expresión n o m u y amorosa , mas p u d i e r a ser c o n v i n

cente.

E r a n a t u r a l que l a f a m i l i a U r b i n a n o a p r o b a r a aquellos amores, m u y

especialmente s iendo p o r entonces L o p e " l a fábula de l a c o r t e " ; pero e l

a locado galán en el p u n t o que se ve ob l igado a apartarse de M a d r i d , c o n

u n golpe de a u d a c i a , r a p t a o hace r a p t a r a doña Isabel . Se quere l la e l

p a d r e , pero el asunto no tiene más c o m p o n e n d a que el subsiguiente m a

t r i m o n i o y L o p e en 10 de m a y o se casa p o r poder con aquel la v íc t ima

p r o p i c i a t o r i a , que había de p a g a r su i m p r e m e d i t a d a decisión c o n u n a

v i d a corta de duración, pero a b u n d a n t e en sacrificios.

E n u n r o m a n c e m u y conoc ido , escrito en V a l e n c i a , acaso en el m i s m o

año 1588, c o n m e m o r a L o p e el suceso: c u a n d o él, B e l a r d o , paseaba p o r

l a corte m u y e n g a l a n a d o

desde su balcón m e v i o u n a d o n c e l l a c o n el pecho b l a n c o y l a ceja n e g r a ;

1 0 E l romance empieza "Amada pastora mía". Se publicó en la Primera Flor de Romances con licencia de 1588 y se encuentra también en el Cancionero Clasen-sey ms. de 1589. Existen de él unas cuantas versiones y el mismo Lope copió unos versos en su comedia La Arcadia (Acad, vol. V , pág. 735 a).

35o M A R Í A GOYRI DE M E N É N D E Z PIDAL N R F H , I V

dejóse b u r l a r , cáseme c o n e l la , q u e es b i e n que se p a g u e n t a n honrosas deudas n .

N o c i taremos aquí todos los romances q u e L o p e dedicó a d o ñ a Isa

b e l p o r reservarlos p a r a el r o m a n c e r o d e l Fénix , y sólo a l u d i r e m o s a los

q u e i lustren el período que estudiamos. L a pareja Be lardo-Bel i sa a n i m ó

e l r o m a n c e r o nuevo pastor i l , y el mor isco c o n m u y var iados nombres , m á s

difíciles de ident i f icar .

A p e n a s h a b í a n a c a b a d o de c o m e r los picos de l a rosca de l a b o d a ,

c u a n d o el recién casado a b a n d o n a a l a esposa p a r a alistarse en l a g r a n

A r m a d a c o n t r a I n g l a t e r r a , y el 20 de m a y o e m b a r c a en L i s b o a . M u c h o

se h a discut ido sobre e l móvi l que le impulsó a esta decisión 3 2 y h a y

q u i e n supone que no llegó a navegar p o r q u e en su o b r a , t a n l l e n a de i m

presiones personales, n o h a y rastro d e l desastre de semejante expedic ión,

q u e de h a b e r arrostrado las desdichas que en el la o c u r r i e r o n , no le f a l t a

r o n ocasiones de haberlas a l u d i d o p a r a h o n r a suya. Él nos h a d i c h o q u e

se e m b a r c ó en L i s b o a , y a u n q u e n o tengamos comprobantes d o c u m e n t a

les, n o hay m o t i v o p a r a n o creerle.

L o p e h a b l a en algunas obras de l a m a l h a d a d a expedición, pero sólo

de los preparat ivos , acaso c o n el de l iberado intento de no recordar e l

descalabro. H a y en l a Dragontea ( a ñ o 1598) u n a alusión, que c o m o

h e c h a de pasada y s in c o m e n t a r i o , nos p r u e b a ser v e r d a d que se e m b a r c ó

e n l a A r m a d a . H a b l a n d o de que según decían F r a n c i s c o D r a q u e tenía

u n f a m i l i a r e n u n a n i l l o , a ñ a d e :

Soldados de l a nave en que yo i b a a I n g l a t e r r a , aquí m e lo h a n contado, que en ocho años de prisión esquiva que en l a corte de L o n d r e s h a n pasado oyeron estas cosas que refiero 1 3 .

1 1 E l romance que empieza "Hortelano era Belardo" se difundió rápidamente, pues el Cancionero Clasense de 1589 (publicado por A . Restori, pág. 174) incluyó ya una versión. Tenemos otra, atribuida certeramente a Lope en el cartapacio de Pedro de Penagos de h. 1593 (ms. de la Bibl . de Palacio). Está también incluido en la 6* parte del Romancero General de 1600. Su autor lo recuerda años después en dos comedias: Las paces de las rayas de h. 1610 (Acad, vol. V I I I , pág. 390 b) y Al pasar el arroyo de 1615 (AcadN, vol. X I , págs. 268 a y 367 b) . Asimismo se canta en Más vale salto de mata, comedia mal atribuida a Lope (AcadN, vol. V I I , pág. 390 b) . Salas Barbadillo cita dos versos en La ingeniosa Elena de 1612. Todavía en 1630 Polo de Medina (Obras completas, pág. 90) copia los cuatro primeros modificando el tercero con otro también muy conocido de Lope "porque un consonante obliga".

1 2 E l motivo de alistarse pudo ser para eludir el castigo en que había incurrido de ir a remar en galeras por haber entrado en la corte. Acaso se quedó en la Co-ruña con las naves que allí arribaron obligadas por la primera tempestad que las combatió a poco de hacerse a la mar.

1 3 O. $., vol. I II , pág. 341. Con esta sigla designaré la Colección de las obras


A l p a r t i r L o p e de T o l e d o p a r a L i s b o a escribe unas l iras despidiéndose

a m a r g a m e n t e de l a p a t r i a . A l a a b a n d o n a d a esposa dedica l a estrofa

final, a lgo a l a m b i c a d a s i l a c o m p a r a m o s c o n otros m u c h o s versos e m o c i o

nados q u e dedicó a otras ausencias.

D u l c e , señora m í a , y a de nuestro l l o r a d o a p a r t a m i e n t o l legó el a m a r g o d í a ; las velas y esperanzas doy a l v i e n t o ; de vos m e aparto y q u e d o , si c o n dejar el a l m a p a r t i r p u e d o 1 4 .

E s t a canción, q u e c o m i e n z a " S o l a esta vez q u i s i e r a " , se e n c u e n t r a

i m p r e s a p o r p r i m e r a vez en l a Tercera parte de Flores de Romances 1 55

d o n d e consta de sólo cuatro l iras y t e r m i n a c o n l a despedida a l a " s e ñ o

r a " . A l pasar a l Romancero General de 1600 se intercaló u n a estrofa

m á s a l u s i v a a los enemigos envidiosos. A l g u n o s años después l a inc luyó

su a u t o r e n l a n o v e l a Arcadia a p r o p i a d a a A n f r i s o (el 5° d u q u e de A l b a )

y hace constar q u e fué compuesta p o r u n pastor de l T a j o ( L o p e ) y

puesta en música p o r otro d e l Betis ( P a l o m a r e s ) 1 6 . E s t a n u e v a versión

a ñ a d e 12 estrofas dedicadas a insistir en las quejas c o n t r a los envidiosos

perseguidores y l a i n g r a t i t u d de l a p a t r i a , sentimientos m u y repetidos

p o r el Fénix en diversas obras. L a canción d i l a t a d a hasta 17 l iras perdió

l a e m o c i o n a d a i n t i m i d a d de l a poesía i n i c i a l y l a u n i d a d y b r e v e d a d

a p r o p i a d a s p a r a q u e le pusiese tonos P a l o m a r e s 1 7 . T o d a v í a en 1621 a l

sueltas de Lope de Vega editada por Antonio de Sancha, (1776-79). Para otras alusiones véase J . M I L L É Y G I M É N E Z , Estudios de literatura española, pág. 103.

1 4 L a forma estrófica no es la de las liras de Garcilaso y Fr. Luis de León, sino la de seis versos (a B a B c C ) que fué la predilecta de Lope para las canciones compuestas en la época de que tratamos.

1 5 L a Biblioteca Nacional posee un ejemplar de esta Tercera Flor (R. 9799) 1* y 2* parte "añadida la tercera parte por Felipe M e y " Valencia 1593. Debió existir alguna edición anterior puesto que conocemos una "Cuarta y quinta parte'5

de 1592. 1 6 OS, vol. V I , pág. 87. 1 7 L a estrofa de despedida con la antítesis "de vos me aparto y quedo" inspiró

a Lope uno de sus más famosos sonetos: " I r y quedarse y con quedar partirse" (OS, vol. I V , pág. 219), publicado en las Rimas de 1602. Otra versión de un ms. de la Biblioteca Nacional citada por Gallardo (Ensayo, vol. I, col. 1051) fué publicada en RHi, X V I I I , pág. 534. L a expresión del enamorado que al ausentarse siente los cuerpos alejados mientras permanecen unidas las almas es común a muchas obras poéticas. Faría y Sousa, con su escasa sensibilidad de poeta, se burla de ello: "Esto de ir y quedar en sus ausencias los amantes, partir y no partir y semejantes fu l ler ías . . . " (Rimas, pág. 276 b) . Lope atinó en este soneto a dar forma adecuada al concepto y de ahí su resonancia en otras literaturas. E l mismo Faría cita en otro lugar de sus Rimas (pág. 244 b) el primer verso del soneto sin nombrar al autor. E l anónimo portugués autor de Fénix Renascida dice en una "Epístola a un amigo": " I r y quedar y con quedar partirse dise o Fénix de Hes-panha que era ausencia". E n el Parnaso, publicado en Portugal en 1880 con mo-

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p u b l i c a r La Filomena se deleita el poeta en c o p i a r l a p r i m e r a estrofa d e

l a canción y r e c u e r d a el l lanto que h i c i e r o n los pastores c u a n d o part ió

desterrado p o r u n a venganza amorosa 1 8 .

C u a n d o estaba a p u n t o de e m b a r c a r en L i s b o a d e d i c a u n r o m a n c e a

l a esposa a b a n d o n a d a i n s p i r a d o en el t e m a clásico de las quejas de D i d o ,

s in q u e h a y a p o r su parte muestra de p e s a r 1 9 .

A l v o l v e r L o p e de l a expedición n a v a l y tener que sal ir desterrado d e l

reino de C a s t i l l a , se refugia en V a l e n c i a . L a s letras florecían en l a c i u d a d

l e v a n t i n a protegidas p o r los gremios q u e gustaban de d a r o p o r t u n i d a d

en sus fiestas a los poetas p a r a ejercitar su arte. H a b í a a d e m á s allí u n a

tradic ión: T i m o n e d a editor y poeta pocos años antes había remozado los

viejos romances y había ensayado el teatro p o p u l a r : los dos órganos e n

que L o p e e m p e z a b a a hacerse famoso. L o s autores dramáticos c o n t a b a n

c o n locales fijos p a r a poner en escena sus obras, existían actores y u n

públ ico af ic ionado. R e y de A r t i e d a y V irués habían ensayado sin g r a n

éxito l a t ragedia y con e l la a l t e r n a b a n las representaciones de carácter p o

p u l a r . L o p e l legó a p u n t o de f u n d i r esas dos corrientes en l a n u e v a co

m e d i a , ejerciendo u n a i n f l u e n c i a decis iva sobre l a n u e v a generación de

poetas en l a que figuraban G a s p a r A g u i l a r , G u i l l e n de Castro , el j o v e n

zuelo C a r l o s B o y l y el canónigo T á r r e g a , de más edad, q u i e n y a h a b í a

compuesto algunas obras dramáticas.

D e las prensas de V a l e n c i a salían en a b u n d a n c i a pliegos sueltos, entre

gas y l ibr i tos que contenían romances nuevos que veían l a luz sin n o m b r e

de a u t o r y c u y a identificación d a hoy tanto que hacer a los eruditos, q u i e

nes v a n descubriendo l a a m p l i a a c o g i d a que los editores prestaban a las

fáciles composiciones del poeta forastero.

S i desde el p u n t o de v is ta l i terar io se encontró L o p e en u n m e d i o

grato, su posición económica distaba de ser ha lagüeña. V i v i r de l a p l u m a

es s iempre difícil y más entonces: si no se tenía u n a base de sustentación

f i ja , eclesiástica o castrense, había que r e c u r r i r a entrar a l servicio de

a lgún grande, y con n a d a de esto c o n t a b a L o p e en V a l e n c i a . Sabemos

tivo del centenario de Camoens se incluyó como de este autor el soneto español, error que corrigió Carolina Michaelis de Vasconcellos en RHi, X X I I , pág. 530. E l insigne poeta italiano Marino, tan admirado por Lope, tradujo y publicó entre sus poesías nuestro soneto traducido, callando el original y el nombre del autor. Por último, Lope mismo lo aludió en su comedia El ausente en el lugar de h. 1604 (AcadN, vol. X I , pág. 429 a). "Qué propio es en amor, como lo cantan, / i r y quedar y con quedar, partirse". Precede en la comedia un diálogo en que se discretea con las mismas palabras: "Tanto partir y quedar / fué siempre de amor rodeos". Y como prueba de expansión duradera valga esta cita de Polo de Medina: "Cuando de Murcia partí / ¡Oh, qué bien aquí viniera / lo de quedarse y partirse, / versos de Lope de Vega!"

1 8 OS, vol. V I , pág. 80. 1 9 N o damos aquí importancia alguna al encuentro que tuvo Lope con una

mujerzuela en Lisboa la noche antes de embarcar, y que después de muchos años refirió al Duque de Sesa, su señor, que tanto gustaba de esa clase de confidencias del secretario. N i siquiera merece el nombre de aventura amorosa.


que l a c o m p a ñ í a de Quirós representó allí a lgunas comedias d e l F é

n i x , q u e de diversos puntos acudían los representantes a pedir le sus o b r a s

y q u e tenía u n contrato c o n G a s p a r de Porres en que se c o m p r o m e t í a a

entregarle c a d a dos meses u n a c o m e d i a . P e r o que esto no bastaba l o

p r u e b a que, en cuanto pasaron los dos años de destierro de l re ino, se

trasladó a T o l e d o en busca de a c o m o d o .

E n u n a epístola d i r i g i d a a C l a u d i o C o n d e años más tarde reconoce

l a a b n e g a d a so l ic i tud c o n que le a c o m p a ñ ó d o ñ a Isabel en los penosos

días que padeció a l a vue l ta de l a A r m a d a :

Y q u i e n p u d i e r a i m a g i n a r q u e h a l l a r a vo lv iendo de l a guerra dulce esposa, dulce p o r amorosa y p o r trabajos c a r a 2 0 .

S i n embargo l a canción que dedicó a Bel isa en las playas de V a

l e n c i a es más de tono burlesco que de acendrado c a r i ñ o 2 1 . L a esposa,

e m b a r a z a d a y presa de desesperación, c o m o en el r o m a n c e de L i s b o a ,

a g r a v a d a a h o r a p o r los celos, está a p u n t o de arrojarse a l m a r . Sale u n

delfín b r a m a n d o , e l la se asusta y abandona, su propósito de s u i c i d i o 2 2 .

L o p e a poco de l legar a T o l e d o entró a l servicio de d o n F r a n c i s c o

de R i b e r a , f u t u r o 2° M a r q u é s de M a l p i c a . C o n él debió de i r a M a d r i d

pues en l a corte firmó su c o m e d i a El príncipe inocente el 2 de j u n i o de

1 5 9 o 2 3 . Desempeñar ía corto t i e m p o su empleo, pues d o n F r a n c i s c o a n

d a b a de pretendiente en palac io y L o p e n o podía p r o l o n g a r m u c h o t i e m

p o su estancia allí, que todavía pesaba sobre él p e n a de destierro.

Después el 5 9 d u q u e de A l b a , d o n A n t o n i o de T o l e d o , le recibió

c o m o g e n t i l h o m b r e , y a c o m p a ñ a n d o a éste su señor pasó L o p e c i n c o

años entre T o l e d o Noves , l a A b a d í a y p o r fin en A l b a . C a n t ó los amores

d e l d u q u e en m u l t i t u d de obras, cuyo estudio formará capítulo aparte .

A h o r a sólo nos interesa aver iguar c ó m o manifestaba sus propios sent i

mientos amorosos.

Y a hemos visto c u a n p o c o c a l o r ponía después de casado en los

versos dedicados a l a esposa que, fuerza es dec ir lo , el m a t r i m o n i o le ins

p i r a b a verdadero hastío y, según su costumbre, n o lo o c u l t a : " S i es

20 OS, vol. I X , pág. 357. 2 1 E l romance que empieza "De pechos sobre una torre" ha sido estudiado y re

construido con notable esmero y sagacidad por Arturo Zavala, comparando los d i versos textos conocidos con una imitación a lo divino (RevBN, V I , 1945).

2 2 De esta cobardía mujeril también se mofa cuando en el romance "Contemplando estaba Fi l i s" (Romancero General de 1600, fol. 21 c, y con variantes en el ms. de la Bibl. Nacional. R3915, fol. 127, fechado en 1620) supone a Fil is enojada y fiera, a punto de atravesarse con un cuchillo; mas sólo por ver la sangre de un pinchazo de aguja, se turba y arroja el arma.

2 3 Véase a A . G. DE A M E Z Ú A , Una colección manuscrita y desconocida de comedias de Lope de Vega. Deseamos ver pronto la anunciada edición de esa comedia desconocida.


p r o p i a , es a b o r r e c i d a / l a m á s hermosa m u j e r " , nos dice en u n a c o m e d i a

f e c h a d a e n A l b a 2 4 .

E n La hermosura de Angélica nos e x p l i c a el m o t i v o de semejante

desv ío :

Q u e ve la ajeno a m o r y el p r o p i o d u e r m e . . . y n a d i e est ima l o que tiene y g o z a : es l a p r o p i a m u j e r p r e n d a segura, y a m o r c o n m i e d o de perderse d u r a 2 5 .

Esto escribía en v i d a de doña I s a b e l ; pero ese desprecio de l v ínculo

legal asoma, c o n breves años de interregno, a lo largo de su v i d a o de

su o b r a , que es l o m i s m o . E n l a Dorotea nos hace observar que " n o quiso

l a l e n g u a castel lana que de casado a cansado hubiese más de u n a letra

de d i f e r e n c i a " . Y en l a m i s m a o b r a nos dice q u e " e n el casamiento, l a

posesión a c a b a c o n el a m o r o c o n l a v i d a " 2 6 .

T o d a v í a e n o t r a ocasión advierte q u e :

D u r a a m o r c o n el t e m o r de perder lo que se a m a ; q u e c u a n d o dueño se l l a m a , p ierde las fuerzas a m o r 2 7 .

Ú n i c a m e n t e el a d v e n i m i e n t o de los hijos just i f ica y a legra l a v i d a de

los desposados; " q u e supuesto que es l a z o el m a t r i m o n i o / mientras

f a l t a n los hijos, fa l ta el n u d o " 2 8 .

E n u n soneto de La mocedad de Roldan, después de e n u m e r a r los

beneficios que p u e d e n alcanzarse c o n el m a t r i m o n i o , deduce que todo es

t r a t o inc ier to , gusto s i n efecto;

M a s c u a n d o c o n los hijos se c o n f i r m a , es entre los casados cierto el t rato , l a paz segura y el a m o r p e r f e c t o 2 9

2 4 Laura perseguida, AcadN, vol. V I I , pág. 113. 25 La Angélica, OS, vol. II , pág. 97. 26 La Dorotea, I, vi, y I V , ra. 27 Lo fingido verdadero, Acad, vol. I V , pág. 69 b. No incluyo entre los ver

sos de amor "Sirvió Jacob los siete largos años" (OS, vol. I V , pág. 191), imitación, sólo en el comienzo, del precioso soneto de Camoens, porque juzgo que en él Lope habla en nombre de otro, como ocurre con frecuencia. Se trata de alguien no muy satisfecho de su matrimonio, pero que a diferencia de Jacob que podrá gozar su Raquel, porque en "efecto viva", él "espera a su Raquel en la otra vida". N o se ajusta esa situación a ningún momento conocido de la vida de Lope. De ningún modo es, como se ha supuesto, que desease la muerte de doña Isabel, que no le estorbaba para amar a otra mujer. E n Los pastores de Belén volvió a tratar el caso de Jacob y Raquel y termina con la deducción: "que la engañosa posesión destruye / lo que entretiene el bien en esperanza".

28 Los Porceles de Murcia, Acad, vol. X I , pág. 567 b. 29 Acad., vol. X I I I , pág. 211 a. Supongo esta comedia, como otras carolin-

N R F H , I V L A CELIA DE L O P E DE V E G A 355

L o p e , entre sus nobles apasionamientos, tenía u n p r o f u n d o sent ido

de l a p a t e r n i d a d c o n q u e supo esmaltar m u c h a s composiciones a ú n m u y

anteriores a los emocionados versos que dedicó a C a r l o s Félix.

A l g u n o s pasajes de l a Angélica nos d a n l a sensación de estar i n s p i r a

dos p o r d o ñ a I s a b e l 3 0 ; pero luego e n los m u c h o s retoques que sufrió e l

p o e m a , hasta que se publ icó en 1598, se t ras ladan en h o n o r de l a b e l l a

d e ojos azules. L a dulce esposa fué i n c a p a z de saciar l a desbordada ape

t e n c i a v i t a l de los 30 años de a q u e l en tantos aspectos " M o n s t r u o d e

N a t u r a l e z a " . Sólo c u a n d o c o n t e m p l a a l a desdichada joven que se ex

tinguía, y después q u e estuvo m u e r t a , sintió él u n p r o f u n d o y s incero

a r r e p e n t i m i e n t o q u e t r a d u j o en cariñosos versos (OS, v o l . I V , pág . 2 3 8 ) .

M á s a b u n d a n t e es l a producción de L o p e d e d i c a d a a recordar a

E l e n a d u r a n t e e l destierro. Se sentía h o n d a m e n t e agraviado y q u i e r e

convencernos de q u e " y o juré q u e en u n h o r a , h a b i e n d o agrav io / no sólo

sé o l v i d a r , sino a b o r r e z c o " 3 1 ; pero tenemos m u y aver iguado que a veces

le d o m i n ó el o d i o , pero n u n c a a lcanzó el o l v i d o , y eso a pesar de e n c o n

trarse subyugado p o r el c o n v e n c i m i e n t o de q u e los celos aver iguados

enfrían el a m o r y se convierten en agravios : " A m é c o n celos, mas c o n

desengaños / n o pienso que es a m o r , sino l o c u r a " 3 2 .

N á u f r a g o d e l a m o r tormentoso y c u a n d o parecía c u r a d o de sus a n

tiguas locuras, acude a l t e m p l o del D e s e n g a ñ o : " Y a vengo c o n el voto y

l a c a d e n a / Desengaño santísimo, a t u casa" .

Este soneto fué i n c l u i d o en e l Galán escarmentado 3 3 y luego, c o m o

otros muchos , pasó a las Rimas c o n ligeras variaciones p a r a i n v o c a r e l

n o m b r e d e L u c i n d a .

A este m i s m o período en que le obsesiona el desengaño debe a d s c r i

birse l a famosa canción " L a verde p r i m a v e r a / de mis floridos a ñ o s " ,

u n a de las m e j o r logradas, en l a que expresa c ó m o se entregó a l l o c o

a m o r , hasta que el desengaño le libertó de su c a u t i v e r i o :

C o n voz l ibre y exenta a l desengaño santo consagro altares y alabanzas canto.

Se publ icó esta canción en l a Sét ima parte de l Romancero General

de 1600 c o n el descuido frecuente en esa edic ión: hasta omite u n verso

gias, anterior a 1599 que es el término a quo que le señalan Morley y Bruerton basados en que hay alusión a Lucinda, pero ya veremos que es base inconsistente.

3 0 Por ejemplo, cuando después de alejarse de Elena por completo (canto X I X ) dice: " Y fuime a aquella / que fué para salvar mi nave, estrella".

3 1 Algunos romances ocasionales he citado en Mediterráneo, II , 1944, y en NRFH, I I I , 1949, págs. 378-385-

3 2 Soneto que intercaló en la comedia Lo fingido verdadero. 3 3 AcadN, vol. I, pág. 123 b.

35$ M A R Í A GOYRI DE M E N É N D E Z PIDAL N R F H , I V

entero. E n versión m á s correcta se encuentra a l final de l a n o v e l a Ar

cadia34 y h a y o t r a en u n m a n u s c r i t o de Ñapóles de fines de l siglo x v i

(e l C a n c i o n e r o de M a t í a s D u q u e de E s t r a d a ) , q u e publ icó E u g e n i o

M e l é 3 5 . L o p e tenía m u y presentes en l a m e m o r i a los versos de esta c a n

ción ; c o n los dos p r i m e r o s l igeramente variados t e r m i n a u n soneto de l a

c o m e d i a Arcadia36. C o n i g u a l modificación p a r a conver t i r los dos h e p -

tasílabos en u n endecasí labo los encontramos en l a Jerusalén37. Se h a l l a n

as imismo en u n soneto de las Rimas sacras de 1 6 1 4 3 8 , y todavía esos dos

versos los m e n c i o n a en 1621 en l a d e d i c a t o r i a de l a edición de El dómine

Lucas39.

Sigue l l a m a n d o en su a y u d a a l desengaño en apasionados sonetos y

e n tono m e n o r en a lgún r o m a n c e c o m o el que l l e v a el belicoso e s t r i b i l l o :

¡ A l a r m a , a l a r m a , guerra , desengaños q u e m e l leva el a m o r m i s tiernos a ñ o s ! 4 0

P e r o , según su temperamento , L o p e se arrepiente pronto y e x c l a m a :

. . . ¡ O h , q u i e n no pensara en desengaños o se desengañase de tenellos!

y debatiéndose c o n más r i g o r :

¡ O h , s iempre a b o r r e c i d o desengaño a m a d o a l procurar te , odioso a l verte, que en l u g a r de sanar, abres l a h e r i d a ! P l u g u i e r a a D i o s durases, dulce e n g a ñ o ; que si h a de d a r u n desengaño muerte , mejor es u n engaño que d a v i d a .

E s en v a n o cuanto h a hecho p o r o l v i d a r a q u e l t a n violento a m o r

pasado, q u e sigue atormentándole, y lo peor es q u e no sabe ca l lar lo . T a l

a c o n g o j a d a situación le i n s p i r a el soneto de u n a tersura magníf ica, exento

de a r t i f i c i o :

Pasé l a m a r , c u a n d o creyó m i e n g a ñ o que en él m i ant iguo fuego se t e m p l a r a ; m u d é m i n a t u r a l , p o i q u e m u d a r a

»* OS, v o l V I , pág. 459.

3 5 «H!: m \ I 9 ° I j ? á g * 3 5 5 ' 8 6 "Hijos sois de mi amor, no sois extraños, / celos, porque tenéis en fuego

eterno / la verde primavera de mis años". (Acad, vol. V , pág. 726 a). 37 OS, vol. X I V , pág. 415. Aquí se usan para expresar un pensamiento con

trario en boca de Lucinda: "Pasé libre de amor y de sus daños / la verde primavera de mis años".

38 OS, vol. X I I I , pág. 184. "Aquí cuelgo la lira que desamo / con que canté la verde primavera / de mis floridos años".

3 9 AcadN, vol. X I I , pág. 60. Como verso suelto aparece en un relato de El genovés liberal (AcadN, vol. V I , pág. 135 b) .

40 Cancionero musical de C. DE L A S A B L O N A R A , ed. 1918, pág. 303.


n a t u r a l e z a el uso, y curso el daño. E n otro cielo, en o tro re ino extraño

m i s trabajos se v i e r o n en m i c a r a , h a l l a n d o , a u n q u e o t r a e d a d pasara , i n c i e r t o el b i e n y cierto e l desengaño.

E l m i s m o a m o r m e abrasa y a t o r m e n t a y de razón y l i b e r t a d m e p r i v a . ¿Por qué os quejáis de l a l m a q u e lo cuenta? Q u e n o escriba, decís; ¿o que n o v iva? H a c e d vos c o n m i a m o r q u e yo no sienta, q u e yo haré c o n m i p l u m a q u e no e s c r i b a . 4 1

P a r a él, v i v i r , a m a r , c a n t a r eran real idades inseparables.

A tono c o n este soneto de no p o d e r desasirse de l recuerdo, e n c o n

tramos otro r o m a n c e m u y d i f u n d i d o que, c o m o el de l estribil lo a n t e r i o r

m e n t e m e n c i o n a d o , c i f r a en 10 años el t i e m p o q u e h a estado sujeto a l

a m o r de F i l i s :

j O h m e m o r i a s invencibles que en l a mía podéis tanto q u e estáis agora m á s nuevas q u e a l p r i n c i p i o de diez años! E n t r e los ojos t r a i g o que tengo de m o r i r e n a m o r a d o 4 2 .

Se h a q u e r i d o ver en esta reiteración de recuerdos de E l e n a u n m e r o

tópico, pero lo cierto es que a q u e l l a m u s a sigue inspirándole sonetos,

romances y canciones, lo m i s m o en las playas de V a l e n c i a que a or i l las

d e l T u r i a , d e l T a j o o d e l T o r m e s . Q u i z á l a l l a m a se reavivase c u a n d o

e n 1590 L o p e estuvo en M a d r i d 4 3 , o c u a n d o ese m i s m o años coincidió e n

T o l e d o c o n l a c o m p a ñ í a de l representante Jerónimo V e l á z q u e z .

H e c i tado dos romances que d i l a t a n a 10 años el recuerdo de F i l i s , y

c o n ellos p u e d e n agruparse otras composiciones de l a m i s m a fecha q u e

nos l l e v a n h a c i a el a ñ o 1 5 9 3 4 4 .

L o s versos son a veces de reconcil iación, c o m o l a canción en ágiles

l iras en que se d a p o r contento de sufr i r destierros y agravios siendo l a

causa de ellos t a n bel la . N o f a l t a b a n c o m o contraste los versos d e

4 1 OS, vol. I V , págs. 270, 200, 239 y 230. 4 2 L a difusión de este romance que comienza "¡Ah gustos de amor traidores!"

nos lo prueban las versiones conservadas. Desde luego se halla en el Romancero General de 1600, 7* parte (fol. 221 b.). Otra versión se conserva en un ms. de fines del siglo xvi de la Bibl . de Palacio (2 H 4 fol. 107 v 9 ) . E n un Romancerillo de Barcelona publicado en RHi, X X I X , pág. 158, puede verse otra copia. E n La Dorotea (OS, vol. V I I , pág. 155) hay cita de los cuatro primeros versos.

4 3 Nos revela esa estancia la suscrición de la comedia ya citada de El Príncipe inocente.

4 4 E l diez podemos tomarlo como número redondo y la fecha 1593 como aproximada.


m a l d e c i r p a r a en ocasiones t e r m i n a r en a r r e p e n t i m i e n t o ; ese m o v i m i e n t o

osci latorio de t o d a l a v i d a de L o p e :

L o escrito y m a l h a b l a d o n o es m u c h o , ingrata F i l i s , que te asombre, s i , c o m o condenado, blasfemo algunas veces de t u n o m b r e , l l o r a n d o el a l m a mía diez años tristes sin alegre día 4 5 .

E n otro r o m a n c e ( también de los 10 a ñ o s ) , se d i s c u l p a graciosa

mente c o n u n a de esas comparaciones tomadas de l a v i d a c o t i d i a n a de

q u e tanto jugo sabía sacar nuestro p o e t a :

D i g o m a l de l b i e n que a d o r o n o más de porque m e fa l ta . . . Q u i e n a l g u n a cosa pierde, c u a n d o n o espera c o b r a l l a , c o n l a b o c a l a desprecia y quiérela con el a l m a 4 6 .

A pesar de l a insistencia del recuerdo, f a l t a en estas últ imas c o m

posiciones el ímpetu de l a pasión, sea de a m o r o de o d i o , a q u e nos

tenía acostumbrados en otro t i e m p o ; son a h o r a c o m o u n eco que se

aleja, unas l l a m a r a d a s de u n fuego q u e se ext ingue.

E n El dómine Lucas, c o m e d i a f e c h a d a en A l b a en 1593, l a n z a L o p e l a

execrac ión: " p e r j u r a , i n f a m e r a m a d e l l inaje O s o r i o " y c o m o p a r a n a d a

interv ienen en l a o b r a los Osorios , hemos de c o n v e n i r que es u n desahogo

d e l poeta, que l a n z a a m o d o de u n a losa bajo l a que quiere sepultar t o d o

.el r e c u e r d o 4 7 . P e r o n o nos dejemos engañar , que c o n destellos de a q u e l l a

pasión seguirá L o p e i l u m i n a n d o sus obras posteriores. D e j a n d o a u n l a d o

comedias l lenas de alusiones y poesías menores, c itaremos algunas obras

entre las q u e el poeta creía de m a y o r i m p o r t a n c i a . E n La Angélica, L u

chado, u n pobre pescador, cuenta sus amores s iguiendo estrechamente

el patrón de los de L o p e y E l e n a 4 8 . E n El Peregrino, o b r a t e r m i n a d a en

1603, tenemos análogo relato contado p o r u n ermitaño, c o n todo deta-

4 5 De esta canción tenemos dos versiones con pequeñas variantes: una procede de un ms. del siglo xvi que se conserva en la Bibl . Nac. y publicada por Gallardo (Ensayo I, col. 1201). L a otra pertenece al Laberinto amoroso (ed. 1618) y fué transcrita por K . Volmoller (RF, V I , 1891). Véase J . F. Montesinos en RFE, X I I , pág. 285.

4 6 Romancero General de 1600, fol. 44 a. Y a en El verdadero amante (pág. 663 b ) , había dicho: " E l sentimiento por el bien que se pierde sólo dura hasta que es cierto su perdimiento".

47 AcadN, vol X I I , pág. 78 a. G. 7. Northup hizo notar esta alusión en MLN, X X I V , 1909, pág. 62.

48 OS, vol. I I , pág. 320.

N R F H , I V L A CELIA DE LOPE DE VEGA 359

l ie y las c ircunstancias que concurrían en E l e n a 4 9 . E n La Filomena, o b r a

tardía ( 1 6 2 2 ) , valiéndose de alegorías en otras cuestiones de su v i d a ,

vuelve a contarnos l a r e a l i d a d de su trato c o n E l e n a . Y sobre todo tene

mos La Dorotea, que según dice , es h is tor ia , l a c u a l escrita en su j u v e n

t u d , a l p u b l i c a r l a r e m o z a d a , y a septuagenario, siente c o n fruición e l

regusto de a q u e l j u v e n i l a m o r .

P o s t u m a de mis musas D o r o t e a y p o r d i c h a de m í l a más q u e r i d a 5 0 .

¿ L a m u s a o l a m u j e r ?

L o p e en las obras de l a vejez en que hace resumen de su v i d a l l e g a

a o l v i d a r no sólo a sus esposas, s ino hasta l a idolatría que profesó a

M i c a e l a , y salta de l a pasión de E l e n a a l a de d o ñ a M a r t a .

E l eclipse tota l q u e sufrió el y a desvaído a m o r nos lo expl ica u n so

neto l leno de efusión, de ínt ima c o n f i d e n c i a 5 1 .

M a r c i o , yo amé y arrepentíme a m a n d o de ver m a l empleado el a m o r m í o ; quise o l v i d a r , y de l o l v i d o el río huyóme, c o m o a T á n t a l o , en l legando.

R e m e d i o s vanos s in cesar p r o b a n d o , venció m i a m o r , creció m i desvarío; dos veces p o r aquí pasó e l estío, y el sol n u n c a mis lágrimas secando.

M a r c i o , ausénteme, y en ausencia u n d ía miráronme unos ojos, y mírelos; n o sé si fué su estrella, o fué l a mía.

A z u l e s son, s in d u d a son dos cielos, que h a n hecho lo que u n cielo no p o d í a : v i d a m e d a su l u z , su color c e l o s 5 2 .

És u n soneto de a d m i r a b l e construcción en que los tercetos nos l l e v a n

a p a r t i c i p a r de aque l súbito a r r o b a m i e n t o . E n u n solo verso condensa

e l flechazo: " m i r á r o n m e unos ojos y mirélos" y en pocas palabras nos

d a l a característica de aquellos ojos: l u z y color .

A d e m á s , podemos interpretar ese poemita desde el p u n t o de v is ta

autobiográfico, c o n lo c u a l g a n a en concreción. Desde luego está escrito

en A l b a , d o n d e l leva dos años ( 1 5 9 1 - 9 2 ) , s in conseguir o l v i d a r su des

v a r i a d o a m o r , hasta q u e en u n a ausencia, de las que hacía a c o m p a ñ a n d o

4 9 Algo mayor que el galán, "gallarda, de ingenio claro y atrevido, a quien con el buen natural había hecho diestra la experiencia. N o me costó la posesión de su casa muchos pasos ni h a c i e n d a . . ( O S , vol. V , pág. 123).

60 OS, vol. I X , pág. 367. 5 1 OS, vol. I V , pág. 214. 3 2 A l mismo amigo había dirigido un soneto en que le habla del desengaño

que le invadía (OS, vol. I V , pág. 269).


c o m o g e n t i l h o m b r e a su señor, q u e d a caut ivo de aquellos ojos azules q u e

l o g r a n " l o que u n cielo no p o d í a " . E n esta últ ima frase creemos v e r

u n a alusión a doña Isabel cuyas amables prendas reconocía, pero q u e

n o c o l m a b a n sus deseos.

E n e l hor izonte erótico de L o p e había aparec ido u n a n u e v a estrella

q u e l levará el n o m b r e poético de C e l i a . C o m o vemos en el soneto co

p i a d o , b r o t a l a pasión c o m o u n a l l a m a pujante que a m e n a z a u n i n c e n

d i o de a m o r . A h o r a , c o m o en tantas otras ocasiones, el r o m a n c e r o nos

v a a descubr ir el comienzo de esta n u e v a idolatría. E l r o m a n c e es l a

f o r m a m á s a d e c u a d a p a r a recoger las confidencias cot idianas, a d m i t e

desde el tono más f a m i l i a r a l m á s subl ime, no exige atuendo a lguno, y

además, m e r c e d a su c o n n a t u r a l carácter de anonimía, corre s in que se

h a g a notor io el autor. As í los versos del p r i n c i p i o de estos amores fue

r o n u n e n i g m a indescifrable.

S o n latines p a r a el vulgo que quién es C e l i a n o sabe

nos dice el a u t o r en uno de los romances (que pasamos a e x a m i n a r ) ,

p r o c u r a n d o u n a caute la en él desusada.

E n cuatro romances, que p u e d e n f o r m a r serie, i n c l u i d o s en u n car

tapac io m a n u s c r i t o de 1590 a 1600, conservado en l a B i b l i o t e c a de P a

l a c i o 5 3 encontramos c ó m o empezó el trato de L o p e c o n C e l i a . N o los

c o p i o íntegros p o r q u e , c o m o se verá p o r las muestras, son de escaso v a

l o r l i terar io , bastante artificiosos, a b u n d a n en antítesis, juegos de palabras

y tópicos q u e se encuentran en l a n o v e l a Arcadia y otras obras de L o p e

de su p r i m e r a época.

E n e l p r i m e r r o m a n c e , nos dice el poeta que se h a l l a ante C e l i a e n

c a l i d a d de tercero y a r c h i v o de sus secretos; pero l a be l la le h a r o b a d o

el a l m a y su situación le pone en grave a p r i e t o : si se dec lara , será c o n

d e n a d o a perpetuo destierro de su vista, que es l a única g l o r i a que reme

d i a sus males ; p o r o t r a parte

y s i c o m o es fuerza cal lo y en l a sentencia consiento los estribos de p a c i e n c i a m e fa l tan y el sufr imiento , pues m i r o que de las prendas q u e m e t ienen a m í preso l l e v a c o n l i b e r t a d otro l a v i c t o r i a y el trofeo. S u f r a m i corazón, pues su consuelo está en sufr ir agravios de su c i e l o 5 4 .

5 3 Ms. 2, H . L. 5 4 E l estribillo era muy usado en los romances de esta época.

N R F H , I V L A CELIA DE L O P E DE VEGA 3 6 l

Está p e r d i d o entre celos y desamor y n o h a l l a m o d o de conseguir s u

deseo. E n el segundo r o m a n c e , B e l a r d o ( y a aquí aparece e l n o m b r e )

se h a d e c i d i d o a p o n e r entre las m a n o s de C e l i a u n p a p e l en que d e c l a r a

su pasión. E l castigo de su osadía es* inmediato ,

pues desde a q u e l p r o p i o día , q u e fué p a r a él n o c h e ciega, n o sólo le n iega el h a b l a , pero su vista le n i e g a . . . Sólo v i e n d o m a l o g r a d a s u s in segunda firmeza, de l a que es causa de t o d o dice, f o r m a n d o m i l quejas: ¡ A y C e l i a i n g r a t a ! b e l l a cuanto fiera ¿por qué permites que s in verte m u e r a ? ¿ E n qué te ofenden m i s ojos, esclavos de t u bel leza, q u e en sólo m i r a r los tuyos se regoci jan y alegran? . . .

E n el tercer r o m a n c e h a b l a C e l i a . E l responder a u n q u e sea c o n u n a

negat iva , es l a p r i m e r a b r e c h a que se abre en el m u r o de defensa d e

u n a m u j e r sol ic i tada. N o hay, le dice , p o r qué l a l l a m e i n g r a t a ; e l l a

sabe que l a a m a .

P e r o advierte p o r q u i e n eres, s i hay advertenc ia en amante , q u e m i gusto no dormía c u a n d o tú le despertaste . . . F u é t e m p r a n a m i afición y l a t u y a l legó tarde, que a l p r i m e r o en t i e m p o d i de m i l i b e r t a d l a l lave . . .

T o d o el lo n o hace más que a u m e n t a r en B e l a r d o el deseo y los celos.

E n el cuarto r o m a n c e m u e s t r a su desesperación, que él entregó su a l m a

en rehenes y sólo recibe sinrazones q u e le t a c h a n de i n f a m e y t r a i d o r .

E n resumen, en estos romances se t r a t a de u n tercero que aspira a

ser p r i m e r o en el a m o r de u n a m u j e r c o m p r o m e t i d a de a n t e m a n o c o n

otro. E s u n t e m a repet ido m i l veces en l a l i t e r a t u r a y en l a h is tor ia ,

mas a pesar de q u e sea u n a situación t r i v i a l , n o olv idemos el detalle.

M u c h o s versos escribió L o p e p a r a vencer el r igor de C e l i a , que según

parece se h i z o m u c h o desear. N o podía dec ir c o m o de E l e n a " q u e fué

m u y b l a n d a en el p r i m e r c o n c i e r t o " . N o fa l taron t a m p o c o ocasiones en

que t u v o que aca l lar celos de el la y también de l a desdichada esposa.

L o s romances, q u e son hojas sueltas de l l i b r o de memorias , t ienen

el grave inconveniente de n o estar fechados. P a r a p o d e r fijar en el t i e m -

362 M A R Í A GOYRI DE M E N É N D E Z PEDAL N R F H , I V

p o l a aparic ión de C e l i a necesitamos u n h i t o cierto que nos oriente e n

nuestra investigación. F e l i z m e n t e en esta ocasión v a m o s a h a l l a r l a g u í a

d o n d e menos podía esperarse: en u n a c o m e d i a hagiográfica, l a de San

Segundo f e c h a d a p o r el m i s m o L o p e en A l b a el año 1 5 9 4 5 5 . E n esta

c o m e d i a encontramos u n a escena en que Hermógenes , que enseña las

artes mágicas a F i l e t o (recuérdese l a afición de L o p e a estos estudios) , a l

ver lo incrédulo le d i c e : ¿ Q u é quieres ver q u e esté ausente?; a lo que el

neófito e x p o n e :

A m o a C e l i a eternamente p o r q u e es en extremo h e r m o s a

e i n m e d i a t a m e n t e se le aparece en u n e s p e j o 5 6 .

C e l i a n o interviene p a r a n a d a en l a o b r a y esa escena está des l igada

d e l resto de l a c o m e d i a . Este r o m p e r el t a p i z de f o n d o de l a acción p a r a

q u e entre los hi los asome u n m o m e n t o su a m a d a es m u y de l gusto de

L o p e , y en este caso demuestra que l a obsesión p o r C e l i a era y a i n c o n

tenible p a r a él en 1594.

E n La pastoral de Jacinto h a y también u n m o m e n t o en que el pastor

B e l a r d o , que pasa p o r m á g i c o , se a p a r t a a u n l a d o p a r a cantar de C e l i a .

D a d m e , M u s a s , a h o r a vuestro d i v i n o a l iento, p o r q u e q u i e r o de C e l i a , a q u i e n a d o r a m i a l m a , y de q u i e n ser esclavo espero, p i n t a r en verso r u d o l a perfección q u e tiene el cielo m u d o 5 7 .

S o n versos de esperanza, no de u n a m o r logrado. C e l i a n o aparece

t a m p o c o en l a acción y l a escena es m e r a m e n t e u n esparcimiento d e l

poeta. E s t a c o m e d i a n o tiene fecha, pero debió de escribirse en A l b a , pues

el protagonista está l i g a d o a l a casa d u c a l , v ive en l a sierra de Béjar y

a su p a d r e le p a g a t r ibuto todo el val le de C o r n e j a (los duques de A l b a

5 5 Debió de escribirla Lope para la inauguración en la catedral de Ávila de la capilla de San Segundo que había sido costeada por el obispo don Jerónimo Manrique. Fué este prelado el protector del poeta en sus estudios juveniles, y Lope, que entre sus virtudes tuvo la de la gratitud, le recuerda siempre con cariño, hasta en su testamento.

5 6 L a fuente literaria de esta escena se halla en la égloga Pharmaceutria, i m i tación de la del mismo nombre de Virgilio que publicó Lope en la segunda parte de las Rimas (1604). En ella se esfuerza Lope por demostrar cuan mendaces son esas artes adivinatorias. No sabemos cuándo fué escrita, pero la escena de la aparición de la amada no sólo la aprovechó en la citada comedia de 1594 s * n o también en la novela Arcadia que escribía por esos años. Esta vez hace protagonista del suceso a Anfriso (el 5 9 duque de Alba) .

57 AcadN, vol. V , pág. 650 a. Tres romances de la 6* parte del Romancero General de 1600 guardan relación con esta comedia: el pastor Jacinto recibe orden de partir a Extremadura con su ganado y se queja de la obligada ausencia.

N R F H , I V LA CELIA DE L O P E DE VEGA 363

eran señores de V a l d e c o r n e j a ) . E n l a dedicator ia que antepuso a l a

c o m e d i a el autor c u a n d o l a publicó en 1 6 2 3 5 8 dice que l a escribió en s u

j u v e n t u d y que está i n s p i r a d a en lo que " p o r v e n t u r a pasaba en l o s

suntuosos palacios de los p r í n c i p e s " 5 9 .

E n el Cancionero de M a t í a s D u q u e de E s t r a d a , m a n u s c r i t o d e l

siglo x v n de l a B i b l i o t e c a N a c i o n a l de Ñapóles , se h a l l a n dos r o m a n c e s

atr ibuidos a L o p e de V e g a , inspirados p o r C e l i a 6 0 . S o n versos incolores ,

unos de descripción de u n jardín c o n a b u n d a n t e enumeración de p l a n

tas t a n de l estilo de L o p e ; otros están dedicados a l a satisfacción d e

haber aver iguado l a falsedad de u n a sospecha.

D e a lgún r o m a n c e de C e l i a se acordó L o p e en época tardía p a r a

i n c l u i r l o en sus comedias , t a l el que e m p i e z a " R e c o r d a d (o D e s p e r t a d )

h e r m o s a C e l i a " en que se queja de su c r u e l d a d . E n El saber puede da

ñar61 (de h . 1620) c a n t a n unos músicos.

R e c o r d a d , her m osa C e l i a , si p o r v e n t u r a dormís, que v i d a q u e h a m u e r t o a u n h o m b r e no es justo que d u e r m a ansí. — Y esto ¿no es p o r C e l i a ? — N o p o r q u e este r o m a n c e es viejo

responde e l c r i a d o a l a p r e g u n t a de l g a l á n celoso. Y siguen c a n t a n d o los

músicos c u a t r o versos más.

Este r o m a n c e lo parafraseó a lo d i v i n o el m i s m o L o p e en el auto La

locura por la honra62 y t u v o enorme difusión c o m o l o p r u e b a n las m ú l

tiples versiones que h a n l legado a nosotros; siendo de advert i r que apenas

h a y variantes de unas a otras; s in d u d a debió i r desde m u y pronto a c o m

p a ñ a d o de música c o m o en l a c o m e d i a c i t a d a . Se h a l l a en l a Docena

parte de romances ( 1 6 0 2 , f o l . 107) y, en los Romanceros Generales d e 1604 ( fo l . 435 a) y de 1605, y p o r últ imo en el Jardín de amadores

5 8 Décima octava parte de sus comedias. 5 9 Pudiera muy bien ser el protagonista don Diego de Toledo, el bastardo del

Condestable de Navarra, al que el 5 9 duque de Alba daba lugar de hermano, y que murió trágicamente a los 20 años en los toros con que la V i l l a de Alba festejó la absolución del proceso, absolución que permitió al duque don Antonio, al cabo de tres años de destierro, unirse definitivamente con su desposada doña Mencía de Mendoza. Si se trata efectivamente de don Diego, esta comedia nos suministraría el dato del lugar de su nacimiento, cuando dice que fué la sierra de Béjar donde nace Tormellas. Es éste un río del que nadie se acuerda sino Lope, tan conocedor de aquellas tierras y amigo de consignar detalles vivos. E l nombre permaneció en su memoria, pues entre las muchas notas que puso a su ferusalén en que predominan las de erudición clásica, halla cabida la cita de ese insignificante río (OS, vol. X I V , pág. 524).

6 0 Fueron publicados por E. Melé en el BHi, 1901, págs. 349 y 352. 6 1 AcadN, vol. X I I I , pág. 608 a. 6 2 Acad, vol. II , pág. 640 b.

3$4 M A R Í A GOYRI DE M E N E N Ü E Z PIDAL N R F H , I V

de 1679 17)- L a versión m á s vie ja , a u n q u e n o sea t a m p o c o l a

p r i m i t i v a , nos l a ofrece el manuscr i to de fines de l siglo x v i 2 - H - 4 que se

conserva en l a B i b l i o t e c a de P a l a c i o .

A l g u n a composición d e l Romancero General de 1600 en que se

n o m b r a a C e l i a podemos a t r i b u i r l a a L o p e , p o r e jemplo l a que e m p i e

z a : "Frescas aguas transparentes" ( f o l . 332 d ) c o n largas r e c a p i t u l a c i o

nes, y e l gráci l r o m a n c i l l o hexasílabo que le s igue: " C e l i a de los o j o s "

en que j u e g a c o n el n o m b r e de l a a m a d a 6 3 . O t r o r o m a n c e de l a Tre

cena parte del Romancero de 1604 i n s p i r a d o también p o r C e l i a c o n

tiene el concepto m u y repetido en los versos de l comienzo de esos amores

de colocarse el poeta en u n p l a n de h u m i l d a d , merecedor de l castigo

c u a l otro I c a r o p o r haberse a trev ido a a l c a n z a r su d i v i n a b e l l e z a 6 4 .

A los pr imeros años de estos amores corresponde l a canción m á s

a r r e b a t a d o r a , i m p r e g n a d a de cálido sensualismo, d i r i g i d a a C e l i a , escrita

en A l b a e n el otoño de 1595, c u a n d o L o p e no veía l legar el m o m e n t o

t a n anhelado de d a r p o r t e r m i n a d o su destierro. " S e n t a d o en u n a p e ñ a "

a ori l las del T o r m e s siente soledades de C e l i a que está j u n t o a l M a n z a

nares. N o quiere pensar que le p u e d a allí coger el n o v i e m b r e s i n v e r

los ojos celestiales de su a m a d a .

L a nieve de tus pechos es el i n v i e r n o que sufr i r deseo.

V i v a e l r i c o A l b a n o (e l d u q u e A n t o n i o ) en aquellas ásperas m o n t a

ñas, ce lebrando el n a c i m i e n t o de su esperado h i j o (nació en 5 de agosto

de 1595) mientras él ans ia verse en M a d r i d entre los brazos de C e l i a :

A vos m i p a t r i a c a r a el c u e r p o q u e m e distes l l evar q u i e r o , y a a q u e l l a fénix r a r a , p o r cuyo a m o r t a n justamente m u e r o , el a l m a de esta v i d a a l v i v o fuego de su a l t a r r e n d i d a .

Y a en esta canción el a m o r h a l legado a u n g r a d o e x c e l s o 6 5 .

E n t r e los sonetos de las Rimas p u b l i c a d a s en 1602 pudiéramos se

ñalar varios, s in t e m o r a equivocarnos, c o m o inspirados p o r C e l i a , a u n

q u e n o figure n o m b r e a lguno o conste el de L u c i n d a , el preferido en los

momentos de publ icarse. M u y especialmente los dedicados a cantar e l

6 3 E l mismo juego se encuentra en la epístola de Belardo a Amarilis (OS, vol. I, pág. 476).

6 4 E n el Romancero de 1605 hay bastantes romances dedicados a una Celia que no son de Lope sino de un poeta de las orillas del Pisuerga y estudiante en Salamanca; acaso el mismo Miguel de Madrigal, el compilador de este romancero.

6 5 Está escrita en liras y se conserva en las Flores de poetas ilustres de Pedro de Espinosa (ed. 1896, pág. 154).

N R F H , I V L A C E L I A DE L O P E DE VEGA 365

desdén de l a a m a d a p u e d e n corresponder a l período largo en que e l l a

ofreció resistencia a entregarse. P e r o dejando aparte esos versos de f e -

chación hipotética a tengámonos a los que nos consta que pertenecen a

l a época q u e venimos estudiando.

E n e l soneto " N o tiene t a n t a m i e l Át ica h e r m o s a " , encarece l a i n t e n

s i d a d de su a m o r cuyos suspiros exceden en c a n t i d a d a cuanto hay d e

i n n u m e r a b l e en e l m u n d o 6 6 . S u a u t o r l o incluyó en El grao de Valen-

cia, c o m e d i a de fecha indecisa , pero desde luego escrita durante el des

t ierro. A l reescribir lo p a r a las Rimas y dedicar lo a L u c i n d a var ió l i g e

ramente los tercetos.

O t r a versión de l m i s m o soneto nos ofrece u n manuscr i to de l a B i b l .

de P a l a c i o en u n car tapac io de J . L ó p e z de Sande, fechado en 1 5 9 5 .

C u a n d o los versos se c o p i a b a n en u n o de esos cuadernos de af ic ionados

hay que suponer que habían necesitado a lgún t i e m p o p a r a hacerse f a

mosos. D e todos modos esta composición cae de l leno en los años e n

que L o p e c a n t a b a a C e l i a . H a y en las Rimas dos espléndidos sonetos

enderezados a L u c i n d a y que c o m o procedentes de l a Comedia de los

Comendadores merecen detenido estudio. C a d a u n o de ellos está puesto

e n b o c a de los protagonistas, d o n J o r g e y d o n F e r n a n d o , en el m o m e n t o

en q u e t r i u n f a l a v o l u p t u o s i d a d amorosa . A p a s i o n a d a m e n t e se d i r i g e

d o n F e r n a n d o a d o ñ a A ñ a :

Deseando estar dentro de vos p r o p i a , señora, p o r saber s i soy q u e r i d o , miré ese rostro, q u e d e l cielo h a sido, c o n estrellas y sol , retrato y c o p i a . Y siendo cosa a m i h u m i l d a d i m p r o p i a , v i m e de l u z y resplandor vestido c o n vuestros ojos, c u a l Faetón r e n d i d o c u a n d o abrasa los campos de E t i o p i a , Pues v iéndome en el c ielo y paraíso, y cargado de sol, d i j e : Teneos, deseos locos, que m e habéis b u r l a d o . V o s quitasteis los ojos de i m p r o v i s o , y cayendo c o n m i g o m i s deseos, fué m a y o r el castigo que el p e c a d o ; pero t a n obst inado que otro L u z b e l he s ido en no ver l u z n i estar a r r e p e n t i d o 6 7 .

A l pasarlo a las Rimas, i n t r o d u j o algunas variaciones, dejando m e

nos terso e l pensamiento, y c a m b i ó l a r i m a de los tercetos, pasando d e l

t i p o C D E - C D E d e l soneto dramát ico a l de las Rimas C D C - D C D .

6 6 Es una imitación del italiano M . Marullo (J. Millé, RHi, L X V I I I ) . 6 7 Uno de los pocos sonetos a que puso coda Lope, rasgo de su época tem

prana.

3 6 6 M A R Í A GOYRI DE M E N É N D E Z PEDAL N R F H , I V

Esto p o d r í a a p o y a r l a teoría de O . J ó r d e r 6 8 , según l a c u a l e l p r i m e r o

de esos t ipos fué el preferido p o r L o p e en su métr ica t e m p r a n a . S u p r i

m i ó as imismo l a c o d a .

E l t e m a de elevarse audazmente p a r a conquistar u n objetivo supe

r i o r a su h u m i l d a d es correlat ivo a l de los romances que hemos c i t a d o

d e l c o m i e n z o d e l e n a m o r a m i e n t o de C e l i a en los que l a osadía del a m a n t e

es cast igada c o n que e l la se aparte de su vista.

E l o t ro soneto que d o n Jorge, locamente apasionado, dir ige a l a

esposa adúl tera ofrece a u n m a y o r interés.

Y a n o q u i e r o más b i e n que sólo amaros n i m á s v i d a , señora, que ofreceros l a que m e dais c u a n d o merezco veros, n i más gusto que veros y agradaros.

P a r a v i v i r me está b i e n desearos, p a r a ser venturoso conoceros, sólo le p i d o a D i o s p a r a entenderos i n g e n i o que o c u p a r en alabaros.

L a p l u m a y lengua respondiendo a coros, q u i e r e n a l cielo espléndido subiros d o n d e están los espíritus más puros.

Q u e entre vuestras riquezas y tesoros p a p e l y l engua, versos y suspiros de o l v i d o y muerte vivirán seguros.

T a m b i é n este soneto, a l i n c l u i r el n o m b r e de L u c i n d a c o n el que pasa

a las Rimas, fué notablemente v a r i a d o y g a n ó en intens idad e m o t i v a .

H a de observarse el v i r tuosismo de l a r i m a : en los 14 versos sólo

c a m b i a l a ú l t ima v o c a l a c e n t u a d a ; c o m b i n a las c i n c o vocales -aros -eros

p a r a los cuartetos, -iros- -oros- -uros- p a r a los tercetos. S e g ú n O t t o

Jórder debe colocarse este soneto de los C o m e n d a d o r e s entre los q u e

l l a m a de efectos acústicos, u n o de los recursos poéticos inferiores de q u e

h a c í a a larde L o p e en su p r i m e r e s t i l o 6 9 . L a combinación de r i m a de

los tercetos corresponde a l a m i s m a época t e m p r a n a .

E n c u a n t o a l sent imiento que i n s p i r a a este soneto es el de u n

vehemente deseo no saciado, sino que h a de contentarse c o n ver, a d m i

r a r y a labar en sus versos a l a a m a d a s i n obtener p o r el m o m e n t o corres

p o n d e n c i a . S o n versos codiciosos de a m o r , n o de p l e n a posesión. A l

final de este soneto, c o m o en múltiples ocasiones, L o p e manif iesta l a

68 O T T O JÓRDER, Das Formen des Sonnets bei Lope de Vega, Halle, 1936. Trata de establecer cierta cronología en las obras del Fénix mediante una clasificación que hace de los sonetos según la rima. Los señores Morley y Bruerton no conceden importancia a este criterio; sin embargo son datos que, cuando vienen a corroborar otros, tienen su valor.

6 9 E l recurso no fué tan frecuente en los sonetos como supone Jórder y difícilmente se hallará otro en que alcance a los 14 versos. E n cambio todavía se encuentra en octavas de época tardía.

N R F H , I V L A CELIA DE LOPE DE VEGA 367

esperanza, m u y firme en él, de que sus versos, p o r u n a u o t r a causa, se

rán inmorta les . Profecía c u m p l i d a .

E . L a f u e n t e hal ló u n a c o p i a autógrafa de este soneto que se h a c o n

servado a d h e r i d a a l reverso de u n relieve en escayola de asunto r e l i

g i o s o 7 0 . Está d e d i c a d o a d o ñ a A n t o n i a T r i l l o y sólo se dist ingue de l a

versión de las Rimas en que sustituye el n o m b r e de L u c i n d a , s in p r e o

cuparse de l h i a t o q u e resultaba a l d e c i r : " N i m á s v i d a , A n t o n i a , q u e

ofreceros", n i buscó u n n o m b r e poético p a r a l a e n a m o r a d a . S i n o s u

piésemos que era u n autógrafo, firmado p o r el autor , creeríamos que se

t r a t a b a de u n error de c o p i a . E l soneto estaba y a compuesto en su f o r m a

def in i t iva y l o traspasó a l m o d o de " los poetas que t ienen versos a dos

l u c e s 7 1 c o m o los cantores v i l lancicos , que c o n poco que los m u d e n s i r

v e n a m u c h a s fiestas"72.

Sabíamos, p o r n o t i c i a de l di l igente invest igador Pérez Pastor, q u e

en 1596 se siguió a L o p e de V e g a u n proceso de a m a n c e b a m i e n t o c o n

d o ñ a A n t o n i a T r i l l o . D e b i ó de ser u n a aventura pasajera; acaso u n a

e n c e r r o n a p r e p a r a d a p o r l a m i s m a v i u d i t a , dueña de l a casa de trucos

de l a cal le de las H u e r t a s , en l a q u e se haría intervenir a los esbirros.

Escenas de teatro y anécdotas históricas nos d a n a conocer hechos a n á

logos. A g r a d e z c a m o s de todos m o d o s a doña A n t o n i a el que t a n r e l i

giosamente conservase el m u y prec iado autógrafo.

T e n e m o s p o r lo t a n t o tres versiones d e l m i s m o soneto: l a d e d i c a d a

a A n t o n i a T r i l l o , que puede fecharse en 1596, l a que l leva el n o m b r e

de L u c i n d a que y a estaba compuesta en esa fecha, a u n q u e no p u b l i c a d a

hasta 1602, y l a que apareció en Los Comendadores, in fer ior en l a

f o r m a y p o r lo tanto más vieja. Interésanos conocer l a fecha de l a co

m e d i a .

C u a n d o M e n é n d e z Pe layo en 1900 l a incluyó en l a m o n u m e n t a l

edición de l a A c a d e m i a Española de l teatro de L o p e de V e g a , demostró

que l a o b r a estaba i n s p i r a d a en u n l a r g o r o m a n c e del J u r a d o de C ó r

d o b a J u a n R u f o . L a filiación de l a c o m e d i a es patente: los mismos per

sonajes c o n idénticos nombres y las mismas peripecias en l a acción.

L o p e , c o n su maravi l loso arte dramático, transformó el pesado r o m a n c e

( 1 2 4 0 versos) de l cordobés en uno de los dramas de su p r i m e r a época

más llenos de v i d a , y de escenas más bel lamente desarrolladas. A p r o

v e c h ó también c o m o elemento t r a d i c i o n a l el Cantar de los Comenda

dores q u e en f o r m a de zéjel, impreso en pliego suelto, r e c o r d a b a el fin

trágico de aquellos caballeros que había despertado el interés de los

poetas desde los mismos años en q u e había o c u r r i d o ( 1 4 8 4 ) 7 3 . U n a

7 0 Véase el sugestivo estudio, acompañado de interesantes ilustraciones gráficas, con que el señor Lafuente dio a conocer su hallazgo en RevBN, 1944.

7 1 Comparación tomada de los candiles con dos mechas que hacen a dos luces. Tirso de Mol ina (BAAEE, V , pág. 205) usa "que hacéis el llanto a dos luces / como candil de mesón".

72 La Dorotea (OS, vol. V I I , pág. 354). 7 3 Antón de Montoro escribió a raíz del suceso una composición de 17 enre-

3 6 8 M A R Í A GOYRI DE M E N É N D E Z PIDAL N R F H , I V

vez descubierta l a fuente, los eruditos que h a n tratado de esta c o m e d i a

l a h a n f e c h a d o c o m o posterior a 1596, año de l a publ icación de l r o m a n

ce de J u a n R u f o , que v i o l a l u z a m o d o de añadidura d e l l i b r o de las

Seiscientas Apotegmas d e l m i s m o desbaratado J u r a d o de C ó r d o b a . H a

de tenerse en c u e n t a q u e M e n é n d e z P e l a y o n o aventuró t a l fecha p a r a

l a c o m e d i a .

N o t u v o L o p e q u e esperar a esa edición p a r a leer el r o m a n c e , pues

antes se publ icar ía en pliego suelto o e n esos cuaderni l los q u e en t a n t a

a b u n d a n c i a salían de las i m p r e n t a s en l a úl t ima d é c a d a de l siglo x v i .

C u a n d o e l r o m a n c e apareció en l a o c t a v a parte de las Flores en 1596,

de d o n d e pasó a l Romancero General de 1 6 0 o 7 4 , h a b í a r e c o r r i d o l o

bastante p a r a que ofreciese u n a f o r m a m á s a b r e v i a d a , l i b r e de m u c h a s

citas clásicas, reflexiones morales y otros elementos eruditos c o n q u e le

h a b í a e x o r n a d o e l autor de l a Austriada. N o puede suponerse, c o m o

creía M e n é n d e z Pe layo , que l a versión d e l Romancero pertenezca a u n

r e f u n d i d o r q u e mejoró el r o m a n c e de J u a n R u f o ; cotejadas ambas ver

siones, n o cabe d u d a que se t r a t a de u n m i s m o r o m a n c e . R a m í r e z de

A r e l i a n o 7 5 es de parecer que el largo r o m a n c e pertenece a l a p r i m e r a

j u v e n t u d d e l J u r a d o de C ó r d o b a (vivió de 1547 a 1620) y también i n d i

ca , a u n q u e s i n decirnos de donde t o m a l a n o t i c i a , q u e los versos se

p u b l i c a r o n en t i r a d a especial anter ior a 1596. L a división en c inco r o

mances c o n sendos encabezamientos y remates y hasta el título desta

cado en f o r m a desusada en el Romancero General, d a n i n d i c i o de q u e

se t r a t a de l a reproducción de u n pl iego suelto.

G o n z á l e z de A m e z ú a en el i m p o r t a n t e estudio que a c o m p a ñ a a s u

edición de Las Apotegmas1* p u b l i c a u n a relación en prosa q u e f o r m a

parte de u n a m i s c e l á n e a 7 7 de fines d e l siglo x v i y comienzos de l x v n q u e

él s u p o n e es l a fuente i n m e d i a t a de l a c o m e d i a de L o p e . C o n esa r e l a

ción c o i n c i d e en los detalles en que se a p a r t a de l r o m a n c e : los amantes

culpables son dos parejas, más l a de los criados (los antihéroes de las

c o m e d i a s ) ; e l esclavo d e n u n c i a d o r está enemistado c o n l a c r i a d a p o r -

vesadas octavas dedicada " A la muerte de los hermanos comendadores" (Cancionero de Montoro, ed. 1900, pág. 38). M u y poco después Fernando de la Torre en su Cancionero (ed. Dresde, 1907, pág. 132) toma esa historia para componer parte de un juego de naipes por coplas, que dedicó a la Condesa de Castañeda. L a trágica muerte tuvo también su eco en un cantarcillo popular que se difundió mucho y se glosó en distintas formas. Se conserva en un pliego suelto y en el Cancionero llamado Flor de enamorados de Juan de Linares (1573). (En la ed. de 1562 no está). Gomo elemento tradicional Lope aprovechó dos versos del viejo y muy difundido romance de L a Adúltera: "Rabia le mate los perros y aguilica el su falcón."

7 4 Fol . 263 v 9 . 75 Juan Rujo ... estudio biográfico y crítico. Madrid 1912, pág. 100. 7 6 Las seiscientas apotegmas de Juan Rufo, ed. Bibliófilos Españoles, 1923. 7 7 Ms. de la Academia de la Historia, letra del siglo xvn. "Libro de cosas

notables que han sucedido en la ciudad de Córdoba" recientemente publicado en Bibliófilos Españoles. L a relación se halla en la pág. 273.

N R F H , I V L A CELIA DE LOPE DE VEGA 3^9

que el la le a b a n d o n a p a r a entregarse a l lacayo de los C o m e n d a d o r e s .

N o fa l ta n i el aderezar l a cena y las camas p a r a l a orgía amorosa . D e s d e

luego h a y m o t i v o p a r a admirarse de l "respeto" , c o m o dice J u l i a 7 8 , q u e

el Fénix g u a r d a b a a sus fuentes. Pero a l l legar a l p u n t o c u l m i n a n t e ,

a q u e l en que el rey después de oír l a d i s c u l p a de l V e i n t i c u a t r o a su

censura p o r haberse desprendido del a n i l l o , d o n regio, le d ice a m o d o

de s e n t e n c i a : " S i a t u m u j e r se l o diste, que t u m u j e r te l o d é " nos e n

contramos en l a relación c o n estos dos octosílabos que son los que escr i

bió el autor d r a m á t i c o y que l legan a ser t e m a obsesionante p a r a e l

o f e n d i d o m a r i d o , q u e los repite varias veces, c o m o descubridores de su

deshonra y acicate de su venganza. E l prosista resumió l a c o m e d i a y a l

l legar el m o m e n t o de patética intens idad dramát ica , n o supo, o no q u i s o ,

desprenderse de l a r i m a . C o i n c i d e n c i a análoga se h a l l a a l t ra tar del m o

t i v o que t u v o el V e i n t i c u a t r o p a r a m a t a r a l papagayo "pues h a b l a b a y

n o m e di jo m i a f r e n t a " que se repite casi a l a le t ra en l a relación. Q u e d a

pues patente q u e n o fué l a relación prosística fuente de l a c o m e d i a , s i n o

trasunto de e l la . D e todos modos t a m p o c o nos aclararía l a fecha, pues

l a relación es posterior a l r o m a n c e de J u a n R u f o a l que c i ta t a x a t i v a

mente , a l a b a n d o de elegantes sus versos 7 9 .

E l dato m á s firme nos lo d i o el afanoso invest igador Pérez P a s t o r

p u b l i c a n d o u n d o c u m e n t o 8 0 en que se sol ic i ta permiso p a r a representar

en N a v a l c a r n e r o l a c o m e d i a de Los Comendadores el 9 de j u l i o de 1593.

N o sé p o r qué esta fecha no h a tenido b u e n a a c o g i d a ; seguramente q u e

a h a b e r estado p u b l i c a d o el d o c u m e n t o c u a n d o M e n é n d e z Pelayo escri

bió su i lustrat ivo prólogo de l a c o m e d i a n o hubiese despreciado el d a t o .

D a n en suponer que esa c o m e d i a que se había de representar en N a v a l

carnero no sería l a que conocemos de L o p e , sino l a de otro a u t o r 8 1 . O t r o s

piensan que acaso l a f o r m a o r i g i n a l no incluía los apasionados sonetos.

T o d o es posible, pero mientras no conozcamos esa hipotética o b r a p r e

cursora , no tenemos p o r qué rechazar q u e fuese l a de L o p e l a s o l i c i t a d a

en 1593, sólo en tres años anter ior a l a fecha hasta a h o r a preferentemente

aceptada . E n cuanto a los sonetos tendremos ocasión p a r a suponer q u e

fueron escritos en A l b a , es decir , antes de 1596.

N o se puede h a b l a r de cronología de comedias de L o p e sin a c u d i r

a los estudios esmeradísimos q u e los señores M o r l e y y B r u e r t o n h a n c o n

sagrado a ese asunto. S u últ ima p a l a b r a 8 2 respecto a Los Comendadores

es l a fecha 1596. A p o y a n su r a z o n a m i e n t o en que el r o m a n c e fuente

78 Obras dramáticas escogidas de Lope de Vega, vol. I II , pág. xxv. 7 9 También Gradan alabó los versos del romance de Juan Rufo tomándolos

por ejemplo de exquisiteces en sus obras Agudeza y arte de ingenio, ed. 1664, págs. 119 y 230 y Discurso V .

80 Nuevos datos acerca del histrionismo español, pág. 36. 8 1 E n la Biblioteca Nacional hay una comedia ms. con el título de Los comen

dadores de Córdoba, posterior a la de Lope. A l parecer es una copia hecha por Claramonte de La mayor venganza de honor de Cubillo de Aragón.

™ HR, X V , pág. 57.


aparec ió en 1596 y que el soneto autógrafo corresponde a esa m i s m a

fecha. Y a hemos visto que el r o m a n c e puede afirmarse que existió antes

de l a edición en que hoy le conocemos y en cuanto a l soneto d e d i c a d o

a d o ñ a A n t o n i a sabemos que n o es l a versión p r i m i t i v a .

S i a c u d i m o s a los esquemas estróficos que h a n p r o p o r c i o n a d o tantos

aciertos a los mencionados especialistas, el único tropiezo que encontra

mos es l a introducción de l a déc ima q u e no se encuentra , decían, en

c o m e d i a f e c h a d a de L o p e hasta 1599 en El Argel fingido. H o y sabemos

q u e El remedio en la desdicha t iene décimas y está fechado en 1 5 9 6 8 3 .

B i e n p u d o L o p e usarlas tres años antes e n su c o m e d i a , tanto más que

p o r entonces las p r o d i g a b a en su n o v e l a La Arcadia**. A d e m á s h a de

observarse q u e se e m p l e a n esas décimas (sólo 4 ) en el so l i loquio d e l

V e n t i c u a t r o y c a d a estrofa t e r m i n a a m o d o de estribil lo c o n los dos

versos obsesionantes " S i a t u m u j e r se lo diste. . S o n pues u n a décimas

c o m o las empleadas en las glosas. E l s o l i l o q u i o t e r m i n a c o n u n a r e d o n

d i l l a . N o h a y pues n ingún inconveniente p a r a aceptar l a fecha 1593

p a r a l a composición de esta c o m e d i a .

L o s investigadores que h a n estudiado c o m p a r a t i v a m e n t e las poesías

líricas de L o p e , y en especial los sonetos, que se e n c u e n t r a n en las co

medias y en otras obras suyas, l legan a l a conclusión de q u e las versiones

d e l teatro son m á s antiguas. Este cr i ter io , c o n n o pocas excepciones, es

c ierto, pero n o lo es menos que esos versos b r o t a r o n m u c h a s veces en u n

c l i m a de i n t i m i d a d pas ional y q u e luego el autor se los prestó a las per

sonas dramáticas, y así nos d ice el m i s m o L o p e :

. . . E l poeta no es posible que escriba c o n afecto y c o n b l a n d u r a sentimientos de a m o r , s i no l o tiene, y entonces se descubren en sus versos c u a n d o el a m o r le enseña los q u e escr ibe 8 5 .

L e y e n d o los dos sonetos citados de Los Comendadores pensamos que

n o los inspiró T a l í a , sino l a m u s a v i v a , c u y a h e r m o s u r a le traía p o r

entonces enajenado sin a lcanzar su posesión, a l a que c a n t a b a en sus

versos c o n el n o m b r e de C e l i a .

E s t a C e l i a dejó también rastro en obras que L o p e consideraba de

m á s empeño que sus canciones y su producción dramát ica y que ela

b o r a b a c o n m a y o r esmero, s in el a p r e m i o de los representantes que le

o b l i g a b a n a c o m p o n e r s in cesar comedias nuevas o r e m a t a r p r e c i p i

tadamente las que tenía de l a r g o t i e m p o proyectadas.

8 3 A . G . DE A M E Z Ú A , Una colección manuscrita y desconocida de comedias de Lope de Vega.

8 4 Lope usa el nombre décima en la novela Arcadia (pág. 55), y sigue empleando ese metro en las págs. 136, 214, 259, 268, 332 y 376. (OS, vol. V I ) .

85 Lo fingido verdadero. Acad, vol. I V , pág. 58 b.

N R F H , I V L A CELIA DE L O P E DE VEGA 37*

E l año de 1598 es de c a p i t a l i m p o r t a n c i a p a r a l a o b r a y l a v i d a

de L o p e de V e g a . C o n m o t i v o de l a muerte de l a D u q u e s a de S a b o y a ,

d o ñ a C a t a l i n a , h i j a de F e l i p e I I , o c u r r i d a en n o v i e m b r e de 1597, se

m a n d a suspender las representaciones escénicas. L o s enemigos de l tea tro ,

p r i n c i p a l m e n t e teólogos, a p r o v e c h a n d o l a ocasión, arrec ian en sus a t a

ques. E l rey, previo u n i n f o r m e que p i d e a l arzobispo de T o l e d o , a l

confesor del príncipe y a otros secuaces, d i c t a u n decreto p r o h i b i e n d o

las comedias ( m a y o 1 5 9 8 ) . M u e r t o F e l i p e I I en setiembre del m i s m o

año, M a d r i d y otras c iudades s u p l i c a n a l nuevo m o n a r c a que p e r m i t a

las representaciones, y en 17 de a b r i l de 1599 se d a l a o r d e n de repos i

ción de las comedias c o n ciertas restricciones.

N o d u r ó m u c h o l a prohibición, pero L o p e , que vivía de l a p r o d u c

ción escénica, sufrió d u r o quebranto , agravado p o r q u e en aquellos d ías

( a b r i l 25 de 1598) había contraído segundas n u p c i a s c o n doña J u a n a

de G u a r d o . Este m a t r i m o n i o es u n o de los enigmas en l a v i d a de L o p e

y a l q u e hasta hoy n o encontramos explicación en alusiones de las o b r a s

d e l poeta t a n af ic ionado a contarnos incidentes de sus amores más o

menos a las claras, t í n i c a m e n t e en l a epístola a G r e g o r i o de Á n g u l o

de h a c i a 1605, en u n breve resumen que en dos tercetos hace de s u

v i d a , manif iesta lo poco satisfecho que está de a q u e l m a t r i m o n i o :

C e g ó m e u n a m u j e r , aficióneme, perdóneselo D i o s , y a soy casado; q u i e n tiene tanto m a l , n i n g u n o t e m e 8 6 .

Ese ya t iene que referirse a l m o m e n t o actua l . Podríamos hacer u n a

c o n j e t u r a sin base segura. A c a s o L o p e cortejó a doña J u a n a y pasó d e

l o p e r m i t i d o , como había hecho c o n doña Isabel y c o n doña A n t o n i a ;

pero en esta ocasión existía u n padre enérgico, u n abastecedor de l a v i l l a ,

q u e n o necesitó a c u d i r a l a J u s t i c i a p a r a o b l i g a r a l poeta a q u e c u m

pliese c o n su obligación. E n compensación le ofreció u n a dote, q u e

n u n c a p a g ó .

E n el interregno que sufrió el teatro, se dedicó L o p e a p u b l i c a r obras

no dramáticas , las q u e consideraba de m a y o r i m p o r t a n c i a ; parecer que l a

poster idad n o h a c o m p a r t i d o . L a p r i m e r a o b r a que dio a l a e s t a m p a

fué La Arcadia87, n o v e l a pastor i l escrita en su m a y o r parte en A l b a ,

c u y a artística corte d u c a l sirve de escenario. N u e s t r o poeta, p a r a a g r a

d a r a su señor el d u q u e d o n A n t o n i o , escribió d u r a n t e el t i e m p o q u e

estuvo a su servicio, u n a serie de composiciones (varios romances, u n

p o e m a descript ivo, u n a égloga y dos comedias) en las que convirtió e n

m a t e r i a poética l a extraña a v e n t u r a de las dúplices bodas que f u e r o n

86 OS, vol. I, pág. 420. 8 7 Octubre 1598. Es curioso que Lope y Cervantes estrenaran la imprenta con

una novela pastoril: influjo de la moda.


causa d e l largo proceso c o n t r a el D u q u e . T e r m i n a d a l a n o v e l a y a e n

M a d r i d , y c u a n d o L o p e decidió d e d i c a r l a a l D u q u e de O s u n a , se v i o

obl igado a c a m b i a r el desenlace amoroso que había d a d o a las otras

obras inspiradas en el m i s m o t e m a , y degeneró a l final en u n a enojosa

o b r a didáct ica .

E s p e r a La Arcadia u n a edición esmerada que nos tiene ofrec ida e l

insigne lop is ta A m e z ú a y b ien merece u n detenido estudio q u e ilustrará

l o que h a d a d o en l lamarse , s in ana l i z a r lo , p r i m e r estilo de L o p e . A p a r t e

de l o q u e representa La Arcadia dentro d e l género de l a n o v e l a pasto

r i l , t iene especial i m p o r t a n c i a el riquísimo v o c a b u l a r i o , las preciosas

c o m p a r a c i o n e s que r a r a vez a l c a n z a n el brío de l a c o m p l i c a d a metáfora ,

y el uso de t a n t a v a r i e d a d de metros. A d e m á s , también vale l a p e n a

estudiar l a s i lueta t r a z a d a c o n rasgos indelebles de varios personajes r e u

nidos en a q u e l l a mansión de A l b a .

M i propósito es sólo t r a t a r de esa n o v e l a p a r a observar l a p a r e j a

C e l i a - B e l a r d o q u e no podía fa l tar entre aquellos pastores que en verso

y prosa suspiran padeciendo de a m o r . L a p r i m e r a composición q u e en

c o n t r a m o s d e d i c a d a a C e l i a es el soneto que c a n t a el pastor C e l s o : " S i

l a g r a n a d e l l a b i o C e l i a m u e v e " 8 8 , en que ensalza las perfecciones de l a

a m a d a . E s de los poco afortunados de l a n o v e l a , c o n u n a serie de c o m

paraciones, menos expresivas que de costumbre, y u n a larga r e c a p i t u

lación q u e o c u p a los dos últimos versos. Este recurso poético se h a l l a

m u y repetido en La Arcadia. E l soneto tiene t r a z a de ser interpolación

tardía, pues n o está l i g a d o c o n lo que le precede n i c o n lo que sigue,

s ino reci tado a destiempo i n t e r r u m p i e n d o el relato.

B e l a r d o más adelante se representa "pastor pobre , c o n p o c a costa y

m u c h a t r a z a , que suele ser a r b i t r i o de los que p u e d e n p o c o " . Asiste a

u n torneo acuát ico y l l eva p o r l e t r a : " P o b r e z a y alas, teneos, / que es

i r a l b i e n p o r rodeos" , versos que nos recuerdan a l "teneos deseos locos"

d e l soneto de Los Comendadores. S igue L o p e , c o m o en su p r i m e r a j u

v e n t u d , l a m e n t a n d o su h u m i l d e estado. G a n ó B e l a r d o en combate c o n

el r i co L a u r e o u n corazón de m a r f i l c o n las flechas de oro y se lo d i o a

C e l i a , porque " s i g a n a r a más [corazones] que tiene estrellas el cielo, s i n

d u d a se los d i e r a todos" .

L a canción m á s i m p o r t a n t e es l a que d e d i c a B e l a r d o agradecido a l

regalo que le h a hecho C e l i a de u n a h i g a de cristal g u a r n e c i d a de o r o 8 9 .

N o h a y p a r a él n a d a c o m o a m a r su h e r m o s u r a . Conf iesa a todos que

es el la el solo b i e n que es t ima; en q u e r e r l a o c u p a t o d o el sentido y m u e r e

si se a p a r t a u n p u n t o de ver la . E l m a y o r p r e m i o de sus penas será c o n

t e m p l a r aquellos ojos celestiales; es pris ionero de sus cabellos rizos, l a

b o c a q u e alegra, l a frente de n i e v e . . . H a r á i n m o r t a l su h e r m o s u r a s i

merece l a p l u m a levantarse hasta su g l o r i a .

A p a r t e de darnos aquí u n retrato de C e l i a , tenemos m u c h o s concep-

88 OS, vol. V I , pág. 228. 89 OS, vol. V I , pág. 273.

N R F H , I V L A CELIA D E L O P E DE VEGA 373

tos iguales a los d e l soneto de Los Comendadores: " Y a no quiero m á s

b i e n . . Está t o d o m á s d i l u i d o , c u a l conviene a l a d i ferencia o b l i g a d a

entre u n a l a r g a canción en octavi l las encadenadas de octosílabos p a r e a

dos y l a concisión p r o p i a de los 14 versos d e l soneto. E s t a composic ión

nos c o n f i r m a q u e a C e l i a estaba d e d i c a d o el soneto de Los Comendadores.

A l final de l a n o v e l a y a m o d o de colofón viene u n soneto de " C e l i a

y B e l a r d o 5 5 . E s u n a queja de q u e él ac ier ta a p i n t a r ajenas desventu

ras, y c o n i n g r a t i t u d c a l l a las propias . C l a r o q u e estos versos, c o m o a c o n

tece en casos análogos, son de l p r o p i o L o p e .

E n l a edición de l a n o v e l a 9 0 de 1602, se a ñ a d e a l fin u n soneto d e l

poeta v a l e n c i a n o C a r l o s B o y l , g r a n a m i g o de l Fénix. T r a t a de l r igor q u e

C e l i a , " d e b e l d a d d e c h a d o 5 5 usó c o n B e l a r d o "s iendo u n pastor sabio y

g a l l a r d o 5 5 9 1 . ¿ C ó m o e x p l i c a r q u e en 1602, el m i s m o a ñ o en que p u b l i c a

las Rimas, c o n los múltiples sonetos en q u e preside su e n c e n d i d a pas ión

p o r L u c i n d a , siga p r o c l a m a n d o su a m o r a C e l i a ? La hermosura de Angélica nos ac larará esta aparente i n c o n g r u e n c i a . P e r o antes e x a m i n e m o s

el sentimiento erótico de L o p e a través de otras obras que aparecieron c o n

a n t e r i o r i d a d .

A l final d e l m i s m o a ñ o 1598 publ icó L o p e o t r a o b r a m u y de a c t u a

l i d a d : La Dragontea, p o e m a en 720 octavas dedicadas a c a n t a r l a ú l

t i m a d e r r o t a y l a muerte d e l terr ible p i r a t a inglés F r a n c i s c o D r a q u e ,

o c u r r i d a el año anterior . H o y , a u n q u e no carece de excelentes octavas,

es o b r a enojosa de leer, pero respondía entonces a l regocijo que s i n t i e r o n

los españoles a l ver desaparecer a a q u e l i m p l a c a b l e enemigo que perse

g u í a y r o b a b a nuestras naves en aguas de E s p a ñ a y de A m é r i c a 9 2 .

9 0 Impresa en Valencia, 1602. 9 1 Este soneto falta en la mayor parte de las numerosas ediciones que ates

tiguan el éxito de la Arcadia. Como no se incluye en las OSs donde se utilizó l a ed. de 1611, lo reproduzco aquí:

Si fuiste por tu Celia, Lope amigo, transformado en pastor dicho Belardo, también yo de Menandra el premio aguardo, que su Lisandro fui y su luz sigo.

N o me pienso quexar si no la obligo, pues siendo tú un pastor sabio y gallardo, los disfavores que conmigo guardo, no llegan al rigor que usó contigo.

Yo sé bien que Alexandro no te diera, a ser Diógenes tú, el segundo grado, que tu valor al suyo prefiriera.

Y sé que Celia, de beldad dechado, conociendo su engaño, conociera que eres tú solo de los dos traslado.

9 2 Tan popular era el nombre de aquel corsario que las madres amenazaban a los niños diciendo "que viene el Draque" como si fuese el Coco. Todavía en 1617, 20 años después de muerto el inglés, usa Lope del nombre como si fuese


L a f e c h a de l a p r i m e r a edición de esta o b r a aparece d u d o s a p o r q u e

algunos críticos d i j e r o n , s in h a b e r l a visto, que se publ icó en M a d r i d . D i o

pie a esta afirmación el q u e A n t o n i o S a n c h a en 1776 en las Obras sueltas de Lope de Vega d a n o t i c i a de u n m a n u s c r i t o de su p r o p i e d a d q u e

tenía l a aprobación de P e d r o de P a d i l l a f e c h a d a en el M o n a s t e r i o d e l

C a r m e n de M a d r i d en 9 de d i c i e m b r e de 1 5 9 7 9 3 . S i n e m b a r g o no se

conoce u n a edición de M a d r i d de esa fecha, s ino l a de V a l e n c i a d o n d e

n o aparec ió hasta 1598 c o n otras dos aprobaciones más, fechadas en e l

mes de a b r i l . E l asunto se a c l a r a gracias a u n m e m o r i a l descubierto p o r

R o d r í g u e z M a r í n 9 4 en el c u a l el cronista A n t o n i o de H e r r e r a advierte e n

15 de febrero de 1599 q u e " L o p e de V e g a c o m p u s o La\ Dragontea.. . e n que se contiene l o sucedido a F r a n c i s c o D r a q u e c u a n d o fué resistido

en T i e r r a F i r m e , siendo capitán d o n A l o n s o de Sotomayor , a d o n d e c u e n

t a a q u e l suceso m u y en c o n t r a r i o de l a v e r d a d , c o n manifiesto agravio de

las personas que allí i n t e r v i n i e r o n " . N o habiéndosele d a d o l i c e n c i a e n

M a d r i d , publ icó el p o e m a en V a l e n c i a , y a h o r a pedía de nuevo auto

rización. N o se le debió conceder p o r el m o m e n t o y no conocemos n u e v a

edición hasta 1602 q u e se publ icó en u n v o l u m e n con las Rimas y La hermosura de Angélica^. L l e v a u n prólogo de d o n F r a n c i s c o de B o r j a ,

C o m e n d a d o r M a y o r de M o n t e s a , en que se a f i r m a que los diez cantos

"están sacados de l a relación que l a R e a l A u d i e n c i a de P a n a m á h izo y

autorizó c o n fidedignos testigos". P e r o el verdadero m o t i v o de l a perse

cución n o consistía en l a fa l ta de v e r d a d histórica, leve t a c h a p a r a u n a

o b r a poética, sino en que L o p e en su p o e m a h i z o héroe de l a resistencia

q u e se opuso a los ingleses a d o n D i e g o Suárez de A m a y a , prefiriéndole

a l capi tán general d o n A l o n s o de S o t o m a y o r 9 6 . E n consecuencia se d i o

l a o r d e n de que no entrasen en el N u e v o M u n d o ejemplares de La Dragontea, c o n l o c u a l perdió el m e r c a d o de A m é r i c a d o n d e se h u b i e r a leído

c o n el m a y o r interés 9 7 .

del demonio cuando dice al Duque de Sessa, quien no ha querido irse de veraneo por no alejarse de su amante: " N o hay sino pasar lindo verano, cenar y holgarse y vayase al Escorial el Draque" (Epistolario, vol. I I I , pág. 321).

9 3 OS, vol. I I I , pág. 11. 9 4 Nuevo datos para las biografías de cien escritores de los siglos xvi y xvii,

pág. 69. 9 5 L a bibliografía de las obras no dramáticas de Lope de Vega está por hacer

y las ediciones de las Rimas, que fueron múltiples, se prestan a muchas confusiones porque su contenido es muy variado.

0 6 E n 1620 salió a luz una Relación de los Servicios que hizo a su Majestad D. Alonso de Sotomayor, por Francisco Caro de Torres, que fué a modo de compensación de la supuesta injusticia cometida por Lope de Vega "el cual movido de la primera información atribuyó la gloria del suceso a quien no le tocaba, quitándola a quien de derecho se la debe". Lope, acaso por ligereza, no se dio cuenta de la importancia de Sotomayor y no le hace intervenir en la defensa de Panamá hasta los dos últimos cantos y de una manera episódica.

9 7 L a malevolencia sigue persiguiendo a La Dragontea; todavía en 1912 en un estudio que precede a la edición de La Argentina de B A R C O C E N T E N E R A , al


E l asunto de este p o e m a y su desarrol lo parecía alejarle de i n t r o

misiones eróticas; pero el poeta no puede menos de enterarnos de c u á l

era su estado de ánimo en a q u e l m o m e n t o . C o m i e n z a el c a n t o i v 9 8 c o n

u n a imprecación general a l A m o r y tras de e l la esta octava de carácter

p e r s o n a l :

Pasó l a p r i m a v e r a de m i s años; lo que he dejado, m i r o c o n vergüenza, y a l b l a n q u e a r los mismos desengaños parece que o t r a vez t u a r d o r c o m i e n z a . P e r o ¿dónde m e l l e v a n tus engaños? ¿ Q u é i m p o r t a que m e deje o que m e venza? N o soy yo , A m o r , q u e u n a m u j e r h e r m osa está de t u m u d a n z a querel losa.

P e r o aquí no es él q u i e n se queja , sino u n a m u j e r hermosa. N o es

a v e n t u r a d o suponer que sería l a be l la de ojos azules quejosa de l a b o d a

del poeta que apartó, a u n q u e p o r poco t i e m p o , a los dos amantes.

A l final del canto v i n , después de c o l m a r de elogios a personajes, c a s i

todos de l a nobleza , q u e c u l t i v a b a n las letras, nos encontramos con u n a

octava que no tiene hilación c o n lo que precede.

Y si de a q u e l m i peregrino objeto recogiere a lgún t i e m p o l a g r a n s u m a , que d i r i g i d a a l celestial sujeto n o es justo que el o lv ido l a c o n s u m a , de su h e r m o s u r a y m i amoroso efeto cuanto cantado h u b i e r a l i r a y p l u m a h a de v e n i r donde el a m o r m e dice que su n o m b r e y m i fe se i n m o r t a l i c e " .

U n tanto oscuro es el pasaje, pero descubrimos aquí el propósito d e

recoger l a g r a n c a n t i d a d de versos que h a b í a d i r i g i d o a su a m a d a , p a r a

que l a fe de él y l a h e r m o s u r a de e l la fuesen inmortales . L o s tres c o n

cepto perennes que guían su o b r a : A m o r , Be l leza y F a m a . L a r e c o p i

lación de aquellos versos constituye l a parte más apasionante de las Ri

mas d o n d e tantos sonetos de a m o r h a n a lcanzado l a i n m o r t a l i d a d d e

que t a n seguro se mostró s iempre el poeta.

Pocos meses después de i m p r i m i r La Dragontea, publ icó L o p e a

hablar del contento que sintieron los españoles al desaparecer aquel Dragón de los mares se lee este sañudo juicio: " E n intérprete de las pasiones bajas del pueblo español se constituyó el más abundante y afamado de sus poetas escribiendo La Dragontea, poema repugnante por los sentimientos enconosos que respira . . ." E l prologuista presta más atención a la hispanofobia que a adquirir datos históricos; involucra los hechos, ignora la cronología y hasta equivoca la fecha de la derrota de la Invencible, que tanto goce le produce.

98 OS, vol. I I I , pág. 244. 9 9 La Dragontea. OS, vol. I I I , pág. 337.


comienzos de 1599 El Isidro, p o e m a que c o m e n t a l a v i d a y m i l a g r o s

d e l b i e n a v e n t u r a d o l a b r a d o r a q u i e n M a d r i d veneraba p o r santo m u c h o

antes de su c a n o n i z a c i ó n 1 0 0 . S e g ú n sabemos p o r c a r t a de F r a y D o m i n g o

de M e n d o z a 1 0 1 , L o p e había ofrecido e m p e z a r a escribir este p o e m a e n

e l verano de 1596 " y que pensaba g u a r d a r en su composición l a grave

d a d , gusto y preñez de nuestras castellanas y dulces redondillas". E n e l

prólogo hace su a u t o r el elogio de los versos cortos castellanos, c o m p a r á n

dolos c o n los metros i ta l ianos " m á s largos y l icenciosos" y a ñ a d e : " y o

sé que algunos i ta l ianos e n v i d i a n l a g r a c i a , d i f i c u l t a d y sonido de nues

tras r e d o n d i l l a s " 1 0 2 . A l comienzo del p o e m a se justi f ica de usar los versos

h u m i l d e s castellanos y t e r m i n a d e c l a r a n d o que h a t e n i d o g r a n t r a b a j o

" e n proseguir h is tor ia en verso que h a de tener las consonantes y l a sen

t e n c i a t a n juntos q u e m i l veces m e v i e r a a r r e p e n t i d o " . E f e c t i v a m e n t e ,

se n o t a en a lgunas estrofas el esfuerzo de sacar a l u z l a preñez de esas

coplas, l a dificultad de encerrar los conceptos en breves versos c o n r i m a

o b l i g a d a .

H a de observarse que n o se usa a q u í el n o m b r e de quintilla, que es

e l que d a m o s a esas estrofas de 5 versos octosílabos, n i lo n o m b r a L o p e

en el Arte nuevo ( 1 6 0 9 ) n i en l a Justa poética de l a beatificación d e

S a n Is idro ( 1 6 2 0 ) n i en otras ocasiones en q u e e n u m e r a diversas clases

de m e t r o s . 1 0 3 .

E n este largo p o e m a en q u e a b u n d a n las digresiones n o podía f a l t a r

espacio p a r a mani festar su íntimo estado p a s i o n a l . E l canto v n c o m i e n

z a c o n unas quejas a l a m o r .

1 0 0 Fué beatificado en 1620 y canonizado en 1622. 1 0 1 Este dominico tenía reunidas las probanzas para la beatificación del Santo

y se las comunicó a Lope. OS, vol. X I , pág. X X I . 1 0 2 Este elogio de los metros castellanos lo repite a lo largo de su obra, tanto

más cuanto arrecia su censura al culteranismo. E n El Laurel de Apolo (1629) escribe:

Aquí las redondillas admiradas de Italia, nuestra lengua ennoblecieron que, como castellanas, no sufrieron ser de phrasi estranjera adulteradas: éstas, como doncellas recatadas, huyen culteranismos, porque sólo permiten hispanismos y acabar por contrarios, si bien términos varios, como vemos que suena bien, mal, amor, olvido; gloria y pena.

OS, vol. I, pág. 213. 1 0 3 Rengifo en su Arte poética española (dedicatoria al Conde de Monterrey

en 1592) tampoco usa la voz quintilla, y define la redondilla como copla que se compone de 5 versos; luego habla de otra redondilla que consta de 4 versos. T a m poco en Cervantes se halla la palabra quintilla. (Véase Quijote ed. de Rodríguez Marín de 1928, vol. I V , pág. 118 n.). Covarrubias en su diccionario trae: " Q u i n tillas, coplas redondillas de 5 pies, cinco versos".


A m o r , ¿quién te t ru jo aquí , c u a n d o m á s lejos, t i r a n o , estaba m i p l u m a y m a n o de m e z c l a r aquí p o r t i l o d i v i n o a lo p r o f a n o . . .

D u r o h a d o , estrella fiera, más que i n f l u e n c i a , cast igo; ¿qué es esto, enemigo fiero, que de c u a l q u i e r a m a n e r a tenga de encontrar contigo?

¿ Q u é fuerza , qué i n d u s t r i a y arte p o d r á l i b r a r m e de darte este t r i b u t o a lgún día? ¡ Q u e n o h a de h a b e r cosa m í a en q u e tú n o tengas p a r t e !

D é j a m e en este sagrado, q u e goce se m e c o n c e d a q u e de t i l i b r a r m e p u e d a : basta l o que te has l l evado, n o vuelvas p o r lo q u e q u e d a .

A l p r i n c i p i o prometí cantar , fiero A m o r , s in t i ; 1 0 4

déjame seguir m i estilo y n o m e rompas el h i l o c o n q u e de C r e t a s a l í . . .

N a c í a m a n d o , y cuantas veces el día infausto m e ofrece, vuelve a q u e l l a ardiente f u r i a , y p a r a m a y o r i n j u r i a m i v i d a m e n g u a y tú c r e c e s 1 0 5 .

E s t o lo escribía a fines de 1598, pero n o sería insp irado p o r su m u j e r

legít ima, sino p o r u n a m o r fur t ivo que le i n q u i e t a b a y era causa de

amargos desengaños. A l g o a c l a r a n los versos siguientes; que inspirados,

según dice, e n L e ó n H e b r e o , los a p l i c a a sí m i s m o :

D e a m o r y apetito odioso deleite es e l fin que veo, mas dif ieren en deseo, que a m o r l o tiene en lo hermoso y el apetito en lo f e o 1 0 6 .

E l relato que u n soldado menesteroso hace a Is idro de las desdichas

1 0 4 A pesar del propósito de no hablar de amores, ya había insertado (pág. 183) un trozo de égloga en que intervienen los mismos personajes que en otras composiciones pastoriles suyas: Silvia, Jacinto, Tirsi , Menalca.

1 0 5 OS, vol. X I , pág. 193. 1 0 6 Esta misma idea, ampliada, la desarrolla más tarde en una escena de La

doncella Teodor en que cita a Aristóteles (Acad, vol. X I V , pág. 138).


amorosas que le h a b í a n acaecido nos parece a p r i m e r a vista u n t r o z o

autobiográfico de las pr imeras aventuras d e l p r o p i o L o p e , pero u n a q u i n

t i l l a c o n l a cur iosa alusión a los romances moriscos escritos entre 1583

a 1588 nos hace pensar en que e l n a r r a d o r representa a a lguno de los

contr incantes de nuestro poeta.

Q u i t ó m e otro a m o r los bríos después de m i l desafíos, trofeos verdes y azules de Zaides y de G a z u l e s , moros enemigos m í o s 1 0 7 .

N o hay que perder de vista q u e L o p e n o sólo l i tera l i za su p r o p i a

v i d a , s ino también l a de las gentes que le r o d e a b a n , desde M e l c h o r de

P r a d o , V a r g a s M a n r i q u e , L i ñ á n de R i a z a , compañeros de aventuras e n

su m o c e d a d , hasta su señor el D u q u e de A l b a y d o n D i e g o de T o l e d o

y otros, respecto a los cuales descubrimos notic ias literario-biográficas a

m e d i d a q u e vamos conociendo sus vidas efectivas. C l a r o es que sólo se

a p o y a en algunos datos m á s o menos reales y luego su poderosa fuerza

i m a g i n a t i v a los eleva hasta l a creación de l a o b r a poética.

E n el m i s m o año de 1599 p u b l i c a L o p e las Fiestas de Denia, l a r g a

relación de las que el D u q u e br indó a l rey F e l i p e III y a l a pr incesa

Isabel C l a r a E u g e n i a c u a n d o se d i r i g e n a V a l e n c i a p a r a rec ib i r a sus

respectivos promet idos , M a r g a r i t a de A u s t r i a y el príncipe A l b e r t o . C o n s

t a l a o b r a de 192 octavas y está d e d i c a d a a l a ausente C o n d e s a de L e -

mos, v i r r e i n a de Ñapóles, h e r m a n a de l D u q u e de D e n i a y m a d r e d e l

M a r q u é s de S a r r i a a cuyo servicio h a b í a i d o L o p e .

N o parece que nuestro poeta asistió contento a los festejos p o r q u e

se ausentaba celoso de su c u i d a d o . P o r dos veces alude a su disgusto:

N o m e permite A m o r , que fué castigo d e l cielo en m í desde m i s años tiernos, y s in remedio h a de v i v i r c o n m i g o , después de muerto yo años eternos, h a b l a r m u c h o de M a r t e su enemigo, c u a n d o sus celos son, o mis infiernos, p o r q u i e n en tantas fiestas c o m o canto nube m e vuelve j u n t o a l m a r m i l lanto .

Y t e r m i n a repitiéndose víctima del a m o r :

Señora, p e r d o n a d si no he p i n t a d o c o n más sut i l p i n c e l t a n ricas fiestas que este m i dulce e i n m o r t a l c u i d a d o

X 0T OS, v o l . X I j . p a g . 171, Zaide y Gazul se llamó Lope en los primeros romances moriscos que escribió en. su juventud.

http://vol.XIj.pag


m e tiene v i d a y a l m a descompuestas; p a r a u n celoso ausente y o l v i d a d o las mejores de l m u n d o son molestias, q u e a donde todo el m u n d o alegre v i n o , yo solo f u i l l o r a n d o p e r e g r i n o 1 0 8 .

La hermosura de Angélica es l a o b r a c a p i t a l de las terminadas p o r

L o p e en a q u e l fin de s i g l o 1 0 9 . E n el prólogo nos dice el autor que escribió

esta o b r a entre jarcias de l galeón S a n J u a n " e n u n a j o r n a d a de m a r

d o n d e c o n pocos años i b a a ejercitar las a r m a s " . A u n q u e entre aquí p o r

m u c h o su jactanciosa fantasía, b ien puede admit irse el a ñ o 1588 en q u e

se e m b a r c ó en l a g r a n A r m a d a c o n t r a I n g l a t e r r a c o m o fecha en que c o

m e n z ó el p o e m a . E n octubre de 1598 lo d a b a p o r acabado c u a n d o

otorgó poder a l i m p r e s o r V á r e z de C a s t r o p a r a que obtuviese las l i c e n

cias de publ icación.

Desde luego La Angélica revela u n a l a r g a elaboración y c u a n d o l a

publ icó en 1602, las variaciones q u e h a b í a i n t r o d u c i d o no se l i m i t a r o n

a " l a ú l t ima l i m a " c o m o nos dice el poeta, sino a m u c h o s lugares d e

l a composición. U n a parte de l a o b r a l a escribió i n d u d a b l e m e n t e e n

A l b a c o m o lo p r u e b a n unos versos en que se d ir ige a l D u q u e d o n A n t o

n i o , l lamándole " S e ñ o r m í o " y " m i d u e ñ o " , lo que no haría si y a hubiese

dejado su s e r v i c i o 1 1 0 .

L o p e , según su costumbre, i n t e r c a l a en e l c o m p l i c a d o relato porc ión

de alusiones autobiográficas, c o m o hemos i n d i c a d o a l t ra tar de l a super

v i v e n c i a de l recuerdo de E l e n a 1 1 1 . N o f a l t a n algunos versos de emoción

inspirados p o r Isabel , a u n q u e luego apl icados a dist into sujeto. D e

C e l i a nos p r o p o r c i o n a u n retrato en dos octavas a l final de l l i b r o n i .

C e l i a , r e i n a de C ó r d o b a famosa, c o m o el a u r o r a se mostró serena, c a n d i d a , fresca, l i m p i a y olorosa m á s que el jazmín, mosqueta y a z u c e n a ; c o n vivos ojos, c u y a l u z hermosa fué p a r a tantas a lmas g l o r i a y pena, graciosa b o c a , dientes, h a b l a y r isa, g a r g a n t a a l t o r n o , b l a n c a , a l t i v a y l isa.

Di ferente en e l traje de N i c a n d r a , los pechos descubrió, que siendo nieve p u d i e r a n abrasar l a s a l a m a n d r a

1 0 8 OS} vol. III , págs. 403 y 428. 1 0 9 OS, vol. I I I , pág. xni. 1 1 0 Pág. 235. 1 1 1 Observaré aquí de pasada que los versos iniciales del poema están dedica

dos a Elena, y no a Lucinda como algunos han sospechado, pues sólo a aquella amada de quien acaba de apartarse puede decir el alma "de quien fuiste dueño", "aquel humilde ingenio que os consagré desde mis tiernos años" y llamarla "causa fatal de mis dichosos años".

3 8 o M A R Í A GOYRI DE M E N É N D E Z PIDAL N R F H , I V

q u e entre las l lamas a v i v i r se atreve; c o n u n a l m a t a n r i c a y a l e j a n d r a que de m i voto el precio se le debe; y si h a b l a r a , s in d u d a se le d i e r a , que h a b l a n d o más que A n g é l i c a l o f u e r a 1 1 2 .

T e n e m o s aquí los mismos rasgos c o n que e l poeta nos h a b í a antes

descrito a C e l i a en La Arcadia y en los sonetos y canciones: vivos ojos,

graciosa b o c a y r isa , pechos de nieve, h a b l a e n c a n t a d o r a . . ., de t a l m o d o

q u e p o r su voto se le debía d a r el p r e m i o de l a h e r m o s u r a , s in esperar

a A n g é l i c a .

!En e l canto v nos presenta u n doble de este retrato. E l relato se

i n t e r r u m p e en el m o m e n t o en q u e le fué discernido el p r e m i o a A n g é

l i c a p a r a advert irnos que de h a b e r sido su contemporánea L u c i n d a ,

ésta hubiese resultado v e n c e d o r a :

S i en a q u e l l a famosa e d a d vivieras, h e r m o s u r a i n m o r t a l , b e l l a L u c i n d a , ¿quién d u d a que de A n g é l i c a vencieras l a que h o y c o n el tercer p l a n e t a a l inda? T ú sola el justo p r e m i o merecieras, y a u n es razón que su l a u r e l te r i n d a conociendo que haberle merec ido fué p o r no h a b e r t u oriente a m a n e c i d o .

Q u e s i mostraras esos ojos bellos, azules como el cielo y los zafiros, de d o n d e a m o r , a u n q u e se abrasa en ellos, hace a las a lmas amorosos t i ros : si mostraras l a red de tus cabellos, dulcísima prisión de m i s suspiros, que los excedo, s i en a m a r m e calmas, y ojalá que suspiros fueran almas.

S i mostraras l a b o c a envuel ta en risa, l a b l a n c a m a n o y el nevado pecho basa de l a c o l u m n a tersa y l isa en q u e se a f i r m a a q u e l d i v i n o techo; sospecho que b a j a r a n t a n aprisa a lmas c o m o laureles, a despecho de tantos pretendientes; pero i g n o r o quién fuera de tus méritos M e d o r o 1 1 3 .

U n a vez más nos encontramos c o n l a b e l l a de ojos celestiales, de b o c a

risueña y de n e v a d o pecho, re tratada a h o r a en versos más vehementes y

acendrados, y a l a que el poeta otorgaría asimismo el p r e m i o .

L a c o n f o r m i d a d de los retratos y el considerar el poeta merecedoras

1 1 2 OS, vol. II, pág. 48. 1 1 3 Loe. cit., pág. 65.

N R F H , I V L A C E L I A DE L O P E DE VEGA 3 8 l

d e l p r e m i o a l a p a r a C e l i a y a L u c i n d a nos hace sospechar que se t r a t a

de l a m i s m a persona, a q u e l l a q u e en l a r e a l i d a d era M i c a e l a L u j a n .

Insisto en d a r i m p o r t a n c i a a l a s i m i l i t u d de los retratos p o r q u e L o p e

nos h a dejado sendas p inturas de sus a m a d a s c o n rasgos t a n precisos

q u e n u n c a se c o n f u n d e n u m s c o n o t r a s 1 1 4 . E n t r e los versos p r e l i m i n a

res de La Angélica se encuer r a n dos redondi las a n o m b r e de L u c i n d a ,

l a que expone sus quejas a l poeta, c o m o había hecho C e l i a en el soneto

q u e se le atr ibuye a l final de La Arcadia. O t r o rasgo c o m ú n a las d o s

representaciones de u n a m i s m a a m a d a 1 1 5 .

E l c a m b i o de n o m b r e no es óbice p a r a l a identificación de u n a m i s m a

persona, puesto q u e es corriente que los poetas l l a m e n a sus amadas d e

var ias maneras. N o sabemos c u á n d o L o p e dejó de usar el n o m b r e d e

C e l i a ; seguramente coexistiría a lgún t i e m p o con el de C a m i l a , a n a g r a

m a casi perfecto de M i c a e l a , y e l de C a m i l a L u c i n d a y p o r fin a c a b ó

p o r p r e d o m i n a r el segundo elemento.

N o es m i objeto t ratar aquí de los innumerables versos que d e d i c ó

L o p e a ensalzar a L u c i n d a , pues b i e n conocidos, y en b u e n a parte estu

diados, están los bellísimos sonetos de las Rimas y l a canción " S e r r a n a

h e r m o s a . . . " en l a que descubre lo m á s íntimo de su sensibi l idad, h a

ciéndonos acompañar le paso a paso en el desgarramiento de su corazón

según v a dejándose atrás las luces de l a c i u d a d , el r u m o r de l río . . . ¡ Q u é

lejos estamos de a q u e l l a retórica despedida " d e vos m e aparto y q u e d o " !

N a d a de esto nos sirve p a r a a c l a r a r de l todo el e n i g m a de C e l i a ,

a u n q u e hemos señalado algunos sonetos anteriores en que no figuraba e l

n o m b r e de L u c i n d a hasta ser impresos en las Rimas en 1602. La Jeru-salén nos d a r á m a y o r l u z .

Este l a r g o p o e m a de La Jerusalén conquistada fué compuesto l e n

tamente durante siete años. E n el prólogo de las Rimas de 1602 dice

L o p e a l lector "Presto (si D i o s quiere) tendrás los x v i l ibros de m i

Jerusalén'3. L u e g o el n ú m e r o de l ibros ascendió a 20 y en 1605 d a b a

L o p e p o r t e r m i n a d a l a o b r a , y a su satisfacción, según c a r t a que el 6 de

setiembre escribe a l D u q u e de Sessa: " M i Jerusalén envié a V a l l a d o l i d

1 1 4 Lope caracterizó la figura de Elena en multitud de obras y muy especialmente en La Dorotea: ojos verdes y pintados (con pintas, ojos de malaquita) algo desvergonzados, que antes que los enviden, quieren, cejas y pestañas negras, la boca risueña, aunque no le dan causa, la tez trigueña clara, el talle esbelto y la mano larga. Este fué durante bastantes años el ideal de tipo femenino y con estos rasgos nos presenta en un soneto la perfección con que salió Eva de manos del Creador, y en otro soneto la humanal belleza de María Virgen. L a hermosura de Micaela es bien distinta, toda para saciar los sentidos, espléndida de formas, ojos azules como el cielo, cabellos rizos, tez blanca y rosada, pecho de nieve, voz angelical. Doña Marta tiene ojos verdes esmeraldinos, no los de Elena, de mirar honesto, cabellos rubios y la mano no larga, las dotes intelectuales muy superiores a las de anteriores amadas y capaces de mayor atractivo para el poeta en edad ya muy madura.

1 1 5 OS, vol. I I , pág. xxi .

382 M A R Í A GOYRI DE M E N É N D E Z PIDAL N R F H , IV

p a r a q u e e l Consejo m e diese l i c e n c i a ; i m p r i m i r e l a m u y a p r i s a . . . E s

cosa que he escrito en m i m e j o r e d a d y c o n estudio diferente que otras

de m i j u v e n t u d d o n d e tiene más p o d e r el apetito que l a r a z ó n " 1 1 6 .

L a impresión n o se h i z o t a n apr isa , pues no obtuvo l i c e n c i a hasta

1608 y a l publ icarse en 1609 e x p l i c a L o p e en el prólogo a l C o n d e d e

S a l d a ñ a el retraso: " T a r d e y esperada sale a l u z , q u e p o r ocasión d e

a lgunos l ibros s in d o c t r i n a , substancia y ingenio escritos p a r a el vu lgo , se

p r o h i b i e r o n t o d o s " 1 1 7 .

A l parecer no se añadieron episodios después d e l año 1605. A n t e

riores a esa fecha podemos señalar unos versos de desahogo c o n t r a el A m o r

m u y análogos a los que hemos c i tado de La Dragontea y El Isidro y q u e

r e v e l a n u n a depresión de á n i m o 1 1 8 . S i t o m a m o s a l pie de l a le tra l a

indicación cronológica que contiene, debió de escribirse ese trozo h a c i a

1600, c u a n d o L o p e tenía 38 años, p o r lo tanto casi a l m i s m o t i e m p o q u e

esos otros dos poemas.

A q u í s i l a t r o m p e t a bel icosa q u e de Belén sobre los campos m i r o , d i e r a l u g a r o fuera m i a r g u m e n t o , c a n t a r a y o de A m o r el ins trumento . P e r d o n a niño, más que el t i e m p o cano, q u e m e h a n cansado y a tus desvarios; t e m p l a n d o voy a q u e l A r g e l t i r a n o ,

1 1 6 Epistolario, vol. I II , pág. 6. 1 1 7 Lope no dejó de tener dificultades para dar al público sus obras. Y a he

mos visto lo que ocurrió con La Dragontea.—En 1598 da poder para gestionar las licencias a fin de imprimir La hermosura de Angélica, pero no se publica hasta 1602.—El ms. autógrafo de El príncipe despeñado está fechado en 1602 y lleva censura de 1607.—En un memorial de octubre de 1608 se queja de que han mandado recoger una comedia que había escrito de la conversión de San Agustín, de lo que le había resultado grande nota en su honor y reputación. "Pide que después de borrado lo que pareciese convenir, se le devuelva para reescribirla y así quedaría restituido en su honor y buena opinión". E n el mismo escrito consta la resolución de "que no ha lugar". H a de advertirse que ya entonces era familiar del Santo Oficio de la Inquisición (RODRÍGUEZ M A R Í N , Nuevos datos.. . , pág. 512) .—En carta a don Antonio de Mendoza formula otra queja: "Las comedias de Alarcón han salido impresas; sólo para mí no hay licencia" ( L A B A R R E R A , Nueva biografía, pág. 654 b . ) . — E n carta de mayo de 1610 se queja de que por rivalidades entre representantes no den licencia para una comedia suya que estudiaba Riquelme. Pide la intercesión del Duque. Epistolario, vol. I II , pág. 2 0 ) . — L a comedia de La niñez del Padre Rojas dio ocasión a que en marzo de 1620 se sometiese a Lope a un minucioso interrogatorio acerca de lo que sabía de la vida del Padre Rojas. Sin duda al tribunal eclesiástico le pareció que se había excedido el autor en el panegírico que hacía de aquel insigne varón que todos habían conocido. Así, cuando la comedia se imprimió en 1625, dice Vargas M a chuca en la aprobación: "Piadosamente se cree algo de lo que aquí escribe Lope de Vega".

w OS, vol. X I V , pág. xiv. E n las notas a La Jerusalén, Lope da como fuente de este trozo a Tibulo (OS, vol. X I V , pág. 518).


oscura cárcel de los años m í o s ; y a en e l tusón de H e r m e n g i l d o hispano y en los dioses que echándose a los ríos de l t e m o r de T i t á n , se h i c i e r o n peces, a l sol he visto t r e i n t a y ocho v e c e s 1 1 9 .

V e m o s que entre e l caos de hazañas y batallas y en l a m a r a ñ a de

digresiones que d e d i c a o r a a hacer u n resumen general de l a h i s t o r i a

de España, o r a a elogiar a los escritores sus contemporáneos, no le f a l t a

ocasión p a r a d a r c a b i d a a sus ideas amorosas más íntimas.

C u a n d o escribía este p o e m a , a p r o v e c h a n d o l a situación de l rey d o n

A l f o n s o subyugado p o r l a hebrea R a q u e l , quiere just i f icar el p r e d o m i n i o

q u e sobre él ejerce el a m o r ilícito, m u y superior a l impuesto p o r los lazos

conyugales.

Confieso, t rato , q u e el a m o r acendras, mas c u a n d o t o d o fácil se descubre, ¡oh, qué t ib ieza , posesión, engendras!

A m o r h a de ser m i e d o , a m o r recato, a m o r f r u t a cercada de altos m u r o s , a m o r h a de tener algo de i n g r a t o ; n o son bienes de a m o r si están seguros; fúndese a m o r , c u a n t o quisiere, en trato, c o m o piensan amantes epicuros, q u e en n o siendo a m o r T á n t a l o , no creo que tenga vivas fuerzas el d e s e o 1 2 0 .

Hál lase en este p o e m a el t rozo biográfico t a n c o n o c i d o e i m p o r t a n t e

en que presenta a L u c i n d a a c o m p a ñ a d a de 5 hijos. E l l a cuenta a I s m e n i a

el c o m i e n z o de sus amores. U n príncipe, codicioso de gozar su h e r m o

sura, envía a M a r c e l o ( L o p e ) , u n l a b r a d o r de "altos pensamientos" ,

p o r t a d o r de ricos dones p a r a c o n q u i s t a r l a ; pero e l la despreció el oro y

d i o preferencia a l emisario, cuyo talle y discreción l a c a u t i v a r o n :

N o a n d a b a a m o r entonces descuidado, q u e b i e n nos concertó los pensamientos, el interés del príncipe m u d a d o en los que l l a m a a m o r merec imientos : yo pienso que p r i m e r o concertado fué de los celestiales m o v i m i e n t o s , que n o es posible que t a n presto agrade l o que el c ie lo n o inf luye y persuade.

Puso los ojos, y a u n el a l m a puso,

1 1 9 OS, vol. X V , pág. 229. Nótese el modo de indicar el año por medio de metáfora y de Aries o Piscis a que tan aficionado era el poeta.

1 2 0 OS, vol. X V , pág. 291.

M A R Í A GOYRI DE M E N É N D E Z PEDAL N R F H , I V

él m e decía q u e en m i s ojos bellos en m u c h o s versos q u e a su h o n o r c o m p u s o , l l a m a n d o sol a z u l l a c o l o r d e l l o s 1 2 1 .

E s t a situación nos recuerda aquellos pr imeros romances en que a p r e n

d i m o s c ó m o B e l a r d o se presenta ante C e l i a en c a l i d a d de tercero y p a s a

a ser su e n a m o r a d o . E l inf lu jo de los astros p a r a concertar a los a m a n

tes lo a ludió en el soneto a M a r c i o 1 2 2 . L a c i r c u n s t a n c i a de q u e el n u e v o

a m o r le sacó del a l m a las m e m o r i a s de E l e n a nos l a refiere m á s ade lante

c u a n d o p a r a a p l a c a r los celos de L u c i n d a , después de confesarle a q u e l

a m o r p r i m e r o t a n persistente, le d i c e :

N o h a y h i e r b a o p i e d r a que e l a m o r resista c o m o otro a m o r (advierte las historias h u m a n a s y d i v i n a s ) n i p u d i e r a vencer a m o r q u i e n m á s a m o r n o fuera.

L u c i n d a y a c o n v e n c i d a , se entregó, y f ruto del árbol del a m o r a q u e

p o r largo t i e m p o h a v i v i d o sujeta c o n estrechos lazos son c inco niños

q u e esmaltan el p r a d o . E l escenario en q u e se desarrol la este episodio

semeja evocación de u n delicioso c u a d r o v e n e c i a n o : c o n u n f o n d o de

t r a n q u i l o paisaje, sentadas en u n p r a d o j u n t o a u n arroyuelo que for

m a b a m i l caracolas, las dos bellas p l a t i c a n de sus amores. E n segundo

término, en sustitución de alados cupidos convencionales, aparecen tres

niñas en a c t i t u d reposada y dos rapaci l los traveseando, entregados a

juegos propios de sus tiernos años. E s c e n a de u n real ismo v i v o , c o n t e m

p l a d o a través de l a sensibi l idad d e l p r o f u n d o a m o r p a t e r n a l que ate

so ra ba el a l m a de L o p e .

V o l v i ó I s m e n i a los ojos y en el p r a d o v i o tres hermosas niñas divert idas, l a m a y o r d e v a n a n d o u n p a r d o h i l a d o , las otras dos de l a cesti l la asidas, y a L a u r o , y a rapaz , sobre u n cayado, c o n dos cuerdas de l a n a m a l torcidas haciéndole caba l lo , y el a m e n o p r a d o m i d i e n d o , p o r quebrarse, el freno.

E l más t ierno, desnudo le seguía, y c o n alegre r isa le a n i m a b a c o n u n a v a r a , y el cayado hería ^ l o q u e p o r las espaldas le sobraba. A s i d o a u n h i l o p o r el pie tenía también u n p a j a r i l l o q u e v o l a b a , pero p o r a y u d a r a l otro h e r m a n o , p o r el aire trocó l a débil m a n o .

1 2 1 OS, vol. X V , pág. 186. 122 Véase más atrás, pág. 359.

N R F H , I V LA CELIA DE L O P E DE VEGA 385

C o n o c e m o s los nombres de esos c i n c o niños p o r u n d o c u m e n t o de

1 6 0 4 1 2 3 e n ° i u e se e n u m e r a n siete hijos de M i c a e l a L u j a n y de su m a r i d o

D i e g o D í a z c u a n d o m u e r t o éste, p i d e e l la l a tute la de los menores. E n

este caso l a m a l e d i c e n c i a está más cerca de l a v e r d a d que el d o c u m e n t o

j u d i c i a l y a tr ibuye a L o p e l a p a t e r n i d a d de c inco de los siete hijos q u e

allí se n o m b r a n : M a r i a n a , J a c i n t a , Á n g e l a , J u a n y Fé l ix ; este ú l t i m o

b a u t i z a d o en S e v i l l a a 15 de octubre de 1603 c o m o hi jo de D i e g o D í a z

después de m u e r t o éste en C a r t a g e n a de I n d i a s en enero del m i s m o a ñ o .

L a m a y o r d i f i c u l t a d c o n que tropezamos p a r a ident i f icar a C e l i a c o n

L u c i n d a estriba en q u e hasta a h o r a se h a sostenido que las relaciones de

L o p e c o n M i c a e l a no habían empezado hasta 1599. V e a m o s en q u é se

f u n d a t a l af irmación. R o d r í g u e z M a r í n descubrió en unos d o c u m e n t o s

sevil lanos de 1603 Y 1604 que L o p e anteponía a su firma u n a M , q u e

era l a i n i c i a l de M i c a e l a , q u i e n p o r entonces le traía e m b e l e s a d o 1 2 4 . E s a

M l a encontró A m é r i c o C a s t r o en comedias autógrafas fechadas entre

1602 y 1608, y n o sólo v a l a i n i c i a l antepuesta a l a firma, sino e n l a z a d a

en varias rúbricas, señales de que M i c a e l a era u n a obsesión. E n u n p o

der otorgado en octubre de 1598 l a firma de L o p e v a p r e c e d i d a de las

iniciales J . G . que corresponden a J u a n a de G u a r d o c o n q u i e n en a b r i l

había contraído segundas nupcias . Pareció que esta unión exc lu ía el

t rato c o n M i c a e l a ; c o m o si L o p e h u b i e r a escrupul izado el asistir a dos

mujeres a u n t i e m p o . I g u a l m e n t e en u n d o c u m e n t o n o t a r i a l de 1594

firmaba anteponiendo l a i n i c i a l de su m u j e r Isabel , c u a n d o y a estaba

p e r d i d a m e n t e e n a m o r a d o de C e l i a . D e todos modos se t o m ó l a f e c h a

d e l c i tado poder c o m o base p a r a decir que hasta después de 1598 n o se

e n a m o r ó L o p e de M i c a e l a .

E l m i s m o A m é r i c o Castro e n u m e r a hasta u n a docena m á s de c o m e

dias en que se desl iza más o menos furt ivamente el n o m b r e de L u c i n d a ,

solo o a c o m p a ñ a d o d e l de B e l a r d o , alusión i n d u d a b l e a M i c a e l a . Esas co

medias n o l l e v a n fecha, pero c o m o según C a s t r o el trato amoroso de

L o p e con M i c a e l a fué a p a r t i r de 1599, n i n g u n a de esas comedias , se

d i j o , puede ser anterior . T a l afirmación se basaba en u n a hipótesis, p e r o

h i z o f o r t u n a y h a sido aceptada p o r cuantos h a n tratado este asunto. E l

i lustre lopista C o u r t n e y B r u e r t o n , que h a a ñ a d i d o a l a l ista de C a s t r o

algunas comedias más del t ipo B e l a r d o - L u c i n d a , l lega a l a conclusión de

que c u a l q u i e r o b r a en que h a y a c l a r a referencia a M i c a e l a no es a n t e r i o r

a 1599. N i n g u n a o b r a fechable antes de 1599 contiene ese p e r s o n a j e 1 2 5 .

N a t u r a l m e n t e , c o m o que a c u a n t a c o m e d i a contiene el n o m b r e de L u -

123 F u é hallado por Rodríguez Marín, BAE. 1 2 4 BAE, I, pág. 472. Lope alude a esa costumbre en la comedia El dómine

Lucas de 1593. (AcadN, vol. X I I , pág. 75 a) . También menciona ese uso en una carta al Duque de Sessa: " A mi me sucede lo que a los que firman con el nombre de lo que aman en la primera letra" (Epistolario, vol. I V , pág. 10).

1 2 5 HR, V , pág. 312.


c i n d a se le as igna desde luego el año 1599 c o m o término a quo. Y lo

m á s curioso es q u e el m i s m o B r u e r t o n y su c o l a b o r a d o r M o r l e y , a l t ratar

de esas comedias, l legan a presc indir de l cr i ter io cronológico q u e t a n

m i n u c i o s a m e n t e h a n establecido basados en l a métrica, y a d m i t e n el año

1599 c o m o p u n t o de p a r t i d a p a r a l a fechación.

V e a m o s otros datos m á s precisos. G . de A m e z ú a h a d a d o a conocer

Una colección manuscrita de comedias de Lope de Vega copiadas de los originales en 1762 p o r I g n a c i o G á l v e z c o n "escrúpulo y fidelidad",

descubr imiento m u y i m p o r t a n t e en datos seguros p a r a l a v i d a y l a o b r a

d e l Fénix. A l g u n a s de esas comedias i n c l u y e n l a M que precede a l a

firma de L o p e , y en tres de ellas, p o r lo menos, l a fecha es anter ior a

l a señalada p o r A m é r i c o C a s t r o : El amor desatinado ( inédita) de 4 de

j u n i o de 1597, La bella malmaridada de 17 de d i c i e m b r e de 1596 y El caballero del Milagro c o n dos fechas dist intas: en l a cubier ta dice " E n

A l b a a 10 de n o v i e m b r e de 1 5 9 3 " , y a l final " a 30 de d i c i e m b r e de

1 5 9 3 " , y todavía ésta se repite en u n a n o t a d e l m i s m o autor . E l año que

d a así b i e n asegurado. P e r o a l l legar aquí , a A m e z ú a le parece q u e l a M

i n i c i a l h a s ido " p u e s t a c a p r i c h o s a m e n t e " p o r e l copista " a imitación de

otras anter iores" . ¿Por qué esta d u d a , s iendo G á l v e z u n copista t a n es

c r u p u l o s o ? 1 2 6 C r e o q u e tenemos que aceptar este test imonio y retrotraer

a 1593 el despertar de l a m o r de M i c a e l a en el corazón de L o p e , esto es,

el m i s m o año q u e nos sugir ieron las manifestaciones l i terarias en q u e a p a

rece C e l i a .

Este retroceder en unos años l a i n t i m i d a d d e l poeta c o n M i c a e l a

nos permite co locar c o n c ierta a m p l i t u d l a aparición de tantos hijos,

f ruto de aquellos amores. Se h a c onv e nid o en q u e l a h e r m osa tardó

bastante en entregarse y a u n se dice que p o r l o menos se resistió hasta

1600. E s t a esquivez inspiró numerosos versos d ir ig idos a n o m b r e de

C e l i a y a veces de L u c i n d a . N o se h a reparado en el absurdo que resulta

de a c u m u l a r los nacimientos de los c i n c o hijos, q u e figuran en La Jeru-salén y en el d o c u m e n t o de tutoría de M i c a e l a , en los años c o m p r e n d i d o s

entre 1600 y 1603 i e c n a de l b a u t i s m o de Félix, el m e n o r de aquellos

niños. M u y f e c u n d a era M i c a e l a , pero no t a n t o 1 2 7 .

P a r a aprec iar en el t i e m p o l a producción l i t e r a r i a también favorece

esa ampliación de fechas que evi ta a m o n t o n a r tantas comedias fechables

entre 1599, supuesta aparición de M i c a e l a , y 1603, p r i m e r a l ista de El Peregrino; no p o r q u e L o p e no fuese capaz de escribirlas c o n t a l rapidez ,

s ino p o r q u e es extraño que se h a y a n conservado tantas obras probables

1 2 6 A partir de esta comedia no vuelve Amezúa en el "Análisis bibliográfico alfabético" a consignar la M en cuestión, a pesar de que sabemos por otros autógrafos que se encuentra en varias. Supongo que Gálvez, que no las copiaba por orden alfabético, no dejaría de anteponer la M a la firma donde la hubiese.

1 2 7 Conocemos las partidas de bautismo de Félix y de otros dos hijos de Micaela y Lope nacidos después: en 1603 Félix, en 1605 Marcela, en 1607 Lope.


de esos años, en contraste c o n l a escasez de las que se aceptan de los

años 1595, 96 y 97 .

L a i n t i m i d a d del Fénix c o n M i c a e l a podemos seguir la hasta 1607 ,

n a c i m i e n t o de L o p e Fél ix de V e g a y L u j a n , y p r o l o n g a r l a hasta 1608

en que, a l firmar l a c o m e d i a La batalla del honor, antepuso el a u t o r a

su firma l a M d e n u n c i a d o r a . A p a r t i r de esa fecha no volvemos a saber

de M i c a e l a ; u n o l v i d o eterno l a o c u l t a . N o acertamos a descubr ir en los

versos posteriores d e l poeta rastro de c ó m o a c a b ó t a n d i l a t a d o a m o r . E s

más, c u a n d o en obras tardías hace u n resumen de su v i d a , pasa de l e n l o

q u e c i m i e n t o p o r F i l i s y sus desengaños, a l a m o r t o r t u r a d o de d o ñ a M a r t a .

U n a expresión dolorosa creemos descubr ir en l a epístola de 1 6 2 o 1 2 8 ,

contestación a A m a r i l i s . E s t a poetisa p e r u a n a 1 2 9 había oído l e j a n a m e n t e

de C e l i a , a m a d a de L o p e , y a e l la a lude sabiendo que el poeta h a b í a

celebrado " e n persona de A n g é l i c a sus trenzas de oro, cejas y ojos b e l l o s " .

O t r a identificación m á s de C e l i a con L u c i n d a . L o p e , que era a l a sazón

sacerdote, se desentiende d i c i e n d o :

Ce l ias de solo el cielo m e entretienen, n o las temáis, que Cel ias de l a t i e r r a a ser infiernos de las a lmas v i e n e n 1 3 0 .

M a l recuerdo conserva de l a que d u r a n t e tanto t i e m p o había sido su ídolo .

1 2 8 L a fecha se confirma en la misma epístola: "Marcela con tres lustros ya me obliga a ofrecérsela a Dios".

1 2 9 L a existencia de esta poetisa huanuqueña no hay por qué ponerla en duda como hicieron Asen jo Barbieri; Rennert y Castro y J . Millé; la sinceridad de la epístola afirma su autenticidad. Los historiadores difieren en cuanto al apellido de la poetisa: M E N D I B U R U (Diccionario Historie o-biografíe o del Perú) la supone hermana de una doña Isabel Figueroa, casada ésta con un rico hacendado de Huánuco J . TORIBIO M E D I N A (Prólogo y notas a la ed. de Arauco Domado de Pedro de Oña, pág. 11) dice acaso sea hija del poeta peruano Francisco de Figueroa. M E N É N -DEZ P E L A Y O (Antología de poetas hispano-americanos, vol. I I I , pág. C L X I X ) elogia sobremanera la epístola y piensa que la autora, que se precia de ilustre abolengo, llevaría el apellido del capitán don Gómez de Alvarado, fundador de la ciudad de León de Huánuco. C. Oyuela abunda en la misma opinión. Sorprende que una mujer que habitaba a principios del siglo xvm en tan apartada región peruana, frontera de indios, tuviese noticia, no sólo de la obra del Fénix, sino de sus amores. Acaso la siguiente sugestión podrá explicar el caso. Fray Diego de Hojeda, sevillano, autor del poema religioso la Cristíada, fué amigo de Lope de Vega como lo atestiguan unas quintillas de éste que figuran en los preliminares de aquella obra. Hojeda desempeñó importantes cargos en el convento de dominicos de L i m a , pero luego fué perseguido por sus mismos compañeros de religión y enviado, a modo de destierro, al convento dominicano de Huánuco, donde según F. Melén-dez, cronista de la orden, "murió en 1615 con fama de santo, consumido de trabajos que sufrió con admirable paciencia". Seguramente que en tan apartada región trabaría amistad el desterrado con aquella aficionada a la poesía, consagrada a Dios en "virginal estado" pero no monja, y hablarían de escritores y del mayor poeta que había entonces en lengua española. No sabemos la fecha de la epístola de Amarilis, pero desde luego estaba atrasada en punto a amores de Lope.

1 3 0 OS, vol. 1, pág. 476.


E n l a c o m e d i a La cortesía de España de h . 1609 h a y i n c l u i d o u n c u

rioso soneto m u y signif icativo.

Q u i e n no sabe del b i e n del casamiento n o d i g a que en l a t i e r r a h a y g l o r i a a l g u n a , que l a m u j e r más n e c i a e i m p o r t u n a l a vence el b u e n estilo y t ra tamiento .

T r a s l a d a r a los brazos soñoliento u n h i jo en bendición desde l a c u n a es l a más r i c a y próspera f o r t u n a q u e puede descansar el pensamiento.

N e c e d a d es sembrar tierras ajenas: conoce el pa jar i l lo e l huevo extraño, y el a m a n t e e n g a ñ a d o el h i j o apenas.

Ó i g a m e a q u e l q u e se l l a m a r e a e n g a ñ o : los hombres hacen las mujeres buenas, y sólo p o r su c u l p a viene el d a ñ o 1 3 1 .

A p r i m e r a v ista este soneto aparece algo caótico, y sólo c o b r a u n i d a d

e n c u a d r a d o en u n m o m e n t o de reflexión en que e x p e r i m e n t a el poeta u n

c a m b i o en su sensibi l idad erótica. Destaquemos el segundo cuarteto en

e l que t r i u n f a u n a vez m á s su a m o r p a t e r n a l c u a n d o expresa t a n l l a n a

y h o n d a m e n t e el p lacer que le i n u n d a a l coger en sus brazos desde l a

c u n a a l niño apenas despierto. Observemos que c u i d a de decirnos que

es u n h i jo " e n bendic ión" , lo que nos p r u e b a que se trata de C a r l o s

Fél ix .

E l resto del soneto está d e d i c a d o a ensalzar el m a t r i m o n i o , el v ínculo

q u e hasta entonces había considerado u n yugo insoportable "cárce l de

l a l i b e r t a d y a b r e v i a t u r a de l a v i d a " 1 3 2 . E n La Jerusalén, que p o r r a r a

c a s u a l i d a d salía a l u z en aquellos días, h a b í a p r o c l a m a d o las excelencias

d e l a m o r l i b r e , de l a m o r f u r t i v o ; a h o r a le parece necedad sujeta a en

g a ñ o .

- — C o n o c e e l p a j a r i l l o el huevo extraño y el a m a n t e engañado el h i jo apenas.

¿ L e d i o m o t i v o M i c a e l a p a r a d u d a r que fuesen suyos todos los hijos

c u y a p a t e r n i d a d le atribuía en secreto, mientras que of ic ialmente eran

inscritos c o n el apel l ido de D i e g o D í a z , el m a r i d o legítimo? A q u e l l o s

"dulces p a j a r i l l o s " de que se a p a r t a b a c o n t a n t a p e n a a l a b a n d o n a r el

n i d o sevi l lano, celoso de que otro p u d i e r a dis frutar lo ¿es que n o acertaba

a d iscernir s i eran suyos? L o cierto es que t a m p o c o de ellos volvemos a

s a b e r 1 3 3 .

1 3 1 AcadN, vol. I V , pág. 338 a. 1 3 2 Epistolario, vol. I I I , pág. 5. 1 3 3 Guando Lope enviudó, y acaso ya muerta Micaela, se llevó a vivir con él

a los dos hijos últimamente nacidos: Marcela y Lope.


D e s a p a r e c i d a M i c a e l a , se opera en L o p e u n c a m b i o de v i d a que n o

h a n t e n i d o en c u e n t a sus biógrafos, m á s atentos a los escándalos que a

los hechos virtuosos; es el m o m e n t o de c o r d u r a en que vuelve los ojos a

su h o g a r legítimo y busca l a t r a n q u i l i d a d de conc ienc ia . E l soneto t rans

cr i to es u n a p r u e b a de ello, y o t r a más c l a r a , p o r estar exenta de t o d o

art i f ic io , nos l a p r o p o r c i o n a n las cartas a l D u q u e de Sessa durante ese

período. E n ellas aparece c o n m u c h a f recuencia el n o m b r e de d o ñ a

J u a n a " d e q u i e n y a l a vejez m e h a hecho g a l á n " dice en u n a c a r t a ;

l a pobre está s iempre achacosa; a su l a d o pasa él insufribles noches, p e r o

todo l o l l e v a con p a c i e n c i a a que le o b l i g a " s u m u c h a v i r t u d y b o n d a d " ,

y si t iene que acceder a a lgún c a p r i c h o , nos d i r á : " t o d o se lo sufro desde

que m e h a hecho p a d r e " . E l h i jo que había traído a l m u n d o fué el e n

canto del padre y fuerte lazo que d u r a n t e su c o r t a v i d a retuvo a l p o e t a

sujeto a l a v i d a f a m i l i a r . T a m b i é n a l D u q u e le cuenta u n a y otra vez

las gracias de G a r l i t o s . T o d a s esas i n t i m i d a d e s p r u e b a n cuáles eran las

preocupaciones fami l iares de L o p e , que seguramente interesaría m u y

poco a su señor, más atento a las procacidades que p a r a a n i m a r l e en sus

melancol ías de perversión insatisfecha le escribía el complaciente secre

t a r i o , dándole cínicos consejos en relación a los trapícheos de l D u q u e

c o n F l o r a s , Jac intas y otras mujeres de t o d a l a y a .

P e r o no hemos de seguir a L o p e , que p r o n t o vería deshecho su h o g a r

p o r m u e r t e de sus dos seres queridos , y cerramos el período C e l i a - L u

c i n d a 1 3 4 .

Q u e d a sentado que el deleite sensual de l a posesión de M i c a e l a se

pro longó en L o p e de los 31 años a los 4 6 , lo más g r a n a d o de su v i r i l i d a d .

N o h a b r á q u i e n le tache de inconstante : diez años le duró el regusto d e

E l e n a , q u i n c e l a p l e n i t u d gozosa de M i c a e l a , y luego dieciséis e l ensi

m i s m a m i e n t o y l a s o l i c i t u d h a c i a d o ñ a M a r t a 1 3 5 .

E l m a l estuvo en q u e c o n c u r r i e r a n para le lamente a estas pasiones siete

años de cariñosa unión, n u n c a r e n u n c i a d a , c o n doña Isabel , q u i n c e aten

d i e n d o c o n más o menos constancia a l a achacosa d o ñ a J u a n a y final

mente veintiún años de sacerdocio agi tado p o r remordimientos , desma

yos e ímpetus div inos . Y lo peor de todo p a r a su f a m a es que lo c o n t a b a

c laramente , s in celar n a d a 1 3 6 .

1 3 4 A ese período de asesamiento entre 1609-1612, pertenece una densa producción literaria con manifestaciones de arrepentimiento y mayor intensidad religiosa: Los cuatro soliloquios (1610), Los Pastores de Belén, especie de Arcadia vuelta a lo divino; y en el teatro El caballero del Sacramento, La bella Ester, La buena guarda y Cardenal de Belén.

1 3 5 Prescindo de otros amoríos de Lope, que serían muchos (tal catador era de deleites carnales), pero que no constituyeron verdadera pasión; así el amancebamiento con doña Antonia Tri l lo , el frenesí pasajero por Lucía de Salcedo y los ratos alegres que pasó con la generosa Jerónima de Burgos de la que nunca estuvo enamorado. Nada de esto trascendió a su obra literaria, y por lo tanto no nos interesa.

1 3 6 Y a decía Quevedo: "Locos son estos hombres que se confiesan a voces".


S i n e m b a r g o no h a y p o r q u é rasgarse las vestiduras, que n o es L o p e

de V e g a u n caso insólito, pues en todos los t iempos hay hombres m a l ave

nidos c o n l a m o n o g a m i a , y l a sociedad h a p e r d o n a d o (en el sexo fuerte,

se entiende) los "yerros p o r a m o r e s " 1 3 7 . C o m o en u n a ocasión escribió

M e n é n d e z P e l a y o : " a los poetas, seres leves y alados, n o h a y que pedirles

t a n t a cuenta de sus asuntos c o m o de sus versos". Así entreguémonos a l

p lacer de p a l a d e a r l a d u l z u r a c o n q u e nos regala L o p e a l conver t i r e n

maravi l losas poesías las apasionados m o m e n t o s de su v i d a .

E n c u a n t o a l h o m b r e , pensemos piadosamente que obtendría el per

dón de sus pecados, pues no le faltó en m u c h a s ocasiones sincero arre

p e n t i m i e n t o , y en los últimos años se entregó a l a peni tencia , sufrió c o n

resignación las penas que le c o n t u r b a r o n c o m o expiación de sus culpas,

y en m u c h a s ocasiones ungió los pies d e l R e d e n t o r c o n el bálsamo pre

cioso de sus versos sacros.

M A R Í A G O Y R I D E M E N É N D E Z P I D A L

Chamartín de la Rosa.

1 3 7 No es necesario aducir pruebas, que llenas están las historias de nombres de bastardos, hijos de católicos reyes, de ilustres príncipes de la Iglesia, de nobles y de varones de todas las clases sociales.

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