Isaias 53, servo sofredor

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ACEIT A-SE PERMUTA COM REVISTAS CONGÊNERES Os artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores. Ari Lange, Cláudio L. Flor, David Coles W .. Deomar Roos, Erní W. Seibert, Leonardo Neitzel, Paulo W. Buss, Raul Blum. Jarbas Hoffimann Deomar Roos, editor David Coles W. ANO 14 - No. 1 - 1999 ESCOLA SUPERIOR DE TEOLOGIA INSTITUTO CONCÓRDIA DE SÃO PAULO Caixa Postal 60754 Fone: (011) 5841-7652 05786-990 São Paulo, SP FonelFax: (011) 5841-7529 E-mail: [email protected] VOX CONCORDIANA - SUPLEMENTO TEOLÓGICO Congregação de Professores: Diagramação: Conselho Editorial: Revista teológica semestral publicada pela Congregação de Professores da Escola Superior de Teologia do Instituto Concórdia de São Paulo.

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Page 1: Isaias 53, servo sofredor

ACEIT A-SE PERMUTA COM REVISTAS CONGÊNERES

Os artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores.

Ari Lange, Cláudio L. Flor,David Coles W .. Deomar Roos,Erní W. Seibert, Leonardo Neitzel,Paulo W. Buss, Raul Blum.

Jarbas Hoffimann

Deomar Roos, editorDavid Coles W.

ANO 14 - No. 1 - 1999

ESCOLA SUPERIOR DE TEOLOGIAINSTITUTO CONCÓRDIA DE SÃO PAULOCaixa Postal 60754 Fone: (011) 5841-765205786-990 São Paulo, SP FonelFax: (011) 5841-7529

E-mail: [email protected]

VOX CONCORDIANA - SUPLEMENTO TEOLÓGICO

Congregação de Professores:

Diagramação:

Conselho Editorial:

Revista teológica semestral publicada pela Congregação de Professores daEscola Superior de Teologia do Instituto Concórdia de São Paulo.

Page 2: Isaias 53, servo sofredor

---------- 11__

I. Preliminares

ARTIGOS composto por um escri::~ "- - --

por ser anônimo, pass':"J "- : ~- ~o:

Segundo Isaías). Com B:;~~:_ ~ =.

1s 56-66 foi separado dc'_-_~ __:do retomo e restauração d: .bém desconhecido, recebe1J "-"-

Isaías). A influência de m,·.2::- ~

o seu tempo e fronteiras e s:: =::.::. ~

atuais. Com esta oposição abe=-:,,-2as desmarou nos meios acadé=-:~ : s

Tal mudança de posiç~_tação do servo de Iah\veh f1:

Theologie der Propheten. r:,,-

as denominou de 'Ebed-Ja ;"".;-_

classificação foi confinnad" ;: r =--]

de Isaías, de 1892. Anterior i ;-:=1

fonna), o comentário de Dd-__-r :: l

raturkritik.5 A partir de eF3-cussões isaianas. Muita ti nu. __ •

tentativa de definir a ideDtitl~ ': ~

contra a separação das pericc;:-:: ::.:influência de Duhm foi forte:; :veio a ser considerada come

do Antigo Testamento.

n~loé recente. Já oo tema do servo

A, História da Interpretação

tempos do Novo Testamento, se deparou com o mesmo quando, diante do

texto hebraico Is lhe foi perguIltado: "Peço-te que me expJiqllcs a

quelTI se refere o profeta. Fala de si rneS1TIOou de alguém outro?:l (lÓ.~t 8.34).

As respostas oferecidas a esta pergu ..'1ta são múltiplas e procedem dos

variados quadrantes teológicos.

Até a primeira metade do séc, XVIII A.D., pede-se falar de LLlTI rela~

tivo consenso nos meios cristãos quanto à identificação do servo de

1ahweh, particularmente aquele retratado em 1s 53. Até então, a interpreta-

ção messiânica tradicional era corrente entre os intérpretes do ÂJltigo Tes·

tamento e poucos nomes dissentiam desta Ínterpretação que então prevale-

cia.I Salvo casos isolados, a unidade do livro do profeta 1saías não era

seriamente questionada. Não se conh.ecia, até então, outros Isaías que não o

de. lerusalém do séc. ";;\[111a.C, Isto explica, elTI parte, a unidade cristã em

tornu da interpretação rrressiânica ortodOXéL

IJbderleh1 de Duhrn.

3 Corno conseqÜência de

-f Snaith. Serva}]!<

o seu cn...,

caDltul0

, ''-' .

tempos de: e:xJlio acrescentou

("'"'1.0.

a mudar carn Johailii

1775:; baseou~se no pressuposto qu.e o 11"\-'ro era

distintas. Ero 17887 rlllillâ. reserib.a bibliográfica,

rnesmo

os seus

l.Ilentário

lJ.,,-ulainaugural plo:Dcrida na EscoLRS\.\pierio\ de Teologia ern 24 de feverei!::; de 1999.

St{fJerÚ'lg ServanL. pp, 6-27. apreserlta urn. h.lstórico das interpretações judaica ecrisi'B desde o Al1tigo Testamento até o século dezoito da nossa era. Para um sum.áriü dahistória da interpretação do servo~ veja North, Servanl o,I lhe Lord, p. 293.

2 Schokel, Proíf:tas 1, p. 269.

-8-

Page 3: Isaias 53, servo sofredor

This 13

208)

- 9 -

fiftietl1,described in this passage i3

~;onto dt; rçff;rên~_'j{i q:__mnto ao isolamento dos c,ânticos do sen/o" na

fi DCl'cebcr a SJrlg'lh:,ri\:!a,:k destes pOer1l8s. Estas pedcopes já3nterlOTes é1DnhlTL A-.t)bra c1ás51ca Christologie des

~~i)::>quatro 1extns q:),{)vieram a serc:Jr~ticü§do servo i ~:}CÚÜ"lentar sobre 15 42.1 ~94 I-IerU2:stenberg a.firnla:

.) C01110 conseqÜência do surgirnento do Dêutero Isaías~ NOlth, SU.fJering Servant, p. 2~ afir-rna qile in1terpretação coletiva do serve: passou a ser aceita naquele século que separou1)6derleln de DUJ.l.lTI.

~ Sn8lth. Sen'{Vl!

composto por um escritor ao final do exílio babilônico (séc. VI a.C.) que,

por ser anônimo, passou a ser designado de Dêutero 1saías (literalmente,Segu.'1do Isaías). Com BenÜlard Duhm (1892), avançou-se mais um passo.

1s 56-66 foi separado do corpus profético e atribuído a um autor do período

do retomo e restauração do exílio babilônico (séc. V a.c.) que, por ser tam-bém desconhecido, recebeu a a1culma de Trito 1saías (literalmente, Terceiro

1saías). A influência de Doderlein e, principalmente, de Duhm transcendeu

o seu tempo e fronteiras e se faz presente nos estudos isaianos até os dias

atuais. Com esta oposição aberta à unidade do livro, a autoria ú-nica de 1saí-as desmorou nos meios acadêmicos criticos?

Tal mudança de posição teve conseqüências diretas sobre a interpre-

tação do servo de 1ahweh no livro de 1saías. Em 1875, Duhm publicou Die

Theologie der Propheten, na qual ele isolou quatro pericopes em 1s 40-55 eas denominou de 'Ebed-Jahve-Lieder (cânticos do servo de 1ahweh).4 Esta

classificação foi confirmada por Duhm no seu influente comentário ao livro

de 1saías, de 1892. Anterior à popularização da Forrngeschichte (crítica da

fonna), o comentário de Duhm aplicou a 1s 40-66 a então dominante Lite-

raturkritik. 5 A partir de então, os cânticos do servos firmaram-se nas dis-

cussões ísaianas. Muita tinta já se gastou neste tema, particularmente na

tentativa de definir a identificação do servo. Estudiosos têm argumentado

contra a separação das pericopes do corpus profético isaiano. No entanto, a

influência de DulL.'11foi forte e a existência dos quatro cânticos do servoveio a ser considerada como um dos firmes resultados do moderno estudo

do Antigo Testamento.

era

dc~s

Roas'

·:ristã em

Jue nao o

_~lIerpreta-Tes-

~= ~-nrela-

Page 4: Isaias 53, servo sofredor

B. Os Cânticos do Servo de Jalmeh

Os cânticos do sen'o de Iahweh consistem de unidades de texto do

livro de Isaías com identidade própria que reportam-se ao "servo der h -'" - .. f, D h_ • 1 . 1- 1 ' 49 1 6~a,-weh' l)ii7i' ,:;;;)'- uum ISO ou quatro poemas (:"L,-:+; . - ;

50.4-9; 52.13-53.12) que, no seu entender, nada têm a yer com o seu con-

texto atual, nem foram escritos pelo Dêutero Isaías. A pmiir daí discutiu-se

a respeito do númer07 e delimitação8 dos cânticos, sobre o autor dos mes-mo, sobre a relação com o contexto. sobre a identidade do servo. Sobre

nenhum deles chegou-se a acordo.

"Servo de Iahweh" (i1ii1' '1:Jli) é o título dado ao personagem cujochamado, missão, sofrimento, morte e exaltação são descritos nos cânticos

do servo. Às vezes, este é também designado de "servo sofredor", princi-

palmente em conexão com 1s 53. A expressão "servo de Iahweh"

(:1, jj' '1:J li.) não aparece no texto, porém Deus o chama "meu servo"(42,1; 49.3; 52.13; 53.11), e ele (o servo) fala de si mesmo como IIseu servo

(de lahweh)" (49.5). O termo '1.::J l1 ocorre 21 vezes emls 40-55, sempre nosingular (exceto 54.17) e em sentido honorífico (exceto 49.7). Destas, é

consenso que 14 ocorrências referem-se a Israel. As outras 7 oconências sedão nos cânticos do servo e nos versículos com eles relacionados (45.5-7;

50.10,11).9 Via de regra, o tenno h~braico ':"!;:j1) significa "servo, escravo"(NT, J No antigo Oriente Próximo (Israel incluso) os adoradores de

qualquer deus eram seus "servos". Numa aliança, i.::J li indicava o ladomais fraco em relação ao mais forte. Várias classes de povos e indivíduos

são :hamados "servos de 1ahweh" no Antigo Testamento: profetas, patriar-

6 A expressão "cântico(s)do servo de Ia..hweh" tomou-se termo técnico vinculado aos estu-dos isaianos.

7 A maioria dos teólogos concorda com os quatro cânticos propostos por Duhm, outrosidentificam cinco (os quatro propostos por Duhm mais 42.5-9) ou mesmo sete cânticos(42.1-4; 5-9; 49.1-6; 49.7; 8013; 5004-10; 53.1-12). Segundo SchOkel, Profetas 1, p. 277, aostextos sugeridos por Duhm, propõe-se acrescentar ainda os seguintes como cânticos doservo: 51.1-3; 4-6; 9-16; 61.1-4; 62,1-12; 63.7-14; 66.6-11.

8 Há divergência quanto à delimitação dos cânticos, Há os que defendem que o primeirocântico (42.1-4) vai até o v. 9, o segtmdo (49.1-6) termina no v. 13, e o terceiro (50.4-9)estende-se até o v. 11. Há também quem pense que o quarto cântico (52.13-53.12) inicia em53.1. Veja North, Servant ofthe Lord, p. 292, A maioria dos estudiosos limitam os cânticosaos "textos curtos".

9 Para um minucioso estudo sobre as ocorrências de 1::l1' em 1saías e, especialmente, em 1s

40-55, veja o artigo de Beecher, The Servant.

- 10-

• 10 •• "1 .cas, reIS.' Ate l'iabuce.n>< - ,

27.6; 43.10. No uso sec";L',,

(2Rs 22.12). Conclui-s~~. _" :-' -'1:J 11 é um título de grani:: ::-.-_

nipotenciário, ministro nu;:;', .:'" _,Portanto, o servo referido r.c: _

honra diante de Deus.

C. Interpretações do Servo d2 I

A indagação dirigida 3.:

profeta?") continua soando f'C ~

Seis interpretações têm sidc~:=-= _ -,

1. Interpretação mirei: ~ o __

escandinavos (Nyberg, EngL:_

(Gressrnarill, Gtmkel), Sugere~.;.-:-cânticos. O conceito do se!',: :_

cananeu Tamumz (de Ras-SI:.:

do mito de Tammuz, um de\.., _,.."

2. Interpretação autobic,;::a si mesmo, Portanto, o sen'c ,=~ _

3, Interpretação indi \pessoais delineados nos câmic;.:' _ ~

com um personagem históricc,dia histórico, 13 Duhm defendi?,

- ,g-'cupo ou naçao e o ser\'o e

n1e51110 COl11.un1 grupo sele:,-=·

:~~:;;:~:~;,~:~~;~~:;~~:!~diSCus~;,'201~202; I-iarrÍsoI1.1nfroducrfo_';,

{~~~:]:'tK:S;,2\~:!~i23.Lti.d.

13 p.~lista de ~l)gestão de ;'J{:7"i-:f-":

Face 0/ D!).

Page 5: Isaias 53, servo sofredor

- 11 -

10

uni rei ou Líder político (I'víoisés, Jó~Uzias, Eze-

7ul"obabeL, Sesbassar~ Ivlesulã~ Neenlias, Eleazar, até !neSnl0 Ciro),(!ou l11eSBlOunJ. contenlporâneo desconhecido de

T:)ê-llleroIs~d~lS.Para Gll2Jisee refutação de várias interpretações indivíduais~ veja Barrois,Face n(C77r/Sr pp, 28.

C. Interpretações do Servo de Iahweh

A indagação dirigi da ao evangelista Filipe (" ... a quem se refere o

profeta?") continua soando nos meios teológicos. Afinal, quem é o servo?

Seis interpretações têm sido oferecidas a esta pergunta.

1. Interpretação mitológica. Esta proposta está vinculada a teólogos

escandinavos (Nyberg, Engnell) bem como aos pais da Formgeschichte

(Gressmmm, Gtmkel). Sugere-se a presença de elementos mitológicos nos

cânticos. O conceito do serva tem elementos derivados da liturgia do deus

cananeu Tammuz (de Ras-Shan1l'a), Os cânticos são interpretados a partird .. ~- d . 11{o mIto de 1ammuz, um· eus que morre e ressuscIta, como o servo.

2. Interpretação autobiográfica. Nesta compreensão, o autor refere-se. p' ., . n A I' 12a SI mesmo. ortanLo, o servo sena o propno veutero salas.

3. Interpretação individual (também hi.stórica biográfica). Os traços

pessoais delineados nos cânticos levam comentaristas a i.dentificar o servo

com um personagem histórico. O autor refere-se a um indivíduo ou episó-,. h' " 13 n' d" d' ;l - ,mo 1!lstonco. LUl1m e1.en-Ia este mouo de mterpretação.

4. Interpretação coletiva ou cOl1Jorativa. Os poemas referem-se a umgrupo ou nação e o servo é identificado com a comm1Ídade de Israel ou

mesmo com um gl1JpO seleto em Israel (o remanescente). Por detrás desta

cas, reis.lO Até Nabuconosor é chamado "meu servo" (,.,::t lI) em Jr 25.9;27.6; 43.10. No uso secular, o "servo do rei" era um importante ministro

(2Rs 22.12). Conclui-se que no Antigo Testamento e no antigo oriente,

i::l JJ. é um título de grande honra e status, algo como "braço direito", ple-nipotenciário, ministro num governo. Ser servo de Iahweh é privilégio.

Portanto, o servo referido nos quatro cânticos é personagem da mais altahonra diante de Deus.

.- ::',O':ro

~-9)._ inicia em

oatnar-

___servo

servo"

u -. "::;)5

; 277,305

~5.5-7;

. :eu con-

_:: .• LlL1U-Se

Sobre

. ::;::1'0 cUJo

,dnticos

- . pnnCl-

~ IalT\vehH

__ - :,'::.JrêS de

:. o lado

'ji'.íduos

~ç: texto do

servo de

-~: .1.9.1-6;

Page 6: Isaias 53, servo sofredor

compreensão está o conceit{) de personalidade corporativa vigente entre ospovos do antigo Oriente Pró~.;imoincluindo Israel.

5. L-lterprelação mista.' -J Trata-se de uma combinação das interpreta-

ções individual ou coletiva. Entende-se que uma interpretação exclusiva-

mente indi\idual ou coletiva não esgota as potencialidades do servo. Ao

contrário. ambas simplifIcam o problema. Portanto, funde-se a compreen-

são: o ser;o é um personagem que, por sua vez, encaroa a comunidade deIsrael.

6. Interpretação messiânica (ou cristológica). Esta interpretação en-

tende que os poemas aponta.rn para Cristo, o messias de Israel. Cabe lem-

brar que os proponentes de outras leituras não negam, necessariamente, que

os cânticos acham a sua plena realização em Jesus. A sua dificuldade reside

na aplicação dos poemas direta e exclusivamente a Cristo.

Summa summarum, a interpretação mitológica não fez escola e a in-dh'idual (caracterizada pela falta de consenso quanto à identidade do servo)

não tem grande seguidores nos dias atuais. A interpretação coletiva tem

bom número de seguidores e prevalece no judaísm':l tradicional e na exege-

se crítica liberal. A leitura messiâníca é a única compatível com o Novo

Testamento. No entanto, como lembrado por Rummel, a leitura coletiva

não precisa ser necessariamente descartada.ls Se o conceito de personalida-

de coletiva vigia em Israel, se Cristo é Israel reduzido a mn só, e se Jesus

não apenas recapitulou mas consumou o destino de Israel, então Cristo

pode encarnar em si mesmo os ideais do povo de Deus eleito e perfeito. A

real e divina missão de Israel poderia estar concentrada nwna única pessoa,

a "'Olber,no messias que a encamou em sua vida e obra. Neste sentido, Israel

certamente tem uma missão para si mesmo e para as nações ao seu redor.

D. Os Cânticos do Servo na Tradição Litúrgica e nas Confissões Luteranas

o texto dos quatro cânticos se faz presente entre as perícopes seleci-

onadas para o alIO litúrgico. Os poemas do servo são lidos na celebração do

batismo de Jesus, no ciclo da Epifania, na semana santa,16 nu..'11domingo

!4 Para discussão, veja SchOkel, Profetas I, pp_ 278·279; Hummel, Word Becoming Flesh,

Pf' 223-224; Clifford, Second lsaiah, p. 499.1 Hummel, Word Becoming Flesh, pp. 223·224.

16 Do Domingo de Ramos à Festa da Páscoa, os cânticos do servo não são lidos apenas naQuinta-Feira da Semana Santa e no Sábado de Aleluia.

- 12 -

" ~

após Pentecoste e na (.c:::-"---=.:' u

mas do servo com sim:L:':':: :

santa) evidencia a li..Tll'13. ,~:': .:>~-:'nossos pais interpretaraL (.:-. ""vante notar que na Feste. ie S':' _:::

a dimensão missionária já 3.:-::;:-: "~

gentios"; v. 10 "extremidad:,:.; :~

ção concreta de proclamaçãc~ . .; ~_Dois cânticos do seDe :.;

mencionados nos seguintes d:< .__ =

logia (três vezes), nos Artig:s _. -de Concórdia (duas citaçõesfissões luteranas vinculam te i-=. : :- s:.

tificação pela fé. Desta forme ~ ~=

fissões luteranas adotam cl2Iê::-' ~-:

citações dos cânticos do sence

n. lsaias 42.1-4

A. Sumário da Perícope

A perícope introduz e 'eu

Deus e capacitado pelo Sê:;

conselho de Deus às nações d.: -"não desarlilnará. Realizará sue

B~C); 50.4-9: Ditavo (kl;',],in;mi\.) t: Quarta-Feira !U~Sen1anB S:?c:~:.=.

rnns (série anljal)~ 53.4-12: Sex~~~-tr8dic10nal)

Ulo-se!i.undn

! "p",-s ücon-ências são 2:~ seg,-,in.::-c

Page 7: Isaias 53, servo sofredor

~.igente entre os

".}~ das interpreta-

-: ":::J.çào exclusiva-: ' ~::s do servo. Ao

_ ~::-s:: a compreen-~ .::.:uumdade de

_::::rpretação en-'c >J.çl. Cabe lem-

. :' :': amente, que_ :-:.Údade reside

e a m-

do servo)"ê'Tlvatem

:: 'ia exege-~-' o Novo

coletiva

.:-malida-

_,~Jesus

--~à.o C.risto

;:'j feito. A

Israel

,eGar.

_' ';?ranas

. res seleci-

. ~.,~b;-ação do

..~" domingo

;ig Flesh,

: 2-penas na

após Pentecoste e na celebração de São Bamabé.17 A vinculação dos poe-

mas do servo com situações da vida de Jesus (com destaque para a semana

santa) evidencia a linha de interpretação adotada pela tradição litúrgic a: os

nossos pais interpretaram cristologicamente os cânticos do servo. É lele-

vante notar que na Festa de São Bél-rnabé,faz-se a leitura de 1s 42. Tal qual

a dimensão missionária já antecipada no texto isaiânico (v. 6: "luz para os

gentios"; v. 10 "extremidades da terra"), a vinculação do servo a uma situa-

ção concreta de proclamação aos gentios em Antioquia é evidente,

Dois cânticos do servo (Is 49: uma menção; 1s 53: seis citações) são

mencionados nos seguintes documentos das confissões luteranas: na Apo-

logia (três vezes), nos Artigos de Esmalcalde (uma menção), e na Fónnula

de Concórdia (duas cítações).í8 Como é do seu feitio hermenêutico, as con-

fissões luteranas vLnculam todas estas citações a Cristo e à doutrina da jus-

tificação pela fé, Desta forma e à semelhança da tradição litÚrgica, as con-fissões luteranas adotam claramente uma leitura messiânica das poucas

citações dos cânticos do servo entre seus documentos.

n. lsaías 42.1-4

A. Sumário da Pericope

A perícope introduz o servo de Iahweh. Este foi eleito pelo próprio

Deus e capacitado pelo seu Espírito para trazer a verdadeira religião e o

conselho de Deus às nações do mundo, O servo trabalhará silenciosamente,

não desanimará. Realizará sua tarefa com suavidade com o que é vacilante,

17 f..v: ip.!tnr?~ ocr.rrpl11 n~-"Q ç;e;,c;-ni~1tpQ ne~.;:;?;p,::, T~d.~ 1=7' Bati<:=n1o de Nosoo "enll0r (se'rl'es__""_,-, .••.~•..• v •..;~'~A •• ,,~~~ •••• \,..,~ ••••••.•• ~ •• ,-, '_' ""'~''''''''''' •••••••• T_,", • k." , •. .# •••• ., ~ _ .••••• U \

anual e trienal A~B, C); 42.1=9: SeguIlda~FeiTa na Sell1ana Santa (série trienal A, B~ C);42.5-12: Festa de Sãü Barnabé B) C); 49.1-ó: segundo (série trienal C) e

após ::: na Sen18n.R Sfulta (série trienal P,-,

B~ C); 50.4-9: oitavo donlingo após anua})) DOluingo de RfuT}10S (série trienal1\..) e QLlarta-Feira na Serna.l1('; Santa (série triena! A.~B, C); 15 52.13-53,4: Domingo de Ra-triOS (série anual); 53.4-12: Sexta-Feira Santa anual); 13 52.13~15: Festa da Páscoa

tl'~dicional); 52.13-53, 12: Sexta-Feir~ Santa (série trienall\, B~ C); 53.10-12: vigési-Pentecüste trienal B).

18 !\"'''-'-'r.''r;:''''~~~~'~;;'--''<:\'"''''' ~.:. • Te" 'jf~<- .r;-""" ,-ç;'~:'_l_l d ...,,<'1-'\,,; .•••• 1 - - 'l'dn_~ OLv;~dlCI<-.,-, ;:}a:...; :;,~ ~eguJ.ntes. 1~ 4':f.V e _~j.5. !..1,.JllH-.l13. e "-"'I.h!..,••o!.dta, aec!.a!açao SO 1 a

(art. 5~ § 23~ ;;ua Lei tolo Evang(~nl0l\): 1553,5: de Esn1alcalde, segunda parte, art..; 5· Ts5:;.6: art. 20~ § Se ttD~~sBC;4S ()brasH; 1s 53.10: J\pologia, alt. 24, §§ 23 e

S5~ nDJ I\"fis~.f:,n: Is ~~~11: i\.pologia, art. 4, § íOL nDa Justificaçãoll•

- 13 -

Page 8: Isaias 53, servo sofredor

não quebrará o que é fraco, mas também não fraquejará. Nesta tarefa ele

persistirá até que seja realizada.

B. Considerações Exegéticas Selecionadas

lorder' re::rultLilg f1"Ü111(~-;_-.._~

julgamento) em C:ristc, ~ _-,- ". _~

evangelho da salvação E:- ~ - - - .-

G Emst UTn·ght· "Th~ T~c--• VV • Á.d\'" \.••••.:.~

relevante neste ponto* O textc·

mulgará a justiça aos gentios.

beleçajustiça na terra", v. 4;, ç ,-.-

terras do mar aguardarão", ". -,

dos povos" e "luz dos gentic,s·

escolhido por Deus para o bes _~gam para muito além do OrieL:~C:"é

das têm implicações univers2.~:

belecer justiça e proclamar a

de longe. No contexto histÓr:c- -:falar de missão no seu sentidc.ô-=--=-;;

cântico claramente enfatiza c_-=-

that i8, God's reacTh'1g ,L;.-:.nre 10st ,,20 pn~alelo a ,,:-"i~al. 1 .. ét1. .i _~_: .• ,

mente, i1i in é traduzido (~=- 7

Pentateuco. No entanto, a n.::: ~-'::

trurr, ensinar". No contexto ' ..' _.

sentido a..lJ.lplo:o conselho d", ;:::~_:..,..,.;'"~ ;r ••.•..•..•-.-. .__" ) i"~ slgnulca lnsuuçau. "'"nações aguardam que a insTT..~': _ .:.cla.lnados. Desta forma, os kc:::::-

servo de Iahweh.

4. A perg •...mta "quem s,~:

o·.

.•. ' ~.~;:sl1l3.iS ;:1Lstantes

servo.

1. A primeira observação situa-se na área da crítica textuaL A incer-

teza quanto à identidade do servo já se reflete desde cedo na transmissão do

texto hebraico. É preciso estabelecê-Ia antes de interpretá-Ia. Dois manus-

critos do Targum aramaico de Isaías vertem o início do v. 1 como segue:

~n'iii~ -i::l.lJ ~i1 ("eis o meu servo, o messias"). A interpretação messiâ-

nica judaica aí está explícita. Por sua vez, a Septuaginta (LXX) interpola

"Jacó" e "Israel" no texto: IaKw~ Ó nalç floU ... 'Iopa'll o EXÀEK1ÓÇ floU

... ("Jacó, o meu servo; ... Israel, o meu eleito"). Desta forma, a LXX sugere

a interpretação coletiva: Israel é o servo. No entanto, ambas as leituras ca-recem de evidências nas outras versões antigas. Particulannente o manus-

crito de Isaías de Qumran e a Vulgata, entre outros, dão sólido apoio ao

texto massorético que nos foi transmitido.

2. As expressões ''''~f1 ("meu servo") e 'l'n:::l ("meu eleito, escolhi-do") merecem atenção. Primeiro, deve-se notar que ambos os termos estão

em paralelismo. São, no mínimo, muito próximos, talvez até meio sinôni-

mos. Segundo, ambos introduzem alguns ·atributos do objeto ao qual se

referem. Já vimos que i ~Jl. se refere ao agente, ministro plenipotenciário

de Deus. O tem10 ..,m ~ ("eleito, escorbJdo") é usado no singular referindo-se a Moisés e a Davi (SI 106.23; 89.4). A..'l1bossão personagens proemi-

neJ!tes na história de Israel e exerceram importantes tarefas que lhe foram

confiadas por Deus. Assim sendo, ° servo de Iahweh é aquele personagem

de alto status perante Deus que tem uma importante tarefa a C1.1111prrr--

tarefa esta que lhe foi confiada pelo próprio Deus.

3. O fato da expressão ~~iU~ ~'~i' ser usada duas vezes (vv. 1, 3)junto com D~~~ EJ'trJ:(v. 4) neste cântico, indica que aqui se acha a idéia

central da pencope. Via de regra, ~~~~ é uma decisão legal, ll,'TI julga-mento ou justiça, pronunciado por um ~El rD ("juiz"). Há sempre o perigode se entender tanto "julgamento" como "justiça" no seu sentido derrogató-

rio, legalista. Também se pode entender ~~t!i/:j como "religião" (em 1s 42.1-4, por exemplo). No entanto, é preciso enfatizar que no contexto da aliança

~~i9~é um termo evangélico e indica salvação. A tarefa do servo é aqui

descrita como "promulgar a justiça" (~~tli/:j), isto é, "the total redemptive

- 14 -

~

Page 9: Isaias 53, servo sofredor

19U.w'f1 1 '! T.l;T, dBp" "·noFlp I ";10J....;.u.~~lILel, " ,)r ~I..Ond..o ~ ~~S 1, p. .:...10.

20 \Vright; Isaiah, p. 105.21 -'-"', ' " d' 1 d d" R orJ.0;': e um termo gc-nencopara terras lstantes ao ongo a costa me lterranea. erere-seàs 1118.13 distantes l'eQ.I5es(40.15; 41.1); elYi última análise~ ao mundo.

, "', ,. 1:'u r<;ll' d "., 19 r. ," '1"'"aruer resUitmg ITom vOU S JU gesmp'. j::',mUltIma anallse, e a Justlça (ou

julgamento) em Cristo que é proclamado pelo servo- ou seja, o próprio

evangelho da salvação. Este penSfui1ento é expresso da seguinte fomu por

G. Emst Wright "The term JU'>tice,' used in synonimous paralelism \vith

'law' in verse 4, is in Second Isaiah identical vviu.~the righteousness of God;

lhat is, God's reaching dO\'1rn in hu..'1um affairs in order to save those who• ,,20 P . 1 " "4 N .are 10st. aralew a ~~i9{j, encontramos o termo li') in no v .. 'ormal-

mente, li) in é traduzido como "lei", indicando sua vinculação com o

Pentateuco. No entanto, a raiz verbal de li'i in é li'i ~ que sigm'fica "ins-T , ,

tmir, ensinar". No contexto da aliança, iíl in se refere ao evangelho no seu

sentido amplo: o conselho de Deus a ser proclamado aos gentios. Portanto,

lil in signiílca "instrução, ensino" e é neste sentido amplo aqui usado. As

nações aguardam que a instrução, a revelação, o evangelho lhes sejfuli pro-

clamados. Desta forma, os termos ~:.:itli{j e j! i in delimitam a tarefa doT ~ • 'f

servo de Iahweh.

4. A pergw"1ta "quem são os benefidários da atividade do senro?" é• O"" ..••• "~("'relevante neste ponto. texto anrma que o servo ~~~i' C~i~!~~+~,'pro-

mulgará a justiça aos gentios", v, 1), ~~qJ{j r}~~bl~W:-""q;("até que esta-

beleçajustiça na terra", v. 4), e ,S'D:' C9'~ irl)iil7' ("e por sua instrução as

tenas do mar aguardarão", v, 4)?1 No v. 6 o servo é posto como "aliança

dos povos" e "luz dos gentios" (c'i~ i1K' E:l~i1~i~'). Embora o servo seja

escolhido por Deus para o bem de Israel, os beneficios da sua ação se alar-

gam para muito além do Oriente Próximo. As expressões acima menciona-

das têm implicações universais e missionárias. A tarefa do servo de esta-

belecer justiça e proclamar a instrução de Deus visa atingir os de perto e os

de longe. No contexto histórico do Antigo Testamento, ainda é cedo para se

falar de missão no seu sentido agressivo a partir do Pentecoste. Porém este

cântico claramente enfatiza que os gentios são o objetivo da atividade doseriO.

- 15 -

e C< pengo

.bTogató-eili 1s 42.1-

- - da aliança

°O'r"\"o é aqui

:'edemptive

~.o_nagem

se

._:' .:·Tellciário

.:: ::feri..'1do-

-cite. escolhi-'

:-::,1l08 estao

sinôni-

apOiO ao

i, 3)- :_'~:1:1 idéia

'-'1'1 julga-

-;=-'_' proeml-" !he toram

.::mo segue:- - -~ ,.:,;ão messiâ-

interpola

.Ei-crÓÇ floU. r ,-v -._ .-.~. '-' '- sugel e:..s leituras ca-

Page 10: Isaias 53, servo sofredor

c. o Servo de lahweh no Primeirr) CÔmico

Mt 3.17; Mc 1,11 e Lc 3.22 citam ls 42.1 ao descreverem o batismod J n d" A' 'J J j' 22e esus. u seITa, o pnmerro cantIco e esus, segunuo os evange lstas.

Portanto, Cristo é considerado como o cumprimento e encamação do per-

sonagerr. principal deste primeiro poema. Como ungido de Deus, é sua

tarefa estabelecer e proclamar, de forma tranqüila e adequada à criaturahmnana. o conselho de Deus e o evangelho salvador aos gentios de tenas

longínquas.

llI. lsaías 49.1-6

A. Sumário da Perícope

Neste poema o servo fala como indivíduo num aparente solilóquio.

Ele apresenta-se aos povos distantes como alguém chamado por Iahweh

desde o nascimento e mantido em prontidão para a sua missão. Ele foi

chamado como um profeta (vv, 1, 5)?3 O v. 3 refere-se a Israel como o

servo em quem Iahweh será glorificado. O servo lamenta o seu trabalho

vão, porém a sua força está com Deus. Não é suficiente que ele seja servo

para Israel apenas. Ele deverá ser luz para as nações para que a salvação de

Iahweh atinja os confins da tena. Os vv. 5-6 indicam a sua dupla tarefa:

primeiro, converter e manter Israel unido a Deus; segundo, ser luz dos gen-tios para levar-Ihes a salvação de Deus.

B. Considerações Exegéticas Selecionadas

1. E preciso notar a mudança do sujeito. No primeiro cântico, falou-

se sobre o servo. Agora o próprio servo é o sujeito e é ele mesmo que :fa1a, . - 1 ( 1\ A d' - ~ ... 'c 'ea sua sltuaçáo pessoa._ v. }. ;.ntes, a escnçao J01 D1ogranca, agora eauto-biográfica.

2. O v. 2 af1,,'illaque a boca do servo é uma ;"1';10 :Jj11 ("espada af1a-

da/cortante") e i'i~ fn. ("flecha aguçadaJafiada"). Ou seja, a palavra doservo é espada e flecha. Em ambos os casos, há a menção de armas agressi-

22 Veja também a alusão a 1s 42.1 no episódio da transfiguração de Jesus (Mt 17.5; Lc 9.35).

23 Veja o paralelo no chamado de Jeremias (Jr 1).

- 16 -

_.~

----------~I!!!!!!!- •..•_._.

'Ias, cortantes, penetrarn-: o c;; :--: ~ ,,-::':::

arma para perto (Israel'. ô':-.:. ,_. _

pessoas distantes (gentic~Primeiro, se em 1s 42 flcc'.:

e adequada aos seus ou-..ic:: .. 'atuação. A sua palavra e: o c;; .

que com ele são confroma:: .,

cácia da sua palavra. SegLL::i:

como espada e flecha, A figuL

údo da sua verbalização que f"C:;--o conselho de Deus, o ÀÓYo~.'="-

ele não só verbaliza o ÂÓYc~.:.~:,1.14), a mente e aconselhe d:;- .:.:."

Jesus, então o oficio profético:i:: . -,

3. O lamento do servo '1'.:':::-'

rejeição por parte de muitos.--

servo pelos que não acolhem c > .=primeiros beneficiários são o'.: ~_.entanto, o lamento e o sofrime:c:'

ta-se em confiança para Deus. P

verdade, diante de 1ahweh.

servo que está diante de Deus ~

conetamente entendida - que c;;S~"

julgrle. Paralelo a L::i~tU/j \em - =: _ ;:

como fluta ou recompensa ds o ... ' _

O flUto e recompensa da ati\i:i~ .

Deus. E dos céus que virá a:-'·diante do filho de Deus SU2",c

possível, passe de mim este '__

sÜn~como tu queres! li (rv1t 26._-:='

4, S~ faz necessário urn

e cOlnpreensão de urna

para unir/reunir/jlultar Israel

negaç.ão ~., ("não"), Enl re'~~-~veTam o ~., (ke tio) t81, .I~-

Page 11: Isaias 53, servo sofredor

_. c:m o batismo

::; jngelistas.22

u.,~ào do per-Deus. é sua..? a cnatura

~-::·.·_k'S de terras

.. :~:'"solilóquio.Dor lahweh

::~jo. Ele foi:'::-:e] como o'

::'1"': trabalho

'''=1a servode

tarefa:

::08 gen-

faloü~

:]ue fala

agora é

afia-

ê,alavra do

. - c. Lc 9.35).

vas, cortantes, penetrantes e eficazes no duelo com o oponente. A espada é

arma para perto (Israel), enquanto a flecha é anna para longe, para atingir

pessoas distantes (gentios). Isto nos conduz a duas conclusões ilnportantes.

PrLmeiro, se em 1s 42 ficou estabelecido que o servo agirá de forma mansae adequada aos seus ouvintes, aqui fica evidente o poder e a eficácia da sua

atuação. A sua palavra e o seu agir são penetrantes e produzem efeito nos

que com ele são confrontados. O que está aqui afirmado é o poder e a efi-

cácia da sua palavra, SeglLndo, é a boca (:I ~ ) do servo que é caracterizadacomo espada e flecha. A figura é óbvia. Trata-se do seu discurso, do conte-

údo da sua verbalização que penetra e atinge. O servo verbalizará a :il;ri ,o conselho de Deus, o Àóyoç. Em SlL'TIa,na perspectiva do apóstolo João,ele não só verbaliza O Àóyoç, mas é em si mesmo o Àóyoç de Deus (Jo1.14), a mente e o conselho de Iahweh feito carne. Portanto, se o sel~VOé

Jesus, então o oficio profético de Cristo é aqui descrito.

3. O lamento do servo quanto à sua atividade (v. 4) já antecipa a sua

rejeição por parte de muitos.24 Este lamento demonstra o sofrimento do

servo pelos que não acolhem o que ele virá a fazer em seu beneficio. Os

primeiros beneficiários são os do seu próprio povo, depois os gentios. Noentanto, o lamento e o sofrimento não são a atitude final do servo. Ele vol-

ta-se em confiança para Deus. Pois o seu caso e a sua recompensa estão, na

verdade, diante de 1ahweh. Reaparece o tenno t:J~\Vi.d. Agora é o t:J9\Vi.d doservo que está diante de Deus. Trata-se da direito, da causa, da justiça - se

corretamente entendida - que estão diante do próprio Deus para que ele os

julgue. Paralelo a ~5:llLi~ vem jj' ~5:l . :I, 'J) ~ é aquilo que alguém ganh.aT . T "•• T •. _ .

como fruto ou recompensa da sua atividade ou trabalho. O sentido é claro.

O fruto e recompensa da atividade do servo são grandiosos e estão com

Deus. E dos céus que virá a exaltação. Esta cena nos leva ao Getsêmani,

diante do filho de Deus suando gotas de sangue e orando: "Meu Pai, se

possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e"sim, como tu queres!" (lv1t26.39).

4. S~ faz necessário u.m COll1entário critico textual para a clarificação-, , '1 -bl. J •••. !., I . (.,e corn,preensao oe urna Clausu a no ~./.)l u, anue se lé: ~çj~:.~ / .,~~t.p:l" e

para unir/reunir/juntar Israel a ele"). O termo em questão é o advérbio de

negação ~.~ "não"). Eln respeito ao texto sagrado, os massoretas transcre-

veram o~' ketib) tal qual receberam, porém à margem grafaram a leitura

24 Este tema será desenvolvido detalhadamente no último cântico.

- J 7 -

Page 12: Isaias 53, servo sofredor

(qere') que lhes parecia ser a mais correta: iS ("a ele"). Dentre as versões

antigas mais importantes, apenas a Vulgata aceita o ketib: et Israhel non

congregabitur ("e Israel não será reunido"). A fonna iS (qere') é apoiada

pela LXX, Targum e Qumran, além de ter aceitação praticamente universal

entre os comentaristas. A confusão de i? com ~6é freqüente entre os co-pistas.

5. O v. 6 alarga, de forma explícita, a tarefa do servo. É claramente

dito (e isto é o elemento novo em comparação com o primeiro cântico) quea tarefa do servo é restaurar a sorte dos seus patrícios. Porém o seu trabalhonão se esgota aí. Ao contrário, o alcance da tarefa do servo é estendido. O

servo é posto como "luz para as/dos gentios" (I:I'i~'i~). A luz ('iK)estáem oposição às trevas. Onde não há luz, não há vida. Ali reina o caos e a

morte. Apesar de não ser o caso em todas as situações, o substantivo bl'i~,

via de regra, é um termo genérico que refere-se às nações ou povos emgeral que não Israel (como é o caso neste texto). Neste caso, e no contexto

dos cânticos do servo, ser "luz dos gentios" significa tomar-lhes disponívele acessível a :ij in (instrução, evangelho) de Iahweh (42.4). O cântico

também afirma que o servo é luz dos gentios "para seres a minha salvação

até os cantos da terra" (n~i):1:'>i'-i-lJ'n~'i!J' ni':1 S). O verbo ni':i?(:1: iJ ' infinitivo construto) indica propósito e o substantivo :1~'i!J'significa

"salvação, libertação". Pieper defende que, neste texto, a fonna 'n~ni!J~("minha salvação") "is an abstract designation of a person, a more emphatic

equivalent of 'My Saviour,.,,25 O que já foi dito em 42.4,6 é aqui repetido ereafmnado. Ou seja, a atividade do servo vai além de tendências naciona-

li::tas e tem escopo universal, alcançando todas as nações. O elemento mis-

sionário à moda do Antigo Testamento está presente neste texto.

c O Servo de lahweh no Segundo Cântico

o conceito de servo de 1ahweh avança neste segundo poema. A apre-sentação do personagem é mais pessoal, autobiográfica. Fala-se do seu

nascimento, da sua mãe, do seu nome. Em complemento ao servo compre-

ensivo e paciente de 1s 42, aqui a eficácia do seu oficio profético recebe

grande ênfase. A sua palavra, a sua instrução são armas agressivas e pene-

trantes que atingem a profundeza do coração. No entanto, tal oficio pode

25 Pieper, Isaiah Il, p. 358.

- 18 -

ser rejeitado. O senc Çm~seu caso e da sua reco",[·::-'

servo são claramente __... ,. _

alcance da sua tarefa chç-L:

salvação de Deus.

v. Isaias 50.4-9

A. Sumário da Pericope

O servo, descreve Sc;;L

acorda man..l-Iãapós marh~ã ;:-..-_~c.

Ele não foi rebelde aos seus :':-:__

dem e o envergonham. Ao c': c: _-.:o ajuda e vingará a sua causa. >.- ;;terceiro cântico en.fatiza a fia:-:.:: _c::-

de sofrimento sob as mais aic,:,'-

sofrimento ainda não é tào ê:':-

vem no Último cântico?6

B. Considerações Exegétícas (".

1. Cabe notar que o tem'_:

que, de certa forma, é inesp::-r: __discurso autobiográfico, Em ::.:--

2. Este cântico aprese:'::, _do ainda rios é desconheçÍ(L,

comprovada pelo manuscri::

OCOITeapenas nesta passage'·'·

hapCL\ legoJ11enon. p.!"paren:::-_

11 1 lJ traduzido por Fi suster. :.._~

dicionaristas de que este é c:: -

a dificuldade~ os estudjosc~

"""-'-'Pieper. isola/; ir. p. ~f~·~;.. ~_

~)~rLln/ p. 146~denr}! -~;l>i(:'~:çK.BL ,p_ 804~ PI'L<

Page 13: Isaias 53, servo sofredor

" a.s versões

!srahel non

, c' ') é apoiada::':lte universal

.~ entre os co-

E claramente

u ~ .::' càntico) que: seu trabalho

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..E ('i~) está..~L:o caos e a

- ,:antivo O';),

.u povos em~ riO contexto

.. ê: disponívelO cântico

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...:' !Ii'i1?- • ';.' significa

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... :: emphatic

__.":: ,,"petido e. ,- _:::.snaClOna-

,. ::'ílento mis-

- ::-::::.A apre-:.-se do seu

~:-"o compre-:'~:ico recebe

'as e pene-

_. ,:,fício pode

-------------- .. ------- ..---------.

ser rejeitado. O servo então sofre, porém deixa que Iahweh tome conta do

seu caso e da sua recompensa. Finalmente, os benetlciários da atividade doservo são claramente delineados. Os de Israel são o primeiro alvo. Porém o •

alcance da sua tarefa chega aos gentios, às nações, a quem será trazida a

salvação de Deus.

V. Isaías 50.4-9

A, Sumário da Perícope

O servo, descreve seu contato diário com Deus e como Iahweh o

acorda manhã após manhã para ouvir e aprender como discípulos o fazem.Ele não foi rebelde aos seus ensinos. Ele não se escondeu dos que o agri-

dem e o envergonham. Ao contrário, pôs toda a sua confiança em Deus que

o ajuda e vingará a sua causa. Ninguém o convencerá de culpa algllilla. Oterceiro dntico enfatiza a fidelidade do servo à sua missão, apesar do gran-de sofrimento sob as mais diversas circunstâncias. A natureza vicária do

sofrimento ainda não é tão explícita, mas já antecipa e prepara para o quevem no último cântico.26

B. Considerações Exegéticas Selecionadas

1. Cabe notar que o termo'::l ~ ("servo") não ocone neste cântico, oque, de certa forma, é inesperado. Sem introdução, o poema inicia com um

discmso autobiográfico. Em outras palavras, o servo é quem fala.

2, Este cântico apresenta lh'1l caso típico de um temlO cujo significa-do ainda nos é desconhecido. Trata-se da forma n111? (v. 4) cuja leitura éT

comprovada pelo manuscrito de Qumran, A dificuldade é que esta forma

ocorre apenas nesta passagem em IOdo o Antigo Testamento, ou seja, é um

hapa.;'( legomenon. Aparentemente trata-se de infmitivo construta Qal de

nu! traduzido por "suster, alentar, ajudar", porém sem a convicção dos

diçionaristas de que este é de fato o seu significado.27 Para tentar solucionar

a diílculdade, os estudiosos voltam-se para as versões antigas. Muitos se-

Ln PiepeL Isuioh 11~p, 3XÓ, considera este cântico uni prelúdio 3 Is 53. f~orth, Sujlering

l.)'{:n'Uii!~ p. 146. denoD"'c\na este cântico COE10 o HGetsên1a.ni do Ser\·oil.

27 1(BL3 , p. 804, prefere colocar uni ponto de interrogação após o ternl0.

- 19 -

Page 14: Isaias 53, servo sofredor

do servo. () oráculo descr~~.

VI. Isaías 52.13~53.12

<::: •t..4 •.,..:.;

o inicio do

indica que~ neste caso,

séc. XIII) é nluito

A, S/ulnário ela Perlcope

os ímpios, O servo foi desfi:pecados de muitos, e 113.C i. :_-Após isto, ele recebe a :-"'.CO ~:- _ ",

o:; Hmuitos" admirados.

dados COil10 despojoo

palavra é eficaz, agora ésofrimento é novidade, Fics _

mas com grande confiança ::~ - :-os beneficiários de tão b1'.:-::'_ : __

último poema.

cedida de violência

53.11=12)" Deus fala no

A noção de sel\ci:: =.:.-

ma reforça o motif da

servo é alguém que, com

aprendeu de Deus ao necess:: i· :.

c. O Servo de latw,'eh ,,' ~~_

trará a sua inocência e v~·::-.nar este motifcom o qu:: ':: -:- = =

guem a LXX que a traduz por ElTIElV ("dizer,,).28 No entanto, os tradutores

da LXX pode também estar tentando fazer sentido de um termo que nãolhes era conhecido. Até aparecer melhor solução, ficamos com "suster,

ajudar" (com uma palavra) ou mesmo" dizer" para a forma verbal iiUi ~ ?9

3. A expressão t:l~·W~"1í~h("língua de eruditos", v. 4) aponta paraaquele é ensinado. O adjetivo im" I i~" ("iniciado, erudito") vem doverbo i~"("ensinar"). Em várias vers6~s de 1s 8.16 e 54.13 o mesmo- T

tenno é traduzido como "discípulos". Os vv. 4-5 também afirmam que os

ouvidos do servo estão abertos como discípulo para o que Deus tem para

lhe ensinar. Afirma-se, desta forma, a função profética do servo. Sua fun-

ção é dupla. Primeiro, ouvir da parte de Deus. Depois, verbalizar com sa-bedoria, com língua de iniciado, este conteúdo. No contexto dos cânticos,

trata-se da proclamação da justiça (~~ tlJ 1':J ) e do ensino (71 ~ ;11, evangelho)de Iahweh.

4. O mottf do sofrimento do ser/O é central neste cântico (vv. 6-7). O

texto deixa a impressão de que se trata de alguém aparentemente solitário e

abandonado que sofre dura e cruelmente. A hostilidade a ele dirigida éaberta e ele sofre uma brutal yiolência física. Ele é ferido nas costas e na

face, é cuspido e insultado. Tem a sua barba arrancada.30 O seu rosto é tal

qual t1J'1':J ~ r:! ("pederneira, calhau, seixo, lasca de pedra"), ou seja, é endu-recido para enfrentar as bofetadas como se não as sentisse e fosse insensí-

vel ao que se passava.3! A humilhação pela qual passa é simplesmente ver-gonhosa. Sem dúvida, os maltratos de Cristo na manhã da crucificação

estão aqui antecipados (Mt 26.67; 27.30; Io 18.22). Este tema é continuadoe desdobrado em 1s 53.

5. Como no poema anterior, a reação do servo é de resignação, obe-

diência, confiança em Deus e certeza que 1ahweh é o seu defensor (vv. 7-

9). No desempenho da sua missão ele aceita o sofrimento. Porém em meio

a este, a certeza do socorro do Senhor o torna mais forte que a dor. O per-manecer impassível diante da hostilidade podia, talvez, ser considerada

como confissão de culpa, o que daria razão ao adversário. No entanto, o

servo apresenta-se tranqüilo ao juízo humano na certeza que .Deus demons-

28 Como, por exemplo, a edição revista e atualizada da Bíblia da SBB.

29 Para discussão detalhada, veja North, Second Isaiah, p. 201; Watts, Isaiah 34-66, p. 195;Motyer, Isaiah, p. 399.

30 Na cultura do Oriente Próximo, a barba é simbolo de masculinidade. Veja Ne 13.25.

31 Veja motifsimilar em Ir 1.18 e Ez 3.8-9.

J3.Considerações

1 . É consensu :~:-2::::

dade poética, tal'vez e

- 20-

Page 15: Isaias 53, servo sofredor

a rtItura exaltação

servo que serIa pre-descreve ado servo. O

cedida de violência cllhnlllandü na 1110rte do servo e seu sepultamento corn

os ímpios. O servo foi desfigurado, desprezado e ferido por Deus. Foi pelos

pecados de muitos, e não do servo, que ele morreu e foi posto na sepultura.

i",PÓS isto, ele recebe a sua recompensa: os seus dias serão prolongados, e

os "n1uitos'l admirados, os tfrr1uÍtoslf ClljOS pecados ele carregOl.l-: 1l1e são

dados com,o despojo.

A noção de servo de lahweh progride neste terceiro cântico. O poe-

ma reforça o motifda função profética desenvolvida no cântico anterior. O

servo é alguém que, com habilidade de mestre, proclama aquilo que ouviu e

aprendeu de Deus ao necessitado deste conselho, Se antes foi dito que sua

1 ,,.. '+": rl ., , ••• '" ifdpa avra e encaz, agora e aúrmaüo que ela e sabIa e apropnada. v moti o

sofrimento é novidade. Fica clara a sensação de alguém solitário e sofrido,

mas com grande corilança em Deus. Ainda não estão explícitos o motivo eos beneficiários de tão bmtal sofrimento. Mas isto será desenvolvido no

último poema.

A. Sumário da Pericope

B. CC)1zsiderações :Sxegéticas /..)elecionaclas

o início do quarto poerna era 52.13 indo até o filIal do capítulo 53

indica que, neste caso~a divisão do texto en1 capítulos (que retrocede ao

séc. XIII) é 111Uitoirlfeliz. Não é sem razão qllê o quarto cântico COlll fre­

qüência é sirnplesmente denorninado de Isaias 53 .

Esta pericope c.0111eça e termina caru

1. E consensu que o quarto cântico é U111aunidade da lnais alta quali­

dade poética, talvez o ápice da literatura profética do l\..'1tigo Testamento.

c. O Servo de lahweh no Terceiro Cântico

trará a sua inocência e proverá a sua absolvição. É impossível não relacio-

nar este motifcom o que se passou com Cristo na Semfuia Santa.

é endu-

:., ente ver-

- sto é tal

. :-,c-itJcaçào::ntinuado

dirigida é

6-7). O5c,litário e

~~J,5.p.195;

~- .~-.::-: ,_'.':'.J.

,z.'11' com sa-

Y; cantIcos,

e\angelho)

aponta para,. ") d,:','[0 vem o

l3 o mesmo

': 5 tradutores

':-c'no que não,>Jffi "suster,

,_ '.. ~, ,."" L 29:-~_';.11, 1'!Jd ~ •

,,:T'clam que os

)::us tem para,::-0. Sua fun-

çntanto, oc _' ::.lS ciemons-

::-::çao, obe-

,~:'cc'c'r (vv. 7-.. '":::::111 meio

- c. ::':'1'. O per-

-.:TlSiderada

Page 16: Isaias 53, servo sofredor

Delitzsch afIrma que é como se Is 53 tivesse sido escrito sob a cruz do

GÓlgota.32Ao mesmo tempo, a perícope está permeada de termos raros e de

baixa ocorrência no A..'1tigoTestamento o que acaba desembocando num

bom número de dificuldades textuais e exegéticas. Isto talvez seja delibera-

ção consciente do autor.33 Afinal, o que aqui está sendo proclamado pelo

profeta é o magnum mysterium da igreja cristã!

2. A pencope começa e termina (52.13-15; 53.10-12) com a afirma-

ção do triunfo do servo. Ou seja, como HUllli'nel já observou,34 Is 53 não é

apenas uma profecia de um servo sofredor que está para morrer. Mas tam-

bém (e principalmente) de um personagem vitorioso e ressurreto. O triunfo

da Páscoa veio via sofrimentos da Sexta-Feira Santa. Isto não é apenas

mera seqüência histórica, mas cada tema é indispensável para o outro. Não

é possível considerar a humilhação e morte de Cristo separados da sua

exaltação. E vice-versa. Desta forma, ls 52.13-15 é uma miniatura de toda a

perícope (52.13-53.12).

3. O importante motifdo sofrimento vicário é enunciado nos vv. 4-6.

Os sufixos da primeira pessoa do plural ("nós, nosso") indicam a contribui-

ção da audiência. O v. 6 é central, pois articula a natureza vicária da tarefa

do servo: ",., Iahweh fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós ('J~;:' )1"

Portanto, o tema do sofrimento do servo iniciado no poema anterior, en-

contra aqui a sua justificativa. Afinal, por que um servo justo e eleito pelo

próprio Deus tem que passar por tal via crucis? É por causa de quê ou

quem? Eis a resposta: "'J ~::l! Todos nós!"T '.

4. Precisamos atentar para as cinco ocorrências do advérbio O':l "J

("muitos,,).35 Neste contexto, C':l"J significa não apenas literalmente

"muitos", mas, de fato, "todos". O termo C'::l 'J pertence ao vocabulário

técnico do sacrifício vicário.36 Isto responde à pergunta sobre os beneficiá-rios da tarefa do servo: C':;). "J , todos! Isto inclui os da comunidade de Israel

bem como as nações de terras distantes. Portanto o universalismo introdu-

32 Delitzsch, lsaiah, p. 303.

33 Hummel, Word Becoming Flesh, p. 222.

34 Hummel, Easter, p. 69.

35 As ocorrências são as seguintes: 52.14: "... como pasmaram muitos"; 52.15: "... muitas

nações"; 53.11: "... justificará a muitos"; 53.12: "... muitos como sua parte", "... levou opecado de muitos".

36 No sentido de "todos", C' ~ "} é usado em Dn 12.3 e também em Me 10.45 e Rm 5.19.

- 22-

-------~~..•_"" .. _ ..•.-

zido no primeiro cânticc ,wiversal.

c. O Servo de Iah1veh c

A noção de ser\c~e ,,~

já adiantado em 1s 50~texto errl Is 53.

•... ~ ..SOirrmen1:0 e

conStlução figrrra dr; ~--...final do texto. ConforTCl~' p~~-::-

rrimento do servo, mas "'~-:~,..

após a cruz vem a exaltaçs: '.

res, via de regra, entend:~n-:<'_::

10: " ... prolongará os seus di::::

desde o primeiro poema. o 2::·tarefa do servo é aqui reatlnn2._,

VII. O Servo de Iahweh

A. Construção da Noção de Sc~

o conceito de servo d;; 1_,

ticos. Ele é primeiro intred-'L_

Iahweh se compraz. A sua t2re~',

gar o ~~r4~ de Deus e arÜ}l1.~ ~:.: ~

Estes motijs são desdobrad~:, -

reafl1Tna a função proclârnJ.d;.~~·cha. E obra do servo trazer

disto, como antecipado em ,:-

trazer R salvação de .DeEs 2~=

do servo C01TIc;

maçAc:. () do

. -11101TCro., 11125 na;) por :;:':2 _

l'- J Pieper, IsniJh lI, p. 431.

Page 17: Isaias 53, servo sofredor

- --------=--~--~ ~

VII. O Servo de Iabweh

Isto e progresso na

a ê:nfase do terüa de 15 53 não está no so-

e111 favor de toda a

estabelecido - e esta 6 a .novidade deste cântico - que o

do servo con10 algt.lérn que telTI língua habilidosa para a procla-

(1 /7!otif do S(;Íí~Ü1H,;n.to do servo é então referido pela prl1neira "vez.

C-Olll o Úllirno poema, G tema do servo eheg;:: ao clinlax. O se:r\TO sofrerá e

37 Piepcr, Isaiah 11,p. 431.

O conceito de servo de Iahweh é edificado ao longo dos quatro cân-

ticos. Ele é primeiro introduzido como servo eleito de Deus em quem

Iahweh se compraz. A sua tarefa profética é claramente delineada: promul-

gar o ~~~~ de Deus e anunciar às temi:> longínquas a i1"J in de Iahweh.F t ;1'. - , 1,· , " . O d~s~es motl.;s sao aesaOürados nos cantlcos segumtes. segu.11.o poema

reafmna a fun.ç,ão proe-Ífunadora do ser,./o: a sua boca é como espada e fle-cha, É obra do servo trazer as tribos de Jacó de volta ao seu Deuso Além

disto, come, antecipado em 42.6, o s<;:1'voé posto como luz dos gentios paratrazer a salvaç.ão de· Dells até os confins da terra. 18 50 de1.ineia a tarefa

- 23 -

~ . d ... {' 1 •.•• 37 r .rflll1ento _o servo~ mas SIm no seu trllrnjO soare o SOIl1nlento. ,\)U seJa~

após a crllZ \/elYI a ex~altação do tÚ.111ulo 'vaziol Comentaristas con.servado-

res~ via de regra, entendem que a ressulTeição é no m.ínimo sugerida no v.

10: "... prolongará os seus dias!" (bl'~:Ti~~). Por fim, como estabelecidodesde o primeiro poema, o alcance universal da obra e dos benefícios da

tarefa do servo é aqui reafirmado .

final do texto. ConformeC011s1ruç-ão da figll.ra do sel"...·~/O,No

111.0rrc:46.,nla~ não por sua culpa. O seu sofri1nento é vicário ern favor de

texto erü 18 53.

sofrimento e

A. Construção da Noção de Servo de lahweh

zido no primeiro cântico é aqui reafmnado. O que o servo faz tem alcanceuniversal.

c. O Servo de lahweh no Quarto Cântico

A noção de sel~VO de Iah\veh attnge o seu ápice neste câ.ntico. COI110

já adiantado em Is 50~ o rJzofÍl do so:fdrnellto dernanda boa quantidade de

'. ~rblO bl':l i'iteralmente

:,cabulário

, ~beneficiá-

~:.iê' de Israel

.. rnuitas. levou o

: .0:;, a cruz do

~~-=JS raros e de

oo::J.::andonum

_= seja delibera-

.. lamado pelo

introdu-

: ç Rm 5.19.

:.'lll a afirma-

o:ore ls 53 não é

o. '-(;r oMas tam-

~c,., O triunfo

::ao é apenasc' outro. Não

:dos da sua

' .. Coeuade toda a

··'-~~~m46_-,-ll,)~Vv. - •

• . _:~: .:i contrlbm-

. "~ da tarefaI

:'T~:'2)!".,:::~'tlor, en-

_ :c' 'Oito pelo

je quê ou

" ••••• ---_ ••••••• IIIIM1i11l1.IIIlUt!illll"

Page 18: Isaias 53, servo sofredor

toda a humanidade. Porém mais importante que o seu sofrimento é a sua

exaltação. Ele passará pela morte, mas triunfará e prolongará os seus dias

na ressurreição.

Se é verdade que lemos o Antigo Testamento a partir do contextocanônico, então a centralidade cristológica (com os seus desdobramentos) e

o oficio profético do servo (aos de Israel e aos gentios) são os dois pilares

que slistentam a noção de servo de Iahweh nos poemas do livro de IsaÍas.

B. Interpretação do Novo Testamento

Os escritores do Novo Testamento estão convencidos que os cânticosdo servo profetizam Jesus. A opinião do Novo Testamento é que Jesus

considerava-se como o cumprimento das canções do servo, Ele é chamadode servo de Deus (o nalç aÚwD/aou) em At 3.13,26 e 4.27,30. 1842.1 é

menos aludido por ocasião do batismo de Jesus (Mt 3.17). A citação

de Jesus em I ..c 22.37, o texto de Filipe em ../\.t 8.32-355 e, certan1ente, a

afirmaçào de Pedro em At 3.13 fazem conexão direta de Jesus com a noção

expressa nos cântieos do servo de Iahvieh. Jesus entendia que o seu sofri-

mento foi profetizado (Mt 26.24,54,56; Mc 9.12; Le 18.31; 24.25-27,45).1\·1t8.17 relaciona o seu ministério de curas com 1s 53.4. 1s 42.1-4 é vincu-

lado ao seu ministério em Mt 12.15-21. A incredulidade dos judeus é expli-

cada com Is 53.1. Em Lc 24, o poema de 1s 53 certamente figurava entre as

"escrituras" às quais ele se referiu. Os "muitos" de Mc 10.45 é fortemente

reminescente de Is 53.38 Igualmente lPe 2.22,24 vincula 1s 53 com Cristo.SUi!!ma summarum, o Novo Testamento situa-se claramente na linha de

interpretação cristológica dos cânticos do servo de 1ahweh.

c. Os Cânticos do Servo de lahweh e a Missão

o tema missão no Antigo Testamento pode ser mn assunto cmnple-xo. Mesmo assim, Johamles Blaw identifica profecias "estritamente missi-

,." •• ] A' d 39 O 'onanas no pnmelro e segunao cantIcos o servo .. seu argumEnto e

sendo o servo chamado para revelar ~~tlÍ~ ao gentios (42.1), pi1ra ser luz

38 Para uma lista de citações, alusões Oli semelhanças de textos de Is 53 com o Novo T'5ts~

mento, veja SchokeI, Profetas /, pp. 344-345.

39 Blaw. Natureza Missionária, p. 31.

- 24-

das nações (42.6. 49 c

confins da terra (49.6 i. d' .'estas lU Icam que a . _. _.

verão a luz do Servo d~rnl«-COrnal'iJ JiJ"e' ,,41 Pc'rT'~-v ~_ u .•. ! .. ~Y. ""- _' '-_. __

em levar a mensagem C.cs -

É verdade que a ~.partlr do 'Pentecoste nàc: -,.__

toda a hU111anidade. f\±ln:iL

Hjustifica a muitos1', Se. ne-~-

para usufruir o benefícjc,~ln~-:~~__

ser avisados daquilo que c ,~

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40 Blaw, Natureza Missionária, p. 3] . ~- c_,

é chamado para revelar a justiça às :-.':'::modo que a salvação de Deus pOSS2 2-_ 0_-:::"

gens restantes do Dêutero-Isaías fi ,:'Ô:. -'-__ .

dido pela restauração de Israel. Ol: s-: "que estende a Israel, aqui o Sel~,C<.:",-- - c:'

4] Blaw. Natureza Missionária. D :.

42 Rl::::Uf' j70Jfitl/f'P7Q J'141'c,S/'oiJt/'ria ~.,~"'''''''''J'_.' __ '''~ .• -Y'l-

declar8ç:5es [42.2: 49.6] negélndc 2.

levada às terras do !uar~ que a agG2:iuinh2. sahrp~ç3.0 até. à e:~tTelnidad:: ,:'2 ~:-:._

a~:nações!! do Ser-.io de .T~véêIl-l J.? ~

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40 Blaw, Natureza Missionária, p. 31: "Nestas passagens declara-se claramente que o Servoé chamado para revelar a justiça às nações (42.1) e para ser luz às nações (42.6, 49.6), demodo que a salvação de Deus possa alcançar os confins da terra (49.6). Enquanto nas passa-gens restantes do Dêutero-IsaÍas é declarado apenas que o mundo das nações será surpreen-dido pela restauração de Israel, ou que estas são convocadas a louvar a Javé pela liberaçãoque estende a Israel, aqui o Servo chama diretamente as nações à salvação,"41 Blaw, Natureza Missionária, p, 39.

42 Blaw. Natureza jilissionária, p. 39: "Afinal de contas, estaremos fazendo violência a estasdeclarações [42.2; 49.6] negando a idéia mais óbvia nestes versos, de que a justiça serálevada às terras do mar, que a aguardam (42.4), e negando que a expressão "para seres anlinha salvação até à e:-ctremidade da terra" (em conexão direta com a designação "luz para,lt, I1:1ÇÕCS" do Sef'/v de .hvé em 49.6) implica também em levar a mensagem."

lIj-ustifica a muitos". Se; neste contexto~ HrrruitosH significa "todos" ~então 3

para usufruir o benefIcio intencionado por Deus, estes Hmuitos!t precisam

ser avisados daquilo que o ser"/o fez por e para eles .

toda a b.Ull1ar.Jdade . .4.~final, o ser"vo l!le\!(Yu sobre si o

das nações (42.6, 49.6) de tal forma que a salvação de Deus alcance os

confins da terra (49.6), isto caracteriza missão.40 Para ele, afirmações como

estas indicam que "a salvação há de a!can.çar o além-mar; que as n?ções

verão a luz do Servo de Javé, que os confins da terra são convocadl's a1 T' ,,41 13 -- -' -.' , ..•vo tal' para ..ave. ~ ortanto~ a reahzaçao destas proteclas lTI1pl1Catanl[:em

em levar a nlensagem aos povos distantes."E

E verdade que a evangelização agressiva tal qual a conhecemos a

partir do Pentecoste não era conlum no AJltigo 1~estanle11to. r~'oentanto; édifícil deixar de ver em textos como estes o interesse salvifico de Deus para

-:::,ntenlissi~

conIple-

1s 42.1 é

é q1Je Jesus.. _ chamado

c:' os cânticos

',J. é vincu-

do contexto

--,- -""mentos) e-·'~\~IU1CL v _ -

. dois pilaresIsaÍas.

citaçãoa

_.--:,a noçao~eu sofri-

::>- 25-27,45).

;:"c ,.:expli-- - :.:,~~.i'," entre as

-; ~ :urtementec: com Cristo.

_ ;ia linha de

- --;iento é a sua

- ; :.:2, os seus dias

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- 28-

REFLEXÕESSOBR~

E A I\IISS ..\O DE

Introdução

Prezados innãos Ç: lI"T:". ~: : ==

Esta aula que \011 C: .. ~-·

parte em um sennão QU;:: :: _ .• ::.. ,_

Unidos perante uma das e~-.;::-~~2

lho como missionário na '\'~~:__=-.:o:'

Escolhi este escrik ::..~

naquele sennão eu falei 'l"T. ;: ~ _.<

nezuela, para os membros:.:, .. :o:

familiarizados com os dessI;. c -

quanto estou apel}as chegar:'::'

experiência aqui no Brasil. r;::-o~

algumas impressões um pO'.lc I .:. ~

também ficarem mais familil-'zéé =.,

O segundo motn'o par::: ::C,'

piritual daquele sennão paree:: ,;::ano acadêmico. Meu tema na..::~::::.

cristão a seguir adiante apes.l' .::;s

não quero dizer que o começ: =._

obstáculo. Só estou pensard: '::.:0:

programa extenso de cince .l-. -: -:

pastoral fazendo a missão ée =-.~_;

pla..'1tandomissões ou igrejas i.. ' _.:o Evangelho ainda não é mu:'

dificuldades nesta peregrill3ç 2:. ~

lembrar que nosso Senhor ll:: ... _.dar alegria até nos mamem: 5 _. _e

sua carta aos Colossenses.

Aula inaugural proferida na E5C.; :. :::.: c":'