INSTRUMENTOS DE CORDA

Alade:

Durante o perodo barroco, o Alade conquistou grande popularidade como

instrumento solista, sendo agraciado por obras de grandes compositores da poca,

como Johann Sebastian Bach. Caracterizado pelo formato de pera e cravelha em

ngulo reto com o brao, o alade barroco uma evoluo do instrumento homnimo

do Renascimento, que passou de onze para treze cordas.

Guitarra Barroca:

Antepassado do violo moderno e sucessor das guitarras renascentistas, a guitarra

barroca possui nove cordas, divididas em quatro pares de cordas duplas e uma

individual. menor e mais leve que um violo moderno, e seus trastes, assim como as

cordas, so feitos de tripas. As tcnicas de rasgueado (vrias cordas com um s golpe)

e pontuado (cada nota isoladamente), definiram um estilo misto que resultaram no

som caracterstico da msica espanhola. Tem como grandes representantes Gaspar

Sanz e Francisco Corbetta.

Violino:

Este instrumento que conhecemos por violino barroco sofreu diversas modificaes,

a partir do sculo XIX, que conferiram ao instrumento maior gama de notas, maior

estabilidade de afinao e maior projeo e sustentao do som. Entretanto, todas

essas melhorias tambm significaram a perda significativa da riqueza de harmnicos.

Viola:

Apesar da aparncia semelhante do violino, a viola maior, possui som mais grave,

seu arco tambm maior e sua altura intermediria entre o violino e o violoncelo.

Entretanto, para toc-la, adota-se praticamente a mesma tcnica. A viola como

conhecemos hoje surgiu, possivelmente, da viola da gamba.

Viola da Gamba:

Dotada de seis ou sete cordas, com trastes, a viola da gamba tocada sustentada

entre as pernas do executante. O fundo plano, como o do violo. Apesar da

popularidade nas orquestras durante o perodo barroco, a viola da gamba logo caiu em

desuso pois, com o aumento das salas de concerto, foi exigido instrumentos com

amplido sonora maior, e a famlia do violino cobriu seu papel.

Tromba Marina:

Dotada de uma ou duas cordas, em formato triangular, a Tromba Marina foi

desenvolvida para substituir o trompete, que diziam ser caro e difcil fabricar, imitando

o timbre e o volume estridente. Toca-se utilizando um arco, mas o detalhe que seu

cavalete solto, fazendo-o vibrar e se chocar contra a madeira do instrumento.

INSTRUMENTOS DE SOPRO

Serpento:

Constitudo de um longo tubo sinuoso em formato de serpente, de onde vem seu

nome, o serpento um instrumento de sopro precursor da tuba. Normalmente,

possui seis orifcios, divididos em dois grupos de trs. Entretanto, como no h um

sistema de digitao definido, como em outros instrumentos de sopro, o

instrumentista precisa selecionar a altura desejada com os lbios . Inicialmente, foi

usado para fortalecer o som dos coros do cantocho.

Flauta-doce:

Ao contrrio de outros instrumentos de sopro feitos de bambu ou cana naturais, a

flauta-doce era torneada em madeira. Trata-se do mais antigo dos instrumentos da

famlia de tubo interno. Consiste em um tubo com buracos para sete dedos, e mais um

buraco para o polegar, que serve como abertura da oitava. Durante o perodo barroco,

foi mais utilizada como instrumento solo.

Traverso:

O traverso barroco uma flauta soprada lateralmente, com formato cnico, em que

seu dimetro torna-se mais estreito ao longo do instrumento, sendo maior na cabea

da flauta e menor no p. Diferente da flauta-doce, o traverso possui um orifcio a mais,

o qual permanece fechado por uma chave que, quando acionada, o abre.

Dulciana:

um instrumento de palheta dupla, geralmente construdo a partir de um nico

pedao de madeira, possui um furo cnico dobrado, e considerado ancestral do

fagote moderno. Foi muito utilizado nas msicas sagradas e seculares pela Europa e

Amrica, e por conta de sua flexibilidade, capaz de ser alto o suficiente para tocar em

bandas ao ar livre, calma o suficiente para tocar msica de cmara e expressiva o

suficiente para juntar-se ao coro.

Obo:

O obo barroco era feito de madeira, tocado com palheta dupla, e com uma

campnula no final do corpo cilndrico. Diferente dos obos atuais, o barroco no

possua chaves de metal. Como nos demais instrumentos de sopro, a execuo

depende do controle da presso do ar e da movimentao dos dedos sobre o corpo do

instrumento.

Clarinete:

Constitudo por um tubo cilndrico de madeira, com uma boquilha cnica de palheta

nica e chaves, o clarinete possui quatro registros: grave, mdio, agudo e superagudo.

INSTRUMENTO DE TECLAS

Cravo:

O cravo um instrumento de teclado que possui formato semelhante ao do piano de

cauda antigo, porm pode ser composto por um ou dois teclados. Menor e mais leve

que o piano, o cravo tambm diferente deste quanto ao toque: suas cordas so

tangidas, beliscadas, e no percutidas como no piano.

Clavicrdio:

Assim como o cravo, as notas do clavicrdio so beliscadas, e no percutidas. Sua

extenso tambm menor, pois possui apenas quatro oitavas. Historicamente, era

utilizado como um instrumento para estudo e auxlio de composio, pois no

produzia um som com volume suficiente para atuaes.

rgo:

tocado por meio de um ou mais manuais, pedaleira e teclas. Seu som produzido

pela passagem do vento (ar comprimido) atravs de tubos de metal e madeira. Eles

variam imensamente de tamanho, indo desde uma pequena caixa at enormes

estruturas de cinco andares. Encontram-se sobretudo nas Igrejas.

DESENVOLVIMENTO DA LUTERIA

Nesse perodo a instrumentao atinge sua primeira maturidade e grande

florescimento. Pela primeira vez surgem gneros musicais puramente instrumentais,

como a sute e o concerto. Nesta poca, surge tambm o virtuosismo, que explora ao

mximo o instrumento musical.

Johann Sebastian Bach e Dietrich Buxtehude foram os maiores virtuoses do rgo.

Jean Philipe Rameau, Domenico Scarlatti e Franois Couperin eram virtuoses do cravo.

Antonio Vivaldi e Arcangelo Corelli eram virtuoses no violino.

Em termos de importncia histrica, instrumentos como o alade e o violino so

associados ao desenvolvimento da luthieria. Os italianos denominam o alade, que

um instrumento de cordas da Era Medieval, de "liuto". Seria o liuto que se

transformou em liuteria. J os franceses denominam o alade de lut, que

posteriormente virou luthier e luthieri. No Brasil, so utilizados os termos: luthier,

luteria ou luthieria.

Luteria tem sua origem francesa referente "fabricante de alade", a qual se espalhou

pelo mundo. Esse termo d-se ao significado da construo e da manuteno de

instrumentos musicais.

Isso ocorre graas a uma evoluo no que diz respeito fabricao dos instrumentos.

o caso, por exemplo, do violino, principalmente a partir do final do sculo XVII quando

surge a mitolgica Escola de Cremona.

Nesta cidade italiana desenvolveu-se, no perodo, uma verdadeira indstria artesanal

de instrumentos de arcos, com nfase especial no violino. A primeira oficina dos

clebres Amati trouxe importantes mudanas ao instrumento, tornando-o no s mais

belo, mas, principalmente, alcanando um timbre mais forte e poderoso. Assim, o

cavalete do instrumento tornou-se mais alto, e o ponto ou espelho foi alongado;

passou-se a usar cordas mais longas e esticadas. Alm de Amati, pertenceu a escola de

Cremona o clebre Antonio Stradivarius (1644-1737), cujo sobrenome quase um

sinnimo de violino.

Stradivarius (Stradivari) fez um violino mais comprido, reforou o corpo e alargou os

ff (abertura de som), enriquecendo assim ainda mais o timbre. Alm dele

importante tambm destacar o nome do arteso Giuseppe Antonio Guarniere (1687-

1745).