INSTITUTO AGRONÔMICOlivros01.livrosgratis.com.br/cp085904.pdf · Ficha elaborada pela...
Transcript of INSTITUTO AGRONÔMICOlivros01.livrosgratis.com.br/cp085904.pdf · Ficha elaborada pela...
INSTITUTO AGRONÔMICO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL
AVALIAÇÃO DE CARACTERES AGRONÔMICOS DE GENÓTIPOS DE TRIGO DURO NO ESTADO DE SÃO
PAULO
ALLAN HENRIQUE DA SILVA
Orientador: Carlos Eduardo de Oliveira Camargo
Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Agricultura Tropical e Subtropical Área de Concentração em Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia
Campinas, SP Março 2009
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Ficha elaborada pela bibliotecária do Núcleo de Informação e Documentação do Instituto Agronômico S586a Silva, Allan Henrique Avaliação de caracteres agronômicos de genótipos de trigo duro no Estado de São Paulo. / Allan Henrique Silva. Campinas, 2009. 164 fls. Orientador: Carlos Eduardo de Oliveira Camargo Dissertação (Mestrado em Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia) - Instituto Agronômico 1. Triticum durum L. 2. Trigo duro - cultivares e linhagens 3. Trigo duro - componentes da produção 5. Trigo duro – tolerância ao alumínio. II. Camargo, Carlos Eduardo de Oliveira III. Título
CDD. 633.11
SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTOAGENCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA
DOS AGRONEGOCIOSINSTITUTO AGRONOMICO
P6s-Gradua\fiioAv. Barao de Itapura 1481 Caixa Postal 28
13001-970 Campinas, SP - Brasil(019) 3231-5422 ramal 194
••lAC••INSTITUTO AGRONbMICO
Titulo: Avaliac;rao de caracteres agron6mrcos <de gen6tipos de trigo duro n<oEstado de Sao Paulo
Area de Concentragao: Genetica, IIJlelhoramen1:o Veg(-lta~ e Biotecnologia
Orientador: Dr. Carlos Eduardlo de Oliveiw<:tCall1121i'go,
~
Sue II doi'santos FreitasVice - CoordenadoraP6s - Gradua~ao lAC
ii
Aos meus pais
Nicomedis e Lucimar,
DEDICO
Aos meus irmãos
Aline e Alisson e
demais familiares
OFEREÇO
iii
AGRADECIMENTOS
- Primeiramente a Deus, por ter me abençoado a conseguir realizar esse sonho.
- Ao pesquisador e orientador Dr. Carlos Eduardo de Oliveira Camargo, pela amizade,
contribuição, tanto pessoal como profissional, empenho e dedicação a sua profissão
sempre com grande entusiasmo.
- Aos pesquisadores científicos Dr. Antônio Wilson Penteado Ferreira Filho e Dr.
Benedito de Camargo Barros, pelas sugestões para engrandecer essa dissertação e pelas
contribuições para o desenvolvimento desse estudo.
- Aos Pesquisadores Edison Ulisses Ramos Júnior, Márcio Akira Ito e Paulo Boller
Gallo, pela colaboração na condução dos ensaios em campo.
- A Pós-Graduação do Instituto Agronômico e aos professores da área de concentração
em Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia da PG-IAC, pela oportunidade de
cursar o mestrado e pelos ensinamentos constantemente transmitidos.
- A Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pela concessão
de bolsa de estudo.
- Aos funcionários do Centro de Grãos e Fibras e dos Pólos Regionais de
Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Sudoeste, Nordeste Paulista e da
Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Tatuí, pelo bom relacionamento no período
de convívio.
- Aos meus pais Nicomedis e Lucimar, pessoas mais importantes que me espelhei para
conseguir forças para vencer essa etapa.
- Aos familiares, amigos e demais que contribuíram de forma direta ou indireta para
realização da dissertação, com conselhos que me ajudaram a seguir o caminho certo e
persistir no meu sonho.
iv
SUMÁRIO
ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................... v RESUMO ...................................................................................................................... xiv ABSTRACT .................................................................................................................. xvi 1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 1 2 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................... 3 2.1 Origem e Classificação do Trigo ................................................................................ 3 2.2 Melhoramento Genético Vegetal................................................................................ 4 2.3 Caracteres Agronômicos............................................................................................. 7 2.3.1 Produção de grãos.................................................................................................... 7 2.3.2 Altura das plantas .................................................................................................. 10 2.3.3 Acamamento.......................................................................................................... 12 2.3.4 Ciclo das plantas.................................................................................................... 13 2.3.5 Comprimento da espiga ......................................................................................... 16 2.3.6 Componentes da produção .................................................................................... 17 2.3.7 Comprimento do internódio da raque.................................................................... 20 2.4 Doenças .................................................................................................................... 21 2.4.1 Ferrugem-da-folha ................................................................................................. 21 2.4.2 Mancha-da-folha.................................................................................................... 23 2.4.3 Oídio ...................................................................................................................... 25 2.5 Tolerância ao Alumínio............................................................................................ 25 2.6 Interação de Genótipos x Ambientes........................................................................ 28 3 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................... 30 3.1 Experimentos no Campo .......................................................................................... 30 3.2 Experimentos no Laboratório ................................................................................... 37 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 39 4.1 Ensaio de Novas Linhagens I ................................................................................... 39 4.1.1 Ensaios de campo .................................................................................................. 39 4.1.2 Ensaios de laboratório ........................................................................................... 94 4.2 Ensaio de Novas Linhagens II .................................................................................. 97 4.2.1 Ensaios de campo .................................................................................................. 97 4.2.2 Ensaios de laboratório ......................................................................................... 150 5 CONCLUSÕES......................................................................................................... 152 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 155
v
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 Genealogia e origem dos genótipos avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”. ..................................................................................32
Tabela 2 Genealogia e origem dos genótipos avaliados no “Ensaio de
Novas Linhagens II”. ................................................................................33
Tabela 3 Resultados das análises do solo de Capão Bonito, onde foram instalados os “Ensaios de Novas Linhagens I e II”, nos anos de 2007 e 2008, em diferentes profundidades, expressas em cm...................34
Tabela 4 Resultados das análises do solo de Tatuí e Mococa, onde foram
instalados nos “Ensaios de Novas linhagens I e II”, nos anos de 2007 e 2008, na profundidade de 20 cm....................................................34
Tabela 5 Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008. .........................................................................................................40
Tabela 6 Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no período de 2005-08.....................................................................................................43
Tabela 7 Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................44
Tabela 8 Altura média das plantas dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ...........................................................................................................47
Tabela 9 Altura média das plantas, dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no período de 2005-08......................................................................................................48
Tabela 10 Altura média das plantas, dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................49
Tabela 11 Média das plantas acamadas dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..........................................................................................................51
vi
Tabela 12 Média das plantas acamadas dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no período de 2005-08......................................................................................................52
Tabela 13 Média das plantas acamadas dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................53
Tabela 14 Ciclo médio da emergência ao florescimento dos vinte genótipos
de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................55
Tabela 15 Ciclo médio da emergência ao florescimento dos vinte genótipos
de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008............................................................................56
Tabela 16 Ciclo médio da emergência à maturação dos vinte genótipos de
trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................57
Tabela 17 Graus médios de infecção de mancha-da-folha dos vinte genótipos
de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Tatuí, no período de 2005-08......................................................................................................60
Tabela 18 Médias do comprimento das espigas dos vinte genótipos de trigo
duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ........................................................................................................62
Tabela 19 Médias do comprimento das espigas dos vinte genótipos de trigo
duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................63
Tabela 20 Médias do comprimento das espigas dos vinte genótipos de trigo
duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008...........................................................................................64
Tabela 21 Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos
de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................66
vii
Tabela 22 Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos
de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 ...........................................................................67
Tabela 23 Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos
de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008. ..........................................................................68
Tabela 24 Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de
trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................70
Tabela 25 Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de
trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008............................................................................71
Tabela 26 Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de
trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008............................................................................72
Tabela 27 Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de
trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................74
Tabela 28 Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de
trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008............................................................................75
Tabela 29 Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de
trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008............................................................................76
Tabela 30 Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ...........................................................................................................78
Tabela 31 Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................79
viii
Tabela 32 Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................80
Tabela 33 Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte
genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008............................................................................82
Tabela 34 Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte
genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 .................................................................83
Tabela 35 Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte
genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.............................................................84
Tabela 36 Médias do comprimento dos grãos dos vinte genótipos de trigo
duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007 ......................................................................................................86
Tabela 37 Médias da largura dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007 ......................................................................................................87
Tabela 38 Médias da espessura dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007 ......................................................................................................88
Tabela 39 Estimativas das correlações simples entre os caracteres
agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 .............................90
Tabela 40 Estimativas das correlações simples entre os caracteres
agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.................93
ix
Tabela 41 Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 .............93
Tabela 42 Estimativas das correlações simples entre os caracteres
agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, no ano de 2007............................................95
Tabela 43 Estimativas das correlações simples entre os caracteres
agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no ano de 2007 ................................95
Tabela 44 Estimativas das correlações simples entre os caracteres
agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, no ano de 2007............................95
Tabela 45 Comprimento médio das raízes dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, após 72 horas de crescimento em solução normal, que se seguiu a um crescimento em solução-tratamento contendo seis diferentes concentrações de alumínio (média de 4 repetições)...............................................................96
Tabela 46 Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ...........................................................................................................98
Tabela 47 Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................100
Tabela 48 Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................101
Tabela 49 Altura média das plantas dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos 2007 e 2008.........103
Tabela 50 Altura média das plantas dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos 2007 e 2008 ...........................................................................................................104
x
Tabela 51 Altura média das plantas dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos 2007 e 2008 ...............................................................................................105
Tabela 52 Média das plantas acamadas dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ...........................................................................................................107
Tabela 53 Média das plantas acamadas dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................108
Tabela 54 Média das plantas acamadas dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................109
Tabela 55 Ciclo médio da emergência ao florescimento dos vinte genótipos
de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................111
Tabela 56 Ciclo médio da emergência ao florescimento dos vinte genótipos
de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008............................................................................112
Tabela 57 Ciclo médio da emergência à maturação dos vinte genótipos de
trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................113
Tabela 58 Graus médios de infecção de mancha-da-folha dos vinte genótipos
de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................116
Tabela 59 Médias do comprimento da espiga dos vinte genótipos de trigo
duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008. ......................................................................................................117
Tabela 60 Médias do comprimento da espiga dos vinte genótipos de trigo
duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................118
xi
Tabela 61 Médias do comprimento da espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008...........................................................................................119
Tabela 62 Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos
de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................121
Tabela 63 Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos
de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008............................................................................122
Tabela 64 Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos
de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008............................................................................123
Tabela 65 Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de
trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................125
Tabela 66 Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de
trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008............................................................................126
Tabela 67 Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de
trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008............................................................................127
Tabela 68 Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de
trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................129
Tabela 69 Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de
trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008............................................................................130
Tabela 70 Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de
trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008............................................................................131
xii
Tabela 71 Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ...........................................................................................................133
Tabela 72 Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................134
Tabela 73 Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................135
Tabela 74 Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte
genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008............................................................................137
Tabela 75 Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte
genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 .................................................................138
Tabela 76 Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte
genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.............................................................139
Tabela 77 Médias do comprimento dos grãos dos vinte genótipos de trigo
duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007 ......................................................................................................141
Tabela 78 Médias da largura dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007 ......................................................................................................142
Tabela 79 Médias da espessura dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007 ......................................................................................................143
Tabela 80 Estimativas das correlações simples entre os caracteres
agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no
xiii
“Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 .............................145
Tabela 81 Estimativas das correlações simples entre os caracteres
agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008..................147
Tabela 82 Estimativas das correlações simples entre os caracteres
agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 .............147
Tabela 83 Estimativas das correlações simples entre os caracteres
agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, no ano de 2007............................................149
Tabela 84 Estimativas das correlações simples entre os caracteres
agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no ano de 2007 ................................149
Tabela 85 Estimativas das correlações simples entre os caracteres
agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, no ano de 2007............................149
Tabela 86 Comprimento médio das raízes dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, após 72 horas de crescimento em solução normal, que se seguiu a um crescimento em solução-tratamento contendo seis diferentes concentrações de alumínio (média de 4 repetições)...............................................................151
xiv
SILVA, Allan Henrique. Avaliação de caracteres agronômicos de genótipos de trigo duro no Estado de São Paulo. 2009. 164f. Dissertação (Mestrado em Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia) – Pós-Graduação – IAC.
RESUMO
A semolina extraída dos grãos do trigo duro é a matéria prima por excelência
empregada na elaboração de macarrão. Foram realizados dois ensaios denominados
“Ensaios de Novas Linhagens I e II” (ENL-I e ENL-II) objetivando avaliar genótipos de
trigo duro quanto à produção de grãos e outros caracteres agronômicos no Estado de
São Paulo. O “ENL-I” foi composto por 17 linhagens, introduzidas do México e o
“ENL-II” composto por 17 linhagens oriundas do programa de melhoramento do
Instituto Agronômico (IAC), mais as cultivares-controle: IAC-1001, IAC-1002 e IAC-
1003. Os ensaios foram instalados em Capão Bonito, em condição de sequeiro, e em
Tatuí e Mococa, com irrigação por aspersão, em 2005-08. Utilizou-se o delineamento
estatístico de blocos ao acaso, com quatro repetições, por local. Avaliaram-se os
seguintes caracteres: produção de grãos, altura das plantas, acamamento, ciclo da
emergência ao florescimento e à maturação, comprimento da espiga, número de
espiguetas por espiga, número de grãos por espiga e por espigueta, massa de cem grãos,
comprimento do internódio da raque, comprimento, largura e espessura dos grãos e
reação às doenças. Os dados obtidos foram submetidos às análises de variância
individuais e conjuntas, por local, e o teste de Tukey a 5% foi utilizado para a
comparação das médias. Os genótipos também foram avaliados quanto à tolerância à
toxicidade de alumínio, em soluções nutritivas. Nos dois ensaios todos os genótipos
avaliados apresentaram porte semi-anão e foram resistentes ao agente causal da
ferrugem-da-folha; a ‘IAC-1003’ mostrou elevada resistência ao acamamento, maior
massa de cem grãos e grãos mais espessos; e a ‘IAC-1002’ exibiu grãos mais largos. No
“ENL-I” foram produtivas a linhagem 6 (THKNEE 9) e a ‘IAC-1003’ em Capão Bonito
(2008) e em Mococa (2007-08) e as linhagens 15 (STIL“S”/YAV“S”//AUK“S”/3/
SILVER) e 17 (DUKEM/DON 87), em Tatuí (2005 e 2007). A linhagem 1 (AYTHYA
1) apresentou porte semi-anão mais baixo. As linhagens 7 (SURUCA) e 13 (SRN//
HUI“S”/TUB“S”) mostraram resistência ao acamamento. A 14 (DAKYAV 9) foi
precoce para florescer e maturar em Capão Bonito e a 6 foi mais precoce para florescer
em Mococa. Os genótipos em Tatuí foram moderadamente resistentes a suscetíveis aos
agentes causais das manchas foliares. As linhagens 10 (SILVER) e 11 (QFN/KILL“S”)
xv
se destacaram em geral pelas espigas compridas e a 15 pelo peso dos grãos em Capão
Bonito. A linhagem 16 (OMRABI 5) revelou espigas menos compacta. A 6 apresentou
grãos compridos e largos e a 15 grãos compridos em todos locais e espessos em Capão
Bonito. A ‘IAC-1002’ exibiu grãos espessos em Capão Bonito. No “ENL-II” as ‘IAC-
1001’ e ‘IAC-1003’ sobressaíram-se quanto à produção de grãos nos três locais. As 17
linhagens selecionadas no IAC (BH-1146/LGN//2*IAC-1003) revelaram porte semi-
anão mais baixo, ciclos mais precoces tanto florescer quanto para maturar e maior
comprimento do internódio da raque em relação às cultivares-controle. A ‘IAC-1001’
mostrou espigas e grãos mais longos. As ‘IAC-1001’ e ‘IAC-1002’ exibiram espigas e
espiguetas mais férteis e a linhagem 3 mostrou grãos mais largos. As linhagens
selecionadas no IAC foram tolerantes e as mexicanas sensíveis à toxicidade de Al3+, em
soluções nutritivas.
Palavras-Chave: Triticum durum L., cultivares e linhagens, componentes da produção, tolerância ao alumínio.
xvi
SILVA, Allan Henrique. Evaluation of agronomic characteristics of durum wheat genotypes in the State of São Paulo. 2009. 164f. Dissertation (Master in Genetics, Plant Breeding and Biotechnology) – Pos-Graduation – IAC.
ABSTRACT
Semolina extracted from durum wheat grains is a used raw material for excellence in the
macaroni elaboration. Two experiments named “New Inbred Lines Trials I and II”
(ENL-I and ENL-II) were realized with the objective to evaluate durum wheat
genotypes in relation to grain yield and other agronomic characteristics, in the State of
São Paulo, Brazil. At the “ENL-I”, seventeen inbred lines introduced from Mexico and
at the “ENL-II”, seventeen inbred lines originated from Instituto Agronômico (IAC)
breeding program, plus the control cultivars IAC-1001, IAC-1002 and IAC-1003, were
evaluated. The experiments were carried out at Capão Bonito, in upland condition, and
at Tatuí and Mococa, under sprinkler irrigation, in 2005-08. A randomized complete-
block design with four replications, per location was utilized. The following characters
were evaluated: grain yield, plant height, resistance to lodging, cycle from emergence to
flowering and to maturation, head length, number of spikelets per spike, number of
grains per spike and spikelet, 100 grains weight, raquis internode length, grain length,
width and thickness, and reaction to diseases. The obtained data were submitted to the
individual and in a group of experiments per location analysis of variance, and the
Tukey test at the 5% level was used for mean comparisons. The genotypes were also
evaluated for the tolerance to aluminum toxicity, in nutrient solution. In both
experiments all evaluated genotypes presented semi dwarf plant type and were resistant
to leaf rust causal agent; the ‘IAC-1003’ showed high resistance to lodging, higher 100
grain weight and thicker grains, and the ‘IAC-1002’ exhibited wider grains. The inbred
line 6 (THKNEE 9) and the ‘IAC-1003’ at Capão Bonito (2008) and at Mococa (2007-
08) and the inbred lines 15 (STIL“S”/YAV“S”//AUK“S”/3/SILVER) and 17 (DUKEM/
DON 87), at Tatuí (2005 and 2007) were productive in the “ENL-I”. The inbred line 1
(AYTHYA 1) showed shorter semi dwarf plant type. The inbred lines 7 (SURUCA) and
13 (SRN// HUI“S”/TUB“S”) presented lodging resistance. The 14 (DAKYAV 9) was
early to flower and to mature at Capão Bonito and the 6 was earlier to flower at
Mococa. The genotypes at Tatuí were moderately resistant to susceptible to the leaf
spots causal agents. The inbred lines 10 (SILVER) and 11 (QFN/KILL“S”) showed
good performance in relation to long heads and the15 due to the weight of the grains at
xvii
Capão Bonito. The inbred line 16 (OMRABI 5) had less compact heads. The 6 showed
long and wide grains and the 15 long grains in all locations and thick grains at Capão
Bonito. ‘IAC-1002’ exhibited thick grains at Capão Bonito. In the “ENL-II” the ‘IAC-
1001’ e ‘IAC-1003’ showed good performance in relation to grain yield at the three
locations. The 17 inbred lines selected at IAC (BH-1146/LGN//2*IAC-1003) presented
shorter semi dwarf plant type, earlier cycle to flower as to mature and higher raquis
internode length in relation to the control cultivars. The ‘IAC-1001’ had longer heads
and grains. The ‘IAC-1001’ e ‘IAC-1002’ exhibited more fertile spikes and spikelets
and the inbred line 3 showed wider grains. The inbred lines selected at IAC were
tolerant and the Mexican inbred lines sensitive to the Al3+ toxicity, in nutrient solutions.
Key words: Triticum durum L., cultivars and inbred lines, yield components, aluminum tolerance.
1
1 INTRODUÇÃO
O trigo duro, pertencente à espécie Triticum durum L. é originário de regiões
banhadas pelo Mar Mediterrâneo, Oceano Atlântico oriental, compreendido entre a
Europa meridional, a Ásia ocidental e a África setentrional; com aproximadamente 2,5
milhões de km². Essas regiões são caracterizadas por clima com verões quentes e secos
e invernos frios e chuvosos, com médias térmicas superiores a 18°C. O período de
chuva dura de 2 a 4 meses, no periodo do inverno, sendo raro ocorrer precipitações no
resto do ano.
As águas do Mar Mediterrâneo banham as três penínsulas do sul da Europa, que
são: Ibérica (Portugal e Espanha) , Itálica (Itália) e a dos Balcãs (Região da Grécia) e
pode-se considerar que o clima Mediterrâneo existente nessa região também é
encontrado na costa oeste dos Estados Unidos e no Canadá, sudeste da Austrália, sul do
Chile e oeste do Oriente Médio (WIKIPÉDIA, 2008).
Essa espécie é cultivada em aproximadamente 17 milhões de hectares no mundo,
com uma produção de 25 milhões de toneladas e produtividade média de 2.000 kg ha-1,
representando somente 8% da área mundial semeada com trigo. O Canadá, União
Européia, Noroeste da África e os Estados Unidos são os maiores produtores e
exportadores de trigo duro, sendo responsáveis por aproximadamente 68% da produção
mundial (USDA, 2008).
O trigo cultivado no Brasil é hexaplóide do tipo AABBDD, da espécie Triticum
aestivum L., e apresenta, no cromossoma 1 do genoma D, genes importantes
relacionados às características tecnológicas da farinha, por isso de grande interesse à
indústria de panificação (WELSH & HEHN, 1964) e, no cromossoma 4 do genoma D,
um gene dominante que condiciona tolerância à toxicidade do alumínio (LAGOS et al.,
1991).
O trigo duro é um tetraplóide do tipo AABB e pertence à espécie Triticum
durum L. Apresenta-se muito sensível à toxicidade de alumínio (CAMARGO et al.,
1992) e é destituído de qualidades tecnológicas para panificação, por não possuir o
genoma D. Em contrapartida, a farinha obtida desse cereal (semolina) com alto teor de
proteína, é preferida para a elaboração de macarrão, que se torna duro, translúcido e
firme após o cozimento (CIMMYT, 1988).
2
As tentativas do cultivo de trigo duro no Brasil, em particularmente no Estado de
São Paulo, não tiveram sucesso devido a problemas agronômicos nas cultivares
disponíveis. Essas exibiram falta de adaptação aos solos ácidos, por serem originárias de
solos alcalinos, encontrados nas margens do mediterrâneo, proporcionando nas
condições paulistas baixa produtividade, suscetibilidade às doenças foliares e ausência
de dormência dos grãos, que provocam germinação nas espigas antes da colheita
reduzindo sensivelmente a qualidade tecnológica. Por esses motivos o Brasil é um
grande importador desse cereal (CAMARGO & FERREIRA FILHO, 2000).
O Brasil tem um papel de destaque no cenário mundial, ocupando a posição de
terceiro maior produtor de massas alimentícias, atrás apenas da Itália e dos Estados
Unidos, com um volume anual de mais de 1 milhão de toneladas (ABIMA, 2008).
As massas alimentícias secas, no Brasil, são produzidas, em quase sua
totalidade, a partir de farinha de trigo comum sendo que as massas elaboradas a partir da
sêmola, originária do trigo duro totalmente importado, representam 3 % do volume total
comercializado.
Para atender a demanda da indústria de pastas alimentícias, alimento de grande
consumo pelas populações de baixa renda do país, trabalhos de pesquisa com trigo duro
no Instituto Agronômico de Campinas (IAC) foram iniciados em 1984. Foi avaliado o
comportamento agronômico de linhagens introduzidas do Centro Internacional de
Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT), México e oriundas de hibridações do
programa de melhoramento do IAC.
Grandes avanços foram obtidos no cultivo de trigo comum através do
melhoramento genético, que entre outros objetivos, sempre buscaram obter genótipos
com ampla adaptabilidade e maior rendimento de grãos, permitindo que o cultivo
avançasse em sistemas edafoclimáticos não tão favoráveis à cultura, conquistando novas
regiões, até então não tritícolas.
O presente estudo tem como objetivos avaliar genótipos de trigo duro
introduzidos do CIMMYT, México e genótipos oriundos do programa de melhoramento
do IAC, em diferentes condições do Estado de São Paulo, visando:
a) Identificar genótipos de trigo duro superiores quanto à produção de grãos e
outros caracteres agronômicos desejáveis.
b) Estimar as correlações simples entre os caracteres estudados.
c) Avaliar a tolerância à toxicidade de Al3+ através do crescimento radicular das
plântulas, em soluções nutritivas contendo diferentes concentrações de Al3+.
3
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Origem e Classificação do Trigo
Grande parte das gramíneas e outros cereais, pertencentes à tribo Triticeae são
originárias do mediterrâneo oriental e domesticado por volta de 10.000 a 15.000 A.C.
Estas gramíneas são adaptadas às condições ambientais, caracterizadas por regiões
semi-áridas com condições ambientais variáveis, tais como inverno chuvoso e verão
seco.
Em 1756, Lineu propôs uma primeira classificação do gênero Triticum baseado
na morfologia e na diferença fisiológica. Posteriormente Sakamura, em 1918, propôs a
classificação do gênero de acordo com o número de cromossomos presentes e na sua
morfologia (BOZZINI, 1988).
As espécies que constituem o gênero pertencem a três níveis de ploidia, com um
número básico de cromossomos igual a sete e são classificados como espécies diplóides
(2n = 2x = 14), tetraplóides (2n = 4x = 28) e hexaplóides (2n = 6x = 42). Os ancestrais,
que deram origem às principais espécies de interesse comercial, são em quase sua
totalidade pertencentes ao nível diplóide, e espécies com maior número de
cromossomos originaram-se de híbridos interespecíficos seguidos de duplicação, entre
duas ou mais espécies diplóides (ZOHARY, 1963).
A classificação do trigo não explica o desenvolvimento de poliplóide em trigo.
Diversos pesquisadores sugeriram que o gênero Triticum foi domesticado de um
ancestral do gênero Aegilopsis e que este gênero contribuiu na evolução e
especialização do trigo (BOZZINI, 1988).
Das espécies existentes, atualmente apenas duas são comercialmente
importantes. A espécie Triticum durum L. (alotetraploide) possui os genomas AABB,
com células somáticas 2n = 4x = 28 cromossomos, originou-se entre o cruzamento
interespecífico entre a espécie diplóide T. monococcum (genoma A) e uma espécie
ancestral do gênero Aegilopsis (genoma B). GIORGI & BOZZINI (1969) ainda
concluíram que o genoma B poderia ser originário de uma modificação do genoma A.
A espécie Triticum aestivum L., (alohexaploide), com genomas AABBDD,
espécie de maior valor comercial do gênero Triticum, originou-se do cruzamento
interespecífico entre a espécie Triticum turgidum L. (genoma A e B) e a espécie
4
Aegilopsis squarrosa L. (genoma D), pertencente ao genêro Aegilopsis (MCFADDEN
& SEARS, 1946).
Estudando cultivares, sub-espécies e espécies pertencentes a diferentes níveis de
ploidia dos gêneros Triticum e Aegilopsis spp. GIORGI & BOZZINI (1969)
demonstraram que as espécies T. timopheevi (ZHUK) e T. araraticum (JAKUBZ),
apesar de possuírem os genomas tetrapóides (AABtBt) apresentaram cariótipos
diferentes em relação ao tetraplóide Triticum durum L. (AABB). Esses autores também
verificaram afinidade cromossômica entre as espécies Triticum durum L. e Triticum
aestivum L. confirmando que essas espécies originaram de um mesmo ancestral.
No entanto, mediante a possibilidade de hibridação entre os diferentes gêneros
do trigo, a diversidade de espécies é benéfica, pois tem possibilitado a introgressão de
genes de interesse. Diversas fontes genéticas para caracteres agronômicos de interesse e
para resistência a pragas e doenças estão localizadas nas espécies silvestres, ou mesmo
em espécies afins, que consequentemente, constituem valiosos recursos genéticos para a
prospecção de genes e posterior uso no melhoramento do trigo cultivado (MORAES-
FERNANDES et al., 2000).
O uso de híbridos interespecíficos entre espécies afins tem sido uma ferramenta
muito utilizada em diversos programas de melhoramento com objetivo de transferir
caracteres de espécies diferentes, visando obtenção de resistência a fatores bióticos e
abióticos e aumentar a variabilidade genética dentro da própria espécie.
2.2 Melhoramento Genético Vegetal
O melhoramento genético vegetal é a mais valiosa estratégia para o aumento da
produtividade de forma sustentável e ecologicamente equilibrada (BORÉM &
MIRANDA, 2005), associada ao emprego de melhores práticas culturais. No entanto,
além desse caráter, outras devem ser consideradas, entre as quais resistência às
principais doenças, tolerância à toxicidade de alumínio, ciclo precoce, porte semi-anão e
qualidades industriais e tecnológicas (CAMARGO et al., 2001).
A seleção de vários caracteres em plantas autógamas é uma tarefa extremamente
difícil, devido à complexidade das bases genéticas envolvidas, à exigência de condução
de populações com tamanho relativamente grande, à necessidade de várias gerações de
recombinação e à dificuldade do controle do ambiente que pode interferir na expressão
fenotípica do genótipo (MALLMANN et al., 1994).
5
Segundo ALLARD (1966), o sucesso de um programa depende da capacidade
do melhorista em escolher parentais com grande capacidade heterótica e selecionar
indivíduos nas gerações segregantes, explorando as recombinações genéticas de
interesse, permitindo obter genótipos superiores quanto à produção de grãos e outros
caracteres. Para o desenvolvimento de um programa de melhoramento genético
eficiente, há a necessidade de conhecer a herança e o tipo de ação genética envolvida
nos caracteres estudados, bem como a natureza da associação entre eles (IBRAHIM et
al., 1983).
Dentre os principais métodos de melhoramento de plantas a introdução de
genótipos é um método que vêm sendo constantemente utilizado de forma direta
visando o lançamento de novas cultivares e também de forma indireta como fonte de
caracteres agronômicos desejáveis, para a ampliação da base genética em cruzamentos
(ALLARD, 1966).
Desde 1984 o Instituto Agronômico vem introduzindo e avaliando linhagens e
cultivares de trigo duro do CIMMYT, México, em ensaios instalados em diferentes
locais. Nesses foram feitas seleções de genótipos com caracteres agronômicos
superiores, resistência aos principais patógenos e boas qualidades tecnológicas, que
originaram as cultivares IAC-1001, IAC-1002 e IAC-1003 (CAMARGO et al., 1995b).
No entanto, linhagens introduzidas do CIMMYT possuem pouca adaptação a
solos ácidos, por terem sido selecionados em solos alcalinos no deserto, onde a
ocorrência de alumínio trocável é quase nula (CAMARGO et al. 1993).
Com o objetivo de incrementar o potencial produtivo, os programas de
melhoramento têm utilizado hibridações entre genitores adaptados às condições
ambientais e genitores portadores de caracteres agronômicos de interesse seguido de
seleções visando identificar os recombinantes desejáveis (POEHLMAN & SLEPER,
1995).
Os métodos mais utilizados no melhoramento convencional em espécies
autógamas são: a) seleção de plantas individuais com teste de progênies; b) seleção
massal; e c) hibridação com populações segregantes conduzidas por meio dos métodos:
genealógico (pedigree), populacional (bulk) e retrocruzamento (SALOMON, 2001).
No programa de melhoramento de trigo comum e trigo duro do IAC vem sendo
utilizadas hibridações entre genótipos nacionais adaptados às condições de solos ácidos
e linhagens introduzidas do CIMMYT, portadoras de alto potencial produtivo, porém
sensíveis à toxicidade de alumínio, utilizando o método genealógico, na condução das
6
populações segregantes. Linhagens de trigo comum apresentando caracteres desejáveis
tais como porte semi-anão, alta produtividade, adaptação a solos ácidos e tolerantes a
fatores bióticos e abióticos tem sido obtidas (CAMARGO et al., 2006b). A cultivar de
trigo comum IAC-24, proveniente do programa de melhoramento do IAC, originou-se
do cruzamento IAS-51 (Albatroz), introduzido do IPEAS, e IRN 597-70, originário do
México.
O método genealógico se baseia exclusivamente na seleção artificial de
indivíduos superiores, em populações segregantes, bem como a avaliação de cada
progênie separadamente, sendo a seleção praticada com base no fenótipo e no genótipo
(BORÉM & MIRANDA, 2005). As espigas são selecionadas individualmente, em
geração F2, e semeadas em linha para originar a geração F3, sendo realizadas
posteriormente seleções das melhores famílias e dos melhores indivíduos dentro das
famílias. Este processo se repete até que a maioria dos loci estejam em homozigose (F5
ou F6), quando então as melhores linhagens são testadas em ensaios regionais
(RAMALHO, 2001).
Visando a transferência de caracteres de alta herdabilidade, governada por
poucos genes, tais como tolerância ao alumínio (LAGOS et al. 1991), resistência a
doenças e outros caracteres, diversos programas de melhoramento tem adotado o
método do retrocruzamento. Esse se refere aos cruzamentos entre indivíduos do genitor
recorrente e do doador, seguido de três a quatro retrocruzamentos para o genitor
recorrente, visando melhorar a expressão fenotípica de um caráter que esse parental seja
deficiente (FEHR, 1993).
O método do retrocruzamento se torna eficiente quando o caráter a ser
transferido possui herança simples, de fácil seleção e quando o gene a ser transferido é
dominante, não estando ligado a um gene responsável por algum fenótipo indesejável
(BORÉM & MIRANDA, 2005). No entanto esse método é considerado conservador,
levando-se em conta que novas combinações gênicas não são geradas com seu uso,
consequentemente não há ganho, exceto da característica a ser transferida.
Visando obter genótipos de trigo duro tolerantes ao alumínio, CAMARGO et al.
(2007) realizou sucessivas hibridações interespecíficas entre a cultivar de trigo comum
BH-1146, considerada tolerante ao alumínio, com Langdon, uma linhagem de trigo duro
aneuplóide obtida na Universidade de Norte Dakota. Utilizando o método do
retrocruzamento e o genealógico esses pesquisadores demonstraram que os genótipos
obtidos a partir dessas hibridações apresentaram crescimento radicular em
7
concentrações de até 4 mg L-1 de Al3+ em solução nutritiva, em condições de
laboratório.
O uso de ferramentas como indução de mutação e outras biotecnologias também
podem contribuir para aumentar a variabilidade genética, facilitar a recombinação em
cruzamentos e reduzir o número de anos para liberar cultivares (BATHIA, 1977).
A técnica empregando cultura de anteras, de plantas híbridas em geração F1,
permite obter plantas haplóides, que podem tornar-se férteis com a duplicação do
número de cromossomos utilizando-se a colchicina. As plantas obtidas com base nesse
tratamento apresentam 100% de homozigose e são comumente chamadas de duplo
haplóides (DH). Essa técnica é muito valiosa nos programas de melhoramento genético,
visto que a homozigose é alcançada em apenas uma geração (SALOMON et al., 2003).
O Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), juntamente com o
programa de melhoramento genético do trigo, do IAC, tem empregado o método de
melhoramento por indução de mutação por irradiação para aumentar a variabilidade
genética em cruzamentos, inclusive os interespecíficos, onde um dos parentais era trigo
duro, e para corrigir defeitos em cultivares comerciais (TULMANN NETO et al., 2001).
2.3 Caracteres Agronômicos
2.3.1 Produção de grãos
O aumento da produção de grãos é considerado um dos principais objetivos da
maioria dos programas de melhoramento genético para a cultura do trigo (CAMARGO,
1993).
No entanto, a produção de grãos é um caráter complexo com diferentes
componentes, condicionado por vários fatores de origem genética, ambiental e suas
interações. Devido a esses fatores, o melhoramento para produção de grãos per si tem
sido realizado nas gerações avançadas, adotando-se diversas técnicas de
experimentação. Os genótipos precisam ser avaliados em vários locais e anos, a fim de
se obterem informações quanto ao desempenho, para que possa permitir a liberação dos
mais promissores para o cultivo comercial (POEHLMAN & SLEPER, 1995).
Estudos realizados pelo CIMMYT (1985) demonstraram que os melhores
genótipos de trigo duro, obtidos nos diferentes programas de melhoramento no mundo,
têm exibido rendimentos iguais ou até maiores que os melhores genótipos da espécie T.
8
aestivum L., sendo registradas produções de até 10.000 kg ha-1 em alguns ensaios
internacionais.
Visando estudar o comportamento agronômico de genótipos de trigo duro
oriundos da Itália, em experimentos realizados no Norte da Síria, PECETTI &
ANNICCHIARICO (1998), demonstraram que os genótipos oriundos de cruzamentos
entre linhagens exóticas e genótipos introduzidos do CIMMYT, tiveram rendimento de
3.690 kg ha-1 em relação às linhagens indígenas que produziram 2.660 kg ha-1.
Avaliando o comportamento agronômico de linhagens de trigo duro na Argélia,
oriundas de introdução, ANNICCHIARICO et al. (2006) demonstraram que a produção
média de grãos variou de 1.480 a 2.190 kg ha-1, considerando os dados nos anos
agrícolas de 1998 a 2000. No entanto, em 2001, ano de destaque pelas condições
climáticas favoráveis, a produção de grãos variou de 2.150 a 2.970 kg ha-1. A linhagem
mexicana GTA DUR revelou-se a mais produtiva em todos os anos, diferindo de pelo
menos uma linhagem em cada ensaio considerado.
As produções de grãos de genótipos de trigo duro em ensaios instalados em
condições de campo também foram relatadas por BOGGINI et al. (1997) na Sicília,
variando de 2.900 a 4.400 kg ha-1; por GARCIA DEL MORAL et al. (2005) na
Espanha, variando de 1.849 a 3.289 kg ha-1 e em Campinas, em condição de irrigação
por aspersão, por CAMARGO et al. (1995a) variando de 2.399 a 3.860 kg ha-1.
FELÍCIO et al. (1999), avaliando o rendimento de grãos de genótipos de trigo
duro, introduzidos do CIMMYT, México, e de trigo comum, em três anos de cultivo,
sob condições de solo corrigido e irrigação por aspersão, em diferentes locais do Estado
de São Paulo, mostraram que a linhagem de trigo duro ALTAR/STN (A) foi a mais
produtiva entre as linhagens de trigo duro estudadas, produzindo em Ribeirão Preto a
média de 5.681 kg ha-1. As cultivares de trigo comum IAC-24 e Anahuac, produziram
nessas condições 4.838 kg ha-1 e 4.675 kg ha-1 respectivamente.
Resultados experimentais avaliando linhagens oriundas de introduções e
hibridações realizadas pelo programa de melhoramento do IAC indicaram que as
linhagens introduzidas Gallareta “S” e Yavaros “S” e os genótipos obtidos por
hibridações: [CI 14955 x (Yavaros “S” x GEDIZ)] x TROPIC BIRD e {{[(61150 x
LEEDS) x Gallo “S”] x GARZA “S”} x Mexicale “S”} x S15 se destacaram quanto à
produção de grãos em solos com baixa acidez em diferentes experimentos instalados em
1990 a 1992, não diferindo das melhores cultivares de trigo comum (CAMARGO et al.,
1995b).
9
A produção de grãos, por ser um caráter de grande interesse em todos os
programas de melhoramento, é expressa fenotipicamente por complexos fatores
morfológicos e funções fisiológicas, com expressão genética de regulação poligênica e
altamente influenciada pelo ambiente (BORÉM & MIRANDA, 2005).
Entre os fatores ambientais que mais afetam a produção de grãos pode-se
destacar a irregularidade na distribuição de chuvas e variações na temperatura
(GARCIA DEL MORAL et al. 2003). Em 2005, ano com baixos índices
pluviométricos, a produção de trigo duro na Espanha foi de 840 kg ha-1. No entanto, em
anos com condições ambientais favoráveis, a produção de grãos foram superiores a
2.900 kg ha-1 (AETC, 2007).
Avaliando o comportamento agronômico de genótipos de trigo duro no Irã,
HOUSHMAND et al. (2005) demonstraram que em condições favoráveis de umidade
do solo a produção de grãos entre as linhagens variou de 4.300 a 7.200 kg ha-1. No
entanto, em condições de estresse hídrico, a melhor linhagem produziu apenas 2.000 kg
ha-1, com redução variando de 58 a 81% na produção de grãos.
Os ensaios de trigo duro e comum, avaliados em condições de irrigação e
sequeiro, por diversos pesquisadores entre eles: DENCIC et al. (2000) na Iugoslávia, e
GARCIA DEL MORAL et al. (2005) e ELHANI et al. (2007), na Espanha,
demonstraram grandes reduções na produção de grãos em relação a essas duas
condições de cultivo.
A toxicidade devida ao alumínio tem sido um fator de grande contribuição na
redução da produção de grãos em linhagens de trigo duro, pois genótipos introduzidos
do CIMMYT, México apresentaram-se altamente sensíveis a esse elemento
(CAMARGO & FERREIRA FILHO, 2000). Este fato limita o cultivo desse cereal no
país, tendo em vista que a triticultura brasileira se instala basicamente em solos ácidos
em condições de sequeiro.
Resultados experimentais obtidos por CAMARGO et al. (1992), avaliando
linhagens de trigo duro, trigo comum e triticale, em dois locais do Estado de São Paulo,
em condições de irrigação por aspersão e de solos ácidos demonstraram que as
linhagens de trigo duro, sensíveis à toxicidade de Al3+, apresentaram baixa produção de
grãos (989 a 2.033 kg ha-1). Nessas condições a cultivar de triticale Chiva produziu
4.922 kg ha-1 e as linhagens de trigo comum, tolerantes, exibiram produções de grãos
variando entre 2.625 e 3.954 kg ha-1. As cultivares sensíveis de trigo comum Anahuac e
10
Siete Cerros (1.029 e 2.471 kg ha-1, respectivamente), demonstraram pouca adaptação a
essas condições.
2.3.2 Altura das plantas
A altura das plantas do trigo é um caráter muito importante. Genótipos de trigo
com porte mais alto em relação aos de porte mais baixo, apresentavam maior
sensibilidade ao acamamento e consequentemente expressivas perdas do potencial
produtivo e da qualidade de grãos, principalmente, com o emprego de fertilizantes, entre
eles os nitrogenados e com a utilização de irrigação (ZANATTA & OERLECKE,
1991).
Os trigos hexaplóides semi-anões, cultivados no Estado de São Paulo em sistema
de irrigação por aspersão e elevadas adubações nitrogenadas, obtiveram ganho
significativo de produção, porém nas mesmas condições, as cultivares de porte alto
tornaram-se passíveis ao acamamento (CAMARGO, 1993).
Entre 1960 e 1980, após o lançamento de 39 variedades de trigo comum com
genes de nanismo pelo CIMMYT, os melhoristas cruzaram trigos panificáveis contendo
genes da fonte de nanismo Norin 10, com genótipos de trigo duro, resultando em trigos
duros com porte semi-anão, permitindo grandes avanços no potencial de produção em
condição de irrigação (AUSTIN, 1999).
O porte baixo aumenta o potencial de produção devido à maior capacidade
reprodutiva de perfilhos férteis e ao grande número de espiguetas por espiga com alta
fertilidade (RAWSON & EVANS, 1971), além de aumentar a relação grãos/palha
(POWELL & SCHLEHUBER, 1967).
Avaliações de linhagens de trigo duro submetidas a diferentes tratamentos de
irrigação, no México, realizadas por SINGH et al. (2001), demonstraram que as
linhagens de porte anão produziram em média 7.130 kg ha-1 e as de porte alto 5.672 kg
ha-1, sob mesmo tratamento de irrigação.
No entanto, o trigo de porte mais alto pode ser uma opção em regiões onde há
baixa fertilidade do solo e limitação na aplicação de nitrogênio ou mesmo quando há
ocorrência de fatores que causam estresse hídrico (DONALD & HAMBLIN, 1983).
Segundo esses pesquisadores a porcentagem de plantas acamadas é reduzida devido à
diminuição da altura das plantas nessas condições.
11
Há relatos de vários autores na literatura de que porte semi-anão mais alto em
trigo comum associou-se positivamente com a produção (CAMARGO, 1993; LOBATO
et al., 2005 e BIUDES et al., 2007).
Segundo SLAFER & ANDRADE (1991) genótipos de trigo duro de porte semi-
anão mais alto tiveram relação direta com o ganho em produção de grãos em ambientes
favoráveis via efeito pleiotrópico, participando ativamente com maior área
fotossintética, maior índice de colheita e fertilidade da espiga.
Embora genótipos de porte mais alto tendem a apresentar maior sensibilidade ao
acamamento, na literatura há evidências de genótipos de trigo comum, com porte semi-
anão mais alto, apresentar menor porcentagem de acamamento e serem altamente
produtivos (CAMARGO et al., 2006a). Segundo esses autores a palha mais forte e ou o
colmo mais resistente podem influenciar esse comportamento.
Foram obtidas por PECETTI & ANNICCHIARICO (1998) na Síria, linhagens
de trigo duro com porte de 83 cm, oriundos de cruzamentos entre genótipos nacionais e
introduzidos do CIMMYT. As linhagens indígenas apresentaram plantas com 132 cm.
Grande variabilidade genética para altura da planta também foram relatadas por
BEHARAV et al. (1997) e por VITA et al. (2006), avaliando genótipos de trigo duro e
trigo comum em Israel e na Itália, respectivamente. Segundo esses pesquisadores a
altura media das plantas variaram de 79 a 138 cm e 82 a 119 cm entre as linhagens
consideradas.
Nos últimos anos diversos programas de melhoramento de trigo duro entre
outros objetivos, têm selecionado genótipos de porte semi-anão para ser cultivado em
ambientes favoráveis. Redução significativa quanto ao porte da planta e aumento no
potencial produtivo tem sido demonstrada por MOTZO et al. (2004) na Itália, avaliando
linhagens primitivas (129 cm) em relação às linhagens atuais (89 cm), portadoras do
gene de nanismo. As linhagens primitivas produziram média de 3.060 kg ha-1 enquanto
as linhagens modernas produziram média de 5.130 kg ha-1. Esses pesquisadores também
concluíram que os genótipos de porte semi-anão destacaram-se quanto à precocidade ao
florescimento e à maturação, quando comparados com os genótipos de porte mais alto.
Resultados similares foram obtidos por ÁLVARO et al. (2008) avaliando
linhagens oriundas da Espanha (73,1 a 139 cm) e da Itália (73,4 a 133 cm).
Estudos realizados por CAMARGO et al. (1995a) em Monte Alegre do Sul, em
condição de irrigação por aspersão, avaliando altura de genótipos de trigo duro, trigo
comum e triticale, mostraram que as linhagens de trigo duro e a cultivar de trigo comum
12
IAC-29 apresentaram plantas mais baixas (73 a 83 cm), em relação às demais. Esses
autores também concluíram que genótipos portadores desse caráter podem ser utilizados
como fonte genética em blocos de cruzamento.
2.3.3 Acamamento
Entende-se por acamamento o tombamento das plantas devido a sua fragilidade,
sendo considerado assim, um redutor importante da produtividade, além de dificultar a
colheita mecânica, facilitando o apodrecimento dos grãos devido ao contato com o solo
(BORÉM & MIRANDA, 2005).
O uso de cultivares resistentes ao acamamento é uma alternativa mais segura
para incremento da produtividade de grãos em condições de solo corrigido com calcário
e irrigação por aspersão (SILVA et al., 2006).
O acamamento demonstrado no trigo comum causando severos danos no
rendimento e na qualidade dos grãos revelou que sua resistência é controlada por fatores
genéticos grandemente influenciados pelo porte da planta (SOUSA, 1998 e
SALOMON, 2001).
Quando modernos métodos de produção, como a adubação, são usados em
genótipos de porte alto, os resultados podem ser negativos: a aplicação de elevadas
doses de nitrogênio em condição de irrigação, possibilita que essas cultivares tornem-se
excessivamente mais altas e, consequentemente, acamem (ZANATTA & OERLECKE,
1991).
A resistência ao acamamento é um caráter de grande importância na lavoura de
diversos outros cereais, pois quando os colmos dobram e quebram, ocorre à interrupção
na produção e translocação dos fotoassimilados, que não conseguem mais chegar aos
grãos, resultando em prejuízos na produção e na qualidade dos grãos (CRUZ et al.,
2003).
No entanto o acamamento é um caráter difícil de ser avaliado isoladamente e
com precisão, dada a grande interação existente com os diversos fatores ambientais,
entre eles o vento, a chuva e a fertilidade do solo. Outros fatores tais como a densidade
de semeadura, genótipos com colmos frágeis e com sistemas radiculares mal
desenvolvidos também têm sido demonstrados como fatores causadores do acamamento
(PINTHUS, 1967).
13
CAMARGO (1984), em estudos feitos com fontes de nanismo, observou que as
cultivares de trigo comum, de porte semi-anão, aumentaram significativamente o
potencial na produção de grãos, principalmente pela maior resistência ao acamamento,
tendo uma melhor resposta a adubação nitrogenada.
Estudos realizados por CAMARGO et al. (1995a), avaliando genótipos de trigo
comum, trigo duro e triticale em condições de solo corrigido e irrigado por aspersão,
destacaram que a linhagem de trigo duro DACK“S”/GDOVZ 394 não apresentou
plantas acamadas, sendo portanto um genótipo de grande potencial como fonte genética
para resistência ao acamamento. Nas mesmas condições a cultivar de triticale Álamos
apresentou 24% e os genótipos de trigo comum IAC-29 e SERI-82 apresentaram média
de 12 e 28% de acamamento respectivamente.
Avaliando linhagens duplo haplóides de trigo comum em diferentes locais do
Estado de São Paulo, BIUDES (2007) demonstrou em Capão Bonito, em ensaios
instalados em dois anos em condições de sequeiro e solo ácido, que as porcentagens de
acamamento foram influenciadas pelas condições ambientais. As linhagens em 2005
apresentaram médias de 0 a 30% e em 2006, 20 a 70% de plantas acamadas. No entanto,
em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa, nos
mesmos anos, houve pouca influencia do ambiente na porcentagem de plantas
acamadas.
Avaliando linhagens de trigo comum obtidas em diferentes fases de
melhoramento no Rio Grande do Sul, nos anos agrícolas de 1985 a 2000, SOUSA
(1998) demonstrou variabilidade genética quanto ao comportamento das linhagens em
relação à resistência ao acamamento, utilizando diferentes escalas. Segundo esse
pesquisador, o acamamento foi provavelmente associado à ocorrência de doenças, a
falta de adaptação das cultivares aos locais onde foram feitas as avaliações e à
sensibilidade ao alumínio, pois em condições de estresse hídrico, o sistema radicular das
cultivares menos tolerantes ao crestamento ficou debilitado, facilitando a ocorrência do
acamamento.
2.3.4 Ciclo das plantas
Os ciclos, em dias, da emergência ao florescimento e da emergência à maturação
das plantas representam um dos principais caracteres de interesse em programas de
melhoramento genético. Plantas com ciclo precoce ficam menos tempo expostas aos
14
estresses bióticos e abióticos, permitindo a escolha da melhor época de semeadura, de
forma a aproveitar as condições ambientais mais favoráveis ao seu desenvolvimento
(CAMARGO, 1993). Segundo POEHLMAN & SLEPER (1995), a utilização de
cultivares de trigo mais precoces também facilita a rápida sucessão entre as culturas,
exercendo grande influência no potencial produtivo.
As condições de cultivo e as variações dos fatores climáticos e ou edafológicos
de cada ambiente podem influenciar a duração dos ciclos da cultura (OSÓRIO, 1992). O
ajuste do ciclo das cultivares pode favorecer o aumento da produção, pois as cultivares
ficam menos expostas às incidências de doenças e condições ambientais desfavoráveis
(WORLAND et al., 1998).
As cultivares de trigo duro e trigo comum, no Estado de São Paulo, são
classificadas de acordo com seu ciclo da emergência a maturação, em: muito precoce
(menos de 110 dias), precoce (111 – 120 dias), médio (121 – 135 dias) e tardio (acima
de 135 dias), segundo (CAMARGO et al., 2001).
Nas condições do Estado de São Paulo, as cultivares precoces foram
recomendadas para o cultivo de sequeiro, tendo em vista uma severa restrição na
disponibilidade de água após o espigamento. Em cultivos irrigados as cultivares de ciclo
médio mostraram maior potencial de produção, considerando a disponibilidade de água
durante todo o ciclo da cultura. As cultivares de ciclo tardio devem ser evitadas para que
a colheita não coincida com a estação de início das chuvas (MISTRO et al., 2001).
ZENCIRCI & KARAGOZ (2005) avaliando linhagens de trigo duro na Turquia,
verificaram ampla variabilidade genética para ciclo médio da emergência ao
florescimento (144 a 161 dias) e ciclo médio da emergência a maturação (176 a 192
dias). ANNICCHIARICO & PECETTI (2003) na Síria, também estudando linhagens de
trigo duro encontraram grandes variações nos ciclos para o florescimento (131 a 142
dias) e para a maturação (161 a 170 dias). No Estado de São Paulo, foi relatado em
linhagens dessa espécie variações de 58 a 78 dias no ciclo da emergência ao
florescimento (CAMARGO et al., 1995b).
Avaliando linhagens de trigo duro no Irã, HOUSHMAND et al. (2005),
demonstraram em condições favoráveis que a linhagem Prion-1 (143 dias) destacou-se
quanto a precocidade para florescer. No entanto, em relação à maturação destacou-se a
linhagem P140098 (185 dias). Os pesquisadores também verificaram que a linhagem
P140100, considerada a mais tardia tanto para florescer quanto para maturar exibiu o
15
maior porte (127 cm) em relação às demais linhagens, demonstrando associação entre
esses dois caracteres.
Estudos realizados por BRDAR et al. (2008) na República da Sérvia,
demonstrou que a linhagem de trigo duro NSD 81/98 destacou-se entre as demais
linhagens quanto a precocidade da emergência ao florescimento (130 dias). Segundo
esses pesquisadores, o ciclo precoce apesar de diminuir o tempo de enchimento dos
grãos não interferiu na produção final.
A utilização de cultivares de trigo duro mais precoces, tanto para florescimento
quanto para maturação, tem sido um dos principais objetivos de diversos programas de
melhoramento. Estudos comparando o ciclo entre linhagens obtidas em diferentes
períodos, em Israel, demonstraram diferenças significativas quanto à precocidade para
florescer, variando de 94 a 147 dias (BEHARAV et al., 1997).
MOTZO et al. (2004) estudando genótipos de trigo duro na Itália, demonstraram
que as cultivares de trigo duro oriundas de programas de melhoramento italiano, entre
os anos de 1970 a 2000, apresentaram ciclo médio da emergência ao florescimento de
108 dias, em relação às linhagens de trigo duro introduzidas do CIMMYT entre 1900 a
1950, que apresentaram ciclo de 123 dias.
Estudos realizados por CAMARGO et al. (1995a) mostraram que os genótipos
mexicanos de trigo duro avaliados no Estado de São Paulo, apresentaram ciclo médio a
tardio. Fizeram exceção duas linhagens de trigo duro 61150/LDS//GLL“S”/3/GR“S”
/4/MEXI”S”/5/S15-CR“S” e MEXI 75, as cultivares de trigo comum (IAC-60 e IAC-
29) e a cultivar de triticale Álamos que apresentaram-se como precoces, revelaram ciclo
da emergência ao florescimento de 61 a 70 dias.
Visando conhecer a associação entre o ciclo e a produção de grãos em linhagens
de trigo comum, BIUDES et al. (2007) demonstraram que em condição de solo ácido e
com irrigação por aspersão, os genótipos mais produtivos tiveram uma tendência em
exibir ciclo mais precoce para florescer.
No entanto, em experimentos conduzidos em condição de irrigação por aspersão
na Espanha, GARCIA DEL MORAL et al. (2005) relataram que o período vegetativo
apresentou efeito indireto na produção, pois genótipos mais tardios tiveram mais tempo
de duração da fase de enchimento dos grãos e aumentaram o número de espiguetas por
espiga refletindo em efeitos positivos tanto no peso quanto no número de grãos por
espiga, caracteres esses com maior influência na produção de grãos.
16
2.3.5 Comprimento da espiga
O comprimento da espiga é um caráter agronômico considerado em diversos
programas de melhoramento genético do trigo, especialmente quando são verificadas
associações positivas entre esse caráter e a produção de grãos e seus componentes.
Diversos pesquisadores têm demonstrado presença de variabilidade genética
entre genótipos de trigo comum oriundos do programa de melhoramento do IAC
(CAMARGO et al. 2001) e entre linhagens introduzidas do CIMMYT, México
(LOBATO et al. 2005).
Avaliando 25 genótipos de trigo duro em experimentos, instalados em condições
de sequeiro e irrigado, em dois anos, na Espanha, ELHANI et al. (2007) demonstraram
haver variabilidade genética para o comprimento da espiga na haste principal e nos
perfilhos. Esses pesquisadores também verificaram efeitos não significativos para
interação genótipos x anos considerando a haste principal, nessas condições. Por outro
lado, o comportamento dos genótipos diferiram em função dos anos quando se
considerou o comprimento da espiga dos perfilhos.
Visando estudar o desempenho de linhagens de trigo duro e trigo comum quanto
ao comprimento da espiga em Mococa, Monte Alegre do Sul e Tatuí, em 1992, foi
observado que as cultivares de trigo comum (IAC-24 e IAC-60), apresentaram as
espigas mais compridas (7,7 a 8,6 cm) em relação às linhagens de trigo duro. No
entanto, verificou-se grande variabilidade genética quanto a esse caráter (4,9 a 6,0 cm)
entre os genótipos de trigo duro avaliados. Esse resultado comprovou uma característica
da espécie T. durum L. que é apresentar espigas mais curtas em relação à espécie T.
aestivum L. (CAMARGO et al., 1995b).
Foi demonstrado em condições de campo por CAMARGO et al. (2003) que o
caráter comprimento de espiga em trigo comum foi positivamente correlacionado com
produção de grãos, indicando que a produção de grãos poderia ser aumentada mediante
seleção de genótipos com espigas mais compridas. Esses pesquisadores também
demonstraram uma redução no comprimento da espiga em experimentos conduzidos em
sequeiro e solo ácido, em Capão Bonito quando comparados às condições de irrigação
por aspersão e solo corrigido em Tatuí.
Em ensaios de trigo comum, conduzidos em condição de irrigação por aspersão
em Monte Alegre do Sul, nos anos agrícolas de 1999 a 2002, foram encontrados efeitos
significativos para genótipos e não significativos para anos e interação genótipos x anos,
17
possibilitando a comparação dos genótipos considerando a média dos quatro anos. Os
resultados também revelaram associação positiva e significativa entre produção de grãos
e comprimento da espiga, indicando uma tendência dos genótipos mais produtivos
apresentarem espigas mais compridas (BIUDES et al., 2007).
2.3.6 Componentes da produção
Como a produção de grãos é um caráter complexo e altamente influenciado pelo
ambiente, a seleção por meio de seus componentes (número de espigas por planta, de
espigueta por espiga, de grãos por espiga e espigueta e massa de cem grãos) com
controle genético relativamente mais simples, tem mostrado ser mais eficiente em
programas de melhoramento do que a produção de grãos per si (MEDEIROS &
SCHLEHUBER, 1971).
Visando estudar a produção de grãos e seus componentes em linhagens de trigo
comum e trigo duro, BRDAR et al. (2008) demonstraram haver variabilidade genética
entre número de grãos por espiga e massa de grãos, na República da Sérvia. O genótipo
de trigo duro NSD81/98 destacou-se quanto ao número médio de grãos por espiga
(52,0) diferindo das linhagens Neodur (40,9) Durumko (45,9). No entanto a linhagem
Neodur exibiu massa de cem grãos de 5,44 g, diferindo das demais, que exibiram peso
médio de cem grãos de 5,18 e 5,22 g respectivamente. A melhor linhagem de trigo duro
revelou-se superior tanto para o número de grãos por espiga quanto para massa de cem
grãos em relação às linhagens de trigo comum, também avaliadas nesse experimento.
Analisando-se os componentes da produção de três cultivares de trigo duro, na
Itália, em condição de sequeiro, nos anos de 2001 a 2003 verificou-se variabilidade
genética para o número de grãos por espiga (22,4 a 30,6); número de grãos por
espigueta (1,0 a 1,6) e número de espiguetas por espiga (19,1 a 22,8). Para massa de mil
grãos, não foram detectadas diferenças significativas entre os genótipos estudados. A
cultivar Creso destacou-se em relação a todos os caracteres considerados (ARDUINI et
al., 2006).
Visando conhecer os efeitos diretos e indiretos dos componentes sobre a
produção de grãos em experimentos conduzidos em condição de irrigação por aspersão
e sequeiro, avaliaram-se 25 linhagens de trigo duro quanto a produção de grãos e seus
componentes na Espanha. Os resultados obtidos nesses ensaios por GARCIA DEL
MORAL et al. (2003 e 2005) revelaram presença de variabilidade genética quanto ao
18
número de grãos por espiga e por espigueta e massa de cem grãos. Foram também
relatados que os componentes se beneficiaram diretamente e indiretamente, pois se
mantiveram associados a outros fatores como período vegetativo, período de
enchimento dos grãos e número de perfilhos.
GARCIA DEL MORAL et al. (2005) também evidenciaram que os componentes
foram altamente influenciados pelos fatores ambientais, entre eles presença ou ausência
de irrigação. Em ambientes sem irrigação, a produção de grãos associou-se ao número
de grãos por espiga (0,44*), no entanto, em condição de irrigação, a produção de grãos
associou-se positivamente com o número de espiguetas por espiga (0,78*), grãos por
espiga (0,41*) e massa de grãos (0,44*).
AGORASTOS & GOULAS (2005) em três experimentos instalados na Grécia,
demonstraram associação positiva e significativa entre produção e massa de grãos,
exceto para um dos experimentos.
Avaliando o comportamento agronômico de linhagens de trigo duro no Irã,
HOUSHMAND et al. (2005), em condições favoráveis ao cultivo demonstraram que a
linhagem DIPPER-6 destacou-se quanto ao número de grãos por espiga (58), diferindo
das demais linhagens (41 a 52). O genótipo LUND-6 exibiu maior peso de cem grãos
(4,86 g), diferindo das linhagens DIPPER-6 e P140100 (3,93 e 4,12 g).
Comparando o desempenho de linhagens de trigo duro obtido em diferentes
fases dos programas de melhoramento da Itália e da Espanha, ÁLVARO et al. (2008)
demonstraram que as linhagens italianas modernas apresentaram maior número de grãos
por espiga (37,7), espiguetas por espiga (17,2) e grãos por espigueta (2,19) diferindo das
linhagens obtidas no período de 1930 a 1945. Resultados similares foram obtidos nos
genótipos pertencentes à Espanha, exceto para o caráter número de espigueta por espiga
(16,7 a 17,4) que não apresentou diferença significativa entre as diferentes fases
consideradas.
Estudando genótipos de trigo duro em Otawa, Canadá, oriundos do
germoplasma da Itália e do Centro Internacional para Desenvolvimento da Pesquisa em
Áreas Secas (ICARDA), na Síria, foi verificado a existência de variabilidade genética
quanto ao peso de grãos. Foi demonstrado que os genótipos italianos, portadores do
gene de nanismo Rht, apresentaram-se superiores quanto massa de mil grãos (38,3 g),
em ralação às linhagens introduzidas do ICARDA (34,1 g) (MOTZO et al., 2004).
Visando avaliar o comportamento agronômico entre a produção e seus
componentes em cultivares de trigo duro, em condições de sequeiro e irrigado no
19
Canadá, nos anos de 1978 e 1979, verificou-se que a produção de grãos foi
correlacionada com número de grãos por espiga (0,67*), massa de grãos (0,46*) e
duração do período de enchimento dos grãos (0,39*). A massa de grãos foi também
correlacionada positivamente com a duração do período vegetativo (0,42*) e com
período de enchimento dos grãos (0,56*) (GEBEYEHOU et al., 1982).
Foi avaliado o comportamento agronômico de 25 genótipos de trigo duro e suas
associações em experimentos, instalados em condições de sequeiro e irrigado, no
período 1996 a 1998, na Espanha. Verificou-se que os genótipos com maior produção
de grãos por hectare apresentaram espigas mais férteis (0,67*), com maior número de
espiguetas por espiga (0,79*) e grãos mais pesados (0,67*) em condição de irrigação.
Associações positivas e significativas foram estimadas entre número de grãos por espiga
e número de grãos por espigueta, e entre número de grãos por espiga e número de
espiguetas por espiga considerando, os ensaios de sequeiro e irrigado. As correlações
entre massa de mil grãos e número de grãos por espiga, e entre massa de mil grãos e
número de grãos por espigueta foram positivas e significativas, somente nos ensaios de
sequeiro e a correlação entre massa de mil grãos e número de espiguetas por espiga foi
positiva e significativa, apenas nos ensaios irrigados (ELHANI et al., 2007).
Estudando genótipos de trigo duro em dois locais de São Paulo, em condições de
irrigação por aspersão, demonstrou-se que a cultivar IAC-1003 (Gallareta“S”) exibiu
maior número de grãos por espiga e por espigueta comparadas com a cultivar de trigo
comum IAC-60. Verificaram também que as linhagens de trigo duro tiveram maior
massa de cem grãos em relação às cultivares de trigo comum IAC-24 e IAC-60. Estes
resultados comprovaram que os caracteres número de grãos por espiga e por espigueta e
massa de cem grãos observadas nos genótipos da espécie T. durum L. foram superiores
em relação aos da espécie T. aestivum L. Essas informações são importantes no
direcionamento dos cruzamentos interespecíficos em programas de melhoramento
genético (CAMARGO et al., 1995b).
Associações entre produção de grãos e seus componentes tem sido verificadas
em linhagens mexicanas de trigo comum por LOBATO et al. (2005) e BIUDES et al.
(2007). Segundo esses autores, entre componentes estudados, a massa de cem grãos foi
o componente que mais influenciou na produção, em condição de irrigação por aspersão
em diferentes regiões paulistas. BIUDES et al. (2007) demonstraram que os genótipos
mais produtivos revelaram também ter espiguetas e espiga mais férteis, em Monte
Alegre do Sul.
20
Em experimentos com linhagens de trigo comum em Tatuí, em condição de
irrigação por aspersão, em 1999 e 2000 foi verificada ampla variabilidade genética
quanto ao comprimento (5,8 a 6,7 mm), largura (2,6 a 3,6 mm) e espessura (2,5 a 3,0)
dos grãos. Associações positivas e significativas demonstraram que as linhagens mais
produtivas apresentaram os grãos mais largos (0,25*); e que as linhagens com grãos
mais pesados tiveram grãos mais compridos (0,46*), mais largos (0,80*) e mais
espessos (0,71*). Correlações negativas significativas foram estimadas entre número de
grãos por espiga e os caracteres: comprimento (-0,26*) e espessura (-0,26) dos grãos
(MISTRO & CAMARGO, 2002) .
2.3.7 Comprimento do internódio da raque
Entre os fatores que limitam o cultivo de trigo duro, em diferentes locais do
Estado de São Paulo, é a falta de dormência dos grãos. Este problema é agravado pela
presença no trigo duro de espigas mais compactas, com menor comprimento do
internódio da raque e com grande número de espiguetas por espiga (CAMARGO &
FERREIRA FILHO, 2000). Esses caracteres favorecem o acúmulo de água nas espigas
provocando condições favoráveis à germinação dos grãos maduros na espiga antes da
colheita. Este fato mais a ocorrência de doenças podem aumentar os riscos de perdas na
colheita.
Estudando diferentes genótipos de trigo duro em condição de telado, DEL
GUERCIO (2009) demonstrou haver variabilidade genética quanto ao comprimento do
internódio da raque (0,38 a 0,43 cm). Essa pesquisadora relatou que o parental IAC-
1003, oriundo do México, revelou espigas mais compactas em relação aos demais
parentais avaliados nesse experimento.
Visando conhecer o comportamento desses caracteres em populações
segregantes de trigo comum e seus genitores, em condições de telado, CAMARGO et
al. (2000b) demonstraram haver elevada variabilidade genética. As linhagens mexicanas
CMH 79.959/2* CNO 79 e CMH 80A.747 revelaram maior comprimento médio do
internódio da raque (0,71 e 0,72 cm) diferindo das demais linhagens utilizadas como
genitores (0,29 a 0,49 cm). Esses pesquisadores também verificaram correlações
fenotípicas positivas e significativas entre os caracteres comprimento da espiga e
comprimento do internódio da raque em todos os cruzamentos, demonstrando que
quanto maior o comprimento da espiga maior foi o comprimento do internódio da raque.
21
Estudos realizados por FERREIRA FILHO (1996), avaliando linhagens de trigo
comum, em condições de telado, demonstrou haver variabilidade genética quanto ao
comprimento do internódio da raque (0,29 a 0,69 cm).
A obtenção de espigas mais compridas com maior comprimento do internódio da
raque tem sido objetivo do programa de melhoramento de trigo duro do IAC, através de
cruzamentos entre as espécies T. aestivum L. e T. durum L. Acredita-se que a seleção de
genótipos com esses caracteres possam minimizar as perdas causadas pela germinação
dos grãos antes da colheita.
2.4 Doenças
2.4.1 Ferrugem-da-folha
A ferrugem-da-folha ou ferrugem-alaranjada, doença causada pelo fungo
obrigatório Puccinia recondita Rob. ex Desm. f. sp. tritici Eriks. & Henn. É uma das
doenças fúngicas mais comuns e prejudiciais à cultura do trigo no mundo, pois ocorre
em todos locais onde o cereal é cultivado (CHAVES & BARCELLOS, 2006).
Essa doença é comum nas regiões tritícolas brasileiras, causando queda na
produção, expressivas reduções da área cultivada, instabilidade de colheita e prejuízos
aos agricultores (BRAMMER et al., 2002).
Dentre as doenças da cultura do trigo comum nas condições de São Paulo, a
ferrugem-da-folha, é uma das mais importantes, não só pela freqüência com que tem
ocorrido ao longo dos anos, assim como pelo prejuízo que causa, reduzindo a produção
e a qualidade de grãos (BARROS et al., 2006).
Os sintomas da ferrugem-da-folha consistem em pústulas nos dois lados da folha
e em toda a parte aérea da planta. As pústulas são circulares ou ligeiramente ovaladas,
de cor laranja-amarelada e espalhadas na folha. Com alta infecção, há diminuição no
peso do grão e no sistema radicular da planta e, como consequência há queda na
produção de grãos (METHA, 1993).
Essa doença pode manifestar-se em qualquer fase do ciclo vegetativo, desde o
surgimento da primeira folha até a maturação da planta (REIS et al., 2000).
BEHARAV et al. (1997) avaliaram 131 genótipos de trigo duro e trigo comum
oriundos do germoplasma israelense e de outros centros, em experimentos conduzidos
em Israel, quanto a reação a dois fungos causadores das ferrugens: da folha (Puccinia
22
recondita) e linear (Puccinia striiformis), utilizando inoculação artificial. Esses
pesquisadores demonstraram grande variabilidade genética quanto à reação dos
genótipos a esses patógenos, pois apenas 8 e 32% das linhagens estudadas apresentaram
resistentes ou moderadamente resistentes aos fungos P. striiformis e P. recondita
respectivamente. As demais linhagens estudadas apresentaram-se moderadamente
suscetíveis, suscetíveis e altamente suscetíveis. Dois acessos de trigo duro (39353 e
39293), oriundos de introdução, apresentaram-se resistentes aos dois patógenos.
Visando avaliar linhagens de trigo duro e trigo comum quanto à reação ao fungo
causador da ferrugem-da-folha, foram realizadas inoculações artificiais em condição de
campo na Espanha, nos anos de 1997 a 2000. Os genótipos Creso e Colosseo,
representando apenas 6% dos genótipos avaliados, destacaram-se quanto à resistência
ao agente causal da ferrugem-da-folha, revelando-se boas fontes genéticas para
programas de melhoramento. Verificou-se maior número de genótipos resistentes em
trigo comum (26%), fato atribuído aos intensivos esforços dos programas de
melhoramento em obter genótipos resistentes. O uso de cultivares com diferentes
combinações de genes (Lr), responsáveis pela resistência a essa doença em trigo
proporcionaria uma resistência parcial (poligênica). Essa seria mais eficiente na
durabilidade, contribuindo assim, com diferentes mecanismos de proteção, evitando a
quebra brusca da resistência devido a surgimento de novas raças (MARTÍNEZ et al.,
2007).
Avaliando linhagens de trigo comum oriundas de cruzamentos interespecíficos
(T. aestivum x T. durum), em experimentos instalados em diferentes locais e anos no
Estado de São Paulo, foram identificadas linhagens resistentes às principais raças do
fungo causador da ferrugem-da-folha. Os autores concluíram que provavelmente a
resistência encontrada nessas linhagens de trigo comum foi proveniente do trigo duro,
que tem apresentado resistência às principais raças do agente causador dessa
enfermidade, no Estado de São Paulo (LOBATO et al., 2007).
Estudos realizados por CAMARGO et al. (1995a) mostraram que a linhagem de
trigo duro MINDUM/KIF“S”//SAPI“S” foi imune ao agente causador da ferrugem-da-
folha, sendo que as demais linhagens de trigo duro e triticale revelaram-se resistentes,
com graus máximos de infecção entre 5 e 10%. As cultivares de trigo comum: SERI-82,
IAC-24 e IAC-29, nas mesmas condições, exibiram reações entre 30% e 40% sendo os
mais afetados pelo fungo.
23
Avaliando linhagens de trigo duro e trigo comum em condições de sequeiro em
Maracaí, nos anos agrícolas de 1990 a 1992 e em condição de irrigação por aspersão em
Mococa em 1991, CAMARGO et al., (1995b) verificaram baixa incidência ao agente
causal da ferrugem-da-folha. As linhagens de trigo duro se revelaram imunes ou
resistentes, com graus máximos de 5% de área infectada. As cultivares de trigo comum
IAC-24 e IAC-60, com reações de 5 e 20%, apresentaram-se resistentes e
moderadamente resistentes a esse patógeno.
2.4.2 Mancha-da-folha
A mancha-da-folha é causada por uma série de agentes causais: Bipolaris
sorokiniana, Dreschlera tritici-repentis, Phaaeosphaeria nodorum e Septoria Tritici
formando um complexo de doenças.
Apesar de vários agentes serem causadores da mancha-da-folha, o principal
fungo é o Bipolaris sorokiniana, que se encontra disseminado em todas as regiões
tritícolas da América do Sul, em todos os estados brasileiros produtores, sendo também
o mais encontrado nas regiões tritícolas paulistas. Tem condicionado perdas de até 80%
na produção de grãos (KIMATI et al., 1997) e de 80 a 100% de prejuízos, quando
ocorre associado à giberela (MEHTA, 1993).
Os sintomas iniciais são pequenas manchas ovais, de coloração castanho-escuro
a negras nas folhas, sem esporulação. Aumentam de tamanho e tornam-se elípticas com
bastante esporulação, ficando quase preta e bordos pardos escuros (KIMATI et al.,
1997). A doença pode se manifestar em todo ciclo da planta, podendo ser disseminada
via semente.
Em diversos trabalhos são relatadas dificuldades em se obter genótipos de trigo
comum e duro com resistência aos agentes causais dessa doença, devido a grande
variabilidade de agentes causais da doença e ao fato da resistência genética ser
aparentemente governada por muitos genes (CAMARGO et al., 1995a).
Estudos realizados por BARROS et al. (2006), em Capão Bonito, revelaram
maior incidência de mancha-da-folha em cultivares de trigo comum em anos mais
chuvosos e com melhor distribuição da chuva durante o ciclo da cultura. Em anos com
menor intensidade de chuva verificou-se menor incidência da doença.
Estudos realizados por FELÍCIO et al. (2001), quanto a resistência ao agente
causal da mancha-da-folha e outras doenças em genótipos de trigo comum,
24
demonstraram que as maiores porcentagens de infecções foram verificadas em Tatuí,
nos anos de 1995 a 1998, com média de 20 a 35% de área foliar infectada. Esses
pesquisadores também demonstraram baixas incidências nos ensaios instalados em
Votuporanga, Ribeirão Preto e Mococa considerando os mesmos anos e as mesmas
condições de cultivo. Este fato poderia ser explicado pela ocorrência de maior umidade
relativa em Tatuí em relação aos demais locais.
Visando estudar o comportamento agronômico de linhagens de trigo duro e
comum foram instalados experimentos em diferentes regiões e condições de cultivo do
Estado de São Paulo, nos anos de 1990 a 1992. CAMARGO et al. (1995b)
demonstraram em planta adulta que os genótipos das duas espécies apresentaram-se
suscetíveis (26 a 50%) e altamente suscetíveis (51 a 99%) aos agentes causais dessa
doença, segundo escala de avaliação proposta por METHA (1993).
Avaliando linhagens de trigo duro, trigo comum e triticale em Monte Alegre do
Sul, em condição de irrigação por aspersão nos anos de 1987 e 1988, CAMARGO et al.
(1995a) também demonstraram que os genótipos avaliados se revelaram suscetíveis aos
agentes causais das manchas foliares, apresentando 30 a 99% de área infectada, com
exceção da linhagem 6 (Dackiye/Gerardo Vezio 394), que apresentou-se
moderadamente resistente, com apenas 20% de área infectada nos dois anos.
No entanto FELÍCIO et al. (2005) estudando linhagens de trigo duro e a cultivar
de trigo comum IAC-24, em Ribeirão Preto, Mococa e Votuporanga, no período 1998 a
2002, em condição de irrigação por aspersão e solo corrigido, verificaram baixa
incidência dos agentes causadores da mancha-da-folha, pois todos os genótipos
apresentaram-se moderadamente resistentes, com 10 a 20% de área foliar infectada.
Este fato ocorreu em função das condições climáticas (baixa umidade relativa) não
terem sido favoráveis ao desenvolvimento da doença.
Devido a pouca informação quanto à resistência aos agentes causais das
manchas foliares em trigo duro e a falta de cultivares de trigo duro e comum com
elevado nível de resistência, o controle químico tem sido mais indicado para a
prevenção em regiões onde há grande incidência da doença, mesmo em anos favoráveis
ou desfavoráveis para o desenvolvimento da cultura (BARROS et al., 2006). Outras
medidas, tais como emprego de sementes sadias, rotação de cultura, manejo de solo e
eliminação de restos culturais e plantas hospedeiras poderiam minimizar as perdas
causadas por essa doença.
25
2.4.3 Oídio
Essa doença é causada pelo fungo Blumeria graminis f. sp. tritici, que se
caracteriza por estruturas vegetais e reprodutivas, atacando toda a parte verde da planta.
Consiste de um mofo branco a cinza composto por pústulas ovaladas ou irregulares que
saem com facilidade quando raspadas ou com a agitação da planta. Essa doença causa
danos à produção, que chega a reduzir em 55% do rendimento final (MEHTA, 1993).
O patógeno tem grande adaptação ao ambiente, representando ampla severidade
tanto em ambiente quente quanto frio (SENTELHAS et al., 1993).
O oídio é uma das mais severas doenças foliares que ocorrem no cultivo de trigo,
provocando danos significativos caso esteja presente em todas as fases de
desenvolvimento da cultura (BARROS et al., 2006). No entanto, esses pesquisadores
relataram a grande influência das condições climáticas no desenvolvimento do
patógeno. Em anos com grande intensidade pluviométrica e boa distribuição verificou-
se maiores porcentagens de área foliar infectada.
Segundo KIMATI et al. (1997) o uso de cultivares resistentes tem sido utilizado
como uma medida preferencial para o controle da doença.
Resultados obtidos por CAMARGO et al. (1993), em relação ao oídio avaliado
em planta adulta, em ensaios instalados em Campinas, nos anos de 1987 e 1988, em
condição de irrigação por aspersão, mostraram que a linhagem de trigo duro
Yavaros“S”- Anhinga“S”, a cultivar de triticale Cananea 79 e as cultivares de trigo
comum IAC-60 e IAC-29, apresentaram-se imunes ao agente causal. Apenas três
linhagens de trigo duro foram suscetíveis, com graus médios de infecção de 30 a 40%
em pelo menos um ano de avaliação.
Outros estudos realizados por CAMARGO et al. (1995a), conduzidos também
em Campinas, mostraram que a linhagem de trigo duro Sacaba-81, destacou-se quanto à
baixa incidência de oídio, apresentando 20% de área infectada (moderadamente
resistente), e as demais linhagens de trigo duro avaliadas apresentaram 60 a 80% de área
infectada (altamente suscetível).
2.5 Tolerância ao Alumínio
A triticultura brasileira instala-se em sua maioria em solos ácidos, em condições
de sequeiro, apresentando pH entre 4,0 e 5,5, baixos teores de bases (Ca, Mg, P e K) e
26
fósforo e elevadas quantidades de alumínio trocável ou solúvel. O alumínio é um dos
constituintes das partículas de argila do solo e sua toxicidade é possível na maioria dos
solos, onde o pH apresenta-se inferior a 5,5 (CAMARGO & FERREIRA FILHO,
2000).
O principal efeito da toxicidade de alumínio no trigo é a paralisação irreversível
do crescimento das raízes, que por sua vez, entre outros efeitos, provocam a diminuição
da produção de grãos, da altura da planta, do número de perfilhos e outras
características da planta, tornando-se o principal fator limitante à expansão da área
mundial cultivada com esse cereal, principalmente em solos ácidos (KERRIDGE, 1969;
CAMARGO et al., 2000a; LOBATO et al., 2007).
O trigo é originário de regiões de clima semi-árido e solo alcalino, com pH
geralmente acima de 7. Linhagens introduzidas do CIMMYT, México, têm sido
sensíveis a solos ácidos, pois não sofreram pressão de seleção quanto à tolerância ao
alumínio (CAMARGO, 1993 e MISTRO et al., 2001).
A maioria das cultivares tolerantes originaram-se por seleção, em solos onde
esse elemento é encontrado naturalmente em níveis que causam toxicidade às plantas
sensíveis (CAMARGO et al., 2000a).
O alumínio, nas camadas superficiais dos solos ácidos, pode ser precipitado pela
calagem, porém no subsolo permanece solúvel e tóxico às plantas (FOY et al., 1965). O
efeito da calagem geralmente atinge, no máximo, 0,30 m de profundidade. Nos solos
corrigidos, o excesso de alumínio trocável ou solúvel do subsolo pode restringir o
crescimento das raízes das cultivares de trigo, sensíveis ao alumínio, só para as camadas
superficiais do solo que receberam a calagem. Isso torna as plantas mais sensíveis à seca
pelo seu impedimento em obter água e nutrientes nas camadas mais profundas do solo
(CAMARGO & FERREIRA FILHO, 2000). Desse modo, o cultivo de trigo comum e
duro fica restrito a condição de irrigação onde as raízes poderão obter água e nutrientes
da camada de solo corrigido.
Estudos realizados por MOORE et al. (1976) informaram que é muito difícil
controlar adequadamente o complexo mineral do solo para que um determinado nível de
Al3+ possa ser reproduzido de um experimento para outro ou de um local para outro.
A vantagem oferecida pelo uso das soluções nutritivas é a imediata observação
dos efeitos da injúria de alumínio, pela inibição de crescimento da raiz, evitando-se os
inconvenientes do uso de solo, onde a intensidade de seleção não pode ser
quantitativamente controlada e outros fatores, além do alumínio, podem estar
27
envolvidos. Dessa forma, o uso de solução nutritiva pode tornar mais eficiente e precisa
a separação das plantas em relação à tolerância ao Al3+ (CAMARGO et al., 2000a).
Avaliando o crescimento de raízes em diferentes concentrações de alumínio em
experimentos em laboratório, mostraram que a 1 mg L-1 de Al3+, todas as linhagens de
trigo duro foram sensíveis, isto é, apresentaram uma paralisação irreversível do
crescimento do meristema apical de suas raízes após a permanência de 48 horas em
soluções nutritivas contendo essa concentração. Nessas condições, as cultivares de
triticale Cananea e de trigo comum Glennson-81, IAC-24, IAC-60 e IAC-29 foram
tolerantes. Resultados experimentais conduzidos em condições de campo indicaram que
os melhores genótipos de trigo duro, em solos ácidos corrigidos e submetidos à
irrigação por aspersão não diferiram em produção de grãos das cultivares de trigo
comum e triticale utilizadas como controle (CAMARGO et al., 1993).
O fato das linhagens de trigo duro serem altamente sensíveis ao alumínio
confirma que, os genes para essa tolerância não são encontradas nos genomas A e B que
compõem a espécie de T. durum L. (AABB) e, sim, no genoma D, que faz parte da
espécie T. aestivum L. (AABBDD) (LAGOS et al., 1991).
Estudos realizados por CAMARGO et al. (1992), em condições de solo ácido e
solo corrigido, irrigação por aspersão e em soluções nutritivas, demonstraram a
associação entre os resultados obtidos no campo e em laboratório. Esses pesquisadores
concluíram que os genótipos de trigo comum com maior crescimento radicular em
soluções nutritivas, nas concentrações de 3 a 6 mg/litro de Al3+ demonstraram maior
produção de grãos em solo ácido quando comparadas com as linhagens de trigo duro e
duas cultivares de trigo comum sensíveis a concentração de 1 mg/litro de Al3+. No
entanto, em solo corrigido, observou-se que as melhores linhagens de trigo duro não
diferiram quanto à produção de grãos em relação aos demais genótipos estudados.
O desenvolvimento de novas cultivares tolerantes ao alumínio, para cultivo em
solos ácidos, tem sido apontado como uma das soluções econômicas para auxiliar o
incremento da produção mundial de alimentos (KIM et al., 2001). No Brasil, por
apresentar grandes áreas de cerrado, que representa 25% da área nacional, caracterizado
por exibir elevados níveis de alumínio trocável no solo, tem sido de grande interesse o
desenvolvimento de novas cultivares tolerantes ao alumínio para que novas áreas de
cultivo de trigo possam ser incorporadas permitindo expansão deste cereal.
Devido à importância da incorporação nas linhagens de trigo duro do fator
genético da tolerância ao alumínio presente nas cultivares de trigo comum, CAMARGO
28
et al. (2007) realizaram sucessivas hibridações entre as duas espécies. Progressos já
foram obtidos pelos pesquisadores, pois em experimentos conduzidos em laboratório,
em solução nutritiva, linhagens de trigo duro oriundas desse cruzamento interespecífico,
apresentaram crescimento radicular até a concentração de 4 mg L-1 de Al3+. A obtenção
de linhagens tolerantes ao alumínio seria de suma importância, pois permitiria o cultivo
dessa espécie sem restrição em solos ácidos.
2.6 Interação de Genótipos x Ambientes
A seleção e a recomendação de genótipos mais produtivos são objetivos básicos
dos programas de melhoramento genético de qualquer espécie cultivada. O processo de
seleção é, frequentemente, realizado pelo desempenho dos genótipos em diferentes
ambientes (ano, local, época de semeadura, etc.). Contudo, a decisão de lançamento de
novas cultivares normalmente é dificultada pela ocorrência da interação de genótipos x
ambientes (CARVALHO et al., 2002).
Considerando o caráter produção de grãos, o fenótipo é a expressão da
constituição genética do genótipo, do efeito de ambiente e da interação dos genótipos
com ambientes, que ocorre quando os genótipos apresentam comportamento
diferenciado em função do ambiente, resultando na mudança na classificação dos
genótipos de um ambiente para outro, uma diferença na escala entre ambientes ou uma
combinação destes dois fatores (ALLARD, 1964).
A existência da interação genótipos x ambientes, para CRUZ & REGAZZI
(1997), está associada a dois fatores. O primeiro, denominado simples, é proporcionado
pela diferença entre genótipos; o segundo, denominado complexo, é dado pela ausência
de correlação entre os genótipos. A interação genótipos x ambientes reduz a correlação
entre o fenótipo e o genótipo. A correlação baixa indica que o genótipo superior em um
ambiente, normalmente, não terá o mesmo desempenho em outro ambiente.
A interação não interfere apenas na recomendação de cultivares, mas também
dificulta o trabalho do melhorista, pois o comportamento diferenciado dos genótipos
torna mais complexo a identificação de linhagens com alto potencial genético (ZOBEL
& TALBERT, 1984).
Avaliando o desempenho de genótipos em diferentes condições de cultivo,
grande número de pesquisadores identificaram interações genótipos x ambientes
29
significativas entre linhagens de trigo duro, dentre eles RHARRABTI et al. (2003) na
Espanha.
Experimentos conduzidos por MOHAMMADI & AMRI (2008) no Irã também
demonstraram interações genótipos x experimentos e genótipos x anos significativas,
entre quinze linhagens de trigo duro, avaliadas em três anos e dois locais, em sistema de
sequeiro e irrigado. Esses autores concluíram que as variações ambientais tornaram-se
importantes na determinação do desempenho de genótipos, então a avaliação de
linhagens baseada em diversos anos e locais se tornou a melhor estratégia para
recomendação de novas cultivares, mais adaptadas e estáveis em diversos ambientes.
No entanto, avaliando linhagens de trigo duro na Espanha, em condições de
irrigação e sequeiro ELHANI et al. (2007), demonstraram que não houve interação
genótipos x anos quanto à produção de grãos, grãos por espiga e massa de mil grãos,
mostrando que os genótipos estudados mantiveram um desempenho similar nos anos
considerados.
Em experimentos instalados na Itália, em condição de irrigação e sequeiro nos
anos de 2001 a 2003, avaliou-se 14 linhagens de trigo duro quanto à produção de grãos
e seus componentes. Os resultados obtidos demonstraram que houve efeito significativo
para genótipos, anos e interação genótipos x anos para todos os caracteres avaliados,
exceto para efeito de anos quanto ao número de grãos por espiga (VITA et al., 2007).
Produção de grãos e seus componentes foram estudados em genótipos de trigo
duro em três experimentos instalados na Grécia e verificou-se efeito significativo
quanto à interação genótipos x ambientes em todos os caracteres estudados, exceto para
conteúdo de proteína no grão, demonstrando comportamento diferenciado dos genótipos
em função dos ambientes (AGORASTOS & GOULAS, 2005).
Avaliando linhagens de trigo duro e trigo comum, quanto à produção de grãos
em diferentes anos e locais do Estado de São Paulo, também identificou-se interação
genótipos x ambientes significativa em Tatuí, Monte Alegre do Sul e Maracaí, nos anos
de 1990 a 1992. No entanto em Campinas e Mococa o comportamento das linhagens
não diferiu em função dos anos, sendo possível comparar a produção considerando a
média dos anos considerados nesses locais (CAMARGO et al., 1995a).
Resultados similares foram obtidos por FELÍCIO et al. (1999) avaliando
linhagens de trigo duro e comum em experimentos instalados em Tatuí, Votuporanga,
Ribeirão Preto e Mococa, nos anos de 1995 a 1997. Estes pesquisadores demonstraram
30
o comportamento diferenciado dos genótipos em função dos locais e anos exceto para
os experimentos instalados em Mococa nos anos considerados.
Estudando a produção de grãos dos genótipos de trigo comum, em Capão
Bonito, nos anos de 1994 a 2001, em condição de sequeiro, verificaram-se efeitos
significativos para genótipos, anos e interação genótipos x anos (FELÍCIO et al., 2004).
Avaliando linhagens de trigo comum em Monte Alegre do Sul, em condição de
irrigação por aspersão e solo corrigido, nos anos agrícolas de 1999 a 2002, verificaram-
se efeitos significativos para genótipos e anos e não significativos para interação
genótipos x anos para todos os componentes, exceto para massa de cem grãos,
demonstrando para esse caráter haver um comportamento diferenciado das linhagens em
função dos anos de experimentação (BIUDES et al., 2007).
A estimativa da interação genótipos x ambientes é de suma importância para os
agricultores e melhoristas. Para os agricultores as cultivares devem ter o mínimo de
interação com locais e/ou anos, implicando em redução nos riscos da produção agrícola
e garantia de lucros com a safra. Para os melhoristas, a interação torna necessário o
desenvolvimento de cultivares específicas para determinado ambiente, havendo a
necessidade de considerar o desempenho de futuras cultivares, em diferentes anos e
locais, a fim de se ter conclusões mais consistentes (AMORIM et al., 2006).
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Experimentos no Campo
Visando avaliar o comportamento de genótipos de trigo duro em diferentes
condições de cultivo do Estado de São Paulo foram realizados dois experimentos
denominados “Ensaios de Novas Linhagens I e II”, compostos cada um por 20
genótipos, sendo o “Ensaio de Novas Linhagens I” composto por 17 linhagens de trigo
duro, introduzidas do CIMMYT e o “Ensaio de Novas Linhagens II” composto por 17
linhagens de trigo duro oriundas do programa de melhoramento do IAC, mais as três
cultivares controle: IAC-1001, IAC-1002, IAC-1003. A genealogia dos genótipos
avaliados estão apresentados nas tabelas 1 e 2.
31
As cultivares IAC-1001, IAC-1002 e IAC-1003 caracterizam-se por apresentar
porte semi-anão, sensibilidade à toxicidade de alumínio e elevado potencial produtivo
em solos corrigidos e com irrigação por aspersão (CAMARGO et al., 1995b).
Os “Ensaios de Novas Linhagens I e II” foram semeados manualmente em
Capão Bonito (latitude 24º 02’ S, longitude 48º 22’ W, altitude de 702 m), pertencente à
zona tritícola B, em condições de sequeiro e solo corrigido, nos anos de 2007 e 2008.
Foram semeados mecanicamente em Tatuí (latitude 23º 22’ S, longitude 47º 52’ W,
altitude de 600 m), pertencente à zona tritícola D, em condições de irrigação por
aspersão e solo corrigido com calcário nos anos de 2005, 2006, 2007 e 2008 e em
Mococa (latitude 21º 28’ S, longitude 47º 01’ W, altitude de 665 m), pertencente à zona
tritícola H, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido com calcário, nos
anos de 2007 e 2008.
O delineamento estatístico utilizado nos dois experimentos, nos três locais e em
todos os anos foi de blocos ao acaso com quatro repetições, totalizando 80 parcelas por
ensaio. Em Capão Bonito a semeadura foi manual, sendo as parcelas constituídas por
seis linhas de 3 m de comprimento, espaçadas 0,2 m entre linhas e 0,6 m entre parcelas.
Em Tatuí e Mococa, onde se utilizou semeadura mecânica, as parcelas foram
constituídas por oito linhas de 3 m de comprimento, espaçadas 0,17 m entre linhas e 0,6
m entre parcelas. A densidade de semeadura empregada foi equivalente a 1.440
sementes por parcela em uma área útil de colheita de 3,6 m2.
Em Capão Bonito, Tatuí e Mococa em 2007 e 2008 foram retiradas amostras
compostas do solo, na profundidade de 0-20 cm. Em Capão Bonito, no ano de 2008,
retiraram-se também amostras nas profundidades de 0-20, 20-40, 40-60, 60-80 e 80-100
cm (Tabela 3) a fim de mapear o perfil do solo quanto à fertilidade. As amostras das
profundidades de 0-20 foram coletadas visando efetuar análises químicas, realizadas no
Centro de Solos e Recursos Agroambientais do IAC em Campinas-SP (Tabela 3 e 4).
Os resultados da análise química foram utilizados para o cálculo da quantidade de
adubo necessário, tendo por base a tabela de adubação do Instituto Agronômico de
Campinas (INSTITUTO AGRONÔMICO, 2002).
Visando controlar a infestação de plantas daninhas, aplicou-se nos experimentos
instalados em Tatuí, nos dois anos de cultivo, em pré-emergência, o herbicida Herbadox
e em Capão Bonito, Tatuí e Mococa em pós-emergência o herbicida Ally (INSTITUTO
AGRONÔMICO, 2002).
32
Tabela 1 - Genealogia e origem dos genótipos avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”.
Genótipos Origem Genealogia
1 IDSN/94 T-48 Aythya 1
2 IDSN/94 T-49 Aythya 2
3 IDSN/94 T-80 Altar 84
4 IDSN/94 T-81 Dipper 4
5 IDSN/94 T-93 Thknee 8
6 IDSN/94 T-94 Thknee 9
7 IDSN/94 T-108 Suruca
8 IDSN/94 T-113 Gote “S”/3/Medium/KIF “S”//SAPI
“S”/4/WAGTL
9 IDSN/94 T-144 KRM/TRI//Silver
10 IDSN/94 T-157 Silver
11 IDSN/94 T-178 QFN/KILL “S”
12 IDSN/94 T-189 ARAM/SRN
13 IDSN/94 T-193 SRN//HUI “S”/TUB “S”
14 IDSN/94 T-208 DAKYAV 9
15 IDSN/94 T-228 STIL “S”/YAV “S”//AUK “S”/3/Silver
16 IDSN/94 T-240 Omrabi 5
17 IDSN/94 T-273 Dukem/DON 87
18 IAC-1001 Guillemont “S”
19 IAC-1002 61150/Leeds//Gallo “S”/3/Garza
“S”/4/Mexicali “S”/5/S15/CR “S”
20 IAC-1003 Gallareta “S”
IDSN = International durum screening nursery (CIMMYT) México.
33
Tabela 2 - Genealogia e origem dos genótipos avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”.
Genótipos Origem Genealogia
1 LTDTol3+/2006 - L-116-117 BH-1146/LGN//2*IAC-1003
2 LTDTol3+/2006 - L-135-136 BH-1146/LGN//2*IAC-1003
3 LTDTol3+/2006 - L-186-187 BH-1146/LGN//2*IAC-1003
4 LTDTol3+/2006 - L-207-208 BH-1146/LGN//2*IAC-1003
5 LTDTol3+/2006 - L-274-275 BH-1146/LGN//2*IAC-1003
6 LTDTol3+/2006 - L-286-287 BH-1146/LGN//2*IAC-1003
7 LTDTol3+/2006 - L-329-330 BH-1146/LGN//2*IAC-1003
8 LTDTol3+/2006 - L-398-399 BH-1146/LGN//2*IAC-1003
9 LTDTol3+/2006 - L-407-408 BH-1146/LGN//2*IAC-1003
10 LTDTol3+/2006 - L-434-435 BH-1146/LGN//2*IAC-1003
11 LTDTol3+/2006 - L- 454-455 BH-1146/LGN//2*IAC-1003
12 LTDTol3+/2006 - L-467-469 BH-1146/LGN//2*IAC-1003
13 LTDTol3+/2006 - L-511-512 BH-1146/LGN//2*IAC-1003
14 LTDTol3+/2006 - L-538-539 BH-1146/LGN//2*IAC-1003
15 LTDTol3+/2006 - L- 572-574 BH-1146/LGN//2*IAC-1003
16 LTDTol3+/2006 - L-593-594 BH-1146/LGN//2*IAC-1003
17 LTDTol3+/2006 - L-634-635 BH-1146/LGN//2*IAC-1003
18 IAC-1001 Guillemont “S”
19 IAC-1002 61150/Leeds//Gallo “S”/3/Garza
“S”/4/Mexicali “S”/5/S15/CR “S”
20 IAC-1003 Gallareta “S”
LTDTol3+ = Linhagens de trigo duro tolerantes a 3 mg L-1 de alumínio.
34
Tabela 3 - Resultados das análises do solo de Capão Bonito, onde foram instalados os “Ensaios de Novas Linhagens I e II”, nos anos de 2007 e 2008, em diferentes profundidades, expressas em cm (1).
2007 2008
Determinações 0-20 0-20 20-40 40-60 60-80 80-100
P resina (mg dm-3) 107 54 2 2 1 1
M.O. (g dm-3) 25 23 15 15 13 14
pH (Cacl2) 5,4 5,5 5,3 5,3 5,2 5,3
K (mmolc dm-3) 4,7 2,2 0,3 0,5 0,3 0,3
Ca (mmolc dm-3) 43 39 17 14 11 16
Mg (mmolc dm-3) 17 16 9 7 6 8
H+Al (mmolc dm-3) 31 20 25 28 28 25
S.B. (mmolc dm-3) 64,7 57,3 26,9 21,7 18,0 23,9
CTC (mmolc dm-3) 95,5 77,5 51,9 49,5 45,8 48,9
V % 68 74 52 44 39 49
Tabela 4 - Resultados das análises do solo de Tatuí e Mococa, onde foram instalados nos “Ensaios de Novas linhagens I e II”, nos anos de 2007 e 2008, na profundidade de 20 cm (1).
Tatuí Mococa
Determinações 2007 2008 2007 2008
P resina (mg dm-3) 43 53 86
M.O. (g dm-3) 25 20 19
pH (Cacl2) 5,7 5,2 5,5
K (mmolc dm-3) 6,7 3,6 4,0
Ca (mmolc dm-3) 49 20 27
Mg (mmolc dm-3) 26 7 11
H+Al (mmolc dm-3) 22 25 22
S.B. (mmolc dm-3) 81,7 30,6 42,3
CTC (mmolc dm-3) 104,2 55,6 64,8
V % 78
45
24
4,7
7,8
30
12
47
49,6
96,6
51 55 65
(1) Análises efetuadas no laboratório do Centro de Solos e Recursos Agroambientais, Instituto Agronômico, Campinas.
35
Em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008, foram realizadas sucessivas
aplicações (a cada quinze dias após a germinação) com o fungicida Nativo
(Trifloxystrobin + Tebuconazole SC), para o controle de doenças, que poderiam reduzir
significativamente a produção de grãos, devido à grande suscetibilidade da espécie trigo
duro a essas doenças e a ocorrência de alta quantidade de inóculo de fungos, causadores
principalmente de manchas foliares neste local (INSTITUTO AGRONÔMICO, 2002).
Portanto nos ensaios de Capão Bonito objetivou-se avaliar os genótipos nas condições
de solo e clima, minimizando o efeito de doenças.
Em cada ensaio instalado nos anos de 2005, 2006, 2007 e 2008 foram coletados
os seguintes dados:
Produção de grãos: considerando a produção total de grãos obtida nas seis ou
oito linhas de cada parcela, transformando em kg ha-1.
Altura das plantas: compreendendo a distância em centímetros, do nível do
solo ao ápice da espiga, excluindo-se as aristas. A mensuração é feita no campo, na
época de maturação, em três plantas de cada parcela, levando-se em consideração as
médias de diferentes pontos em cada parcela. Os genótipos foram considerados de porte
anão (abaixo de 60 cm), semi-anão (61 a 99 cm) e alto (acima de 100 cm).
Acamamento: considerando-se a porcentagem de plantas acamadas em cada
parcela, por avaliação visual na época da maturação, empregando uma escala de zero
(sem acamamento) até 100% (plantas totalmente acamadas).
Ciclo da emergência ao florescimento: contando-se o número de dias
decorridos entre a emergência das plântulas e o florescimento (quando mais de 50% das
espigas florescerem), exceto nos ensaios de Tatuí.
Ciclo da emergência à maturação: em cada parcela efetuou-se a contagem de
dias decorridos da emergência das plântulas à maturação fisiológica, avaliado apenas
em Capão Bonito. Posteriormente, os genótipos foram classificados em muito precoce
(menos de 110 dias), precoce (111 a 120 dias), médio (121 a 135 dias) e tardio (acima
de 135 dias).
Ferrugem-da-folha: avaliada através de observações gerais, em cada parcela,
em pelo menos duas repetições, nas folhas superiores das plantas, no estádio de início
da maturação, em condições naturais de infecção, usando-se a mesma escala proposta
por MEHTA (1993) para avaliação de oídio, considerando 0 = imune, 1 a 5% de área
infectada = resistente, 6 a 25% = moderadamente resistente, 26 a 50% = suscetível a 51
a 99% = altamente suscetível.
36
Mancha-da-folha: a avaliação é feita em plantas adultas, em condições naturais
de infecção, empregando-se também a escala de 0 a 99% de área infectada, proposta por
MEHTA (1993), para a ferrugem-da-folha.
Oídio: a avaliação de oídio foi realizada de maneira idêntica à citada para
mancha-da-folha.
Os caracteres a seguir apresentados foram avaliados em cinco espigas coletadas
ao acaso, em cada parcela, na época da maturação, nos dois ensaios instalados em
Capão Bonito, Tatuí e Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Comprimento da espiga: considerando o comprimento médio das espigas, em
centímetros, excluindo-se as aristas.
Número de espiguetas por espiga: computando o número médio de espiguetas
das espigas.
Número de grãos por espiga: considerando o número médio de grãos contados
nas espigas.
Número de grãos por espigueta: efetuando a divisão do número médio de
grãos pelo número médio de espiguetas das espigas.
Massa de cem grãos: levando em consideração o peso, em gramas, do número
total de grãos das espigas, o qual foi transformado para massa de cem grãos.
Comprimento do internódio da raque: efetuando a divisão entre o
comprimento médio e o número médio de espiguetas das espigas.
Os caracteres abaixo descritos foram avaliados em dez grãos coletados ao acaso,
nas 80 parcelas, nos ensaios instalados em Capão Bonito, Tatuí e Mococa, no ano de
2007.
Comprimento do grão: considerando o comprimento médio, em milímetros, do
grão.
Largura do grão: considerando a largura média, em milímetros, do grão.
Espessura do grão: considerando a espessura média, em milímetros, do grão.
Nos “Ensaios de Novas Linhagens I e II” os dados de produção de grãos, altura
das plantas, ciclo da emergência ao florescimento e da emergência à maturação,
comprimento da espiga, número de espiguetas por espiga, número de grãos por espiga e
por espigueta e massa de cem grãos, obtidos nas 80 parcelas de cada experimento, em
cada ano e local, foram submetidos á análise de variância individual, para detectar a
significância dos efeitos de genótipos e repetições, utilizando-se o teste F, ao nível de
5% de probabilidade.
37
Foram realizadas análises de variância conjuntas para produção de grãos e altura
das plantas para o “Ensaio de Novas Linhagens I”, instalados em Tatuí, nos anos de
2005, 2006, 2007 e 2008. Para os demais caracteres avaliados em Tatuí e para todos os
avaliados em Capão Bonito e Mococa, nos “Ensaios de Novas Linhagens I e II”, em
2007 e 2008, também foram realizadas análises de variância conjuntas.
Posteriormente, utilizou-se o teste F, ao nível de 5%, para identificar a
significância dos efeitos de genótipos, anos e interação genótipos x anos. Com intuito de
aumentar o rigor das análises conjuntas considerou-se como estimativa do desvio
padrão residual para genótipos e anos, o quadrado médio da interação genótipos x anos
e para a interação o quadrado médio residual.
Além das análises de variância foram calculadas correlações simples entre os
dados de produção de grãos, altura das plantas, ciclos da emergência ao florescimento e
à maturação em Capão Bonito, comprimento da espiga, número de espigueta por espiga,
número de grãos por espiga e por espigueta, massa de cem grãos e comprimento do
internódio da raque, considerando os dados médios obtidos nas 80 parcelas, nos dois
anos de avaliação, de cada ensaio instalado em Capão Bonito, Tatuí e Mococa. Também
foram calculadas correlações simples entre os caracteres produção de grãos, número de
grãos por espiga, massa de cem grãos, comprimento, largura e espessura do grão
considerando as 80 parcelas nos experimentos instalados em Capão Bonito, Tatuí e
Mococa, no ano de 2007. A significância das correlações foi avaliada pelo teste t, ao
nível de 5%.
3.2 Experimentos no Laboratório
Para a determinação da tolerância à toxicidade de alumínio (Al3+) dos genótipos
avaliados nos “Ensaios de Novas Linhagens I e II” foram realizados experimentos em
condições de laboratório, empregando soluções nutritivas. O delineamento experimental
foi o de blocos ao acaso, com parcelas subdivididas, e compostas por diferentes
concentrações de alumínio e, as sub-parcelas, pelos genótipos de trigo utilizados. Foram
realizadas quatro repetições para cada solução-tratamento. Para cada repetição,
sementes dos vinte genótipos e das cultivares controle BH-1146 (tolerante) e Anahuac
(sensível) foram lavadas com solução de hipoclorito de sódio a 10% e colocadas para
germinar em placas de Petri por 72 horas na geladeira até a emergência das radículas.
38
De cada placa de Petri, foram escolhidas sete sementes uniformes e vigorosas de
cada genótipo e colocadas sobre o topo de seis telas de náilon, postas em contato com
soluções nutritivas completas, em vasilhas plásticas de 8,3 litros de capacidade.
A composição da solução nutritiva completa utilizada foi: Ca(NO3)2 4mM;
MgSO4 2mM; KNO3 4mM; (NH4)2SO4 0,435mM; KH2PO4 0,5mM; MnSO4 2µM;
CuSO4 0,3µM; ZnSO4 0,8µM; NaCl 30µM; Fe-CYDTA 10µM; Na2MoO4 0,10µM e
H3BO3 10µM. O nível da solução nas vasilhas foi colocado até tocar a parte inferior da
tela de náilon, de maneira que as sementes fossem mantidas úmidas, tendo as radículas
emergentes um pronto suprimento de nutrientes. O pH das soluções foi previamente
ajustado para 4,0 com uma solução de H2SO4 1N, e assim mantido durante todo o
experimento, com aferições diárias, para correções quando necessárias. As soluções
foram continuamente arejadas e as vasilhas contendo as soluções nutritivas completas
colocadas em banho-maria com temperatura de 25±1°C.
O experimento foi mantido com luz fluorescente em sua totalidade. As plantas se
desenvolveram nessas condições por 48 horas. Após esse período, cada plântula estava
com três raízes primárias, uma mais longa medindo cerca de 4,5 cm e duas mais curtas
localizadas lateralmente à primeira.
Cada uma das seis telas de náilon contendo as sete plântulas de cada um dos
genótipos foi transferida para soluções tratamento contendo respectivamente: 0, 1, 2, 3,
4 e 6 mg.L-1 de alumínio na forma de Al2(SO4)3 18 H2O. As concentrações foram
escolhidas com base em estudos que mostraram ser esses níveis eficientes para a
separação de plantas de trigo duro, tolerantes e sensíveis ao Al3+ (CAMARGO et al.,
2007).
A composição das soluções de tratamento foi de um décimo da solução completa,
exceto o fósforo que foi omitido e o ferro, adicionado em quantidade equivalente como
FeCl3 no lugar de Fe-CYDTA, descrito por MOORE et al. (1976). O fósforo não foi
utilizado para evitar a precipitação do alumínio. Antes de transferir as telas para as
soluções de tratamento, suficiente H2SO4 1N foi adicionado para ajustar o pH para cerca
de 4,2 e, então, foi colocada a quantidade necessária de alumínio na forma de Al2(SO4)3
18H2O. O pH final foi ajustado para 4,0 com solução de H2SO4 1N, evitando-se adicionar
NaOH, que poderia causar precipitação do alumínio, pelo menos no local de queda da
gota. As plântulas ficaram por 48 horas nestas soluções. Depois deste tempo, foram
transferidas de volta às vasilhas contendo soluções nutritivas completas por 72 horas.
39
Na análise dos dados, foi considerada a média do comprimento da raiz primária
central de cinco plântulas de cada genótipo, após 72 horas de crescimento nas soluções
nutritivas completas sem alumínio, que se seguiu de 48 horas de crescimento nas soluções
de tratamento contendo seis diferentes concentrações de alumínio (CAMARGO, 1981).
Com quantidade tóxica de alumínio, as raízes primárias não crescem mais e permanecem
grossas, mostrando no ápice uma injúria típica, com descoloramento ou coloração escura.
O crescimento da raiz, após esse período nas soluções completas dependeu da severidade
da prévia solução de tratamento.
Foram consideradas tolerantes as plantas com raízes que cresceram após
tratamento com determinada concentração de alumínio e consideradas sensíveis, as que
não tiverem crescimento radicular pós-tratamento (CAMARGO et al., 2006b).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Ensaio de Novas Linhagens I
4.1.1 Ensaios de campo
As produções médias de grãos do “Ensaio de Novas Linhagens I” instalado em
Capão Bonito, em condição de sequeiro e solo corrigido, nos anos de 2007 e 2008 são
apresentadas na tabela 5.
Os quadrados médios das análises de variância individuais revelaram efeito
significativo para genótipos em 2007 e 2008 e não significativos para repetições nos
dois anos considerados em Capão Bonito.
Na análise de variância conjunta dos ensaios instalados em Capão Bonito, os
quadrados médios revelaram efeitos não significativos para genótipos e significativos
para anos e interação genótipos x anos (Tabela 5). Efeitos significativos para anos e
interação genótipos x anos também foram obtidos por CAMARGO et al. (1995b)
avaliando linhagens de trigo duro em condições de sequeiro, em Maracaí, nos anos de
1990 a 1992 e por FELÍCIO et al. (2004) estudando linhagens de trigo comum em
Capão Bonito, nos anos de 1994 a 2001.
Esses resultados discordaram dos obtidos por BIUDES (2007), que demonstrou
efeito significativo para genótipos e efeitos não significativos para interação genótipos x
40
Tabela 5 - Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Redução Média
____________ kg ha-1 ___________ _____ % _____ ___ kg ha-1 ___
1 2.806 1.476 ab 47 2.141
2 2.962 1.465 ab 51 2.214
3 3.139 1.323 b 58 2.231
4 3.427 1.490 ab 57 2.458
5 3.090 1.510 ab 51 2.300
6 3.378 2.108 a 38 2.743
7 3.240 1.594 ab 51 2.417
8 3.472 1.747 ab 50 2.609
9 2.809 1.559 ab 44 2.184
10 3.743 1.438 ab 62 2.590
11 3.656 1.483 ab 59 2.569
12 3.663 1.733 ab 53 2.698
13 2.656 1.997 ab 25 2.326
14 3.507 1.760 ab 50 2.634
15 2.927 1.993 ab 32 2.460
16 2.806 1.323 b 53 2.064
17 3.705 1.635 ab 56 2.670
IAC-1001 3.750 1.840 ab 51 2.795
IAC-1002 3.000 1.712 ab 43 2.356
IAC-1003 3.146 2.118 a 33 2.632
F (Repetições) 1,39 2,02 -
F (Genótipos) 1,85* 3,26* 1,03
F (Anos) - - 268,81*
F (G x A) - - 2,06*
d.m.s. (Tukey 5%) 1.383 711 1.238
C.V. % 16,24 16,28 17,29
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
41
anos quando avaliaram-se linhagens duplo haplóides de trigo comum em condição de
sequeiro de Capão Bonito, nos anos de 2005 e 2006. Por outro lado, esse pesquisador
também verificou que houve diferença significativa entre os anos considerados.
Verificou-se que a média da produção de grãos dos genótipos avaliados no ano
de 2007, em Capão Bonito, foi superior, diferindo da média de 2008 (Tabela 5). Este
fato provavelmente foi ocasionado pela diferença na distribuição e intensidade de
chuvas verificada no período mais crítico do desenvolvimento da cultura (início do
florescimento até a maturação fisiológica). Em 2007 nesse período ocorreu maior
intensidade de chuvas, somando um total de 176,7 mm, segundo dados obtidos no
CIIAGRO (2008).
Essa condição somada à grande fertilidade encontrada na camada arável do solo
(Tabela 3) possibilitou o bom desenvolvimento das plantas, não havendo a necessidade
de crescimento das raízes em camadas mais profundas do solo em busca de água e
nutrientes.
Em 2008, verificou-se redução na produção final, provavelmente causada pela
menor precipitação pluviométrica, no período considerado, em relação ao ano anterior,
com 101,0 mm.
Devido a redução de água nas camadas superficiais do solo, as raízes dos
genótipos, em 2008, talvez necessitaram absorver água das camadas mais profundas do
solo (abaixo de 20 cm), que apresentam naturalmente uma maior concentração de
alumínio. A toxicidade ao alumínio poderia paralisar o crescimento radicular dos
genótipos sensíveis os quais teriam que utilizar a água disponível da camada arável do
solo.
Esses resultados concordaram com os obtidos por ANNICCHIARICO et al.
(2006), avaliando linhagens de trigo duro oriundas de introduções, na Argélia. Esses
pesquisadores também verificaram queda significativa na produção de grãos em anos
marcados pela ocorrência de estresse hídrico.
Avaliando linhagens e cultivares de trigo comum, em condições favoráveis e de
estresse hídrico, na Iugoslávia, DENCIC et al. (2000) também verificaram reduções
significativas na produção de grãos. Foi relatado que o estresse hídrico ocorrido após a
antese e antes da maturação, resultou em uma menor assimilação, reduzindo a
translocação dos fotoassimilados para os grãos, aumentando a perda por
evapotranspiração.
42
Resultados similares foram obtidos por BIUDES (2007) avaliando linhagens
duplo haplóides de trigo comum em Capão Bonito, nos anos de 2005 e 2006. Esse
pesquisador também verificou queda na produção de grãos em anos desfavoráveis, pois
provavelmente a baixa intensidade pluviométrica deve ter ocasionado a redução na
produtividade somada a presença de alumínio nas camadas mais profundas do solo.
Os ensaios instalados em Capão Bonito demonstraram baixos coeficientes de
variação, pois variaram de 16,24 a 17,29%. Esses dados permitem concluir que os
resultados obtidos possuem boa precisão experimental.
Devido à presença de efeitos significativos quanto a interação genótipos x anos,
os genótipos foram avaliados individualmente em cada ano. No entanto apenas em 2008
verificou-se diferenças significativas entre os genótipos estudados, pelo teste de Tukey,
ao nível de 5% de probabilidade. A linhagem 6 (Thknee 9) e a cultivar IAC-1003
destacaram-se quanto à produção de grãos (2.108 e 2.118 kg ha-1), em 2008, diferindo
apenas das linhagens 3 (Altar 84) e 16 (Omrabi 5), com produções médias de 1.323 kg
ha-1.
Visando estudar o comportamento de linhagens de trigo comum em Capão
Bonito, em condição de sequeiro durante os anos de 1994 a 2001, FELÍCIO et al. (2004)
verificou diferenças entre os genótipos quanto à produção de grãos, em todos os anos
considerados, concordando parcialmente com os resultados obtidos no presente
trabalho.
As produções médias de grãos dos vinte genótipos avaliados no “Ensaio de
Novas Linhagens I”, instalado em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido
com calcário, em Tatuí, nos anos de 2005 a 2008, e em Mococa, nos anos de 2007 e
2008 são apresentados nas tabelas 6 e 7.
Os quadrados médios das análises de variância individuais para produção de
grãos demonstraram efeitos significativos para genótipos em Tatuí apenas nos anos de
2005, 2007 e 2008 e efeitos significativos para repetições somente em 2006 e 2007. Em
Mococa, verificou-se efeitos significativos para genótipos nos dois anos e efeito
significativo para repetições apenas em 2007.
Nas análises de variância conjuntas, por local, os quadrados médios revelaram
efeitos não significativos para genótipos, significativos para anos e interação genótipos
x anos, em Tatuí. No entanto, em Mococa, verificaram-se efeitos significativos para
genótipos e anos e efeito não significativo para a interação genótipos x anos.
43
Tabela 6 - Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no período de 2005-08.
Genótipos 2005 2006 2007 2008 Média
__________________________________ kg ha-1 _______________________________
1 1.629 c-e 2.567 3.960 ab 4.271 3.107
2 2.147 a-e 2.836 3.496 ab 3.590 3.017
3 1.732 b-e 2.238 4.189 ab 3.712 2.968
4 1.746 b-e 2.192 4.424 ab 4.073 3.109
5 1.935 a-e 1.828 3.760 ab 4.153 2.919
6 2.735 a 2.749 3.506 ab 3.615 3.151
7 2.104 a-e 2.553 4.104 ab 4.299 3.265
8 1.711 c-e 2.479 3.899 ab 3.167 2.814
9 1.738 b-e 2.829 3.663 ab 4.243 3.118
10 2.329 a-d 2.496 3.700 ab 3.194 2.930
11 1.985 a-e 2.483 3.481 ab 3.264 2.803
12 2.588 ab 2.844 3.565 ab 4.167 3.291
13 2.425 a-c 2.247 3.950 ab 4.542 3.291
14 1.476 de 2.367 4.068 ab 4.271 3.046
15 2.771 a 2.764 4.033 ab 3.837 3.351
16 1.444 e 2.421 3.818 ab 3.670 2.838
17 2.383 a-c 2.460 4.644 a 3.809 3.324
IAC-1001 2.224 a-e 2.286 4.304 ab 3.781 3.149
IAC-1002 2.019 a-e 2.679 4.214 ab 4.097 3.252
IAC-1003 2.492 a-c 2.671 3.050 b 4.073 3.071
F (Repetições) 2,49 7,32* 7,02* 1,54 -
F (Genótipos) 6,07* 1,34 2,00* 2,07* 0,88
F (Anos) - - - - 129,43*
F (G x A) - - - - 2,06*
d.m.s. (Tukey 5%) 864 1.182 1.403 1.433 970
C.V. % 15,82 18,02 13,73 14,03 16,66
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
44
Tabela 7 - Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média _______________________________ kg ha-1 ________________________________
1 6.646 5.104 5.875 a-d
2 5.802 4.962 5.382 b-e
3 6.135 5.156 5.646 b-e
4 6.049 5.274 5.662 b-e
5 6.413 5.309 5.861 a-d
6 6.674 5.934 6.304 ab
7 5.972 5.601 5.787 a-d
8 6.264 5.215 5.740 a-d
9 6.497 4.938 5.717 a-e
10 5.587 4.326 4.957 de
11 5.618 4.014 4.816 e
12 5.688 4.986 5.337 c-e
13 6.840 5.507 6.174 a-c
14 6.024 5.205 5.615 b-e
15 6.319 5.274 5.797 a-d
16 6.004 4.837 5.420 b-e
17 6.271 5.222 5.747 a-d
IAC-1001 5.934 5.243 5.589 b-e
IAC-1002 6.222 5.295 5.759 a-d
IAC-1003 7.170 6.028 6.599 a
F (Repetições) 5,47* 0,37 -
F (Genótipos) 3.83* 4,06* 6,44*
F (Anos) - - 208,34*
F (G x A) - - 0,98
d.m.s. (Tukey 5%) 1.115 1.193 922
C.V. % 6,84 8,79 8,06
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
45
Considerando os resultados obtidos pelas análises conjuntas, os genótipos foram
classificados analisando a média dos dois anos em Mococa e individualmente por
ensaio, em Tatuí.
Os resultados nesses experimentos concordaram com os obtidos por
CAMARGO et al. (1995b) em experimentos instalados em Tatuí e Mococa, em
condições de irrigação por aspersão, nos anos de 1990 a 1992 avaliando linhagens de
trigo duro, oriundas de diferentes origens, quanto à produção de grãos. Esses
pesquisadores demonstraram comportamento diferenciado dos genótipos em Tatuí e
comportamento similar nos ensaios instalados em Mococa, considerando os dois anos
de instalação dos ensaios.
Considerando os experimentos instalados em Tatuí, destacaram-se as linhagens
6 (Thknee 9) e 15 (STIL “S”/YAV “S”//AUK “S”/3/Silver), com produções médias de
grãos de 2.735 e 2.771 kg ha-1 respectivamente, no ensaio instalado em 2005, diferindo
das linhagens 1, 3, 4, 8, 9, 14 e 16, com produções de grãos variando de 1.444 a 1.746
kg ha-1.
No entanto, no mesmo local, no ano agrícola de 2007, sobressaíu-se a linhagem
17 (Dukem/DON 87), com produção média de 4.644 kg ha-1, diferindo apenas da
cultivar IAC-1003, que apresentou produção de 3.050 kg ha-1, nas mesmas condições de
cultivo.
Apesar do teste F demonstrar efeito significativo para genótipos, não houve
diferença entre a produção de grãos das linhagens considerando os dados obtidos em
Tatuí, no ano de 2008, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Analisando a média dos dois anos em Mococa, verificou-se que a cultivar IAC-1003
destacou-se quanto a produção de grãos, exibindo média de 6.599 kg ha-1, não diferindo
apenas das linhagens 1, 5, 6, 7, 8, 9, 13, 15, 17 e da cultivar IAC-1002, com produções
médias de grãos variando de 5.717 a 6.304 kg ha-1.
Alta produção de grãos em ensaios de trigo comum, em condição de irrigação
também foram descritos por DENCIC et al. (2000) na Iugoslávia; e em trigo duro por
BOGGINI et al. (1997) na Itália; GARCIA DEL MORAL et al. (2005) na Espanha;
FELÍCIO et al. (1999) e CAMARGO et al. (1995a) em diferentes locais do Estado de
São Paulo, demonstrando grande variabilidade para produção de grãos em diversos
experimentos.
46
As alturas médias das plantas dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no
“Ensaio de Novas Linhagens I” em experimentos instalados em Capão Bonito, Tatuí e
Mococa, são demonstradas nas tabelas 8, 9 e 10.
Os quadrados médios das análises de variância individuais revelaram efeitos
significativos para genótipos em todos os anos e locais de cultivo e efeitos significativos
para repetições apenas em Tatuí em 2008 e Mococa em 2007.
As análises de variância conjuntas, por local, exibiram efeitos significativos de
genótipos e anos, e efeitos não significativos para interação genótipos x anos apenas
para Capão Bonito e Tatuí. Tendo em vista que não houve efeito significativo quanto à
interação genótipos x anos, os genótipos foram avaliados considerando a média dos dois
anos. Em Mococa o comportamento dos genótipos diferiram em função dos anos, sendo
portanto comparados em cada ano.
Resultados similares foram obtidos por CAMARGO et al. (1995b) avaliando
linhagens de trigo duro em diferentes condições do Estado de São Paulo. Esses
pesquisadores demonstraram que o comportamento das linhagens não diferiram em
função dos anos e locais considerados.
Todos os genótipos avaliados revelaram porte semi-anão, demonstrando o
grande interesse por este caráter em grande parte dos programas de melhoramento.
Em Capão Bonito, no ano de 2007, a altura das plantas variou de 74 a 93 cm. No
entanto, em 2008, variou de 69 a 84 cm. Considerando a média dos dois experimentos,
as linhagens 1, 9 e 15 exibiram porte semi-anão mais baixo, diferindo das linhagens 2,
8, 11, 12 e da cultivar IAC-1001, que exibiram nessas mesmas condições, porte semi-
anão mais alto.
Considerando as médias dos quatro anos, em Tatuí, verificou-se que as linhagens
1, 4 e 7 exibiram menor porte de planta, diferindo das linhagens 2, 6, 8, 10, 11, 12, 17 e
da cultivar IAC-1001, que exibiram porte semi-anão mais alto.
Em Mococa no ano de 2007, a linhagem 14 destacou-se quanto ao porte semi-
anão mais baixo (75 cm), não diferindo apenas das linhagens 1, 5, 7, 9, 13 e 16 (76 a 80
cm). No entanto em 2008, a linhagem 10 exibiu plantas com porte semi-anão mais baixo
(74 cm), diferindo das linhagens 2, 12, 17 e IAC-1001 (83 a 89 cm) que apresentaram
porte semi-anão mais alto.
Apesar dos experimentos serem conduzidos em diferentes zonas tritícolas,
observou-se que a linhagem 1 apresentou porte semi-anão mais baixo, demonstrando ser
uma fonte genética promissora desse caráter em programas de cruzamentos. As
47
Tabela 8 - Altura média das plantas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
___________________________________ cm _________________________________
1 76 69 73 d
2 90 75 83 a-c
3 78 75 76 b-d
4 79 71 75 b-d
5 75 73 74 cd
6 88 75 81 a-d
7 79 74 76 b-d
8 89 79 84 ab
9 75 71 73 d
10 86 76 81 a-d
11 90 81 86 a
12 93 84 88 a
13 78 71 74 cd
14 79 74 76 b-d
15 75 69 72 d
16 84 74 79 a-d
17 86 76 81 a-d
IAC-1001 88 78 83 a-c
IAC-1002 74 74 74 cd
IAC-1003 79 73 76 b-d
F (Repetições) 1,13 1,81 -
F (Genótipos) 6,66* 2,90* 6,81*
F (Anos) - - 81,75*
F (G x A) - - 1,23
d.m.s. (Tukey 5%) 12 12 10
C.V. % 5,80 5,98 5,95
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey. (1) Medida do nível do solo ao ápice das espigas.
48
Tabela 9 - Altura média das plantas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no período de 2005-08.
Genótipos 2005 2006 2007 2008 Média
___________________________________ cm ___________________________________
1 73 65 61 71 68 d
2 85 76 73 83 79 a
3 78 66 66 75 71 b-d
4 74 65 66 69 68 d
5 74 66 64 75 70 cd
6 81 71 69 83 76 a-c
7 70 66 63 73 68 d
8 78 74 78 78 77 a-c
9 79 70 65 78 73 a-d
10 79 73 75 79 76 a-c
11 78 74 75 76 76 a-c
12 80 73 78 88 79 a
13 75 63 68 78 71 b-d
14 76 70 70 74 73 a-d
15 78 66 63 78 71 b-d
16 79 70 70 74 73 a-d
17 81 73 78 71 76 a-c
IAC-1001 80 73 75 80 77 ab
IAC-1002 75 68 66 74 71 b-d
IAC-1003 78 65 64 75 70 b-d
F (Repetições) 1,29 1,61 2,11 9,33* -
F (Genótipos) 4,43* 4,49* 3,50* 2,85* 6,87*
F (Anos) - - - - 50,80*
F (G x A) - - - - 1,24
d.m.s. (Tukey 5%) 9 9 15 14 7
C.V. % 4,22 5,19 8,53 6,89 6,85
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey. (1) Medida do nível do solo ao ápice das espigas.
49
Tabela 10 - Altura média das plantas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_____________________________________ cm ___________________________________
1 77 e-g 75 cd 76
2 91 a 89 a 90
3 81 c-f 78 b-d 80
4 83 b-d 79 b-d 81
5 80 d-g 76 b-d 78
6 82 b-e 81 a-d 82
7 80 d-g 77 b-d 79
8 87 ab 82 a-d 84
9 76 fg 80 b-d 78
10 81 c-f 74 d 78
11 87 ab 79 b-d 83
12 91 a 84 ab 87
13 76 fg 78 b-d 77
14 75 g 77 b-d 76
15 84 b-d 78 b-d 81
16 80 d-g 79 b-d 79
17 85 b-d 84 ab 85
IAC-1001 85 b-d 83 a-c 84
IAC-1002 81 c-f 79 b-d 80
IAC-1003 86 a-c 77 b-d 81
F (Repetições) 6,57* 2,59 -
F (Genótipos) 14,98* 4,65* 4,69*
F (Anos) - - 14,90*
F (G x A) - - 2,52*
d.m.s. (Tukey 5%) 6 9 10
C.V. % 2,90 4,12 3,80
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey. (1) Medida do nível do solo ao ápice das espigas.
50
linhagens 2, 8, 11 e 12 exibiram plantas de porte anão mais alto nas mesmas condições
de cultivo.
Avaliando o comportamento agronômico de linhagens de trigo duro, GIUNTA et
al. (2007) e VITA et al. (2006) também demonstraram variabilidade genética quanto à
altura das plantas na Itália, e BEHARAV et al. (1997) avaliando genótipos de trigo duro
e trigo comum em Israel. Esses autores concluíram que genótipos de porte semi-anão
mais baixo responderam melhor a elevadas adubações nitrogenadas, reduzindo a
suscetibilidade ao acamamento em relação aos genótipos de porte mais alto.
As porcentagens médias de plantas acamadas dos genótipos avaliados nos
experimentos instalados em Capão Bonito, Tatuí e Mococa, são apresentadas nas
tabelas 11, 12 e 13.
Em Tatuí, no ano agrícola de 2005, todos os genótipos foram resistentes ao
acamamento com exceção da linhagem 14 (20%) e em 2006 observou-se a ocorrência
de 0 a 30% de plantas acamadas.
No ano de 2007, em Capão Bonito e Mococa, apesar das diferentes condições de
cultivo, não foram verificadas porcentagens de acamamento. Em Tatuí, no mesmo ano,
verificou-se baixas porcentagens de plantas acamadas nas linhagens 9, 13 e 14, que
exibiram médias de 10%.
As maiores porcentagens foram observadas em 2008 em todos os locais. Em
Capão Bonito, variou de 0 a 15%, em Tatuí, de 0 a 40% e em Mococa de 0 a 50% de
plantas acamadas. Os dados obtidos nos experimentos, permitiram a diferenciação dos
genótipos.
Apesar das condições favoráveis a ocorrência de acamamento, a cultivar IAC-
1003 apresentou resistência nos três locais, em todos os anos considerados. Esse
genótipo revelou ser uma fonte genética promissora para resistência ao acamamento em
programas de melhoramento. As linhagens 7 e 13 também destacaram-se, revelando
porcentagens de acamamento máximo de 10%, considerando todos os experimentos.
Apesar do acamamento ser influenciado pelo porte da planta, a cultivar IAC-
1003, apresentou porte semi-anão intermediário, demonstrando menor porcentagem de
plantas acamadas em relação as linhagens de porte semi-anão mais baixo. Segundo
CAMARGO et al. (2006a) a palha mais forte e o colmo mais resistente também podem
influenciar na porcentagem de plantas acamadas, além da altura das plantas.
Baixas porcentagens de plantas acamadas também foram relatadas por
CAMARGO et al. (1995a) avaliando linhagens de trigo duro, em solos corrigidos e com
51
Tabela 11 - Média das plantas acamadas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008
_____________________________ % _____________________________
1 0 15
2 0 5
3 0 10
4 0 10
5 0 0
6 0 10
7 0 0
8 0 10
9 0 5
10 0 5
11 0 0
12 0 5
13 0 10
14 0 10
15 0 0
16 0 15
17 0 0
IAC-1001 0 0
IAC-1002 0 0
IAC-1003 0 0
(1) 0 (sem acamamento) até 100% (todas as plantas totalmente acamadas).
52
Tabela 12 - Média das plantas acamadas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no período de 2005-08.
Genótipos 2005 2006 2007 2008
_________________________________ % _____________________________________
1 0 20 0 40
2 0 20 0 30
3 0 20 0 40
4 0 10 0 30
5 0 20 0 20
6 0 10 0 20
7 0 10 0 10
8 0 20 0 20
9 0 30 10 30
10 0 30 0 10
11 0 30 0 20
12 0 20 0 10
13 0 0 10 0
14 20 10 10 30
15 0 20 0 10
16 0 30 0 30
17 0 0 0 10
IAC-1001 0 10 0 10
IAC-1002 0 10 0 20
IAC-1003 0 0 0 0
(1) 0 (sem acamamento) até 100% (todas as plantas totalmente acamadas).
53
Tabela 13 - Média das plantas acamadas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008
______________________________ % ____________________________
1 0 40
2 0 15
3 0 40
4 0 35
5 0 10
6 0 10
7 0 5
8 0 40
9 0 50
10 0 5
11 0 25
12 0 0
13 0 0
14 0 45
15 0 0
16 0 25
17 0 50
IAC-1001 0 40
IAC-1002 0 0
IAC-1003 0 0
(1) 0 (sem acamamento) até 100% (todas as plantas totalmente acamadas).
54
irrigação por aspersão, em diferentes locais e anos no Estado de São Paulo. Estes
autores concluíram que os genótipos com menor porcentagem de plantas acamadas
tiveram alto potencial de produção, para cultivo em condições de irrigação por aspersão
e elevadas doses de adubação nitrogenada.
Os ciclos da emergência ao florescimento dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados nos experimentos instalados em Capão Bonito e Mococa, nos anos de 2007 e
2008, estão dispostos nas tabelas 14 e 15.
Os quadrados médios das análises de variância individuais revelaram efeitos
significativos para genótipos e repetições em todos locais e anos, demonstrando haver
variabilidade genética quanto ao ciclo da planta até o florescimento. As análises de
variância conjuntas exibiram efeitos significativos para genótipos e interação genótipos
x anos nos dois locais e efeito significativo para anos apenas em Mococa.
As linhagens 4, 6, 14, 16 e as cultivares IAC-1002 e IAC-1003 se destacaram
quanto a precocidade para florescer em Capão Bonito, no ano de 2007, com médias
variando de 60 a 61 dias, diferindo das linhagens 7, 8, 10, 11, 12 e da cultivar IAC-
1001, que se revelaram mais tardias para florescer, com ciclo de 70 dias. No ano de
2008, as linhagens 14 e 15 se revelaram mais precoces, com 63 dias da emergência ao
florescimento, diferindo das linhagens 7, 8, 9, 10, 11, 12, 16, 17 e da cultivar IAC-1001,
que foram mais tardias, com ciclo variando entre 67 a 70 dias.
Em Mococa, as linhagens 6 e 13 exibiram os menores ciclos da emergência ao
florescimento no ano de 2007 (63 dias), diferindo apenas das linhagens 10, 11, 12, 16 e
17, que foram mais tardias para florescer, com ciclos variando de 66 a 69 dias. Em 2008
a linhagem 6 e a cultivar IAC-1003 destacaram-se quanto a precocidade para florescer
(56 dias), diferindo das linhagens 7, 8, 10, 11, 12, 16, 17 e da cultivar IAC-1001, que se
apresentaram mais tardias (61 a 70 dias).
Apesar do comportamento das linhagens diferir, em Mococa, quanto ao ciclo da
emergência ao florescimento, em 2007 e 2008, a linhagem 6 se destacou quanto a
precocidade nos dois anos, na condição de irrigação por aspersão.
Os ciclos da emergência a maturação, obtidos dos vinte genótipos de trigo duro,
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e
2008, são apresentados na tabela 16.
As análises de variância individuais demonstraram efeitos significativos para
genótipos nos dois anos e para repetições apenas em 2007. Os quadrados médios das
55
Tabela 14 - Ciclo médio da emergência ao florescimento dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_________________________________ dias __________________________________
1 63 ab 65 cd 64
2 68 ab 66 b-d 67
3 66 ab 65 cd 65
4 61 b 64 cd 62
5 63 ab 65 cd 64
6 60 b 65 cd 63
7 70 a 67 a-c 69
8 70 a 69 ab 69
9 65 ab 67 a-c 66
10 70 a 70 a 70
11 70 a 70 a 70
12 70 a 70 a 70
13 67 ab 64 cd 66
14 61 b 63 d 62
15 63 ab 63 d 63
16 61 b 67 a-c 64
17 65 ab 67 a-c 66
IAC-1001 70 a 67 a-c 69
IAC-1002 61 b 65 cd 63
IAC-1003 60 b 64 cd 62
F (Repetições) 5.32* 5,03* -
F (Genótipos) 7.25* 8,78* 4,32*
F (Anos) - - 2,88
F (G x A) - - 2,34*
d.m.s. (Tukey 5%) 8 4 8
C.V. % 4,63 2,27 3,99
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
56
Tabela 15 - Ciclo médio da emergência ao florescimento dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ dias _________________________________
1 64 bc 60 c-e 62
2 65 bc 60 c-e 62
3 65 bc 60 c-e 63
4 65 bc 60 c-e 63
5 64 bc 58 de 61
6 63 c 56 e 60
7 65 bc 63 b-d 64
8 65 bc 63 b-d 64
9 65 bc 60 c-e 63
10 69 a 70 a 69
11 68 a 68 a 68
12 68 a 67 ab 67
13 63 c 58 de 60
14 65 bc 58 de 61
15 65 bc 58 de 61
16 66 ab 61 cd 64
17 66 ab 63 b-d 65
IAC-1001 65 bc 63 b-d 64
IAC-1002 65 bc 58 de 61
IAC-1003 64 bc 56 e 60
F (Repetições) 2.80* 4,67* -
F (Genótipos) 7.67* 14,14* 4,63*
F (Anos) - - 57,86*
F (G x A) - - 3,86*
d.m.s. (Tukey 5%) 3 5 7
C.V. % 1,74 3,36 2,83
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
57
Tabela 16 - Ciclo médio da emergência à maturação dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_______________________________ dias _______________________________
1 129 123 126 b
2 132 128 130 ab
3 129 123 126 b
4 129 123 126 b
5 132 123 127 ab
6 132 126 129 ab
7 137 133 135 a
8 134 131 132 ab
9 132 123 127 ab
10 137 133 135 a
11 137 133 135 a
12 137 133 135 a
13 134 123 129 ab
14 129 123 126 b
15 137 126 131 ab
16 126 123 125 b
17 132 131 131 ab
IAC-1001 132 131 131 ab
IAC-1002 132 123 127 ab
IAC-1003 129 123 126 b
F (Repetições) 4.25* 2,42 -
F (Genótipos) 2.23* 9,78* 6,13*
F (Anos) - - 73,78*
F (G x A) - - 1,03
d.m.s. (Tukey 5%) 12 7 8
C.V. % 3,49 2,17 3,12
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
58
análises de variância conjuntas, em Capão Bonito, revelaram efeitos significativos para
genótipos e anos e efeito não significativo para interação genótipos x anos.
Apesar da variabilidade quanto ao ciclo da emergência a maturação nos ensaios
de Capão Bonito, verificou-se que as linhagens oriundas do CIMMYT, México
demonstraram ciclo médio, variando de 121 a 135 dias, pela escala proposta por
CAMARGO et al. (2001).
Considerando a média dos dois anos, verificou-se que as linhagens 1, 3, 4, 14, 16
e a cultivar IAC-1003 se destacaram quanto ao ciclo mais precoce para maturar (125 e
126 dias), diferindo das linhagens 7, 10, 11 e 12, que apresentaram-se com ciclo da
emergência a maturação de 135 dias. A linhagem 14 foi mais precoce em Capão Bonito
tanto para florescer quanto para maturar nos dois anos, sendo, portanto, um genótipo de
interesse para cultivo de sequeiro. Esse genótipo permanecendo menos tempo no campo
poderia ser beneficiado com a colheita antecipada, antes das primeiras chuvas de verão.
Avaliando genótipos de trigo duro na Turquia, ZENCIRCI e KARAGOZ (2005)
também identificaram genótipos mais precoces para maturar. Esses autores concluíram
que esses genótipos permaneciam menos tempo no campo expostos a estresses bióticos
e abióticos que causavam perdas na produção. Estudos realizados por CAMARGO et al.
(1993) considerou que genótipos com ciclo mais curto são desejáveis visando facilitar a
sucessão de culturas e atingir um melhor preço na venda do produto.
Devido a sucessivas aplicações de fungicida, não houve ocorrência de ferrugem-
da-folha, mancha-da-folha e oídio no “Ensaio de Novas Linhagens I” instalado em
Capão Bonito nos anos agrícolas de 2007 e 2008.
Não foram verificados graus de infecção, dos agentes causais da ferrugem-da-
folha, em Tatuí (2005, 2006, 2007 e 2008) e em Mococa (2007 e 2008), provavelmente
devido ao fato dos genótipos de trigo duro, avaliados no “Ensaio de Novas linhagens I”,
apresentarem resistência às raças prevalentes, no Estado de São Paulo. Em outros
experimentos instalados na mesma área e nos mesmos anos, com trigo comum,
registraram-se índices de até 40% de área foliar infectada com ferrugem. O fato das
linhagens de trigo duro apresentarem-se imunes ao agente causal da ferrugem-da-folha
provavelmente associou-se ao fator de que essa espécie ainda não tenha sido explorada
em escala comercial, no nosso meio, dificultando, portanto, o desenvolvimento da
doença ou de raças específicas que poderiam causar danos à produção de grãos.
Entretanto em regiões tradicionais de cultivo de trigo duro como em Israel e
Espanha, BEHARAV et al. (1997) e MARTÍNEZ et al. (2007) avaliando linhagens
59
demonstraram variabilidade quanto à resistência ao agente causal da ferrugem-da-folha.
Nessas condições alguns genótipos se revelaram resistentes e grande parte suscetíveis às
raças de ocorrência prevalente em cada país.
Os graus médios de infecção de mancha-da-folha dos vinte genótipos de trigo
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de solo corrigido e de
irrigação por aspersão em Tatuí, nos ensaios instalados no período de 2005-08 são
apresentados na Tabela 17.
Em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 não houve incidência de mancha-da-folha,
provavelmente devido às condições desfavoráveis à ocorrência do patógeno. Em Tatuí,
verificou-se maior ocorrência da mancha-da-folha, nos ano de 2005 (10 a 40%). Por
outro lado, nos anos de 2006, 2007 e 2008 houve menor incidência de mancha-da-folha,
com área infectada variando de 5 a 30%, provavelmente devido às condições menos
favoráveis à ocorrência da doença, nesses anos.
Segundo a classificação proposta por METHA (1993) verificou-se que nos
quatro experimentos em Tatuí, as linhagens 2, 4, 6, 7, 8, 10, 11, 12, 13, 15 e a cultivar
IAC-1001 mostraram-se moderadamente resistentes, com graus médios de infecção
entre 6 e 25%. As linhagens 1, 3, 5, 9, 14, 16, 17 e as cultivares IAC-1002 e IAC-1003
foram suscetíveis, com 26 a 50% de área infectada, em pelo menos um ano.
Resultados similares foram observados por CAMARGO (1993) e BARROS et
al. (2006) quando relataram a dificuldade em se obter genótipos de trigo duro e comum
com resistência aos agentes causais de mancha-da-folha, devido à grande variabilidade
dos patógenos causadores da doença e pelo fato da resistência genética ser governada
por muito genes, dificultando o trabalho do melhorista em obter genótipos com grande
concentração de genes para resistência na mesma cultivar.
Os resultados obtidos nesse trabalho também concordaram com os de FELÍCIO
et al. (1999) avaliando genótipos de trigo duro. Os autores observaram incidência de
mancha-da-folha em Tatuí, no período de 1995 a 1997 e ausência nos ensaios instalados
em Mococa nos mesmos anos de cultivo, provavelmente devido as condições
específicas encontradas em cada local.
Não houve ocorrência de oídio também nos experimentos instalados em Tatuí e
Mococa. Baixa incidência de oídio também foi observada por CAMARGO et al.
(1995a) em ensaios de trigo duro instalados em Mococa (1991) e Maracaí (1990). No
entanto, nas mesmas condições, em anos favoráveis ao desenvolvimento da doença,
60
Tabela 17 - Graus médios de infecção de mancha-da-folha(1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, condições de solo corrigido e de irrigação por aspersão, em Tatuí, no período de 2005-08.
Genótipos 2005 2006 2007 2008
__________________________________ % _________________________________
1 30 8 20 8
2 20 5 10 5
3 30 10 20 10
4 20 8 20 5
5 10 15 30 8
6 20 5 20 15
7 20 5 15 5
8 20 8 10 8
9 30 20 10 5
10 10 5 10 5
11 10 5 15 5
12 10 5 10 5
13 20 8 20 8
14 30 10 25 5
15 20 8 15 8
16 30 10 25 5
17 40 8 15 5
IAC-1001 10 8 15 8
IAC-1002 30 8 15 13
IAC-1003 30 8 25 8
(1) Avaliação segundo escala proposta por MEHTA (1993), onde 0 = imune, 1 a 5% de área infectada = resistente, 6 a 25% = moderadamente resistente, 26 a 50% = suscetível e 51 a 99% = altamente suscetível.
61
foram verificadas altas incidências em Campinas (1991), com graus médios de infecção
variando de 20 a 80% e em Maracaí (1991) variando de 5 a 40%.
O comprimento médio das espigas, dos vinte genótipos de trigo duro avaliados
no “Ensaio de Novas Linhagens I” instalados em condição de sequeiro e solo corrigido
em Capão Bonito e em condição de irrigação por aspersão e solo corrigido em Tatuí e
Mococa, nos anos de 2007 e 2008 são apresentados nas tabelas 18, 19 e 20.
Os quadrados médios das análises de variância individuais para comprimento da
espiga revelaram efeitos significativos para genótipos em Capão Bonito, Tatuí e
Mococa, nos dois anos de cultivo e efeito significativo de repetições apenas em Tatuí,
no ano agrícola de 2007 (Tabela 19).
As análises de variância conjuntas, por local, mostraram efeitos significativos
para genótipos, anos em Capão Bonito, Tatuí e Mococa e efeito significativo para
interação genótipos x anos apenas em Capão Bonito.
Considerando o ensaio instalado em 2007 em Capão Bonito, as linhagens 8, 10 e
11 se destacaram pelas espigas mais compridas (7,1 a 7,3 cm), não diferindo apenas das
linhagens 6, 7, 12 e 16. Em 2008, a linhagem 11 exibiu maior comprimento da espiga
(6,4 cm), não diferindo apenas das linhagens 8 e 10. Apesar do efeito significativo da
interação genótipos x anos, a linhagem 11 apresentou-se superior quanto a esse caráter
em Capão Bonito.
Em Tatuí e Mococa, considerou-se para a comparação dos genótipos a média
dos dois anos, pois não houve comportamento diferenciado dos genótipos em função
dos anos. Resultados similares foram obtidos por LOBATO et al. (2005) avaliando
linhagens de trigo comum introduzidas do México em Tatuí, Mococa e Ribeirão Preto,
no ano agrícola de 2004 e por BIUDES et al. (2007) avaliando o desempenho
agronômico de linhagens de trigo comum em Monte Alegre do Sul, considerando a
média de quatro anos.
Em Tatuí as linhagens 10, 11 e 16 se destacaram em relação ao comprimento
médio da espiga (7,0 cm), não diferindo das linhagens 3, 4, 6, 7, 8, 12 e da cultivar IAC-
1001. Em Mococa, a linhagem 10 exibiu maior comprimento médio da espiga (7,1 cm),
não diferindo apenas das linhagens 6, 8, 11, 12 e 16.
Apesar das diferentes condições de cultivo de Capão Bonito, Tatuí e Mococa, as
linhagens 10 e 11 se destacaram pelas espigas mais compridas nos três locais.
62
Tabela 18 - Médias do comprimento das espigas dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
__________________________________ cm _______________________________
1 6,2 b-e 5,7 b-e 5,9
2 6,0 c-e 5,3 ef 5,6
3 6,3 b-d 5,7 b-e 6,0
4 6,3 b-d 5,8 b-e 6,0
5 6,2 b-e 5,5 de 5,9
6 6,7 a-c 5,7 b-e 6,2
7 6,6 a-c 5,6 de 6,1
8 7,1 a 6,1 a-c 6,6
9 6,2 b-e 5,8 b-e 6,0
10 7,3 a 6,1 ab 6,7
11 7,3 a 6,4 a 6,9
12 6,8 ab 5,8 b-e 6,3
13 5,8 de 5,5 de 5,7
14 6,2 b-e 5,6 c-e 5,9
15 6,3 b-d 5,8 b-e 6,0
16 6,6 a-c 5,9 b-d 6,2
17 6,1 b-e 5,3 ef 5,7
IAC-1001 6,3 b-d 5,6 c-e 5,9
IAC-1002 5,5 e 5,0 f 5,2
IAC-1003 6,2 b-e 5,7 b-e 6,0
F (Repetições) 2,32 0,97 -
F (Genótipos) 10,73 * 11,52* 10,32*
F (Anos) - - 178,27*
F (G x A) - - 1,85*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,8 0,5 0,7
C.V. % 4.48 3,19 4,06
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
63
Tabela 19 - Médias do comprimento das espigas dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
__________________________________ cm __________________________________
1 6,8 5,9 6,4 b-e
2 6,4 5,4 5,9 fg
3 7,1 5,9 6,5 a-e
4 7,2 5,9 6,5 a-e
5 6,8 5,5 6,2 d-g
6 7,3 6,2 6,7 a-c
7 7,0 6,1 6,6 a-d
8 7,3 6,1 6,7 a-c
9 6,9 5,7 6,3 c-g
10 7,5 6,5 7,0 a
11 7,5 6,5 7,0 a
12 7,4 6,2 6,8 ab
13 6,5 5,6 6,0 e-g
14 7,0 5,9 6,4 b-e
15 7,2 6,0 6,4 b-e
16 7,8 6,3 7,0 a
17 6,5 5,6 6,0 e-g
IAC-1001 7,0 6,2 6,6 a-d
IAC-1002 6,4 5,3 5,8 g
IAC-1003 7,0 5,9 6,4 b-e
F (Repetições) 3,87* 1,09 -
F (Genótipos) 13,49* 10,61* 16,31*
F (Anos) - - 777,22*
F (G x A) - - 1,01
d.m.s. (Tukey 5%) 0,5 0,6 0,5
C.V. % 2,91 3,55 3,75
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
64
Tabela 20 - Médias do comprimento das espigas dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_________________________________ cm _______________________________
1 6,1 6,6 6,4 c-f
2 5,7 6,3 6,0 ef
3 6,2 6,7 6,4 c-f
4 6,2 6,7 6,5 b-e
5 5,9 6,4 6,2 d-f
6 6,4 6,9 6,7 a-d
7 6,2 6,7 6,5 b-e
8 6,7 7,3 7,0 ab
9 6,0 6,6 6,3 c-f
10 7,1 7,1 7,1 a
11 7,0 7,0 7,0 ab
12 6,5 6,7 6,6 a-d
13 5,9 6,3 6,1 d-f
14 5,9 6,7 6,3 c-f
15 6,4 6,7 6,5 b-e
16 6,6 7,1 6,9 a-c
17 6,0 6,6 6,3 c-f
IAC-1001 6,0 6,9 6,4 c-f
IAC-1002 5,8 6,0 5,9 f
IAC-1003 5,9 6,5 6,2 d-f
F (Repetições) 0,48 0,26 -
F (Genótipos) 12,67* 4,56* 10,06*
F (Anos) - - 100,74*
F (G x A) - - 1,40
d.m.s. (Tukey 5%) 0,6 0,8 0,6
C.V. % 3,48 4,31 3,88
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
65
Variabilidade genética para comprimento da espiga também foi demonstrada por
CAMARGO et al. (1995b) estudando o comportamento de linhagens de trigo duro,
introduzidas do CIMMYT, México, em três locais paulistas, em 1992. No entanto, esses
pesquisadores relataram a necessidade em se obter genótipos com espigas mais
compridas, pois as linhagens de trigo duro exibiram espigas muito curtas e compactas
em relação as linhagens de trigo comum.
O número médio de espiguetas por espiga, dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” instalados em condição de sequeiro e solo
corrigido em Capão Bonito e em condição de irrigação por aspersão e solo corrigido em
Tatuí e Mococa, nos anos de 2007 e 2008 estão dispostos nas tabelas 21, 22 e 23.
Os quadrados médios das análises de variância individuais para o número de
espiguetas por espiga exibiram efeitos significativos para genótipos em Capão Bonito,
Tatuí e Mococa, em todos os anos considerados e efeitos de repetições significativos
apenas em Tatuí, no ano de 2007 e Mococa, nos anos de 2007 e 2008 (Tabelas 22 e 23).
As análises de variância conjuntas revelaram efeitos significativos para
genótipos e anos nos três locais. Somente no ensaio de Tatuí não houve interação
genótipos x anos.
Esses resultados discordaram parcialmente dos obtidos por BIUDES et al.
(2007) estudando linhagens de trigo comum em Monte Alegre do Sul, no período de
1999 a 2002, em condição de irrigação por aspersão e por ELHANI et al. (2007)
avaliando linhagens de trigo duro na Espanha, em condições de irrigação e sequeiro.
Esses pesquisadores também demonstraram efeitos não significativos para anos e
interação genótipos x anos para o caráter número de espiguetas por espiga.
Considerando os dados obtidos nos anos de 2007 e 2008, verificou-se que houve
redução significativa quando ao número de espiguetas por espiga, em todos os
genótipos avaliados neste ensaio, provavelmente causado por fatores ambientais que
interferiram na formação da espiga, somados com a menor precipitação verificada em
2008. Em condição de estresse hídrico SHPILER & BLUM (1991) verificou redução no
número de espiguetas por espiga e grãos por espiga e consequentemente na produção de
grãos, em experimentos de trigo comum.
Em Capão Bonito, apesar da existência de interação genótipos x anos, destacou-
se a linhagem 11 nos dois anos quanto ao número de espiguetas por espiga. Em 2007
não diferiu apenas das linhagens 2, 7, 8, 10 e 12 e em 2008 diferiu somente das
linhagens 1, 3, 4, 8, 16, 17 e da cultivar IAC-1001.
66
Tabela 21 - Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_________________________________ no _______________________________
1 14,6 ef 13,4 bc 14,0
2 16,7 a-e 14,5 ab 15,6
3 15,0 d-f 13,4 bc 14,2
4 14,6 ef 13,3 bc 13,9
5 15,3 c-f 13,6 a-c 14,4
6 15,2 c-f 13,7 a-c 14,4
7 17,6 ab 14,4 ab 16,0
8 16,3 a-e 13,4 bc 14,8
9 15,0 d-f 13,5 a-c 14,3
10 17,4 a-c 14,3 ab 15,9
11 17,9 a 14,8 a 16,3
12 17,1 a-d 13,7 a-c 15,4
13 13,9 f 14,0 a-c 13,9
14 15,0 d-f 13,5 a-c 14,2
15 14,7 ef 14,0 a-c 14,3
16 15,2 c-f 12,8 c 14,0
17 14,8 ef 13,4 bc 14,1
IAC-1001 15,4 b-f 13,2 bc 14,3
IAC-1002 14,6 ef 13,6 a-c 14,1
IAC-1003 14,8 ef 14,2 ab 14,5
F (Repetições) 2,54 0,37 -
F (Genótipos) 7,01 * 3,61* 2,50*
F (Anos) - - 71,63*
F (G x A) - - 3,34*
d.m.s. (Tukey 5%) 2,3 1,4 2,7
C.V. % 5.65 3,82 5,06
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
67
Tabela 22 - Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_______________________________ no _________________________________
1 16,7 14,0 15,4 ab
2 17,7 14,6 16,1 ab
3 17,6 13,6 15,6 ab
4 17,2 13,3 15,2 ab
5 17,0 13,2 15,1 ab
6 16,7 13,7 15,2 ab
7 18,4 15,1 16,7 a
8 16,6 13,8 15,2 ab
9 17,3 13,4 15,4 ab
10 17,4 15,1 16,2 ab
11 17,4 15,6 16,5 ab
12 17,5 14,6 16,0 ab
13 16,5 13,7 15,1 ab
14 17,6 14,0 15,8 ab
15 16,7 14,1 15,4 ab
16 16,9 13,7 15,3 ab
17 16,1 13,7 14,9 b
IAC-1001 16,7 14,0 15,3 ab
IAC-1002 17,8 14,0 15,9 ab
IAC-1003 17,1 13,5 15,3 ab
F (Repetições) 3,70* 2,67 -
F (Genótipos) 3,12* 3,17* 2,75*
F (Anos) - - 514,19*
F (G x A) - - 1,52
d.m.s. (Tukey 5%) 1,6 1,9 1,8
C.V. % 3,62 5,12 4,53
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
68
Tabela 23 - Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_________________________________ no ______________________________
1 15,5 c-e 15,4 c 15,5
2 17,1 a-c 18,3 a 17,7
3 15,7 b-e 16,2 a-c 15,9
4 15,4 de 16,0 bc 15,7
5 16,1 b-e 16,1 bc 16,1
6 15,2 e 16,6 a-c 15,9
7 16,9 a-d 17,9 ab 17,4
8 16,1 b-e 16,6 a-c 16,4
9 15,4 de 16,8 a-c 16,1
10 17,2 ab 16,7 a-c 16,9
11 17,9 a 16,7 a-c 17,3
12 16,5 a-e 15,6 c 16,1
13 15,4 de 15,5 c 15,4
14 15,8 b-e 17,0 a-c 16,4
15 16,8 a-e 16,9 a-c 16,8
16 15,6 b-e 15,9 bc 15,7
17 15,7 b-e 16,9 a-c 16,3
IAC-1001 15,2 e 16,4 a-c 15,8
IAC-1002 16,4 a-e 15,9 bc 16,1
IAC-1003 15,4 de 15,6 c 15,5
F (Repetições) 5,78* 4,78* -
F (Genótipos) 5,59* 3,49* 2,99*
F (Anos) - - 4,93*
F (G x A) - - 1,80*
d.m.s. (Tukey 5%) 1,7 2,1 2,2
C.V. % 4,10 4,88 4,97
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
69
A linhagem 7 exibiu maior número médio de espiguetas por espiga em Tatuí
(16,7), considerando a média dos dois anos, diferindo apenas da linhagem 17 (14,9).
Em Mococa, destacou-se em 2007 a linhagem 11 quanto ao número de
espiguetas por espiga (17,9), não diferindo das linhagens 2, 7, 10, 12, 15 e da cultivar
IAC-1002 (16,4 a 17,2). No entanto em 2008, a linhagem 2 exibiu maior número de
espiguetas por espiga (18,3), diferindo das linhagens 1, 4, 5, 12, 13, 16 e das cultivares
IAC-1002 e IAC-1003 (15,4 a 16,1).
Variabilidade genética quanto ao número de espiguetas por espiga também foi
verificada por GARCIA DEL MORAL et al. (2005) avaliando genótipos de trigo duro
na Espanha.
O número médio de grãos por espiga, dos vinte genótipos de trigo duro avaliados
no “Ensaio de Novas Linhagens I” instalados em condição de sequeiro e solo corrigido
em Capão Bonito e em condição de irrigação por aspersão e solo corrigido em Tatuí e
Mococa, nos anos de 2007 e 2008 estão dispostos nas tabelas 24, 25 e 26.
As análises de variância individuais revelaram efeitos significativos para
genótipos e efeitos não significativos para repetições em Capão Bonito, Tatuí e Mococa,
nos anos de 2007 e 2008. Esses resultados demonstraram a ocorrência de variabilidade
genética entre os genótipos avaliados, introduzidos do CIMMYT, México.
Considerando-se conjuntamente os ensaios por local, verificou-se que houve efeitos
significativos para genótipos, anos e interação genótipos x anos, exceto para efeito de
anos em Capão Bonito (Tabela 24). Portanto, as médias dos genótipos foram
comparadas individualmente em cada ano.
Esses resultados discordaram dos obtidos por GARCIA DEL MORAL et al.
(2005) e por ELHANI et al. (2007), estudando o comportamento de linhagens de trigo
em condições de sequeiro e irrigado, em dois anos de cultivo na Espanha. Esses
pesquisadores demonstraram que não houve efeito significativo quanto a interação
genótipos x anos. Por outro lado, relataram a grande influência de fatores adversos
como alta e baixa temperatura e disponibilidade de água na expressão desse caráter.
Em Capão Bonito, destacou-se a linhagem 10 (60,6), quanto ao número de grãos
por espiga (fertilidade da espiga), não diferindo apenas das linhagens 2 (52,0) e 11
(58,1), no ano agrícola de 2007. No entanto, em 2008, a linhagem 14 revelou-se
superior (50,5) em relação as demais, exceto das linhagens 1, 2, 3, 4, 5, 9, 11 e da
cultivar IAC-1002 (42,4 a 46,9).
70
Tabela 24 - Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ no ______________________________
1 41,5 c-f 46,9 ab 44,2
2 52,0 a-c 45,5 ab 48,7
3 43,6 c-f 45,2 ab 44,4
4 47,8 b-e 44,4 a-c 46,1
5 41,7 c-f 43,4 a-d 42,5
6 41,3 c-f 40,2 b-e 40,7
7 42,5 c-f 36,1 c-e 39,3
8 42,9 c-f 38,3 b-e 40,6
9 42,7 c-f 44,3 a-c 43,5
10 60,6 a 40,5 b-e 50,6
11 58,1 ab 44,7 a-c 51,4
12 40,7 c-f 33,4 e 37,0
13 37,6 d-f 39,9 b-e 38,8
14 48,8 b-d 50,5 a 49,7
15 35,3 f 39,0 b-e 37,2
16 43,8 c-f 40,8 b-e 42,3
17 37,0 ef 33,0 e 35,0
IAC-1001 41,4 c-f 35,2 de 38,3
IAC-1002 39,2 d-f 42,4 a-d 40,8
IAC-1003 39,0 d-f 41,1 b-e 40,0
F (Repetições) 2,57 0,55 -
F (Genótipos) 8,78* 7,34* 2,27*
F (Anos) - - 3,51
F (G x A) - - 4,85*
d.m.s. (Tukey 5%) 11,7 8,9 18,1
C.V. % 10.18 8,20 9,50
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
71
Tabela 25 - Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ no ______________________________
1 56,9 ab 47,1 a-c 52,0
2 57,5 ab 52,4 a-c 55,0
3 60,6 a 47,1 a-c 53,8
4 60,3 a 42,9 bc 51,6
5 52,7 a-d 40,6 bc 46,6
6 44,1 de 40,6 bc 42,4
7 46,4 b-e 49,3 a-c 47,9
8 46,4 b-e 43,3 bc 44,8
9 58,1 ab 46,4 a-c 52,2
10 58,8 a 55,0 ab 56,9
11 57,1 ab 59,3 a 58,2
12 41,4 de 45,6 a-c 43,5
13 45,1 c-e 42,6 bc 43,9
14 63,0 a 54,0 a-c 58,5
15 41,1 e 38,7 c 39,9
16 61,6 a 46,6 a-c 54,1
17 45,2 c-e 38,4 c 41,8
IAC-1001 46,8 b-e 50,1 a-c 48,4
IAC-1002 55,6 a-c 42,7 bc 49,1
IAC-1003 42,4 de 38,6 c 40,5
F (Repetições) 0,77 0,89 -
F (Genótipos) 12,46* 3,87* 3,41*
F (Anos) - - 17,10*
F (G x A) - - 3,11*
d.m.s. (Tukey 5%) 11,3 15,7 18,6
C.V. % 8,30 12,97 10,59
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
72
Tabela 26 - Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
__________________________________ no _______________________________
1 48,3 d-g 59,9 a-c 54,1
2 58,3 a-c 70,1 a 64,2
3 52,0 c-f 57,5 b-e 54,7
4 53,3 c-e 59,4 a-d 56,3
5 48,8 c-g 54,3 b-g 51,5
6 43,3 fg 48,8 d-h 46,0
7 44,3 e-g 50,4 c-h 47,4
8 47,0 d-g 49,7 c-h 48,4
9 49,0 c-g 56,3 b-f 52,6
10 64,5 ab 59,3 a-d 61,9
11 66,2 a 57,9 b-d 62,1
12 47,8 d-g 40,4 h 44,1
13 44,6 e-g 49,6 c-h 47,1
14 55,0 b-d 64,1 ab 59,5
15 42,7 fg 47,0 e-h 39,5
16 53,3 c-e 60,1 a-c 56,7
17 41,0 g 45,3 gh 43,1
IAC-1001 44,2 e-g 51,7 c-g 47,9
IAC-1002 48,9 c-g 51,1 c-h 50,0
IAC-1003 43,1 fg 45,9 f-h 44,5
F (Repetições) 1,00 2,36 -
F (Genótipos) 13,57* 12,13* 5,47*
F (Anos) - - 12,46*
F (G x A) - - 4,21*
d.m.s. (Tukey 5%) 10,0 10,9 17,1
C.V. % 7,65 7,68 7,96
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
73
No ano agrícola de 2007 as linhagens 3, 4, 10, 14 e 16 destacaram-se em Tatuí,
por apresentarem alta fertilidade da espiga (58,8 a 63,0), diferindo das linhagens 6, 7, 8,
12, 13, 15, 17 e das cultivares IAC-1001 e IAC-1003 (41,1 a 46,8). Em 2008, destacou-
se a linhagem 11 (59,3), pois exibiu maior fertilidade da espiga, diferindo das linhagens
4, 5, 6, 8, 13, 15, 17 e das cultivares IAC-1002 e IAC-1003 (38,4 a 43,3).
Considerando os dados obtidos em Mococa, a linhagem 11 exibiu maior
fertilidade da espiga em 2007 (66,2), diferindo das demais, exceto das linhagens 2
(58,3) e 10 (64,5). No entanto, em 2008, destacou-se a linhagem 2 (70,1), não diferindo
apenas das linhagens 1, 4, 10, 14 e 16 (59,3 a 64,1).
Este caráter tem sido de grande interesse em diversos programas de
melhoramento, pois provavelmente desempenha um papel crucial no rendimento total
dos grãos, inclusive diversos pesquisadores têm demonstrado aumento no número dos
grãos por espiga nas linhagens modernas na Itália e na Espanha (ÁLVARO et al., 2008;
MOTZO et al., 2004 e ROYO et al., 2007).
O número médio de grãos por espigueta, dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” instalados em condição de sequeiro e solo
corrigido em Capão Bonito e em condição de irrigação por aspersão e solo corrigido em
Tatuí e Mococa, nos anos de 2007 e 2008 são apresentados nas tabelas 27, 28 e 29.
Nas análises de variância individuais para número de grãos por espigueta, os
quadrados médios revelaram efeitos significativos para genótipos em Capão Bonito,
Tatuí e Mococa nos dois anos de cultivo e efeitos significativos para repetições apenas
no ensaio instalado em Capão Bonito, no ano de 2007.
Os quadrados médios das análises de variância conjuntas, por local, mostraram
efeitos significativos para genótipos, anos e interação genótipos x anos nos três locais.
Resultados obtidos nesses experimentos discordaram dos obtidos por ELHANI et al.
(2007) avaliando o número de grãos por espigueta no colmo principal e nos perfilhos.
Esses pesquisadores demonstraram que o comportamento das linhagens de trigo duro
não diferiram em função dos anos tanto no colmo principal quanto nos perfilhos.
A linhagem 10 (3,49) destacou-se quanto ao número de grãos por espigueta
(fertilidade da espigueta) em Capão Bonito, no ano de 2007, não diferindo das linhagens
2, 4, 11 e 14 (3,11 a 3,28). Em 2008, a linhagem 14 exibiu espiguetas com maior
fertilidade (3,75), não diferindo apenas das linhagens 1, 2, 3, 4, 5, 9, 16 e a cultivar
IAC-1002 (3,11 a 3,53).
74
Tabela 27 - Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ no ________________________________
1 2,85 b-f 3,53 ab 3,19
2 3,11 a-e 3,15 a-e 3,13
3 2,92 b-f 3,40 a-c 3,16
4 3,28 ab 3,35 a-c 3,32
5 2,73 c-f 3,19 a-d 2,96
6 2,73 c-f 2,93 b-g 2,83
7 2,43 f 2,51 e-g 2,47
8 2,64 d-f 2,87 b-g 2,75
9 2,85 b-f 3,28 a-d 3,06
10 3,49 a 2,84 c-g 3,17
11 3,23 a-d 3,03 b-g 3,13
12 2,38 f 2,43 g 2,41
13 2,74 c-f 2,87 b-g 2,80
14 3,27 a-c 3,75 a 3,51
15 2,42 f 2,80 c-g 2,61
16 2,89 b-f 3,21 a-d 3,05
17 2,49 f 2,46 fg 2,48
IAC-1001 2,69 d-f 2,68 d-g 2,68
IAC-1002 2,69 d-f 3,11 a-f 2,90
IAC-1003 2,65 d-f 2,91 b-g 2,78
F (Repetições) 5,54* 0,64 -
F (Genótipos) 9,30* 7,70* 4,07*
F (Anos) - - 8,34*
F (G x A) - - 3,05*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,54 0,67 0,85
C.V. % 7.27 8,46 8,23
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
75
Tabela 28 - Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_________________________________ no _______________________________
1 3,42 ab 3,36 a-c 3,39
2 3,25 a-d 3,59 a-c 3,42
3 3,45 ab 3,46 a-c 3,45
4 3,52 a 3,19 a-c 3,35
5 3,10 a-e 3,06 a-c 3,08
6 2,66 d-f 2,95 bc 2,81
7 2,53 ef 3,28 a-c 2,91
8 2,80 b-f 3,14 a-c 2,97
9 3,36 a-c 3,46 a-c 3,41
10 3,40 a-c 3,66 a-c 3,53
11 3,28 a-d 3,82 ab 3,55
12 2,38 f 3,13 a-c 2,76
13 2,74 c-f 3,12 a-c 2,93
14 3,58 a 3,87 a 3,73
15 2,47 ef 2,77 c 2,62
16 3,67 a 3,41 a-c 3,54
17 2,82 b-f 2,81 c 2,82
IAC-1001 2,82 b-f 3,59 a-c 3,20
IAC-1002 3,14 a-e 3,05 a-c 3,10
IAC-1003 2,49 ef 2,86 c 2,68
F (Repetições) 1,62 0,31 -
F (Genótipos) 10,50* 3,48* 4,43*
F (Anos) - - 10,87*
F (G x A) - - 2,23*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,68 0,91 0,92
C.V. % 8,46 10,56 9,60
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
76
Tabela 29 - Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ no _______________________________
1 3,10 b-f 3,89 a 3,50
2 3,42 a-c 3,87 a 3,65
3 3,32 a-d 3,55 a-d 3,43
4 3,48 a-c 3,71 a-c 3,59
5 3,03 c-f 3,38 b-e 3,20
6 2,87 c-f 2,96 e-h 2,91
7 2,62 ef 2,83 f-h 2,73
8 2,91 c-f 3,00 e-h 2,95
9 3,20 a-e 3,36 b-e 3,28
10 3,77 a 3,54 a-d 3,65
11 3,70 ab 3,48 a-d 3,59
12 2,90 c-f 2,59 h 2,74
13 2,89 c-f 3,25 c-f 3,07
14 3,47 a-c 3,78 ab 3,63
15 2,56 f 2,78 gh 2,67
16 3,43 a-c 3,79 ab 3,61
17 2,60 ef 2,69 h 2,64
IAC-1001 2,92 c-f 3,16 d-g 3,04
IAC-1002 2,98 c-f 3,22 d-g 3,10
IAC-1003 2,80 d-f 2,97 e-h 2,88
F (Repetições) 0,22 0,38 -
F (Genótipos) 9,61* 20,97* 8,85*
F (Anos) - - 12,03*
F (G x A) - - 2,92*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,61 0,47 0,71
C.V. % 7,49 5,45 6,37
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
77
Em Tatuí, as linhagens 4 (3,52), 14 (3,58) e 16 (3,67) se sobressaíram quanto a
fertilidade da espigueta em 2007, não diferindo das linhagens 1, 2, 3, 5, 9, 10, 11 e da
cultivar IAC-1002 (3,10 a 3,45).
No entanto, em 2008, a linhagem 14 exibiu espiguetas mais férteis, diferindo
apenas das linhagens 6, 15, 17 e da cultivar IAC-1003 (2,77 a 2,95).
Em Mococa, no ano agrícola de 2007, a linhagem 10 exibiu maior fertilidade da
espigueta (3,77), não diferindo das linhagens 2, 3, 4, 9, 11, 14 e 16 (3,20 a 3,70). No
entanto em 2008, as linhagens 1 e 2 exibiram maior número de grãos por espigueta, não
diferindo das linhagens 3, 4, 10, 11, 14 e 16 (3,48 a 3,79).
Avaliando linhagens de trigo duro e trigo comum, CAMARGO et al. (1995b)
também verificou genótipos superiores quanto a fertilidade da espigueta. Esses
pesquisadores também demonstraram que as linhagens de trigo duro tiveram uma
tendência em apresentar espiguetas mais férteis em relação as linhagens de trigo comum
avaliadas em condições de irrigação por aspersão.
Nas tabelas 30, 31 e 32 estão apresentados os dados médios da massa de cem
grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”
instalados em condição de sequeiro e solo corrigido em Capão Bonito e em condição de
irrigação por aspersão e solo corrigido em Tatuí e Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Os quadrados médios das análises de variância individuais revelaram efeitos
significativos para genótipos em Capão Bonito, Tatuí e Mococa, nos dois anos
considerados e efeitos significativos para repetições apenas em Mococa, nos anos de
2007 e 2008.
As análises de variância conjuntas exibiram efeitos significativos para genótipos
em todos locais, efeitos significativos para anos em Tatuí e Mococa e para interação
genótipos x anos apenas em Capão Bonito.
Resultados semelhantes foram obtidos por ELHANI et al. (2007), que também
verificaram efeitos não significativos para interação genótipos x anos em condições de
irrigação por aspersão na Espanha. No entanto esses resultados discordaram dos obtidos
por BIUDES et al. (2007) avaliando linhagens de trigo comum em quatro anos em
Monte Alegre do Sul, demonstrando grande influência dos anos na expressão desse
caráter em experimentos conduzidos em condição de irrigação.
O fato das linhagens apresentarem comportamento diferenciado em função dos
anos em Capão Bonito, provavelmente foram relacionados às diferentes condições
ambientais que ocorreram nos dois anos de cultivo.
78
Tabela 30 - Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
__________________________________ no ______________________________
1 4,72 a-d 3,70 c 4,21
2 3,94 d 3,81 bc 3,87
3 4,46 a-d 3,86 bc 4,16
4 4,28 b-d 3,75 c 4,02
5 4,69 a-d 3,86 bc 4,27
6 5,15 ab 4,80 a 4,98
7 4,17 cd 4,20 ab 4,19
8 4,41 a-d 4,52 ab 4,47
9 4,45 a-d 3,91 bc 4,18
10 2,84 e 3,65 c 3,24
11 2,96 e 3,81 bc 3,39
12 2,95 e 3,60 c 3,27
13 5,01 a-c 4,93 a 4,97
14 4,11 cd 3,50 c 3,80
15 5,35 a 4,81 a 5,08
16 4,13 cd 3,47 c 3,80
17 4,80 a-d 4,66 a 4,73
IAC-1001 4,32 b-d 4,54 ab 4,43
IAC-1002 4,95 a-c 4,53 ab 4,74
IAC-1003 5,18 ab 4,87 a 5,03
F (Repetições) 1,63 0,43 -
F (Genótipos) 15,97* 13,19* 4,77*
F (Anos) - - 3,08
F (G x A) - - 5,13*
d.m.s. (Tukey 5%) 0.96 0,74 1,51
C.V. % 8.40 6,78 7,71
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
79
Tabela 31 - Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ no ______________________________
1 4,79 4,68 4,73 e-h
2 4,62 3,90 4,26 g-i
3 4,86 4,33 4,59 f-i
4 4,63 4,84 4,74 e-h
5 4,78 4,69 4,74 e-h
6 5,82 5,35 5,59 a-c
7 5,15 4,58 4,86 d-h
8 5,16 4,93 5,04 b-f
9 4,80 4,86 4,83 d-h
10 4,15 3,71 3,93 i
11 4,19 3,84 4,02 i
12 4,42 4,05 4,23 hi
13 5,67 5,63 5,65 ab
14 4,63 4,26 4,45 f-i
15 5,62 5,25 5,43 a-d
16 4,51 4,24 4,38 f-i
17 5,28 4,71 5,00 b-f
IAC-1001 5,05 4,81 4,93 c-g
IAC-1002 5,37 5,33 5,35 a-e
IAC-1003 6,03 5,84 5,93 a
F (Repetições) 0,99 1,22 -
F (Genótipos) 20,50* 13,42* 21,91*
F (Anos) - - 29,16*
F (G x A) - - 1,37
d.m.s. (Tukey 5%) 0,62 0,85 0,68
C.V. % 4,71 6,92 5,88
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
80
Tabela 32 - Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_________________________________ no _____________________________
1 4,70 4,25 4,48 e-h
2 4,20 3,58 3,89 hi
3 4,57 4,10 4,33 f-h
4 4,57 4,09 4,33 f-h
5 4,94 4,44 4,69 d-g
6 5,88 5,18 5,53 ab
7 5,11 4,69 4,90 c-f
8 5,12 4,25 4,68 d-g
9 4,95 4,10 4,52 e-g
10 4,18 3,63 3,91 hi
11 3,92 3,40 3,66 i
12 4,07 4,19 4,13 g-i
13 5,72 5,05 5,38 a-c
14 4,43 3,96 4,20 g-i
15 5,33 4,96 5,15 a-d
16 4,42 3,94 4,18 g-i
17 5,04 4,62 4,83 c-f
IAC-1001 4,73 4,37 4,55 d-g
IAC-1002 5,28 4,65 4,96 b-e
IAC-1003 5,75 5,40 5,58 a
F (Repetições) 4,49* 3,38* -
F (Genótipos) 13,01* 8,61* 27,40*
F (Anos) - - 117,26*
F (G x A) - - 0,65
d.m.s. (Tukey 5%) 0,83 0,96 0,60
C.V. % 6,51 8,47 7,97
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
81
No ano de 2007, em Capão Bonito a linhagem 15, exibiu grãos mais pesados
(5,35 g), diferindo das linhagens 2, 4, 7, 10, 11, 12, 14, 16 e da cultivar IAC-1001 (2,95
a 4,32 g). Em 2008, as linhagens 6 (4,80 g), 13 (4,93 g), 15 (4,81 g), 17 (4,66 g) e IAC-
1003 (4,87 g) destacaram-se pelos grãos mais pesados, não diferindo apenas das
linhagens 7, 8 e das cultivares IAC-1001 e IAC-1002 (4,20 a 4,54 g).
Devido a ausência de interação genótipos x anos nos ensaios instalados em Tatuí
e Mococa, em condição de irrigação por aspersão e solo corrigido, a cultivar IAC-1003
destacou-se por apresentar maior peso de grãos nos dois locais (5,93 e 5,58 g,
respectivamente), não diferindo apenas das linhagens 6, 13, 15 e da cultivar IAC-1002
(5,35 a 5,65 g) em Tatuí e das linhagens 6, 13 e 15 (5,15 e 5,53 g) em Mococa. A
cultivar IAC-1003 demonstrou ser superior em condição de irrigação por aspersão e
solo corrigido, revelando ser uma fonte genética de interesse para aumentar esse caráter
em cruzamentos.
Variabilidade genética em relação ao peso de grãos também foram verificados
por GARCIA DEL MORAL et al. (2003) avaliando linhagens de trigo duro em
diferentes condições ambientais na Espanha. Esses pesquisadores demonstraram que as
linhagens estudadas apresentaram média variando de 4,27 a 5,50 g.
Avaliando linhagens de trigo comum e trigo duro na República da Sérvia e no
Brasil, BRDAR et al. (2008) e CAMARGO et al. (1995b) demonstraram uma tendência
dos genótipos de trigo duro apresentarem maior peso de grãos em relação ao trigo
comum.
Nas tabelas 33, 34 e 35 estão apresentados os dados do comprimento médio do
internódio da raque dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas
Linhagens I” instalados em condição de sequeiro e solo corrigido em Capão Bonito e
em condição de irrigação por aspersão e solo corrigido em Tatuí e Mococa, nos anos de
2007 e 2008.
Nas análises individuais, os quadrados médios mostraram efeitos significativos
para genótipos em Capão Bonito, Tatuí e Mococa, nos dois anos considerados e para
repetições em Capão Bonito, no ano de 2007 e em Mococa, nos dois anos.
Os quadrados médios das análises de variância conjuntas revelaram efeitos
significativos para genótipos e anos nos três locais, exceto para anos em Capão Bonito e
efeitos não significativos para interação genótipos x anos apenas em Tatuí e Mococa.
Esses dados do comprimento médio do internódio da raque mostraram que em
condições de irrigação, o comportamento dos genótipos avaliados não diferiram em
82
Tabela 33 - Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_________________________________ cm ______________________________
1 0,43 ab 0,43 ab 0,43
2 0,36 e 0,37 e 0,36
3 0,42 a-c 0,42 bc 0,42
4 0,43 ab 0,43 ab 0,43
5 0,41 bc 0,41 b-d 0,41
6 0,44 a 0,42 bc 0,43
7 0,37 e 0,39 de 0,38
8 0,44 a 0,45 a 0,45
9 0,41 bc 0,43 ab 0,42
10 0,42 a-c 0,43 ab 0,43
11 0,41 bc 0,44 ab 0,42
12 0,40 cd 0,42 bc 0,41
13 0,42 a-c 0,40 cd 0,41
14 0,42 a-c 0,41 b-d 0,42
15 0,43 ab 0,41 b-d 0,42
16 0,44 a 0,46 a 0,45
17 0,41 bc 0,40 cd 0,41
IAC-1001 0,41 bc 0,43 ab 0,42
IAC-1002 0,38 de 0,37 e 0,37
IAC-1003 0,42 a-c 0,41 b-d 0,41
F (Repetições) 5,27* 1,21 -
F (Genótipos) 11,21* 16,31* 7,59*
F (Anos) - - 0,48
F (G x A) - - 2,79*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,03 0,03 0,05
C.V. % 3,22 2,87 3,23
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
83
Tabela 34 - Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ cm _____________________________
1 0,41 0,42 0,42 b-d
2 0,36 0,37 0,37 f
3 0,40 0,44 0,42 b-d
4 0,42 0,44 0,43 bc
5 0,40 0,42 0,41 c-e
6 0,44 0,45 0,44 ab
7 0,38 0,41 0,39 ef
8 0,44 0,45 0,44 ab
9 0,40 0,42 0,41 c-e
10 0,43 0,43 0,43 bc
11 0,43 0,42 0,42 b-d
12 0,42 0,43 0,43 bc
13 0,39 0,41 0,40 de
14 0,40 0,42 0,41 c-e
15 0,41 0,42 0,42 b-d
16 0,46 0,46 0,46 a
17 0,41 0,41 0,41 c-e
IAC-1001 0,42 0,44 0,43 bc
IAC-1002 0,36 0,38 0,37 f
IAC-1003 0,41 0,44 0,42 b-d
F (Repetições) 0,34 1,94 -
F (Genótipos) 24,36* 6,98* 15,05*
F (Anos) - - 30,72*
F (G x A) - - 1,41
d.m.s. (Tukey 5%) 0,03 0,04 0,03
C.V. % 2,45 3,92 3,34
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
84
Tabela 35 - Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_______________________________ cm ______________________________
1 0,40 0,43 0,41 b-d
2 0,33 0,34 0,34 g
3 0,39 0,42 0,40 c-e
4 0,40 0,42 0,41 b-d
5 0,37 0,40 0,38 ef
6 0,42 0,42 0,42 a-c
7 0,37 0,38 0,37 f
8 0,42 0,44 0,43 ab
9 0,39 0,39 0,39 d-f
10 0,41 0,42 0,42 a-c
11 0,39 0,42 0,41 b-d
12 0,40 0,43 0,41 b-d
13 0,38 0,41 0,40 c-e
14 0,38 0,39 0,39 d-f
15 0,38 0,40 0,39 d-f
16 0,42 0,45 0,44 a
17 0,39 0,39 0,39 d-f
IAC-1001 0,40 0,42 0,41 b-d
IAC-1002 0,35 0,38 0,37 f
IAC-1003 0,38 0,42 0,40 c-e
F (Repetições) 4,90* 6,22* -
F (Genótipos) 9,97* 11,46* 16,21*
F (Anos) - - 61,96*
F (G x A) - - 1,01
d.m.s. (Tukey 5%) 0,04 0,04 0,03
C.V. % 3,67 3,59 4,02
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
85
função dos anos. No entanto, em condições de sequeiro houve comportamento
diferenciado dos genótipos em função provavelmente das diferentes condições
ambientais verificadas nos dois anos de cultivo.
Em 2007, sobressaíram-se em Capão Bonito as linhagens 6, 8 e 16 quanto ao
comprimento do internódio da raque (0,44 cm), não diferindo das linhagens 1, 3, 4, 10,
13, 14, 15 e da cultivar IAC-1003 (0,42 a 0,43 cm). As linhagens 8 e 16 também se
destacaram quanto ao comprimento do internódio da raque (0,45 e 0,46 cm) no ano de
2008, não diferindo apenas das linhagens 1, 4, 9, 10, 11 e da cultivar IAC-1001 (0,43 e
0,44 cm).
Apesar das diferentes condições entre as duas zonas tritícolas, a linhagem 16
exibiu maior comprimento médio do internódio da raque em Tatuí (0,46 cm), não
diferindo apenas das linhagens 6 e 8 (0,44 cm), e em Mococa, a linhagem 16 (0,44 cm),
não diferiu apenas das linhagens 6, 8 e 10 (0,42 e 0,43 cm).
CAMARGO et al. (2000b) verificou divergência genética muito mais evidentes
quanto a esse caráter entre os genótipos de trigo comum avaliados em relação à
encontrada no presente trabalho. Para tanto haverá necessidade de buscar nas coleções
de trigo duro fontes genéticas para aumentar o comprimento médio do internódio em
cruzamentos ou empregar genótipos de trigo comum como doador desse caráter.
Os dados médios do comprimento, largura e espessura dos grãos dos
experimentos instalados em Capão Bonito, Tatuí e Mococa, no ano de 2007, são
exibidos nas tabelas 36, 37 e 38.
Os quadrados médios das análises de variância individuais, para os três
caracteres demonstraram efeitos significativos para genótipos nos três locais e para
repetições apenas para o comprimento dos grãos, em Capão Bonito e para a largura dos
grãos, em Mococa.
Considerando o comprimento médio dos grãos, destacou-se a linhagem 15 em
Capão Bonito (7,8 mm) não diferindo apenas das linhagens 6, 8 e da cultivar IAC-1003.
Em Tatuí, as linhagens 6 e 15, com comprimento médio de 8,1 e 8,2 mm, revelaram-se
superiores, não diferindo apenas das cultivares IAC-1001 e IAC-1003, com média de
7,7 e 8,0 mm, respectivamente.
A linhagem 6, com média de 8,0 mm, demonstrou maior comprimento dos grãos
em Mococa, não diferindo apenas das linhagens 1, 7, 8, 15 e das cultivares IAC-1001 e
IAC-1003, com médias variando de 7,5 a 7,8 mm.
86
Tabela 36 - Médias do comprimento dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007.
Genótipos Capão Bonito Tatuí Mococa
____________________________________ mm ____________________________________
1 7,2 bc 7,5 c-e 7,5 a-d
2 6,4 e 6,9 f 6,7 f
3 7,0 cd 7,2 d-f 7,3 b-e
4 7,0 cd 7,3 c-f 7,3 b-e
5 7,3 bc 7,2 d-f 7,3 b-e
6 7,6 ab 8,1 a 8,0 a
7 7,3 bc 7,6 b-d 7,7 a-c
8 7,4 ab 7,6 b-d 7,5 a-d
9 6,9 cd 7,2 d-f 7,3 b-e
10 6,9 cd 7,2 d-f 7,2 c-f
11 7,2 bc 7,2 d-f 7,2 c-f
12 6,7 de 7,1 ef 6,9 ef
13 7,0 cd 7,3 c-f 7,0 d-f
14 7,2 bc 7,4 c-e 7,2 c-f
15 7,8 a 8,2 a 7,8 ab
16 6,9 cd 7,2 d-f 7,2 c-f
17 7,3 bc 7,6 b-d 7,4 b-e
IAC-1001 7,2 bc 7,7 a-c 7,6 a-c
IAC-1002 7,0 cd 7,2 d-f 7,2 c-f
IAC-1003 7,6 ab 8,0 ab 7,7 a-c
F (Repetições) 3,23* 2,00 2,10
F (Genótipos) 19,09* 12,95* 8,52*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,4 0,5 0,6
C.V. % 2,05 2,52 2,93
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
87
Tabela 37 - Médias da largura dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007.
Genótipos Capão Bonito Tatuí Mococa
_________________________________ mm _________________________________
1 3,2 a-c 3,4 a-c 3,2 b-d
2 2,9 cd 3,2 c-e 3,2 b-d
3 3,2 a-c 3,4 a-c 3,3 a-c
4 3,1 a-c 3,2 c-e 3,2 b-d
5 3,3 ab 3,4 a-c 3,4 ab
6 3,3 ab 3,4 a-c 3,5 a
7 2,9 cd 3,3 b-d 3,3 a-c
8 3,0 bc 3,3 b-d 3,3 a-c
9 3,1 a-c 3,3 b-d 3,4 ab
10 2,5 e 3,0 e 3,2 b-d
11 2,5 e 3,1 de 3,0 d
12 2,6 de 3,0 e 3,2 b-d
13 3,3 ab 3,5 ab 3,5 a
14 3,2 a-c 3,3 b-d 3,1 cd
15 3,2 a-c 3,3 b-d 3,2 b-d
16 3,1 a-c 3,2 c-e 3,2 b-d
17 3,1 a-c 3,3 b-d 3,2 b-d
IAC-1001 2,9 cd 3,2 c-e 3,1 cd
IAC-1002 3,4 a 3,6 a 3,4 ab
IAC-1003 3,1 a-c 3,4 a-c 3,3 a-c
F (Repetições) 1,40 0,41 3,29*
F (Genótipos) 10,34* 6,08* 5,12*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,4 0,3 0,3
C.V. % 5,29 3,54 3,78
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
88
Tabela 38 - Médias da espessura dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007.
Genótipos Capão Bonito Tatuí Mococa
__________________________________ mm __________________________________
1 2,8 c-e 2,9 de 2,9 b-d
2 2,8 c-e 3,1 bc 3,0 a-c
3 3,0 a-c 2,9 de 2,9 b-d
4 2,8 c-e 2,9 de 2,9 b-d
5 2,9 b-d 3,0 cd 2,9 b-d
6 3,0 a-c 3,1 bc 3,0 a-c
7 2,7 de 2,9 de 2,8 cd
8 3,0 a-c 3,1 bc 3,1 a-c
9 2,8 c-e 2,9 de 3,0 a-c
10 2,6 e 2,8 e 2,9 b-d
11 2,6 e 2,8 e 2,7 d
12 2,6 e 2,9 de 2,8 cd
13 3,0 a-c 3,2 b 3,2 a
14 2,9 b-d 2,9 de 2,9 b-d
15 3,2 a 3,1 bc 3,1 ab
16 2,8 c-e 2,9 de 2,9 b-d
17 3,1 ab 3,2 b 3,0 a-c
IAC-1001 2,9 b-d 3,1 bc 2,9 b-d
IAC-1002 3,2 a 3,2 b 3,1 ab
IAC-1003 3,1 ab 3,4 a 3,2 a
F (Repetições) 0,17 0,64 2,71
F (Genótipos) 8,62* 12,00* 4,65*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,3 0,2 0,3
C.V. % 4,30 2,93 3,91
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
89
Quanto à largura dos grãos, a cultivar IAC-1002 revelou-se superior no
experimento instalado em Capão Bonito, com média de 3,4 mm, diferindo das linhagens
2, 7, 8, 10, 11, 12 e da cultivar IAC-1001, com média variando de 2,5 a 2,9 mm.
Em Tatuí, a cultivar IAC-1002 exibiu-se superior, com média de 3,6 mm,
diferindo das linhagens 2, 4, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 14, 15, 16, 17 e da cultivar IAC-1001,
com médias variando de 3,0 a 3,3 mm.
Em Mococa, destacaram-se as linhagens 6 e 13, com largura média dos grãos de
3,5 mm, não diferindo somente das linhagens 3, 5, 7, 8, 9 e das cultivares IAC-1002 e
IAC-1003, com médias variando de 3,3 a 3,4 mm.
Avaliando os genótipos quanto à espessura média dos grãos, verificou-se que a
linhagem 15 e a cultivar IAC-1002 sobressaíram-se em Capão Bonito (3,2 mm),
diferindo das linhagens 1, 2, 4, 5, 7, 9, 10, 11, 12, 14 e 16 e da cultivar IAC-1001 com
médias variando de 2,6 a 2,9 mm. Em Tatuí destacou-se a cultivar IAC-1003, com
espessura média de 3,4 mm, diferindo dos demais genótipos avaliados com médias
variando de 2,8 a 3,2 mm. Em Mococa, a linhagem 13 e a cultivar IAC-1003
apresentaram espessura média dos grãos de 3,2 mm, diferindo das linhagens 1, 3, 4, 5,
7, 10, 11, 12, 14, 16 e da cultivar IAC-1001, com espessuras médias dos grãos de 2,7 a
2,9 mm.
Avaliando linhagens de trigo comum em Tatuí, MISTRO & CAMARGO (2002)
demonstraram haver variabilidade genética quanto ao comprimento, largura e espessura
de grãos. Resultados similares também foram observados por BIUDES (2007)
avaliando linhagens de trigo comum, introduzidas do CIMMYT, México, em condição
de sequeiro e solo ácido em Capão Bonito e irrigação por aspersão e solo corrigido em
Tatuí, no ano de 2006.
As estimativas das correlações entre as médias dos caracteres produção de grãos,
altura das plantas, ciclo da emergência ao florescimento e a maturação, comprimento da
espiga, número de espiguetas por espiga, de grãos por espiga e por espigueta, massa de
cem grãos e comprimento do internódio da raque, avaliadas em Capão Bonito, nos anos
de 2007 e 2008 são apresentadas na tabela 39.
Os resultados demonstraram que em Capão Bonito, houve tendência dos
genótipos com maior produção de grãos apresentarem plantas de porte semi-anão mais
alto (0,471*) e mais tardios para maturar (0,276*).
Os genótipos de porte semi-anão mais alto tiveram uma tendência em apresentar
ciclos mais tardios para florescer (0,438*) e para maturar (0,448*), maior comprimento
90
Tabela 39 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, no ano de 2007 e 2008.
Caracteres PG AP CEF CEM CE NESP NGE NGEG MCG AP 0,471*
CEF -0,040 0,438* CEM 0,276* 0,448* 0,690* CE 0,167 0,424* 0,457* 0,443*
NESP 0,072 0,359* 0,582* 0,606* 0,611* NGE -0,079 0,151 0,063 0,003 0,422* 0,404*
NGEG -0,126 -0,045 -0,260* -0,341* 0,117 -0,109 0,861* MCG 0,147 -0,359* -0,469* -0,298* -0,515* -0,561* -0,582* -0,329* CIR 0,118 0,120 -0,085 -0,130 0,522* -0,354* 0,061 0,256* -0,013
PG: produção de grãos (kg ha-1); AP: altura das plantas (cm); CEF: ciclo da emergência ao florescimento (dias); CEM: ciclo da emergência a maturação (dias); CE: comprimento da espiga (cm); NESP: número de espigueta por espiga; NGE: número de grãos por espiga; NGEG: número de grãos por espigueta; MCG: massa de cem grãos (g) e CIR: comprimento do internódio da raque (cm). * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t.
da espiga (0,424*), maior número de espiguetas por espiga (0,359*) e menor peso de
grãos (-0,359*).
Houve ainda uma tendência dos genótipos mais tardios para florescer
apresentarem maiores ciclos da emergência à maturação (0,690*). Os genótipos mais
tardios tanto para florescer quanto para maturar mostraram tendências em exibir espigas
mais compridas (0,457* e 0,443*), com maior número de espiguetas por espiga (0,582*
e 0,606*), menor número de grãos por espigueta (-0,260* e -0,341*) e grãos mais leves
(-0,469* e -0,298*).
Ainda em Capão Bonito, os genótipos com grãos mais pesados associaram-se
aqueles com espigas menores (-0,515*), com menor número de espiguetas por espiga
(-0,561*), grãos por espiga (-0,582*) e grãos por espigueta (-0,329*).
Os genótipos com espigas mais compridas também exibiram maior número de
espiguetas por espiga (0,611*), grãos por espiga (0,422*) e maior comprimento do
internódio da raque (0,522*). Houve também uma tendência dos genótipos com maior
número de espiguetas por espiga exibir maior número de grãos por espiga (0,404*) e
com menor comprimento do internódio da raque (-0,354*). Genótipos com maior
número de grãos por espiga apresentaram maior número de grãos por espigueta (0,861*)
91
e quanto maior o comprimento do internódio da raque maior o número de grãos por
espigueta (0,256*).
Resultados similares foram obtidos por BIUDES et al. (2007) que também
verificaram que os genótipos de trigo comum mais tardios exibiram espigas e espiguetas
mais férteis, e com maior número de espiguetas por espiga, porém apresentaram grãos
mais leves. Esses pesquisadores também verificaram que as espigas mais compridas
foram obtidas nas plantas mais altas, com espigas e espiguetas mais férteis e com maior
número de espiguetas por espiga.
Os resultados obtidos no presente trabalho discordaram dos informados por
DENCIC et al. (2000) e por GARCIA DEL MORAL et al. (2005), que avaliando
cultivares em condição de sequeiro na Iugoslávia e na Espanha demonstraram que a
produção de grãos associou-se positivamente com o número de grãos por espiga. Por
outro lado, concordaram que o peso de grãos associou-se negativamente com o número
de grãos por espiga.
Na tabela 40 são apresentadas as correlações entre produção de grãos, altura das
plantas, comprimento da espiga, número de espiguetas por espiga, grãos por espiga e
por espigueta, massa de cem grãos e comprimento do internódio da raque, obtidas a
partir dos dados obtidos em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.
Verificou-se que nessas condições, os genótipos com maior produção de grãos
demonstraram uma tendência em apresentar espigas mais curtas (-0,299*) e com menor
comprimento do internódio da raque (-0,238*).
Genótipos com porte semi-anão mais alto exibiram espigas mais compridas
(0,266*), entretanto, apresentaram grãos mais leves (-0,250).
Nesse mesmo local, os genótipos com grãos mais pesados revelaram espigas
mais curtas (-0,378*), menor número de espiguetas por espiga (-0,359*), grãos por
espiga (-0,686*) e por espigueta (-0,645*). Genótipos com maior número de grãos por
espiga tiveram maior número de grãos por espigueta (0,955*).
As linhagens com espigas mais compridas demonstraram tendências em mostrar
maior número de espiguetas por espiga (0,391*), espigas mais férteis (0,291*) e maior
comprimento do internódio da raque (0,685*). Genótipos com maior número de
espiguetas por espiga exibiram maior número de grãos por espiga (0,470*) e menor
comprimento do internódio da raque (-0,400*).
As associações entre produção de grãos, altura das plantas, ciclo da emergência
ao florescimento, comprimento da espiga, número de espiguetas por espiga, grãos por
92
espiga e por espigueta, massa de cem grãos e comprimento do internódio da raque, dos
ensaios instalados em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 estão dispostas na tabela 41.
Houve uma tendência dos genótipos mais produtivos apresentar maior
precocidade para florescer (-0,592*), espigas mais curtas (-0,351*), menor número de
espiguetas por espiga (-0,364*), espigas com menor número de grãos (-0,429*) e menor
número de grãos por espigueta (-0,333*). Entretanto, verificou-se que os genótipos mais
produtivos exibiram grãos mais pesados (0,667*) nessas condições ambientais.
Esses resultados concordaram com os obtidos por LOBATO et al. (2005)
avaliando linhagens de trigo comum, em Mococa e por GARCIA DEL MORAL et al.
(2005) estudando genótipos de trigo duro, na Espanha onde também verificaram
associações positivas e significativas entre produção de grãos e massa de cem grãos.
As linhagens com porte semi-anão mais alto associaram-se com as mais tardias
para florescer (0,246*), com maior número de espiguetas por espiga (0,336*) e menor
número de grãos por espigueta (-0,227*).
Os genótipos mais tardios para florescer exibiram espigas mais compridas
(0,546*), maior número de espiguetas por espiga (0,344*), espigas mais férteis (0,274*)
e com maior comprimento do internódio da raque (0,221*). Entretanto, os genótipos
mais tardios para florescer tiveram tendência em exibir grãos mais leves (-0,598*).
Os genótipos com maior peso de grãos tiveram espigas mais curtas (-0,323*),
menor número de espiguetas por espiga (-0,381*), menor número de grãos por espiga
(-0,702*) e por espigueta (-0,614*).
Genótipos com espigas mais compridas exibiram maior número de espiguetas
por espiga (0,325*), espigas mais férteis (0,233*) e com maior comprimento do
internódio da raque (0,653*). Foram também verificadas associações positivas e
significativas entre número de espiguetas por espiga e fertilidade da espiga (0,385*) e
entre número de grãos por espiga e número de grãos por espigueta (0,924*). Houve
tendência dos genótipos com maior comprimento do internódio da raque apresentar
menor número de espiguetas por espiga (-0,501*).
Foram verificados em todos os ensaios que houve uma tendência dos genótipos
com maior peso de grãos apresentar menor número de grãos por espiga. Esses
resultados concordaram com os obtidos BRDAR et al. (2008) avaliando linhagens de
trigo duro e trigo comum na República da Sérvia.
As estimativas de correlações entre produção de grãos, massa de cem grãos,
comprimento, largura e espessura dos grãos e número de grãos por espiga nos ensaios
93
Tabela 40 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.
Caracteres PG AP CE NESP NGE NGEG MCG AP -0,124 CE -0,299* 0,266*
NESP -0,071 0,217 0,391* NGE -0,008 0,076 0,291* 0,470*
NGEG 0,021 0,019 0,203 0,195 0,955* MCG 0,213 -0,250* -0,378* -0,359* -0,686* -0,645* CIR -0,238* 0,078 0,685* -0,400* -0,078 0,052 -0,088
PG: produção de grãos (kg ha-1); AP: altura das plantas (cm); CE: comprimento da espiga (cm); NESP: número de espigueta por espiga; NGE: número de grãos por espiga; NGEG: número de grãos por espigueta; MCG: massa de cem grãos (g) e CIR: comprimento do internódio da raque (cm). * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t.
Tabela 41 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, no ano de 2007 e 2008.
Caracteres PG AP CEF CE NESP NGE NGEG MCG AP -0,125
CEF -0,592* 0,246* CE -0,351* 0,054 0,546*
NESP -0,364* 0,336* 0,344* 0,325* NGE -0,429* -0,056 0,274* 0,233* 0,385*
NGEG -0,333* -0,227* 0,135 0,145 0,051 0,924* MCG 0,667* -0,189 -0,598* -0,323* -0,381* -0,702* -0,614* CIR -0,026 -0,202 0,221* 0,653* -0,501* -0,085 0,102 0,001
PG: produção de grãos (kg ha-1); AP: altura das plantas (cm); CEF: ciclo da emergência ao florescimento (dias); CE: comprimento da espiga (cm); NESP: número de espigueta por espiga; NGE: número de grãos por espiga; NGEG: número de grãos por espigueta; MCG: massa de cem grãos (g) e CIR: comprimento do internódio da raque (cm). * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t.
94
instalados em Capão Bonito, Tatuí e Mococa, no ano de 2007, são demonstradas nas
tabelas 42, 43 e 44.
Não houve associação significativa entre produção de grãos e os demais
caracteres considerados em Capão Bonito. Em Tatuí, a produção de grãos associou-se
apenas com número de grãos por espiga (0,225*). Em Mococa, houve uma tendência
dos genótipos mais produtivos exibirem grãos mais pesados (0,635*), grãos mais
compridos (0,295*), com maior largura (0,496*) e espessura (0,521*) e espigas com
menor número de grãos (-0,409*).
Nos três locais, apesar das diferentes condições de cultivo, houve uma tendência
dos genótipos com maior massa de cem grãos mostrarem grãos mais compridos, com
maior largura e espessura. Verificou-se também que os genótipos com maior número de
grãos por espiga apresentaram uma tendência em exibirem grãos mais leves, mais curtos
e com menor largura e espessura.
Esses resultados concordaram parcialmente com os obtidos por BIUDES (2007),
avaliando linhagens de trigo comum originárias de introdução que também verificou
associações entre massa de grãos com comprimento, largura e espessura dos grãos. No
entanto esse pesquisador relatou que a produção de grãos associou-se com o
comprimento dos grãos tanto em Tatuí, em condição de irrigação e solo corrigido, como
em Capão Bonito, em condição de sequeiro e solo ácido.
Associações positivas e significativas também foram verificadas entre
comprimento, largura e espessura dos grãos nos três locais, demonstrando a tendência
dos genótipos com grãos mais compridos exibirem também os grãos mais largos e
espessos.
4.1.2 Ensaios de laboratório
As médias dos comprimentos das raízes dos vinte genótipos avaliados no
“Ensaio de Novas Linhagens I”, além das cultivares controle BH-1146 (tolerante) e
Anahuac (sensível), após 72 horas de crescimento em solução normal, que se seguiu a
um crescimento em solução-tratamento contendo seis diferentes concentrações de
alumínio, obtidas em quatro repetições para cada solução, são apresentadas na tabela 45.
Considerando a solução-tratamento com ausência de alumínio, todos os
genótipos apresentaram crescimento da raiz primária central. As diferenças observadas
entre eles foram devidas às constituições genéticas de cada genótipo.
95
Tabela 42 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, no ano de 2007.
Caracteres PG MCG CG LG EG MCG -0,180 CG 0,031 0,531* LG -0,206 0,869* 0,311* EG -0,059 0,795* 0,496* 0,692*
NGE 0,185 -0,692* -0,326* -0,544* -0,595* PG: produção de grãos (kg ha-1); MCG: massa de cem grãos (g); CG: comprimento dos grãos (mm); LG: largura dos grãos (mm); EG: espessura dos grãos (mm) e NGE: número de grãos por espiga. * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t.
Tabela 43 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no ano de 2007.
Caracteres PG MCG CG LG EG MCG 0,048 CG -0,099 0,647* LG 0,100 0,650* 0,279* EG -0,066 0,697* 0,495* 0,538*
NGE 0,255* -0,583* -0,587* -0,105 -0,505* PG: produção de grãos (kg ha-1); MCG: massa de cem grãos (g); CG: comprimento dos grãos (mm); LG: largura dos grãos (mm); EG: espessura dos grãos (mm) e NGE: número de grãos por espiga. * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t.
Tabela 44 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, no ano de 2007.
Caracteres PG MCG CG LG EG MCG 0,635* CG 0,295* 0,601* LG 0,496* 0,801* 0,353* EG 0,521* 0,784* 0,349* 0,737*
NGE -0,409* -0,624* -0,471* -0,375* -0,413* PG: produção de grãos (kg ha-1); MCG: massa de cem grãos (g); CG: comprimento dos grãos (mm); LG: largura dos grãos (mm); EG: espessura dos grãos (mm) e NGE: número de grãos por espiga. * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t.
96
Tabela 45 - Comprimento médio das raízes dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, após 72 horas de crescimento em solução normal, que se seguiu a um crescimento em solução-tratamento contendo seis diferentes concentrações de alumínio (média de 4 repetições).
Concentração de alumínio (mg L-1) Genótipos
0 1 2 3 4 6
____________________________________ mm ___________________________________
1 71,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
2 63,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
3 66,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
4 71,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
5 72,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
6 68,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
7 72,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
8 68,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
9 66,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
10 62,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
11 64,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
12 74,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
13 68,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
14 73,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
15 51,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
16 72,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
17 61,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
IAC-1001 62,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
IAC-1002 78,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
IAC-1003 77,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
BH-1146 85,4 89,1 80,0 62,0 64,8 57,4
Anahuac 80,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
97
Na solução contendo 1 mg L-1 de Al3+ somente a cultivar controle BH-1146 foi
tolerante. Os vinte genótipos que constituíram o “Ensaio de Novas Linhagens I”,
oriundas do CIMMYT, México e a cultivar controle Anahuac apresentaram altamente
sensíveis, ou seja, revelaram paralisação irreversível do crescimento da raiz primária
central devido à morte do meristema apical da radícula nessa concentração.
Resultados semelhantes foram descrito por CAMARGO et al. (1992) avaliando
genótipos de trigo duro introduzidos do CIMMYT, México. Estes autores
demonstraram alta sensibilidade de genótipos de trigo duro ao alumínio tóxico em
solução nutritiva.
O fato das linhagens de trigo duro (T. durum L) ser altamente sensíveis ao
alumínio confirma que, os genes para essa tolerância não são encontradas nos genomas
A e B que compõem essa espécie (AABB) e, sim, no genoma D, que faz parte da
espécie T. aestivum L. (AABBDD) (LAGOS et al., 1991).
A sensibilidade desses genótipos à toxicidade de alumínio provavelmente tenha
ocorrido porque os genótipos mexicanos não sofreram pressão de seleção para
tolerância ao alumínio no programa de melhoramento do CIMMYT, México. Nesse
programa, os genótipos são selecionados em solos alcalinos de deserto, com irrigação,
onde a ocorrência de alumínio trocável ou solúvel é nula (CAMARGO et al., 2001).
A cultivar de trigo comum BH-1146 mostrou elevada tolerância à toxicidade de
alumínio por apresentar crescimento da raiz primária central mesmo quando foram
adicionados 6 mg L-1 de Al3+ na solução tratamento.
4.2 Ensaio de Novas Linhagens II
4.2.1 Ensaios de campo
As médias da produção de grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no
“Ensaio de Novas Linhagens II” instalado em Capão Bonito, em condições de sequeiro
e solo corrigido, nos anos de 2007 e 2008, estão dispostas na tabela 46.
As análises de variância individuais para produção de grãos em Capão Bonito
mostraram efeitos significativos para genótipos e efeitos não significativos para
repetições nos dois anos de cultivo. Na análise de variância conjunta, considerando os
anos de 2007 e 2008, os quadrados médios revelaram efeitos não significativos para
genótipos e significativos para anos e interação genótipos x anos.
98
Tabela 46 - Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Redução Média
___________ kg ha-1 ___________ ______ % ______ ___ kg ha-1 ___
1 1.318 d 1.052 bc 20 1.185
2 1.672 cd 1.229 a-c 26 1.451
3 2.089 bc 1.292 a-c 38 1.690
4 1.813 cd 1.323 a-c 27 1.568
5 2.130 bc 1.483 ab 30 1.806
6 1.797 cd 1.451 ab 19 1.624
7 1.531 cd 1.531 ab - 1.531
8 1.698 cd 1.403 a-c 17 1.550
9 1.807 cd 1.281 a-c 29 1.544
10 1.609 cd 1.212 a-c 25 1.411
11 1.208 d 1.302 a-c - 1.255
12 1.776 cd 1.448 ab 18 1.612
13 1.714 cd 826 c 52 1.270
14 1.698 cd 1.396 a-c 18 1.547
15 1.474 cd 1.267 a-c 14 1.371
16 1.589 cd 1.382 a-c 13 1.485
17 1.750 cd 1.267 a-c 28 1.509
IAC-1001 3.391 a 1.677 a 51 2.534
IAC-1002 2.667 b 1.517 ab 43 2.092
IAC-1003 3.422 a 1.528 ab 55 2.475
F (Repetições) 2,24 0,40 -
F (Genótipos) 19,39* 2,70* 1,97
F (Anos) - - 24,22*
F (G x A) - - 8,21*
d.m.s. (Tukey 5%) 711 597 1.474
C.V. % 14,21 16,92 15,57
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
99
Esses resultados concordaram com os obtidos por FELÍCIO et al. (2004)
avaliando linhagens de trigo comum, em Capão Bonito, cultivadas por oito anos,
oriundas do programa de melhoramento do IAC.
Em Capão Bonito, no ano de 2007, a produção de grãos variou de 1.208 a 3.422
kg ha-1, sendo que as cultivares IAC-1001 e IAC-1003, oriundas do CIMMYT, México
se destacaram com produção de 3.391 e 3.422 kg ha-1, diferindo das demais linhagens
avaliadas no experimento.
Em 2008, ano influenciado por fatores adversos, tais como estresse hídrico após
o florescimento, revelou produção de grãos menor do que em 2007, variando de 826 a
1.677 kg ha-1. A cultivar IAC-1001 exibiu maior produção (1.677 kg ha-1), diferindo
apenas das linhagens 1 e 13, com produção de 1.052 e 826 kg ha-1. Pode-se destacar que
várias linhagens oriundas do programa de melhoramento de trigo duro do IAC
mostraram produção de grãos não diferindo da cultivar IAC-1001, a mais produtiva.
Este fato é de grande interesse porque até então haviam sido feitas seleções de linhagens
somente para os caracteres de alta herdabilidade, governados por poucos genes e pouco
influenciados pelo ambiente, tais como altura das plantas, ciclo vegetativo e tolerância
ao alumínio em soluções nutritivas.
Avaliando os dois anos, verificou-se que alguns genótipos tiveram tendência em
apresentar maiores reduções na produção de grãos em anos desfavoráveis,
demonstrando menor adaptação às condições de estresse ambiental.
Redução na produção de grãos, em condições de sequeiro em relação ao cultivo
em condição de irrigação por aspersão, foi demonstrada por GARCIA DEL MORAL et
al. (2003) avaliando linhagens de trigo duro em regiões com clima quente e clima
ameno em condições do Mediterrâneo.
DENCIC et al. (2000) avaliando na Iugoslávia, genótipos de trigo comum,
identificaram alguns mais tolerantes ao estresse hídrico, que exibiram menor redução na
produção de grãos em relação ao ambiente favorável, concordando com os resultados
obtidos no presente trabalho.
Nas tabelas 47 e 48 são apresentadas as médias da produção de grãos dos vinte
genótipos avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de irrigação por
aspersão e solo corrigido em Tatuí e Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Os quadrados médios das análises de variância individuais para produção de
grãos revelaram efeitos significativos para genótipos em todos os anos e locais e efeito
significativo para repetições apenas em Mococa no ano de 2008 (Tabela 48).
100
Tabela 47 - Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
______________________________ kg ha-1 ________________________________
1 2.517 2.073 2.295 cd
2 2.921 1.913 2.417 cd
3 3.242 1.903 2.572 cd
4 3.433 1.503 2.468 cd
5 3.733 2.090 2.912 b-d
6 2.971 1.993 2.482 cd
7 3.608 2.101 2.855 b-d
8 3.367 2.243 2.805 b-d
9 3.077 2.201 2.639 cd
10 3.358 2.285 2.822 b-d
11 3.146 1.941 2.543 cd
12 3.281 1.917 2.599 cd
13 3.238 2.104 2.671 cd
14 3.379 1.969 2.674 cd
15 2.969 1.986 2.477 cd
16 3.010 1.250 2.130 d
17 3.400 1.399 2.400 cd
IAC-1001 4.448 3.149 3.799 ab
IAC-1002 3.802 2.826 3.314 bc
IAC-1003 5.056 3.767 4.412 a
F (Repetições) 2,24 1,06 -
F (Genótipos) 19,39* 3,80* 8,04*
F (Anos) - - 227,27*
F (G x A) - - 0,81
d.m.s. (Tukey 5%) 711 1.538 1.081
C.V. % 14,21 27,49 21,42
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
101
Tabela 48 - Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
______________________________ kg ha-1 ________________________________
1 5.750 5.035 5.392 a-c
2 6.089 4.962 5.525 a-c
3 5.990 5.222 5.606 a-c
4 6.120 5.101 5.610 a-c
5 5.646 4.965 5.306 bc
6 5.729 5.208 5.469 a-c
7 5.563 5.125 5.344 bc
8 5.672 5.330 5.501 a-c
9 5.760 5.267 5.514 a-c
10 5.063 4.615 4.839 c
11 5.339 5.063 5.201 bc
12 5.464 5.240 5.352 bc
13 5.703 4.854 5.279 bc
14 5.427 4.948 5.188 bc
15 5.287 4.330 4.808 c
16 5.365 5.094 5.229 bc
17 5.417 4.347 4.882 c
IAC-1001 6.922 5.705 6.313 ab
IAC-1002 7.255 5.194 6.225 ab
IAC-1003 7.172 6.139 6.655 a
F (Repetições) 1,01 3,31* -
F (Genótipos) 4,57* 3,16* 4,60*
F (Anos) - - 58,14*
F (G x A) - - 1,38
d.m.s. (Tukey 5%) 1.510 1.193 1.264
C.V. % 9,86 8,93 9,70
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
102
Avaliando as análises conjuntas verificou-se que o quadrado médio para a
produção de grãos exibiu efeitos significativos para genótipos e anos e efeitos não
significativos para interação genótipos x anos em Tatuí e Mococa. Esses resultados
demonstraram não haver variação quanto ao comportamento dos genótipos em função
dos anos, indicando a possibilidade de avaliar os genótipos considerando a média dos
dois anos, nos dois locais.
A cultivar IAC-1003 destacou-se quanto à produção de grãos em Tatuí e
Mococa, pois exibiu nessas condições, médias de 4.412 e 6.655 kg ha-1, não diferindo
apenas da cultivar IAC-1001, com produção de 3.799 kg ha-1 em Tatuí. Em Mococa,
não diferiu das linhagens 1, 2, 3, 4, 6, 8, 9 e das cultivares IAC-1001 e IAC-1002, com
produção média variando de 5.392 a 6.313 kg ha-1.
Os resultados médios obtidos em Mococa, nos dois anos de avaliação,
mostraram a existência de grande potencial no melhoramento de trigo duro para
produção de grãos. Mesmo sem ter sido realizadas seleções diretas para esse caráter
foram detectadas linhagens com produções de grãos variando de 5.392 a 5.610 kg ha-1,
não diferindo da cultivar IAC-1003 (6.655 kg ha-1) a mais produtiva.
A altura média das plantas dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no
“Ensaio de Novas Linhagens II”, em Capão Bonito, em condições de sequeiro e solo
corrigido e em Tatuí e Mococa, em condição de irrigação por aspersão e solo corrigido,
nos anos de 2007 e 2008 estão dispostas nas tabelas 49, 50 e 51.
Os quadrados médios das análises de variância individuais revelaram efeitos
significativos para genótipos em todos os locais e anos e efeitos significativos para
repetições apenas em Tatuí e Mococa, nos anos de 2008.
As análises de variância conjuntas demonstraram efeitos significativos para
genótipos em Capão Bonito e Tatuí, efeitos significativos para anos em Capão Bonito e
Mococa e efeitos significativos para interação genótipos x anos apenas em Mococa.
Esses resultados discordam parcialmente dos obtidos por VITA et al. (2007)
avaliando 14 cultivares de trigo duro no Itália e por CAMARGO et al. (2006a)
avaliando linhagens duplo haplóides de trigo comum em Capão Bonito e Tatuí, nos anos
de 2001 a 2003. Esses pesquisadores verificaram que o comportamento dos genótipos
quanto a altura média das plantas diferiram em função dos anos.
Considerando a média dos dois anos em Capão Bonito a linhagem 2 destacou-se
quanto ao porte semi-anão mais baixo, com média de 57 cm, diferindo apenas da
103
Tabela 49 - Altura média das plantas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_______________________________ cm _________________________________
1 59 63 61 de
2 55 59 57 e
3 64 64 64 c-e
4 61 66 64 c-e
5 63 60 61 de
6 64 63 63 c-e
7 61 66 64 c-e
8 60 61 61 de
9 56 59 58 de
10 61 68 64 c-e
11 58 65 61 de
12 60 64 62 de
13 59 60 59 de
14 58 61 59 de
15 60 68 64 c-e
16 60 66 63 c-e
17 65 68 66 b-d
IAC-1001 83 80 81 a
IAC-1002 68 75 71 bc
IAC-1003 73 73 73 ab
F (Repetições) 0,71 0,93 -
F (Genótipos) 10,18* 4,76* 12,43*
F (Anos) - - 18,25*
F (G x A) - - 1,02
d.m.s. (Tukey 5%) 10 13 9
C.V. % 6,27 7,72 7,04
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey. (1) Medida do nível do solo ao ápice das espigas.
104
Tabela 50 - Altura média das plantas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ cm ______________________________
1 59 63 61 b
2 59 59 59 b
3 63 61 62 b
4 68 66 67 ab
5 65 63 64 b
6 63 64 63 b
7 64 66 65 ab
8 60 61 61 b
9 59 65 62 b
10 66 65 66 ab
11 61 64 63 b
12 61 58 59 b
13 61 61 61 b
14 63 66 64 b
15 66 65 66 ab
16 60 63 61 b
17 66 64 65 ab
IAC-1001 73 79 76 a
IAC-1002 55 68 61 b
IAC-1003 71 68 69 ab
F (Repetições) 2,38 2,96* -
F (Genótipos) 3,08* 3,80* 3,79*
F (Anos) - - 1,98
F (G x A) - - 1,31
d.m.s. (Tukey 5%) 13 12 11
C.V. % 7,87 6,92 7,70
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey. (1) Medida do nível do solo ao ápice das espigas.
105
Tabela 51 - Altura média das plantas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ cm _______________________________
1 67 hi 74 ab 70
2 67 hi 78 ab 72
3 72 c-g 75 ab 73
4 75 b-d 77 ab 76
5 74 b-e 73 ab 73
6 69 f-i 73 ab 71
7 70 e-h 77 ab 73
8 68 g-i 76 ab 72
9 67 hi 76 ab 71
10 68 g-i 71 b 70
11 71 d-h 73 ab 72
12 73 c-f 73 ab 73
13 65 i 76 ab 70
14 68 g-i 74 ab 71
15 73 c-f 80 a 76
16 68 g-i 78 ab 73
17 78 ab 77 ab 77
IAC-1001 82 a 81 a 82
IAC-1002 74 b-e 77 ab 76
IAC-1003 76 bc 76 ab 76
F (Repetições) 1,72 3,39* -
F (Genótipos) 24,60* 2,09* 2,03
F (Anos) - - 24,17*
F (G x A) - - 4,01*
d.m.s. (Tukey 5%) 5 9 12
C.V. % 2,49 4,63 3,97
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey. (1) Medida do nível do solo ao ápice das espigas.
106
linhagem 17 e das cultivares IAC-1001, IAC-1002 e IAC-1003, que apresentaram porte
semi-anão mais alto, com altura média de 66 a 81 cm.
Em Tatuí, a altura média dos dois anos, revelou que as linhagens 1, 2, 3, 5, 6, 8,
9, 11, 12, 13, 14, 16 e IAC-1002 exibiram plantas de porte semi-anão mais baixo (61 a
64 cm), diferindo apenas da cultivar IAC-1001 (76 cm), que demonstrou nessas
condições porte semi-anão mais alto.
A altura média em Mococa, no ano de 2007, variou de 65 a 82 cm, sendo que a
linhagem 13 exibiu porte semi-anão mais baixo, não diferindo das linhagens 1, 2, 6, 8,
9, 10, 14 e 16. A linhagem 17 e a cultivar IAC-1001 tiveram nessas condições, porte
semi-anão mais alto. No ano de 2008, a altura média variou de 71 a 81cm, sendo que a
linhagem 10 mostrou porte semi-anão mais baixo, diferindo da linhagem 15 e da
cultivar IAC-1001.
As linhagens obtidas pelo programa de melhoramento do IAC, de modo geral,
exibiram plantas de porte semi-anão mais baixo em relação as cultivares controles.
MISTRO et al. (2001) avaliando linhagens de trigo comum obtidas pelo
programa de melhoramento do IAC e linhagens introduzidas do CIMMYT, México
verificaram variabilidade genética para altura das plantas concordando com os dados
observados no presente trabalho.
As porcentagens médias das plantas acamadas dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo
corrigido em Capão Bonito e em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido
em Tatuí e Mococa, nos anos de 2007 e 2008, são apresentados nas tabelas 52, 53 e 54.
No ano de 2007 não houve condições favoráveis ao acamamento em Capão
Bonito. Verificou-se que as linhagens 9, 11, 12 e as cultivares IAC-1002 e IAC-1003 se
revelaram resistentes ao acamamento em 2008.
Em Tatuí, verificaram-se altas porcentagens de acamamento, em 2007, variando
de 0 a 40% e em 2008 de 10 a 70%. A linhagem 8 e as cultivares IAC-1002 e IAC-1003
se destacaram quanto à resistência ao acamamento em Tatuí, com porcentagens médias
de 10 e 20% de plantas acamadas. Os demais genótipos apresentaram, em pelos menos
um ano, médias superiores a 30% de plantas acamadas nessas condições.
Não houve ocorrência de acamamento em Mococa, em 2007 fazendo exceção as
linhagens 2, 13 e 17 que exibiram 10% de plantas acamadas. No ano de 2008, a
porcentagem média de plantas acamadas variou de 0 a 70%. A cultivar IAC-1002
revelou-se muito resistente ao acamamento nesse local e as linhagens 2, 6 e a cultivar
107
Tabela 52 - Média das plantas acamadas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008
________________________________ % _______________________________
1 0 10
2 0 5
3 0 15
4 0 10
5 0 5
6 0 5
7 0 10
8 0 10
9 0 0
10 0 10
11 0 0
12 0 0
13 0 20
14 0 5
15 0 25
16 0 20
17 0 20
IAC-1001 0 10
IAC-1002 0 0
IAC-1003 0 0
(1) 0 (sem acamamento) até 100% (todas as plantas totalmente acamadas).
108
Tabela 53 - Média das plantas acamadas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008
______________________________ % ______________________________
1 30 40
2 20 50
3 10 30
4 20 50
5 20 40
6 20 40
7 20 60
8 20 20
9 20 30
10 20 70
11 20 40
12 10 40
13 0 30
14 20 30
15 30 70
16 20 50
17 40 40
IAC-1001 0 40
IAC-1002 0 10
IAC-1003 0 10
(1) 0 (sem acamamento) até 100% (todas as plantas totalmente acamadas).
109
Tabela 54 - Média das plantas acamadas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008
_______________________________ % _______________________________
1 0 35
2 10 10
3 0 30
4 0 35
5 0 40
6 0 5
7 0 70
8 0 30
9 0 20
10 0 25
11 0 20
12 0 15
13 10 15
14 0 20
15 0 35
16 0 45
17 10 30
IAC-1001 0 25
IAC-1002 0 0
IAC-1003 0 10
(1) 0 (sem acamamento) até 100% (todas as plantas totalmente acamadas).
110
IAC-1003 também destacaram pela resistência com porcentagens iguais ou inferiores a
10% de plantas acamadas nas mesmas condições.
Apesar das linhagens provenientes do programa de melhoramento do IAC
apresentarem porte semi-anão mais baixo, os dados obtidos sugeriram a necessidade de
ser reduzida a porcentagem de plantas acamadas através da incorporação de fontes de
resistência por meio de cruzamentos. Como as cultivares IAC-1002 e IAC-1003
destacaram-se pela resistência ao acamamento nos três locais poderiam ser utilizadas
como fontes genéticas desse caráter.
Os ciclos médios da emergência ao florescimento dos vinte genótipos de trigo
duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” instalados em Capão Bonito e
Mococa e os ciclos da emergência a maturação dos vinte genótipos em Capão Bonito,
nos anos de 2007 e 2008, estão dispostos nas tabelas 55, 56 e 57.
Os quadrados médios das análises de variância individuais para os ciclos médios
da emergência ao florescimento revelaram efeitos significativos para genótipos em
todos os experimentos e significativos para repetições apenas no ano de 2007 em Capão
Bonito e no ano de 2008 em Mococa (Tabelas 55 e 56). Quanto ao ciclo da emergência
à maturação, avaliados apenas em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008, as análises
de variância individuais exibiram efeitos significativos para genótipos apenas em 2008 e
para repetições apenas no experimento instalado em 2007.
As análises de variância conjuntas quanto aos ciclos da emergência ao
florescimento e à maturação demonstraram presença de efeitos significativos para
genótipos e anos e efeitos não significativos para interação genótipos x anos.
Avaliando linhagens duplo haplóides de trigo comum em Capão Bonito, nos
anos de 2001 a 2003, CAMARGO et al. (2006a) relatou a existência de efeitos
significativos para interação genótipos x anos tanto para o ciclo da emergência ao
florescimento quanto à maturação, discordando com os resultados obtidos no presente
estudo.
Considerando a média dos dois anos em Capão Bonito, destacaram-se, as
linhagens 3, 4, 6 e 13 quanto à precocidade para florescer, com ciclos médios de 55 e 56
dias, diferindo apenas das cultivares IAC-1001, IAC-1002 e IAC-1003, que se
revelaram mais tardias, com ciclo médio variando de 61 e 62 dias (Tabela 55).
Em Mococa, o ciclo médio da emergência ao florescimento variou de 53 a 60
dias. As 17 linhagens oriundas do programa de melhoramento do IAC se revelaram
111
Tabela 55 - Ciclo médio da emergência ao florescimento dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_______________________________ dias _________________________________
1 54 60 57 a-c
2 55 60 57 a-c
3 53 59 56 c
4 53 59 56 c
5 54 59 56 bc
6 52 58 55 c
7 59 59 59 a-c
8 53 60 57 bc
9 56 60 58 a-c
10 55 59 57 a-c
11 56 59 57 a-c
12 55 60 57 a-c
13 53 56 55 c
14 55 59 57 a-c
15 52 60 56 c
16 54 59 56 bc
17 53 60 56 bc
IAC-1001 60 63 62 a
IAC-1002 59 63 61 ab
IAC-1003 60 64 62 a
F (Repetições) 8,76* 1,62 -
F (Genótipos) 3,50* 6,49* 4,56*
F (Anos) - - 139,96*
F (G x A) - - 1,12
d.m.s. (Tukey 5%) 7 4 5
C.V. % 5,09 2,32 4,41
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
112
Tabela 56 - Ciclo médio da emergência ao florescimento dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ dias __________________________________
1 56 50 53 b
2 56 52 54 b
3 56 53 54 b
4 56 52 54 b
5 56 51 54 b
6 56 53 54 b
7 56 50 53 b
8 56 54 55 b
9 56 53 54 b
10 56 51 54 b
11 56 51 54 b
12 56 51 54 b
13 55 50 53 b
14 56 51 54 b
15 56 50 53 b
16 56 51 54 b
17 56 52 54 b
IAC-1001 61 59 60 a
IAC-1002 61 59 60 a
IAC-1003 61 58 60 a
F (Repetições) 0,79 7,21* -
F (Genótipos) 85,06* 6,91* 13,81*
F (Anos) - - 221,06*
F (G x A) - - 1,00
d.m.s. (Tukey 5%) 1 6 4
C.V. % 0,72 4,11 3,24
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
113
Tabela 57 - Ciclo médio da emergência à maturação dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_______________________________ dias _________________________________
1 126 123 125 b
2 127 123 125 b
3 126 123 124 b
4 126 123 124 b
5 126 123 124 b
6 126 123 125 b
7 129 123 126 b
8 126 123 124 b
9 126 123 124 b
10 129 123 126 b
11 126 123 124 b
12 130 123 126 b
13 126 123 125 b
14 129 123 126 b
15 126 123 124 b
16 126 123 124 b
17 126 123 124 b
IAC-1001 131 133 132 a
IAC-1002 129 123 126 b
IAC-1003 132 126 129 ab
F (Repetições) 3,29* 1,00 -
F (Genótipos) 1,39 16,58* 4,18*
F (Anos) - - 69,54*
F (G x A) - - 1,03
d.m.s. (Tukey 5%) 9 3 5
C.V. % 2,61 0,90 2,08
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
114
mais precoces para florescer (53 a 54 dias), diferindo das cultivares controle IAC-1001,
IAC-1002 e IAC-1003.
As 17 linhagens oriundas do IAC e a cultivar IAC-1002 se destacaram quanto à
precocidade para maturar em Capão Bonito, considerando a média dos dois anos (124 a
126 dias), diferindo da linhagem IAC-1001 (132 dias), que se revelou mais tardia para
maturar.
Genótipos mais precoces para florescer e maturar também foram identificados
por VITA et al. (2006) na Itália, avaliando genótipos de trigo duro nos anos de 2001 a
2004 e por CAMARGO et al. (2001) estudando linhagens de trigo comum originária de
hibridações e de introduções do CIMMYT, México em diferentes locais do Estado de
São Paulo.
A obtenção de linhagens mais precoces, tanto para florescer quanto para
maturar, tem sido um dos objetivos do programa de melhoramento do IAC, pois as
plantas com ciclo precoce ficam menos tempo expostas aos estresses bióticos e
abióticos, permitindo a escolha da melhor época de semeadura, de forma a aproveitar as
condições ambientais mais favoráveis ao seu desenvolvimento (CAMARGO, 1993). A
utilização de cultivares de trigo mais precoces também facilita a sucessão entre as
culturas, exercendo grande influência no potencial produtivo (POEHLMAN &
SLEPER, 1995). As linhagens precoces identificadas no presente trabalho poderiam ser
utilizadas como fontes genéticas em blocos de cruzamento.
Nos experimentos instalados em Capão Bonito não houve ocorrência de
ferrugem-da-folha, mancha-da-folha e oídio, devido as sucessivas aplicações de
fungicidas, nos dois anos de cultivo.
Os genótipos avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” também se
revelaram imunes a ferrugem-da-folha nos experimentos instalados em Tatuí e Mococa,
nos dois anos. CAMARGO et al. (1995a e 1995b) verificaram também que os genótipos
pertencentes à espécie Triticum durum L. apresentaram imunidade às principais raças do
fungo causador da ferrugem-da-folha no trigo comum de ocorrência no Estado de São
Paulo. Conforme já discutido para o “Ensaio de Novas Linhagens II” este fato poderia
ser explicado pela reduzida área de cultivo com trigo duro no Brasil, dificultando,
portanto, o desenvolvimento da doença e ou o surgimento de novas raças específicas.
Em Tatuí, ocorreram infecções pelos agentes causais da mancha-da-folha nos
dois anos. Em 2007, todos os genótipos apresentaram-se moderadamente resistentes
(Tabela 58), isto é, com graus médios de infecção variando de 10 a 20% segundo a
115
Tabela 58 - Graus médios de infecção de mancha-da-folha (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008
_______________________________ % _________________________________
1 15 5
2 15 8
3 20 5
4 15 8
5 20 5
6 15 8
7 15 10
8 10 8
9 15 8
10 10 10
11 15 8
12 15 8
13 20 10
14 15 5
15 10 15
16 15 5
17 20 8
IAC-1001 10 5
IAC-1002 15 10
IAC-1003 10 5
(1) Avaliação segundo MEHTA (1993): 0 = imune, 1 a 5% de área infectada = resistente, 6 a 25% = moderadamente resistente, 26 a 50% = suscetível e 51 a 99% = altamente suscetível. t=traço (apenas algumas pústulas); S= reação de suscetibilidade.
116
escala proposta por METHA (1993). Entretanto, no experimento instalado em 2008, as
linhagens 1, 3, 5, 14, 16 e as cultivares IAC-1001 e IAC-1003 revelaram-se resistentes,
com graus médios de infecção de apenas 5%. Os demais genótipos avaliados no “Ensaio
de Novas Linhagens II” se mostraram moderadamente resistentes, com graus médios
variando de 8 a 15% de área foliar infectada (Tabela 58).
Avaliando linhagens de trigo comum oriundas do programa de melhoramento do
IAC, CAMARGO et al. (2001) também demonstraram baixa incidência do agente
causal da mancha-da-folha em experimentos conduzidos em Ribeirão Preto e Cruzália
nos anos de 1996 e 1997. Em Tatuí, verificou-se alta incidência dessa doença, sendo
que todos os genótipos apresentaram suscetíveis, exceto a cultivar IAC-289, que se
revelou moderadamente resistente as manchas foliares.
Diversos pesquisadores têm relatado a dificuldade em obter genótipos com boa
resistência a Bipolaris sorokiniana e Dreschslera tritici-repentis, provavelmente devido
ao fato de a resistência genética para os fungos necrotróficos envolver muitos genes e
pelo fato dessa doença ser favorecida pelas condições climáticas predominantes em
grande parte das regiões tritícolas do Estado de São Paulo (FELÍCIO et al. 2004). No
presente trabalho verificou-ser reduzida ocorrência de manchas foliares em Tatuí e
ausência da doença em Mococa, nos anos de 2007 e 2008, indicando resistência das
linhagens aos agentes causais dessa doença. Esses resultados devem ser considerados
com cautela talvez pela não ocorrência de condições ambientais predisponentes ao
desenvolvimento dos patógenos.
Não houve ocorrência de oídio também nos experimentos instalados em Tatuí e
Mococa, nos anos de 2007 e 2008, provavelmente devido a fatores ambientais
desfavoráveis ao desenvolvimento do patógeno. Estes resultados discordam dos obtidos
por CAMARGO et al. (1995b) que mostraram haver grande incidência de oídio em
Campinas (20 a 80%) e pequena incidência em Mococa (0 a 20%), em condições de
irrigação por aspersão, no ano de 1991.
Os dados médios do comprimento da espiga dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em Capão Bonito, Tatuí e Mococa, nos
anos de 2007 e 2008, encontram-se nas tabelas 59, 60 e 61.
As análises de variância individuais revelaram efeitos significativos para
genótipos e efeitos não significativos para repetições em todos os anos e locais. As
análises de variância conjuntas, por local, revelaram efeitos significativos para
genótipos exceto em Capão Bonito, anos e interação genótipos x anos.
117
Tabela 59 - Médias do comprimento da espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_________________________________ no _______________________________
1 5,7 bc 5,6 ab 5,7
2 5,6 bc 5,6 ab 5,6
3 5,9 bc 5,6 ab 5,7
4 6,1 ab 5,9 ab 6,0
5 5,8 bc 5,6 ab 5,7
6 5,8 bc 5,6 ab 5,7
7 5,7 bc 5,7 ab 5,7
8 5,8 bc 5,6 ab 5,7
9 5,6 bc 5,8 ab 5,7
10 6,0 a-c 5,8 ab 5,9
11 5,8 bc 5,5 ab 5,7
12 5,8 bc 5,8 ab 5,8
13 5,8 bc 5,6 ab 5,7
14 5,5 c 5,6 ab 5,6
15 5,9 bc 6,0 a 6,0
16 5,7 bc 5,6 ab 5,7
17 6,0 a-c 5,7 ab 5,9
IAC-1001 6,5 a 5,4 bc 6,0
IAC-1002 5,7 bc 4,9 c 5,3
IAC-1003 6,0 a-c 5,4 bc 5,7
F (Repetições) 0,20 0,22 -
F (Genótipos) 3,82* 3,83* 1,05
F (Anos) - - 10,03*
F (G x A) - - 3,90*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,6 0,6 0,9
C.V. % 3,76 4,11 3,85
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
118
Tabela 60 - Médias do comprimento da espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ no _______________________________
1 6,1 b-d 5,8 a-c 6,0
2 5,8 cd 5,6 bc 5,7
3 6,3 a-d 6,0 ab 6,1
4 6,3 a-d 6,3 a 6,3
5 6,0 b-d 6,0 ab 6,0
6 6,1 b-d 5,7 a-c 5,9
7 6,2 b-d 6,0 ab 6,1
8 6,0 b-d 5,7 a-c 5,9
9 5,8 cd 5,8 a-c 5,8
10 6,5 ab 6,0 ab 6,3
11 6,1 b-d 5,7 a-c 5,9
12 5,8 cd 5,6 bc 5,7
13 5,7 d 5,3 c 5,5
14 6,0 b-d 5,6 bc 5,8
15 6,3 a-d 6,0 ab 6,2
16 5,8 cd 5,5 bc 5,6
17 6,2 b-d 6,0 ab 6,1
IAC-1001 6,9 a 6,0 ab 6,4
IAC-1002 6,3 a-d 5,2 c 5,7
IAC-1003 6,4 a-c 5,8 a-c 6,1
F (Repetições) 1,86 1,49 -
F (Genótipos) 4,48* 4,41* 3,43*
F (Anos) - - 35,64*
F (G x A) - - 1,94*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,7 0,7 0,7
C.V. % 4,31 4,29 4,38
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
119
Tabela 61 - Médias do comprimento da espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ no ________________________________
1 5,8 b-f 6,7 a 6,3
2 5,5 ef 6,3 ab 5,9
3 5,9 a-e 6,9 a 6,4
4 6,3 ab 6,8 a 6,6
5 5,9 a-e 6,4 ab 6,2
6 5,7 c-f 6,4 ab 6,0
7 6,0 a-e 6,7 a 6,4
8 5,6 d-f 6,4 ab 6,0
9 5,5 ef 6,6 ab 6,1
10 5,9 a-e 6,5 ab 6,2
11 5,6 d-f 6,5 ab 6,0
12 5,3 f 6,3 ab 5,8
13 5,7 c-f 6,1 ab 5,9
14 5,7 c-f 6,4 ab 6,1
15 6,2 a-c 6,9 a 6,5
16 5,6 d-f 6,7 a 6,1
17 6,1 a-d 6,9 a 6,5
IAC-1001 6,4 a 6,6 ab 6,5
IAC-1002 5,6 d-f 5,9 b 5,8
IAC-1003 6,1 a-d 6,6 ab 6,4
F (Repetições) 0,42 1,30 -
F (Genótipos) 8,06* 2,90* 3,41*
F (Anos) - - 138,99*
F (G x A) - - 2,05*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,6 0,8 0,8
C.V. % 3,60 4,73 4,27
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
120
Esses resultados concordaram parcialmente com os obtidos por VITA et al.
(2007) avaliando genótipos de trigo duro na Itália, no período de 2000 a 2002, que
identificaram variabilidade genética entre as linhagens e também demonstraram que os
comportamentos das mesmas diferiram em função dos anos avaliados.
No ano de 2007, destacou-se quanto ao comprimento da espiga a cultivar IAC-
1001 (6,5 cm), não diferindo apenas das linhagens 4, 10, 17 e da cultivar IAC-1003 (6,0
a 6,1 cm) em Capão Bonito. Nesse mesmo local, no ano de 2008, a linhagem 15 exibiu
espigas mais compridas (6,0 cm), diferindo das cultivares IAC-1001, IAC-1002 e IAC-
1003 (4,9 e 5,4 cm).
Em Tatuí, no ano agrícola de 2007, a cultivar IAC-1001 exibiu maior
comprimento médio da espiga de 6,9 cm, diferindo das demais, exceto das linhagens 3,
4, 10, 15 e das cultivares IAC-1002 e IAC-1003, que mostraram médias de 6,3 a 6,5 cm.
Em 2008, destacou a linhagem 4, que exibiu espigas mais compridas (6,3 cm) diferindo
apenas das linhagens 2, 12, 13, 14, 16 e da cultivar IAC-1002 (5,2 a 5,6 cm).
No ensaio instalado em Mococa, no ano de 2007, destacou-se a cultivar IAC-
1001, com comprimento médio das espigas de 6,4 cm, diferindo das linhagens 1, 2, 6, 8,
9, 11, 12, 13, 14, 16 e da cultivar IAC-1002, que exibiram comprimento médio de 5,3 a
5,8 cm. Em 2008, as linhagens 1, 3, 4, 7, 15, 16 e 17 demonstraram maior comprimento
médio da espiga (6,7 a 6,9 cm), diferindo apenas da cultivar IAC-1002 (5,9 cm).
Apesar do comportamento diferenciado em função dos experimentos instalados
em Capão Bonito, Tatuí e Mococa, de modo geral, as linhagens 4, 15 e a cultivar IAC-
1001 destacaram-se pelo maior comprimento das espigas.
O número médio de espiguetas por espiga dos vinte genótipos de trigo duro
avaliados no “Ensaio de Novas linhagens II” em Capão Bonito, em condições de
sequeiro e solo corrigido e em Tatuí e Mococa, em condições de irrigação por aspersão
e solo corrigido, nos anos de 2007 e 2008, estão dispostos nas tabelas 62, 63 e 64.
As análises de variância individuais revelaram efeitos significativos para
genótipos em Capão Bonito, Tatuí e Mococa nos dois anos, exceto para Mococa, no
experimento instalado em 2008 e efeitos significativos para repetições apenas no
experimento instalado em Tatuí, no ano de 2007.
Os quadrados médios das análises de variância conjuntas exibiram efeitos não
significativos para genótipos e efeitos significativos para anos e interação genótipos x
anos, nos três locais, exceto para anos em Tatuí. Esses resultados mostraram que o
121
Tabela 62 - Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_________________________________ no _______________________________
1 11,9 e 13,5 ab 12,7
2 12,2 de 14,5 ab 13,4
3 12,5 de 14,2 ab 13,3
4 12,7 c-e 14,2 ab 13,5
5 12,9 c-e 14,2 ab 13,5
6 12,7 de 13,9 ab 13,3
7 12,1 e 14,5 ab 13,3
8 12,8 c-e 14,4 ab 13,6
9 12,6 de 14,7 ab 13,6
10 12,9 c-e 14,5 ab 13,7
11 12,3 de 14,2 ab 13,2
12 12,4 de 15,3 a 13,8
13 13,6 b-d 14,0 ab 13,8
14 12,1 e 14,7 ab 13,4
15 12,4 de 14,2 ab 13,3
16 12,7 de 14,3 ab 13,5
17 12,6 de 14,0 ab 13,3
IAC-1001 15,0 ab 13,1 b 14,0
IAC-1002 15,2 a 13,3 b 14,2
IAC-1003 14,2 a-c 13,2 b 13,7
F (Repetições) 0,40 0,79 -
F (Genótipos) 10,27* 2,52* 0,24
F (Anos) - - 16,88*
F (G x A) - - 9,33*
d.m.s. (Tukey 5%) 1,5 1,8 3,9
C.V. % 4,42 4,88 4,64
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
122
Tabela 63 - Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ no _______________________________
1 13,7 d 12,8 b 13,2
2 13,5 d 14,1 ab 13,8
3 14,1 cd 14,1 ab 14,1
4 14,9 b-d 15,4 a 15,1
5 14,8 b-d 15,0 ab 14,9
6 14,1 cd 13,7 ab 13,9
7 14,5 cd 14,5 ab 14,5
8 14,5 cd 13,6 ab 14,1
9 13,8 cd 14,5 ab 14,1
10 15,4 bc 14,7 ab 15,0
11 14,4 cd 14,0 ab 14,2
12 13,8 cd 14,5 ab 14,1
13 14,1 cd 12,9 b 13,5
14 14,1 cd 13,8 ab 13,9
15 14,0 cd 14,1 ab 14,0
16 14,1 cd 13,9 ab 14,0
17 13,7 d 14,4 ab 14,0
IAC-1001 16,4 ab 13,8 ab 15,1
IAC-1002 17,1 a 13,6 ab 15,3
IAC-1003 16,4 ab 13,8 ab 15,1
F (Repetições) 5,22* 1,30 -
F (Genótipos) 9,39* 1,85* 1,00
F (Anos) - - 3,59
F (G x A) - - 4,14*
d.m.s. (Tukey 5%) 1,7 2,4 3,4
C.V. % 4,56 6,44 5,77
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
123
Tabela 64 - Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_______________________________ no _______________________________
1 14,3 c-e 15,8 15,0
2 14,8 a-e 15,7 15,2
3 14,8 a-e 16,6 15,7
4 15,7 a-c 15,6 15,6
5 15,1 a-d 15,9 15,5
6 14,5 b-e 15,4 14,9
7 15,1 a-d 16,4 15,7
8 14,7 a-e 15,7 15,2
9 14,3 c-e 16,2 15,2
10 15,0 a-e 15,8 15,4
11 14,1 de 15,9 15,0
12 13,6 e 15,1 14,3
13 15,3 a-d 15,6 15,4
14 14,8 a-e 15,8 15,3
15 15,1 a-d 15,8 15,5
16 14,5 b-e 16,0 15,2
17 14,8 a-e 15,4 15,1
IAC-1001 16,0 a 15,6 15,8
IAC-1002 16,0 a 15,8 15,9
IAC-1003 15,8 ab 15,9 15,9
F (Repetições) 0,50 1,47 -
F (Genótipos) 4,64* 0,64 1,21
F (Anos) - - 33,60*
F (G x A) - - 1,75*
d.m.s. (Tukey 5%) 1,5 2,2 2,0
C.V. % 3,96 5,35 4,76
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
124
comportamento das linhagens diferiram em função dos anos, havendo a necessidade em
classificar os genótipos em cada ano de experimentação.
Apesar dos locais se demonstrarem contrastantes, a cultivar IAC-1002 destacou-
se entre os demais genótipos quanto ao número de espiguetas por espiga em Capão
Bonito (15,2) e em Tatuí (17,1), no ano de 2007, não diferindo apenas das cultivares
IAC-1001 (15,0 e 16,4), em Capão Bonito e IAC-1003 (14,2 e 16,4), em Tatuí.
Em Capão Bonito, no ano de 2008, a linhagem 12 (15,3) revelou maior número
de espiguetas por espiga, diferindo apenas das cultivares IAC-1001, IAC-1002 e IAC-
1003 (13,1 a 13,3). No mesmo ano, em Tatuí, destacou-se a linhagem 4 (15,4) diferindo
apenas das linhagens 1 e 13, que demonstraram nessas condições, médias de 12,8 e
12,9, respectivamente.
Em Mococa, no ano de 2007, destacaram-se as cultivares IAC-1001 e IAC-1002,
quanto ao número de espiguetas por espiga (16,0), diferindo apenas das linhagens 1, 6,
9, 11, 12 e 16, com médias variando de 13,6 a 14,5. Os dados obtidos em Mococa, no
ano de 2008 revelaram que não houve efeito significativo para genótipos quanto ao
número médio de espiguetas por espiga, demonstrando que os mesmos não diferiram
entre si nessas condições.
Estudando os componentes da produção em três cultivares de trigo duro na
Itália, ARDUINI et al. (2006) verificaram diferenças entre as linhagens quanto ao
número médio de espiguetas por espiga. Resultados anteriores obtidos por CAMARGO
et al. (2001) avaliando linhagens de trigo comum em Tatuí e Ribeirão Preto, em 1996 e
1997 mostraram também a ocorrência de interação genótipos x experimentos, quando
esse caráter foi analisado.
O número médio de grãos por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados
no “Ensaio de Novas Linhagens II” em Capão Bonito, em condições de sequeiro e solo
corrigido e em Tatuí e Mococa, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido,
nos anos de 2007 e 2008, acham-se nas tabelas 65, 66 e 67.
As análises de variância individuais demonstraram efeitos significativos para
genótipos em Capão Bonito, Tatuí e Mococa, nos anos de 2007 e 2008 e efeito
significativo para repetições apenas em Tatuí, no ano de 2007.
Os quadrados médios das análises de variância conjuntas revelaram efeitos
significativos para genótipos nos três locais, efeitos não significativos para anos, apenas
em Capão Bonito e efeitos não significativos para interação genótipos x anos, somente
em Tatuí.
125
Tabela 65 - Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ no _______________________________
1 23,8 f 21,1 g 22,5
2 29,5 c-e 30,8 b-f 30,1
3 27,3 c-f 24,4 fg 25,8
4 27,1 c-f 28,0 b-f 27,5
5 26,5 c-f 24,9 e-g 25,7
6 24,6 ef 26,0 c-g 25,3
7 26,5 c-f 29,0 b-f 27,7
8 30,1 c-e 32,7 a-c 31,4
9 27,9 c-f 31,5 b-e 29,7
10 28,2 c-f 25,0 d-g 26,6
11 28,0 c-f 29,0 b-f 28,5
12 29,8 c-e 31,8 b-d 30,8
13 31,1 c 24,6 fg 27,8
14 26,5 c-f 25,5 d-g 26,0
15 25,2 d-f 24,3 fg 24,7
16 30,6 cd 31,6 b-e 31,1
17 25,1 d-f 20,5 g 22,8
IAC-1001 44,9 a 32,5 a-c 38,7
IAC-1002 43,0 ab 38,6 a 40,8
IAC-1003 37,6 b 34,3 ab 35,9
F (Repetições) 0,48 0,77 -
F (Genótipos) 27,97* 12,91* 6,50*
F (Anos) - - 2,60
F (G x A) - - 5,19*
d.m.s. (Tukey 5%) 5,7 6,8 11,0
C.V. % 7,33 9,17 8,19
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
126
Tabela 66 - Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ no _______________________________
1 26,0 24,9 25,4 f
2 31,9 28,9 30,4 c-f
3 29,9 28,1 29,0 d-f
4 32,6 30,0 31,3 c-e
5 29,4 25,6 27,5 ef
6 30,1 27,1 28,6 d-f
7 31,5 28,4 29,9 d-f
8 36,3 30,3 33,3 cd
9 33,7 32,7 33,2 cd
10 32,5 27,5 30,0 d-f
11 34,7 35,8 35,3 c
12 32,6 31,7 32,2 c-e
13 31,3 26,4 28,8 d-f
14 31,4 28,5 30,0 d-f
15 27,2 24,5 25,8 f
16 31,9 28,9 30,4 c-f
17 27,1 27,4 27,2 ef
IAC-1001 48,0 46,5 47,2 a
IAC-1002 44,7 42,5 43,6 ab
IAC-1003 42,2 39,0 40,6 b
F (Repetições) 3,77* 0,30 -
F (Genótipos) 11,12* 13,24* 44,10*
F (Anos) - - 42,63*
F (G x A) - - 0,51
d.m.s. (Tukey 5%) 9,0 8,5 5,0
C.V. % 10,29 10,58 10,72
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
127
Tabela 67 - Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ no _______________________________
1 31,8 c 36,3 d 34,1
2 32,6 c 43,0 b-d 37,8
3 30,8 c 42,0 b-d 36,4
4 35,7 c 42,6 b-d 39,1
5 33,0 c 38,6 d 35,8
6 31,3 c 40,4 d 35,8
7 33,7 c 42,7 b-d 38,2
8 33,3 c 40,7 cd 37,0
9 33,6 c 42,4 b-d 38,0
10 33,3 c 39,1 d 36,2
11 36,4 c 43,1 b-d 39,7
12 33,5 c 44,6 a-d 39,1
13 34,1 c 38,6 d 36,3
14 31,9 c 40,0 d 36,0
15 31,5 c 35,9 d 33,7
16 31,8 c 42,1 b-d 36,9
17 31,0 c 38,2 d 34,6
IAC-1001 48,8 ab 49,8 a-c 49,3
IAC-1002 51,6 a 52,4 a 52,0
IAC-1003 44,1 b 50,3 ab 47,2
F (Repetições) 0,33 0,20 -
F (Genótipos) 18,85* 6,41* 11,34*
F (Anos) - - 109,44*
F (G x A) - - 1,87*
d.m.s. (Tukey 5%) 7,1 9,2 8,5
C.V. % 7,73 8,31 7,96
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
128
A cultivar IAC-1001 destacou-se quanto à fertilidade da espiga em Capão
Bonito, no ano de 2007 (44,9), não diferindo apenas da cultivar IAC-1002 (43,0). Em
2008, a cultivar IAC-1002 exibiu espigas mais férteis, com média de 38,6, não diferindo
apenas da linhagem 8 e das cultivares IAC-1001 e IAC-1003, com número médio de
grãos por espiga variando de 32,5 a 34,3.
Nos experimentos instalados em Tatuí, considerou-se a média dos dois anos para
classificação das linhagens. O número médio de grãos por espiga em Tatuí variou de
25,4 a 47,2. A cultivar IAC-1001 destacou-se entre as demais linhagens quanto à
fertilidade da espiga, não diferindo apenas da cultivar IAC-1002.
Apesar da análise de variância conjunta ter demonstrado efeito significativo para
interação genótipos x anos em Mococa, a cultivar IAC-1002, exibiu maior fertilidade da
espiga nos dois anos considerados, com médias de 51,6 e 52,4, diferindo das demais
linhagens, exceto da cultivar IAC-1001, em 2007, com média de 48,8. Em 2008, a
cultivar IAC-1002 não diferiu apenas da linhagem 12 e das cultivares IAC-1001 e IAC-
1003, com médias variando de 44,6 a 50,3.
Apesar das interações observadas as cultivares IAC-1001 e IAC-1002
sobressaíram-se quanto ao número de grãos por espiga, considerando-se todos os
experimentos.
Presença de variabilidade genética para número de grãos por espiga foram
verificadas por VITA et al. (2007) e por ARDUINI et al. (2006) avaliando genótipos de
trigo duro na Itália. Genótipos superiores para esse caráter foram também identificados.
Nas tabelas 68, 69 e 70 são apresentados os números médios de grãos por
espigueta dos vinte genótipos de trigo avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em
Capão Bonito, em condição de sequeiro e solo corrigido e em Tatuí e Mococa, em
condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em experimentos instalados nos
anos de 2007 e 2008.
As análises de variância individuais revelaram efeitos significativos para
genótipos e efeitos não significativos para repetições em todos os experimentos
instalados nos três locais.
Os quadrados médios das análises de variância conjuntas por local exibiram
efeitos significativos para genótipos nos três locais, e efeitos não significativos para
anos, apenas em Tatuí e para interação genótipos x anos, somente em Mococa.
129
Tabela 68 - Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ no _______________________________
1 2,02 d-f 1,56 hi 1,79
2 2,42 bc 2,13 c-f 2,27
3 2,19 c-f 1,72 g-i 1,96
4 2,14 c-f 1,96 d-h 2,05
5 2,07 c-f 1,76 e-i 1,91
6 1,95 f 1,88 d-h 1,92
7 2,19 c-f 2,00 d-g 2,09
8 2,36 b-e 2,28 b-d 2,32
9 2,22 c-f 2,17 c-e 2,19
10 2,19 c-f 1,72 g-i 1,96
11 2,29 b-f 2,05 d-g 2,17
12 2,41 b-d 2,09 c-g 2,25
13 2,31 b-f 1,77 e-i 2,04
14 2,19 c-f 1,73 f-i 1,96
15 2,05 c-f 1,72 g-i 1,88
16 2,43 bc 2,22 b-d 2,32
17 1,99 ef 1,46 i 1,72
IAC-1001 3,01 a 2,49 bc 2,75
IAC-1002 2,85 a 2,91 a 2,88
IAC-1003 2,66 ab 2,61 ab 2,63
F (Repetições) 1,55 0,48 -
F (Genótipos) 14,24* 22,15* 11,18*
F (Anos) - - 46,65*
F (G x A) - - 3,02*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,39 0,41 0,54
C.V. % 6,45 7,71 7,04
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
130
Tabela 69 - Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ no ______________________________
1 1,91 e 1,85 d 1,88
2 2,36 b-e 2,05 cd 2,21
3 2,13 b-e 1,96 d 2,05
4 2,20 b-e 1,98 d 2,09
5 2,00 c-e 1,73 d 1,86
6 2,13 b-e 1,99 d 2,06
7 2,19 b-e 1,98 d 2,09
8 2,49 a-c 2,24 cd 2,37
9 2,44 a-d 2,27 b-d 2,36
10 2,12 b-e 1,90 d 2,01
11 2,42 a-d 2,57 bc 2,49
12 2,36 b-e 2,22 cd 2,29
13 2,25 b-e 2,07 cd 2,16
14 2,24 b-e 2,08 cd 2,16
15 1,95 de 1,74 d 1,84
16 2,25 b-e 2,10 cd 2,18
17 1,96 de 1,93 d 1,94
IAC-1001 2,92 a 3,37 a 3,14
IAC-1002 2,61 ab 3,13 a 2,87
IAC-1003 2,58 ab 2,81 ab 2,69
F (Repetições) 1,88 0,58 -
F (Genótipos) 6,91* 17,33* 8,64*
F (Anos) - - 2,25
F (G x A) - - 2,60*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,51 0,56 0,67
C.V. % 8,50 9,70 9,13
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
131
Tabela 70 - Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_______________________________ no _______________________________
1 2,23 2,31 2,27 de
2 2,21 2,75 2,48 c-e
3 2,08 2,55 2,32 de
4 2,28 2,73 2,51 c-e
5 2,19 2,43 2,31 de
6 2,15 2,63 2,39 c-e
7 2,24 2,61 2,43 c-e
8 2,28 2,60 2,44 c-e
9 2,35 2,64 2,49 c-e
10 2,22 2,49 2,35 c-e
11 2,58 2,73 2,66 b-d
12 2,47 2,95 2,71 bc
13 2,23 2,49 2,36 c-e
14 2,15 2,56 2,36 c-e
15 2,08 2,27 2,18 e
16 2,21 2,64 2,42 c-e
17 2,11 2,48 2,30 de
IAC-1001 3,03 3,21 3,12 a
IAC-1002 3,23 3,33 3,28 a
IAC-1003 2,78 3,16 2,97 ab
F (Repetições) 0,71 0,91 -
F (Genótipos) 20,40* 7,43* 19,02*
F (Anos) - - 115,49*
F (G x A) - - 1,15
d.m.s. (Tukey 5%) 0,37 0,55 0,39
C.V. % 5,95 7,81 7,05
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
132
As cultivares IAC-1001 e IAC-1002 destacaram-se quanto à fertilidade da
espigueta em Capão Bonito, no ano de 2007 (3,01 e 2,85), não diferindo apenas da
cultivar IAC-1003 (2,66). Em 2008, a cultivar IAC-1002 revelou maior número de
grãos por espigueta, com média de 2,91, não diferindo apenas da cultivar IAC-1003,
com média de 2,61.
Em Tatuí, no ano de 2007, verificou-se que a cultivar IAC-1001 revelou alta
fertilidade da espigueta (2,92), diferindo das demais, exceto das linhagens 8, 9, 11 e das
cultivares IAC-1002 e IAC-1003. As cultivares IAC-1001 e IAC-1002 se destacaram
também no ano de 2008, quanto ao número de grãos por espigueta (3,37 e 3,13), não
diferindo apenas da cultivar IAC-1003 (2,81).
Considerando os dados médios obtidos nos anos de 2007 e 2008, em Mococa, o
número de grãos por espigueta variou de 2,18 a 3,28, sendo que as cultivares IAC-1001
e IAC-1002 exibiram espiguetas mais férteis (3,12 e 3,28), não diferindo apenas da
cultivar IAC-1003 (2,97).
As cultivares IAC-1001 e IAC-1002 destacaram-se como fonte genética para
aumentar o número de grãos por espiga e por espigueta em cruzamentos de trigo duro.
Estudando linhagens de trigo comum originárias de hibridações entre cultivares
adaptadas e linhagens oriundas de introdução CAMARGO et al. (2001) também
verificou genótipos promissores quanto à fertilidade da espigueta, em ensaios instalados
em Tatuí e Ribeirão Preto. Esses pesquisadores relataram a possibilidade em utilizarem
genótipos superiores em blocos de cruzamento visando transferência desse caráter.
Nas tabelas 71, 72 e 73 estão apresentados os dados médios quanto à massa de
cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens
II” instalados em condição de sequeiro e solo corrigido em Capão Bonito e em condição
de irrigação por aspersão e solo corrigido em Tatuí e Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Os quadrados médios das análises de variância individuais exibiram efeitos
significativos para genótipos nos três locais e efeitos significativos para repetições,
apenas no experimento instalado em Mococa, no ano de 2007. As análises de variância
conjuntas exibiram efeitos significativos para genótipos e anos, nos três locais e efeito
significativo para interação genótipos x anos, em Capão Bonito e Tatuí.
Em Capão Bonito, no ano agrícola de 2007, destacaram-se as cultivares IAC-
1002 e IAC-1003 quanto ao peso de grãos (5,22 e 5,26 g), não diferindo das linhagens
1, 3, 5, 6, 15 e 17, que exibiram médias de 4,66 a 4,92 g. Em 2008, as linhagens 1, 15,
133
Tabela 71 - Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_________________________________ no ________________________________
1 4,82 a-c 4,72 a 4,77
2 4,33 b-d 3,98 b 4,16
3 4,80 a-c 4,28 ab 4,54
4 4,46 b-d 4,15 ab 4,31
5 4,92 ab 4,28 ab 4,60
6 4,66 a-d 4,32 ab 4,49
7 4,46 b-d 3,84 b 4,15
8 4,22 cd 3,93 b 4,07
9 4,37 b-d 3,92 b 4,15
10 4,55 b-d 4,15 ab 4,35
11 4,49 b-d 4,14 ab 4,32
12 4,50 b-d 3,93 b 4,21
13 4,09 d 4,15 ab 4,12
14 4,36 b-d 3,92 b 4,14
15 4,84 a-c 4,72 a 4,78
16 4,45 b-d 3,97 b 4,21
17 4,75 a-c 4,78 a 4,77
IAC-1001 4,55 b-d 4,46 ab 4,50
IAC-1002 5,22 a 4,21 ab 4,72
IAC-1003 5,26 a 4,75 a 5,01
F (Repetições) 2,58 0,25 -
F (Genótipos) 6,37* 6,32* 4,89*
F (Anos) - - 44,19*
F (G x A) - - 2,11*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,64 0,64 0,73
C.V. % 5,26 5,79 5,57
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
134
Tabela 72 - Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_________________________________ no _______________________________
1 4,62 d 4,37 bc 4,50
2 4,41 d 3,85 c 4,13
3 4,79 cd 4,45 bc 4,62
4 4,53 d 3,86 c 4,19
5 4,87 cd 4,04 bc 4,45
6 4,50 d 4,25 bc 4,38
7 4,66 d 4,07 bc 4,37
8 4,58 d 4,00 bc 4,29
9 4,66 d 4,07 bc 4,37
10 4,55 d 4,23 bc 4,39
11 4,73 cd 4,15 bc 4,44
12 4,83 cd 3,91 c 4,37
13 4,46 d 4,30 bc 4,38
14 4,56 d 4,09 bc 4,33
15 4,86 cd 4,49 bc 4,68
16 4,46 d 4,04 bc 4,25
17 4,79 cd 3,62 c 4,21
IAC-1001 5,41 ab 4,45 bc 4,93
IAC-1002 5,17 bc 4,85 ab 5,01
IAC-1003 5,64 a 5,67 a 5,66
F (Repetições) 2,56 0,55 -
F (Genótipos) 12,92* 6,00* 5,86*
F (Anos) - - 62,28*
F (G x A) - - 2,16*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,47 0,93 0,84
C.V. % 3,77 8,39 6,25
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
135
Tabela 73 - Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ no _______________________________
1 5,13 4,74 4,93 b-d
2 5,00 4,26 4,63 b-e
3 5,20 4,39 4,79 b-e
4 4,84 4,54 4,69 b-e
5 4,97 4,36 4,67 b-e
6 4,84 4,33 4,58 c-e
7 4,72 4,31 4,51 de
8 5,09 4,41 4,75 b-e
9 5,12 4,30 4,71 b-e
10 4,76 4,43 4,60 c-e
11 5,19 4,37 4,78 b-e
12 4,97 4,40 4,68 b-e
13 5,10 4,49 4,79 b-e
14 4,55 4,15 4,35 e
15 5,52 4,79 5,16 ab
16 5,15 4,31 4,73 b-e
17 5,22 4,81 5,02 a-d
IAC-1001 5,02 4,66 4,84 b-e
IAC-1002 5,45 4,69 5,07 a-c
IAC-1003 5,76 5,17 5,47 a
F (Repetições) 6,31* 0,58 -
F (Genótipos) 6,15* 4,52* 7,17*
F (Anos) - - 199,04*
F (G x A) - - 1,16
d.m.s. (Tukey 5%) 0,60 0,61 0,53
C.V. % 4,48 5,16 5,08
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
136
17 e a cultivar controle IAC-1003 exibiram grãos mais pesados (4,72 a 4,78 g),
diferindo das linhagens 2, 7, 8, 9, 12, 14 e 16, com peso médio de grãos variando de
3,84 a 3,98 g.
Apesar da análise de variância conjunta exibir efeito significativo para interação
genótipos x anos em Tatuí, a cultivar IAC-1003 revelou-se superior quanto ao peso de
grãos nos dois anos (5,64 a 5,67 g), não diferindo apenas da cultivar IAC-1001 em 2007
(5,41 g) e da cultivar IAC-1002 em 2008 (4,85 g).
Em Mococa, considerando os dados médios obtidos nos dois anos, a massa de
cem grãos variou de 4,35 a 5,47 g. A cultivar IAC-1003 destacou-se quanto aos grãos
mais pesados em relação às demais, não diferindo apenas das linhagens 15, 17 e da
cultivar IAC-1002, com peso de grãos variando de 5,02 a 5,16 g.
A cultivar IAC-1003 nos “Ensaios de Novas Linhagens II”, confirmou o
desempenho nos “Ensaios de Novas Linhagens I”, isto é demonstrou superioridade em
relação à massa de cem grãos em todos os locais considerados, revelando ser uma fonte
genética de interesse para aumentar esse caráter em cruzamentos.
Os comprimentos médios do internódio da raque dos vinte genótipos de trigo
duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo
corrigido, em Capão Bonito e em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido,
em Tatuí e Mococa, nos anos de 2007 e 2008 estão dispostos nas tabelas 74, 75 e 76.
Os quadrados médios das análises de variância individuais revelaram efeitos
significativos para genótipos e efeitos não significativos para repetições nos dois anos,
nos três locais.
As análises conjuntas demonstraram efeitos significativos para genótipos em
Tatuí e Mococa, para anos e interação genótipos x anos em todos os locais, exceto para
interação genótipos x anos em Mococa.
As linhagens 1, 4, 15 e 17 exibiram maior comprimento do internódio da raque
em Capão Bonito, no ano de 2007, com médias de 0,48 cm, diferindo das linhagens 5, 8,
9, 13, 16 e das cultivares IAC-1001, IAC-1002 e IAC-1003, variando de 0,38 a 0,45 cm.
Em 2008, as linhagens 1, 4, 15 e a cultivar IAC-1001 exibiram médias de 0,42 cm,
diferindo das linhagens 2, 3, 7, 8, 11, 12, 14, 16 e da cultivar IAC-1002, com médias de
0,37 a 0,39 cm.
Apesar do comportamento diferenciado entre os genótipos avaliados em Capão
Bonito, as linhagens 1, 4 e 15 exibiram maior comprimento do internódio da raque nos
dois anos.
137
Tabela 74 - Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_______________________________ cm ______________________________
1 0,48 a 0,42 a 0,45
2 0,46 a-c 0,39 b-d 0,42
3 0,47 ab 0,39 b-d 0,43
4 0,48 a 0,42 a 0,45
5 0,45 b-d 0,40 a-c 0,42
6 0,46 a-c 0,40 a-c 0,43
7 0,47 ab 0,39 b-d 0,43
8 0,45 b-d 0,39 b-d 0,42
9 0,44 c-e 0,40 a-c 0,42
10 0,47 ab 0,40 a-c 0,43
11 0,47 ab 0,39 b-d 0,43
12 0,47 ab 0,38 cd 0,43
13 0,43 de 0,40 a-c 0,41
14 0,46 a-c 0,38 cd 0,42
15 0,48 a 0,42 a 0,45
16 0,45 b-d 0,39 b-d 0,42
17 0,48 a 0,41 ab 0,44
IAC-1001 0,43 de 0,42 a 0,43
IAC-1002 0,38 f 0,37 d 0,37
IAC-1003 0,42 e 0,41 ab 0,42
F (Repetições) 1,48 0,71 -
F (Genótipos) 15,85* 5,39* 1,99
F (Anos) - - 117,44*
F (G x A) - - 7,21*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,03 0,03 0,07
C.V. % 2,75 3,01 2,88
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
138
Tabela 75 - Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
________________________________ cm ______________________________
1 0,45 a 0,43 ab 0,44
2 0,43 ab 0,40 ab 0,42
3 0,45 a 0,42 ab 0,43
4 0,42 a-c 0,41 ab 0,41
5 0,41 bc 0,40 ab 0,41
6 0,43 ab 0,42 ab 0,43
7 0,43 ab 0,41 ab 0,42
8 0,41 bc 0,42 ab 0,42
9 0,42 a-c 0,40 ab 0,41
10 0,43 ab 0,41 ab 0,42
11 0,42 a-c 0,41 ab 0,42
12 0,42 a-c 0,39 b 0,40
13 0,41 bc 0,41 ab 0,41
14 0,43 ab 0,41 ab 0,42
15 0,45 a 0,43 ab 0,44
16 0,41 bc 0,39 b 0,40
17 0,45 a 0,42 ab 0,43
IAC-1001 0,42 a-c 0,44 a 0,43
IAC-1002 0,37 d 0,39 b 0,38
IAC-1003 0,39 cd 0,42 ab 0,41
F (Repetições) 2,69 2,33 -
F (Genótipos) 9,90* 2,28* 2,38*
F (Anos) - - 7,14*
F (G x A) - - 2,68*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,04 0,05 0,06
C.V. % 3,16 4,54 4,03
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
139
Tabela 76 - Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Genótipos 2007 2008 Média
_______________________________ cm ______________________________
1 0,41 0,43 0,42 ab
2 0,38 0,40 0,39 de
3 0,40 0,41 0,41 bc
4 0,40 0,44 0,42 ab
5 0,39 0,40 0,40 cd
6 0,39 0,41 0,40 cd
7 0,40 0,41 0,40 cd
8 0,38 0,40 0,39 de
9 0,39 0,41 0,40 cd
10 0,39 0,41 0,40 cd
11 0,39 0,41 0,40 cd
12 0,39 0,42 0,40 cd
13 0,37 0,40 0,38 e
14 0,39 0,41 0,40 cd
15 0,41 0,44 0,42 ab
16 0,38 0,42 0,40 cd
17 0,41 0,45 0,43 a
IAC-1001 0,40 0,43 0,41 bc
IAC-1002 0,35 0,37 0,36 f
IAC-1003 0,39 0,42 0,40 cd
F (Repetições) 2,25 1,48 -
F (Genótipos) 11,11* 5,03* 14,57*
F (Anos) - - 184,42*
F (G x A) - - 0,82
d.m.s. (Tukey 5%) 0,02 0,04 0,02
C.V. % 2,10 3,41 2,92
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
140
Em Tatuí, no ano de 2007, destacaram-se quanto ao comprimento do internódio
da raque as linhagens 1, 3, 15 e 17, com média de 0,45 cm, diferindo apenas das
linhagens 5, 8, 13, 16 e das cultivares IAC-1002 e IAC-1003, que apresentaram nessas
condições, médias variando de 0,37 a 0,41 cm. Entretanto, em 2008, o comprimento
médio do internódio da raque variou de 0,39 a 0,44 cm. A cultivar IAC-1001 destacou-
se entre as demais, diferindo apenas das linhagens 12, 16 e da cultivar IAC-1002.
Considerando a média dos dois anos em Mococa, o comprimento do internódio
da raque variou de 0,36 a 0,43 cm. A linhagem 17 revelou-se superior quanto a esse
caráter em relação às demais, exceto das linhagens 1, 4 e 15, que exibiram média de
0,42 cm.
Esses resultados concordaram com os obtidos por FERREIRA FILHO (1996),
avaliando linhagens de trigo comum, em condições de telado, que também mostraram
variabilidade genética para esse caráter. Por outro lado, esse pesquisador demonstrou
diferenças mais evidentes entre os genótipos avaliados em relação aos obtidos no
presente estudo.
Os resultados demonstraram que houve uma tendência dos genótipos oriundos
do programa de melhoramento do IAC exibir maior comprimento do internódio da
raque em relação a cultivar IAC-1002 introduzida do CIMMYT, México. Esse fato
mostra o progresso já alcançado pelo programa de melhoramento de trigo duro do IAC
em relação a esse caráter.
Os dados médios do comprimento, largura e espessura dos grãos dos vinte
genótipos de trigo duro, avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, instalados em
Capão Bonito, Tatuí e Mococa, no ano de 2007, são apresentados nas tabelas 77, 78 e
79.
Os quadrados médios das análises de variância individuais para comprimento,
largura e espessura dos grãos revelaram efeitos significativos para genótipos em todos
os anos e locais e significativos para repetições somente em Mococa, para comprimento
e espessura dos grãos, e em Capão Bonito e Tatuí, para largura dos grãos.
Apesar das diferentes condições de cultivo, as cultivares IAC-1001 e IAC-1003
se destacaram quanto ao comprimento dos grãos em Capão Bonito e Mococa, diferindo
das demais linhagens estudadas. Em Tatuí verificou-se que a cultivar IAC-1001 (8,0
mm) revelou-se superior, diferindo dos demais genótipos. Em Capão Bonito, o
comprimento médio variou de 6,6 a 7,6 mm; em Tatuí, variou de 6,4 a 8,0 mm e em
Mococa, de 6,3 a 7,8 mm (Tabela 77). Os resultados obtidos sugerem a necessidade de
141
Tabela 77 - Médias do comprimento dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007.
Genótipos Capão Bonito Tatuí Mococa
_________________________________ mm _________________________________
1 6,9 c 6,8 de 6,6 c-e
2 6,6 d 6,6 de 6,4 ef
3 6,9 c 6,7 de 6,7 cd
4 6,6 d 6,4 e 6,3 f
5 6,7 cd 6,7 de 6,5 d-f
6 6,8 cd 6,7 de 6,4 ef
7 6,9 c 6,8 de 6,6 c-e
8 6,6 d 6,5 e 6,6 c-e
9 6,7 cd 6,6 de 6,6 c-e
10 6,7 cd 6,8 de 6,5 d-f
11 6,8 cd 6,7 de 6,7 cd
12 6,7 cd 6,7 de 6,5 d-f
13 6,6 d 6,6 de 6,7 cd
14 6,7 cd 6,7 de 6,5 d-f
15 6,9 c 6,9 cd 6,7 cd
16 6,6 d 6,6 de 6,8 c
17 6,9 c 6,8 de 6,6 c-e
IAC-1001 7,6 a 8,0 a 7,7 a
IAC-1002 7,2 b 7,3 bc 7,2 b
IAC-1003 7,6 a 7,6 b 7,8 a
F (Repetições) 1.64 1.25 4.38*
F (Genótipos) 22.75* 33.66* 42.32*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,3 0,4 0,3
C.V. % 1,86 1,94 1,82
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
142
Tabela 78 - Médias da largura dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007.
Genótipos Capão Bonito Tatuí Mococa
________________________________ mm ________________________________
1 3,2 a-c 3,2 bc 3,4 ab
2 3,3 ab 3,2 bc 3,5 ab
3 3,4 a 3,3 a-c 3,6 a
4 3,2 a-c 3,3 a-c 3,5 ab
5 3,2 a-c 3,3 a-c 3,6 a
6 3,2 a-c 3,3 a-c 3,5 ab
7 3,1 bc 3,1 c 3,3 b
8 3,1 bc 3,3 a-c 3,6 a
9 3,2 a-c 3,3 a-c 3,5 ab
10 3,1 bc 3,2 bc 3,4 ab
11 3,2 a-c 3,4 ab 3,6 a
12 3,3 ab 3,4 ab 3,4 ab
13 3,2 a-c 3,3 a-c 3,6 a
14 3,2 a-c 3,3 a-c 3,4 ab
15 3,3 ab 3,3 a-c 3,6 a
16 3,2 a-c 3,2 bc 3,6 a
17 3,2 a-c 3,2 bc 3,5 ab
IAC-1001 3,0 c 3,3 a-c 3,3 b
IAC-1002 3,4 a 3,5 a 3,5 ab
IAC-1003 3,1 bc 3,3 a-c 3,3 b
F (Repetições) 3.09* 3.31* 0.96
F (Genótipos) 3.31* 3.03* 3.19*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,3 0,3 0,3
C.V. % 3,17 3,05 3,68
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
143
Tabela 79 - Médias da espessura dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007.
Genótipos Capão Bonito Tatuí Mococa
________________________________ mm _________________________________
1 3,0 a-c 3,0 b 3,1 ab
2 2,9 bc 3,1 ab 3,1 ab
3 2,9 bc 3,0 b 3,0 b
4 2,9 bc 3,1 ab 3,0 b
5 2,9 bc 3,0 b 3,1 ab
6 2,9 bc 3,0 b 3,1 ab
7 2,9 bc 3,1 ab 3,0 b
8 2,8 c 3,1 ab 3,2 a
9 2,9 bc 3,1 ab 3,2 a
10 2,9 bc 3,1 ab 3,1 ab
11 2,9 bc 3,0 b 3,2 a
12 2,9 bc 3,1 ab 3,1 ab
13 2,8 c 3,0 b 3,2 a
14 2,9 bc 3,1 ab 3,0 b
15 3,0 a-c 3,1 ab 3,1 ab
16 2,9 bc 3,1 ab 3,2 a
17 2,9 bc 3,0 b 3,1 ab
IAC-1001 3,1 ab 3,2 a 3,0 b
IAC-1002 3,2 a 3,2 a 3,1 ab
IAC-1003 3,2 a 3,2 a 3,2 a
F (Repetições) 2.09 2.01 3.93*
F (Genótipos) 4.70* 2.82* 2.67*
d.m.s. (Tukey 5%) 0,3 0,2 0,2
C.V. % 3,24 2,61 2,86
*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.
144
se aumentar o comprimento dos grãos das linhagens de trigo duro selecionadas no IAC
através de cruzamentos.
Quanto à largura dos grãos, em Capão Bonito, a linhagem 3 e a cultivar IAC-
1002 exibiram grãos mais largos, com média de 3,4 mm, diferindo apenas das linhagens
7, 8, 10 e das cultivares IAC-1001 e IAC-1003, com média variando de 3,0 a 3,1 mm.
Em Tatuí, a cultivar IAC-1002 exibiu grãos mais largos (3,5 mm), diferindo apenas das
linhagens 1, 2, 7, 10, 16 e 17, com largura média variando de 3,1 a 3,2 mm. Entretanto,
em Mococa, as linhagens 3, 5, 8, 11, 13, 15 e 16 exibiram grãos mais largos (3,6 mm),
diferindo apenas da linhagem 7 e das cultivares IAC-1001 e IAC-1003, que exibiram
nessas condições, médias de 3,3 mm (Tabela 78).
Em Capão Bonito, a espessura média dos grãos variou de 2,8 a 3,2 mm. As
cultivares IAC-1002 e IAC-1003 exibiram grãos mais espessos, não diferindo apenas
das linhagens 1, 15 e da cultivar IAC-1001. Em Tatuí, os genótipos demonstraram
espessura média de 3,0 a 3,2 mm. As cultivares IAC-1001, IAC-1002 e IAC-1003
revelaram grãos mais espessos, diferindo apenas das linhagens 1, 3, 5, 6, 11, 13 e 17. As
linhagens 8, 9, 11, 13, 16 e a cultivar IAC-1003 demonstraram em Mococa, grãos mais
espessos (3,2 mm), diferindo apenas das linhagens 3, 4, 7, 14 e da cultivar IAC-1001,
com espessura média de grãos de 3,0 mm (Tabela 79).
Presença de variabilidade genética quanto ao comprimento, largura e espessura
dos grãos em linhagens de trigo comum, oriundas de cultura de anteras, também foram
demonstradas por BIUDES (2007) em Capão Bonito e Tatuí, no ano de 2006,
concordando com dados obtidos nesses experimentos.
As estimativas das correlações simples entre as médias dos caracteres produção
de grãos, altura das plantas, ciclo da emergência ao florescimento e à maturação,
comprimento da espiga, número de espiguetas por espiga, grãos por espiga e por
espigueta, massa de cem grãos e comprimento do internódio da raque, avaliadas nos
experimentos instalados em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 são apresentadas
na tabela 80.
Considerando-se a média dos ensaios de Capão Bonito, verificou-se que houve
uma tendência dos genótipos mais produtivos apresentarem porte semi-anão mais alto
(0,781*), mais tardios para florescer (0,474*) e para maturar (0,550*), com maior
número de espiguetas por espiga (0,470*), com espigas e espiguetas mais férteis
(0,695* e 0,653*) e com maior massa de cem grãos (0,333*). Em contrapartida, as
plantas mais produtivas associaram-se com espigas mais compactas (-0,354*).
145
Tabela 80 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.
Caracteres PG AP CEF CEM CE NESP NGE NGEG MCG AP 0,781*
CEF 0,474* 0,428* CEM 0,550* 0,547* 0,591* CE 0,118 0,270* -0,157 0,163
NESP 0,470* 0,436* 0,216 0,283* 0,364* NGE 0,695* 0,552* 0,581* 0,452* -0,070 0,581*
NGEG 0,653* 0,492* 0,592* 0,422* -0,173 0,412* 0,980* MCG 0,333* 0,388* 0,196 0,126 -0,014 -0,223* 0,018 0,052 CIR -0,354* -0,191 -0,342* -0,138 0,525* -0,597* -0,608* -0,542* 0,178
PG: produção de grãos (kg ha-1); AP: altura das plantas (cm); CEF: ciclo da emergência ao florescimento (dias); CEM: ciclo da emergência a maturação (dias); CE: comprimento da espiga (cm); NESP: número de espiguetas por espiga; NGE: número de grãos por espiga; NGEG: número de grãos por espigueta; MCG: massa de cem grãos (g) e CIR: comprimento do internódio da raque (cm). * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t.
Os genótipos de porte semi-anão mais alto exibiram ciclo mais tardio, tanto para
florescer (0,428*) quanto para maturar (0,547*), com espigas mais compridas (0,270*),
com maior número de espiguetas por espiga (0,436*), espigas e espiguetas mais férteis
(0,552* e 0,492*) e com grãos mais pesados (0,388*).
Os genótipos mais tardios para florescer também apresentaram mais tardios para
maturar (0,591*) e menor comprimento do internódio da raque (-0,342*). Houve
tendência dos genótipos com maior ciclo da emergência ao florescimento e à maturação
exibir espigas e espiguetas mais férteis.
Foram verificadas associações positivas e significativas entre o ciclo médio da
emergência à maturação e o número de espiguetas por espiga (0,283*). Houve uma
tendência dos genótipos com maior peso de grãos mostrar menor número de espiguetas
por espiga (-0,223*).
Os genótipos com espigas mais compridas revelaram maior número de
espiguetas por espiga (0,364*) e maior comprimento do internódio da raque (0,525*).
Associações significativas também foram verificadas entre número de espiguetas
por espiga e os caracteres: número de grãos por espiga (0,581*), grãos por espigueta
(0,412*) e comprimento do internódio da raque (-0,597*).
146
Houve tendência dos genótipos com maior comprimento do internódio da raque
exibir espigas e espiguetas com menor número de grãos (-0,608* e -0,542*). Associação
positiva e significativa foram verificadas entre número de grãos por espiga e grãos por
espigueta (0,980*).
As estimativas das associações entre produção de grãos, altura das plantas,
comprimento da espiga, número de espiguetas por espiga, grãos por espiga e por
espigueta, massa de cem grãos e comprimento do internódio da raque, dos experimentos
instalados em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 estão dispostas na tabela 81.
Houve uma tendência dos genótipos mais produtivos exibir plantas de porte
semi-anão mais alto (0,583*), com espigas mais compridas (0,272*), maior número de
espiguetas por espiga (0,521*), espigas e espiguetas mais férteis (0,635* e 0,560*),
grãos mais pesados (0,729*) e menor comprimento do internódio da raque (-0,329*).
Os genótipos com porte semi-anão mais alto mostraram espigas mais compridas
(0,584*), com maior número de espiguetas por espiga (0,438*), espigas e espiguetas
mais férteis (0,416* e 0,333*) e grãos mais pesados (0,361*). Genótipos com espigas
mais compridas exibiram maior número de espiguetas por espiga (0,593*), número de
grãos por espiga (0,241*) e maior comprimento do internódio da raque (0,288*).
Associações positivas e significativas foram verificadas entre os caracteres:
número de espiguetas por espiga, grãos por espiga e por espigueta e peso de grãos.
Genótipos com maior comprimento do internódio da raque tiveram menor número de
espiguetas por espiga e menor número de grãos por espiga e por espigueta.
Na tabela 82 são exibidas as correlações simples entre produção de grãos, altura
das plantas, ciclo da emergência ao florescimento, comprimento da espiga, número de
espiguetas por espiga, grãos por espiga e espigueta, massa de cem grãos e comprimento
do internódio da raque, nos experimentos instalados em Mococa, nos anos de 2007 e
2008.
Houve uma tendência dos genótipos mais produtivos mostrarem plantas de porte
semi-anão mais alto (0,404*), com ciclos mais tardios para florescer (0,654*), maior
número de espiguetas por espiga (0,279*), espigas e espiguetas mais férteis (0,710* e
0,681*) e grãos mais pesados (0,281*).
Os genótipos com porte semi-anão mais alto tiveram ciclo mais tardio para
florescer (0,537*), espigas mais compridas (0,429*), maior número de espiguetas por
espiga (0,278*), espigas e espiguetas mais férteis (0,461* e 0,419*), grãos mais pesados
(0,314*) e maior comprimento do internódio da raque (0,249*).
147
Tabela 81 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.
Caracteres PG AP CE NESP NGE NGEG MCG AP 0,583* CE 0,272* 0,584*
NESP 0,521* 0,438* 0,593* NGE 0,635* 0,416* 0,241* 0,556*
NGEG 0,560* 0,333* 0,071 0,337* 0,966* MCG 0,729* 0,361* 0,197 0,222* 0,530* 0,517* CIR -0,329* 0,091 0,288* -0,561* -0,400* -0,297* -0,039
PG: produção de grãos (kg ha-1); AP: altura das plantas (cm); CE: comprimento da espiga (cm); NESP: número de espiguetas por espiga; NGE: número de grãos por espiga; NGEG: número de grãos por espigueta; MCG: massa de cem grãos (g) e CIR: comprimento do internódio da raque (cm). * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t. Tabela 82 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.
Caracteres PG AP CEF CE NESP NGE NGEG MCG AP 0,404*
CEF 0,654* 0,537* CE 0,062 0,429* 0,088
NESP 0,279* 0,278* 0,393* 0,589* NGE 0,710* 0,461* 0,797* 0,032 0,414*
NGEG 0,681* 0,419* 0,745* -0,152 0,138 0,958* MCG 0,281* 0,314* 0,380* 0,138 0,096 0,263* 0,257* CIR -0,191 0,249* -0,263* 0,629* -0,257* -0,351* -0,305* 0,078
PG: produção de grãos (kg ha-1); AP: altura das plantas (cm); CEF: ciclo da emergência ao florescimento (dias); CE: comprimento da espiga (cm); NESP: número de espigueta por espiga; NGE: número de grãos por espiga; NGEG: número de grãos por espigueta; MCG: massa de cem grãos (g) e CIR: comprimento do internódio da raque (cm). * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t.
148
Associações positivas e significativas foram verificadas entre ciclo da
emergência ao florescimento e os caracteres: número de espiguetas por espiga (0,393*),
número de grãos por espiga e por espigueta (0,797* e 0,745*) e massa de cem grãos
(0,380*). Em contrapartida, os genótipos mais tardios exibiram menor comprimento do
internódio da raque (-0,263*).
Genótipos com espigas mais compridas tiveram maior número de espiguetas por
espiga (0,589*) e maior comprimento do internódio da raque (0,629*). Associações
significativas também foram verificadas entre número de espiguetas por espiga com os
caracteres: número de grãos por espiga (0,414*) e comprimento do internódio da raque
(-0,257*).
Associações positivas e significativas também foram observadas entre os
caracteres: número de grãos por espiga, grãos por espigueta e massa de cem grãos.
Genótipos com maior comprimento do internódio da raque exibiram espigas e
espiguetas com menor número de grãos (-0,351* e -0,305*).
Apesar das diferentes condições de cultivo, os genótipos superiores quanto à
produção de grãos tiveram tendência em exibir nos três locais plantas de porte semi-
anão mais alto, maior ciclo da emergência ao florescimento, maior número de
espiguetas por espiga, espigas e espiguetas mais férteis e grãos mais pesados. No
entanto, verificou-se que os genótipos mais produtivos mostraram a tendência em
apresentar menor comprimento do internódio da raque.
GARCIA DEL MORAL et al. (2003) avaliando diferentes genótipos de trigo
duro na Espanha encontraram associações entre produção de grãos e número de grãos
por espiga e massa de grãos dependendo das condições de cultivo: clima quente ou frio
e ou sequeiro ou irrigado. Por outro lado ELHANI et al. (2007) avaliando linhagens de
trigo duro em condição de irrigação e sequeiro na Espanha identificaram associações
positivas e significativas entre a produção de grãos e número de espiguetas e de grãos
por espiga, e massa de grãos. Verificou que a produção de grãos somente correlacionou-
se com número de grãos por espigueta em condição de sequeiro.
As correlações simples entre a produção de grãos, massa de cem grãos,
comprimento, largura e espessura dos grãos e número de grãos por espiga referentes aos
dados obtidos no “Ensaio de Novas Linhagens II”, instalado em Capão Bonito, Tatuí e
Mococa, no ano de 2007, são apresentadas nas tabelas 83, 84 e 85.
149
Tabela 83 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, no ano de 2007.
Caracteres PG MCG CG LG EG MCG 0,416* CG 0,751* 0,566* LG -0,043 0,508* 0,003 EG 0,566* 0,711* 0,720* 0,394*
NGE 0,780* 0,171 0,638* -0,061 0,434* PG: produção de grãos (kg ha-1); MCG: massa de cem grãos (g); CG: comprimento dos grãos (mm); LG: largura dos grãos (mm); EG: espessura dos grãos (mm) e NGE: número de grãos por espiga. * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t. Tabela 84 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no ano de 2007.
Caracteres PG MCG CG LG EG MCG 0,686* CG 0,496* 0,749* LG 0,339* 0,436* 0,241* EG 0,496* 0,500* 0,515* 0,488*
NGE 0,644* 0,629* 0,600* 0,476* 0,575* PG: produção de grãos (kg ha-1); MCG: massa de cem grãos (g); CG: comprimento dos grãos (mm); LG: largura dos grãos (mm); EG: espessura dos grãos (mm) e NGE: número de grãos por espiga. * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t. Tabela 85 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, no ano de 2007.
Caracteres PG MCG CG LG EG MCG 0,362* CG 0,607* 0,544* LG -0,091 0,426* -0,219 EG 0,077 0,598* 0,233* 0,489*
NGE 0,646* 0,268* 0,725* -0,210 0,052 PG: produção de grãos (kg ha-1); MCG: massa de cem grãos (g); CG: comprimento dos grãos (mm); LG: largura dos grãos (mm); EG: espessura dos grãos (mm) e NGE: número de grãos por espiga. * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t.
150
Em Capão Bonito, houve uma tendência dos genótipos mais produtivos exibirem
maior número de grãos por espiga (0,780*) e maior massa de grãos (0,416*), grãos mais
compridos (0,751*) e mais espessos (0,566*).
Em Tatuí, os genótipos superiores quanto à produção de grãos demonstraram
maior número de grãos por espiga (0,644*), grãos mais pesados (0,686*), com maior
comprimento (0,496*), largura (0,339*) e espessura (0,496*).
Os dados obtidos em Mococa revelaram que houve uma tendência dos genótipos
mais produtivos apresentar apenas maior número de grãos por espiga (0,646*), grãos
mais pesados (0,362*) e mais compridos (0,607*).
Em todos os experimentos verificaram-se associações positivas e significativas
entre os caracteres: massa de cem grãos, comprimento dos grãos, largura do grãos e
espessura dos grãos, exceto entre comprimento e largura dos grãos em Capão Bonito e
Mococa.
Quanto ao número de grãos por espiga verificou-se que houve uma tendência
dos genótipos com maior fertilidade da espigas exibirem grãos mais pesados em Tatuí e
Mococa, grãos mais compridos nos três locais, grãos mais largos em Tatuí e com maior
espessura em Capão Bonito e Tatuí.
Esses resultados concordaram parcialmente com os obtidos por MISTRO &
CAMARGO (2002) avaliando linhagens de trigo comum introduzidas do CIMMYT,
México, em Tatuí, no ano de 2000. Esses pesquisadores demonstraram que a produção
de grãos correlacionou com peso e largura dos grãos. Associações positivas e
significativas entre massa de cem grãos, comprimento, largura e espessura dos grãos
também foram verificadas por esses pesquisadores em Tatuí.
4.2.2 Ensaios de laboratório
Analisando-se os dados pode-se observar que houve grande variabilidade entre
os genótipos nas diferentes concentrações de alumínio, notando-se uma tendência de
diminuição do comprimento das raízes à medida em que se aumentaram as
concentrações de alumínio nas soluções tratamento (Tabela 86).
Verificou-se que os genótipos obtidos pelo programa de melhoramento do IAC
revelaram-se tolerantes às diferentes concentrações de alumínio (1 a 6 mg L-1). No
entanto, as cultivares controle IAC-1001, IAC-1002 e IAC-1003, originárias de
introduções do CIMMYT, México, apresentaram-se altamente sensíveis, pois exibiram
151
Tabela 86 - Comprimento médio das raízes dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, após 72 horas de crescimento em solução normal, que se seguiu a um crescimento em solução-tratamento contendo seis diferentes concentrações de alumínio (média de 4 repetições).
Concentração de alumínio (mg L-1) Genótipos
0 1 2 3 4 6
_________________________________ mm ___________________________________
1 84,3 60,2 39,9 29,1 15,3 5,5
2 85,7 48,9 29,8 19,0 11,4 3,7
3 82,2 58,7 41,3 26,3 16,1 6,7
4 89,9 54,2 37,0 25,4 13,7 8,0
5 89,1 55,5 36,0 25,2 13,7 5,4
6 90,5 54,6 39,5 21,8 12,0 8,1
7 91,1 60,9 43,5 29,5 16,7 5,8
8 78,8 51,1 28,2 18,8 12,5 3,9
9 82,6 52,2 30,6 16,9 8,0 3,3
10 87,2 53,8 38,2 21,4 11,9 3,8
11 80,5 50,7 34,0 18,3 13,6 3,7
12 84,0 54,0 31,4 21,1 11,9 2,9
13 78,0 56,2 38,1 26,1 18,4 4,7
14 88,5 60,6 36,2 20,0 17,8 2,8
15 84,2 55,4 39,6 22,4 13,6 8,0
16 77,2 51,0 28,1 18,0 12,1 3,9
17 92,2 58,8 34,7 20,5 14,6 5,2
IAC-1001 67,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
IAC-1002 87,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
IAC-1003 90,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
BH-1146 119,3 103,7 85,6 70,9 62,7 56,5
Anahuac 92,6 2,8 0,0 0,0 0,0 0,0
152
a paralisação irreversível do meristema apical das raízes primárias centrais, em soluções
contendo 1 mg L-1 de alumínio.
Os genótipos de trigo duro mais tolerantes ao alumínio poderão ser utilizados
como fontes genéticas desse caráter em blocos de cruzamento. Genótipos de trigo duro
com tolerância genética poderão favorecer o crescimento e expansão do cultivo desse
cereal em solos onde o alumínio se encontra naturalmente nas camadas mais profundas
do solo, provocando perdas pela toxicidade.
Comparando o comportamento agronômico e o crescimento radicular em
solução nutritiva de linhagens de trigo comum obtidas pelo programa de melhoramento
do IAC e linhagens obtidas pelo CIMMYT, México, MISTRO et al. (2001) relatou que
os genótipos nacionais demonstraram maior tolerância ao alumínio em solução
nutritiva, concordando com os resultados obtidos no presente trabalho.
O fato das linhagens mexicanas de trigo duro serem altamente sensíveis ao
alumínio confirmaram resultados obtidos por CAMARGO (1993) em trigo comum
introduzidos do CIMMYT, México, que também demonstraram a alta sensibilidade ao
alumínio. Esse pesquisador sugeriu que uma das causas dessa sensibilidade seria a falta
de pressão de seleção para tolerância ao alumínio no programa de melhoramento do
CIMMYT, México, pois o mesmo se desenvolve em solos alcalinos de deserto, onde a
toxicidade de alumínio não ocorre.
5 CONCLUSÕES
Demonstram grande potencial produtivo em Capão Bonito, em condição de
sequeiro e solo corrigido, em 2008, a linhagem 6 e a cultivar IAC-1003; em Tatuí, em
2005 e 2007, em condição de irrigação por aspersão e solo corrigido, as linhagens 15 e
17; e em Mococa, em 2007 e 2008, em condição de irrigação por aspersão e solo
corrigido, a linhagem 6 e a cultivar IAC-1003, no “ENL-I”. As cultivares IAC-1001 e
IAC-1003, no “ENL-II”, se destacam para esse caráter nos três locais.
Os genótipos avaliados nos dois ensaios têm porte semi-anão. A linhagem 1
apresenta porte semi-anão mais baixo e as linhagens 2, 8, 11 e 12 exibem plantas de
porte anão mais alto no “ENL-I”. As linhagens selecionadas no IAC e avaliadas no
“ENL-II”, de modo geral, exibem porte semi-anão mais baixo em relação às cultivares
controles (IAC-1001, IAC-1002 e IAC-1003).
153
A cultivar IAC-1003, nos dois ensaios e as linhagens 7 e 13 no “ENL-I” e IAC-
1002 no “ENL-II” demonstram resistência ao acamamento. Pela grande resistência a
cultivar IAC-1003 é considerada fonte genética promissora para esse caráter, em
programas de melhoramento.
No “ENL-I” a linhagem 14, em condição de sequeiro, apresenta-se mais precoce
tanto para florescer quanto para maturar e a 6, em condição de irrigação por aspersão, é
mais precoce para florescer. No “ENL-II” destacam-se as 17 linhagens selecionadas no
IAC, quanto à precocidade para florescer e maturar.
Todos os genótipos de trigo duro avaliados nos “ENL-I e II” são resistentes ao
agente causal da ferrugem-da-folha. Os genótipos estudados em Tatuí, no “ENL-I”
variam de moderadamente resistentes a suscetíveis em relação aos patógenos causadores
das manchas foliares e no “ENL-II” todos os genótipos apresentam-se moderadamente
resistentes.
Distinguem-se para comprimento da espiga as linhagens 10 e 11 no “ENL-I” e
os genótipos 4, 15 e a cultivar IAC-1001 no “ENL-II”; para número de grãos por espiga
e por espigueta as cultivares IAC-1001 e IAC-1002 no “ENL-II”; para massa de cem
grãos, a cultivar IAC-1003 destaca-se nos “ENL-I e ENL-II” e a linhagem 15 apenas em
condição de sequeiro no “ENL-I”, sendo que a cultivar IAC-1003 é uma fonte genética
para esse caráter; para comprimento do internódio da raque a linhagem 16 no “ENL-I” e
todas as linhagens selecionadas no IAC no “ENL-II”; para comprimento dos grãos as
linhagens 6 e 15 no “ENL-I” e a cultivar IAC-1001 no “ENL-II”; para largura dos grãos
as linhagens 6 e 13 no “ENL-I”, a linhagem 3 no “ENL-II” e a cultivar IAC-1002 nos
“ENL-I e ENL-II”; e para espessura dos grãos nos “ENL-I e ENL-II” a cultivar IAC-
1003 destacam-se para esse caráter, e a linhagem 15 e a cultivar IAC-1002 apenas em
condição de sequeiro no “ENL-I”.
No “ENL-I”, as plantas mais produtivas associam-se às mais altas e às mais
tardias para maturar, em Capão Bonito; às plantas com espigas mais curtas e mais
compactas, em Tatuí; e às plantas mais precoces para florescer, com espigas mais
curtas, com menor número de espiguetas por espiga, grãos por espiga e por espigueta, e
grãos mais pesados, em Mococa. Considerando apenas os dados de 2007, as plantas
mais produtivas associam-se com as de grãos mais compridos, largos e espessos, apenas
em Mococa.
No “ENL-II”, as plantas com maior produção de grãos correlacionam-se, às mais
altas, com maior número de espiguetas por espiga, grãos por espiga e por espigueta, e
154
grãos mais pesados, nos três locais; às mais tardias para florescer em Capão Bonito e
Mococa; às mais tardias para maturar em Capão Bonito; às com espigas mais compridas
em Tatuí; e às com espigas mais compactas em Capão Bonito e Tatuí. Considerando
apenas os dados de 2007, as plantas mais produtivas associam-se com as de grãos mais
compridos, nos três locais; às de grãos mais largos, em Tatuí; e às de grãos mais
espessos, em Capão Bonito e Tatuí.
As linhagens de trigo duro avaliadas no “ENL-I” e as cultivares controles são
altamente sensíveis à toxicidade de alumínio, em soluções nutritivas, e as selecionadas
pelo programa de melhoramento do IAC, no “ENL-II”, são tolerantes.
155
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABIMA - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA INDUSTRIAIS DE MASSAS ALIMENTÍCIAS, http://www.abima.com.br/est_mmundial.html, (10 outubro 2008).
AETC - ASOCIACIÓN ESPAÑOLA DE TÉCNICOS CEREALISTAS, http://www.aetc.es, (12 maio 2007).
AGORASTOS, A.G.; GOULAS, C.K. Line selection for exploiting durum wheat (T.
turgidum L. var. durum) local landraces in modern variety development program. Euphytica, Wageninger, v.146, p.117-124, 2005.
ALLARD, R.W. BRADSHAW, A.D. Implications of genotype-environmental interactions in applied plant breeding. Crop Science, Madison, v.4, n.5, p.503-507, 1964.
ALLARD, R.W. Principles of Plant Breeding. New York: John Wiley & Sons, Inc., 1966. 485p.
ÁLVARO, F.; ISIDRO, J.; VILLEGAS, D.; GARCIA DEL MORAL, L.F.; ROYO, C. Old and modern durum wheat varieties from Italy and Spain differ in main Spike components. Field Crops Research, Amsterdã, v.106, p.86-93, 2008.
AMORIM, E.P.; CAMARGO, C.E. de O.; FELÍCIO, J.C.; FERREIRA FILHO, A.W.P.; PETTINELLI JÚNIOR, A.; GALLO, P.B.; AZEVEDO FILHO, J.A. Adaptabilidade e estabilidade de linhagens de trigo no Estado de São Paulo. Bragantia, Campinas, v.65, n.4, p.575-582, 2006.
ANNICCHIARICO, P.; PECETTI, L. Developing a tall durum wheat plant type for semi-arid, Mediterranean cereal-livestock farming systems. Field Crops Research, Amsterdã, v.80, p.157-164, 2003.
ANNICCHIARICO, P.; BELLAH, F.; CHIARI, T. Repeatable genotype x location interaction and its exploitation by conventional and GIS-based cultivar recommendation for durum wheat in Algeria. European Journal of Agronomy, Clermont-Ferrand, v.24, p.70-81, 2006.
ARDUINI, I.; MASONI, A.; ERCOLI, L.; MARIOTTI, M. Grain yield, and dry matter and nitrogen accumulation and remobilization in durum wheat as affected by variety and seeding rate. European Journal of Agronomy, Clermont-Ferrand, v.25, p.309-318, 2006.
AUSTIN, R.B. Yield of wheat in the United Kingdom: recent advances and prospects. Crop Science, Madison, v.3, p.1604-1610, 1999.
156
BARROS, B.C.; CASTRO, J.L., PATRÍCIO, F.R.A. Resposta de cultivares de trigo (Triticum aestivum L.) ao controle químico das principais doenças fúngicas da cultura. Summa Phytopathologica, Botucatu, v.32, n.3, p.239-246, 2006.
BEHARAV, A.; GOLAN, G.; LEVY, A. Evaluation and variation in response to infection with Puccinia striiformis and Puccinia recondita of local wheat landraces. Euphytica, Wageninger, v.94, p.287-293, 1997.
BHATIA, C.R. The use of mutagens for faciliting recombination. In: International Atomic Energy Agency. Manual on mutation breeding. Vienna, 1977, 199p.
BIUDES, G.B. Características agronômicas, adaptabilidade e estabilidade de genótipos de trigono Estado de São Paulo, 2007. 194p. Dissertação (Mestrado). Instituto Agronômico, Campinas.
BIUDES, G.B.; CAMARGO, C.E. de O.; FERREIRA FILHO, A.W.P.; AZEVEDO-FILHO, J.A. Desempenho de genótipos de trigo introduzidos do México no Estado de São Paulo. Bragantia, Campinas, v.66, n.3, p.403-411, 2007.
BOGGINI, G.; DOUST, M.A.; ANNICCHIARICO, P.; PECETTI, L. Yielding ability, yield stability, and quality of exotic durum wheat germplasm in Sicily. Plant Breeding, Berlin, v.116, p.541-546, 1997.
BORÉM, A.; MIRANDA, G.V. Melhoramento de plantas. 4ed. Viçosa: Editora UFV, 2005. 525p.
BOZZINI, A. Classification and Evolution of wheats. In: Fabriani, G.; Lintas, C. (Eds). Durum Wheat, Chemistry and Technology. Saint Paul, Minnesota: USA, p.1-16, 1988.
BRAMMER, S.P.; SALAZAR, S.; MORAES-FERNANDES, M.I.B.; BARCELLOS, A.L. Identificação de marcador isoesterásico associado ao gene Lr 24 com resistência à ferrugem-da-folha do trigo. Circular Técnica Online, Passo Fundo, v.13, p.1-12, 2002.
BRDAR, M.D.; KRALJEVIC-BALALIC, M.M.; KOBILJSKI, B.D. The parameters of grain filling and yield components in common wheat (Triticum aestivum L.) and durum Wheat (Triticum turgidum L. var. durum). Central European Journal of Biology, Versita, v.3, p.75-82, 2008.
CAMARGO, C.E. de O. Melhoramento do trigo: I. Hereditariedade da tolerância ao alumínio tóxico. Bragantia, Campinas, v.40, p.33-45, 1981.
157
CAMARGO, C.E. de O. Melhoramento do trigo. VIII. Associações entre produção de grãos e outros caracteres agronômicos em populações híbridas envolvendo diferentes fontes de nanismo. Bragantia, Campinas, v.43, n.2, p.541-552, 1984.
CAMARGO, C.E. de O.; SANTOS, R.R. dos.; PENTTINELLI JUNIOR, A. Trigo duro: tolerância à toxicidade do alumínio em solução nutritiva e no solo. Bragantia, Campinas, v.51, n.1, p.69-76, 1992.
CAMARGO, C.E. de O. Trigo. In: Furlani, A.M.C. Viégas, G.P. (Eds.). O melhoramento de plantas no Instituto Agronômico. Campinas: Instituto Agronômico, p. 433-438. 1993.
CAMARGO, C.E. de O.; CAMARGO, C.R. de O.; FELÍCIO, J.C.; FERREIRA FILHO, A.W.P.; SANTOS, R.R. dos.; DECOT, G. Avaliação das características agronômicas e tecnológicas de genótipos de trigo duro, trigo comum e triticale. Campinas. Instituto Agronômico, 29p. (Boletim Científico), 1993.
CAMARGO, C.E. de O.; FELÍCIO, J.C.; SANTOS, R.R dos.; FERREIRA FILHO, A.W.P. Trigo duro: Comportamento de genótipos no Estado de São Paulo. Bragantia, Campinas, v.54, n.2, p.305-317, 1995a.
CAMARGO, C.E. de O.; FELÍCIO, J.C.; FERREIRA FILHO, A.W.P.; GALLO, P.B.; PETTINELLI JUNIOR, A.; SANTOS, R.R. dos.; SABINO, J.C. Avaliação de linhagens da espécie Triticum durum L. no Estado de São Paulo. Bragantia, Campinas, v.54, n.1, p.67-79, 1995b.
CAMARGO, C.E. de O.; FERREIRA FILHO, A.W.P. Cultivo de trigo duro no Brasil. Campinas. Instituto Agronômico, v.52, p.13-18 (Boletim Técnico-Informativo), 2000.
CAMARGO, C.E. de O.; FERREIRA FILHO, A.W.P.; FELÍCIO, J.C. Herança da tolerância ao alumínio em populações híbridas de trigo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.35, n.3, p.517-522, 2000a.
CAMARGO, C.E. de O.; FERREIRA FILHO, A.W.P.; FELÍCIO, J.C. Estimativas de herdabilidade e correlações quanto a produção de grãos e outras características agronômicas em populações de trigo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.35, n.2, p.369-379, 2000b.
CAMARGO, C.E. de O.; FELÍCIO, J.C.; FERREIRA FILHO, A.W.P.; BARROS, B. C.; PEREIRA, J.C.V.N.A.; PETTINELLI JUNIOR, A. Comportamento agronômico de linhagens de trigo no Estado de São Paulo. Bragantia, Campinas, v.60, n.1, p.35-44, 2001.
CAMARGO, C.E. de O.; FERREIRA FILHO, A.W.P.; RAMOS, L.C. da S.; PETTINELLI JUNIOR, A.; CASTRO, J.L. de; FELÍCIO, J.C.; SALOMON, M.V.;
158
MISTRO, J.C. Comportamento de linhagens diaplóides de trigo em dois locais do Estado de São Paulo. Bragantia, Campinas, v.62, n.23, p.217-226, 2003.
CAMARGO, C.E. de O.; FERREIRA FILHO, A.W.P.; FELÍCIO, J.C.; RAMOS, L.C. da S.; PETTINELLI JUNIOR, A.; FOLTRAN, D.E.; CASTRO, J.D. de.; LOBATO, M.T.V. Linhagens diaplóides de trigo: Desempenho agronômico em locais do Estado de São Paulo e tolerância à toxicidade de alumínio em laboratório. Bragantia, Campinas, v.65, n.2, p.253-268, 2006a.
CAMARGO, C.E. de O.; FELÍCIO, J.C.; FERREIRA FILHO, A.W.P.; LOBATO, M.T.V. Tolerância de genótipos de trigo comum, trigo duro e triticale à toxicidade de alumínio em soluções nutritivas. Bragantia, Campinas, v.65, n.1, p.43-53, 2006b.
CAMARGO, C.E. de O.; FERREIRA FILHO, A.W.P.; FELÍCIO, J.C.; BIUDES, G.B.; LOBATO, M.T.V. Tolerância à toxicidade de alumínio em trigo duro: diferencial de genótipos e evidência de controle genético. In: 4o Congresso Brasileiro de Melhoramento de Plantas, São Lourenço, 2007.
CARVALHO, C.G.P. de; ARIAS, C.A.A.; TOLEDO, J.F.F. de; ALMEIDA, L.A. de; KIIHL, R.A. de S.; OLIVEIRA, M.F. de. Interação genótipo x ambiente no desempenho produtivo da soja no Paraná. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.37, p.989-1000, 2002.
CHAVES, M.S.; BARCELLOS, A.L. Especialização fisiológica de Puccinia triticina
no Brasil em 2002. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.31, n.1, p.57-62, 2006.
CIIAGRO - CENTRO INTEGRADO DE INFORMAÇÕES AGROMETEOROLÓGICAS, http/www.ciiagro.sp.gov.br/dados/Relatórios/Listagens/ DadosDiarios/ LDadosDiariosLocal.asp, (17 setembro 2008).
CIMMYT - CENTRO INTERNACIONAL DE MAJORAMENTO DE MAÍZ Y TRIGO. México. 66p. (Informe anual), 1985.
CIMMYT - CENTRO INTERNACIONAL DE MAJORAMENTO DE MAÍZ Y TRIGO. México, 91p. (Informe anual), 1988.
CRUZ, C.D.; REGAZZI, A. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa: UFV, 1997. 390p.
CRUZ, P.J.; CARVALHO, F.I.F.; SILVA, S.A.; KUREK. A.J.; BARBIERI, R.L.; CARGNIN, A. Influência do acamamento sobre o rendimento de grãos e outros caracteres em trigo. Revista Brasileira de Agrociência, Pelotas, v.9, n.1, p.5-8, 2003.
159
DEL GUERCIO, A.M.F. Estimativas de parâmetros genéticos para caracteres agronômicos em populações de trigo duro e estudo genético da tolerância à toxicidade de alumínio, 2009. 96p. Dissertação (Mestrado). Instituto Agronômico, Campinas.
DENCIC, S.; KASTORI, R.; KOBILJSKI, B.; DUGGAN, B. Evaluation of grain yield and its components in wheat cultivars and landraces under near optimal and drought conditions. Euphytica, Wageninger, v.113, p.43-52, 2000.
DONALD, C.M., HAMBLIN, J. The convergent evolution of annual seed crops in agriculture. Advance Agronomy, Hardbound, v.36, p.97-145, 1983.
ELHANI, S.; MARTOS, V.; RHARRABTI, Y.; ROYO, C.; GARCIA DEL MORAL, L.F. Contribution of main stem and tillers to durum wheat (Triticum turgidum L. var. durum) grain yield and its components grown in Mediterranean environments. Field Crops Research, Amsterdã, v.103, p.25-35, 2007.
FEHR, W.R. Principles of cultivar development. Ames: Iowa States University, 1993. 536p.
FELÍCIO, J.C.; CAMARGO, C.E. de O.; MAGNO, C. de P. dos S.; FREITAS, J.G. de; BORTOLETTO, N.; PETTINELLI JUNIOR, A.; GALLO, P.B.; ALVES PEREIRA, J.C.V.N. Novos genótipos de Triticum durum L.; Rendimento, adaptabilidade e qualidade tecnológica. Bragantia, Campinas, v.58, n.1, p.83-94, 1999.
FELÍCIO, J.C.; CAMARGO, C.E. de O.; GERMANI, R.; GALLO, P.B.; ALVES PEREIRA, J.C.V.N. Influência do ambiente no rendimento e na qualidade de grãos de genótipos de trigo com irrigação por aspersão no Estado de São Paulo. Bragantia, Campinas, v.60, n.2, p.11-120, 2001.
FELÍCIO, J.C.; CAMARGO, C.E. de O.; CASTRO, J.L de.; GERMANI, R. Rendimento de grãos de trigo e sua relação com as doenças e variáveis climáticas em Capão Bonito de 1994 a 2001. Bragantia, Campinas, v.63, n.1, p.93-103, 2004.
FELÍCIO, J.C.; CAMARGO, C.E. de O.; ALVES PEREIRA, J.C.V.N.; BORTOLETTO, N.; GALLO, P.B.; FERREIRA FILHO, A.W.P. Adaptação, estabilidade e potencial produtivo de genótipos de Triticum durum L., irrigados por aspersão, no Estado de São Paulo. Bragantia, Campinas, v.64, n.3, p.377-387, 2005.
FERREIRA FILHO, A.W.P. Estimativas de herdabilidades e dos coeficientes de correlações, entre características agronômicas, em populações híbridas de trigo, 1996. 68p. Dissertação (Doutorado). Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal.
FOY, C.D.; ARMIGER, W.H.; BRIGGLE, L.W.; REID, D.A. Differential aluminum tolerance of wheat and barley varieties in acid soils. Agronomy Journal, Madison, v.57, n.5, p.413-417, 1965.
160
GARCIA DEL MORAL, L.F.; RHARRABTI, Y.; VILLEGAS, D.; ROYO, C. Evaluation of grain yield and its components in Durum wheat under Mediterranean conditions: An ontogenic approach. Agronomy Journal, Madison, v.95, p.266-274, 2003.
GARCIA DEL MORAL, L.F.; RHARRABTI, Y; ELHANI, E.; MARTOS, V.; ROYO, C. Yield Formation in Mediterranean durum wheats under two contrasting water regimes based on path-coefficient analysis. Euphytica, Wageninger, v.146, p.203-212, 2005.
GEBEYEHOU, G.; KNOTT, D.R.; BAKER, R.J. Relationships among durations of vegetative and grain filling phases, yield components, and grain yield in durum wheat cultivars. Crop Science, Madison, v.22, p.287-290, 1982.
GIORGI, G.; BOZZINI, A. Kariotype analyses in Triticum. III. Analyses of Triticum
turgidum L. Thell and some related tetraplóide wheats. Caryologia, Firenze, v.22, p.249-259, 1969.
GIUNTA, F.; MOTZO, R.; PRUNEDDU, G. Trends since 1900 in the yield potential of Italian-bred durum wheat cultivars. European Journal of Agronomy, Clermont-Ferrand, n.27, p.12-24, 2007.
HOUSHMAND, S.; ARZANI, A.; MAIBODY, S. A. M.; FEIZI, M. Evaluation of salt-tolerant genotypes of durum wheat derived from in vitro and field experiments. Field Crops Research, Amsterdã, v.91, p.345-354, 2005.
IBRAHIM, O.E.; OHM, H.W.; NYQUIST, W.E.; CANTREL, R.P. Inheritance of Kernel number per spikelet and its association with Kernel weight in two winter wheat crosses. Crop Science, Madison, v.23, p.927-931, 1983.
INSTITUTO AGRONÔMICO. Recomendações da Comissão Técnica de trigo para 2002. Campinas. Instituto Agronômico, 92p. (Boletim Técnico IAC, 196), 2002.
KERRIDGE, P.C. Aluminum toxicity in wheat (Triticum aestivum Vill., Host). Ph.D. Thesis. 1969. 170p. Oregon State University, Corvallis.
KIM, B.Y.; BAIER, A.C.; SOMERS, D.J.; GUSTAFSON, J.P. Aluminum tolerance in triticale, wheat and rye. Euphytica, Wageninger, v.120, p.329-337, 2001.
KIMATI, H.; AMORIN, L.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A.; REZENDE, J.A.M. (eds). Manual de Fitopatologia: Doenças das plantas cultivadas. v.2, 3ed., Agronômica Ceres, São Paulo, p.480-551, 1997.
LAGOS, M.B.; MORAES-FERNADES, M.B.I. ; CAMARGO, C.E. de O.; FEDERIZZI, L.C.; CARVALHO, F.I.F. de. Genetics and monossomic analysis of
161
aluminum tolerance in wheat (Triticum aestivum L.). Revista Brasileira de Genética, Ribeirão Preto, v.14, n.4, p.1011-1020, 1991.
LOBATO, M.T.V.; CAMARGO, C.E. de O.; FERREIRA FILHO, A.W.P; BARROS, B.C.; PETTINELI JUNIOR, A.; PEREIRA. J.C.V.N.A.; GALLO, P.B. Desempenho de linhagens de trigo mexicanas, em condição de irrigação por aspersão no Estado de São Paulo. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v.72, n.2, p.211-219, 2005.
LOBATO, M.T.V.; CAMARGO, C.E. de O.; FERREIRA FILHO, A.W.P; BARROS, B.C.; CASTRO, J.L.; GALLO, P.B. Avaliação de linhagens de trigo provenientes de cruzamentos interespecíficos e dois locais no Estado de São Paulo e em laboratório. Bragantia, Campinas, v.66, n.1, p.31-41, 2007.
MALLMANN, I.L.; BARBOSA NETO, J.F.; CARVALHO, F.I.F.; FEDERIZZI, L.C. Mecanismos de seleção aplicados sobre o caráter tamanho de grãos em populações segregantes de trigo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.29, n.3, p.427-437, 1994.
MARTÍNEZ, F.; SILLERO, J. C.; RUBIALES, D. Resistance to leaf rust in cultivars of bread wheat and durum wheat grown in Spain. Plant Breeding, Berlin, v.126, p.13-18, 2007.
MCFADDEN, E.S.; SEARS, E.R. The origin of Triticum spelta and its free threshing hexaploid relatives. Journal Heredity, Iowa, v.37, p.107-116, 1946.
MEDEIROS, M.C.; SCHLEHUBER, A.M. Produção de grãos e componentes de produção de certa espécie de trigo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.6, p.45-52, 1971.
METHA,Y.R. Manejo Integrado de Enfermidades del Trigo. Anta Cruz de la Sierra: Imprenta Landivar, 1993, 314p.
MISTRO, J. C.; CAMARGO, C. E. de O.; PETTINELLI JUNIOR, A. Avaliação de genótipos de trigo de diferentes origens, em relação à toxicidade de alumínio. Bragantia, Campinas, v.60, n.3, p.177-184, 2001.
MISTRO, J. C.; CAMARGO, C. E. de O. Avaliação da produção de grãos e características agronômicas em genótipos de trigo, em 1999 e 2000. Bragantia, Campinas, v.61, n.1, p.35-42, 2002.
MOHAMMADI, R.; AMRI, A. Comparison of parametric and non-parametric methods for selecting stable and adapted durum wheat genotypes in variable environments. Euphytica, Wageninger, v.159, p.419-432, 2008.
162
MOORE, D.P.; KRONSTAD, W.E.; METZGER, R.J. Screening wheat for aluminum tolerance. In: Proceedings of workshop on plant adaptation to mineral stress in problem soils, Beltsville, Maryland. p.287-295, 1976.
MORAES-FERNANDES, M. I. B. de; ZANATTA, A. C. A.; PRESTES, A. M.; CAETANO, V. R.; BARCELLOS, A. L.; ANGRA, D. C.; PANDOLFI, V. Cytogenetics and immature embryo culture at Embrapa Trigo breeding program: transfer of disease resistence from related species by artificial resynthesis of hexaploid wheat (Triticum aestivum L. em Thell). Genetics and Molecular Biology, Ribeirão Preto, v.23, p.1051-1062, 2000.
MOTZO, R.; FOIS, S.; GIUNTA, F. Relationship between grain yield and quality of durum wheats from different eras of breeding. Euphytica, Wageninger, v.140, p.147-154, 2004.
OSÓRIO, E.A. A cultura do trigo. São Paulo, Editora Globo. 1992. 218p.
PECETTI, L.; ANNICCHIARICO, P. Agronomic value and plant type of Italian durum wheat cultivars from different eras of breeding. Euphytica, Wageninger, v.99, p.09-15, 1998.
PINTHUS, M.J. Spread of the root system as indicator for evaluating lodging resistance of wheat. Crop Science, Madison, v.7, p.107-110, 1967.
POEHLMAN, J.M.; SLEPER, D.A. Breeding field crops. Ames: Iowa State University Press. 1995. 494p.
POWELL, J.B.; SCHLEHUBER, A.M. Components of height inheritance of the semidwarf straw character in wheat (Triticum aestivum L.). Crop Science, Madison, v.7, n.5, p.511-516, 1967.
RAMALHO, M.A.P. Melhoramento de espécies autógamas. In: Nass, L.L.; Valois, A.C.C.; Melo, I.S.; Valadares-Inglis, M.C. Recursos genéticos e melhoramento: plantas. Rondonópolis: Fundação MT, 1183p. 2001.
RAWSON, H.M.; EVANS, L.T. The contribution of stem reserves to grain development in a range of wheat cultivars of different height. Australian Journal of Agricultural Research, Sidney, v.22, p.851-868, 1971.
REIS, E.M.; CASA, R.T. HOFFMAN, L., MENDES, E.M. Effect of leaf rust on wheat grain yield. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.25, n.1, p.67-71, 2000.
RHARRABTI, Y.; GARCIA DEL MORAL, L.F.; VILLEGAS, D.; ROYO, C. Durum wheat quality in Mediterranean environments III. Stability and comparative methods in analyzing G x E interaction. Field Crops Research, Amsterdã, v.80, p.141-146, 2003.
163
ROYO, C.; ÁLVARO, F.; MARTOS, V.; RAMDANI, A.; ISIDRO, J.; VILLEGAS, D.; GARCIA DEL MORAL, L.F. Genetic changes in durum wheat yield components and associated traits in Italian and Spanish varieties during the 20th century. Euphytica, Wageninger, v.155, p.259-270, 2007.
SALOMON, M.V. Trigo: Avaliação de linhagens diaplóides obtidas via cultura de anteras. 2001. 91f. Tese (Mestrado em Agronomia) - ESALQ - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
SALOMON, M.V.; CAMARGO, C.E. de O.; PETTINELLI JUNIOR, A.; AZEVEDO FILHO, J.A. Performance of dihaploid wheat lines obtained via anther culture. Scientia Agrícola, Piracicaba, v.60, n.1, p.43-50, 2003.
SENTELHAS, P.C.; PEDRO JUNIOR, M.J.; FELÍCIO, J.C. Efeitos de diferentes condições de irrigação e densidade de semeadura no microclima e na ocorrência de helmintosporiose e de oídio em trigo. Bragantia, Campinas, v.52, n.1, p.45-52, 1993.
SHPILER, L.; BLUM A. Heat tolerance to yield and its components in different wheat cultivars. Euphytica, Wageninger, v.51, p.257-263, 1991.
SILVA, J.A.G.; CARVALHO, F.I.F; OLIVEIRA, A.C.; VIEIRA, E.A.; BENIN, G.; VALÉRIO, I.P.; CARVALHO, M.F.; FINATTO, T.; BUSATO, C.C.; RIBEIRO, G. Correlação de acamamento com rendimento de grãos e outros caracteres de interesse agronômico em plantas de trigo. Ciência Rural, Santa Maria, v.36, n.3, p.756-764, 2006.
SINGH, R.P.; HUERTA-ESPINO, J.; RAJARAM, S.; CROSSA, J. Grain yield and other traits of tall and dwarf isolines of modern bread and durum wheats. Euphytica, Wageninger, v.119, p.241–244, 2001.
SLAFER, G.A.; ANDRADE, F.H. Changes in physiological attributes of the dry matter economy of bread wheat (Triticum aestivum L.) through genetic improvement of grain yield potential at different regions of the word. Euphytica, Wageninger, v.58, p.37-49, 1991.
SOUZA, C.N.A. de. O acamamento e a reação de cultivares de trigo recomendados no Rio Grande do Sul. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.33, p.537-541, 1998.
TULMANN NETTO, A.; CAMARGO, C.E. de O.; CASTRO, J.L. de.; FERREIRA FILHO, A.W.P. New wheat (Triticum aestivum L.) genotypes tolerant to aluminum toxicity obtained by mutation breeding. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.36, n.1, p.61-70, 2001.
164
USDA - UNITED STATE DEPARTMENT OF AGRICULTURE, http://www.backervandsnacks.com/ news/news/asp?id=64122, (29 de outubro 2008).
VITA, P. de; RIEFOLO, C.; CODIANNI, P.; CATTIVELLI, L.; FARES, C. Agronomic and qualitative traits of T. turgidum ssp. dicoccum genotypes cultivated in Italy. Euphytica, Wageninger, v.150, p.195-205, 2006.
VITA, P de; NICOSIA, O.L.D.; NIGRO, F.; PLATANI, C.; RIEFOLO, C.; FONZO, N. di; CATTIVELLI, L. Breeding progress in morph-physiological, agronomical and qualitative traits of durum wheat cultivars released in Italy during the 20th century. European Journal of Agronomy, Clermont-Ferrand, v.26, p.39-53, 2007.
WELSH, J.R.; HEHN, E.R. The effect of chrossome 1 D on hexaploid wheat flour quality. Crop Science, Madison, v.4, n.3, p.320-323, 1964.
WIKIPÉDIA - ENCICLOPÉDIA, http://pt.wikipedia.org./wiki/mediterraneo, (20 de outubro 2008).
WORLAND, A.J.; BORNER, A.; KORZUM, V.; LI, W.M.; PETROVIC, S.; SAYERS, E.J. The influence of photoperiod genes on the adaptability of European winter wheats. Euphytica, Wageninger, v.100, p.385-394, 1998.
ZANATTA, A.C.A.; OERLECKE, D. Efeito de genes de nanismo sobre alguns caracteres agronômicos e morfológicos de Triticum aestivum L. Thell. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.26, p.1001-1016, 1991.
ZENCIRCI, N.; KARAGOZ, A. Effect of developmental stages length on yield and quality traits of Turkish durum Wheat (Triticum turgidum L. convar. durum (Desf.) Mackey) landraces: influence of developmental stages length on yield and quality of durum wheat. Genetic Resources and Crop Evolution, Amsterdã, v.52, p.765-774, 2005.
ZOBEL B.J.; TALBERT J. Applied forest tree improvement. Wiley, New York, 1984. 505p.
ZOHARY, D. The evolution of genomes in Aegilopsis and Triticum. Hereditas Supplement, Ford, v.2, p.207-217, 1963.
Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas
Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo