Galilea Segundo La Amistad de Dios

7/25/2019 Galilea Segundo La Amistad de Dios

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Uilii h1fi i|iJii]lit

E l r i s t i a n i s m o c o m o a m i s t

Segundo alilea


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S E G U N D O G A L I L E A

LA AMISTAD DE DIOS

El cristianismo como amistad

E D I C I O N E S P A U L I N A S


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e Ediciones Pa ulin as 1987 (Prola sio Gom e/, 11-15. 28027 Madrid)

Segu ndo Galilea Diez 1987

Fotcx'omposicin: Marasn, S. A. San Enrique, 4. 28020 Madrid

Impreso en Arles Grficas Gar.Vi . Humanes (Madrid)

ISBN: 84-285-1157-8

Depsito legal: M. 421-1987

Impreso en Espaa . Printed in Spa in

Prefacio

Este ensayo es el resultado de una experiencia

personal.

Siempre fui sensible a la amistad; tuve y

tengo muchos amigos y amigas, que no siempre

he podido cultivar, dada la naturaleza de mi tra

bajo misionero. Tal vez eso mismo ha aumenta

do mi sensibilidad por el tema.

En los santos que me han atrado desde mi

juventud, busqu siempre su vida de am istad.

Pensaba que una am istad tan grande con Jess

llevara a grandes am istades humana s; y, efecti

vamente, encontr que era as. Entre los moder

nos cultiv a Carlos de Foucauld, sobre todo

por esa razn; ms adelante recuper a Teresa

de Jess y Juan de la Cruz, a los que nunca

haba entendido realmente durante mi forma

cin, y me di cuenta que las escuelas de espiri

tualidad m oderna, incluido Foucau ld, eran dis-

cpulas de ellos. En santa Teresa, especialmente,

encontr una santa rica en amistad, a la que po

da hacer mi amiga, y cuya vida gir toda ella

en torno a su relacin de amistad con la huma

nidad de Jess. No hace mucho tiempo, una

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amiga teresiana me hizo notar cmo la oracin

de santa T eresa se basaba en esa misma amistad,

y que su itinerario contemplativo era una histo

ria de amistad con Dios.

Por ese camino llegu a la conviccin de qu e

si Teresa puede ser interpretada en clave de

amistad, entonces todo el cristianismo puede ser

interpretado en esa perspectiva. As se despren

de tanto de la teologa mstica que yo conoca

como de mi propia experiencia personal.

El significado pastoral de esta intuicin me

pareci igualmente muy til. Uno siempre tie

ne problema s para presentar la sustancia del

cristianismo a los pobres y sencillos. El desafo

para un pastor no es slo cmo hacer llegar al

corazn de la gente la fe de la Iglesia y la teolo

ga, sino tambin la mstica cristiana. No es

cosa fcil. Se tiene entonces la tentacin de re

servar la mstica para los cultos, y de entregar a

los pobres slo los temas de la liberacin y la

justicia. La mstica de la amistad me pareci) un

buen camino para traducir la espiritualidad en

trminos compren sibles para todos.

ltimamen te, en los retiros en que he sido

invitado a predicar, decid articular los tem as

fundam entales de la espiritualidad cristiana en

torno a la amistad. Las personas participantes

me ayudaron a corregir y enriquecer ciertas

ideas y a afinar otras, hasta lograr una sntesis

mejor. M uchos de ellos me animaron a escribir

los temas de esos retiros.

Este ensayo es el resultado de haber aceptado

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la idea. Quisiera dedicarlo a mucho s de m is

amigos y amigas, nuevos y antiguos, cercanos o

lejanos, so bre todo a cuantos me han ayudad o a

hacer de la amistad de Jesucristo el centro de mi

vida.

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L a a m i s t a d c o m o s m b o l o

de l am or de D ios

Dios es un misterio. Es un misterio para nos

ot ros , que v iv imos en la penumbra de la condi

cin h um an a. En s m ism o, es luz y pur a clari

dad (Jn 1,8).

Dios es un misterio para nosotros porque sa

bemos que existe, pero no sabemos cmo es.

De Dios sabemos ms lo que no es que lo que

es , ensea santo Toms . Dios ha tenido enton

ces que revelarse a nosotros, mostrndonos algo

de lo que es; la revelacin del misterio de Dios a

nosotros es Jesucristo. Jesucristo es Dios accesi

ble a nosotros; en su hum an ida d y en su ense

anza nos mue stra cm o es Dios, hacin don os

aceptar su misterio por la parte de luz que ve

mos en l.

Jess nos ha revelado que Dios es amor. Eso

s lo sabem os de D ios; y es decisivo para qu e

nosotros lo amem os e imite mo s. El am or es lo

ms real de Dios, en s m ism o y en su relacin

con nosotros.

Pero que Dios sea amor no significa que deje

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d e s e r , p a r a n o s o t r o s , u n m i s t e r i o . S u m i s m o

a m o r n o s r e s u l t a m i s t e r i o s o , p u e s n o s i e m p r e

sabemos desc i fra r lo en e l correr de la vida . Es ta

nos pa rece a vece s a rb i t r a r i a , absurda , i n j us t a ; y

e l a m o r d e D i o s , a u n q u e s a b e m o s q u e es t a h , se

nos e scapa , como se nos e scapa l a ve rdad que se

e sconde en e l mi s t e r i o . Por e so Di os nos reve l

s u a m o r e n J e s s d e u n a f o r m a i n d u b i t a b l e :

compar t i con noso t ros l a s mi se r i a s de l a v i da ,

a s u m i n d o l a s d e t a l m a n e r a q u e d e j a r o n d e s e r

u n a b s u r d o y se t r o c a r o n p a r a q u i e n e s l o s i g u e n

en fuen t e de e spe ranza .

Lo humano nos encamina a lo divino

L o s t e l o g o s n o s d i c e n q u e l o q u e D i o s n o s

h a r e v e l a d o d e s m i s m o l o e n t e n d e m o s p o r a n a

l o g a c o n l as c o s a s y e x p e r i e n c i a s h u m a n a s . A s ,

un a expe r i enc i a i n t ensa de fe l ic i dad nos ayud a

a ent rever la fe l ic idad en la vida e te rna ; l a supe

r a c i n ci s e r v i d u m b r e s h u m a n a s n o s a y u d a a

en t ende r l a l i be rac i n t o t a l que C r i s t o t r a j o a l

h o m b r e . P a r t i c u l a r m e n t e , e l m i s t e r i o d e l a m o r

d e D i o s h a c i a n o s o t r o s l o v i s l u m b r a m o s a t r a v s

de l a expe r i enc i a de l amor humano. En l a f e de

l a Ig l e s i a , l o v i s i b l e nos l leva a l con oc i m i en t o

de l o Inv i s i b l e (p re fac i o de nav i dad ) .

No e s que e l amor de Di os sea como e l amor

h u m a n o . L o s u p e r a m s a ll d e t o d o l o i m a g i

nab l e , au n en l a s fo rm as ms pro fun das , i n t en

sas y f ieles de am o r en t re dos seres . San P ab lo

ped a p a ra l os c r i s t i an os se r c apaces de com -

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prende r , con t odos l os c reyen t e s , l a anchura , l a

l o n g i t u d , l a a l t u r a y l a p r o f u n d i d a d : e n u n a p a

l abra , qu e conozc i s e l am o r de C r i s t o , qu e su

p e r a t o d o c o n o c i m i e n t o (E f 3 ,1 8 -1 9 ). E l a m o r

q u e D i o s n o s t i e n e p e r m a n e c e s i e m p r e u n m i s

t e r i o , aunque acce s i b l e a t r av s de l a expe r i en

c ia h u m a n a d el a m o r .

L a a n a l o g a e s l g i c a . S a n J u a n n o s r e c u e r d a

qu e e l am or v i ene de D i o s (1 Jn 4 ,7 ) ; y s i end o

es t o a s , hay s i empre amor de Di os en t odo

a u t n t i c o a m o r h u m a n o . E s t e se h a c e r e v e l a c i n

de Di os , c apaz de s i m bo l i za r su am or y de con

duc i rnos a su fuen t e .

El smbolo de la amistad

J e s s v i n o p a r a h a c e r n o s c o m p r e n d e r e l a m o r

que Di os nos t i ene . La fo rma en que l am e s

el c a m i n o p r i v i l e g i a d o p a r a c o m p r e n d e r l o . L a

m an e ra en qu e exp l i c e se am or n os o f rece l a s

m e j o r es c o m p a r a c i o n e s y s m b o l o s h u m a n o s

pa ra pene t ra r e l mi s t e r i o de l amor que v i ene de

Di os .

E s v e r d a d q u e y a e l A n t i g u o T e s t a m e n t o n o s

expl i c a e l amor de Di os por l os s mbol os de l

a m o r h u m a n o . L o c o m p a r a c o n el a m o r m a t e r

no ( Je rem a s ) , con l a ami s t ad (Abrahn) , con e l

de sposor i o (C ant a r de l os C ant a re s ) , con e l no

viazgo (Isa as) .

J e s s ,

por su par te , en su prc t ica de l amor y

en los s m bo l os con qu e lo qu i e re hace r com

pren de r , va a p r i v i l eg i a r el amo r de ami s t ad .

M


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A s , d i c e a s u s d i s c p u l o s : O s l l a m o a m i g o s . . .

N ad i e t i ene ma yo r amo r que e l qu e da la v i da

po r e l am i g o . . . ( Jn 15 ,12-16). Pa ra Je ss , e l

m a y o r a m o r e s e l a m o r de a m i s t a d .

P u d o h a b e r e le g i d o o t r o s m b o l o i g u a l m e n t e

s i g n i f i c a t i v o , c o m o e l d e s p o s o r i o o e l a m o r m a

t e r n a l? Q u i z ; a u n q u e , u n a ve z m s , l a a n a l o g a

d e l os a m o r e s h u m a n o s n o s a y u d a a c o m p r e n

de r l a e l e cc i n de Je ss . Por una pa r t e , l a expe

r i e n c i a h u m a n a n o s e n s e a q u e la a m i s t a d d e b e

s e r u n c o m p o n e n t e n e c e s a r i o d e t o d a s l a s d e m s

form as de am or , s i s t a s ha n de pe rdu ra r . E l no

v i a z g o y d e s p o s o r i o , s in a m i s t a d , d u r a n l o q u e

d u r a e l e n a m o r a m i e n t o , q u e , a u n q u e e n s e s

m s i n t e ns o y t o t a l qu e l a am i s t ad , no t i ene su

p e r s i s t e n c i a y e s t a b i l i d a d . M a t r i m o n i o s s in

a m i s t a d , a m o r d e p a d r e s , h i jo s o h e r m a n o s s i n

a m i s t a d , s e v a n d e b i l i t a n d o c o n e l t i e m p o y l a s

pruebas de l a v i da .

A l n o e s t a r i m p u l s a d o p o r l a p a s i n o p o r l a

re l ac i n de sangre , l a ami s t ad expre sa me j or l a

l i be r t ad de l amor , nece sa r i a pa ra que s t e l l egue

a s u m a d u r e z . L a f i d e l i d a d e n c u a l q u i e r a m o r s e

hace m ad ur a c ua nd o es l i b re , y e s t a l i be r t a d se

da en l a med i da en qu e e se am or se ha i n t eg ra

do con l a ami s t ad .

L a a m i s t a d e s l a n i c a e x p e r i e n c i a u n i v e r s a l

de l am or , l a qu e t odos pue de n t ene r ; y po r e so ,

c o m o s m b o l o , e s s i g n i f i c a t i v o p a r a t o d o s . L a s

p e r s o n a s c l i b e s n u n c a e x p e r i m e n t a r n e l a m o r

p a t e r n a l o m a t e r n a l ; l o s h u r f a n o s n u n c a e x p e

r i m e n t a r o n e l a m o r f i l ia l ; l o s h i j o s n i c o s n o

c o n o c e n e l a m o r f r a te r n o ; m u c h o s h o m b r e s y

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m u j e r e s , p o r v o c a c i n o c i r c u n s t a n c i a , n o h a n

e x p e r i m e n t a d o n i e l n o v i a z g o n i e l m a t r i m o n i o

( C r i s to m i s m o n o l o s e x p e r i m e n t ) . E n c a m b i o ,

c u a l q u i e r p e r s o n a p u e d e e x p e r i m e n t a r l a a m i s

t a d , c o m o J e s s m i s m o l a e x p e r i m e n t . L a v o

c a c i n a l a m o r d e a m i s t a d e s u n i v e r s a l , i g u a l

qu e l o e s e l am or q ue D i os o f rece en Je s s .

Los rasgos reveladores de la amistad

P o d e m o s p e n e t r a r e l m i s t e r i o d e D i o s y d e s u

a m o r e n u n a m e d i d a l i m i t a d a , p e r o s u f i c i e n t e ,

a p o y n d o n o s e n e l s m b o l o d e l a a m i s t a d .

H a y u n a a n a l o g a e n t r e l a n a t u r a l e z a y l o s

r a s g o s d e l a a m i s t a d h u m a n a y e l a m o r q u e

C r i s t o nos o f rece . A pa r t i r de e l l a podemos a so

m a r n o s a l m i s t e r i o d e l a m o r d e D i o s ; c o m o a

p a r t i r d e s t e p o d e m o s e n t e n d e r m e j o r e l m i s t e

r i o d e l a a m i s t a d h u m a n a .

L a a m i s t a d s u p o n e u n a e l e c c i n m u t u a . L o s

a m i g o s se e l i g e n l i b r e m e n t e ; n o s e i m p o n e n .

As sucede t am bi n con l a r e l ac i n en t r e C r i s t o

y n o s o t r o s . E l n o s e l ig i c o m o s u s a m i g o s , l i

b r e m e n t e , d e sd e s i e m p r e . N o m e e l e g is t e is v o s

o t ro s a m , s i no yo a vo so t ros ( Jn 15 ,16) . Pe ro

n o s o t r o s d e b e m o s i g u a l m e n t e e le g i r l o a l , c o m o

a m i g o p e r s o n a l , p a r a t o d a l a v i d a . E l c r i s t i a n o

e s e l q u e h a c e u n a o p c i n c o n s c i e n t e p o r J e s s

c o m o a m i g o , c o n t o d a s s u s c o n s e c u e n c i a s . A u n

m s . E n e s t a m u t u a e l e c c i n , D i o s s i e m p r e

t oma l a i n i c i a t i va ( no me e l eg i s t e i s voso t ros . . . ,

s i n o y o a v o s o t r o s ) . El n o s a m p r i m e r o , n o s

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busc , nos a t ra j o a l a t ravs de l a s c i rcuns

t anc i a s de nues t ra v i da has t a l l ev a rno s a de s

cu br i r l o y e l eg i r l o . En e s te p roce so , Di os n o se

i m po ne . Nos de j a l i b re s pa r a acep t a r o no su

a m i s t a d .

La e l ecc i n de am i s t a d e s g ra t u i t a . No hay

n i n g n c o m p r o m i s o p r e v i o n i d e s a n g r e , n i

d e p r o m e s a , n i d e a s o c i a c i n , n i n i n g n o t r o

q u e o b l i g u e a e ll a . N o h a y n i n g u n a c i r c u n s t a n

c i a qu e la i mp on ga , n i e l t r aba j o co m n n i los

i d e a le s c o m p a r t i d o s ; n i n g u n a . A s i m i s m o , e l

amor de Di os se nos o f rece en ami s t ad s i n con

che i ones p r ev i a s , s i n m r i t o a l g un o de nu es t ra

pa r t e . Di os no s qu i e re co m o sus am i go s t a l cua l

som os , con nu es t ro s fa ll os y peca dos , y pa r a

s i e m p r e .

E l s u r g i m i e n t o d e l a a m i s t a d t i e n e m u c h o d e

m i s t e r i o s o . C a d a a m i s t a d e s u n m i s t e r i o . P o r

qu se p r od uj o con e s ta pe r son a y no con o t ra?

P o r q u l a p r o f u n d a e m p a t i a , q u e n o p u e d e

e x p l i c a r s e s l o p o r a f i n i d a d e s y c e r c a n a h u m a

na , q ue no s i e mp re se dan? Es t e mi s t e r i o de l a

ami s t ad nos sug i e re e l mi s t e r i o de l amor de

Di os a c ada uno de noso t ros . Por qu Di os

of rece su am i s t ad a c ada ho mb re? . . . Po r q u

n e c e s i t a la a m i s t a d d e c a d a h o m b r e e n p a r t i

cu la r? . . .

C a d a a m i s t a d h u m a n a t i e n e u n a h i s t o r i a . C o

r re sponde a un proceso de c r i s i s , de a l e j ami en

tos , de t ens i ones , de reconc i l i a c i ones . . . A t ravs

de e se p roce so , l a am i s t ad se va pur i f i c a nd o y

m a d u r a n d o . D u r a n t e l, la a m i s t a d r e q u i e r e

t a m b i n l a d e t e r m i n a c i n d e s u p e r a r a m e n a z a s

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c o n s t a n t e s : e l d e t e r i o r o , e l e x t r a a m i e n t o , l a s

e x i g e n c i a s d e s m e s u r a d a s , l a s d e c e p c i o n e s . . . E n

e s to ta m b i n l a a m i s t a d h u m a n a es u n s m b o l o

de la re lac in de amis tad de Dios con cada unc

de noso t ros . Es t a t i ene una h i s t o r i a , que e s l a

his tor ia de nues t ra vida . Por e l l ado de Dios , e l

p roce so de l a am i s t ad se va rea l i z an do de sde e l

don qu e nos h ace de la v i da y de l Esp r i t u , p a

san do po r l a c ad ena de g rac i a s por l a s qu e no s

c o n d u c e . G o z o s a m e n t e o e n e l d e s c o n c i e r t o d e l

mi s t e r i o o de l a c ruz , Di os va de sa r ro l l ando o

reve l ando e l amor que nos t i ene , ha s t a l a f e l i c i

dad i ne x t i ng ui b l e de l a v i da fu t ura . Po r e l l ado

nues t ro , e s t e p roce so de ami s t ad e s cohe ren t e

m u n u e s t r a c o n d i c i n h u m a n a y f r g il : u n a

h i s t o r i a de f i de l i dades e i n f i de l i da des , de acep t a -

( i on y rechazo de l am or , de qu i e bra s , r e t roce sos

y r e c o n c i l i a c i o n e s . D e a l e j a m i e n t o y r e c o n v e r

s iones . . .

Cicern, en su c lebre escr i to Sobre la amis

tad (De amicitia), af i r ma ya , desde la t ica paga

n a , q u e l a v e r d a d e r a a m i s t a d r e q u i e r e p e r s o n a s

v i r t uo sa s . S i nc e r i da d , l e a l t ad , conf i anz a , f i de li

dad , de l i c adeza , g randeza pa ra pe rdona r , e t c t e

ra . As l o con f i rm a la exp e r i en c i a h um an a . Y

e s l i g u a l m e n t e e n c o n s o n a n c i a c o n l a s e x i g e n -

( i a s pu es t a s po r el eva nge l i o en nues t ra re l ac i n

i o n D i o s . L a s v i r t u d e s c r i s t i a n a s n o s o n o t r a

( o s a q u e l a m a n e r a c o m o p e r m a n e c e m o s y cr e

t emos en l a ami s t ad con Di os .

La am i s t ad c rea un a mu t u a i n f l u enc i a , y de

a l g u n a m a n e r a l o s a m i g o s se v a n c o m p e n e t r a n

do y a se m e j an do en m uc ha s cosa s . As , la a rn is -

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t ad con Jess nos asemeja e ident i f ica con l . El

i dea l hu m a n o e s v i v i r y a c t ua r com o C r i s t o , ent e

e s l a h u m a n i d a d p l e n a . P a r a e l l o d e b e m o s c o

n o c e r n o s a n o s o t r o s m i s m o s , t r a b a j a r e n s u p e

ra r de fec t os y ad qu i r i r v i r t ud es y va l ore s c r i s t i a

n o s .

Pe ro , s i n de scu i d a r e s t o , e s me j o r c am i n o de

s a n t i d a d c o n o c e r y a m a r a J e s s , r e a l i z a n d o l a

a m i s t a d c o n l . E s t e c a m i n o d e a m i s t a d , p r o

gre s i va me nt e y ca s i s i n da rn os cuen t a , nos va

a se m e j a nd o a l Seor , y con e l l o a l i dea l de l

h o m b r e .

U na ca rac t e r s t i c a de l a am i s t ad e s q u e cada

a m i g o es n i c o . P o d e m o s t e ne r m u c h o s a m i g o s

ve rd ade ro s , y l a exp e r i en c i a n os d i ce qu e l a re l a

c i n con cada u n o de e l l os e s e spec i a l ; p a rece

q u e f u er a e l n i c o a m i g o . E n l a a m i s t a d n o h a y

r i v a l i d a d o c e l o s e n t r e a m i g o s c o m u n e s ( s a l v o

cu an d o l a ami s t ad de j a de se r s ana ) , y e l hech o

d e a u m e n t a r l o s a m i g o s n o d i s m i n u y e la i n t e n

s i dad de l a s ami s t ac i e s an t e r i o re s . Lo e spec i a l y

n i c o d e c a d a a m i s t a d n o d i s m i n u y e c o n s u n

m e r o . E s t o n o s a y u d a a e n t e n d e r n u e s t r a r e la

c i n c o n D i o s . P o r u n a p a r t e , D i o s q u i e r e a

cada se r h u m a n o co m o si s t e fue ra la n i ca

pe rsona sobre l a t i e r ra . Los mi l l ones de se re s

q u e e x i s t i e r o n , e x i st e n y e x i s t i r n n o d i s m i n u

yen en nada l a i n t e ns i da d y l a pe cu l i a r i da d de

l a re l ac i n de Di os con cada uno de noso t ros .

C a d a p e r s o n a c o n c e n t r a t o d o s u a m o r . P o r o t r a

pa r t e , a l r e l a c i ona rnos con Di os en l a ami s t ad

l o ha cem os co m o si Di o s s l o ex i s t i e ra p a ra

noso t ros , y no nos sen t i mos r i va l e s o c e l osos de

l o s d e m s . P o d e m o s d e c ir m i D i o s , a l i g u a l

16

q u e n u e s t r o D i o s . C o m o s a n P a b l o , p o d e m o s

a l i n n a r : C r i s t o m e a m y se e n t r e g p o r m ;

v , c o m o l m i s m o l o a f i r m a e n o t r o l u g a r : N o s

a m y se e n t r e g p o r n o s o t r o s .

I ,a am i s t a d t i ene un va l or en s . La re l ac i n

c o n e l a m i g o e s e n s m i s m a e n r i q u e c e d o r a y

l i b e r a d o r a , y s u u t i l i d a d o p r o d u c t i v i d a d n o i n -

l e re san en pr i m er l u ga r . Se e s t con e l am i g o

por e s t a r , se le qu i e re p or q ue se l e qu i e re . Se

ayu da o se sac r if i c a un o por e l am i g o por p ur a

ami s t ad , s i n busca r i n t e re se s n i e spe ra r que e l

o t r o d e v u e l v a a l g o o h a g a l o m i s m o c o n n o s

o t ros . La rea l i z ac i n de l a ami s t ad encuent ra l a

le l ic idad en s m is m a y c rece po r s m ism a. El

q u e p o n e a m i s t a d , s a c a m s a m i s t a d . D e l a m i s

ma mane ra , l a ami s t ad con Di os , l a expe r i enc i a

de Di os , va l e po r s m i sm a . Es en s hu m an i z an

te , l i b e r a d o r a , s a n t i f i c a d o r a . A m a m o s a D i o s

por eme es Di os ; y no deb em os redu c i r su am i s

t ad a re su l t ados , a bene f i c i os , n i s i qu i e ra a c am

bi os mora l e s . Podemos se r ami gos de Di os ; e s t a

a m i s t a d p u e d e d a r s e n t i d o a to d a n u e s t r a v i d a y

se r fuen t e i nex t i ngui b l e de a l egr a , paz y fe l i

c i dad .

17


10/52

2

La am is t ad en l a v ida de Jess

Kl mis te r io de l amor de Dios se nos reve la en

la ami s t a d . E s t e s m bo l o se hace p l en o en l a hu

m a n i d a d d e C r i s t o . L a a m i s t a d q u e p r a c t i c J e

ss no s ens ea t an t o e l i dea l de l a am i s t a d hu

m a n a c o m o e l m o d o d e a m a r a D i o s .

E l p r i m e r v a l o r f u n d a m e n t a l d e la p e r s o n a l i

dad de Je s s es su co m u n i n c on e l Pa dr e , su

t o t a l i den t i f i c ac i n con l . E l amor de Je ss a l

Pad re e s l a c l ave , e l s ec re t o pa r a en t en de r l os

dem s va l ore s de su v i da y l a f i de l i dad y am or

( | i i e puso en e l l a . Y , s egu i dament e , su ami s t ad

t a t e m a , q ue of rec i a t odos , e s o t r o va l or e sen-

( l al en l a v i da y ens ea nza de Je s s . Es t e ho m -

h i c d e D i o s h a si d o t a m b i n l l a m a d o e l h o m -

l ue pa ra l os de m s . En l e s t aba l a p l en i t u d

de l am or y de l a f i de l i d ad (qu e con s t i t uy e la

am i s t ad) ; p or C r i s t o Je s s l l eg e l am or y l a

l i d c l i d a d ( J n 1,15-17 .

C om o s i em pre , l os eva nge l i os son e l me j or

t e s t i moni o pa ra e s t ud i a r l a ami s t ad en l a v i da

de Je ss . E l am a t odos con mi se r i cord i a y

19


11/52

m a n t u v o u n a r e l a c i n d e a m i s t a d c o n t o d a s la s

p e r s o n a s q u e e n c o n t r . A l o m e n o s p o t e n c i a l -

ment e , con su ac t i t ud , J e ss o f rec i su ami s t ad

a t o d o s . T r a t a c ad a p e r s o n a c o m o n i c a y e s

p e c i a l , i g n o r a n d o t o d o s lo s p r e j u i c i o s c u l t u r a l e s

q u e e x c l u a n d e la a m i s t a d d e u n M a e s t r o j u d o

a c i e r t a s c a t egor a s de pe rsonas . J e ss se por

t c o m o u n a m i g o c o n l a s a m a r i t a n a d e l p o z o

de Jacob , con l a muj e r ad l t e ra , con l os c i egos y

l eprosos , con l os mi l i t a re s romanos que se l e

ace rca ron , con l os anf i t r i ones de l a s bodas de

C ana y , sobre t odo , con sus segu i dore s y d i sc

pu l os , de l os que n i a Judas exc l uy , s i no que

l o t r a t c o m o a m i g o h a s t a el l t i m o m o m e n t o

( Ami go , haz l o que v i enes a hace r , Mt 26 ,50) .

La pa rbol a de l buen pa s t or ( Jn 10 ,11-16) e s

l a pa rb ol a de Je s s -am i go . En e l l a s e da n l os

ra sgos m s fue r t es de l a am i s t ad : e l co no c i m i en

t o y c o m p r e n s i n m u t u a ( y o c o n o z c o a m i s

ove j a s y e l l a s me con oce n a m ) , po r l o qu e

J e s s se r e l a c i o n a c o n c a d a u n o c o m o n i c o , y

e n su p a s t o r e o se a d a p t a a l ; l a i m i t a c i n e

i den t i f i c ac i n a que l l eva la am i s t a d ( yo voy

de l a n t e de mi s ove j a s . . . , e l l a s me s i g ue n ) , po r

l o que Je ss va a seme j ando a sus d i sc pu l os a l

en e l modo de ac tuar y de vivi r ; l a f ide l idad y

l ea l t ad ha s t a en t reg a r l a v i da po r e l am i g o ( el

buen pa s t or da su v i da por sus ove j a s ) , que Je

ss vivi has ta e l sacr i f ic io de la c ruz , en espera

d e q u e n o s o t r o s i g u a l m e n t e n o s s a c r i f i q u e m o s

p o r l , e n t r e g a n d o l o q u e e n n u e s t r a v i d a s e

o p o n e a s u e v a n g e l i o .

Je s s no po d a se r am i g o , en e l s en t i do fue r te

2

de l a pa l abra , de t odos sus segu i dore s y d i sc pu

los . E l v i v i en la co nd i c i n h u m an a y en e l l a

p r a c t i c l a a m i s t a d , q u e r e q u i e r e o p o r t u n i d a d e s

y c o n d i c i o n e s q u e s l o s e d a n d e h e c h o c o n a l

g u n a s p e r s o n a s . J e s s , c o m o t o d o h o m b r e n o r

m a l , t r a b u n a a m i s t a d f u e r te s l o c o n a l g u n o s

d e s u s d i s c p u l o s . L o s e v a n g e l i o s n o s d i c e n q u e

e r a p a r t i c u l a r m e n t e a m i g o d e l a p s t o l J u a n ( e l

d i s c p u l o a q u i e n J e s s q u e r a ) , d e L z a r o ( s o

b r e c u y a t u m b a J e s s l l o r ) , d e s u s h e r m a n a s

M ar t a y M ar a , de Jos de Ar i ma t ea , e l d i r i ge n t e

j ud o que se h i zo ca rgo de l c adve r de Je ss y l e

p r o v e y d e u n a s e p u l t u r a d i g n a , e t c .

E n s u p e r f ec c i n h u m a n a , e l H i j o d e D i o s n o

s l o se dab a en am i s t ad , t amb i n nece s i t ab a

a m i s t a d . E s u n o d e l o s r a s g o s i m p r e s i o n a n t e s d e

la pe r so na l i da d de Je s s . H a se rv i do de fu nda

ment o pa ra l a e sp i r i t ua l i dad c r i s t i ana ; e s t en l a

expe r i enc i a de l os s an t os : C r i s t o nos busca ,

( i r i s t o nos e spe ra . C r i s t o nece s i t a de nues t ro

a m o r y a m i s t a d .

Es t o fo rma pa r t e de l mi s t e r i o de l amor de

Di os . Es t suge r i do por l os evange l i os , a s como

por e l hec ho de l a so l edad de Je s s , qu e e s un

c o m p o n e n t e , e n t o d o s er h u m a n o , d e l a n e c e s i

d a d d e a m i s t a d . J e s s b u s c e n l o s m o m e n t o s

c r t i cos e l ap oy o y l a am i s t ad d e sus d i s c p u

los .

C u a n d o s e p r e p a r a a la a g o n a d e s u p a s i n

e n el h u e r t o d e G e t s e m a n , se h a c e a c o m p a a r

por sus ap s t o l e s ms am i go s , y l es p i d e qu e l o

c o n f o r t en o r a n d o p o r l. C u a n d o l o s d i s c p u l o s

se du e r m en , J e ss , de sde su so l edad , le s r ep ro-

c h a ( ju e n o h a y a n p o d i d o m o s t r a r s u a m i s t a d e n

21


12/52

e s e m o m e n t o d i f c i l , r e z a n d o u n a h o r a c o n l

(Mt 26,40) .

E n l a c r is i s d e C a f a r n a n , c u a n d o a n u n c i a a

las ge ntes la eu car i s t a , l a vida e te rna y e l va lor

de la fe , m u ch o s n o lo acep tan y se a le ja n de l ,

d e c e p c i o n a d o s e n s u m e s i a n i s m o t e r r e n o . I g u a l

s u c e d e c o n m u c h o s d i s c p u l o s . E n e s e m o m e n t o

de so l edad y ap a re n t e f raca so , J e s s busca e l

a p o y o y l a a m i s t a d d e l o s a p s t o l e s : T a m b i n

v o s o t r o s q u e r i s d e j a r m e ? E s t a s p a l a b r a s , m s

qu e un de sa f o , son u na pe t i c i n de qu e e l l os l e

con f i rm en l a l e a l t ad de su am i s t ad . Y Pe dr o re s

p o n d i b i e n e n n o m b r e d e l o s d e m s : S e o r , a

q u i n i r a m o s . . . ? ( J n 6 ,6 7 ).

A l p r o p i o P e d r o , d e s p u s d e l a r e s u r r e c c i n ,

Jess lo confi rmar en su of ic io de cabeza de la

Ig l e s i a ( Ap ac i en t a mi s ov e j a s ) . Pa r a e l l o , l e

i n t e re sa por enc i ma de t odo que Pedro l e a segu

re una vez ms , de spus de l a s negac i ones de l a

n o c h e d e l a p a s i n , s u a m i s t a d e s p e c i a l ( P e d r o ,

me am as m s q ue s t os? ) ( Jn 21 ,15) .

C on e l jov en r ico (Me 10,21), Jes s sufr i la

d e c e p c i n d e u n a a m i s t a d a b o r t a d a . D i c e e l

evan ge l i s t a q ue , al i n t e re sa r se el j ove n en segu i r

a Je s s y a l m os t ra r su bu en a d i sp os i c i n en

cu m pl i r l a l ey de Di o s , el Se or se en ca r i con

l .

Y l e o f rec i una ami s t ad e spec i a l ( vende l o

qu e t i ene s , da el d i n e ro a l os po bre s y s i ge

m e ) .

P o r q u e t e n a m u c h o s b i e n e s , e l j o v e n n o

t uvo va l or pa ra ac ep t a r ese g ra do de am i s t ad , y

se a l e j t r i s t e . Y segurament e Je ss se qued

aun ms t r i s t e , f rus t rado en su ami s t ad .

P a r a d j i c a m e n t e , e l D i o s e n c a r n a d o , t a n s e n -

22

s ible a la amis tad y tan neces i tado de e l la , se

m o s t r t o t a l m e n t e l i b r e e n s u s r e l a c i o n e s h u m a

n a s .

N o se abs orb i en nad i e , no se de j ac apa

ra r por nad i e , no se i m p us o a na d i e y de j a

t odos en l i be r t ad . J e ss , e l hombre pa ra l os de

ms , el pa ra d i gm a de l a am i s t ad , e s t am bi n e l

m o d e l o d e l h o m b r e a u t n t i c a m e n t e l i b r e .

Su llamada a la amistad

L a l l a m a d a d e J e s s a s u s d i s c p u l o s q u e es

i g u a l m e n t e n u e s t r a v o c a c i n c r i s t i a n a e s u n a

l l amada a l a ami s t ad . C on dos ca rac t e r s t i c a s :

p r i mero , J e ss t oma l a i n i c i a t i va ; l qu i e re ha

c er se n u e s t r o a m i g o y s e d u c i r n o s c o n s u a m i s t a d

( Y o o s e l e g a v o s o t r o s ) . S e g u n d o , s u l l a m a d a

a la am i s t a d e s p ro gre s i va , s e va re no va nd o m s

y m s i n t e n s a m e n t e d u r a n t e el t r a n s c u r s o d e s u

re l ac i n co n l os ap s t o l e s , lo cua l e s i gu a l

m e n t e u n s m b o l o d e n u e s t r a p r o p i a v i d a c r i s

t i ana , don de l a am i s t a d con D i os se hace pro

g r e s i v a m e n t e e x i g e n t e .

E l i n i c i o de l a r e l ac i n de am i s t a d en t re J e s s

y l os a p s t o l e s fu e u n e n c u e n t r o n t i m o y p r o

l o n g a d o , q u e m a r c a lo s a p s t o l e s y l o s p r e

d i s p u s o a h a c e r s e m s a d e l a n t e s e g u i d o r e s d e

C r i s t o . L o r e l a t a s a n J u a n a l c o m i e n z o d e s u

eva nge l i o (1 ,38-39). E l B aut i s t a l e s p re s en t a a

J e s s , y e l l o s q u i e r e n c o n o c e r l o m e j o r . M a e s

t ro , dnde hab i t a s? . . . Veni d y l o ve r i s . Y pa

san tod a la ta rd e co n l . La exp erie nc ia fue

i n o l v i d a b l e , c o m o e l c o m i e n z o d e u n a h i s t o r i a

d e a m i s t a d . M u c h o s a o s m s t a r d e , e l e v a n g e -

23


13/52

l is t a a n reco rdab a la ho ra de aq ue l enc ue nt r o :

Er an l a s cu a t r o de la t a rde .

M s a d e l a n t e , a e s to s a m i g o s - s i m p a t i z a n t e s

Jes s los inv i ta a t rab a jar c on l y pa ra l ; los

ha r d i sc p u l o s , y e l t r aba j o co m n se r un

paso ms en e l p roce so de l a ami s t ad . E l r e l a t o

l o hace san Lucas (5 , l s s ) : de spus de habe r l os

g u i a d o a u n a p es c a m i l a g r o s a ( h e m o s t r a b a ja

do t oda l a noche s i n pe sca r nada , pe ro conf i a

dos en t u pa l ab ra ec ha r em os l a s r edes ) , J e s s

l es l l am a a pe sca r ho m br es . Y l os fu t uro s

a p s t o l e s d e j a n m u c h a s c o s a s p a r a s e g u i r l o ; l a

a m i s t a d s e h a c e m s e x i g e n t e y p r o f u n d a c u a n

do se hacen l os p r i m ero s sac r if i c ios p or C r i s t o .

L a e l e c c i n d e l o s d i s c p u l o s c o m o a p s t o l e s

es la l l amada dec is iva a la amis tad (Me 3,13-14) .

Je ss los l l a m pa ra qu e e s t uv i e ran con l ( el

c u l t i v o d e l a a m i s t a d c o m o p r i m e r a c o n d i c i n )

y p a r a q u e a n u n c i a r a n c o n l e l r e i n o d e D i o s

( e l a p o s t o l a d o c o m o i n s e p a r a b l e d e l a a m i s t a d ) .

Es t os dos ra sgos de l a r e l ac i n con Je ss van a

apa rece r en e l d i l ogo de Je ss con Pedro , a l a

or i l l a de l l ago , de spus de l a r e sur recc i n ( Jn

21 ,15ss ) . Es t e d i l ogo e s una l l amada a re i t e ra r

l a f i de l i dad de una am i s t a d y de un ap os t o l ad o

q u e se h a b a n d e t e r i o r a d o e n lo s a c o n t e c i m i e n

t os de l a pa s i n : Pe dr o me am as m s qu e s

t o s ?

( c o m o s i p r e g u n t a r a : e r e s m i a m i g o e s p e

cia l?) . . .

S , Seor , t s abes qu e te am o . Y a

e s t a re i t e rac i n de l a ami s t ad s i gue l a r e i t e ra

c i n d e l a p o s t o l a d o : E n t o n c e s a p a c i e n t a m i s

ove j a s .

Las l l a ma da s de Je s s a l a am i s t ad son l a s

24

d (4 q u e d e s d e s i e m p r e s e p r e s e n t y a c t u c o m o

a m i g o : M i m a n d a m i e n t o e s s te : q u e o s a m i s

l os un os a l os o t ros co m o yo os he am ad o . . .

( se d a m i g o s c o m o y o s oy v u e s t r o a m i g o ) . N o

hay amor ms grande que s t e : da r l a v i da por

s u s a m i g o s . . . ( d a o s u n o s a o t r o s , c o m o y o d a r

mi v i da po r voso t ros ) ( Jn 15 ,12-13) . Vo so t r os

so i s mi s ami gos s i hac i s l o que os mando . Ya

no os l l amo s ie rvos , pues e l s ie rvo no sabe lo

q u e h a c e s u s e o r . O s h e l l a m a d o a m i g o s , p o r

q u e o s m a n i f e s t t o d o l o q u e o d e m i P a d r e

(J n 15,14-15) . A vo sot r os se os ha dad o co no cer

l os mi s t e r i o s de l r e i no de D i o s (Mt 13 ,11) .

Si p a r a C r i s t o e l m a y o r a m o r y m a y o r b i e n

d( l hombre e s su ami s t ad , e l mayor ma l e s que

e l hombre de s t ruya e s t a ami s t ad . La de s t rucc i n

de la ami s t ad con Di os e s l o qu e la B i b l i a l l am a

p e c a d o . E n l a s p a l a b r a s d e l m i s m o J e s s : E l

que ama . . . ( a o t ros ) . . . ms que a m , no e s d i gno

de m (M t 10,37) . El c}ue se av erg e nza de m

v de mi s pa l ab ra s (e l que se ave rg en za de m i

a m i s t a d ) , y o m e a v e r g o n z a r d e l ( n o l o r e c o

noce r co m o mi am i go ) (Mt 10 ,33) . E l que ob

s e r v a m i s m a n d a m i e n t o s . . . p e r m a n e c e e n m i

. .mi s t ad ( Jn 15 ,9) .

A m s f ide l ida d en es ta am is ta d, m s c rece

m o s e n e l l a ; c o m o e n e l a m o r h u m a n o , p o n e r

a m i s t a d s a c a a m i s t a d . J e s s n o s d a m s a m i s t a d

s i somos f ie les a la que ya nos ha dado, segn la

pa rb ola de los ta len tos (Mt 25,14ss) y la de l

a d m i n i s t r a d o r : a l q u e , se m o s t r d i g n o d e c o n -

l i .m/ a en l o peq ue o , se l e con f i a rn cosa s ma

yles (Le 16,10ss).

25


14/52

3

La espi r i tua l idad

como amistad con Jess

Preguntmonos por lo que es lo ms radica l

de la espir i tualidad crist iana; o lo que es lo mis

mo, por lo ms original de la experiencia cris

t iana . El lo equivale a preguntarnos qu es lo

que Cristo nos trajo como novedad salvadora,

lo que est en la raz de su mensaje evanglico.

Podemos respondernos , leg t imamente , que la

novedad c rist iana es una nueva y l iberadora re

lacin con Dios y con los dem s.

La experiencia crist iana no es creer en Dios,

s ino re lac ionarnos con Dios como amigo. Dios

ya no es una idea, o un ser distante, o un crea

dor y juez, s ino que es un am igo qu e nos l lama

a la amistad sin l mites. Jess nos revel que

Dios es pad re y am igo , y am bos sm bolos se

completan, pues el padre es significat ivo si es

amigo, y el mejor amigo de un hijo debera ser

el padre. La experiencia cristiana de Dios es la

experiencia del amor de amistad, en el sentido

ms fuerte de la palabra.

Seguidamente, la novedad de Jess es que

27


15/52

los o tros ya no son seres indiferentes o distan

tes. No son personas que se las pueda usar, de

las que se deba abusar y tampoco ignorar, ex

plotar u odiar . A causa de la paternidad amisto

sa de un Dios universal , los otr os estn lla

mados a ser mis herma nos y herm anas . La

segun da experiencia crist iana fund am ental es la

fraternidad universal .

La espiri tualidad es bsicamente crecer en la

am istad con Jess y en la fraternid ad con los

dem s. N o en la am ista d con los dem s, pues

no podemos ni estamos l lamados a ser amigos

de todos aquellos con los que nos relacionamos.

La amistad es un don , una gracia, qu e su pon e

condic iones na tura les y opo r tunid ad. N o pode

mos ser amigos de todos, pero s podemos tratar

a todos fraterna lme nte; y esta fraternidad , de

suyo amistosa ( la fraternidad es ya un prin cip io

de amistad), en muchos casos har surgir amis

tades. Seamos fraternos, y tendremos amigos.

Sin fraternidad no hay amistades autnticas.

De Jess a la Trinidad

Que la espir i tualidad crist iana se concentre

en la am istad co n Jess es coheren te con otra

afirmacin central del crist ianismo: que el hom

bre est l lamado a la amistad con Dios, que es

Trinidad; a relacionarse con el amor del Padre,

del Hij o Jesucristo y del Espri tu San to.

El Pad re es la fuente d e la vida y del am or;

nos am pr imero con amor de amis tad , y nos

28

destin a la plenitud de la amistad en el reino

de los cielos. El Padre es el destino final de

nuestra amistad. Pero cmo ser amigos del Pa

dre, al qu e no vemos y qu e hab ita en un a luz

inaccesible ? (Jn 1,16 . Cmo re lac ionarnos , en

nuestra condicin humana, con el misterio de

Dios?

En Jesucristo, Dios viene a nosotros para ha

cernos accesible y com prens ible esta am istad.

En su humanidad se nos ofrece la amistad del

Hijo; y donde est el Hijo est el Padre. Quien

ve a Jess ve al Padre, y quien se relaciona con

su hum an id ad se relaciona tam bin con el Pa

dre (Jn 14,9ss).

Jess es hombre como nosot ros . Exper iment

toda nuestra condicin menos el pecado, nos

comprende a nosot ros y nosot ros a l . Podemos

ser realm ente sus amig os, y esta amistad puede

dar sentido a toda nuestra vida. Esta fue la ex

periencia de los apstoles. Desde el comienzo,

su relacin dominante con Cristo era la amis

tad. Aun antes de descubrir que era Dios, estos

discpulos lo aceptaban enteramente, lo seguan

con confianza y estaban dispuestos a dar la vida

por l . Esta amistad los l lev al conocimiento

de la divin idad de Jess y al desc ubrim iento del

amor de Dios Padre.

Este es tambin el camino de nuestra expe

riencia crist iana. Con una diferencia importan

te , que cons t i tuye aparentemente un obs tculo

insalvable: nosotros nunca hemos visto a Jess.

Lo recon ocem os en la fe. Per o es esto suficien

te para crear con l una amistad que englobe

29

t oda l a v i da? C m o se r am i g o de a l g u i e n qu e

La experiencia de los msticos


16/52

es pa ra noso t ros i nv i s i b l e? C mo segui r , i mi

t a r , e s t a r d i spues t o a renunc i a r a t odo , por

a m i s t a d d e a l g u i e n a q u i e n n u n c a h e m o s v is to ?

Y, s i n em ba rg o , l a exp e r i en c i a no s d i ce qu e e s t o

pu ed e rea l izarse , y qu e , a travs de la hi s to r ia ,

m i l e s d e h o m b r e s l o h a n r e a l i z a d o e n g r a d o h e

r o i c o .

C m o es p o s i b l e e s te m i l a g r o m o r a l ?

E s p o s i b l e p o r e l E s p r i t u S a n t o , D i o s c o m o

e l Pad re y e l H i j o . Los t e l og os en se an q ue e l

Esp r i t u San t o e s l a r e l ac i n de amor en l a T r i

n i da d , y qu e e s ta re l ac i n e s un a pe r son a . E l

Esp r i t u e s e l am or l a am i s t ad pe rson i f i c a

d o .

H a b i t a b a e n p l e n i t u d l a h u m a n i d a d d e J e

s s , c reando l a r e l ac i n de su i den t i dad con e l

Pa dre y de su am i s t ad co n t odo s l os ho m br es . E l

Es p r i t u co nd uc a a J e s s , se i den t i f i c aba con su

e s p i r i t u a l i d a d . E s t e m i s m o E s p r i t u n o s h a s i d o

da do y hab i t a en noso t ros p a ra rea l i z a r lo qu e e s

p r o p i o d e l : r e l a c i o n a r n o s e n a m i s t a d c o n e l

C r i s t o a qu i en no vemo s , y en f ra t e rn i dad l os

u n o s c o n l o s o t r o s . E l E s p r i t u S a n t o , a m i s t a d

hecha pe rsona , hace pos i b l e que nues t ra fe en

Je s s se ha ga exp e r i en c i a v i va de am i s t a d .

As , l a e sp i r i t ua l i dad c r i s t i ana e s t r i n i t a r i a ,

p o r q u e es a m i s t a d p e r s o n a l con Di o s ; y e s ami s

t ad pe r son a l con Di os po rq ue e s t r i n i t a r i a . E l

Padre e s e l t rmi no de l a ami s t ad ; e l Esp r i t u e s

l a re l ac i n m i sm a de l a am i s t ad ; e l H i j o Je ss

e s su l u g a r de acce so y s n t e s i s : e l c a m i n o de

l a am i s t a d t r i n i t a r i a s e hu m an i za y se nos h ace

a s e q u i b l e e n C r i s t o ; e n s u a m i s t a d e n c a r n a d a

en t ramos en ami s t ad con t cx i a l a T r i n i dad .

3

M u c h o s g r a n d e s m s t i c o s c r i s t i a n o s e x p e r i

m e n t a r o n l a e s p i r i t u a l i d a d c o m o a m i s t a d c o n

D i o s . En muchos de sus e sc r i t os l o expre san

as .

V a r a n e n s u e n f o q u e y l e n g u a j e ; a l g u n o s

h a b l a n s i m p l e m e n t e d e a m i s t a d , o t r o s d e

u n i n o d e s p o s o r i o , q u e e s u n a e x p r e s i n

ms po t i c a de l a am i s t a d rad i ca l i z ada . O t ro s

h a b l a n d e i m i t a c i n o s e g u i m i e n t o d e C r is

to , l o cua l i m pl i c a l a am i s t ad con e l Se or , pu es

e s b i en sab i do que l a ami s t ad con Je ss no c rece

t an t o con e l co no c i m i en t o o l a r e l ac i n a fec ti va ,

s i no con l a i m i t ac i n y seg u i m i en t o en l a v i da

p r c t i c a . S i g u a r d i s m i s m a n d a m i e n t o s , p e r

man ece r i s en mi am o r ( Jn 15 ,10) . A Je s s se

l e co no ce (con e l coraz n y l a am i s t ad ) en l a

medi da que se l e s i gue .

L o s m s t i c o s v a r a n t a m b i n e n s u d e v o c i n

(o nfa s i s de re l ac i n) a una u o t ra pe r sona de

l a T r i n i d ad . P e ro t odos l l egan a e s ta re l ac i n a

t ravs de Je suc r i s t o . La re fe renc i a a J e s s c om o

la p u e r t a d e D i o s T r i n i d a d e s u n n i m e ; l a d e

v o c i n a l a h u m a n i d a d d e C r i s t o e s t s i e m p r e

pre sen t e ( s i n e l l a no hay i den t i dad c r i s t i ana ) ,

como cami no que l l eva a l a r e l ac i n con e l

amor de Di os Padre , o a l a expe r i enc i a de l Esp

r i t u , o a vece s a la devoc i n a l a T r i n i d ad co m o

t a l . C o n t o d o , e n m i o p i n i n , l o s m s t i c o s m s

a s e q u i b l e s y p o p u l a r e s s o n l o s m s c r i s t o l -

g icos .

T al vez e l caso m s c la ro y no tab le de la ms

t i c a como ami s t ad sea e l de san t a Te re sa de Je -

31

s us .

El tem a c lave pa ra leer e in te r pr e ta r sus es

t o e senc i a l en su s n t e s i s e sp i r i t u a l . Es qu e s i n


17/52

c r i t os es e l de l a am i s t ad . E l l o , c i e r t a me nt e ,

coinc ide con e l carc te r de la santa ( lo cua l es

p r o p i o d e t o d a s l a s e s p i r i t u a l i d a d e s c r i s ti a

na s ) y con e l hecho de se r muj e r : Te re sa e ra

muy sens i b l e a l a ami s t ad humana ; s t a e ra su

g r a n c u a l i d a d , y o c a s i o n a l m e n t e , p o r l o m i s m o ,

su gran deb i l i dad . (En e l l i b ro de su Vida nos

c u e n t a c m o e l a p e g o a a m i s t a d e s le i m p e d a

e n t r e g a r s e a D i o s m s r a d i c a l m e n t e . )

Es b i en sab i do que e l h i l o conduc t or de l a

e sp i r i t u a l i d ad t e re s i ana es l a o ra c i n . La san t a

va i n t egrando en l a o rac i n l os o t ros va l ore s de

l a v i da c r i s t i ana , ya sea como cont ex t o , como

c o n d i c i n o c o m o f r u t o d e e l la . P o r e x p e r i e n c i a

p r o p i a y a j e n a e s t a b a c o n v e n c i d a d e q u e l a

p r c t i c a d e l a o r a c i n , a u n q u e n o f u e r a l o m s

i m p o r t a n t e d e l a e s p i r i t u a l i d a d c r i s t i a n a ( q u e e s

l a c a r i d a d ) , e s s u p u n t o d e c o n c e n t r a c i n y v e r i

f i c ac i n . A h o r a b i e n , e n l as p r o p i a s p a l a b r a s d e

T e r e s a , o r a r e s t r a t a r d e a m i s t a d c o n D i o s . L a

or ac i n e s un a exp e r i e nc i a de am i s t ad , y l a s e t a

p a s d e s u p r o g r e s o s o n l as e t a p a s q u e p r o f u n d i

zan t an t o la am i s t a d d i v i n a co m o l a c a r i dad f ra

t e r n a . A s , p o r e j e m p l o , l a s s ie te m o r a d a s , q u e

d e s c r i b e n p r o g r e s i v a m e n t e l a e x p e r i e n c i a c o n

Di os en l a o rac i n , son i gua l ment e s i e t e n i ve l e s

p r o g r e s i v o s d e a m i s t a d c o n J e s s y d e f r a t e rn i

dad con l os dems .

Pa ra l a s an t a de Avi l a , l a ami s t ad se concen

t ra e n la h u m a n i d a d d e J e s s . E s b i e n c o n o c i d a

l a d e v o c i n d e T e r e s a d e J e s s a l a h u m a n i d a d

d e C r i s t o . J u n t o c o n l a o r a c i n , es o t r o e l e m e n -

32

la h u m a n i d a d d e J e s s , l a e x p e r i e n c i a d e la

a m i s t a d a l m o d o h u m a n o se d e s v a n e c e . J e s s ,

que nos o f rece su ami s t ad , que nece s i t a de nues

t ra ami s t ad , e s l a g ran mot i vac i n de l a o rac i n

t e re s i ana ; l a g ran i nsp i rac i n de su ami s t ad f ra

t e rna con l os dems . Ms t a rde , s e r a e l mot or

d e s u a d m i r a b l e a c t i v i d a d r e f o r m a d o r a .

33


18/52

4

El camino de la amistad:

la oracin

En realidad, la sntesis y la plenitud de la

amistad con Dios se da en el seguimiento ( la

imitacin) de Cristo, que es la unin de nuestra

voluntad con la suya. En eso consiste el amor de

amistad. En este camino de imitacin, la ora

c in ocupa un lugar pr iv i legiado. Por una par

te , es el al imento del espr i tu, que da vigor y

persistencia a esta imitacin. Por otra parte, la

orac in es en s misma un modo eminente de

imitacin de Jess. En el la lo imitamos en lo

ms impor tante de su personal idad: su n t ima

unin con el Padre. Nuestra oracin nos incor

pora a la oracin de Cristo, y nos hace part ici

par en su propia int im idad y am istad con el

Padre.

Por eso la oracin es cam ino de am istad, y as

lo ha entendido siempre la espir i tualidad cris

t iana y lo ha corroborado la experiencia de los

santos, s iempre que la oracin sea verdadera

me nte crist ia na , es decir , qu e est un ida al se

guim iento de Cr is to y busq ue su im i tac in.

35

Tratar de amistad...

D i o s m e t i e n e , e l a m o r q u e y o p o n g o . L a o r a


19/52

P a r a m e d i t a r e n l a o r a c i n c o m o a m i s t a d ,

nad a me j or qu e m ed i t a r en la de f i n i c i n d e

s a n t a T e r e s a d e J e s s : P o r q u e o r a c i n e s t r a t a r

de am i s t ad , e s t an do m uc ha s vece s a so l a s , con

q u i e n s a b e m o s n o s a m a . E s t a d e f i n i c i n e s

c ls ica ; nos da la sus ta nc ia de toda form a y es

c u e l a d e o r a c i n c r i s t i a n a . A n a l i c m o s l a b r e v e

m e n t e .

T r a t a r d e a m i s t a d . L a o r a c i n es e x p e r i e n

c i a de Di os , qu e a su vez e s exp e r i en c i a de m u

t u a a m i s t a d . L a o r a c i n e x p r e s a n u e s t r a a m i s

t ad con Je ss , l a cu l t i va y ac rec i en t a . De ah s e

g e n e r a n l o s r a s g o s p r o p i o s d e t o d a o r a c i n .

P r i m e r o : la o r a c i n e s u n a r e l a c i n , u n t r a t o

e n t r e d o s p e r s o n a s : l a p e r s o n a d e D i o s y u n o

m i s m o , l o m i s m o q u e l a a m i s t a d es u n a r e l a

c i n en t re dos pe rsonas . La orac i n no e s un

d i l o g o i n t e r i o r c o n u n o m i s m o , c o m o r e c a p a

c i t a c i n , o c o m o r e v i s i n , o c o m o i n t r o s p e c

c i n ; l a r e fe renc i a a Di o s e s e senc i a l . T a m p o c o

e s u n a r e l a c i n c o n u n p r i n c i p i o d i v i n o a b s t r a c

to ,

o con una fue rza supe r i o r , o con una d i v i n i

dad i mp rec i sa ; es un a re l ac i n con un Di os pe r

son a l , h i s t r i co , qu e ac t a en m i v i da y en l a

v i da de l mundo . En e s t o l a m s t i c a c r i s t i ana e s

d i ve rsa de l a m s t i c a o r i en t a l no c r i s t i ana , don

d e e l i n t e r l o c u t o r d e l h o m b r e n o es u n a d i v i n i

d a d p e r s o n a l , s in o u n p r i n c i p i o s u p r e m o , u n

t r m i n o d i v i n o d e f u s i n , e t c .

S e g u n d o : l a e x p e r i e n c i a e s e n c i a l y o r i g i n a l d e

l a o ra c i n c r i s t i an a e s e l am or . E l am or qu e

36

c i n pr og re sa c om o pro gre so ci l a exp e r i en c i a

de l amor . Lo cua l e s p rop i o de l a ami s t ad , cuyo

c o n s t i t u t i v o e s i g u a l m e n t e e l a m o r . A s , e l v a l o r

p r i m o r d i a l d e l a o r a c i n n o e s t e n d e s c u b r i r

i dea s , o en conoce rse me j or , o en sabe r ms re l i

g i n ( l o cua l t am bi n su cede , y n o e s de spre c i a

b le ) ,

s i n o e n a m a r a D i o s . O r a r n o e s p e n s a r

m u c h o , s i n o a m a r m u c h o , e s c r i b e s a n t a T e r e

sa , pu es n o t odos saben razon a r o re f l ex i ona r ,

p e r o t o d o s p u e d e n a m a r .

En e s t o , i gu a l m en t e , l a m s t i c a c r i s t i ana e s d i

versa de la ms t ica or ienta l , en la que e l va lor

p r e d o m i n a n t e s e d a e n l a s a b i d u r a : e n e l c o n o

c i m i e n t o y d o m i n i o d e u n o m i s m o , e n u n s a b er

sup e r i o r q ue re l a t iv i za l a s cosa s y l a s van i d ade s

h u m a n a s , e n l a p e n e t r a c i n d e l o s v a l o r e s a b s o

l u t o s ,

e t c . Es t a s ab i dur a m s t i c a , que no ca rece

de i mpor t anc i a en l a o rac i n c r i s t i ana , en e l l a ,

s i n e m b a r g o , e s t d o m i n a d a p o r l a e x p e r i e n c i a

cen t ra l de l amor .

E l p r i m ad o de l am or en l a o ra c i n e s e l c r i t e

r i o de su ca l i dad y de su p rog re so . Es t am bi n l a

r a z d e s u d i n a m i s m o c o n t e m p l a t i v o y d e s u

gra t u i d ad , qu e l l eva po co a po co a e s t a r con

D i o s a m n d o l o , l o c u a l es p r o p i o d e l a a m i s

t a d . A m a r a D i o s e n l a o r a c i n , s i n r a z o n a m i e n

tos ni sa bi du r a , t i en e un v a lo r en s ; es la

c u m b r e d e l a a m i s t a d .

P e r o q u e d a p e n d i e n t e u n a c u e s ti n f u n d a

ment a l . Qu e s amar en l a o rac i n? Qu e s , en

l t i m o t r m i n o , a m a r a D i o s ? E n e s t o t o d o s l o s

m s t i c o s s o n u n n i m e s . E l a m o r , l a c a r i d a d c r i s-

37

11.ni . i , no cs i en pr imer lugar en la sens ibi l idad

n o b u s c a m o s t i e m p o p a r a t r a t a r d e n u e s t r a s c o


20/52

y en e l sen t im ien to , o en la fuerza de l a fec to.

l Odo e l l o no e s ma l o , pe ro no e s l o e senc i a l ;

puede hace rse o no pre sen t e en l a o rac i n ; pue

d e s e r u n a a y u d a . L o p r o p i o d e l a m o r d e a m i s

t ad con D i os e s l a de t e r m i na c i n de l a vo l u n t a d

de hace r l o que Di os qu i e re en l a v i da p rc t i c a .

Es l a o r i en t ac i n pro fun da de l s e r hac i a el s e

gu i mi en t o e f i c az de C r i s t o . La ca l i dad de l a o ra

c i n s e m i d e p o r l a d e t e r m i n a c i n a q u e c o n d u

ce de p rac t i c a r l a vo l un t ad de Di os . Es t a de t e r

m i n a c i n n o s i e m p r e es e x p l c i t a o a m o d o d e

pr op s i t o con sc i en t e , s i no qu e se da en l a expe

r i enc i a mi sma de l amor c i ami s t ad .

...estando mucha s veces a solas...

L a a m i s t a d se p r a c t i c a y c r ec e c o m p a r t i e n d o

t i e m p o y m o m e n t o s c o n e l a m i g o . S i n o s e d a

t i e m p o a l a m i g o , l a a m i s t a d d e c a e y p u e d e l l e

g a r a e x t i n g u i r s e . D e m o d o s e m e j a n t e , l a o r a

c i n , q u e e s c a m i n o c i a m i s t a d , r e q u i e r e c o m

p a r t i r m o m e n t o s e x c l u s i v o s c o n el a m i g o . S i n o

hacemos t i empo pa ra e s t a r a so l a s con Di os (e so

es l a p rc t i c a ci l a o ra c i n ) , es i m po s i b l e p r o

f u n d i z a r e n s u i n t i m i d a d y a m i s t a d .

Es t e a sp ec t o de l a o rac i n e s e l qu e ms de

p e n d e d e n o s o t r o s , d e n u e s t r a r e s p o n s a b i l i d a d .

Es e l que ms reve la , prc t icamente , l a se r iec iac i

y f i de l i dad de nu es t ra am i s t ad con Je suc r i s t o .

C m o p o d e m o s d e c i r q u e s o m o s s u s a m i g o s s i

38

s a s c o n l a s o la s ? C m o p o d e m o s p e n s a r q u e

l o a m a m o s y q u e q u e r e m o s i m i t a r l o si n o i n

t en t am os e s t a r con l pa ra de c r se l o y ped i r su

grac ia?

En l a am i s t ad , l o e senc i a l e s l a a c t i t u d pe r m a

n e n t e h a c i a e l a m i g o , m s q u e e l n m e r o d e v e

c es q u e n o s e n c o n t r a m o s c o n l . Y e s m s i m

p o r t a n t e l a c a l i d a d d el e n c u e n t r o y d e l t r a t o q u e

s u c a n t i d a d . D e m o d o s e m e j a n t e , es m s i m p o r

t an t e e l e sp r i t u de o rac i n , l a a c t i t ud de o ran t e s

a t r avs de l a v i da , que l a s p rc t i c a s de o rac i n

( a u n q u e s t a s s e a n n e c e s a r i a s p a r a m a n t e n e r l o

pr i me ro ) . Y e s m s i mp or t an t e l a c a l i dad de l os

t i e m p o s d e o r a c i n q u e s u m e r a c a n t i d a d ; l a

d e t e r m i n a c i n d e e n t r e g a r s e a l a v o l u n t a d d e

D i o s , q u e e l m e r o c u m p l i m i e n t o d e t i e m p o s

d e o r a c i n .

P a r a d j i c a m e n t e , l a o r a c i n c r i s t i a n a n o e s,

e n p r i m e r l u g a r , c u e s t i n d e c a n t i d a d d e t i e m p o

( t i ene pr i m ac a l a a c t i t ud y la c a l i dad) ; pe ro e s

i g u a l m e n t e c u e s t i n d e t i e m p o . S i n f i d e li d a d

pe r i d i c a y ha b i t ua l a t i em po s fue r t es y suf i

c i e n t e m e n t e p r o l o n g a d o s d e o r a c i n , n o e s p o s i

b l e mant ene r l a a c t i t ud oran t e en l a v i da n i c a

m i n a r e n l a a m i s t a d c o n J e s s .

...con quien sabemos nos ama

La t e rce ra cons t a t ac i n de la de f i n i c i n t e re -

s i ana e s de ex t re ma i m po r t a nc i a . La ora c i n e s

39

u n t r a t o d e a m i s t a d , u n a r e l a c i n d e a m o r , d o n

c i n e s e l Es p r i t u S an t o . Es t a ve rdad es coh e


21/52

de e l p r o t a go ni s t a e s Di os . La gran exp e r i en c i a

de l a o rac i n e s e l amor que Di os nos t i ene , y

n o t a n t o e l p o b r e a m o r q u e n o s o t r o s p o n e m o s ,

e n c o h e r e n c i a c o n l a i d e n t i d a d d e l c r i s t i a n i s m o ,

seg n e l cua l es Di os e l qu e nos am p r i m ero ,

nos b usca y nos l l am a , y e s te am or e s pa r a s i em

p r e ,

i n c o n d i c i o n a l y n o s a c e p t a t al c u a l s o m o s .

Esta carac ter s t ica de la amis tad de Dios es la

e senc i a de l a o ra c i n . Or a r e s de j a r se am ar p or

D i o s , c r e e r e n s u a m i s t a d i n c o n d i c i o n a l . E l p r i

mer e fec t o de l a o rac i n no e s t an t o l o que nos

o t r o s e n t r e g a m o s , o d e s c u b r i m o s , o e x p e r i m e n

t amos ; e l p r i me r e fec t o de l a o rac i n e s l o que

Di os hace en noso t ros en e l t r anscurso de e l l a .

E n la o r a c i n D i o s a m a ; D i o s n o s t r a b a j a y

t r a n s f o r m a l e n t a m e n t e , p u e s la a m i s t a d d e D i o s

e s s i e m p r e t r a n s f o r m a n t e y l i b e r a d o r a . D e a h

qu e l a e f i c ac i a p ro fu nd a de la o ra c i n sea s iem

p r e m a y o r q u e l a e x p e r i e n c i a s e n t i d a q u e t e n e

mo s de e l l a . Es t a sue l e se r a m en u d o f rus t ran t e ,

d i s t ra da o r i da . Pe ro , a s y t odo , s i empre e s un

encuent ro con la amis tad e f icaz de Dios ; e l fe r

v o r o l a a r i d e z s o n d o s m o d o s d e e x p e r i m e n t a r

e s t a ami s t a d , y s t os van y v i enen s eg n l a fo r

ma en que Di os nos t r aba j a pa ra que c rezcamos

en el la .

Espirita y mtodo

Es un a co nvi c c i n con s t an t e en l a fe de l a

Ig l e s i a qu e e l au t o r y pe r fe cc i on ado r d e l a o ra -

4

r e n t e c o n l a p e r s p e c t i v a q u e h e m o s a d o p t a d o

p a r a m e d i t a r s o b r e la o r a c i n : e l E s p r i t u S a n t o

e s e l am or , l a r e l a c i n de am i s t a d de Di o s he cha

pe r son a ; y si l a o rac i n e s expe r i enc i a de am i s

tad co n D ios , s ta es ob ra de l Es p r i t u y se da en

l . Es e l Esp r i t u de C r i s t o qu i en nos re l ac i ona

e n a m i s t a d c o n J e s s .

E s t a a f i r m a c i n e s o r i g i n a l d e l c r i s t i a n i s m o :

l a o r a c i n l a c o n d u c e e l E s p r i t u S a n t o . A q u

t ambi n su m s t i c a d i f i e re de l a o r i en t a l . La

c o n t e m p l a c i n d e l O r i e n t e r e s a l t a l a c o n c e n t r a

c i n h u m a n a , l o s m t o d o s d e i n t e r i o r i z a c i n y

d e s a s i m i e n t o . L a c o n t e m p l a c i n c r i s t i a n a , e n

c a m b i o , s in d e s p r e c i a r l o s m t o d o s d e o r a c i n ,

l os re l a t i v i za . L o pr i m or d i a l aqu es l a f i de l i dad

a l a s m o c i o n e s d e l E s p r i t u , e n l a c o n t e m p l a

c i n c i e r t a m e n t e , p e r o t a m b i n e n l a v i d a q u e

l a p reced e . La orac i n c r i s t i ana no e s un a ac t i

v i d a d p s i c o l g i c a a l t a m e n t e e n t r e n a d a ( l o c u a l

no s i gn i f i c a de sprec i a r e l concurso de l a ps i co

l og a en l a o rac i n) , s i no an t e s que nada l a a c t i

v i dad de l a f e de ami s t ad gu i ada por e l Esp r i t u

d e J e s s . D e e s t o p o d e m o s s a c a r a l g u n a s c o n s e

cuenc i a s .

P r i m e r o . L a c o n d i c i n p r i m o r d i a l p a r a l a

ora c i n no e s un c i e r t o m t o do o t cn i ca ps i co

lgica , s ino e l vigor de la fe . La orac in se mo

t iva po r la fe y es un a ac t ivid ad de la fe am o ro

sa . Y la fe se aviv a y a l im en ta p or la pa la br a de

Di os ; en l a t r ad i c i n c r i s t i ana , l a l e c t u ra y e scu

cha de l a pa l abra , cons t an t e , d i a r i a , ha s i do

s i e m p r e l a m e j o r p r e p a r a c i n d e l a o r a c i n .

41

N i n g n m t o d o p u e d e s u s t i t u i r l a . S i n e l c o n

c a s o , r e q u i e r e u n a o p c i n , u n e s f u e r z o d e n u e s


22/52

t a d o p e r m a n e n t e c o n l a p a l a b r a d e D i o s , la fe

se deb i l i t a , y una fe db i l no e s c apaz de mot i va r

l a o rac i n de ami s t ad . De ah que s i una pe rso

na qu i e re i n i c i a r se en l a o rac i n , e l p r i me r pa so

a da r e s e l hb i t o de l e e r o e scucha r l a pa l abra .

S e g u n d o . L a o r a c i n e s i n s e p a r a b l e d e l a b s

queda de l a vo l un t ad de Di os ; l a f i de l i dad a e s t a

v o l u n t a d e n l a v i d a d i a r i a es i g u a l m e n t e c o n d i

c i n i nsus t i t u i b l e pa ra l a c a l i dad de l a o ra

c i n . . . S i l a o rac i n va ma l , l o p r i mero a exami

na r e s l a cohe renc i a de l a v i da , l a o r i en t ac i n

p r o f u n d a d e n u e s t r o c o r a z n . D o n d e e st t u t e

soro es t t u co raz n (Mt 6 ,21). En e s te pu nt o ,

s a n t a T e r e s a s e a l a t re s e x i g e n c i a s f u n d a m e n t a

les:

l a c a r i d ad f ra t e rna (e sp ec i a l m ent e el pe rd n

a l os dem s y l a r e co nc i l i a c i n ) , l a pob reza ( so

b r e t o d o c o m o l i b e r t a d i n t e r i o r a n t e p e r s o n a s ,

c o s a s y h o n r a p r o p i a ) , l a h u m i l d a d ( d e j a r q u e

Di os con duz ca nues t ra v i da ) .

T e r c e r o . S u p u e s t o l o a n t e r i o r , l o s m t o d o s y

a y u d a s p s i c o l g i c a s c o m o p r e p a r a c i n i n m e d i a

t a a l a o rac i n no han de se r menosprec i ados .

Inc l uso e s nece sa r i o ; sobre t odo en l a l a rga e t a

pa del ap re nd e r a r e za r y , en gen e ra l , en pe

r od os de d i f i cu l t ad de co nc en t rac i n . En l a o ra

c i n , el m t o do no e s o t ra cosa qu e la m an e ra

d e a y u d a r n o s p a r a c o n c e n t r a r n o s e n D i o s ; p a r a

fac i l i t a r l a t r ans i c i n en t re nues t ra s a c t i v i dades

cor r i en t e s (en que pr i ma e l uso de l os s en t i dos )

y la o ra c i n (en qu e pr i m a l a fe y l a en t re ga d e

l a v o l u n t a d ) . E n c i e r t o s m o m e n t o s , e s t a t r a n s i

c i n se h a c e a r d u a , v i o l e n t a ; e n c u a l q u i e r

42

t ra par te . El mtodo lo fac i l i t a .

E l m t o do de l a o ra c i n h a de ser s enc i l l o , y

m u y p e r s o n a l . C a d a u n o sa b e q u l i b r o , q u

a m b i e n t e o l u g a r , q u p o s t u r a , q u i d e a s , q u

orac i ones voca l e s , e t c . , l e ayudan a re za r . S i n o l

v i da r l a enseanza de l os g randes m s t i cos : e l

m t o d o h a y q u e u s a r l o e n l a m e d i d a q u e e s

n e c e s a r i o , y h a y q u e d e j a r l o c u a n d o n o l o e s,

c u a n d o l a a c c i n d e l E s p r i t u n o lo r e q u i e r e . E n

ese ca so , que e s comn en l os hab i t uados a l a

ora c i n , i ns i s t i r en e l m t o do y ape ga r se a l

e s t o rba l a a cc i n de l Es p r i t u y da a e l p rog re so

de l a o rac i n .

E l m t o d o es m u y p e r s o n a l . S i n e m b a r g o , h a y

c i e r t a s t endenc i a s que son cons t an t e s en l a e s

p i r i t u a l i d a d , y q u e p r o v i e n e n d e l a n a t u r a l e z a

m i s m a d e l a o r a c i n c o m o a m i s t a d c o n J e s s .

F u n d a m e n t a l m e n t e , t o d o s lo s m t o d o s c l s ic o s

pre t en den fac i l i t a r l a r e l a c i n n t i m a con la hu

m a n i d a d d e J e s s , ya s ea r e p r e s e n t n d o l o d e n

t ro o fue ra de noso t ros con ayuda de a l guna e s

cena de l evange l i o , ya l eyendo en e l evange l i o

m i sm o (o en nues t ro s l i b ros p re fe r i dos ) l os pa

s a j e s q u e m s n o s a t r a e n , y a r e p i t i e n d o , a m a n e

ra de l e t an a , una f ra se b b l i c a o i nven t ada , que

v a p e n e t r a n d o e n n u e s t r o c o r a z n y n o s va a b

sorb i endo en Di os . En cua l qu i e r c a so , l a e f i c a

c i a d e c u a l q u i e r m t o d o n o e s t e n g e n e r a r

i dea s o en ayuda r l a i n t rospecc i n , s i no en re

av i va r e l amor de ami s t ad con Je ss .

43

En nasos de barro

m o s d e q u c o n v e r s a r . E n l a o r a c i n , c u a n t o m s


23/52

C o m o e l c a m i n o d e l a a m i s t a d h u m a n a , e l c a

mi no de l a ami s t ad con Je ss en l a o rac i n e s

f rg il y vu l ne r ab l e . Lo l l evam os en va so s de

b a r r o , a l d e c i r d e s an P a b l o . D e b e m o s c u i d a r y

c u l t i v a r l a o r a c i n , c o m o d e b e m o s c u i d a r y c u l

t i va r la fe mi sm a y e l am or de am i s t ad q ue ge

ne ra . Igu a l qu e sucede con l a am i s t ad , qu e

es vu l ne rab l e a cua l qu i e r c r i s i s , conf l i c t o o se

p a r a c i n , l a o r a c i n , l o s a b e m o s p o r e x p e r i e n

c i a , e s f c i l ment e vu l ne rab l e a nues t ra s c r i s i s

p e r s o n a l e s , a n u e s t r o s m o m e n t o s d e d e c a d e n c i a

o a u n a n u e s t r o s c a m b i o s e x t e r i o r e s d e t r a b a j o ,

de l uga r o de re l ac i ones .

De ah l a enseanza de l os m s t i cos : l o ms

i m p o r t a n t e e n l a o r a c i n e s n o a b a n d o n a r l a

nunca . Pe rs i s t i r en e l l a , s i n de j a r se condi c i ona r

por l a s ens i b i l i dad , por e l e s t ado de n i mo o

p o r n u e s t r a i n f i d e l i d a d m o r a l , n u e s t r a s m i s e r i a s

y p e c a d o s . P o r m a l q u e n o s e n c o n t r e m o s , n o

hay q ue cede r a la t en t ac i n ( pu es se t r a t a c i e r

t a m e n t e d e u n a t e n t a c i n d e l d e m o n i o ) d e d e j a r

l a o ra c i n . Es t a es l a n i ca g a ra n t a de fu t ura

s u p e r a c i n ; la a m i s t a d l i b e r a d o r a d e J e s s n o

n o s a b a n d o n a j a m s ; d e ja r la o r a c i n e q u i v a l e ,

po r pa r t e nues t ra , a cor t a r con e s t a ami s t ad .

En f i n , con l a o rac i n sucede l o que con l a

a m i s t a d . C u a n t o m s t r a t a m o s al a m i g o y c o n

v e r s a m o s c o n l , t a n t o m s q u e r e m o s t r a t a r l o y

conv e rsa r con l , m s surge n t ema s de conve rsa

c i n ; c u a n t o m e n o s t r a t a m o s c o n l , t a n t o m e

n o s l o e c h a m o s d e m e n o s y t a n t o m e n o s t e n e -

44

o r a m o s , t a n t o m s n e c e s i t a m o s o r a r y t a n t o m s

l e e n c o n t r a m o s s e n t i d o a l a o r a c i n ; c u a n t o m e

n o s o r a m o s , t a n t o m e n o s s e n t i m o s s u n e c e s i d a d ,

m en os l e ha l l am os sen t i do y m s d i f c il s e nos

hace ora r .

45


24/52

5

La pu r i f i c ac in de l a ami s t ad

E n e l p r o c e s o de l a a m i s t a d h u m a n a e x i s t e n

a l g u n a s e t a p a s c r u c i a l e s n e c e s a r i a s p a r a s u c r e

c im ien to . L a p r im era de e l l a s e s dec i s iva ; es e l

m o m e n t o e n q u e u n a p e r s o n a c o n la q u e t e n a

m o s u n a r e l a c i n d e a m i s t a d e n e l s e n t i d o

m s a m p l i o d e l t r m i n o p a s a a s er a m i g o e n el

s en t ido fue r t e de l a pa lab ra . Es e pa s o im p l i ca

u n a e l e c c i n , u n a v o l u n t a d d e r e l a c i n e s p e c i a l .

L u e g o v i e n e l a e t a p a o l o s m o m e n t o s e n q u e

d e b e m o s p a g a r e l p r e c i o d e l a f i d e l i d a d a l a

amis tad : e l s ac r i f i c io , e l s e rv ic io , e l pe rdn , l a

c o n s t a n c i a , e t c . E n f i n , t e n e m o s t a m b i n l a d i

m en s i n m s d i f c i l de l p roc es o de l a amis tad :

l a p u r i f i c a c i n d e l o s e g o s m o s q u e i n c o n s c i e n

t e m e n t e l a g u a n , d e l o s e n g a o s q u e l a s o s t i e

n e n , d e s e g u n d a s i n t e n c i o n e s i n c o n f e s a d a s , e t c .

La am is ta d s e pu r i f i c a a t ravs de s u m is m a

prc t i ca , de s u m is m o des a r ro l lo ; a tr avs de lo s

m a l o s e n t e n d i d o s , t e n s i o n e s, i n c o m p r e n s i o n e s y

c o n f l i c t o s , q u e c o n s t i t u y e n s u t e ji d o h u m a n o , y

e n l a m e d i d a e n q u e s e v a n s u p e r a n d o . N o h a y

47

p u r i f i c a c i n y m a d u r a c i n d e la a m i s t a d s i n p a

s a o c a s i o n a l y d i s t a n t e ( u n c o n o c i d o ) , y e s

d e s c u b i e r t o c o m o a m i g o v e r d a d e r o , q u e d a se n


25/52

sar por es tas c r i s i s .

Nu es t ra a m i s t a d co n Je ss se de sa r ro l l a y c re

c e p o r u n c a m i n o d e p u r i f i c a c i n s e m e j a n t e .

E s t e c a m i n o c o r r e s p o n d e , m s o m e n o s , a l a s

grane l e s e t apas de l a conve rs i n c r i s t i ana ; e t apas

de muerte a l mal a f in de c recer en la vida nueva

que nos t r a e l a r e l ac i n con Je ss : l a expe r i en

c i a de la am i s t a d d i v i na y de la f ra t e rn i dad un i

v e r s a l . C o m o t o d a p e r s p e c t i v a e n g l o b a n t e d e l a

e s p i r i t u a l i d a d , e l c a m i n o d e l a a m i s t a d c o n J e

ss es pascual : se c rece en e l la pasando por las

m u e r t e s d e s u p u r i f i c a c i n p r o g r e s i v a .

La conversin perman ente

El proceso de nues t ra ami s t ad con Je ss e s un

proceso de conve rs i n . En l a m s t i c a c r i s t i ana ,

c o n v e r s i n t ie n e d o s s i g n if i ca d o s c o m p l e m e n

t a r i os . S i gn i f i c a l a p r i me ra dec i s i n de segu i r a

Je ss y de cambi a r de v i da ; e s e l i n i c i o de l d i sc i

p u l a d o . E n e s t e s e n t i d o , t o d o d i s c p u l o e s u n

c o n v e r t i d o . C o n v e r s i n s i g n i f i c a t a m b i n e l p r o

c e so d e s e g u i m i e n t o d e J e s s c o n l a s e x i g e n c i a s

de cambi o que l nos va p i d i endo; en e s t e s en

t i d o ,

l a c o n v e r s i n e s u n a t a r e a p e r m a n e n t e . S e

p u e d e d e c ir i g u a l m e n t e q u e n i n g n d i s c p u l o

e s t t o t a l m e n t e c o n v e r t i d o .

L a a m i s t a d c o n C r i s t o i m p l i c a p a r a n o s o t r o s

e x p e r i m e n t a r e s t a s d o s d i m e n s i o n e s c i l a c o n

v e r s i n . L a p r i m e r a c o n v e r s i n e s e l m o m e n

t o en que Je ss de j a de se r una re l ac i n re l i g i o -

48

t i d o p l e n o a n u e s t r a v i d a y a l q u e q u e r e m o s

a m a r y s e g u i r. L a c o n v e r s i n p e r m a n e n t e a

Je s s e s e l c a m i n o en qu e e s ta ami s t ad se va

p r o f u n d i z a n d o y p u r i f i c a n d o p o r l a m u e r t e

pro gre s i v a a t odo l o qu e en noso t ros se op on e a

e l l a . J e s s . m i s m o n o s h a a d v e r t i d o q u e s i q u e

r e m o s s e g u i r l o p o r a m i s t a d h a y q u e n e g a r s e a s

mi smo, t omar su c ruz cada d a (Mt 16 ,24) , mor i r

co m o e l g r an o de t r i g o ( Jn 12 ,24) y e s t a r d i s

p u e s t o a r e n u n c i a r a to d o a q u e l l o i n c o m p a t i b l e

con las ex ige nc ias de su am is t ad (Le 14,33) .

P e r o e s t a c o n v e r s i n p e r m a n e n t e n o d e p e n d e

t o d a , n i m u c h o m e n o s , d e n o s o t r o s . E n p a r t e ,

s ; p o d e m o s e s f o r z a r n o s , d e j a r v i c i o s y m a l o s

h b i t o s , l u c h a r c o n t r a l a s t e n t a c i o n e s , t r a b a j a r

sobre nu es t ra s fo rmas de eg o s m o y de fec tos de

carc ter a f in de ser ms l ibres y f ra te rnos . (Es lo

q u e l o s e s p i r i t u a l e s l l a m a n l a c o n v e r s i n ac

t i va . ) Pe ro n ue s t ro e s fue rzo pe r son a l y l a de

c i s i n d e n u e s t r a v o l u n t a d l o s a b e m o s p o r

expe r i enc i a no l l ega muy l e j os . Hay de fec t os

y e g o s m o s q u e n o v e m o s ; m i s e r i a s y v i c io s q u e ,

s i b i e n l o s v e m o s , n o p o d e m o s s u p e r a r p o r d e b i

l i dad , i nco ns t an c i a o f rag i l i dad . To d a es t a d i

m e n s i n o s c u r a d e n u e s t r a a m i s t a d c o n D i o s ,

a n t e la c u a l s o m o s p r c t i c a m e n t e i m p o t e n t e s ,

req u i e re se r pu r i f i c ad a p or la i n t e r ven c i n de l

E s p r i t u S a n t o , q u e n o s v a t r a b a j a n d o y d e s

a r r a i g a n d o l a s r a c e s d e l m a l , a m e n u d o a p e s a r

n u e s t r o . ( L o s e s p i r i t u a l e s l l a m a n a e s to l a c o n

ve rs i n p a s i v a . En el l eng ua j e d e san Ju an de

49

la C ruz , no ch e pa s i va , r e l a t i va a l a no ch e

ac t i v a , qu e e s e l a spe c t o an t e r i o r . )

t i c o s , o a c o r r i e n t e s a n t r o p o l g i c a s e x t r a a s a l


26/52

Act i va o pa s i va , e l p roce so de l a conve rs i n a

J e s s t i e n e u n f a c t o r c o m n : i m p l i c a l a r e n u n

c i a i n t e r i o r y ex t e r i o r , p e r s on a l y soc i a l , a t odo

a q u e l l o q u e h a y d e m a l e n n o s o t r o s , q u e n o s

a t r a e y q u e r r a m o s m a n t e n e r . C o m o t o d a r e

nu nc i a , l a conve rs i n t i ene un prec i o : e l su f r i

miento, l a c r i s i s , l a aceptac in de la c ruz , s in lo

c u a l n o h a y m u e r t e . P u e s , d a d a la c o n d i c i n

h u m a n a i n c l in a d a a l m a l , a u n q u e l as m u e r

t e s

s e an p a r a v i v ir m s , s ie m p r e n o s p r o d u c e n

do l or , vac o ap a re n t e y a rd ua d i f i cu l t ad ( l a s

n o c h e s d e J u a n d e l a C r u z ) .

El amor que mata

Por qu es es to as ? Por qu e l camino de la

a m i s t a d y d e l s e g u i m i e n t o d e J e s s , a t r a c t i v o y

a m a b l e , c o n t i e n e es ta d i m e n s i n a r d u a y d o l o -

r o s a , h a s t a e l p u n t o d e q u e m u c h s i m o s n o e m

p r e n d e n e s te c a m i n o o l o a b a n d o n a n ? E n u n a

pa lab ra , p or qu toda forma de pu ri f i cac in cic

la amis tad de Chis to, s iendo tan necesar ia y l ibe

r a d o r a , e s a l m i s m o t i e m p o d o l o r o s a ?

C i e r t ament e se r a un e r ror pensa r que e s t o se

debe a una dec i s i n de Di os , que qu i e re hace r de

l a re l i g i n a l go d i f c i l o p re t ende pone r un pre

c io a su amis tad. Esa idea de Dios no ser a c r i s

t i a n a : D i o s es p u r o a m o r y g i a t u i d a d , y b u s c a

s l o nues t ra fe l i c i dad . Tampoco e l hecho se

debe a un p e s i m i sm o de la Ig l e s ia y de sus m s -

5

e v a n g e l i o q u e se h u b i e r a n i d o i n f i l t r a n d o e n s u

e sp i r i t ua l i dad . E l hecho de l a pur i f i c ac i n , a l

m i sm o t i e m po necesa r i a y do l oro sa , s e debe a l a

n a t u r a l e z a d e l a c o n d i c i n h u m a n a ; e s e n c i a l

me nt e , a qu e Je ss e s Di o s y no so t ro s no l o so

m o s , l e s e l s an t o y no so t r os n o . E l l o c rea , ne

c e s a r i a m e n t e , u n a d e s p r o p o r c i n e n t r e l o s d o s

po l os de l a ami s t ad (l y nos o t ro s ) , que se tr a

d u c e e n u n a e s e n c i a l i n a d e c u a c i n , p o r p a r t e

nues t ra , a l a ami s t ad que Je ss nos o f rece . La

ve rdad p a rad j i c a e s cure l a pur i f i c ac i n do l oro

sa e s un e fec t o i nev i t ab l e de nues t ro p rogre so

m i s m o e n la a m i s t a d d i v i n a . R e c o r d e m o s

n o s d i c e l a p a l a b r a d e D i o s c m o f u e p r o

b a d o A b r a h n , n u e s t r o p a d r e ; y p u r i f i c a d o p o r

m u c h a s t r i b u l a c i o n e s , l l e g a s er a m i g o d e

D i o s ( Jd t 8 , 22).

San Juan de l a C ruz exp l i c a e s t o con e l e j em

pl o de l fuego y la lea . La lea y e l fuego son

am i g os . Es t n hec hos e l u n o pa ra el o t ro . E l

con t ac t o m u t u o l os fund e e i den t i f i c a : a l e cha r

l ea a l fuego , s t a p

Galilea Segundo La Amistad de Dios

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