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FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SÉRGIO AROUCA

DEPARTAMENTO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO DE SISTEMAS E SERVIÇOS DE SAÚDE

MESTRADO PROFISSIONAL DE GESTÃO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE SAÚDE

Dissertação de mestrado

AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVAS E DELINEAMENTO DE ESTRATÉGIAS

PARA A GESTÃO DA INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS ASSOCIADAS

À PREVENÇÃO SECUNDÁRIA E AO TRATAMENTO DA

FRATURA DE FÊMUR OSTEOPORÓTICA

EM MULHERES

MARIA DOLORES SANTOS DA PURIFICAÇÃO NOGUEIRA

Dissertação apresentada à

Escola Nacional de Saúde Pública

Sérgio Arouca, como exigência parcial para a

obtenção do Título de Mestre

em Saúde Pública

Orientadora: Prof.ª Dra. Letícia Krauss Silva.

Rio de Janeiro, novembro de 2009

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FICHA CATALOGRÁFICA

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3

DEDICATÓRIA

Dedico esta dissertação aos meus

pais, que, mesmo diante das muitas

dificuldades sociais e financeiras,

valorizaram a educação e me

incentivam em todas as fases da

minha vida acadêmica. Amo vocês.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Senhor Jesus pela sua salvação, pela constante presença na minha vida e

pelo conforto nas horas de dificuldades durante esses meses de mestrado.

Ao meu marido Wilkem, que amo muito, pelo incentivo e dedicação e por ter me

apoiado integralmente durante esse período.

Aos meus pais, Edésio e Ana Mª, pelos princípios que me transmitiram e educação que

me concederam.

À Eliane, Edleusa, Liliane, Rosa, Doglas, Léo, Luis, Artur e Pedro pela compreensão e

constante incentivo.

Aos irmãos da igreja pelas orações e apoio

Aos meus colegas de mestrado pelo incentivo, em especial à Cleonice, Suzana e

Lourdes, que me ensinaram bastante durante os meses de convivência.

À professora Letícia pela proposta e orientação desse trabalho.

À Renata, Jussara, Wellington e à toda a equipe da ENSP envolvida nesse mestrado

pela paciência e orientação.

À Mariane e Camila pelas orientações e disponibilidade de ajudar em pontos específicos

desse trabalho.

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5

RESUMO

Trata-se de uma avaliação tecnológica parcial da prevenção secundária da fratura

de fêmur osteoporótica, através de screening com densitometria óssea e drogas

antiosteoporóticas, comparada com a alternativa expectante, com relação a mulheres de

65 anos ou mais; essas alternativas foram complementadas ou por cuidado regular,

corrente no SUS, ou pela atenção dispensada no Instituto Nacional de Traumatologia e

Ortopedia – INTO, considerada de excelência, incluindo, de rotina, o cuidado

reabilitativo hospitalar e domiciliar. Mais que selecionar as alternativas mais efetivas

para a gestão da atenção ao problema fratura osteoporótica de fêmur, o estudo teve a

finalidade de fornecer subsídios para a condução de análises subseqüentes de custo-

efetividade e de custo-utilidade.

Duas análises de decisão, complementares, foram elaboradas para desenvolver o

estudo; elas foram baseadas em um modelo subjacente da história clínica da fratura

osteoporótica de fêmur. A 1ª análise de decisão focalizou alternativas de prevenção

secundária _ rastreamento da osteoporose, com tecnologia de densitometria óssea, e

administração de antiosteoporótico ou, apenas, o uso de cálcio e vitamina D_ versus a

alternativa expectante, tendo como desfecho fraturas de fêmur. A segunda análise de

decisão abrangeu a alternativa antiosteoporótica mais efetiva, segundo a análise

anterior, e a alternativa expectante, ambas complementadas ou por cuidado regular,

corrente no SUS, ou pela atenção dispensada no Instituto Nacional de Traumatologia e

Ortopedia – INTO, nos casos de fraturas de fêmur, tendo como desfechos vidas salvas e

anos de vida ganhos.

As árvores de decisão foram preenchidas com valores sugeridos pela melhor

evidência disponível. Especificamente, a comparação dos efeitos dos antiosteoporóticos

avaliados teve por base os resultados de ensaios clínicos bem desenhados. Dados do

SIH- SUS foram utilizados para a estimativa relativa à atenção regular no SUS; dados

de pacientes do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia – INTO foram obtidos

a partir de estudo prospectivo específico conduzido naquele serviço.

O presente estudo não mostrou diferença na efetividade dos diferentes

antiosteoporóticos avaliados em termos de fraturas evitadas. A maioria dos poucos

estudos existentes apresenta limitações metodológicas, havendo necessidade de mais

avaliação desses medicamentos para se conhecer o real benefício do uso dos mesmos,

principalmente, no longo prazo.

Os resultados do presente trabalho indicam que as medidas de prevenção

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secundária de fraturas osteoporóticas são pouco efetivas, acrescentando um pequeno

número de anos de vida ganhos à alternativa expectante. Não é possível afirmar que a

prevenção secundária deve ser indicada para implementação e difusão no sistema de

saúde público brasileiro. Para isso, é necessária a condução de análises de custo-

efetividade e de custo-utilidade, levando em conta as alternativas comparadas até a fase

terapêutica e reabilitadora.

Em termos de vidas salvas e anos de vida ganhos, os serviços do SUS em geral

mostraram melhores resultados do que o INTO para a taxa geral de letalidade hospitalar

e para as taxas de letalidade segundo sexo, faixa etária e tipo de fratura. No entanto,

esses resultados, provavelmente, não refletem diferenças de efetividade técnica,

considerando que o INTO é um centro de excelência do SUS e centro de referência em

traumatologia, que compreende procedimentos eficazes de reabilitação, em nível

hospitalar e doméstico, de rotina, o que é infreqüente no SUS em geral.

Para melhor comparar a efetividade técnica do SUS e do INTO é imprescindível

uma análise da estrutura de risco dos respectivos pacientes e o corrrespondente ajuste, o

que não foi possível, dado a limitação dos dados disponíveis no SIH-SUS. Também,

para melhor comparar as alternativas de prevenção secundária e expectante, dos pontos

de vista do SUS e da sociedade, é necessária a condução de análises de custo-

efetividade e de custo-utilidade, considerando a avaliação da efetividade com o ajuste

de risco, de forma a subsidiar o gestor do SUS quanto à melhor alternativa, daqueles

pontos de vista, na tomada de decisão quanto à oportunidade do uso de recursos

escassos na melhoria da efetividade técnica e eficiência do SUS em relação ao problema

fratura de fêmur osteoporótica.

Palavras-chave: fratura de fêmur, osteoporose, prevenção secundária, efetividade,

antiosteoporótico

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7

ABSTRACT

The present study constitutes a partial health technology assessment of

secondary prevention of osteoporotic hip fractures through screening, composed by

bone densitometry and antiosteoporotic drugs, compared with the expectant alternative,

regarding women � 65 year old; those alternatives were complemented by either

average care or special care for the corresponding hip fractures. Other than selecting

the most effective strategies for the management of the problem osteoporotic hip

fractures, the present study had the purpose of providing information to conduct cost-

effectiveness and cost-utility analyses.

Two decision analyses were elaborated to carry out the study; they were based

on a previously designed subjacent model of the clinical history of osteoporotic

fractures. The first decision analysis focused on the screening composed by bone

densitometry and antiosteoporotic drugs compared with the expectant alternative. The

second decision analysis encompassed the most effective secondary prevention strategy,

according to the first analysis, and the expectant strategy, both alternatives

complemented by either average care or special care (National Institute of

Traumatology and Orthopedics) for the corresponding hip fractures.

Decision tree figures were filled in using the best evidence available.

Specifically, the comparison of the effects of antiosteoporotic drugs was carried out

through the analysis of the evidence produced by well designed trials; Brazilian

Hospital Information System- SIH/SUS databases as well as clinical data produced by a

prospective study conducted at the National Institute of Traumatology and Orthopedics

were used to provide the figures related to hip fractures care.

The first decision analysis suggests that secondary prevention measures have

low effectiveness in preventing hip fractures as compared to the expectant alternative.

The second decision analysis showed low effectiveness of secondary preventive

technologies in terms of saved lives and years of live saved. In order to recommend or

not the implementation and dissemination of the most favorable screening alternative in

the Brazilian public health system, it is essential to conduct a cost-effectiveness

analysis.

The study showed that the average overall hospital mortality rates as well as the

average hospital mortality according to sex and according to age strata at the Brazilian

public Health System were lower than those observed at the National Institute.

However, these results do not probably reflect differences in effectiveness of hospital

plus rehabilitative care as many other powerful prognostic factors, such as interval time

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between fracture and hospital admission, as well as comorbidities, were not taken into

account to adjust the outcomes because they are not registered by the Brazilian Hospital

Information System- SIH/SUS.

Keywords: hip fracture, osteoporosis, secondary prevention, effectiveness, treatment.

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 18

2 – INFLUÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO ................................. 21

3 – TECIDO ÓSSEO: COMPOSIÇÃO, FUNÇÃO E METABOLISMO .......................... 23

4 – FATORES RELACIONADOS AO PROBLEMA DA OSTEOPOROSE .................... 33

4.1 – Osteoporose ................................................................................................................. 33

4.2 – Medida da Densidade Mineral Óssea .......................................................................... 34

4.3 – Prevalência da Osteoporose e Incidência da Fratura de Fêmur Osteoporótica ........... 39

4.4 – Fatores de Risco para Fratura de Fêmur Osteoporótica .............................................. 42

4.5 – Promoção da Saúde com Enfoque na Osteoporose e Fratura de Fêmur ...................... 46

4.6 – Tratamento da Osteoporose e Prevenção da Fratura ................................................... 48

4.7 – Tratamento da Fratura de Fêmur Osteoporótica .......................................................... 49

5 – OBJETIVOS .................................................................................................................. 51

5.1 – Objetivo Geral ............................................................................................................. 51

5.2 – Objetivos Específicos .................................................................................................. 51

6 – METODOLOGIA .......................................................................................................... 52

6.1 – Modelo Subjacente à Análise de Decisão.................................................................... 52

6.2 – Racional da Análise de Decisão .................................................................................. 56

6.3 – Dados para Análise de Decisão ................................................................................... 61

7 – RESULTADOS ............................................................................................................. 67

7.1 – Primeiro Recorte: ......................................................................................................... 67

7.2 – Segundo Recorte: ......................................................................................................... 90

8 – ANÁLISES DE SENSIBILIDADE ............................................................................ 116

8.1 – Análise de sensibilidade para o primeiro recorte. ...................................................... 116

8.1 – Análise de sensibilidade para o segundo recorte. ...................................................... 117

9 – DISCUSSÃO ............................................................................................................... 118

10 – CONCLUSÃO ........................................................................................................... 131

10 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 133

13 - ANEXOS .................................................................................................................... 146

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LISTA DE SIGLAS

ATS – Avaliação de Tecnologias em Saúde

DMO – Densidade Mineral óssea

DXA – Absormetria com Raio-X de Dupla Intensidade

FFO – Fratura de Fêmur Osteoporótica

INTO – Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia

IC – Intervalo de Confiança

QALY – Quality Adjusted Life Years (Anos de Vida Ajustados por Qualidade)

RR – Risco Relativo

SIH – Sistema de Informação Hospitalar

SUS – Sistema Único de Saúde

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11

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Reguladores locais e sistêmicos do metabolismo ósseo .............................. 32

Quadro 2 – Definição de osteoporose pela Organização Mundial de Saúde.................. 35

Quadro 3 - Sumário dos achados dos estudos avaliados ................................................ 83

Quadro 4 - Resumo da eficácia dos medicamentos avaliados e taxas de aderência ....... 86

Quadro 5- Resumo dos dados de interesse para análise de decisão – recorte II........... 108

Quadro 6 - Cálculo da efetividade em anos de vida ganhos, considerando a alternativa

de prevenção secundária, de mulheres fraturadas atendidas no INTO e no SUS em geral

...................................................................................................................................... 112

Quadro 7- Cálculo da efetividade em anos de vida ganhos, considerando a alternativa

tradicional, de mulheres fraturadas atendidas no INTO e no SUS em geral ................ 113

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12

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Esquema da História Natural da Doença (HND) .......................................... 53

Figura 2 – Árvore de decisão preliminar 1 - Tecnologias de Prevenção Secundária:

rastreamento seguido de uso de antiosteoporóticos versus não intervenção na história

natural de doença ............................................................................................................ 55

Figura 3 – Árvore de decisão preliminar 2 - Tratamento da FFO no SUS e no INTO .. 56

Figura 4 – Seleção de estudos obtidos na estratégia de busca do alendronato ............... 68

Figura 5 – Seleção de estudos obtidos na estratégia de busca do Risedronato ............. 71

Figura 6 – Seleção de estudos obtidos na estratégia de busca do Ranelato de Estrôncio

........................................................................................................................................ 75

Figura 7 – Seleção de estudos obtidos na estratégia de busca do Ácido Zoledrônico ... 77

Figura 8 – Seleção de estudos obtidos na estratégia de busca do Cálcio e Vitamina D . 80

Figura 9 - Árvore de decisão – recorte I: alternativas de prevenção secundária ........... 89

Figura 10 - Árvore de decisão – recorte II: tratamento da fratura de fêmur osteoporótica

no SUS e no INTO/medida de prevenção secundária .................................................. 109

Figura 11 – Árvore de decisão – recorte II: tratamento da fratura de fêmur osteoporótica

no SUS e no INTO/alternativa tradicional ................................................................... 110

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13

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Acurácia prognóstica da medida de DMO por DXA para fraturas de fêmur

para uma população hipotética de 1000 mulheres com idade � 65 anos ........................ 87

Tabela 2 - Freqüência de internação por faixa etária de mulheres com idade � 65 anos

para FFO no SUS no ano de 2007 .................................................................................. 91

Tabela 3 – Tipo de saída hospitalar por faixa etária e por tipo de fratura de mulheres

com idade � 65 anos internadas no SUS para tratamento de FFO no ano de 2007 ........ 93

Tabela 4 – Tempo de permanência hospitalar de mulheres com idade � 65 anos

internadas no SUS para tratamento de FFO no ano de 2007 ......................................... 94

Tabela 5 –Procedimentos realizados em mulheres com idade � 65 anos internadas no

SUS para tratamento de FFO no ano de 2007 ................................................................ 96

Tabela 6 – Freqüência de internação por faixa etária de mulheres com idade � 65 anos

para tratamento de FFO no INTO entre junho/2007 e junho/2008 .............................. 101

Tabela 7 – Mortalidade intra-hospitalar por faixa etária de mulheres com idade � 65

anos internadas para tratamento de fratura de fêmur no INTO entre junho/2007 e

junho/2008 .................................................................................................................... 102

Tabela 8 – Tipo de saída hospitalar, por tipo de fratura e por faixa etária de mulheres

com idade � 65 anos internadas para tratamento de fratura de fêmur no INTO entre

junho/2007 e junho/2008 .............................................................................................. 104

Tabela 9 – Tempo de permanência hospitalar de mulheres com idade � 65 anos

internadas para tratamento de FFO no INTO entre junho/2007 e junho/2008 ............ 105

Tabela 10 – Expectativa de sobrevida da população de brasileira do sexo feminino por

idade – 2007 ................................................................................................................. 111

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14

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – - Freqüência de internação por tipo de fratura de mulheres com idade � 65

anos atendidas no SUS para tratamento de FFO no ano de 2007 ................................... 91

Gráfico 2 – Freqüência de internação no SUS por faixa etária e por tipo de fratura de

mulheres com idade � 65 anos para tratamento de FFO no SUS no ano de 2007 ......... 92

Gráfico 3 – Mortalidade intra-hospitalar por faixa etária de mulheres com idade � 65

anos internadas no SUS para tratamento de FFO no ano de 2007 ................................. 93

Gráfico 4 – Mortalidade intra-hospitalar por faixa etária e por tipo de fratura de

mulheres com idade � 65 anos internadas no SUS no ano de 2007 para tratamento de

fratura proximal de fêmur ............................................................................................... 94

Gráfico 5 – Tipo de tratamento e mortalidade intra-hospitalar de mulheres com idade �

65 anos internadas no SUS para tratamento da FFO no ano de 2007 ............................ 97

Gráfico 6 – Percentual de internações no SUS por FFO em mulheres com idade � 65

anos no ano de 2007 por região ...................................................................................... 98

Gráfico 7 – Mortalidade intra-hospitalar de mulheres com idade � 65 anos internadas

no SUS no ano de 2007 para tratamento de FFO por região .......................................... 98

Gráfico 8 – Freqüência de fratura de colo de fêmur e transtrocantérica em mulheres com

idade � 65 anos internadas para tratamento no SUS no ano de 2007 ............................. 99

Gráfico 9 – Tipo de tratamento e mortalidade intra-hospitalar por tipo de tratamento de

mulheres com idade � 65 anos internadas no SUS ....................................................... 100

Gráfico 10 - Tipo de fratura de fêmur em mulheres com idade � 65 anos internadas para

tratamento no INTO entre junho/2007 e junho/2008 ................................................... 101

Gráfico 11- Freqüência de internação por tipo de fratura e por faixa etária de mulheres

com idade � 65 anos para tratamento de FFO no INTO entre junho/2007 e junho/2008

...................................................................................................................................... 102

Gráfico 12 – Mortalidade intra-hospitalar por faixa etária de mulheres com idade � 65

anos internadas para tratamento de fratura de fêmur no INTO entre junho/2007 e

junho/2008 .................................................................................................................... 103

Gráfico 13 – Mortalidade até 3 meses pós-fratura por faixa etária de mulheres com

idade � 65 anos internadas para tratamento de fratura de fêmur no INTO entre

junho/2007 e junho/2008 .............................................................................................. 104

Gráfico 14 – Mortalidade intra-hospitalar por tipo de fratura e por faixa etária de

mulheres com idade � 65 anos internadas para tratamento de fratura de fêmur no INTO

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15

entre junho/2007 e junho 2008 ..................................................................................... 105

Gráfico15- Freqüência de internação por tipo de procedimento de mulheres com idade �

65 anos para tratamento de fratura proximal de fêmur no INTO entre junho/2007 e

junho/2008. ................................................................................................................... 106

Gráfico 16 – Tipo de tratamento e mortalidade intra-hospitalar de mulheres com idade �

65 anos internadas para tratamento de FFO no INTO entre junho/2007 e junho/2008 107

Gráfico 17 – Tipo de tratamento e mortalidade de até três meses pós fratura de mulheres

com idade � 65 anos internadas para tratamento de FFO no INTO entre junho/2007 e

junho/2008. ................................................................................................................... 107

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16

LISTA DE ANEXOS

Anexo A - Estratégia de busca de revisão sistemática, metanálise e ensaios clínicos

randomizados de estudos que avaliem a eficácia dos anti-osteoporóticos indicados para

a prevenção de fratura de fêmur. .................................................................................. 146

Anexo B - Protocolo para análise de revisões sistemáticas e metanálise sobre os

antiosteoporóticos indicados para a prevenção de fratura de fêmur ............................. 147

Anexo C - Protocolo de análise de ensaios clínicos – análise de evidências sobre

intervenções terapêuticas para prevenção de fratura de fêmur ..................................... 149

Anexo D - Resultados das buscas no Medline ............................................................ 151

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17

EPÍGRAFE

“...Porque o temor do Senhor é o princípio do saber...” (PV 1:7a)

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18

1 – INTRODUÇÃO

Os últimos anos têm sido marcados pelo intenso processo de inovação

tecnológica, nas mais diversas áreas do conhecimento e na área da saúde não têm sido

diferente. A diversidade de tecnologias que têm surgido na área da saúde tem

demandado a necessidade de medidas de avaliação dessas tecnologias de forma a filtrar

aquelas que, de fato, trazem benefícios para a saúde individual e coletiva, daquelas que,

apesar de muitas vezes serem vastamente utilizadas, não mostram benefícios. Sabe-se

que o avanço tecnológico tem trazido ganhos em termos de aumento da expectativa de

vida e diminuição da morbidade e seqüelas, porém o aumento, muitas vezes

desenfreado, do uso de tecnologias tem elevado os custos da assistência à saúde. De

acordo com Krauss1, o intenso processo de inovação tecnológica em curso nos últimos

trinta anos está associado a um expressivo crescimento no custo da assistência médica,

levando a maioria dos países a implementar reformas no setor saúde.

A avaliação tecnológica em saúde surgiu da necessidade de melhor avaliar as

tecnologias utilizadas na área da saúde, de forma a auxiliar na tomada de decisão tanto

na prática clínica quanto em nível de políticas e programas de saúde. De acordo com

Banta & Luce2 a Avaliação Tecnológica em Saúde - ATS é a síntese do conhecimento

produzido sobre as conseqüências da utilização das tecnologias e produz subsídio

técnico significante para a tomada de decisão sobre difusão e incorporação de

tecnologias em saúde.

Segundo Krauss1, a avaliaçõe tecnológica compreende muitas dimensões, entre

as quais destacam-se as de acurácia (de tecnologias diagnósticas), eficácia

(probabilidade de benefício de uma tecnologia em condições ideais), segurança

(probabilidade de efeitos colaterais e adversos), efetividade (probabilidade de benefício

em condições ordinárias, locais), custo-efetividade, custo-utilidade, impacto, eqüidade e

ética. Ainda refere que o seu objetivo primordial é fornecer aos formuladores de

políticas subsídios relativos a alternativas tecnológicas, contribuindo para a definição de

políticas de regulação do uso das tecnologias.

Várias tecnologias foram desenvolvidas com o alvo no problema da osteoporose,

uma vez que este tem sido atualmente apontado como um sério problema de saúde

pública em diversos países. Isso se justifica pelo crescente envelhecimento da população

mundial e também brasileira, que conferirá importância ainda maior à osteoporose em

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19

um futuro próximo3, pelo alto custo para o sistema de saúde que representa uma fratura

de fêmur em idosos, assim como pela elevada taxa de morbimortalidade e pela

diminuição da qualidade de vida proporcionada por este tipo de fratura. Entre as

tecnologias mais discutidas sobre o tema osteoporose destacam-se as tecnologias de

rastreamento e avaliação do risco de ocorrência de fraturas de fêmur e as tecnologias

medicamentosas.

No Brasil, apesar de já haver discussões sobre o tema, não existem muitos dados

relacionados ao impacto da osteoporose, no entanto, considerando os dados

internacionais e o envelhecimento da população brasileira, assume-se que a osteoporose

e a ocorrência de fraturas de fêmur é (ou se tornará) um problema de saúde pública.

Neste contexto, o Ministério da Saúde publicou, no final de 2007, a Portaria nº 3213,

que institui um comitê para assessorar políticas de prevenção e promoção dos cuidados

da osteoporose e de quedas na população idosa4 que, entre outras coisas, compete

promover o levantamento situacional de saúde da população idosa portadora da

osteoporose e propor estratégias para o enfrentamento das situações encontradas.

Para Krauss1 o uso racional de tecnologia implica a seleção de tecnologias a serem

financiadas e a identificação das condições ou subgrupos em que elas deverão ser

utilizadas, no sentido de tornar o sistema de saúde mais eficiente para o objetivo de

proteger e recuperar a saúde da população. É com essa visão que este trabalho foi

proposto, de forma a subsidiar a tomada de decisão em relação ao planejamento e

alocação de recursos voltados para o problema da osteoporose no Brasil. E para a

tomada de decisão é necessário avaliar o impacto da incorporação das tecnologias pelo

sistema saúde, o que envolve o impacto em benefício para a saúde e qualidade de vida e

os custos envolvidos no uso dessas tecnologias, nos diferentes momentos da história

natural da doença.

Portanto, neste trabalho pretende-se, realizar uma avaliação, ainda que limitada,

das tecnologias de prevenção secundária e de tratamento da fratura de fêmur

osteoporótica - FFO, explondo-se as dimensões de efetividade e utilidade, a partir de

evidências científicas e dados nacionais, de forma a compor o conjunto de informações

necessárias para a análise de decisão, instrumento da ATS vastamente utilizado para a

avaliação de tecnologias em saúde. A questão que se coloca é: Qual é a estratégia de

alocação de recursos mais custo-efetiva para o Sistema Único de Saúde - SUS, investir

em intervenções antiosteoporóticas ou investir em melhoria da qualidade no tratamento

das fraturas de fêmur?

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A fim de melhor direcionar o andamento deste trabalho, algumas perguntas

foram elaboradas e pretende-se conseguir respostas para todas ou pelo menos algumas:

Quantas fraturas de fêmur poderiam ser evitadas por diferentes intervenções

antiosteoporóticas? Quanto representa cada fratura evitada em termos de anos de vida

ganhos? Existe diferença na eficácia e efetividade entre as tecnologias terapêuticas de

prevenção secundária da fratura de fêmur osteoporótica? As tecnologias de prevenção

secundária da fratura de fêmur osteoporótica deveriam ser indicadas para os pacientes

do SUS? Se sim, quais as tecnologias a serem indicadas, considerando a acurácia, a

efetividade e as razões de custo-efetividade? Quanto representa cada fratura

adequadamente tratada em termos de anos de vida ganhos com qualidade? Existe

diferença na efetividade e utilidade entre os tratamentos da fratura de fêmur

osteoporótica disponíveis no SUS e em um serviço de excelência do SUS , ou seja, no

INTO? Qual a melhor alternativa em termos de sobrevida e QALY: canalizar recursos

para as tecnologias de prevenção secundária da fratura de fêmur osteoporótica ou

proporcionar um tratamento adequado para as fraturas de fêmur instaladas, ou realizar

as duas intervenções?

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2 – INFLUÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO

O envelhecimento da população mundial tem se tornado tema de debate nos

diversos setores da sociedade, uma vez que, tem afetado tanto países desenvolvidos

quanto aqueles em desenvolvimento. Segundo a Organização das Nações Unidas –

ONU o número de pessoas com mais de 60 anos corresponde a mais de 12% da

população mundial, sendo que um em cada 10 habitantes do planeta já tem mais de 60

anos5.

Nas últimas décadas, observou-se um nítido processo de crescimento da

população de idosos, em números absolutos e relativos. Em 1950, eram cerca de 204

milhões de idosos no mundo e já em 1998 este contingente alcançava 579 milhões de

pessoas, um crescimento de quase 8 milhões de pessoas idosas por ano. As projeções

indicam que, em 2050, a população idosa será de 1,9 bilhões de pessoas6. A

Organização das Nações Unidas considera o período de 1975 a 2025 como a “Era do

Envelhecimento”. Nos países em desenvolvimento, esse envelhecimento populacional

foi ainda mais significativo e acelerado. Destaca a ONU: enquanto nas nações

desenvolvidas, no período de 1970 a 2000, o crescimento observado foi de 54%, nos

países em desenvolvimento atingiu 123%7.

As projeções populacionais das Nações Unidas para 20055 apontam que o Brasil

pertence ao grupo dos 10 países com maior população de pessoas de 60 anos ou mais

em termos absolutos, que juntos representam 62,9% da população idosa mundial.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE6, considerando

a continuidade das tendências verificadas para as taxas de fecundidade e longevidade da

população brasileira, as estimativas para os próximos 20 anos indicam que a população

idosa poderá exceder 30 milhões de pessoas ao final deste período, chegando a

representar quase 13% da população. De acordo com o Censo de 2000, a população de

60 anos ou mais de idade, no Brasil, era de 14 536 029 de pessoas, contra 10 722 705

em 1991. O peso relativo da população idosa no início daquela década representava

7,3%, enquanto, em 2000, essa proporção atingia 8,6%. Neste período o número de

idosos aumentou em quase 4 milhões de pessoas, resultado do crescimento vegetativo e

do aumento gradual da esperança média de vida6. Já em 2004, o número de brasileiros

maiores de 60 anos era de 17,6 milhões, representando 9,7% da população total. De

acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios realizada em 2007, o

número de idosos no Brasil chega a quase 20 milhões, representando 10,5% do total da

população8.

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A distribuição por sexo do contingente de idosos no Brasil segue a tendência

mundial, apresentando um maior número de mulheres8. Em 1991, as mulheres

correspondiam a 54% da população de idosos, passando para 55,1% em 2000. Isto

significa que para cada 100 mulheres idosas havia 81,6 homens idosos, relação que em

1991 era de 100 para 85,2. Tal diferença é explicada pelos diferenciais de expectativa de

vida entre os sexos, fenômeno mundial, mas que é bastante intenso no Brasil, uma vez

que, em média, as mulheres vivem oito anos a mais que os homens6.

No âmbito da saúde, sabe-se que o envelhecimento da população é um fenômeno

que gera novas demandas para os serviços e aumentos substanciais nos custos de

programas de saúde, exigindo o conhecimento de problemas prioritários e o

desenvolvimento de ações visando à sua resolução9. De acordo com Veras 9 a

população idosa forma uma faixa etária mais sujeita a problemas de saúde, com isso

pode-se esperar um aumento intenso de enfermidades crônicas, todas elas com baixa

letalidade e alto grau de incapacitação, produzindo onerosos gastos numa área já tão

carente de recursos.

Para Oliveira et al. 10 a queda da mortalidade, seguida da redução da fecundidade

e o aumento da expectativa de vida, resulta no envelhecimento da população e no

aumento das taxas de doenças crônico-degenerativas, entre as quais a osteoporose.

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3 – TECIDO ÓSSEO: COMPOSIÇÃO, FUNÇÃO E METABOLISMO

O osso é um tecido complexo e altamente organizado e composto de vários tipos

celulares e uma matriz acelular (osteóide) rica em colágeno e outras proteínas, sendo o

único tecido conjuntivo que possui um processo regulado e organizado de

mineralização11. Ainda possui na sua estrutura a cavidade da medula óssea, canais

vasculares, canalículos e lacunas12.

Além de ser um reservatório de cálcio, magnésio, fósforo e outros íons

essenciais às funções homeostáticas, a estrutura óssea é responsável pela proteção

mecânica de estruturas nervosas, atua como produtor e reservatório da medula óssea,

além de servir de suporte rígido para as extremidades e articulações, além de ser o local

de inserção para os músculos esqueléticos13.

A manutenção de um sistema esquelético suficientemente forte para resistir às

tensões físicas depende de uma complexa interação de vários sistemas orgânicos,

hormônios, fatores de crescimento locais, citocinas, osteócitos e vias bioquímicas, que

levam à deposição de cálcio nos ossos, sendo que os órgãos que participam nesta função

incluem a pele, rins, fígado, intestino delgado, glândula tiróide e paratireóide, e o

próprio osso11,14. Estes produzem vários sinais hormonais, por meio de estrógenos,

testosterona, vitamina D, hormônio paratireóide e calcitonina, que regulam a deposição

e mobilização de cálcio nos ossos 11,14.

Osteoclastos

São células gigantes multinucleadas (50 a 100 µm de diâmetro) derivadas da

linhagem dos monócitos/macrófagos da medula óssea, com abundante número de

mitocôndrias e lisosomas e sem ribossoma12,15,16,17. Geralmente estão localizadas na

superficie óssea, onde realizam a sua principal função – reabsorção óssea, ou seja,

desmineralização e a digestão da matriz do osso17.

Possuem diversas características altamente especializadas, que lhe conferem

capacidade reabsortiva, sendo que a mais importante característica morfológica destas

células consiste em pregas profundas da membrana plasmática (ou bordo inferior em

escova) que se caracteriza por um complexo sistema que tem como função mediar a

reabsorção da matriz óssea calcificada15,17. Quando os osteoclastos são unidos à

superfície óssea, por meio de receptores específicos, eles secretam íons de hidrogênio e

enzimas proteolíticas que são capazes de reabsorver, respectivamente, o componente

mineral e as proteínas da matriz óssea 12,15. O componente da matriz mineral é

dissolvido no meio ácido, no sítio de reabsorção, que é criado pela ação de uma bomba

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de prótons chamada de H +-ATPase12,15. As proteínas dos componentes da matriz,

principalmente o colágeno, são degradadas por metaloproteinases e ca-thepsins K, B e

L, que são secretadas pelos osteoclastos na área de reabsorção óssea17. Os componentes

da matriz óssea degradados são posteriormente endocitados17.

A atividade osteoclástica é estimulada pela 1,25 dihidroxivitamina D3, pelo

paratormônio (PTH) que causa aumento do número de osteoclastos na superfície óssea e

pela calcitonina, hormônio secretado pela tireóide que tem alta afinidade pelos

osteoclastos, inibindo sua motilidade e habilidade de reabsorção11,13,17.

Em pessoas saudáveis, a proporção de remodelação, em qualquer tempo é da

ordem de 2% a 4%. A remoção de osso velho é um processo normal necessário para

manter a integridade estrutural do osso. Longos canais de reabsorção do osso são

produzidos pelos osteoclastos e chegam a uma profundidade de aproximadamente 50

�m após 7 a 10 dias do início. Depois da fase de reabsorção, os osteoblastos iniciam o

processo de formação óssea com a produção de matriz, e posterior mineralização, que

começa após 10 dias. O processo de formação óssea leva de 3 a 4 meses 11,13.

Os osteoclastos também apresentam receptores de estrogênio, cujo efeito

primário deste e de outras drogas inibidoras de reabsorção é a inibição do recrutamento

destas células18.

Osteoblastos

São células originadas das células mesenquimais da medula óssea e são

responsáveis pela formação óssea14. A principal função dos osteoblastos é sintetizar e

secretar proteínas, principalmente o colágeno do tipo 1, para a formação da matriz

óssea, chamada de osteóide12,14,15.

A matriz óssea, formada pelo osteoblasto, é uma substância de base rica em

colágeno (principalmente tipo I) e essencial para a posterior mineralização, por

aderência, de cristais de hidroxiapatita de cálcio, magnésio, potássio, sódio e carbonato

a fibrilas de colágeno11,12. Os osteoblastos então dirigem o processo inicial de

mineralização vários dias depois da primeira deposição de matriz óssea e, durante esse

tempo, várias mudanças ocorrem na matriz, tais como a polimerização das fibras de

colágeno, o que facilita o processo de mineralização14. Em circunstâncias normais, o

processo de mineralização de osso recém-formado leva vários dias 11,12.

Osteócitos

Os osteócitos, são osteoblastos envolvidos pela matriz óssea mineralizada,

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sendo o tipo celular mais abundante no osso, uma vez que o seu número é 10 vezes

maior que os osteoblastos. Os osteócitos estão regularmente espaçados ao longo da

matriz mineralizada e comunicam entre si e com os osteoblastos da superfície óssea por

meio de diversas extensões da sua membrana plasmática, que correm ao longo de

canalículos 12,13. Eles possuem a função de manter as trocas de mineral na matriz óssea,

bem como servir de transdutores de cargas mecânicas no osso. Essas células percebem

as alterações externas de compressão e tensão criadas pela atividade física, que

produzem um campo elétrico, conhecido como atividade piezolétrica, atuando no

recrutamento de osteoblastos 13,14. A localização estratégica dos osteócitos os tornam

excelentes candidatos a células mecano-sensoriais capazes de detectar a necessidade de

aumento ou redução óssea durante adaptação funcional do esqueleto, bem como a

necessidade de reparação de micro danos no osso 12.

Matriz óssea extracelular

A matriz orgânica do osso é composta de 90-95% de colágeno enquanto que o

restante corresponde a um meio gelatinoso homogêneo denominado de substância

fundamental 13,15. A substância fundamental é composta por líquido extracelular

acrescido de proteoglicanos, especialmente sulfato de condroitina e ácido hialurônico

produzidos pelos osteoblastos 14,15.

A rigidez do osso é provida pela fração mineralizada da matriz. Os sais

cristalinos depositados na matriz orgânica do osso são compostos principalmente por

cálcio e fosfato, predominantemente hidroxiapatita Ca10 (PO 4) 6(OH) 214,15. A relação

do cálcio para o fósforo pode variar acentuadamente sob diferentes condições

nutricionais 15. Os íons magnésio, sódio, potássio e carbonato também estão presentes

entre os sais ósseos. Acredita-se que esses íons sejam conjugados aos cristais de

hidroxiapatita. Essa capacidade de muitos tipos de íons sofrerem conjugação aos cristais

ósseos estende-se a muitos íons normalmente estranhos ao osso, como o estrôncio,

urânio, chumbo dentre outros 15.

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Tipos de tecido ósseo

O osso é classificado em dois tipos principais, o osso cortical e o osso trabecular.

Embora eles sejam compostos pelos mesmos componentes celular e acelular, existem

muitas diferenças entre os dois tipos de osso, que são, em grande parte, relacionadas às

suas estruturas.

O osso cortical é extremamente compacto, sendo aproximadamente 90% do seu

volume calcificado, pode ser encontrado no crânio, na escápula, no íleo e na mandíbula 14. Devido à sua estrutura compacta, o osso cortical é metabolicamente menos ativo que

o trabecular, porém possui uma importante função mecânica. Além disso, uma vez que

constitui 80% da massa óssea, tem grande contribuição na atividade metabólica do

esqueleto 11.

O osso trabecular possui apenas de 15% a 25% do seu volume calcificado 14. No

indivíduo adulto, está localizado no corpo vertebral, no colo femoral, região trocantérica

e na porção final dos ossos longos13. A estrutura do osso trabecular é semelhante a um

favo de mel, formado por lâminas horizontais e verticais que se interconectam, o que

assegura força mecânica. A remodelação óssea se dá nos envelopes externos e internos

de cada trabécula, determinando a força óssea18. O rico entrelaçamento de osso

trabecular aumenta a área de contacto com a medula e o espaço disponível para a

remodelação, como resultado, o osso trabecular é muito ativo metabolicamente11.

Um osso compacto médio contém, em peso, cerca de 30% da matriz e 70% de

sais15. É um tecido dinâmico que sofre remodelação durante toda a vida, sendo que a

cada 10 anos ocorre uma regeneração completa do esqueleto adulto 12,13. O osso

cortical, que corresponde a 75% de todo o esqueleto, tem uma média de remodelação

anual de 4%. Já o osso trabecular que corresponde a 25% de todo o esqueleto tem

aproximadamente 28% do seu volume remodelado anualmente 19.

Ciclo de Remodelação Óssea

O osso participa de três atividades fundamentais, a formação que se refere ao

processo pelo qual a forma do osso é executada, o reparo que é a resposta regenerativa

de uma fratura e a remodelação que é um processo contínuo de destruição e renovação

óssea 13. O crescimento ósseo começa durante a vida fetal e continua até o final da

segunda década.

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A formação óssea ocorre através de ossificação endocondral no crescimento das

linhas epifisárias nos ossos longos ou por meio da ossificação intramembranosa no

mesênquima, como no caso dos ossos do crânio, costelas e pelve 11,13.

A remodelação óssea é um processo dinâmico responsável pela manutenção da

integridade óssea, e caracterizado por períodos de reabsorção óssea conduzidas pelos

osteoclastos, alternados com períodos de formação óssea, mediada pelos osteoblastos 11,17. Este processo cíclico resulta em uma quantidade constante de massa óssea. No

entanto, na fase inicial da vida, a formação óssea excede a reabsorção com um constante

aumento da massa óssea; na idade adulta, há um equilíbrio entre a formação e a

reabsorção. Com o envelhecimento e, particularmente em mulheres após a menopausa,

há um aumento da reabsorção em relação à formação óssea, o que pode resultar em uma

baixa densidade mineral óssea (osteopenia ou osteoporose)17. De acordo com Humes11,

a aceleração da perda óssea após a menopausa coloca a deficiência estrogênica como

um dos principais fatores que influenciam a perda óssea relacionada com a idade.

Também refere que a perda óssea pode ser causada por deficiência de testosterona em

alguns homens idosos ou por má absorção de cálcio, que é outro importante fator

determinante da perda óssea em ambos os sexos11.

A coordenação temporal e espacial destas duas fases do ciclo de remodelação foi

chamada engate. Sob condições fisiológicas normais, a atividade reabsortiva é

igualmente equilibrada pela atividade formativa através deste mecanismo. A relativa

constância da massa óssea durante a vida normal em estado de equilíbrio fisiológico

atesta as condições para este fato. Os processos que regulam as atividades reabsortiva e

formativa e seus engates não estão claramente entendidos, porém sabe-se que uma

grande variedade de fatores interferem nesse mecanismo, incluindo os hormônios

esteróides, hormonios peptídicos, prostaglandinas, fatores de crescimento e citocinas 11.

Os sítios de remodelação são conhecidos como unidade básica multicelular

(BMUs) 14. A renovação do tecido ósseo ocorre por meio de ciclos sincronizados de

atividades chamadas de ativação – reabsorção-formação. O primeiro passo é a ativação

de osteoclastos quiescentes e seus precursores por meio de citocininas e fatores de

crescimento que, após o surgimento do osteoclastos maduros, iniciam a escavação de

uma cavidade na superfície do osso por meio da secreção de substância ácidas que

dissolvem e digerem matriz do osso14. Após um tempo, quando a cavidade reabsorvida

alcança determinada profundidade, precursores dos osteoblastos são atraídos para a

cavidade de reabsorção e, sob influência de vários hormônios e fatores de crescimento

são ativados e, já maduros, iniciam o preenchimento dessa cavidade14. Em condições

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normais a quantidade de reabsorção é igual à de formação. Esse processo interno de

turnover fornece ao osso uma capacidade de regeneração como resposta a uma injúria.

Tanto os osteoclastos como os osteoblastos são originários da medula óssea12, 17.

O desenvolvimento e a diferenciação dos osteoblastos e osteoclastos são controlados

por fatores de crescimento e citocinas produzidas na medula óssea, bem como

moléculas de aderência que mediam interações célula-célula e célula-matriz. Vários

hormônios sistêmicos, bem como sinais mecânicos, também exercem potentes efeitos

sobre a diferenciação e o desenvolvimento dos osteoclastos e osteoblastos. De acordo

com Manolagas12 embora muitos detalhes continuem ainda não esclarecidos, alguns

pontos têm sido levantados. O primeiro deles está relacionado ao fato de que vários

fatores de crescimento e citocinas possuem mecanismos de controle mutuo que, em

alguns casos, ocorrem por meio de feedeback positivo e negativo. Também se pode citar

que há uma extensa redundância funcional entre eles. O terceiro refere-se ao argumento

de que alguns fatores são capazes de influenciar a diferenciação de ambos os

osteoblastos e osteoclastos. Por fim, outro tema se refere ao fato de que os hormônios

sistêmicos influenciam o processo de formação dos osteoblastos e osteoclastos por meio

de sua habilidade de controlar a produção ou ação de mediadores locais12.

Manolagas12 ainda realizou uma revisão de literatura da biologia básica sobre as

substâncias relacionadas que interferem no ciclo de remodelação óssea, que serão

apresentados abaixo:

Citocinas

Um grande grupo de citocinas e fatores estimuladores de colônias que estão

envolvidos na hematopoiese também afetam o desenvolvimento dos osteoclastos15. Este

grupo inclui as interleucinas IL-1, IL-3, IL-6, IL-11, o fator inibidor da leucemia (LIF),

o oncostatin M (OSM), o fator neurotrópico ciliar (CNTF), o fator de necrose tumoral

(TNF), o fator estimulador de colônia granulócitos/macrófagos (GM-CSF), o M-CSF, e

o c-kit ligante. Em oposição as essas citocinas que estimulam o desenvolvimento dos

osteoclastos, estão as IL-4, IL-10, IL-18, e o interferon que inibem o desenvolvimento

dos osteoclastos12.

A IL-6 tem atraído atenção especial devido à evidência de que a mesma interfere

na patogenia de várias doenças caracterizadas pela aceleração da remodelação óssea e

excessiva reabsorção óssea pontual ou sistêmica12. Isoladamente ou em conjunto com

outros agentes, a IL-6 estimula a osteoclastogênese e promove a reabsorção óssea. As

células que mediam as ações das citocinas tipo IL-6 na formação osteoclástica parecem

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ser as células osteoblásticas/estromal, com a estimulação da expressão da IL-6R sobre

essas células que lhes permite apoiar a formação osteoclástica em resposta a IL-620.

Estes achados indicam que a propriedade osteoclastogênica da IL-6 não depende apenas

da sua capacidade de agir diretamente sobre as células progenitoras dos osteoclastos,

mas também da ativação de fatores que interferem nos osteoblastos para mediar a

formação dos osteoclastos20. As IL-6 também são capazes de influenciar a diferenciação

dos osteoblastos.

Moléculas de adesão

Além das várias influências de fatores no desenvolvimento dos osteoblastos e

osteoclastos, as interações célula-matriz são também necessárias para o

desenvolvimento destes21, 22. Elas são mediadas por proteínas expressas na superfície

destas células e são responsáveis pelo contato entre os precursores dos osteoclastos com

as células osteoblásticas e pela facilitação da ação de fatores ancorados à superfície de

células que são necessários para seu desenvolvimento12. As moléculas de aderência

também estão envolvidas na migração de células progenitoras dos osteoblastos e dos

osteoclastos da medula óssea para os sítios de remodelação óssea, bem como na

polarização celular dos osteoclastos, e no início e cessação da reabsorção óssea pelos

osteoclastos.

Hormônios sistêmicos

Os dois principais hormônios do sistema de homeostase do cálcio, o PTH l e a

25-dihidroxivitamina D3 são potentes estimuladores da formação de osteoclastos17, por

meio do estímulo da produção de IL-6 e IL-11 pelas células osteoblástica 16,20. A

capacidade destes hormônios em estimular o desenvolvimento dos osteoclastos e

regular a absorção e excreção de cálcio pelo intestino e rins, respectivamente, são os

elementos-chave da homeostase de cálcio extracelular12, 15.

A Calcitonina, o terceiro hormônio regulador ósseo inibe o desenvolvimento e a

atividade osteoclástica e promove a apoptose dos osteoclastos. Vários outros

hormônios, incluindo estrógeno, andrógeno, glicocorticóides e T4, exercem forte

influência regulatória sobre o desenvolvimento dos osteoclastos e dos osteoblastos por

meio da regulação da produção e ação de várias citocinas12.

Ação dos hormônios sexuais

Segundo Manologas12 na menopausa, com a queda das taxas de progesterona, a

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taxa de remodelação óssea aumenta.

O estrogênio regula a produção de citocinas e fatores de crescimento que controlam

a remodelação óssea12. A estimulação de monócitos do sangue periférico pelo

estrogênio diminui a produção de IL-1 e fator de necrose tumoral - TNF-�, inibindo a

produção de IL-6 pelos osteoblastos e, conseqüentemente, o efeito desta citocina sobre

formação osteoclástica e reabsorção óssea. O estrogênio diminui o fator estimulador de

colônia de macrófago e granulócito (GM- CSF), que inibe a diferenciação osteoclástica,

também estimula a produção do fator de modulação do crescimento -� (TGF-�) pelos

osteoblastos, que diminui a reabsorção óssea mediada pelos osteoclastos. Portanto, a

deficiência estrogênica resulta em um aumento de IL-1, TNF-�, GM-CSF, e IL-6 e uma

diminuição na produção TGF-�, os quais promovem a formação e reabsorção óssea

osteoclástica11.

A vitamina D e seu papel na absorção do cálcio e do fosfato

A vitamina D tem um efeito potente aumentando a absorção do cálcio a partir do

trato intestinal; também tem efeitos importantes sobre a deposição e a reabsorção

ósseas. Para exercer essa função a vitamina D primeiramente tem que ser convertida,

através de sucessivas reações no fígado e nos rins, ao produto ativo final, o 1,25-

diidroxicolecalciferol, também chamado de 1,25-(OH)2-D315.

A diminuição da produção cutânea de vitamina D3 por meio da fotoconversão

pela luz ultravioleta do 7-dehydrocholesterol, presente na pele, o que compromete a 1�-

hidroxilação do 25-hidroxivitamina D pelo rim, e conseqüentemente diminui a absorção

intestinal de cálcio e aumenta níveis circulantes de hormônio da paratireóide. O declínio

em 1,25-dihidroxivitamina D, como resultado da diminuição da produção de seus

precursores na pele, é parcialmente responsável pela diminuição da absorção intestinal

de cálcio. A conseqüente redução nas concentrações séricas de cálcio e concentrações

reduzidas de 1,25-dihidroxivitamina D resulta na elevação fisiológica moderada do

hormônio paratireóide, o que aumenta a reabsorção óssea osteoclástica11.

Ação do hormônio paratireóideo – PTH no metabolismo ósseo

O PTH é o principal regulador da homeostase do cálcio em mamíferos. O PTH

responde de forma dinâmica às alterações da calcemia através de receptores na

superfície celular das células principais das paratiróides sensíveis às variações do cálcio

sérico, também aumenta a excreção renal de fósforo, aumenta a reabsorção renal de

cálcio e acelera a conversão da 25-hidroxicolecalciferol em 1,25-dihidroxicolecalciferol

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31

e assim, indiretamente, aumenta a absorção intestinal de cálcio e fósforo. Além disso,

parece ter dois efeitos sobre o osso, causando absorção de cálcio e fosfato: o primeiro

deles é uma fase rápida que começa em minutos e aumenta progressivamente por várias

horas, acredita-se que esta fase resulte da ativação das células ósseas já existentes

(sobretudo osteócitos) para promover a absorção de cálcio e fosfato15, o segundo, que

corresponde a uma fase muito mais lenta, leva vários dias ou semanas para se

desenvolver completamente e resulta na proliferação dos osteoclastos, seguida pela

reabsorção osteoclástica grandemente aumentada do próprio osso e não apenas da

absorção dos sais de fosfato de cálcio do osso 15,23.

Elevações da calcemia inibem a liberação de PTH, enquanto reduções da

calcemia levam a um aumento na liberação de PTH pelas glândulas paratiróides17. Além

de mobilizar o cálcio do tecido ósseo para o espaço extracelular, o PTH atua nos rins,

aumentando a atividade da enzima hidroxilase e os níveis séricos de (1,25)

dihidroxivitamina D, o que facilita a absorção de cálcio através do trato gastrointestinal,

também atua nos túbulos renais otimizando a reabsorção de cálcio, portanto, o PTH é o

principal responsável pela manutenção dos níveis séricos de cálcio15. Em pacientes com

tumores que secretam PTHrP, esta reforçada reabsorção renal de cálcio, em adição ao

aumento da destruição óssea osteoclástica, contribui para o desenvolvimento de

hipercalcemia17.

O principal mecanismo que tem sido proposto para a ação do PTH nos

osteoclastos tem sido o indireto, onde o PTH atua sobre os osteoblastos, que por sua vez

produzem um mediador, como a M-CSF ou a IL-6 que estimula a formação

osteoclástica e a reabsorção óssea17. Citocinas como a IL-l, transforming growth factor-

a (TGFa), fator de necrose tumoral-a e IL-6 podem aumentar os efeitos do PTH sobre

formação osteoclástica e reabsorção óssea. A IL-6, por exemplo, pode estimular a

proliferação dos precursores da osteoclastose e, em seguida, induzir a diferenciação e a

fusão destes precursores em células multinucleadas - osteoclastos17.

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Quadro 1 – Reguladores locais e sistêmicos do metabolismo ósseo HORMÔNIOS FATORES LOCAIS

Hormônios polipeptídios Fatores de crescimento Polipeptídios

Hormônio paratireóideo Fator de crescimento semelhante à insulina

Calcitonina Peptídeos da Família de fatores de crescimento e transformação �(proteínas morfogênicas do osso, inibinas, ativinas)

Insulina Fator de crescimento do fibroblasto

Hormônio do crescimento Fator de crescimento derivado de plaquetas

Hormônios esteróides Citosinas do sistema imunológico e hematológicos

1,2 dihidroxivitamina D3 Fator de necrose tumoral (fator de diferenciação osteoclásticas, receptor activador of nuclear factor K� ligand, osteoprotegerin)

Esteróides sexuais �-interferon, fator estimulador de colônias (colony), interleucinas

Hormônio Tireóideos Outros fatores

Prostaglandinas

Fonte: Åkesson24

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33

4 – FATORES RELACIONADOS AO PROBLEMA DA OSTEOPOROSE

4.1 – Osteoporose

A osteoporose é uma doença osteometabólica caracterizada pela diminuição da

densidade mineral óssea (DMO), com alteração na sua microestrutura, que conduz a um

aumento da fragilidade óssea e a uma tendência a fraturas por traumatismos pouco

intensos25. Na osteoporose ocorre um desequilíbrio entre a reabsorção e a formação

óssea, que normalmente acontece de forma balanceada, resultando em diminuição da

massa óssea.

De acordo com a definição da OMS, entende-se que a baixa densidade mineral

óssea é um importante componente do risco de fratura, mas também que outras

anormalidades no esqueleto contribui para a fragilidade óssea e, consequentemente, para

o risco de fratura. Por isso, segundo Kanis et al117, o diagnóstico da osteoporose com o

uso de medidas da densidade mineral óssea é também a avaliação de um fator de risco

para o desfecho clínico de fratura.

A perda mais acentuada de massa óssea que ocorre nas mulheres a partir da

perimenopausa é associada à insuficiência de estrogênio15. A deficiência estrogênica

provoca as formas precoces e tardias de osteoporose em mulheres em pós-menopausa, e

também contribui para o desenvolvimento de osteoporose em homens idosos27. Isso

ocorre por que existe uma associação da deficiência de estrogênio com um grande

aumento na reabsorção óssea causado pelo aumento do número de osteoclastos e da

atividade osteoclática12, 28. Uma mulher perde aproximadamente metade do seu osso

trabecular e 35% do seu osso cortical durante a vida, a maior causa dessa perda óssea

relacionada à idade se deve, provavelmente, a um decréscimo de formação óssea em

nível celular, resultado da eficiência diminuída dos osteoblastos 29.

A fratura não traumática é a mais séria conseqüência clínica da osteoporose dada

as complicações a ela associadas como dor, incapacidade a curto e longo prazo,

hemorragia, tromboembolismo, choque e morte30. Atualmente é considerada nos países

desenvolvidos um dos problemas de saúde mais comuns e mais sérios da população

idosa, especialmente a do sexo feminino31.

Do ponto de vista epidemiológico e clínico observa-se que as fraturas

osteoporóticas mais importantes são as de vértebras, colo do fêmur e rádio distal31, estas

estão associadas a elevadas taxas de co-morbidades, particularmente em mulheres acima

dos 50 anos de idade. As microfraturas de vértebras são geralmente assintomáticas,

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porém os pacientes que as apresentam têm maior chance de evoluir para fraturas

completas com dor significativa e diminuição da mobilidade32.

Alguns estudos têm referido uma elevada taxa de mortalidade no primeiro ano

após correção cirúrgica da fratura de fêmur. De acordo com Pinheiro 33, a fratura de colo

de fêmur está associada a um aumento no risco de morrer. Para Sandison et al.34 até

20% dos idosos que sofreram fraturas de fêmur morrem em 6 meses. Já para Mosekilde

et. al. 30 aproximadamente 13% dos pacientes que sofrem fratura de fêmur morrem no

primeiro ano após a fratura, o que representa uma mortalidade duas vezes maior

comparada a dos pacientes com mesma idade, sem fratura de fêmur. Estima-se que 70 a

90% destes pacientes sobrevivem pelo menos um ano, porém, grande parte não recupera

sua capacidade funcional após o tratamento da fratura, causando impacto social e

econômico35. Uma revisão conduzida por Sakaki et al 36 apresenta taxas de mortalidade

para diferentes intervalos de tempo após a fratura proximal de fêmur de: 5,5% para a

mortalidade hospitalar; 4,7% em até 30 dias após a fratura; 11,9% em três meses; 19,2%

em um ano e 24,9% em dois anos. Para Cooper et al 37 esta excessiva mortalidade pode

não ser diretamente atribuída a fratura de fêmur, mas a comorbidades associadas.

No caso das fraturas de fêmur que, na maioria das vezes, está relacionada com a

osteoporose38, não apenas existe um maior impacto na morbidade e mortalidade, mas

também um aumento substancial nos custos da assistência à saúde 39,40. Além disso,

metade das mulheres idosas que eram independentes antes da fratura torna-se

parcialmente dependente para as atividades de vida diária após sua ocorrência30, 34,39.

De acordo com Fierens & Bross41 a elevada mortalidade e morbidade geralmente

resulta em dispendiosos e demorados procedimentos hospitalares e de reabilitação. Os

custos associados com a fratura de fêmur estão relacionados com os procedimentos de

correção da fratura, tempo de internação hospitalar, reabilitação, além do impacto na

qualidade de vida, a necessidade de cuidados, entre outros33. O crescente aumento deste

tipo de fratura e os elevados custos financeiros envolvidos no atendimento destes

pacientes têm mostrado a necessidade de um maior planejamento por meio de políticas

publicas de saúde.

4.2 – Medida da Densidade Mineral Óssea

A medida da densidade mineral óssea - DMO tem sido proposta como um

método para identificação precoce de indivíduos com alto risco de fratura, embora a

DMO seja apenas um de uma série de fatores de risco para fraturas 38,42,43,44. Várias

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técnicas para medir a densidade mineral óssea foram desenvolvidas com o objetivo de

detectar indivíduos com alto risco de fraturas45.

A Absorsiometria de Energia Dupla de Raios X (DXA) teve início em 1987 e

tornou-se o método padrão ouro, sendo o mais utilizado atualmente no mundo para a

quantificação da massa óssea. É um método não-invasivo, com dose de radiação

extremamente baixa 46,47 e com acurácia diagnóstica alta48, utilizado para diagnóstico e

seguimento terapêutico 47,49. Os equipamentos de DXA de fabricantes diferentes

apresentam diferenças na proporção de pacientes diagnosticados como tendo

osteoporose entre 6% e 15%; além disso, a probabilidade de receber um diagnóstico de

osteoporose depende da escolha do método e do sítio ósseo medido49.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde25 a osteoporose é diagnosticada

quando a DMO for igual ou inferior a 2,5 desvios padrões (DP) da média local para um

adulto jovem, nos seguintes sítios: coluna, fêmur ou antebraço. O número de unidades

de desvio padrão é chamado de T-score49 (quadro 2).

Quadro 2 – Definição de osteoporose pela Organização Mundial de Saúde Categoria diagnóstica T-score DMO

Normal >-1 Com 1 DP da média de um

adulto jovem normal

Baixa massa óssea (osteopenia) -1 a -2,5 Entre 1 e 2,5 DP abaixo da

média de um adulto jovem

normal

Osteoporose <-2,5 >2,5 DP abaixo da média de um

adulto jovem normal

Osteoporose severa <-2,5 e uma ou mais fratura >2,5 abaixo da média de um

adulto jovem normal

Fonte: adaptado da WHO Technical Report Series, 199425

Essa definição possui limitações, uma vez que foi baseada em dados obtidos de

uma população de mulheres brancas caucasianas acima de 65 anos25, devendo ser

validada para outras etnias e para mulheres mais jovens. Apesar de mundialmente

aceitas, foi observado que, na prática, essa definição adotada pela OMS também poderia

causar problemas no diagnóstico e trazer efeitos significativos na proporção de

mulheres na população que serão consideradas osteoporóticas e então potencialmente

elegíveis para alguma intervenção45.

Alguns trabalhos confirmaram a suspeita de que a variação de sítio ósseo e de

densitômetro resultam em grandes diferenças na proporção da população considerada

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osteoporótica ou osteopênica quando se utiliza o critério proposto pela OMS50. O valor

de corte do T-score também tem tido outros problemas no uso deste teste no diagnóstico

clínico, entre eles: a discrepância observada entre os múltiplos sítios ósseos de avaliação

e as múltiplas tecnologias; os coeficientes de correlação entre o sítios esqueléticos são

muito baixos para o propósito preditivo; existem diferenças na população quanto às

taxas de perda óssea26. Como resultado o T-score não pode ser usado

intercambiavelmente entre os sítios ósseos e entre as diferentes tecnologias26.

De acordo com a International Society For Clinical Densitometry 51, devido à

relação entre a DMO e risco de fratura ser muito menos evidente em outras populações,

a validade do diagnóstico de osteoporose baseado apenas no T-score torna-se muito

tênue. Além disso, a OMS não especificou quantos sítios esqueléticos para a medida da

DMO ou qual região (ou regiões) de interesse deverá ser utilizados para o diagnóstico

da osteoporose. Apesar dessa limitação, essa Sociedade adotou os critérios da OMS

para o diagnóstico de osteoporose em mulheres na pós-menopausa.

A medida de DMO tem sido muito empregada para o rastreamento de mulheres

com baixa DMO. O rastreamento ou screening é definido como um teste realizado em

pessoas, aparentemente saudáveis, a fim de identificar aquelas com elevado risco de

apresentar uma doença ou desordem e intervir52. No caso da osteoporose, o

rastreamento identifica pessoas osteoporóticas ou osteopenicas, visando à indicação de

medidas medicamentosas preventivas.

Ainda há muita controvérsia sobre a aplicabilidade do rastreamento (screening)

da medida de DMO, principalmente no que se refere às características da população que

deveria ser submetida a esse procedimento. Além disso, a medida da DMO tem sido

criticada como uma medida de rastreamento devido ao fato do seu resultado ser uma

variável contínua. Estudos de caso-controle de fratura do fêmur mostraram uma grande

sobreposição na densidade óssea de pacientes com fratura e sem fratura, o que gera

dúvidas quanto à acurácia desse método no rastreamento de mulheres com risco de

fratura53.

Marshall et al53 realizaram uma metanálise com cerca de 90000 pessoas/ano de

observação e mais de 2000 fraturas ocorridas (total de 12 estudos), que analisou se a

medida de densidade óssea obtida por DXA em mulheres pode predizer algum tipo de

fratura. A média de tempo de seguimento dos estudos foi de 5,8 anos (variando de 1,8 a

24 anos) e a idade das pacientes ao início dos estudos variou de 57 a 83 anos. Os

resultados desta metanálise revelaram que a maioria dos sítios medidos tinham

praticamente a mesma capacidade preditiva para uma diminuição de 1 DP na densidade

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óssea. No entanto, houve duas exceções nesta observação geral: a medida da coluna

lombar mostrou ter uma melhor capacidade preditiva de fraturas vertebrais (RR 2,3 IC:

1,9 a 2,8), enquanto a medida do fêmur mostrou um melhor valor preditivo para

fraturas de fêmur (RR 2,6 IC: 2,0 a 3,5). Outro resultado mostrou que a associação

entre a medida de DMO da coluna lombar e a ocorrência de fratura de fêmur foi de 1.6

(1.2 A 2.2). Portanto, estes resultados sugerem que as medidas da densidade óssea no

fêmur são superiores às medidas da densidade óssea da coluna para predizer fratura no

fêmur. Sumarizando, os autores concluíram que a medida da DMO pode predizer a

fratura, mas não é capaz de identificar o indivíduo que terá o problema, não

recomendando programa sistemático de rastreamento de osteoporose para mulheres

menopausadas53.

Analisando a capacidade preditiva para fratura de fêmur, o estudo de Marshall,

et al. 53 obteve uma sensibilidade de 38%, uma especificidade de 88% e um valor

preditivo positivo de 36%, tomando como ponto de corte um desvio padrão abaixo da

média de densidade óssea ajustada por idade (RR/SD) da coorte e considerando normal

a curva de distribuição da densidade óssea.

Kanis26 explorou a relação entre DMO, idade e probabilidade de uma fratura

osteoporótica comum usando a medida de DMO no colo femoral e, como resultado

concluiu que: o padrão de probabilidade de 10 anos de fratura dependente da idade

variou de acordo com o tipo de fratura e com a medida da DMO; a probabilidade média

para ocorrência de diferentes fraturas em 10 anos para uma mulher de 50 anos foi de

0,6%, já para uma mulher de 65 anos foi 3,9%, para uma de 70 anos foi de 7,3 e para

uma de 80 anos foi de 15,5%; para uma mulher de 50 anos com T-score < -1, a

probabilidade é de 1,1% e com um T-score <-2,5 é de 2,9%; para um mulher de 65 anos

com T-score < -1 é de 5,0% e de < -2,5 é de 10,9%; para uma mulher de 70 anos com

T-score de < -1, a probabilidade é de 8,3% e com um T-score <-2,5 é 16,6%; para uma

mulher de 80 anos com T-score de < -1, a probabilidade é de 14,0% e com um T-score

<-2,5 é 23,8%.

Neste estudo de Kanis26, a probabilidade de fratura aumentou com a diminuição

do T-score e aumento da idade. Kanis ressaltou que as estimativas de risco alcançadas

foram modeladas com base na medida de DMO por DXA no colo femoral e que a

probabilidade poderia ser diferente se fossem utilizados modelos com outras técnicas de

medida de DMO ou outros sítios ósseos. Além disso, também referiu que medidas e

estimativas foram realizadas com dados de uma população sueca, que por diversos

fatores possui uma maior prevalência de osteoporose e também maior incidência de

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fraturas comparado com populações de outras partes do mundo e, por isso, essa

estimativa pode não ser útil para outras populações.

Não há um consenso sobre a realização da medida de DMO para predizer

fraturas e sobre qual a melhor situação para isso, uma vez que ainda há muitas

contradições e incertezas na aquisição, análise e interpretação dessa medida na prática

clínica54. Essa situação é conflitante principalmente para países em desenvolvimento

como o Brasil, pois, além das incertezas e contradições, ainda há o fato do elevado custo

da densitometria óssea como exame de rastreamento.

A National Osteoporosis Fundation55 recomenda que todas as mulheres acima

de 65 anos realizem o teste para avaliar a densidade mineral óssea e adicionalmente,

dependendo dos fatores risco, mulheres pós-menopáusicas na faixa etária a partir dos 50

anos também sejam submetidas à densitometria óssea. Em 1998, um estudo conduzido

por esta Fundação estimou que a medida de DMO do fêmur foi custo efetiva para

mulheres brancas com 65 anos ou mais e com um T-score de -2,5 ou menos.

O Comitê para Serviço de Prevenção dos Estados Unidos (U.S Preventive

Services Task Force) também recomenda que a medida da densidade óssea seja feita

para mulheres com 65 anos ou mais e para mulheres com 60 anos ou mais e com

outros fatores de risco para fraturas osteoporóticas56.

De acordo com a International Society For Clinical Densitometry, a medida da

Densidade óssea deve ser feita em mulheres com 65 anos ou mais, em mulheres na pós-

menopausa com idade menor que 65 anos e com fatores de risco, além de outros grupos

específicos57.

No Brasil, o Ministério da Saúde indica a realização de densitometria óssea em

mulheres com mais de 65 anos e em mulheres na peri e pós-menopausa com fatores de

risco58.

As muitas controvérsias sobre a medida da DMO ainda existem porque as

evidências são muito limitadas e, além disso, os estudos realizados até o momento

tiveram como amostra mulheres brancas de países desenvolvidos38, conforme já

discorrido acima. Ainda de acordo com Cummings38 quase todas as evidências e

estimativas de custo–efetividade são oriundos dos Estados Unidos e Oeste Europeu,

então os Guidelines atualmente disponíveis não podem ser diretamente aplicados em

outras regiões do mundo, onde as taxas de fraturas são baixas e os recursos para a

densitometria e tratamento farmacológico são mais escassos. No Brasil, onde a

população é miscigenada e ainda há diferenças genéticas, culturais, alimentares e

climáticas que interferem na prevalência de osteoporose e incidência de fraturas,

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aquelas evidências também não podem ser aplicadas de forma fidedigna.

Além do discorrido no parágrafo anterior, sabe-se que fraturas podem ocorrer

em idosos sem osteoporose59, apesar de ser evidente que a densidade mineral óssea tem

uma forte relação com a ocorrência de fraturas. Portanto deve-se considerar ainda a

necessidade de estudos para maior esclarecimento sobre essa situação.

4.3 – Prevalência da Osteoporose e Incidência da Fratura de Fêmur Osteoporótica

Existem grandes lacunas nos dados epidemiológicos internacionais e nacionais

sobre a prevalência de osteoporose e identificação prospectiva sobre os riscos de

fratura60. Observa-se que a maioria dos estudos que identificaram a prevalência e

incidência, da osteoporose e fraturas osteoporóticas, foi conduzida em países

desenvolvidos e, principalmente, com amostra de mulheres caucasianas, em que as taxas

são mais elevadas e cujos resultados não podem ser extrapolados para população de

países como o Brasil.

De acordo com Frazão & Naveira18 as taxas de ocorrência de osteoporose

apresentaram grande amplitude que dependem das características demográficas da

população, entre as quais a origem étnica, o sexo, a idade, e o tipo de sítio pesquisado

como, por exemplo, a coluna lombar ou fêmur. Além disso, referem que as diferenças

observadas nas taxas de osteoporose em estudos também podem ser atribuídas às

características metodológicas dos mesmos como, por exemplo, os diferentes parâmetros

empregados para a seleção da população. Em uma revisão conduzida por esses autores,

foi observado grande variação das taxas de prevalência de osteoporose, podiam variar

de 0,4% (em mulheres na pré-menopausa) a 40% em mulheres com mais de 70 anos de

idade. No entanto, considerando apenas estimativas realizadas em uma população de

mulheres com pelo menos 50 anos de idade, cuja DMO fosse obtida no sítio femoral, as

taxas passavam a variar de 7,9 a 16,0%18.

Segundo Ramalho et. al.61 o número anual de casos de fratura proximal de fêmur

varia amplamente entre diferentes países e raças e também em um mesmo país com

diferentes raças podem exibir diferentes incidências. Nos Estados Unidos mulheres

brancas têm um risco de fraturar duas vezes maior quando comparadas com mulheres

negras62.

Com base nos critérios adotados pela OMS, estimava-se que nos Estados

Unidos, no início da década de 90, aproximadamente 20% das mulheres na pós-

menopausa de origem caucasiana tinham osteoporose e 50% osteopenia (percentuais

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ajustados por idade, baseados na medida da DMO do fêmur)31. Após a menopausa,

estima-se para a mesma população que o risco de ocorrência de fraturas osteoporóticas

no decorrer da vida seria de aproximadamente 40% e o das fraturas de colo de fêmur

variaria de 14 a 17%31.

O NHANES (National Health and Nutritional Examination Survey), programa

de estudos conduzido pelo Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, teve

como objetivo avaliar diferentes aspectos do estado de saúde e nutricional da população

desse país. O estudo NHANES III conduzido entre 1988 e 1994, que avaliou, entre

outras situações, a prevalência de osteoporose e osteopenia em 3.311 mulheres na pós-

menopausa, com idade acima de 50 anos, verificou uma taxa de 18% e 50%,

respectivamente63. Foi observado também nesse estudo uma relação entre a diminuição

da DMO e o aumento da idade, de maneira que entre mulheres com 50-59 anos de idade

a prevalência de osteoporose era de 4%, aumentando para 44% entre mulheres com 80

anos de idade ou mais. A estimativa da prevalência de baixa DMO em idosos da

população norte-americana foi calculada com base na definição de osteoporose e

osteopenia preconizada pela OMS63.

No Brasil, existem poucos estudos sobre a incidência e prevalência de

osteoporose e fratura de fêmur. Alguns desses poucos estudos possuem limitações que

comprometem a sua validade externa, entre elas destacam-se: não serem estudos de base

populacional, possuem amostra pequena e são retrospectivos.

Costa-Paiva et al 64 realizaram um estudo de corte transversal com mulheres

acompanhadas no Ambulatório de Menopausa do CAISM da Unicamp, no período de

1(um) ano. Foram incluídas no estudo 473 mulheres menopausadas com idade média de

53,9 anos, avaliadas por densitometria óssea, de acordo com os critérios definidos pela

OMS. Como resultado a prevalência de osteoporose foi de 14,7% na coluna lombar e

3,8% no colo do fêmur, além disso, aproximadamente metade das mulheres apresentava

diminuição da massa óssea da coluna lombar. Do total de mulheres avaliadas 86% eram

brancas e aproximadamente 64% delas estavam em uso de terapia de reposição

hormonal.

Bandeira & Carvalho32 estudaram 627 mulheres com idade acima de 50 anos,

idade média de 63,9 ± 8,3 anos e tempo de menopausa médio de 16,2 ± 8,6 anos,

recrutadas por demanda espontânea da clinica ambulatorial da Unidade de

Endocrinologia do Hospital Agamenon Magalhães, do SUS-PE e do Centro de

Osteoporose de Pernambuco referência do SUS-PE. A prevalência de osteoporose

observada neste estudo foi de 28,8% (181/627 pacientes) na coluna lombar e de 18,8%

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(118/627 pacientes) quando considerada a medida no colo do fêmur. A prevalência de

osteopenia foi de 42%, (264/627 pacientes) em coluna lombar e 52%, (327/627

pacientes) em colo do fêmur. Também foi observada nesse estudo uma elevação

significativa da prevalência da osteoporose com a idade. Na faixa entre 50 e 59 anos, a

prevalência de osteoporose foi de 15,8% na coluna lombar, e de 5,1% no colo do fêmur.

Entre as 247 pacientes na faixa entre 60 a 69 anos, 33,2% apresentam osteoporose na

coluna lombar e 17,4 % no colo do fêmur. Nas 141 pacientes entre 70 e 79 anos de

idade, em 38,2% ocorreu osteoporose na coluna lombar e em 34% no colo do fêmur.

Das 22 pacientes com mais de 80 anos, 54,5% apresentaram osteoporose na coluna

lombar e 72,7% no colo do fêmur. Os autores referiram como limitação deste estudo a

utilização de uma amostra de demanda de mulheres aparentemente saudáveis que

procuraram os serviços para avaliação medica rotineira da menopausa e uso de dados de

prevalência institucionais32.

De acordo com os resultados dos estudos sobre a prevalência da osteoporose,

observa-se que a essa taxa varia dependendo das características demográficas da

população estudada, tais como etnia, sexo, idade e sítio no qual foi medida a DMO, o

que justifica a necessidade de que cada país, ou mesmo região, promova e estimule a

produção de estudos de base populacional a fim de gerar seus próprios dados.

Estudos epidemiológicos sobre fraturas da extremidade proximal do fêmur no

Brasil são escassos. Em um estudo realizado na cidade de Marília, São Paulo, em 1995,

a incidência anual de fratura de fêmur em mulheres acima de sessenta anos foi de

50,03/10 mil habitantes65. Na cidade de Sobral, Ceará, também foi realizado um estudo

semelhante, sendo que foi observada uma incidência anual de fratura de fêmur em

mulheres nos anos de 1996/2000 de 20,70/10 mil habitantes66.

Um estudo prospectivo foi realizado em todos os hospitais públicos e privados

do município de Fortaleza, no estado do Ceará, que atendiam pacientes com idade maior

ou igual a 45 anos e de ambos os sexos. Para os pacientes que apresentaram diagnóstico

de fratura do quadril/fêmur nos anos de 2001e 2002, o estudo detectou uma taxa de

incidência de fratura em mulheres acima de 45 anos de 12,17/10 mil. Em mulheres

acima de 60 anos, a incidência anual de fratura de fêmur foi de 27,50/10 mil. E para

mulheres entre 50-59 anos, a incidência foi de 2,46/10mil67. Ressalta-se que neste

estudo foram selecionados somente pacientes procedentes de Fortaleza. Os autores

consideraram que existe a possibilidade de alguns pacientes terem recebido assistência

médica no domicílio e, portanto, não terem entrado para o cálculo da incidência. Além

disso, referiram que quando se compara as taxas de incidência de fratura do fêmur no

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mundo com as taxas do Brasil, conclui-se que as encontradas em Fortaleza e Sobral,

cidades do Nordeste brasileiro, estão bem abaixo dos índices descritos em cidades

americanas e européias. Este fato é muito plausível, considerando que as características

epidemiológicas e genéticas da população brasileira, além das diferenças climáticas, já

relatadas, são bastante diferentes daqueles onde a maioria dos estudos foi realizada.

4.4 – Fatores de Risco para Fratura de Fêmur Osteoporótica

Vários são os fatores de risco associados à ocorrência de fratura proximal de

fêmur osteoporótica. Estes fatores podem ser considerados, principalmente, como

aqueles que se relacionam com o aumento da prevalência de quedas em idosos e aqueles

que dizem respeito mais especificamente às mudanças na massa óssea. Há estudos que

mostram que as fraturas em idosos raramente ocorrem na ausência de redução da massa

óssea 49,68.

Cummings et. al.38 com o objetivo de identificar os principais fatores de risco

associados à ocorrência de fratura de fêmur realizaram um estudo de coorte prospectivo

de mulheres com idade igual ou superior a 65 anos, recrutadas entre os anos de 1986 a

1988, em cidades americanas e seguidas por um período médio de 4,1 anos. Para

identificação da ocorrência de fraturas, as pacientes foram contatadas por meio de carta

ou telefone a cada 4 meses para verificar se haviam sofrido fratura.

Na análise multivariada do estudo de Cummings et. al.38, além da densidade

óssea, foram identificados 16 fatores de risco independentes para fratura do fêmur, quais

sejam: idade - RR 1.5 (1.3–1.7), história materna de fratura de fêmur - RR 2.0 (1.4–2.9),

altura aos 25 anos - RR 1.2 (1.1–1.4), estado de saúde relatado - RR 1.7 (1.3–2.2),

hipertireoidismo prévio - RR 1.8 (1.2–2.6), uso atual de benzodiazepínicos de longa

ação - RR 1.6 (1.1–2.4), uso atual de anticonvulsivantes - RR 2.8 (1.2–6.3),

permanecer em pé > 4 hr/dia - RR 1.7 (1.2–2.4), inabilidade de sentar e levantar da

cadeira - RR 2.1 (1.3–3.2), menor quartil para percepção de profundidade à distância -

RR 1.5 (1.1–2.0), pulso em repouso � 80 bpm – RR 1.8 (1.3–2.5), alguma fratura a

partir dos 50 anos – RR 1.8 (1.3–2.5) e densidade óssea do calcâneo - RR 1.6 (1.3–1.9).

A ingesta atual de cafeína com RR de 1.3 (1.0 –1.5) e a sensibilidade de contraste de

baixa freqüência com RR de 1.2 (1.0 –1.5) foram fatores que tiveram um efeito sem

significância estatística com o intervalo de confiança passando pelo 1,0. A caminhada

como exercício,- RR 0.7 (0.5–0.9) foi um fator de proteção, pois as mulheres que

caminhavam regularmente para se exercitar tinham um risco de fratura de fêmur 30%

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menor que aquelas não caminhavam regularmente. Houve uma tendência de o risco

diminuir com a distância percorrida por dia.. Após o acréscimo da densidade óssea no

modelo de analise multivariado, os fatores de risco permaneceram significativamente

associados com o risco de fratura do fêmur.

Estes autores ainda avaliaram a associação entre o número de fatores de risco, a

densidade óssea, e previsão para fratura de fêmur: dos 15% das mulheres que tiveram

cinco ou mais dos fatores de risco entre os 16 observados, a incidência fratura de fêmur

por 1000 mulheres-ano foi de 19 (IC 15 a 22); em comparação 47% das mulheres que

tiveram dois ou menos fatores de risco apresentaram uma incidência por 1000 mulheres-

ano de apenas 1,1 (IC 0,5 a 1,6) e 6% das mulheres que tiveram cinco ou mais fatores

de risco e baixa densidade óssea do calcâneo (in the lowest third for their age) tiveram

uma incidência de fratura de fêmur por 1000 mulheres-ano de 27 (IC 20 a 34) 38.

Ainda neste estudo de Cummings et al.38 uma série de fatores que inicialmente

estavam associados com o risco de fratura de fêmur, no modelo ajustado tiveram as

associações diminuídas ou não ficaram estatisticamente significativo após o ajuste para

outras variáveis. Entre eles encontram-se o fumo - RR 2.1 (1.4–3.3) após ajuste - RR

1.4 (IC 0.9–2.3), ingestão alcoólica - RR 0.7 (0.5–0.9) após ajuste RR 0.8 (0.6–1.1), o

uso recente de terapia hormonal tireoidiana - RR 1.6 (1.1–2.3) após ajuste - RR 1.3

(0.9–2.0), o peso atual - RR 0.8 (0.7–0.9) após ajuste - RR 1.2 (0.9–1.4) e o pobre

desempenho em quase todos os testes de função neuromuscular. Uma história de queda

indicou um aumento do risco de fratura do fêmur - RR 1.6 (1.2–2.1) sendo que o risco

aumentou em 30% para cada queda adicional, no entanto, após o ajuste para a

incapacidade de sentar e levantar de uma cadeira, ficar quatro horas ou menos em pé e

saúde precária, a história e o número de quedas também já não estavam

significativamente associados com o risco de fratura de fêmur - RR 1.4 (1.0–2.1).

Dargent-Molina et al69 realizaram um estudo prospectivo, que recrutou 7.575

mulheres com idade � 75 anos de janeiro de 1992 a janeiro de 1994 em cinco áreas da

França, a fim de identificar os principais fatores de risco intrínsecos relacionados à

queda para ocorrência de fratura proximal de fêmur, independente da DMO. Para

identificação da ocorrência de fratura, as pacientes foram contatadas por meio de carta

ou telefone a cada quatro meses para verificar se haviam sofrido fratura. Foram

observados que alguns fatores avaliados aumentavam significativamente o risco de

ocorrência de queda e conseqüentemente de fratura de fêmur.

Neste estudo de Dargent-Molina et al69, o dano neuromuscular, medido pela

inabilidade de andar em linha reta com os pés na posição tandem - RR 1,7 (1,4–2,0)

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para score 1 e RR 5,2 (3,6–7,5) para score 4 (pior score) e por uma velocidade lenta ao

caminhar - RR 2,2 (1,9–2,7) entre 0,71 a 0,86 m/s e RR 4,8 (3,2–7,4) �1,00 m/s, foi

particularmente associado ao aumento do risco de fratura. Os investigadores ressaltaram

que os resultados encontrados neste estudo e aqueles observados por Cummings et al

mostraram que tais medidas são também importantes na predição das quedas que podem

levar a uma fratura de fêmur. Ainda referiram que este achado sugere que o dano

neuromuscular pode ter diferentes papéis na ocorrência de fraturas de fêmur, pois pode

não apenas aumentar o risco de queda, mas também influenciar a velocidade de um

indivíduo, a coordenação e a resposta para se proteger durante uma queda.

Ainda identificaram que as medidas baseadas em desempenho para avaliar a

capacidade física, particularmente danos no equilíbrio e no modo de andar, também são

fortes preditores de risco de queda entre os idosos. O dano visual também foi

identificado no estudo de Dargent-Molina et al 69 como um fator de risco importante,

sendo que a força da associação aumentou com a gravidade do déficit visual - RR1,9

(1,5–2,3) para uma acuidade de 5–7/10 e RR 4,3 (3,1–6,1) para acuidade � 2/10. No

estudo de Cummings et al38 não foi encontrada associação significativa entre acuidade

visual e risco de fratura de fêmur, apesar da percepção de profundidade prejudicada e da

sensibilidade ao contraste terem sido significativos e serem preditores independentes de

fratura de fêmur na análise multivariada daquele estudo. De acordo com Dargent-

Molina et al69 a diferença observada no estudo conduzido por eles e no estudo de

Cummings et al 38 pode ter surgido da diferença da média de idade dos grupos

estudados (80,5 anos versus 72,0 anos). Ainda de acordo com os autores, a acuidade

visual prejudicada leva à percepção alterada dos obstáculos presentes no ambiente e,

conseqüentemente, aumenta o risco do idoso escorregar ou tropeçar acidentalmente.

Para estes, o déficit visual também pode aumentar o risco de queda, uma vez que pode

diminuir a estabilidade postural, ou pode ter um efeito indireto na redução da

mobilidade e da função física. Em uma análise bivariada deste estudo o uso de

medicamentos ansiolíticos foi significativamente associado com o risco de fratura de

fêmur - RR 1,4 (1,1–2,0).

No Brasil, além de serem escassos os estudos que avaliaram os fatores de risco

para osteoporose e fratura de fêmur, assim como no caso de estudo sobre a incidência e

prevalência, os poucos que existem também possuem limitações que comprometem a

sua validade interna e externa, como amostra pequena, recrutada por demanda

espontânea e geralmente retrospectivos.

Faisal-Cury & Zacchello70 conduziram um estudo transversal com avaliação de

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999 resultados de densitometrias ósseas realizadas por DXA de mulheres com idade de

50 a 96 anos, realizadas em laboratório privado, no município de São Paulo, onde foi

aplicado um formulário contendo dados sócio-demográficos e do estilo de vida antes da

realização do exame. Como resultado, 320 mulheres (32,7%) apresentaram osteoporose.

Na análise univariada foram associadas com osteoporose as seguintes variáveis: faixa

etária [61 a 70 anos - OR 2,67 (1,95-3,66)] e [71 a 96 anos - OR 5,17 (3,42-7,79)],

tempo de amenorréia [6 a 10 anos - OR 1,75 (1,06-2,87)] e [11 a 49 anos - OR 4,06

(2,53-6,32)], etnia [branca - OR 1,0], menarca tardia [(13 a 15 anos - OR 1,27 (0,95-

1,70)] e [16 a 21 anos – OR 2,09 (1,21-3,62)] e fratura prévia - OR 1,49 (1,07-2,09). As

faixas crescentes de IMC [20,1 a 25,0 - OR 0,24 (0,10 a 056)]; [25,1a 30,0 - OR 0,13

(0,05 a 0,33)]; [30,1 a 56,0 - OR 0,10 (0,04-0,25)] se associaram com menor risco de

osteoporose. Segundo os autores, por se tratar de um serviço privado pode se supor que

as mulheres avaliadas apresentaram fatores de risco para osteoporose, o que gerou o

pedido do exame densitométrico e pode ter gerando uma prevalência de osteoporose

superestimada em relação a outros grupos populacionais. Além disso, deve-se

considerar que as mulheres deste estudo podem possuir um perfil sócio-demográfico

diferente da maioria da população, inclusive da atendida pelo SUS, ou seja, essa

amostra provavelmente não é representativa de outros grupos de mulheres brasileiras.

Ramalho et al61 realizou um estudo transversal e retrospectivo, onde comparou

73 pacientes com idade � 65 anos que sofreram fratura proximal de fêmur e foram

hospitalizados de março a novembro no Hospital São Paulo e no Hospital Servidor

Público Estadual Francisco Morato Oliveira com um grupo de 50 pacientes com mesma

idade e sem fratura atendidos no ambulatório de geriatria do Hospital São Paulo. As

variáveis analisadas foram: peso, altura, índice de massa corpórea - IMC, hábito de vida

( atividades domésticas, ingestão diária de cálcio, ingestão de café, hábito de fumar),

história ginecológica (idade da menarca e menopausa, número de gestação e lactação),

morbidade prévia, uso de medicamentos, história de fratura prévia e história familiar

de osteoporose.

Os dois grupos deste estudo foram submetidos a uma avaliação do peso, altura e

índice de massa corporal. Também responderam a um questionário com as seguintes

perguntas sobre as variáveis de interesse, conforme citado acima. O tipo de fratura e o

tratamento (cirúrgico ou conservador) também foram avaliados. No grupo fraturado, a

razão de ocorrência de fratura proximal de fêmur encontrada entre sexos foi de 3,3

mulheres para 1 homem. Os resultados indicaram que o grupo de pacientes que não

fraturaram era mais ativos, sendo que 88% realizava atividade em casa por período igual

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ou superior a 4 horas por dia, em comparação a 47,9% no grupo dos que sofreram

fratura (P<0,0001). Também foi observada diferença estatisticamente significativa entre

os grupos com relação ao IMC (P <0,02), sendo a média e mediana no grupo que não

fraturou superiores às do grupo que sofreu fratura. Segundo o autor, a causa principal da

fratura foi queda (87,7%), corroborando com os dados observados na literatura.

Assim como no estudo de Ramalho et al61 outros estudos tem apontado a queda

como um fator de risco para fratura, no entanto, há que se ressaltar que os fatores de

risco para queda não são necessariamente fatores de risco para fratura de fêmur. Vários

são os fatores de risco para fratura de fêmur, conforme já discorrido acima. Já entre os

fatores de rico de queda, que são, na sua maioria, facilmente identificáveis e

potencialmente reversíveis71 destacam-se: a fraqueza muscular; a anormalidade da

marcha ou equilíbrio; a deficiência visual; o uso de hipnóticos, sedativos, diuréticos e

antihipertensivos; doenças neurológicas como doença de Parkinson e acidentes

vasculares; problemas nos pés com artrite e o layout do ambiente doméstico (como por

exemplo, chão escorregadio e uso de tapetes). Há, obviamente, uma grande interseção

entre os fatores de queda e de fratura de fêmur osteoporótica, já que os fatores que

produzem queda também podem resultar em fratura de fêmur osteoporótica. Por outro

lado, a prevenção da queda não inclui todas as medidas que visam a prevenção da FFO.

Portanto, as intervenções preventivas para redução do risco de queda é de fundamental

importância para evitar as conseqüências geradas pela mesma, no entanto, somam-se a

essas, outras intervenções que visam reduzir diretamente o risco da FFO, como é o caso

do uso de antiosteoporóticos, a atividade física freqüente, dentre outros.

4.5 – Promoção da Saúde com Enfoque na Osteoporose e Fratura de Fêmur

Ao longo da História Natural da fratura de fêmur osteoporótica, várias

intervenções podem ser propostas para prevenir ou diminuir os danos causados pela

mesma. Estas medidas vão desde promoção da saúde até a reabilitação, passando por

todos os níveis de prevenção.

A prevenção primária/promoção da saúde seria voltada para uma população

mais jovem, e teria como objetivo favorecer o aumento do pico de massa óssea, que se

dá entre os 20 e 30 anos de idade72,73. Dentre as intervenções, pode-se citar a ingestão de

alimentos ricos em cálcio (ex.: leite), o aumento à exposição solar, favorecendo a

disponibilidade de cálcio e de vitamina D no organismo e a prática de atividade física

regular, melhorando a força muscular. É importante ressaltar que as intervenções de

prevenção de quedas trazem benefícios não apenas em relação à prevenção da

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osteoporose, pois, além disso, elevam a qualidade de vida das pessoas. De acordo com

Henderson74 os exercícios físicos realizados durante as fases de crescimento e de

desenvolvimento determinam um ganho de 7 a 8% de massa óssea no indivíduo adulto,

reduzindo os riscos de fratura na idade avançada.

Segundo MacLean et al75 o pico de massa óssea adquirido é mantido durante os

30 e 40 anos com a ingesta adequada de cálcio, disponibilidade de vitamina D e

exercícios, portanto o estímulo desses hábitos também são fundamentais como medidas

de prevenção e promoção da saúde.

Após a menopausa a taxa de perda óssea é relativamente alta, Prestwood72 refere

uma perda entre 3 a 7% por ano, por um período de até 7 anos. Após este período a

perda óssea continua com uma taxa mais lenta, segundo a autora, entre 1 e 2 %. Há

estudos que demonstram que exercícios com carga de peso moderada como caminhadas

e cooper, promovem aumento do conteúdo mineral nos ossos de mulheres na pós-

menopausa 76. Segundo Morais & Burgos77 o consumo adequado dos nutrientes

envolvidos no metabolismo ósseo pode prevenir ou reduzir a incidência de doenças

ósseas, dentre elas, a osteoporose

Diante da ocorrência da fratura a proposta seria adotar medidas secundárias e

terciárias de forma a diminuir ao máximo o dano e reconduzir os indivíduos à suas

funções de antes da fratura.

Muitas fraturas, principalmente dos membros, que ocorrem em pessoas idosas

são precipitadas por quedas. Segundo Woolf & Akesson78 90% das fraturas de fêmur

são decorrentes de quedas, sendo que o risco de quedas aumenta com a idade. Portanto

é importante que medidas preventivas sejam tomadas visando a prevenção da queda.

De acordo com Emkey & Ettinger79 a atividade física e ingestão de cálcio e

vitamina D são os maiores contribuintes da saúde óssea. Para Feskanich et al80 o

exercício físico exerce um importante efeito na saúde óssea do indivíduo idoso, sendo

que as caminhadas representam a prática mais comum de atividade física entre

indivíduos idosos e o efeito de tal prática tem se relacionado com redução no risco de

fraturas do fêmur proximal. De acordo com Lipsitz81 o músculo mantém sua habilidade

de melhorar sua performance quando submetido a um treino de resistência, ganhos no

tônus muscular do quadríceps com esse tipo de treino levam a mudanças significativas

na massa muscular, o que sugere que a atividade física resulta no recrutamento de

unidades motoras adicionais.

Feskanich et al80 realizaram um estudo de coorte (Nurses' Health Study) em 11

estados americanos a partir de 1986, onde acompanharam por 12 anos 61.200 mulheres

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(enfermeiras) na pós-menopausa com idade entre 40 e 77 anos, que não apresentavam

câncer, doença cardiovascular ou osteoporose no início do estudo. No período de

avaliação 415 fraturas de fêmur proximal foram identificadas, e após ajuste para outras

variáveis, o risco de fraturas foi 6% menor para cada hora de caminhada semanal. As

mulheres que caminhavam pelo menos 8 horas por semana tiveram uma redução de

55% no risco de fraturas (RR=0,45; IC 95%=0,32-0,63) quando comparadas com

aquelas consideradas sedentárias (menos que uma hora semanal de caminhadas).

Portanto, houve uma redução no risco com o aumento no nível de atividade física, e

mesmo naquelas mulheres que caminhavam pelo menos quatro horas por semana a

redução foi de 41% (RR=0,59; IC 95%= 0,37-0,94).

Frazão e Naveira18 referem que a influência de fatores comportamentais se

mantém nas mulheres em idade avançada, reforçando o papel das medidas preventivas

na prática médica e das políticas de promoção de saúde voltadas ao envelhecimento

saudável.

Portanto, percebe-se que várias medidas de promoção da saúde e preventivas,

seja de forma primária ou secundária, podem trazer benefícios, tanto na diminuição da

ocorrência de osteoporose e da fratura de fêmur quanto na melhoria da qualidade de

vida das pessoas.

4.6 – Tratamento da Osteoporose e Prevenção da Fratura

Considerando que a principal conseqüência da osteoporose é a ocorrência de

fraturas, o seu tratamento deve ter um enfoque em medidas medicamentosas e não-

medicamentosas, que visem à diminuição do risco de ocorrência de fraturas e suas

conseqüências. De acordo com Åkesson24 o manejo da osteoporose deve ser focado nos

seguintes aspectos: a massa óssea deve ser maximizada, a ocorrência de fraturas deve

ser prevenida e as pessoas que já apresentaram fraturas devem ser reabilitadas a fim de

minimizar a ocorrência de dor, limitação das atividades e restrição na participação de

atividades sociais.

Para Emkey & Ettinger79 o sucesso no tratamento de pacientes com um risco

aumentado de fraturas possui vários pré-requisitos: primeiro, os pacientes com risco

para osteoporose e fraturas osteoporóticas devem ser identificados; segundo, um

planejamento deve ser desenvolvido considerando a possibilidade de mudanças no

estilo de vida e a necessidade de uso de antiosteoporóticos; terceiro, e fundamental a

educação, em longo prazo, dos pacientes, de forma a melhorar a aderência tanto no uso

dos medicamentos quanto nas mudanças no estilo de vida.

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De acordo com Dawson- Hughes82 o aumento do conhecimento sobre os fatores

de risco para osteoporose e fraturas, bem como a disponibilidade de meios não

invasivos de medida da densidade e massa óssea podem ajudar a identificação de

pacientes com fatores de riscos.

Vários são os estudos que tem avaliado o efeito de medicamentos no aumento da

densidade óssea e, não muitos, na redução do risco de fraturas vertebral, não vertebral,

dentre outras. Os medicamentos antiosteoporóticos atualmente disponíveis atuam em

um ou mais dos fatores locais ou sistêmicos responsáveis pelo equilíbrio entre a

reabsorção e formação óssea. Os mais utilizados são os bifosfonatos (etidronato,

ibandronato, alendronato, ácido zoledrônico e risedronato), o raloxifeno, o cálcio e a

vitamina D, a calcitonina, a teriparatida, a tibolona (não registrada no Brasil para tratar

osteoporose). O ranelato de estrôncio e a terapia hormonal, que possuir restrições

quanto ao uso devido aos seus eventos adversos.

Alguns fatores interferem no sucesso do tratamento medicamentoso da

osteoporose, o mais comum é o problema da adesão e aderência. De acordo com

Badamgarav & Fitzpatrick 83 a baixa aderência está associada com resultados negativos

no tratamento da osteoporose, incluindo o aumento no risco de fratura. Para Cramer &

Silverman84 a baixa adesão e aderência estão entre as razões que mais influenciam a

falência da farmacoterapia na prática clínica, que variam de leves a graves, dependendo

das características da droga, estado e severidade da doença

4.7 – Tratamento da Fratura de Fêmur Osteoporótica

O objetivo do tratamento da fratura proximal de fêmur é prevenir a progressão

da incapacidade funcional e restaurar a função do membro a um nível semelhante ao

momento pré-fratura.

É consenso que o tratamento, para a maioria das fraturas de fêmur proximal, é o

cirúrgico, com exceção de casos onde o paciente apresenta co-morbidades que contra-

indiquem a cirurgia, tornando-se necessário o tratamento conservador. Para Jain et al85

nas condições atuais do tratamento cirúrgico, a abordagem conservadora, com repouso

no leito associado à mobilização precoce, deve ser exclusivamente empregada diante da

impossibilidade total de cirurgia, pois as taxas de mortalidade nos primeiros 30 dias

podem ser 2,5 vezes maiores.��

As fraturas proximais de fêmur se dividem em intracapsulares (que inclui a

fratura de colo de fêmur) e extracapsulares (que inclui as fraturas pertrocantéricas,

também chamadas de trocantéricas, intertrocantéricas ou transtrocantéricas, e

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subtrocantéricas)86. O tratamento cirúrgico das fraturas extracapsulares quase sempre é

realizado por meio da redução e fixação interna (placa e parafuso). Já para as fraturas

intracapsulares, o tratamento cirúrgico é dependente da idade do paciente, nível de

atividade, o estado de saúde e da avaliação e experiência do cirurgião87.

É importante salientar que, para ser submetido ao procedimento anestésico e

cirúrgico, o paciente deve estar clinicamente compensado88. Portanto, as co-morbidades

devem ser diagnosticadas e tratadas no pré-operatório89.

Para Cunha, et. al.90 o atraso na cirurgia e na mobilização pode afetar

funcionalmente e aumentar as complicações associadas ao repouso prolongado, como

tromboembolismo, infecção do trato urinário, atelectasia e úlcera de pressão.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e o Colégio

Brasileiro de Radiologia89 a reabilitação pós-operatória para os pacientes com fratura do

colo femoral deve ser multidisciplinar, sendo que a equipe deve ser composta por

ortopedista, geriatra, fisioterapeuta, nutricionista e psicóloga. Com isso, o risco de falha

da cirurgia e do desenvolvimento de problemas clínicos poderá se diminuído, além de

ocorrer uma recuperação mais rápida 91. Ainda de acordo com a Sociedade e o Colégio 89

o início da reabilitação se dá logo após o final da cirurgia, onde se iniciam exercícios

isométricos por 24 a 48 horas de pós-operatório.

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5 – OBJETIVOS

5.1 – Objetivo Geral:

Realizar uma avaliação comparativa, da efetividade, de tecnologias relevantes

associadas à prevenção secundária e ao tratamento da fratura de fêmur osteoporótica,

em mulheres com idade � 65 anos, visando delinear estratégias para a gestão da

incorporação dessas tecnologias.

5.2 – Objetivos Específicos

5.2.1 Analisar os estudos de síntese disponíveis sobre as tecnologias terapêuticas

utilizadas na prevenção secundária da fratura de fêmur osteoporótica (com

foco na eficácia, efetividade e segurança) em mulheres na pós-menopausa;

5.2.2 Estimar a efetividade das tecnologias de prevenção secundária da fratura de

fêmur osteoporótica e compará-la com a não adoção de medidas de

prevenção ( conduta tradicional);

5.2.3 Levantar os dados sobre a ocorrência de fratura de fêmur osteoporótica em

mulheres com idade � 65 anos internadas no Sistema Único de Saúde -

SUS, utilizando o banco de dados do Sistema de Informações hospitalares do

Sistema Único de Saúde – SIH/SUS;

5.2.4 Estimar a efetividade dos tratamentos da fratura de fêmur osteoporótica

correntes no SUS em geral, utilizando o banco de dados do SIH/SUS;

5.2.5 Estimar a efetividade dos tratamentos da fratura de fêmur osteoporótica no

Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia - INTO, utilizando o banco

de um estudo realizado neste serviço;

5.2.6 Comparar a efetividade do tratamento da fratura de fêmur osteoporótica

realizado no SUS em geral, versus o tratamento realizado no INTO;

5.2.7 Subsidiar um estudo de custo-efetividade sobre as tecnologias de prevenção

secundária e de tratamento da fratura de fêmur osteoporótica com vista à

gerência da incorporação de tecnologias dirigidas a esse problema de saúde

pública;

5.2.8 Identificar as possíveis barreiras para a gerência da incorporação de

tecnologias dirigidas ao problema da fratura de fêmur osteoporótica no SUS.

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52

6 – METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa realizada com dados secundários publicados na

literatura nacional e internacional, assim como em bases de dados do SIH/SUS e ainda

em dados de pacientes de um estudo conduzido no INTO com foco nas implicações da

osteoporose, mais especificamente na ocorrência de fratura de fêmur osteoporótica em

mulheres comidade � 65 anos.

Para isso foi utilizada a análise de decisão, um método quantitativo que usa a

análise estatística, e que têm sido desenvolvidas visando auxiliar na decisão sobre

tecnologias a serem utilizadas, tanto individualmente com coletivamente92.

Assim, foi elaborado um estudo de análise e síntese de dados de conhecimento

disponíveis sobre esse tema, conforme o modelo subjacente de análise de decisão

descrito abaixo.

Neste trabalho foi adotada a definições de osteoporose e osteopenia definidas

pela OMS.

6.1 – Modelo Subjacente à Análise de Decisão

Para a delimitação do modelo de análise de decisão a ser explorado neste trabalho,

e considerando a complexidade do tema osteoporose, foi construído inicialmente um

modelo subjacente de análise de decisão preliminar, que segue abaixo:

Várias intervenções podem ser propostas no decurso da História Natural da

Doença (HND) osteoporose, com potencial de modificá-las, tanto no sentido de

prevenir, como diminuir os danos causados pela mesma (figura 1). Foi considerado

como Horizonte Clínico da Doença, para fins desta avaliação, o momento da fratura de

fêmur osteoporótica.

De acordo com o esquema da história natural de doença, apresentado na fig. 1,

observa-se que as medidas de prevenção primária da osteoporose podem ser

direcionadas a uma população mais jovem, principalmente crianças e adolescentes, com

objetivo de aumentar o pico de massa óssea, que é atingido entre os 20 e 30 anos de

idade72,73. Dentre essas intervenções, podem-se citar a ingestão de alimentos ricos em

cálcio (ex.: leite), o aumento à exposição solar, favorecendo a disponibilidade de cálcio

e de vitamina D no organismo e a prática de atividade física regular72,73,74,75.

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53

Seqüelas

Linha de Horizonte Clínico - FFO

Morte

HND

Aumento do pico de massa óssea na juventude: Cálcio na Dieta, Exposição ao

Sol e Prática de Exercício Físico

Fatores de risco:- DMO – ex. Anti-osteoporótico (com ou sem rastreamento);

- Acuidade Visual – ex. Cirurgia de Catarata; óculos;

- Força Muscular – ex. Exercícios; rampas e corrimão (para evitar quedas) etc

- Dificuldades de Audição – ex. Próteses auditivas

- Estabilização Clínica

- Tratamento Cirúrgico

- Reabilitação

Figura 1 – Esquema da História Natural da Doença (HND)

Já as medidas de prevenção secundária podem ser direcionadas para população

idosa e, considerando os fatores de risco para a ocorrência de fratura osteoporótica nessa

população, algumas alternativas podem ser adotadas visando76,77,78,80,81:

1. Aumento da DMO:

� Detecção de grupos com baixa DMO (rastreamento) e administração de

antiosteoporóticos como bisfosfonados [(alendronato, ibandronato,

risedronato), cálcio, calcitonina, teriparatida, raloxifeno, ranelato de

estrôncio, etc];

� Suplementação de cálcio (associada ou não à vitamina D) sem

rastreamento de pacientes de risco.

2. Prevenção de quedas, ex:.

� Medidas visando melhorar a acuidade visual;

� Medidas visando melhorar a força muscular do quadríceps;

� Uso de órtese para apoio da deambulação.

Na hipótese de não ser conduzida medida da prevenção da FFO (sendo seguido o

curso natural da doença) ou nos casos de falhas nas estratégias de prevenção, a

ocorrência da fratura poderá ser um desfecho inevitável, havendo com isso, a

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54

necessidade de intervenção para o tratamento da mesma. Portanto, considerando o

princípio da integralidade das ações do SUS, além de medidas preventivas, é

fundamental que a atenção à FFO esteja bem estruturada no SUS.

A primeira etapa da atenção à FFO é a estabilização clínica e preparo do

paciente para a cirurgia. A segunda etapa é a cirurgia, para a qual existem várias

técnicas e tipos de próteses que podem ser utilizadas. Logo após a cirurgia, deve-se

iniciar a reabilitação do paciente e, após a alta hospitalar, a reabilitação deve ser

continuada em nível domiciliar ou ambulatorial, pois, caso isto não ocorra, o tônus

muscular não será suficientemente recuperado.

Independentemente do tipo de intervenção, para os programas de preventivos a

ocorrência de fraturas é o desfecho de interesse, ao passo que, para o tratamento da

fratura, são desfechos de interesse a cura, morte ou incapacidade.

Considerando a história natural de doença e o discorrido acima, percebe-se que a

osteoporose é uma condição que pode ser trabalhada com diferentes árvores de decisão,

ponderando-se os diferentes recortes da população dentro dos sub-grupos de idades,

fatores de risco associados, diferentes intervenções (promoção da saúde, prevenção

primária, prevenção secundária e tratamento da fratura osteoporótica), desfechos e

elementos de custos. Considerando o tempo e a complexidade do tema, para este

trabalho, portanto, foram delimitados preliminarmente dois recortes a serem explorados:

O Primeiro recorte: refere-se à avaliação da efetividade de tecnologias de

prevenção secundária, considerando como alternativas de intervenção (Figura 2): 1.

Tecnologia de rastreamento de DMO seguida de administração de antiosteoporóticos; 2.

Suplementação de cálcio e vit. D sem rastreamento; 3. Não intervir e acompanhar a

história natural da doença.

Conforme afirma Krauss31, a racionalidade para o uso da densitometria óssea ou

outro instrumento diagnóstico em uma estratégia de intervenção para o problema da

osteoporose é de que a identificação de um subgrupo de mulheres com baixa densidade

óssea, e com risco aumentado de fraturas, serviria de base a uma terapia efetiva

(prevenção secundária), resultando em menos fraturas no futuro.

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55

Figura 2 – Árvore de decisão preliminar 1 - Tecnologias de Prevenção Secundária: rastreamento seguido de uso de antiosteoporóticos versus não intervenção na história natural de doença

O segundo recorte diz respeito ao tratamento da fratura de fêmur osteoporótica

(estabilização clínica + tratamento cirúrgico + reabilitação), sendo as alternativas de

intervenção (Figura 3): 1. Tratamento da fratura de fêmur osteoporótica realizado no

âmbito do SUS em geral; 2. Tratamento da fratura de fêmur osteoporótica realizado em

um centro de excelência do SUS, neste caso o INTO.

Alternativa tradicional

Realizar medida de DMO por DXA

% com osteoporose/osteopenia

% sem osteoporose/osteopenia

% aderência

% não aderência

Não realizar medida de DMO

cálcio+ vitamina D

Coorte hipotética

de 1000

mulheres

Nº de FFO

Iincidência de FFO

Eficácia)

Fratura

Fratura

Fratura

Fratura

Fratura

Fratura

Incidência da FFO

antiosteoporóticos

Eficácia)

Fratura

% aderência

% não aderência

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Figura 3 – Árvore de decisão preliminar 2 - Tratamento da FFO no SUS e no INTO

Para as análises de decisão preliminares (primeiro e segundo recorte) deste

trabalho, algumas propostas foram avaliadas sumariamente, a partir das evidências

disponíveis, para que fossem selecionadas as alternativas da árvore de decisão que

seriam analisadas mais cuidadosamente. Foram arbitradas as propostas considerando

como foco para intervenção a população assistida pelo SUS, bem como o impacto dessa

intervenção para a saúde pública.

As evidências disponíveis foram a base dos pressupostos das alternativas a

serem analisadas. Foram arbitrados valores para variáveis para as quais as evidências

não estiveram disponíveis.

6.2 – Racional da Análise de Decisão

Considerando as incertezas relacionadas às intervenções associadas a diferentes

momentos da história natural da osteoporose, aos possíveis desfechos e a outras

informações relevantes tais como: fatores de risco para osteoporose, prevalência da

osteoporose, acurácia prognóstica, incidência da FFO, eventos adversos associados ao

tratamento, tamanho da eficácia para diferentes grupos e duração do benefício, adesão e

SUS

Cirurgia

Não Cirurgia

Cirurgia

Não Cirurgia

INTO

Estab ilização Clínica

Reabilitação

Não R eabilitação Recuperação sem seqüela

Óbito

Re cuperação com seqüela

Óbito

Recuperação com seq üe la

Recuperação sem seqüela

Óbito

Re cuperação com seqüela

Óbito

Recup eração com seq üela

Não R eabilitação*Recupe ração se m seq üela

Óbito

Recuperação com seqüela

%

Fratura

* No SU S em geral não existe reabilitação após cirurgia de FFO

QAL Y

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aderência, entre outras, foi construído um protocolo de análise de decisão preliminar

onde constam as variáveis e informações a serem consideradas:

6.2.1 – Variáveis que foram consideradas para a análise de decisão

I – População: Mulheres na pós-menopausa com idade � 65 anos.

Conforme discorrido na introdução dessa dissertação, as mulheres na pós-

menopausa possuem uma taxa de estrógenos diminuída, o que leva a um acréscimo da

absorção óssea que, associada a outros fatores, aumenta o risco de osteoporose e

também da FFO15.

A idade é um fator de risco para fratura38, sendo que há estudos26 que apontam

para uma maior ocorrência de fraturas osteoporóticas em mulheres mais idosas.

Portanto, foi considerada a faixa etária de mulheres acima de 65 anos nas análises de

decisão preliminares, a fim de se avaliar se essa população se beneficiaria com um

programa de rastreamento.

II – Desfechos intermediários: ocorrência de fratura de fêmur osteoporótica em

mulheres na pós-menopausa.

A FFO tem sido apresentada como o evento que resulta no maior impacto da

doença em termos de mortalidade e incapacidade, sendo um importante indicador para

avaliar intervenções preventivas31 .

Portanto, como medida de desfecho intermediário, foi considerada como FFO as

fraturas localizadas na região anatômica superior do fêmur, que, segundo a

Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde -

CID 10, décima revisão, versão 200393, correspondem a: S72.0 (fratura de colo de

fêmur); S72.1 (fratura pertrocantérica, também chamada de fratura trocantérica,

intertrocantérica ou transtrocantérica) e S72.2 (fratura subtrocantérica).

III – Desfechos finais: número de anos de vida ajustados por qualidade (QALYs)1,

considerando as possibilidades de desfechos decorrentes do tratamento da FFO, que

foram definidas neste estudo como: probabilidades de óbito durante a internação, de

recuperação sem seqüelas e de recuperação com seqüelas decorrentes de fraturas de 1 QALY (quality adjusted life years) = AVAQ (anos de vida ajustados por qualidade). Medida de desfecho freqüentemente utilizada em estudos de custo-efetividade. Tem o objetivo de valorizar não apenas o tempo a mais de vida que determinada tecnologia em saúde proporciona em relação à outra, mas também a qualidade desse aumento de vida. Convencionalmente, tem sido calculado multiplicando-se o valor da qualidade de vida em um determinado estado de saúde pela duração daquele estado. �

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fêmur osteoporótica tratadas em serviços do SUS em geral e no INTO.

Na estimativa destes desfechos foram consideradas informações relevantes sobre

as intervenções para a correção da fratura como: tempo decorrido entre a fratura e a

intervenção cirúrgica, acesso à reabilitação, comorbidades prévias à fratura, avaliação

pré cirúrgica, entre outras.

IV – Eventos intermediários: taxa de adesão e aderência ao rastreamento, taxa de

adesão e aderência aos medicamentos, tipos e taxas de eventos adversos associados com

os medicamentos antiosteoporóticos, tipo de cirurgia.

A adesão e aderência ao medicamento são fatores que interferem na efetividade

dos medicamentos94. Já os eventos adversos podem levar ao abandono do tratamento

ou diminuição da adesão e aderência do paciente ao medicamento, além disso, também

pode causar impacto na qualidade de vida.

V – Intervenções

Conforme já discorrido, foram realizados dois recortes, o primeiro refere-se à

efetividade de medidas de prevenção secundária e o segundo recorte diz respeito ao

tratamento da fratura de fêmur osteoporótica em serviços distintos. Portanto, as

intervenções relacionadas esses recorte foram:

Medidas de prevenção secundária - rastreamento (detecção + intervenção)

o Tecnologia de detecção utilizada para o Screening: medida de DMO do colo

femoral por DXA.

Conforme já discorrido, a DXA é o método de escolha para identificação de

mulheres com osteoporose e osteopenia por ser uma das tecnologias mais recentes de

avaliação da DMO – considerado padrão ouro – e que tem sido amplamente utilizada

para o diagnóstico de pacientes com osteoporose/osteopenia, inclusive no âmbito do

SUS. É o método indicado pela OMS e foi a tecnologia escolhida para o estudo de

Krauss (2003), que está sendo atualizado nesse trabalho.

Tomando como base os resultados do estudo de Marshall53, que verificou que a

medida do fêmur tem um melhor valor preditivo para fraturas de fêmur (risco relativo

de 2,6 (2,0 a 3,5), foi considerada para a avaliação da DMO a medida tomada no sítio

femoral, uma vez que este trabalho teve como foco a FFO.

o Intervenções terapêuticas: uso de antiosteoporóticos; suplementação de cálcio

e vitamina D.

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Conforme modelo subjacente de análise de decisão, foram avaliadas as

possibilidades terapêuticas a serem utilizadas na prevenção secundária da fratura de

fêmur. Existem medicamentos que vem sendo referidos como efetivos na alteração da

DMO e prevenção de fratura em revisões e diretrizes médicas que se qualificam como

baseados em evidências científicas, sendo denominados de antiosteoporóticos. Entre

estes destacam-se os bifosfonatos (alendronato, risedronato, ibandronato, pamidronato e

ácido zoledrônico), o ranelato de estrôncio, a tibolona, o raloxifeno, a teriparatida e a

calcitonina. Além desses, também destacam-se a terapia de reposição hormonal e o

cálcio e vitamina D.

No Brasil, alguns desses medicamentos constam da lista de medicamentos

excepcionais pagos pelo SUS (como é o caso do alendronato, do cálcio, do calcitriol e

da calcitonina sintética de salmão). O alendronato, o calcitriol e o cálcio ainda constam

da RENAME2. Ainda no Brasil, as diretrizes para tratamento de osteoporose,

publicadas em 2002, indicam os seguintes medicamentos: bifosfonatos (alendronato,

risedronato e pamidronato), calbonato de cálcio, vitamina D, calcitonina e raloxifeno58.

As diretrizes do National Osteoporosis Foundation - NOF recomendam as

seguintes intervenções medicamentosas: bifosfonatos (alendronato, risedronato,

ibandronato, ácido zoledrônico), calcitonina, terapia hormonal, raloxifeno, teriparatida.

O medicamento ranelato de estrôncio não está indicado nas diretrizes do NOF por não

terem registro no FDA.

Foi realizada uma avaliação preliminar dos antiosteoporóticos citados acima e

destes foram excluídos da análise preliminar:

– A tibolona, que é um medicamento usado na Europa para o tratamento dos

sintomas vasomotores da menopausa e para prevenção da osteoporose. No Brasil, é

aprovado para uso no tratamento da doença de Paget, sendo que não possui registro

como antiosteoporótico e por este motivo foi excluído como opção terapêutica neste

estudo.

– A teriparatida apresenta um alto custo mensal, de aproximadamente R$

1.750,00, muito superior a outros medicamentos aprovados para o tratamento da

osteoporose, tal como o alendronato, e por essa razão foi excluída da análise.

– Com referência a calcitonina, relatório de pesquisa95 já apontava que poucos

estudos que avaliaram esse medicamento apresentam qualidade metodológica

satisfatória. Dessa maneira, sua análise ficou condicionada à existência de novos

ensaios clínicos randomizados controlados que superassem as deficiências apontadas,

2 RENAME – Relação Nacional de Medicamentos Essenciais editada pelo Ministério da Saúde.

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60

como isso não ocorreu, também foi excluído da análise preliminar.

– Com relação ao raloxifeno, a proposta era que o mesmo fosse avaliado caso

houvesse novos estudos sobre sua eficácia na prevenção da FFO e cujos resultados se

mostrassem iguais ou superiores àqueles observados com o uso do alendronato. Como

isso não ocorreu, o mesmo também foi excluído. É importante ressaltar que esse

medicamento aumenta o risco de ocorrência de trombose venosa profunda, em valor

semelhante ao observado na terapia hormonal, no entanto, possui indicação para

redução do risco do câncer de mama invasivo em mulheres na pós-menopausa.

– A terapia hormonal, apesar de eficaz, apresenta limitações dado o risco de

ocorrência de eventos cardiovasculares, sendo indicada para grupos específicos.

Foram definidos como medicamentos a serem analisados preliminarmente a

depender da existência de evidências: bifosfonatos (alendronato, risedronato,

ibandronato, ácido zoledrônico), o ranelato de estrôncio e o cálcio e vitamina D.

O alendronato foi avaliado no estudo de Krauss 31 que na época já mostrada uma

eficácia de 50% na redução do risco de fratura de fêmur. Dessa maneira, as evidências

sobre sua eficácia foram atualizadas. O risedronato foi avaliado, pois há estudos que

têm apontado que o risedronato apresenta uma eficácia semelhante à do alendronato. O

ibandronato tem uma posologia mensal (no caso do comprimido), o que pode interferir

na adesão e aderência ao tratamento.

Estudos apontam que o ranelato de estrôncio e o ácido zoledrônico reduz o risco

de fratura vertebral e não vertebral. Estes medicamentos foram incluidos por serem

tecnologias mais recentes e que não foram avaliados no estudo de Krauss (2003)31, pois

à época não havia evidências suficientes sobre os mesmos.

Também foi considerado o uso de cálcio e vitamina D, por terem sido

consideradas alternativas de baixo custo no estudo de Krauss 31.

Portanto, foi buscado evidências sobre a eficácia na prevenção de fraturas na

população de interesse dos antiosteoporóticos selecionados preliminarmente. Após isso,

aqueles que se mostraram mais efetivos na prevenção de fratura de fêmur foram

inseridos na análise de decisão definitiva, a fim de avaliar a relevância de sua inclusão

em um programa de screening do SUS em relação à sua efetividade e ao seu custo-

efetividade e custo-utilidade.

Intervenções para tratamento da fratura de fêmur: Intervenções para tratamento da

fratura de fêmur realizadas no SUS e no INTO.

Foram buscadas informações referentes ao tempo desde a fratura até a cirurgia,

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tempo de internação, avaliação pré-operatória, tipo de cirurgia, reabilitação, taxa de

mortalidade e incapacidade nesses dois contextos.

o Custos: referentes ao rastreamento, medicamentos, internação, intervenção

cirúrgica (inclusive prótese de quadril) e reabilitação. Esse ítem foi explorado

em outro trabalho visando a análise de custo-efetividade das tecnologias

analisadas neste estudo.

6.3 – Dados para Análise de Decisão

6.3.1 – Primeiro Recorte:

Para a definição das opções tecnológicas para prevenção secundária FFO e

preenchimento da primeira árvore de decisão, foi necessário obter informações

relacionadas: à eficácia dos antiosteoporóticos na prevenção de fratura de fêmur; taxas

de adesão e aderência ao uso desses medicamentos; estimativa das taxas de osteoporose

e osteopenia da população brasileira, estimativa da acurácia da DXA na detecção de

pessoas com osteoporose e osteopenia e na predição do risco de fratura na população

brasileira e estimativa da taxa de fratura de fêmur na população de mulheres brasileira.

O resultado em saúde de interesse para a análise da efetividade das tecnologias

de prevenção secundária foi a “ocorrência de fratura de fêmur osteoporótica em

mulheres com idade � 65 anos”, pois este resulta no maior impacto da doença em

termos de mortalidade e incapacidade, sendo um importante indicador para avaliar

intervenções preventivas31. Para a estimativa do número de fraturas ocorridas foi

considerando as possibilidades apresentadas em uma árvore de decisão para uma coorte

hipotética de 1000 mulheres.

Esta etapa também contemplou uma atualização dos dados de uma avaliação

tecnológica parcial sobre as tecnologias de prevenção secundária relacionadas à questão

da osteoporose publicada por Krauss31. As tecnologias avaliadas no estudo de Krauss 31

foram o programa de rastreamento (procedimentos diagnósticos e terapêuticos) versus a

não realização de rastreamento associada ao tratamento tradicional de fratura de fêmur

osteoporótica em mulheres na pós-menopausa. No braço da terapia antiosteoporótica,

foram considerados o Alendronato e Hormonioterapia de Reposição (HTR), além de

Cálcio e Cálcio associado à Vitamina D. Com a publicação de estudos posteriores, a

HTR foi descartada como tecnologia de escolha para a prevenção e tratamento de

osteoporose. Como foram utilizados dados do estudo de Krauss31 e considerando que a

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mesma em seu estudo fez uma extensa busca de estudos que avaliaram a eficácia dos

antiosteoporóticos, a busca por novas evidências sobre a eficácia dos antiosteoporóticos

limitar-se-á a estudos publicados após 2001.

Na ausência de evidências serão utilizadas estimativas estabelecidas na avaliação

tecnológica de Krauss31.

Para fins de análise de decisão foram consideradas mulheres na pós-menopausa

com idade � 65 anos. Também foi assumido, como fez Krauss31, que o benefício

adquirido neste período acompanhará a paciente mesmo após a suspensão do

medicamento.

6.3.1.1 – Eficácia dos Antiosteoporóticos

As informações relativas à eficácia dos antiosteoporóticos na prevenção de FFO

em mulheres foram obtidas por meio de uma extensa busca bibliográfica. Foi

estabelecido um protocolo contendo a estratégia de busca detalhada (Anexo A) onde

constavam as bases de dados a serem consultadas: Medline/Pubmed e Embase; os tipos

de estudos a serem buscados: Ensaios Clínicos Randomizados e Controlados, Revisão

Sistemática com ou sem metanálise de Ensaios Clínicos Randomizados; as palavras

chaves utilizadas: osteoporo*, postmenopausal, osteoporoses, fractur*, hip fracture,

femoral fractures, os nomes dos medicamentos: ibandronic acid, ibandronate,

risendronate, alendronate, strontium ranelate, protelos, zoledronic acid; o limite de

língua: inglês, espanhol e português; os desfechos de interesse, entre outras.

A seleção dos estudos foi realizada da seguinte maneira: aplicação do limites de

busca –leitura do título de todos os estudos identificados – seleção daqueles com títulos

condizentes com os critérios definidos no protocolo de busca – leitura dos resumos dos

artigos selecionados – nova seleção daqueles com resumos condizentes com os critérios

definidos no protocolo - leitura e análise dos artigos selecionados.

Os medicamentos selecionados para compor a primeira árvore de decisão foram

aqueles que se mostraram eficazes nos estudos que tiveram como desfecho a ocorrência

de FFO em mulheres e que preencheram os critérios definidos no protocolo da

estratégia de busca.

Foram elaborados protocolos de análise contendo as informações necessárias a

serem obtidas para a avaliação da qualidade e análise dos resultados de interesse dos

estudos selecionados. Entre as informações contidas no protocolo de análise dos

estudos de revisão sistemática e metanálise estão: o objetivo do estudo; os

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antiosteoporóticos avaliados; os desfechos de interesse; a existência de protocolo do

estudo; a estratégia de busca dos estudos; os critérios para inclusão e exclusão dos

estudos; extração dos dados; homogeneidade; síntese dos dados e modelos estatísticos

para análise estatística; avaliação da qualidade e peso dos ensaios clínicos incluídos;

conclusões da revisão sistemática e resultado da metanálise (Anexo B). Entre as

informações contidas no protocolo de análise dos ensaios clínicos randomizados estão:

objetivo do estudo; metodologia; desenho dos estudos; local de realização do estudo;

caracterização da população; desfechos; critérios de inclusão e exclusão; tipo de

equipamento e software usado para detecção da DMO; tipo de intervenção (esquema de

tratamento); tempo de acompanhamento; tipo de análise; aspectos éticos; resultados e

perdas do estudo (Anexo C).

Ainda na avaliação da qualidade dos estudos, foram considerados os seguintes

aspectos: método de randomização, presença e adequação da tabela pós-randomização

com avaliação da comparabilidade dos grupos em relação aos fatores prognósticos mais

relevantes, presença e manutenção do cegamento, origem e tamanho da amostra, tempo

de seguimento, percentual de perdas, descrição do motivo das perdas, presença de

exclusão após a randomização, presença de análise por intenção de tratamento.

Com base nas informações definidas nestes protocolos os dados dos artigos

analisados foram extraídos e sumarizados em grades (Anexo E).

Considerando que, na maioria dos estudos, as fraturas da parte proximal do

fêmur são também denominadas fraturas de quadril (hip fracture), estudos com estes

termos foram avaliados e, quando pertinentes, aceitos neste trabalho como estudos de

fratura proximal de fêmur.

6.3.1.2 – Dados sobre a aderência aos antiosteoporóticos

As informações referentes à aderência aos antiosteoporóticos foram extraídas,

como desfecho secundário, dos estudos de eficácia dos medicamentos. Na ausência

dessa informação nos estudos selecionados, foram buscados estudos que pudessem

fornecer os dados de aderência do medicamento de interesse.

6.3.1.3 – Acurácia da medida de DMO por meio da DXA

Conforme explicitado no item racional da análise de decisão, a medida da DMO

foi obtida por meio da DXA, no sítio femoral, por ter um melhor valor preditivo para

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FFO.

Para a acurácia prognóstica da medida de DMO por DXA, foram adotados os

valores obtidos em uma metanálise conduzida por Marshall et al53, que analisou a

capacidade preditiva para fratura de fêmur.

6.3.1.4 – Incidência de FFO na população geral de mulheres brasileiras usuárias do

SUS.

Foi considerada uma incidência de 6% de FFO para a população geral de

mulheres brasileiras com idade � 65 anos, estimada no estudo de krauss (2003)31, que

considerou uma cobertura do SUS de 80%.

6.3.2 – Segundo Recorte

A árvore de decisão do segundo recorte comparou as alternativas de tratamento

da FFO disponíveis no SUS e no INTO. Para isso, foram utilizadas informações das

bases de dados do SIH/SUS e de um banco de dados parcial de um estudo realizado no

INTO. Além disso, os dados foram complementados com base em informações

disponíveis na literatura disponível, sobre a morbi-mortalidade e sobrevida associada à

FFO.

Incialmente, os bancos de dados foram trabalhados, de forma a se extrair

informações de interesse sobre o perfil da população internada para tratamento de FFO

no SUS e no INTO, em termos de faixa etária, frequência dos tipos de fraturas,

mortalidade hospitalar, mortalidade por faixa etária e por tipo de fratura, tempo médio

de permanêcia hospitalar, entre outras. Estes dados foram utilizados para fins de

comparação dos dois serviços e também alguns foram utilizados para o preenchimento

da árvore de decisão do segundo recorte. Para fins de comparação entre o INTO e o

SUS, na árvore de decisão, foram utilizados os dados de mortalidade do SUS apenas

referente à fratura de colo de fêmur e transtrocantérica, uma vez que os dados do INTO

estão relacionados apenas a esses dois tipos de fraturas.

O banco de dados do INTO que foi utilizado neste estudo é originário de um

banco de dados maior do projeto intitulado: Análise de custo-utilidade de alternativas

para o problema das fraturas de fêmur osteoporóticas no Brasil, realizado por um grupo

de pesquisa coordenado pela profª Dr Letícia Krauss. Este projeto consta de um estudo

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de coorte prospectivo que envolveu a seleção, avaliação de várias informações por meio

de questionários validados e acompanhamento multiprofissional de homens e mulheres

internados no INTO para tratamento de fratura de colo de fêmur e fratura

transtrocantérica entre junho de 2007 e junho de 2008. Para esta dissertação foram

utilizados apenas os dados de mulheres com idade � 65 anos. Este projeto seguiu todos

os requisitos referentes às questões de ética em pesquisa. Os resultados desse projeto

ainda não foram publicados.

Como alternativa de tratamento à FFO, foi considerado como padrão a

estabilização clínica + tratamento cirúrgico + reabilitação.

Conforme explicitado no item “racional da análise de decisão”, o desfecho final

foi o número de QALYs acumuladas em cada braço da árvore de decisão, considerando

as probabilidades de desfechos decorrentes do tratamento da fratura de fêmur, que são: a

probabilidade de recuperação sem seqüelas e respectiva média da diferença entre

valores de QoL (medida de qualidade de vida) antes da fratura e valores de QoL 3

meses após a fratura, a probabilidade de recuperação com seqüelas e respectiva média

da diferença entre valores de QoL antes da fratura e valores de QoL 3 meses após a

fratura e a probabilidade de óbito durante a internação (mortalidade hospitalar) e até 3

meses após a fratura.

Na estimativa de QALY para o ramo da árvore de decisão destinado ao INTO,

foram utilizados dados preliminares, obtidos pela medida da qualidade de vida por meio

do instrumento Euroqol, do estudo realizado nesse serviço, assim como dados de

estimativas de sobrevida do IBGE. No estudo do INTO, o número de QALYs foi

medido três meses após a cirurgia.

Para os pacientes atendidos pelo SUS em geral, foram realizadas estimativas do

percentual de pacientes que sobreviveram à fratura após três meses e que se

recuperaram sem seqüela e com seqüela e seus respectivos QALYs.

Também foi estimada a efetividade em termos de anos de vida ganhos, no SUS e

no INTO, das mulheres fraturadas com e sem seqüelas. Além disso, foi calculada a

efetividade em termos de vidas salvas. Os cálculos foram realizados para um horizonte

de tempo de 3 meses

Para o cálculo de anos de vida ganhos, as estimativas de sobrevida da população

de interesse foram realizadas utilizado-se os dados da Tábua Completa de Mortalidade

para a população do sexo feminino do ano de 2007, publicados pelo IBGE1. Foi

considerado que a população de mulheres com idade � 65 anos e de mulheres fraturadas

sem seqüelas após três meses de FFO possui a mesma expectativa de sobrevida. Para a

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expectativa de sobrevida de mulheres fraturadas que ficaram com seqüelas, foi adotada

uma diminuição da expectativa sobrevida dessa população em 25% em relação à

população de mulheres em geral de mesma faixa etária, conforme o estudo de

Christensen et al119. Diante da falta de evidências sobre o assunto, Christensen et al119

realizou esta estimativa com base na opinião de especialistas.

O banco de dados do SIH/SUS do ano de 2007 foi utilizado para a extração de

dados relacionados aos casos de FFO atendidos no SUS. Foi realizado um recorte no

banco de dados para selecionar as pacientes de sexo feminino com idade � 65 anos com

os seguintes diagnósticos: S72.0 (fratura de colo de fêmur); S72.1 (fratura

pertrocantérica, trocantérica, intertrocantérica ou transtrocantérica) e S72.2 (fratura

subtrocantérica), que correspondem à fratura proximal de fêmur. Após esse recorte foi

realizado novo recorte do banco de dados, de acordo com a variável “procedimentos

realizados”, no sentido de excluir das internações inicialmente selecionadas aquelas

relativas a complementações ou complicações da 1ª internação e aquelas que não

visavam o tratamento da fratura de fêmur, ou seja, os procedimentos de: retirada de

placa e parafuso, politraumatizado, alongamento muscular, retirada de prótese de

substituição em grandes articulações, tratamento cirúrgico da fratura subcondileana (da

metáfise distal) do fêmur, redução incruenta de fratura ou deslocamento epifisário ao

nível do joelho, internação domiciliar com equipe hospitalar.

Foram utilizados os softwares Tabwin para composição do banco de dados do

SUS e o SPSS 16.0 para análise estatística dos dados.

6.4 – Analise de sensibilidade.

Foram conduzidas análises de sensibilidade para variáveis estimadas.

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67

7 – RESULTADOS

7.1 – Primeiro Recorte:

7.1.1 – Avaliação de evidências sobre a efetividade das tecnologias medicamentosas

na prevenção da FFO:

A busca de evidências sobre a eficácia dos medicamentos antiosteoporóticos na

prevenção de fratura de fêmur, após 2001, através da estratégia de busca explicitada

anteriormente, mostrou que vários antiosteoporóticos têm sido avaliados em ensaios

clínicos randomizados, revisões sistemática e metanálises. No entanto, o foco da

maioria tem sido a avaliação da eficácia do medicamento na alteração da DMO,

turnover ósseo e prevenção de fratura vertebral e fratura não vertebral, sendo que destes

últimos, poucos avaliaram especificamente a prevenção de fratura de fêmur. Esse

achado é confirmado por Kanis26 que refere que há poucos estudos que associam o uso

de tecnologias terapêuticas antiosteoporóticas e o risco de fratura de fêmur. Não foram

incluído nas análises estudos com desfecho de alteração de DMO ou outro desfecho que

não fosse a fratura de fêmur.

A proposta inicial foi avaliar as evidências sobre a eficácia de todos os

medicamentos antiosteoporóticos com registro no Brasil, a fim de avaliar a elegibilidade

dos mesmos para a análise de decisão, no entanto, conforme explicitado no item

racional da análise de decisão, alguns antiosteoporóticos disponíveis não foram

avaliados. Dos antiosteoporóticos definidos para busca de evidências de redução do

risco de fratura de fêmur, não foi encontrado estudos que avaliaram o ibandroanto para

o desfecho fratura de fêmur. Para o alendronato, risedronato, ranelato de estrôncio,

ácido zoledrônico e cálcio e vitamina D foram encontrados estudos que apresentaram

evidência de redução do risco de fratura de fêmur em mulheres na pós-menopausa e por

isso, os mesmos foram incluídos na análise de decisão.

Segue abaixo uma descrição dos estudos identificados e avaliados e os seus

resultados de interesse. Ressalta-se que a busca dos estudos foi realizado inicialmente

na base de dados do Medline e após no Embase, como não foram identificados estudos

no Embase diferentes do Medline, foi apresentado apenas a grade dos estudos

identificados no Medline. Um sumário dos estudos avaliados é apresentado no quadro 3.

Outras informações relevantes, inclusive sobre a qualidade metodológica desses

estudos, estão gradeadas no anexo E.

7.1.1.1 – Alendronato

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68

Para a busca de estudos sobre a eficácia do alendronato foram utilizadas as

seguintes palavras chaves: "Osteoporosis"[Mesh], Osteopo*, "Osteoporosis,

Postmenopausal"[Mesh], Osteoporosis, Postmenopausal, "Fractures, Bone"[Mesh],

"Hip Fractures"[Mesh], "Femoral Fractures"[Mesh], Fractur*, Hip Fractur*, Alend*,

"Alendronate"[Mesh]

Aplicando-se os critérios definidos na estratégia de busca foram selecionados

inicialmente 114 estudos, destes 95 foram excluídos pelo título. Dos 19 estudos

selecionados para leitura do resumo (abstract), 17 foram excluídos pelos seguintes

motivos: não apresentava fratura de fêmur como desfecho; tratava-se de artigo de

revisão; incluíam a população masculina na avaliação dos resultados. Por fim foram

selecionados dois estudos para leitura e avaliação: Papapoulos et al. – 200596 e Black et

al. – 200697.

Figura 4 – Seleção de estudos obtidos na estratégia de busca do alendronato

Papapoulos et al96 examinaram, por meio de uma metanálise, o grau de

consistência do efeito global do alendronato na redução do risco de fraturas de fêmur

em diferentes populações de mulheres pós-menopáusicas. Nesta metanálise, apenas 6

estudos preencheram os critérios de inclusão definidos no seu protocolo, que consistia

em todos os ensaios clínicos randomizados que avaliaram o efeito do alendronato em

mulheres na pós-menopausa com um T-score � -2,0 ou T-score � -2,5 e com fratura

Artigos localizados

114

Selecionados para leitura do Abstract

19

Excluídos pelo título

95

Selecionados para leitura e análise

completa do artigo 2

Excluídos após leitura do abstract. Os principais motivos de exclusões foram: não apresentar fratura de fêmur como desfecho; tratar-se de artigo de revisão; fazer parte de estudo já incluído na análise.

17

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69

vertebral prévia e que possuía dados suficientes para avaliar o risco relativo.

Esta metanálise foi dividida em duas metanálises, considerando as duas principais

recomendações de tratamento para a osteoporose:

A primeira considerou o Guideline da National Osteoporosis Foundation e

incluiu 9023 mulheres com um T-score � -2,0 e como resultado apresentou uma redução

significante no risco global de fratura de fêmur de 45% (RR 0.55, 95% IC: 0.36–0.84,

P=0.007). A segunda foi baseada na definição de osteoporose estabelecida pela OMS e

incluiu 6,804 mulheres com T-score � - 2,5 e a redução global do risco foi de 55% (RR

0.45,95% CI 0.28–0.71, P=0.0008). Destaca-se que, segundo os autores, dentro de cada

estudo incluído na metanálise os dados foram analisados por intenção de tratamento.

Os autores concluíram que embora a eficácia (medida pela redução do risco

relativo) tenha sido consistente em todos os estudos, os benefícios reais (medidos pela

redução do risco absoluto) do tratamento com o alendronato podem depender da

natureza ou número de fatores de riscos dos pacientes individualmente e que isto foi

evidente na análise de regressão em que foi mostrado que a redução do risco absoluto

pelo alendronato aumentou com a idade.

Destaca-se que o tempo de seguimento dos estudos variou entre 1 e 4,5 anos, ou

seja, um período muito curto para avaliação dos efeitos do medicamento. Além disso,

na metodologia desta metanálise de Papapoulos et al96 não foi detalhado o protocolo do

estudo; também não foram explicitadas as razões de 22 estudos identificados na busca

terem sido excluídos; não foi apresentado o perfil da população dos estudos em relação

a outras variáveis de risco, além da DMO; não foi avaliada a qualidade metodológica

dos estudos, inclusive não foram referidos os percentuais de perdas ou exclusões pós-

randomização dos mesmos. Os autores também não exploraram informações referentes

à heterogeneidade dos estudos incluídos na metanálise. Portanto, concluiu-se que essa

metanálise apresenta limitações quanto à qualidade metodológica, que podem ter

influído na eficácia estimada.

O estudo de Black et al.97, Effects of Continuing or Stopping Alendronate After 5

Years of Treatmen t- The Fracture Intervention Trial Long-term Extension (FLEX), é

uma extensão do estudo FIT - Frature Intervention Trial98,99, um ensaio clínico

randomizado controlado por placebo, que alocou 6459 mulheres com baixa DMO (0.68

g/cm2) com média de idade de 79 anos (55 a 81 anos), sendo que 3236 receberam o

tratamento (5mg/dl ou 10mg/dl e alendronato) e 3223 receberam placebo por um

período médio de 4 anos. A análise foi por intenção de tratar e como resultado: para

mulheres com T-score � - 2.5 e sem fratura vertebral, o alendronato reduziu o risco de

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fraturas clínicas em 36% (RH de 0.64; IC de 95%, 0.50-0.82) e reduziu o risco de

fratura de fêmur em 56% (RH, 0.44; IC 95%, 0.18-0.97); para mulheres com T-score � -

1 e sem fratura vertebral, houve uma redução de 14 % do risco de fraturas clínicas (RH,

0.86 (0.73-1.01) e uma redução de 21 % do risco de fraturas de fêmur (RH 0.79; IC

95% 0.43-1.44). Em mulheres com pelo menos uma fratura vertebral prévia ao início do

estudo, a redução do risco de fratura de fêmur foi de 51 % (RH 0·49; IC 95% 0.23 -

0.99).

No estudo FLEX, que é também um ensaio clínico randomizado, controlado por

placebo, duplo-cego, Black et al.97 randomizaram 1099 das mulheres que haviam sido

alocadas no estudo FIT como grupo de tratamento. Neste estudo, realizado em 10

centros norte-americanos, foram comparados os efeitos de continuar utilizando o

tratamento com alendronato, 5mg/dl (329 mulheres) ou 10 mg/d (333 mulheres) por 10

anos ou descontinuar depois de aproximadamente 5 anos de uso (437 mulheres – grupo

placebo). A média de idade foi de 73 anos, e a medida média de DMO no início do

estudo foi de 0.73 g/cm2 (T score −1.9) no fêmur proximal total, 0.61 g/cm2(T score

−2.2) no colo femoral e 0.90 g/cm2 (T score −1.3) na coluna lombar.

O desfecho primário deste estudo foi a DMO medida por DXA. Também foi

analisado como medida exploratória a incidência de fratura de fêmur. Os dados

referentes aos grupos que tomaram 5 mg/d e 10 mg/d foram apresentados como um

único grupo. Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos que

continuaram o tratamento e o grupo que descontinuou o tratamento (placebo), quanto à

incidência de fraturas de fêmur, 3,0% (placebo) versus 3,0% (alendronato) (RR de 1,02;

IC 95%, 0,51-2,10). As curvas de sobrevida do grupo placebo e alendronato,

considerando o tempo da primeira fratura não-vertebral, foram muito semelhantes. Após

modelagem e ajuste por idade, os autores relataram que a incidência de fratura foi

similar entre os estudos FIT e FLEX

Os autores referem ter realizado uma análise por intenção de tratar modificada, ou

seja, usaram todos os dados avaliados de todos os participantes que permaneceram no

estudo pelo menos até a primeira medida de acompanhamento, ou seja, não foram

consideradas a não adesão e a não aderência inicial.

A seleção deste estudo se deu pela relevância do período de segmento do grupo

(10 anos) e por apresentar resultados para fratura de fêmur. A principal limitação deste

estudo é o fato de ter como desfecho principal a DMO e não a fratura. Além disso, o

estudo não explicitou claramente o tratamento dado às perdas.

Considerando os resultados dos estudos apresentados acima e a avaliação da

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eficácia dos estudos bem desenhados publicados até 2002, feita por Krauss (2003)31,

para fins do cálculo da efetividade do alendronato, será adotada uma eficácia de 55%

deste medicamento na redução de fratura de fêmur em mulheres acima de 65 anos.

7.1.1.2 – Risedronato

Para a busca de estudos sobre o risedronato foram utilizadas as seguintes palavras

chaves: "Osteoporosis"[Mesh], Osteopo*, "Osteoporosis, Postmenopausal"[Mesh],

Osteoporosis, Postmenopausal, "Fractures, Bone"[Mesh], "Hip Fractures"[Mesh],

"Femoral Fractures"[Mesh], Fractur*, Hip Fractur*, risedronate., risedronic acid,

"risedronic acid "[Substance Name]

Aplicando-se os critérios definidos na estratégia de busca foram selecionados

inicialmente 65 estudos, cada título destes estudos foi examinado, a fim de identificar os

potencialmente elegíveis, destes 48 foram excluídos. Dos 33 estudos restantes foram

obtidos e avaliados os seus resumos, 17 destes foram excluídos pelos seguintes motivos:

não apresentava fratura de fêmur como desfecho; tratava-se de artigo de revisão;

possuía desenho do estudo diferente do definido no protocolo da estratégia de busca. O

esquema da seleção de estudos é apresentado na página seguinte. Por fim, foram

selecionados dois estudos elegíveis para leitura e avaliação: Wells G et al. - 2006 100 e

Mcclung et al. - 2001101

Figura 5 – Seleção de estudos obtidos na estratégia de busca do Risedronato

Artigos localizados

65

Selecionados para leitura do Abstract

17

Excluídos pelo título

48

Selecionados para leitura e análise

completa do artigo 2

Excluídos após leitura do abstract. Os principais motivos de exclusões foram: não apresentava fratura de fêmur como desfecho; tratava-se de artigo de revisão; Possuía desenho do estudo diferente do definido no protocolo de estratégia de busca

31

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72

Wells et al. 100 realizaram uma revisão sistemática com o objetivo de avaliar a

eficácia clínica do risedronato na prevenção primária e secundária de fraturas

osteoporóticas em mulheres na pósmenopausa. No total foram incluídos 7 estudos, que

somaram um total de 14,049 mulheres. Dois estudos foram de prevenção primária e 5

de prevenção secundária, destes 3 tiveram como desfecho a fratura de fêmur. Todos os

estudos incluíram 3 braços, o grupo placebo e o risedronato em duas dosagens

diferentes. Em relação à fratura de fêmur, três estudos classificados como de prevenção

secundária, tinham como desfecho a ocorrência de fratura de fêmur. A soma da

população desses 3 estudos foi de 7425 para o grupo tratamento (5mg de risedronato) e

4361 para o grupo placebo. Em todos os estudos a dose foi de 5mg e o estudo que teve

maior peso, por ter uma população muito maior foi o de Mcclung et al 101. O RR

resultante da junção dos três estudos mostrou uma redução significante no risco de

fratura de fêmur de 26% (RR 0.74; IC 0.59 - 0.94; P 0,001; P valor de heterogeneidade

0,98). Os resultados foram consistentes entre os estudos. Nesta análise não houve

diferença estatística entre os grupo risedronato e placebo quanto a descontinuação do

tratamento devido a ocorrência de eventos adversos (RR 0.96, IC 0.88 - 1.05) ou

abandono global (RR 0.96, IC 0.91 - 1.00).

O tempo de seguimento de todos os estudos selecionados foi de 3 anos.

Após a avaliação da qualidade dos estudos selecionados, os autores chegaram à

seguinte conclusão: O método de alocação foi adequado em dois estudos e não claro em

cinco estudos. Todos os sete estudos tinham perdas de seguimento de mais de 20%. O

estudo que teve maior peso, por ter uma população muito maior foi o de Mcclung et al 101, que avaliaram mulheres acima de 70 anos e com um T-score muito baixo ( < -3 ou <

-4), no entanto o mesmo possui falhas metodológicas.

Os autores também não consideraram a idade das pacientes dos estudos incluídos

na metanálise e também não relataram se os dados dos estudos incluídos foram

analisados por intenção de tratar.

Mcclung et al.101 realizaram um ECR com o objetivo de avaliar o efeito do

risedronato no risco de fratura de fêmur em mulheres idosas e com osteoporose ou com

fatores de risco para fratura de fêmur, além da baixa DMO. Selecionaram 5445

mulheres com idade de 70 a 79 anos que tinham osteoporose indicada por uma DMO

no colo do fêmur com T-score- 4 DP ou um T-score < – 3 DP acrescido de pelo menos,

um fator de risco para fratura do fêmur e 3886 mulheres com idade �80 anos com pelo

menos 1 fator de risco para fratura de fêmur ou baixa DMO (T-score < – 4 DP ou < -3,

mais um comprimento do eixo do fêmur � 11,1 cm). A idade média da população foi de

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74±3 anos no grupo de tratamento e no grupo placebo. No subgrupo com idade �80

anos a média de idade foi de 83±3 anos. 98% das mulheres eram brancas.

Para fins de alocação os T-scores do colo femoral foram calculados de acordo

com o software fornecido pelo fabricante do densitômetro. Posteriormente foram

recalculados de acordo com a referência do Third National Health and Nutrition

Examination Survey. A medida de DMO foi disponibilizada no início do estudo para

apenas 31% das mulheres com idade � 80 anos.

O estudo foi conduzido por 4,5 anos, sendo que o tempo de acompanhamento

proposto no protocolo foi de 3 anos. A duração do acompanhamento foi similar entre os

grupos (média de 2.3 anos), bem como a duração do uso do medicamento (média de 2.0

anos).

Na análise, que levou em conta 9331 mulheres, a incidência de fratura de fêmur

foi de 2.8% nas mulheres que tomaram o risedronato comparado com 3,9% das

mulheres que tomaram placebo RR 0.7 (IC 0.6–0.9; P 0.02), ou seja, uma eficácia de

30%. Ressalta-se que das 9497 mulheres alocadas para o estudo, 9331 por terem

recebido pelo menos uma dose de risedronato ou placebo foram incluídas na análise (os

autores consideraram que essa análise foi por intenção de tratar). Apenas 4677 (49%)

mulheres completaram o tratamento.

A incidência de fratura de fêmur no grupo de 70 -79 anos foi de 1.9% no grupo

risedronato e 3.2% no grupo placebo, ou seja, uma eficácia de 40% (RR, 0.6; IC 95%

0.4 a 0.9; P=0.009). Para as mulheres que não tinham fratura vertebral no início do

estudo a incidência foi de 1.0% no grupo risedronato e 1,6% no grupo placebo, ou seja

uma eficácia também de 40% (RR 0.6 IC0.3–1.2) P 0.14.

No grupo de mulheres com idade � 80 anos, o risendronato não teve efeito na

incidência de fratura de fêmur. No entanto, a maioria das mulheres desse grupo (58%)

foi recrutada exclusivamente com base nos fatores clínicos de risco e apenas 16% por

cento foram recrutadas com base na baixa DMO no colo do fêmur. Isso talvez

explique o resultado. Entre as 941 mulheres dessa faixa etária com baixa DMO (T-score

-2,5 ou menos), a incidência de fratura de fêmur foi de 7.2% no grupo risedronato e

9.7% no grupo placebo (P=0.37).

Além da limitação em relação à amostra já referida acima, entre outras limitações

cita-se a falta de relato sobre qual o método de randomização utilizado. Também não

está explícito se o estudo é duplo cego ou se apenas a população do estudo foi cegada.

Não foi referido como foi mantido o cegamento e controle das co-intervenções. Apesar

de ter sido apresentada a tabela pós-randomização, não foi inserido na mesma alguns

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fatores de risco para fratura que poderiam interferir no resultado. Não há relato dos

motivos do abandono do estudo e da taxa de óbitos e motivos dos mesmos.

Este estudo não fornece informações em relação à adesão e à aderência.

Apesar desse estudo possuir limitações metodológicas, que comprometem a sua

validade interna e também possuir uma validade externa baixa, o mesmo foi utilizado

para se estabelecer uma estimativa de eficácia de 40% na redução de fratura de fêmur

em mulheres com idade � 65 anos. Para essa escolha, também foi considerado o fato de

que o mesmo foi o estudo que teve maior peso na metanálise de Wells et al (2006)100.

7.1.1.3 – Ranelato de Estrôncio

Para a busca de estudos sobre o ranelato de estrôncio foram utilizadas as seguintes

palavras chaves: "Osteoporosis"[Mesh], Osteopo*, "Osteoporosis,

Postmenopausal"[Mesh], Osteoporosis, Postmenopausal, "Fractures, Bone"[Mesh],

"Hip Fractures"[Mesh], "Femoral Fractures"[Mesh], Fractur*, Hip Fractur*, "strontium

ranelate "[Substance Name], strontium ranelate, protelos

Aplicando-se os critérios definidos na estratégia de busca, foram identificados

inicialmente 17 estudos, cada título destes estudos foi examinado a fim de identificar os

potencialmente elegíveis, destes 12 foram excluídos. Dos 5 estudos restantes, foram

obtidos e avaliados os seus resumos, destes 3 foram excluídos pelos seguintes motivos:

02 não apresentaram fratura de fêmur como desfecho e era artigo de revisão. Por fim,

foram selecionados 2 artigos para leitura e avaliação, referente a um mesmo estudo

denominado TROPOS, sendo que um desses artigos é uma continuação do outro:

Reginster et al. – 2005102 e Reginster et al. – 2008103.

O principal critério de eficácia do estudo TROPOS foi o efeito do tratamento na

redução da ocorrência de fratura não vertebral, incluindo uma avaliação post hoc para

fratura de fêmur. O primeiro artigo apresentou os resultados de 3 anos de seguimento e

o segundo apresentou os resultados de 5 anos.

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75

Figura 6 – Seleção de estudos obtidos na estratégia de busca do Ranelato de Estrôncio

O TROPOS (TReatment Of Peripheral OSteoporosis), conduzido por Reginster et

al.102 foi um ensaio clínico randomizado multicêntrico (75 centros ambulatoriais em 11

países europeus e na Austrália) placebo-controlado de fase III que avaliou a eficácia do

ranelato de estrôncio na redução da incidência de fraturas não vertebrais em 5091

mulheres na pós-menopausa com osteoporose, com ou sem fratura previa, com T-score

� - 2,5 DP , com idade �74 anos ou com idade entre 70 e 74 anos, mas com um fator de

risco adicional para fratura (história de fratura osteoporótica após a menopausa,

residente em instituição de longa permanência para idosos, quedas freqüentes, história

materna de fratura osteoporótica de fêmur, coluna ou punho). A média de idade foi de

77 anos.

A medida de DMO foi realizada por DXA no início do estudo e a cada 6 meses no

sítio femoral proximal. Os autores consideraram como análise por intenção de tratar, a

análise de todas as mulheres randomizadas que tomaram pelo menos uma dose do

tratamento e com pelo menos uma avaliação de ocorrência de fratura não vertebral após

o início do estudo. Ou seja, das 5091 pacientes randomizadas apenas 4932 (97%) foram

incluídas na análise.

A análise do desfecho primário foi realizada após o último paciente completar 3

anos de seguimento. As pacientes foram acompanhadas a cada 3 meses nos 6 primeiros

meses e, posteriormente a cada 6 meses.

Para análise da eficácia na redução de fratura de fêmur foi selecionado post-hoc

Artigos localizados

17

Selecionados para leitura do Abstract

5

Excluídos pelo título

12

Selecionados para leitura e análise

completa do artigo 2

Excluídos após leitura do abstract. Os principais motivos de exclusões foram: dois não apresentaram fratura de fêmur como desfecho; um era de artigo de revisão.

3

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76

um subgrupo de 1997 mulheres (39% da amostra total), que foram classificadas como

de alto risco para fratura de fêmur, sendo que tinham pelo menos 74 anos e

apresentavam um T-score de –2.4 (de acordo com os critérios da OMS). A idade média

desse subgrupo foi de 80 anos.

Na análise de 3 anos do estudo, o risco da ocorrência de fratura de fêmur na

população analisada foi reduzido em 15%, porém, sem significância estatística. Os

autores alegaram que o estudo não foi desenhado para esse parâmetro e por isso o

resultado pode não expressar a realidade. Na análise post hoc do subgrupo com alto

risco de fratura, o tratamento foi associado com uma redução no risco de fratura de

fêmur de 36% (RR 0,64. IC 0,412 - 0,997, p 0,046) 102.

Na análise do seguimento de 5 anos, que também foi publicado por Reginster et

al.103,e constou de 4935 pacientes avaliados por análise por intenção de tratar, o

tratamento do subgrupo de maior risco foi associado com uma redução no risco de

fratura de fêmur de 43% (RR 0,57; IC 0,33 - 0,97; p 0,036).

Entre as limitações em relação à qualidade metodológica do estudo de Reginster

et al.102 destacam-se: não explicita a forma como foi conduzido o método de

randomização; a tabela pós randomização é muito reduzida, não demonstrando uma

comparação mais detalhada entre os grupos em relação à ocorrência de vários fatores

prognósticos relevantes; o estudo não foi desenhado para análise de sítios

individualmente, portanto não tem poder em relação à análise de risco de fratura do

fêmur; a análise de intenção de tratar não foi realizada com todos os pacientes pós

randomização; as perdas não foram detalhadas.

A incidência notificada de eventos adversos entre os dois grupos, tratamento e

placebo, nos primeiros 3 meses foi a seguinte: náuseas (7,2% vs 4,4%), diarréia (6,7%

VS 50%), cefaléia (3,4% vs 2,4) e dermatite e eczema (5,5 % vs 4,1%), posteriormente

não houve diferença na ocorrência de náuseas e diarréia entre os grupos. A média de

duração da ingestão do tratamento foi de 906 dias ±471 correspondendo a uma média

global de aderência de 82% no grupo tratado. No subgrupo de alto risco a média de

idade foi de 80 anos e a média de duração da ingesta do tratamento foi de 838±485

correspondendo a uma média global de aderência de 80% .

Apesar das limitações metodológicas e da validade externa bastante restrita, será

adotado o dado de eficácia do risedronato na redução de FFO de 36%, proveniente da

análise post-hoc de 3 anos do TROPOS. Ressalta-se que foi optado pelo resultado da

análise de 3 anos, para melhor comparabilidade, considerando que a maioria dos estudos

que avaliaram a eficácia de outros antiosteoporóticos tiverem um tempo de seguimento

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77

igual ou menor que 3 anos.

7.1.1.4 – Ácido Zoledrônico

Para a busca de estudos sobre o ácido zoledrônico foram utilizadas as seguintes

palavras chaves: "Osteoporosis"[Mesh], Osteopo*, "Osteoporosis,

Postmenopausal"[Mesh], Osteoporosis, Postmenopausal, "Fractures, Bone"[Mesh],

"Hip Fractures"[Mesh], "Femoral Fractures"[Mesh], Fractur*, Hip Fractur*,

Zoledron*, Zoledronic Acid, "zoledronic acid" [Substance Name]

- Aplicando-se os critérios definidos na estratégia de busca foram selecionados

inicialmente 30 estudos, cada título destes estudos foi examinado, a fim de

identificar os potencialmente elegíveis, destes 24 foram excluídos. Dos 6

estudos restantes, foram obtidos e avaliados os seus resumos, destes 5 foram

excluídos pelos seguintes motivos: não apresentavam fratura de fêmur como

desfecho e não incluia a população de interesse para este trabalho. O esquema da

seleção de estudos é apresentado na página seguinte. Por fim, foi selecionado

apenas 1 estudo para leitura e avaliação: Dennis et al. – 2007 104.

Figura 7 – Seleção de estudos obtidos na estratégia de busca do Ácido Zoledrônico

O ácido zoledrônico é um medicamento que, devido a sua freqüência posológica

ser anual, tem sido apontado como uma alternativa relevante em relação à melhora da

aderência, o que influência na sua efetividade. Esse medicamento foi aprovado para

Artigos localizados

30

Selecionados para leitura do Abstract

6

Excluídos pelo título

24

Selecionados para leitura e análise

completa do artigo 1

Excluídos após leitura do abstract. Os principais motivos de exclusões foram: não apresentar fratura de fêmur como desfecho incluir população diferente da estabelecida no protocolo.

5

Ácido Zoledrônico

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78

comercialização no Brasil no ano de 2008.

Dennis et al.104 realizaram um ensaio clínico randomizado, multicêntrico

internacional, duplo-cego, placebo-controlado de mulheres na pós menopausa como

objetivo de avaliar os efeitos do ácido zoledrônico no risco de fratura durante um

período de 3 anos. A idade das mulheres avaliadas foi de 65 a 89 anos que tinham T-

score � -2,5 (medida no colo femoral) com ou sem evidência de fratura vertebral, ou

com um T-score � -1,5, com evidência radiológica de pelo menos duas fraturas

vertebrais leves ou uma fratura vertebral moderada. Ao todo 3889 mulheres foram

randomizadas para receber uma dose simples de 5mg de ácido zoledrônico em 15

minutos de infusão no início do estudo, após 12 meses e após 24 meses, e 3876 foram

alocadas para receber o placebo. As pacientes foram alocadas em dois grandes estratos

dependendo se estavam usando ou não outros antiosteoporóticos: no estrato 1 estavam

aquelas sem uso de anti-osteoporótico no momento da randomização e no estrato 2

aquelas que estavam tomando algum antiosteoporótico, exceto o alendronato, no

momento da randomização.

A média de idade dos pacientes foi de 73 anos. Aproximadamente metade das

pacientes era da Europa e a outra metade das Américas do Norte e Sul e da África. 72%

dos pacientes tinham uma DMO femoral com T-score < – 2,5, 63 % tinha fratura

vertebral e 79% estava dentro do estrato 1, ou seja, não estava usando outro anti-

osteoporótico no momento da randomização. No estrato 2 havia 42% pacientes do

tomando raloxifeno.

O estudo foi bem conduzido, os autores detalharam a forma como foi conduzida a

randomização. Também apresentaram o esquema de seleção, exclusão e inclusão das

participantes e o número e motivo das perdas ao longo do estudo. Porém, a tabela de

pós-randomização foi apresentada com poucos fatores de riscos, prejudicando a

comparação entre os grupos. O estudo também não detalha as perdas por mortes.

De acordo com os autores, 6517 (84%) pacientes foram acompanhados até o final

do estudo; e 6260 pacientes (81%) receberam as três doses propostas no estudo, o que

pode ser considerado como taxa de aderência104.

A análise dos dados foi realizada por intenção de tratar, com exceção de 29

pacientes originários de um centro que encerrou a sua participação durante o estudo.

Como resultado, a incidência de fratura do fêmur foi de 2.5% (88 mulheres) no grupo

placebo e 1.4% (52 mulheres) no grupo de tratamento, ou seja, houve uma redução do

risco de ocorrência de fratura de fêmur no grupo do ácido zoledrônico de 41% (HR,

0.59; IC, 0.42 a 0.83). Os autores não mostraram o resultado por estrato de pacientes.

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79

Os cinco sintomas mais relatados que ocorreram três dias após a infusão da droga

(sintomas pós-dose) foram: pirexia, sintomas semelhantes ao da influenza, mialgia,

cefaléia e artralgia. Esses sintomas foram analisados individualmente e agrupados. A

freqüência desses sintomas foi significativamente maior no grupo de ácido zoledrônico

do que no grupo placebo, mas, de acordo com os autores, o número dos sintomas

diminuiu substancialmente após as infusões subseqüentes. Entre os eventos adversos

relacionados a esse medicamento, e descrito pelos autores, destaca-se a ocorrência de

fibrilação atrial104.

7.1.1.5 – Cálcio e Vitamina D

Para a busca de estudos sobre o cálcio e vitamina D foram utilizadas as seguintes

palavras chaves: Osteopor*, Osteoporosis [MeSH Terms], Osteoporosis,

Postmenopausal, Osteoporosis, Postmenopausal [MeSH Terms], Hip fracture, Hip

fracture [MeSH Terms], "Fractures, Bone", Fractur*, Hip Fractur*,"Femoral

Fractures"[Mesh], colecalciferol, cholecalciferol, Vitamin D, Calcium carbonate,

calcium.

Aplicando-se os critérios definidos na estratégia de busca, foram identificados

inicialmente 668 estudos, cada título destes estudos foi examinado, a fim de identificar

os potencialmente elegíveis, destes 650 foram excluídos. Para os 18 estudos restantes,

foram obtidos e avaliados os resumos; destes, 17 estudos foram excluídos pelos

seguintes motivos: não apresentavam fratura de fêmur como desfecho; tratava-se de

artigo de revisão e não incluía a população de interesse para este trabalho. Por fim, foi

selecionado 1 estudo para leitura e avaliação: Jackson et al.– 2007105.

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80

Figura 8 – Seleção de estudos obtidos na estratégia de busca do Cálcio e Vitamina D

Apesar das evidências em relação à eficácia da suplementação com cálcio ou

cálcio e vitamina D na prevenção de fratura de fêmur serem limitadas, optou-se por

inserir na análise de decisão o uso desses suplementos como medida de prevenção

secundária. Isso por que a grande maioria dos estudos sobre eficácia dos

antiosteoporóticos usa o cálcio e vitamina D como co-intervenção e, além disso, essa

alternativa não apresenta efeitos adversos relevantes e é de baixo custo31.

Em complemento aos estudos analisados por Krauss31, foi realizada a análise do

Ensaio Clínico Randomizado, controlado por placebo, duplo-cego, conduzido por

Jackson et al.105. Este estudo foi realizado em paralelo com dois grandes estudos, o

Dietary Modification trial e WHI Hormone Therapy trials e teve o objetivo de avaliar o

efeito da suplementação de Cálcio e Vitamina D na diminuição do risco de fratura de

fêmur e, secundariamente, de fraturas em geral, em mulheres na pós-menopausa.

Foram alocadas 36.282 mulheres com idade entre 50 e 79 anos que participavam

dos dois grandes estudos citados acima, sendo 18.176 no grupo de suplementação de

cálcio e vitamina D e 18.106 no grupo placebo. As mulheres em cada um dos dois

grupos foram aleatoriamente alocadas para receberem 1000 mg de cálcio e 400 UI de

Vitamina D por dia, divididas em duas doses, na forma de comprimidos ou placebo.

As mulheres que fizessem uso de suplemento de Cálcio e Vit D, de bifosfonatos,

calcitonina, estrógeno, assim como o uso independente de hormonioterapia ou

Artigos localizados

668

Selecionados para leitura do Abstract

18

Excluídos pelo título

650

Selecionados para leitura e análise

completa do artigo 1

Excluídos após leitura do abstract. Os principais motivos de exclusões foram: não apresentar fratura de fêmur como desfecho; tratar-se de artigo de revisão; fazer parte de estudo já incluído na análise; incluir população diferente da estudada.

17

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81

moduladores seletivos do receptor de estrógeno do estudo WHI Dietary Modification

Trial também foram incluídas.

A idade média das participantes à época da alocação era de 62 anos e o tempo

médio de acompanhamento foi de 7 anos. A análise dos desfechos primários foi

realizada por intenção de tratar.

Como resultado não houve diferença significativa no risco de FFO entre os grupos

de tratamento e placebo (RR 0,88; IC 95%; 0,72-1,08). As razões de fratura foram

analisadas para 10.000 pessoas-ano, sendo observado 14:10.000 fraturas de

fêmur/pessoa-ano para o grupo de suplementação de cálcio e vit D e 16:10.000 fraturas

de fêmur/pessoa-ano para o grupo placebo.

Na análise de subgrupo, daquelas que aderiram ao tratamento (ou seja, com 80%

ou mais de ingestão do medicamento no período estudado), observou-se um benefício

de 29% (RR 0,71; IC 95%, 0,52-0,97) para os participantes que receberam

suplementação de cálcio e vitamina D. No subgrupo de mulheres com 60 anos ou mais,

o RR foi de 0,79 (IC 95%, 0,64-0,98). Assim, considerando uma aderência � 80% no

subgrupo constituído por 59% dos participantes do estudo, a eficácia foi de 29%, já para

as mulheres acima de 60 anos a eficácia foi de 21%.

Entre as limitações do estudo, os autores destacaram que: a dose de vitamina D

utilizada no estudo (400 UI), recomendada à época do seu início, foi inferior ao que

atualmente é recomendado (� 600 UI); a falta de poder para detectar o efeito pequeno,

pois foi assumido em seu desenho um benefício de 18% e projetada uma razão de FFO

aproximadamente 34:10.000 pessoa-ano, ao passo que foram observadas apenas

16:10.000 (fratura/pessoa-ano)105.

Os autores apontaram como possibilidade para a diminuição do poder do estudo:

alto IMC da população, recrutamento de um número menor de participantes maiores de

70 anos que o projetado ou razão de fratura já diminuído pela alta ingestão pessoal de

cálcio ou uso de terapia de reposição hormonal.

O estudo foi bem conduzido em relação à qualidade metodológica, no entanto,

não foi detalhado o processo de cegamento. Não houve referência sobre o protocolo do

estudo.

Em relação à aderência foi notificada 60 a 63% de aderência nos três primeiros

anos de seguimento; no final do estudo, restaram 76% dos participantes, sendo 59%

com uma aderência de 80% ou mais à medicação.

Portanto, considerando que a população hipotética deste trabalho é de mulheres

com idade � 65 anos, foi adotada para a suplementação de cálcio e vitamina D uma

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82

eficácia de 21% e uma aderência de 60% em três anos.

Segue abaixo um quadro resumido dos estudos avaliados. A tabela detalhada da

avaliação dos estudos encontra-se no anexo E.

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83

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84

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85

7.1.2 – Taxas de adesão e aderência a serem consideradas para estimativa de

efetividade:

Com base na literatura disponível na época, que não era muita, Krauss31 estimou

uma aceitação inicial de 70% e uma aderência de 40%. Para este trabalho será

considerada a taxa de aceitação inicial de 70% conforme estimada por Krauss31, uma

vez que ainda há escassez de estudos sobre o tema. Para a aderência será considerada os

dados apresentados nos estudos que avaliaram a eficácia do ranelato de estrôncio, do

cálcio e vitamina D, conforme reportado acima. Como nos estudos que avaliaram o

alendronato e o risedronato, não houve avaliação do desfecho aderência, portanto, a taxa

de aderência ao medicamento foi baseada no estudo de Solomom et al.106, que

encontrou uma aderência após 5 anos de 47,9%.

O estudo de Solomom et al.106 é uma coorte retrospectivo de uma base de dados

de pacientes beneficiários do plano Medicare do estado da Pensilvânia (EUA), que foi

realizada com o objetivo de avaliar as taxas e os preditores de aderência aos

medicamentos antiosteoporóticos em uma população que adquire esses medicamentos

com descontos. Foi analisado o uso dos medicamentos para osteoporose – alendronato,

risedronato, calcitonina, hormonioterapia e raloxifeno – em períodos seqüenciais de 60

dias começando com a prescrição inicial e seguindo o progresso dos pacientes até que o

seu óbito ou perda da elegibilidade no plano. Foram identificados 40002 pacientes que

iniciaram o medicamento para osteoporose de janeiro de 1996 até dezembro de 2002,

sendo a média de idade da população de 80 anos. Como não há dados definitivamente

estabelecidos sobre a percentagem de dias necessários para que um medicamento

antiosteoporótico seja eficaz, os autores usaram uma proporção dos dias cobertos maior

que 66% como principal limiar para aderência. Segundo os autores, isso foi definido

com base no resultado de estudo observacional que sugeriu que pacientes referindo

aderência por pelo menos dois terços de dias tiveram uma melhor DMO que aqueles

que referiram menos dias.

Após o início do uso da primeira dose do medicamento, a porcentagem de dias

cobertos (ou seja, de dias tomando o medicamento) diminuiu rapidamente durante o

primeiro ano. No final do primeiro ano de tratamento, 45,2% dos pacientes tinham

descontinuado o uso do medicamento. Após 5 anos de seguimento, 52,1% de todos os

pacientes descontinuaram o uso do medicamento. Sendo que foi considerado uma

aderência após 5 anos de 47,9%.

Esse estudo possui limitações e falhas metodológicas: não há relato sobre o

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86

diagnóstico dos pacientes selecionados, se possuíam osteoporose ou apenas osteopenia,

não há uma definição clara do conceito adotado para aderência e persistência. Os

autores avaliaram a aderência considerando o conjunto dos medicamentos, entretanto,

seria interessante que a descrição da aderência a cada medicamento fosse apresentada de

forma desagregada, uma vez que há diferenças em relação ao tipo e freqüência de

eventos adversos, fator que pode interferir na taxa de aderência. Considerando que trata-

se de um estudo retrospectivo que selecionou uma população que adquiriu os

medicamentos com descontos, supõe-se que a não adesão inicial foi excluída, apesar dos

autores não relatar nada a esse respeito

Considerando os estudos de Reginster et al102, Dennis at al. 104, Jackson et al 105,

Solomom et al106, as taxas de aderências consideradas na árvore de decisão estão

descritas no quadro 04:

Quadro 4 - Resumo da eficácia dos medicamentos avaliados e taxas de aderência

Medicamento Eficácia Aderência (tempo)

Alendronato 55% 47,9% (5 anos)

Risedronato 40% 47,9% (5 anos)

Ácido zoledrônico 41% 81% (3 anos)

Ranelato de estrôncio 36% 80% (3 anos)

Cálcio e vitamina D 21% 60% (3 anos )

7.1.3 – Incidência de FFO para a população de mulheres com idade igual ou maior

que 65 anos.

Conforme já citado, foi adotada uma incidência de FFO, a ocorrer no futuro,

para a coorte mulheres brasileiras com idade igual ou maior de 65 anos de 6%,

conforme o estudo de Krauss31.

7.1.4 – Acurácia da medida de DMO por meio da DXA

Assim como no estudo de Krauss31, para a avaliação da acurácia prognóstica da

medida de DMO por DXA, foram adotados os valores obtidos em uma metanálise

conduzida por Marshall et al. 53: sensibilidade de 38%, especificidade de 88% para o

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87

ponto de corte de 1 desvio padrão abaixo da média.. Com base nestes valores e na

incidência de FFO adotada de 6%, o valor preditivo positivo foi de 16,8%.

7.1.5 – Síntese dos elementos para o preenchimento da árvore de decisão

Considerando a incidência de FFO na coorte hipotética de 1000 mulheres

brasileiras com idade � 65 anos e a acurácia prognóstica da DXA, estimou-se, na

população hipotética da árvore de decisão, uma detecção de 135,6 mulheres com

osteoporose ou osteopenia.

– Coorte hipotética de 1000 com idade maior ou igual a 65 anos

– Incidência de FFO em mulheres com idade � 65 anos – 6%

– Sensibilidade – 38%

– Especificidade – 88%

– VPP – 16,8%

Tabela 1 – Acurácia prognóstica da medida de DMO por DXA para fraturas de fêmur para uma população hipotética de 1000 mulheres com idade � 65 anos

DMO\ Prognóstico Com FFO Sem FFO

Osteoporose/osteopenia

22,81 112,8 135,6

Sem osteoporose /

osteopenia

37,2 827,22 864,4

603 940 1000

1 – resultante de 38%.60; 2 – resultante de 88% x 940; 3 – resultante de 6% de 1000

I – Mulheres não osteoporóticas/osteopenicas

Das 864 mulheres da coorte hipotética detectadas como não

osteoporóticas/osteopênicas

37 mulheres terão fratura como desfecho (37,2)

II – Mulheres que realizaram medida de DMO pela DXA:

Com base nos dados de 136 (135,6) mulheres, da coorte hipotética, rastreadas

pela DXA como osteoporóticas/osteopenicas, taxas de adesão e aderência aos

antiosteoporóticos, probabilidade de ocorrência de fraturas nos pacientes com

osteoporose/osteopenia (VPP de 16,8%) e na eficácia dos antiosteoporóticos na redução

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88

de FFO obtêm-se os seguintes dados:

Uso do Alendronato

– Com desão/aderência: 3 mulheres fraturadas

– Sem adesão/aderência: 15 mulheres fraturadas

Uso do Risendronato – não foi inserido na árvore de decisão por ter se mostrado a

alternativa menos efetiva

– Com Adesão/aderência: 5 mulheres fraturadas

– Sem adesão/aderência: 15 mulheres fraturadas

Uso do Ranelato de estrôncio

– Com Adesão/aderência: 8 mulheres fraturadas

– Sem adesão/aderência: 10 mulheres fraturadas

Uso do Ácido zoledrônico

– Com Adesão/aderência: 8 mulheres fraturadas

– Sem adesão/aderência: 10 mulheres fraturadas

III - Mulheres que não realizaram medida de DMO pela DXA

Com base nos dados da coorte hipotética de 1000 mulheres com idade � 65 anos,

na taxa de adesão e aderência ao cálcio e vit. D, na probabilidade de ocorrência de

fraturas de 6 % na população desta faixa etária e na eficácia do cálcio e vit. D na

redução de FFO obtêm-se os seguintes dados:

Uso do Cálcio e vitamina D

– Com Adesão/aderência: 20 mulheres fraturadas

– Sem adesão/aderência: 35 mulheres fraturadas

Submetidas à Conduta tradicional (não realizar rastreamento, expectante)

– Com base nos dados da coorte hipotética de 1000 mulheres com idade �65 anos que

foram submetidas à conduta tradicional e na probabilidade de ocorrência de fraturas de

6% na população com esta faixa etária tem-se o seguinte dado: 60 mulheres fraturadas

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89

Árvore de decisão

Figura 9 - Árvore de decisão – recorte I: alternativas de prevenção secundária Nota: a adesão/aderência refere-se à adesão inicial de 70% X a aderência ao antiosteoporótico

7.1.6 Interpretação da árvore de decisão

Considerando o número de fraturas ocorridas frente à conduta expectante na

coorte de 1000 mulheres com idade � 65 anos, a associação da medida de DMO por

DXA com o uso do alendronato, ou do ácido zoledrônico ou do ranelato de estrôncio

contribuiu para um decréscimo de 8,33% do número de mulheres fraturadas. Já para a

associação, medida de DMO e o uso de risedronato houve um decréscimo de 5,0% do

número de mulheres fraturadas (dado não apresentado na árvore de decisão). Para a

alternativa de uso do cálcio + vitamina D na coorte em geral, sem a adoção de medida

Alternativa tradicional

DMO0,136 com

0,864 sem osteoporose/osteopenia

Adesão/Aderência

Não realizar medida de DMO

cálcio+ vitamina D

Coorte hipotética

de 1000 mulheres

DI: Nº de FFO

0,060

3 Fraturas

35 Fraturas

0,95737 Fraturas

0,136 com*Adesão/Aderência

8 Fraturas

10 Fraturas

0,108

37 Fraturas

Adesão/Aderência

8 Fraturas

DMO

DMO

0,864sem osteoporose/osteopenia

0,864 sem osteoporose /osteopenia

Acido zoledrônico

Alendronato

0,136 com*

15Fraturas

0,076com 0,335

Sem 0,665

0,168

Com 0,560

Com 0,567

Com 0,420

Ranelato de

estrôncioSem 0,440

0,957

0,957

0,168

0,099

37 Fraturas

10 Fraturas0,168

Sem 0,433

sem 0,580

20Fraturas0,047

0,060

60 Fraturas

55 Fraturas

55 Fraturas

55 Fraturas

55 Fraturas

60 Fraturas

Total de FFO

Adesão/Aderência

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90

de DMO, também houve um decréscimo de 8,33 % do número de mulheres fraturadas.

7.2 – Segundo Recorte:

Para melhor esclarecimento das internações ocorridas no SUS no ano de 2007

segue descrito abaixo alguns dados retirados do SIH/SUS em nível de Brasil. Também

são apresentados alguns dados do banco de dados do estudo conduzido no INTO/RJ.

7.2.1 – Dados do SIH/SUS – Brasil

Conforme explicitado na metodologia, foram selecionadas apenas as internações

de mulheres com idade � 65 anos com os seguintes CID: S72.0 (fratura de colo de

fêmur), S72.1 (fratura pertrocantérica, trocantérica ou transtrocantérica) e S72.2 (fratura

subtrocantérica), que correspondem às fraturas proximal de fêmur. Além disso, dentro

desse universo, foram excluídos alguns procedimentos que poderiam corresponder a

uma segunda internação para o tratamento de uma mesma fratura proximal de fêmur.

No ano de 2007 foram registradas 23922 internações no SUS de pessoas com

idade �65 anos para o tratamento de fratura de fêmur proximal (CID S720, S721, S722).

Destas 16653 (69,6%) foram internações de mulheres e 7269 (30,4%) foram internações

de homens. Do total 1138 (4,8%) pessoas foram a óbito durante a internação, sendo 707

(62,1%) do sexo feminino e 431 (37,9%) do sexo masculino.

Entre as 16653 internações de mulheres com idade �65 anos no SUS para

tratamento de fratura proximal de fêmur a média de idade foi de 80,61 anos e a mediana

de 81 anos.

De acordo com o diagnóstico principal (tipo de fratura), a distribuição das 16653

internações para tratamento de fratura proximal de fêmur em mulheres com idade �65

anos deu-se conforme apresentado no gráfico 1: 49,7% por fraturas de colo de fêmur

(8280); 37,9% por fraturas transtrocantéricas (6315) e 12,4 % por fraturas

subtrocantéricas (2058).

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91

Gráfico 1 – - Freqüência de internação por tipo de fratura de mulheres com idade � 65 anos atendidas no SUS para tratamento de FFO no ano de 2007

49,7%

37,9%

12,4%

Fratura de colo de fêmur Fratura transtrocantérica Fratura subtrocantérica

Fonte: Banco de Dados SIH/SUS 2007

Em relação à faixa etária, a maior ocorrência de internação se deu em mulheres

na faixa etária entre 76-85 anos (45,4%). A tabela 2 mostra a freqüência de internação

por faixa etária e o gráfico 2 mostra a freqüência de internação por faixa etária e por

tipo de fratura.

Tabela 2 - Freqüência de internação por faixa etária de mulheres com idade � 65 anos para FFO no SUS no ano de 2007

Faixa etária (anos) Freqüência % %

cumulativa65 – 75 4429 26,6 26,6 76 – 85 7565 45,4 72,0

> 85 4659 28,0 100,0 Total 16653 100

Fonte: Banco de Dados SIH/SUS 2007

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92

Gráfico 2 – Freqüência de internação no SUS por faixa etária e por tipo de fratura de mulheres com idade � 65 anos para tratamento de FFO no SUS no ano de 2007

0

10

20

30

40

50

60

% d

e I

nte

rnação

65-75 76-85 > 85

Faixa etáriaColo de fêmurTranstrocantéricaSubtrocantérica

Fonte: Banco de Dados SIH/SUS 2007

Em relação à mortalidade durante a internação, foram registrados 707 óbitos de

mulheres com idade �65 anos internadas para tratamento de fratura de fêmur proximal,

sendo uma taxa de mortalidade intra-hospitalar de 4,2%.

Foi observado que a taxa de mortalidade aumentou progressivamente com o

aumento da idade, sendo de 2,3% em mulheres com idade de 65-75 anos, 3,8% em

mulheres com idade de 76-85 anos, 6,9% em mulheres com idade maior que 85 anos.

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93

Gráfico 3 – Mortalidade intra-hospitalar por faixa etária de mulheres com idade � 65 anos internadas no SUS para tratamento de FFO no ano de 2007

2,30%

3,80%

6,90%

65 -75 76-85 Acima de 89

Faixa Etária

Taxa d

e M

ort

ali

dad

e p

or

Faix

a

Etá

ria

Fonte: Banco de Dados SIH/SUS 2007

Tabela 3 – Tipo de saída hospitalar por faixa etária e por tipo de fratura de mulheres com idade � 65 anos internadas no SUS para tratamento de FFO no ano de 2007

Faixa

Etária

Tipo de fratura Total

Colo de fêmur Transtrocantérica Subtrocantérica

Não

óbito

Óbito Total Não

óbito

Óbito Total Não

obito

Óbito Total

65-75 2310 (97,5%)

59 (2,5%)

2369 1514

(98,1%) 30

(1,9%)1544

503 (97,5%)

13 (2,5%)

516 4429

76-85 3481 (94,7%)

150 (5,3%)

3631 2856

(96,4%) 107

(3,6%)2963

943 (97,1%)

28 (2,9%)

971 7565

Maior

que 85 2092

(91,8%) 188

(8,2%)2280

1716 (94,9%)

92 (5,1%)

1808 531

(93,0%) 40

(7,0%)571

4659

Total 7883 (95,2%)

397 (4,8%)

8280 6086

(95,3%) 229

(4,7%)6315

1977 (96,1%)

81 (3,9%)

2058 16653

Fonte: Banco de Dados SIH/SUS 2007

Observa-se que a maior taxa de óbito se deu em mulheres com fratura de colo de

fêmur com idade � 85 anos e a menor taxa de óbito se deu em mulheres com fratura

transtrocantérica na faixa etária de 65 a 75 anos.

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94

Gráfico 4 – Mortalidade intra-hospitalar por faixa etária e por tipo de fratura de mulheres com idade � 65 anos internadas no SUS no ano de 2007 para tratamento de fratura proximal de fêmur

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Mortalidade

(%)

65-75 76-85 >85

faixa Etária

Colo de fêmur

Transtrocantérica

Subrocantérica

Fonte: Banco de Dados SIH/SUS 2007

Em relação ao tempo de permanência hospitalar, verificou-se uma média de

permanência de 8,73 dias (mediana de 6,00 dias). O máximo de dias de internação

registrada foi de 178 dias.

Tabela 4 – Tempo de permanência hospitalar de mulheres com idade � 65 anos internadas no SUS para tratamento de FFO no ano de 2007

Tempo de permanência Número de internações (%) 0 dias 72 0,4 1-2 dias 1008 6,1 3-5 dias 5973 35,9 6 -10 dias 5632 33,8 11-15 dias 1955 11,7 16-30 dias 1583 9,5 31-60 dias 373 2,2 61 – 90 dias 38 0,2 Acima de 90 dias 19 0,1 Total 16653 100,0 Fonte: Banco de Dados SIH/SUS 2007

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95

Em relação aos procedimentos realizados durante a internação verificou-se que

53,7% destes correspondiam ao tratamento cirúrgico da fratura transtrocanteriana

(8950); 12,6% à artroplastia parcial do quadril (2092); 17,4% ao tratamento cirúrgico da

fratura do colo do fêmur (2892) e 8,1 % ao tratamento conservador da fratura da

extremidade proximal do fêmur (1349). Conforme já referido, foram excluídas as

internações referentes a alguns procedimentos, uma vez que não se referiam a

internação para tratamento de fratura de fêmur. Estes procedimentos são: cirurgia

múltipla, politraumatizado, retirada de placa e parafuso, retirada de prótese de

substituição em grandes articulações, tratamento cirúrgico da fratura subcondileana (da

metáfise distal) do fêmur, redução incruenta de fratura ou deslocamento epifisário ao

nível do joelho e internação domiciliar com equipe hospitalar. No entanto, foram

mantidos os dados referentes à mortalidade. Associados a esses procedimentos foram

registrados apenas 8 óbitos decorrentes do procedimento de retirada de prótese de

substituição em grandes articulações.

De acordo com os dados apresentados, observa-se que 2179 internações

resultaram em tratamento não cirúrgico (conservador), o que corresponde a 13,1% do

total das internações, destas 179 resultaram em óbitos correspondendo a 25,3% do

número total de óbitos e uma taxa de óbito relacionado a esse tipo de tratamento de

8,21%. Os procedimentos que correspondem ao tratamento não cirúrgico de mulheres

com idade � 65 anos internadas no SUS foram: Instalação de tração cutânea, redução

incruenta da fratura de fêmur, tratamento conservador da fratura da extremidade

proximal do fêmur, tratamento conservador da avulsão do grande trocanter e do

pequeno trocanter do fêmur, tratamento conservador da avulsão do pequeno trocanter do

fêmur, diagnóstico e/ou primeiro atendimento em clínica cirúrgica e diagnóstico e/ou

primeiro atendimento em clínica médica.

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96

Tabela 5- Procedimentos realizados em mulheres com idade � 65 anos internadas no SUS para tratamento de FFO no ano de 2007

Nome do procedimento* Freqüência % óbitos % de óbitos

Instalação de tração cutânea 4 0,02 0 0 Artroplastia parcial do quadril 2092 12,6 101 14,3%Tratamento cirúrgico da fratura do colo do fêmur

2892 17,4 112 15,8%

Tratamento cirúrgico da fratura transtrocanteriana

8950 53,7 270 38,2%

Redução incruenta da fratura de fêmur 188 1,1 17 2,4% Epifisiodese do trocanter maior do fêmur 3 0,02 0 0Tratamento conservador da fratura da extremidade proximal do fêmur

1349 8,1 158 22,3%

Tratamento conservador da avulsão do grande trocanter

26 0,2 4 ,6%

Tratamento conservador da avulsão do grande trocanter e do pequeno trocanter do fêmur

6 0,04 0 0

Tratamento conservador da avulsão do pequeno trocanter do fêmur

3 0,02 1 ,1%

Tratamento cirúrgico da fratura subtrocanteriana

533 3,2 27 3,8%

Diagnóstico e/ou primeiro atendimento em clínica cirúrgica

473 2,8 15 2,1%

Diagnóstico e/ou primeiro atendimento em clínica médica

130 0,8 1 ,1%

Acidente por queda 4 0,02 1 ,1% 16653 100,0 707 100%

Fonte: Banco de Dados SIH/SUS 2007 *Nota: de acordo com a tabela de procedimentos hospitalares do SIH/SUS

De acordo com os dados apresentados no gráfico 5 observa-se que houve 86,9 %

de internações que resultaram em tratamento cirúrgico, correspondendo a 14474 do total

de internações, sendo a mortalidade para esse tipo de tratamento de 3,65% (528 óbitos).

O tratamento conservador foi realizado em 13,1% das internações, o que corresponde a

2179 internações, sendo a mortalidade para esse tipo de tratamento de 8,21%.

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97

Gráfico 5 – Tipo de tratamento e mortalidade intra-hospitalar de mulheres com idade �65 anos internadas no SUS para tratamento da FFO no ano de 2007

86,9%

3,7%

13,1%

8,2%

Cirúgico Conservador

Tipo de Tratamento

Taxa de Mortalidade

Fonte: Banco de Dados SIH/SUS 2007

Observa-se que há uma maior concentração de internações na região Sudeste

(9189) seguido da região Nordeste (3444) e sul (2761). Há que se considerar falhas que

podem interferir no registro de casos, principalmente na região Norte (431) e Centro

Oeste (9828), que tiveram uma taxa de internação muito baixa (gráfico 6). A taxa de

mortalidade por região é apresentada no gráfico 7.

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98

Gráfico 6 – Percentual de internações no SUS por FFO em mulheres com idade � 65 anos no ano de 2007 por região

4,8%

16,59%

55,21%

2,57%

20,74%

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-oeste

Fonte: Banco de Dados SIH/SUS 2007

Gráfico 7 – Mortalidade intra-hospitalar de mulheres com idade � 65 anos internadas no SUS no ano de 2007 para tratamento de FFO por região

2,54%

4,53%4,96%

2,76%

2,32%

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-oeste

Fonte: Banco de Dados SIH/SUS 2007

7.2.1.1 – Dados do SUS a serem utilizados na árvore de decisão do segundo recorte

Para fins de melhor comparação com os dados do INTO, que trata apenas de

fraturas de colo de fêmur e transtrocantériacas, segue abaixo os dados do banco de

dados do SUS, apenas para esses dois tipos de fraturas e que serão utilizados na árvore

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99

de decisão

Das 16653 internações de mulheres com idade �65 anos no SUS para tratamento

de fratura proximal de fêmur 14595 correspondem a fraturas de colo de fêmur (CID

720) e a fraturas transtrocantéricas (CID 721). Destas 626 foram a óbito durante a

internação, correspondendo a uma taxa de mortalidade intra-hospitalar de 4,3%. A

média de idade foi de 81 anos e a mediana de 81 anos. A proporção de fraturas de colo

de fêmur em relação à fratura transtrocantéricas é mostrada no gráfico 8:

Gráfico 8 – Freqüência de fratura de colo de fêmur e transtrocantérica em mulheres com idade � 65 anos internadas para tratamento no SUS no ano de 2007

57%

43%

fratura de colo de femur fratura transtrocantérica

Fonte: Banco de Dados SIH/SUS 2007

O gráfico 9 mostra a freqüência de internação por tipo de tratamento e a

respectiva mortalidade de mulheres com idade � 65 anos internadas no SUS no ano de

2007 para tratamento de fratura de colo de fêmur e transtrocantérica.

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100

Gráfico 9 – Tipo de tratamento e mortalidade intra-hospitalar por tipo de tratamento de mulheres com idade � 65 anos internadas no SUS

86,9%

4,0%

13,1%

6,1%

Cirúrgico Conservador

Tipo de Tratamento

Taxa de Mortalidade

Fonte: Banco de Dados SIH/SUS 2007

Percebe-se que, analisando apenas dos dados referentes às fraturas de colo e

transtrocantéricas, não houve diferenças em relação ao total de mulheres do banco de

dados que inclui aquelas com fraturas subtroncatérica. Houve apenas uma pequena

redução da taxa de mortalidade do tratamento conservador e um pequeno aumento na

taxa de mortalidade do tratamento cirúrgico. Portanto, para melhor comparação com os

dados do INTO, serão utilizadas estas informações na construção da árvore de decisão

do segundo recorte.

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101

7.2.2 – Dados do INTO

Pelo banco de dados do estudo do INTO, entre junho de 2007 e junho de 2008,

foram registradas neste serviço 92 internações de mulheres com idade �65 anos para o

tratamento de fratura de colo de fêmur e fratura transtrocantérica. A média de idade foi

de 80,46 anos e a mediana de 82 anos.

De acordo com a classificação das fraturas, a distribuição das 92 internações

para tratamento de fratura de fêmur em mulheres com idade �65 anos deu-se da

seguinte forma: 43 fraturas foram de colo de fêmur e 49 transtrocantéricas (gráfico 10).

No estudo do INTO, não foram incluídas as internações por fratura substrocantéricas.

Gráfico 10 - Tipo de fratura de fêmur em mulheres com idade � 65 anos internadas para tratamento no INTO entre junho/2007 e junho/2008

46,7%

53,3%

Fratura de colo de fêmur Fratura transtrocantérica

Fonte: Banco de Dados INTO

Em relação à faixa etária, a maior ocorrência de internação se deu em

mulheres na faixa etária entre 76-85 anos (48,9%). A tabela 6 mostra a freqüência de

internação por faixa etária e o gráfico 11 mostra a freqüência de internação por tipo de

fratura e por faixa etária.

Tabela 6 - Freqüência de internação por faixa etária de mulheres com idade � 65 anos para tratamento de FFO no INTO entre junho/2007 e junho/2008

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102

Faixa etária (anos) Freqüência % % cumulativa 65 – 75 24 26,1 26,176 – 85 45 48,9 75,0> 85 23 25,0 100,0 Total 92 100,0

Fonte: Banco de Dados INTO

Gráfico 11- Freqüência de internação por tipo de fratura e por faixa etária de mulheres com idade � 65 anos para tratamento de FFO no INTO entre junho/2007 e junho/2008

0

5

10

15

20

25

mero

de F

ratu

ras

65-75 76-85 > 85

Faixa Etária

Colo de Fêmur

Transtrocantérica

Fonte: Banco de Dados INTO

Em relação à mortalidade, houve 21 (22,8%) óbitos desde a internação até os

três primeiros meses pós-fratura. Durante a internação foram registrados 8 óbitos,

correspondendo a uma letalidade hospitalar de 8,7%. Após a alta hospitalar houve 13

óbitos (14,3%) até os 3 meses após a fratura. Foi observado que a maior taxa de

mortalidade foi entre mulheres acima de 85 anos (13,04%).

Tabela 7 – Mortalidade intra-hospitalar por faixa etária de mulheres com idade � 65 anos internadas para tratamento de fratura de fêmur no INTO entre junho/2007 e junho/2008

Faixa etária Nº de mortes

Total de

fraturas

Taxa de mortalidade

dentro da faixa etária (%)

% de morte da faixa etária pela

mortalidade total

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103

65 -75 2 24 8,3 2,2 76-85 3 45 6,7 3,3

Acima de 89 3 23 13,0 1,3 Total 8 92 4,7

Fonte: Banco de Dados SIH/SUS 2007

Gráfico 12 – Mortalidade intra-hospitalar por faixa etária de mulheres com idade � 65 anos internadas para tratamento de fratura de fêmur no INTO entre junho/2007 e junho/2008

13,0%

6,7%

8,3%

65-75 anos 76-85 anos Maior que 85 anos

Faixa Etária

Mo

rtali

dad

e p

or

Faix

a E

tári

a

Fonte: Banco de Dados INTO

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104

Gráfico 13 – Mortalidade até 3 meses pós-fratura por faixa etária de mulheres com idade � 65 anos internadas para tratamento de fratura de fêmur no INTO entre junho/2007 e junho/2008

8,3%

39,1%

22,2%

65-75 anos 76-85 anos Maior que 85 anos

Faixa Etária

Mo

rta

lid

ad

e G

era

l a

té 3

me

se

s p

ós

-fra

tura

Fonte: Banco de Dados INTO

Tabela 8 – Tipo de saída hospitalar, por tipo de fratura e por faixa etária de mulheres com idade � 65 anos internadas para tratamento de fratura de fêmur no INTO entre junho/2007 e junho/2008

Faixa Etária

Tipo de fratura Total Colo de fêmur Transtrocantérica

Não óbito Óbito Total Não óbito Óbito Total 65-75 11

(93,3%) 2

(6,7%) 13 11

(100%) 0(0,0%) 11 24

76-85 19 (95,0%)

1 (5,0%)

20 23 (92,0%)

2 (8,0%)

25 45

Maior que 85

8 (80,0%)

2 (20,0%)

10 12 (92,3%)

1 (7,7%)

13 23

Total 38 (88,4%)

5 (11,6%)

43 46

(95,9%) 3

(6,1%) 49

92

Fonte: Banco de Dados INTO

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105

Gráfico 14 – Mortalidade intra-hospitalar por tipo de fratura e por faixa etária de mulheres com idade � 65 anos internadas para tratamento de fratura de fêmur no INTO entre junho/2007 e junho 2008

0246

81012

14161820

Mo

rta

lid

ad

e (

%)

65-75 76-85 >85

Faixa Etária

Colo de Fêmur

Transtrocantérica

Fonte: Banco de Dados INTO

Em relação ao tempo de permanência hospitalar, verificou-se uma média de

permanência de 24 dias (mediana de 8 dias). O mínimo de dias de internação foi de 3

dias e o máximo de 220 dias. Os 8 óbitos hospitalares ocorreram entre o 3º e o 20º dia

de internação.

Tabela 9 – Tempo de permanência hospitalar de mulheres com idade � 65 anos internadas para tratamento de FFO no INTO entre junho/2007 e junho/2008

Tempo de permanência Número de internações % 3-5 dias 18 19,6 6 -10 dias 36 39,1 11-15 dias 11 12,0 16-30 dias 15 16,3 31-60 dias 3 3,3 61 – 90 dias 3 3,3 Acima de 90 dias 6 6,5 Total 92 100,0 Fonte: Banco de Dados do INTO

Em relação ao número de dias entre fratura e a cirurgia, verificou-se uma média

de 22,62 dias (mediana de 17 dias). O mínimo de dias entre fratura e cirurgia foi de 5

dias e o máximo de 129 dias.

Em relação ao número de dias entre fratura e a internação, verificou-se uma

média de 19 dias (mediana de 15 dias). O mínimo de dias entre fratura e cirurgia foi de

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106

0 dias e o máximo de 123 dias.

Em relação aos procedimentos realizados durante a internação verificou-se que

das 92 mulheres internadas, há relato que 87 realizaram procedimento cirúrgico

(95,7%). Uma mulher que teve fratura transtrocantérica faleceu durante a internação,

antes do tratamento e, portanto, não dá para afirmar que a mesma seria submetida a

tratamento cirúrgico ou conservador, no entanto para cálculo na árvore de decisão, a

mesma foi considerada como tendo sido submetida ao tratamento cirúrgico, uma vez

que esse teve o maior número de casos e não influenciará no resultado. Neste caso será

considerado como 88 mulheres submetidas ao tratamento cirúrgico e 4 mulheres

submetidas ao tratamento conservador (4,3%).

Gráfico15- Freqüência de internação por tipo de procedimento de mulheres com idade �65 anos para tratamento de fratura proximal de fêmur no INTO entre junho/2007 e junho/2008.

4,3

95,7

Conservador Cirúrgio

Tipo de Tratamento

% d

e M

ulh

ere

s p

or

Tip

o d

e T

rata

men

to

Fonte: Banco de Dados INTO

Das 88 mulheres que se submeteram ao tratamento cirúrgico, 20 foram a óbito

no período de até 3 meses após fratura (21,7%), destas, 7 foram a óbito durante a

internação, sendo uma taxa de óbito hospitalar de 8,0%. Das quadro mulheres que foram

submetidas ao tratamento conservador, uma foi a óbito no período de até 3 meses após

fratura, que corresponde ao óbito que ocorreu durante a internação, sendo uma taxa de

óbito hospitalar de 25%, este também foi classificado como óbito em até 3 meses após a

fratura, pois não houve óbito desse grupo após alta, nesse período.

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107

Gráfico 16 – Tipo de tratamento e mortalidade intra-hospitalar de mulheres com idade �65 anos internadas para tratamento de FFO no INTO entre junho/2007 e junho/2008

94,6%

8,0% 5,4%

25,0%

Cirúrgico Conservador

Tipo de Tratamento

Taxa de Mortalidade

Fonte: Banco de Dados INTO

Gráfico 17 – Tipo de tratamento e mortalidade de até três meses pós fratura de mulheres com idade � 65 anos internadas para tratamento de FFO no INTO entre junho/2007 e junho/2008.

94,6%

21,7%

5,4%

25,0%

Cirúrgico Conservador

Tipo de Tratamento

Taxa de Mortalidade

Fonte: Banco de Dados INTO

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108

8.2.3 – Síntese dos elementos para a análise de decisão do recorte II

I – Resumo dos dados de interesse para o preenchimento da árvore de decisão

No quadro 5, é apresentado um resumo dos dados de interesse para o

preenchimento da árvore de decisão do recorte II. Estes dados foram obtidos dos bancos

de dados do SIH/SUS e do banco de dados do INTO, conforme já apresentados nos

itens anteriores, além das estimativas de dados não disponíveis tomando-se como base a

literatura científica,

Quadro 5- Resumo dos dados de interesse para análise de decisão – recorte II

Dados SUS (%) INTO (%) Tratamento cirúrgico 86,9 95,7 Tratamento conservador 13,1 4,3 Óbito nos três primeiros meses pós FFO – tratamento cirúrgico

10,91 21,7

Óbito nos três primeiros meses pós FFO – tratamento conservador

16,02 25,0

Recuperação no tratamento cirúrgico3

89,1 78,3

Recuperação no tratamento conservador3

84,0 75,0

Probabilidade de recuperação sem seqüelas no tratamento cirúrgico3

44,04 57,05

Probabilidade de recuperação com seqüelas no tratamento cirúrgico3

56,04 43,05

Probabilidade de recuperação com seqüelas no tratamento conservador3

1005 1005

Probabilidade de recuperação sem seqüelas no tratamento conservador3

06 06

Fonte: Banco de Dados SIH/SUS 2007 e banco de dados do INTO 1 Estimado a partir da mortalidade intra-hospitalar (tratamento cirúrgico do SUS) multiplicada pela relação mortalidade em 3 meses/ mortalidade hospitalar (tratamento cirúrgico do INTO). 2 Estimado a partir da mortalidade intra-hospitalar (tratamento conservador do SUS) multiplicada pela relação mortalidade total em 3 meses / mortalidade total hospitalar (tratamento conservador +cirúrgico do INTO). Não foi considerada a relação do tratamento conservador devido ao reduzido número de casos. 3 Considerando 3 meses após a FFO. Do universo das pacientes que sobreviveram até este período. 4 Considerando uma taxa de recuperação dos pacientes que sobreviveram até este período e que não participaram deum programa de reabilitação. Estimativas baseadas no estudo de Vidán, et al 118

5 Considerando uma taxa de recuperação dos pacientes que sobreviveram até este período e que participaram de um programa de reabilitação. Estimativas baseadas no estudo de Vidán, et al 118

6 Foi considerado que todos os pacientes no tratamento conservador que sobreviverm no perído de 3 meses ficaram com alguma seqüela.

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109

II – Árvores de Decisão

Figura 10 - Árvore de decisão – recorte II: tratamento da fratura de fêmur osteoporótica no SUS e no INTO/medida de prevenção secundária

SUS *

CirurgiaP=0,869

Não Cirurgia/ conservador P=0,131

CirurgiaP = 0,957

Não Cirurgia/ conservadorP = 0,043

INTO

Estabilização Clínica

•Considerado que no SUS em geral não existe programa de reabili tação após cirurgia de FFO

Recup.sem seqüela

Óbito

Recup. com seqüela

19

24

5

P= 0,440

P=0,560

P= 0,109

Recup.sem seqüela

Óbito

Recup. com seqüela

23

18

11

P= 0,570

P= 0,430

P= 0,217

Recup.sem seqüela

Óbito

Recup. com seqüela

0

6

1

P= 0

P= 0,100

P= 0,160

Recup.sem seqüela

Óbito

Recup. com seqüela

0

2

1

P= 0

P= 0,100

P= 0,250

P=0,891

Recup.

Recup.P=0,840

Recup.P=0,783

Recup.P=0,750

55 mulheres

Fraturas

Coorte submeti da àmedi das de prevenção secundári a

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110

Figura 11 – Árvore de decisão – recorte II: tratamento da fratura de fêmur osteoporótica no SUS e no INTO/alternativa tradicional

III – Expectativa de sobrevida

Conforme explicitado na metodologia desse segundo recorte, na estimativa de

QALYs para o ramo da árvore de decisão destinado ao INTO, seriam utilizados dados

preliminares do estudo realizado nesse serviço, medidos três meses após a cirurgia. No

entanto, devido à falhas no preenchimento dos instrumentos de avaliação de qualidade

de vida e situação funcional (EuroQol e Katz) do estudo do INTO não foi possível

realizar essa análise. Portanto, os resultados desse recorte limitar-se-ão à avaliação da

efetividade em termos de anos de vida ganhos e vidas salvas.

Conforme a metodologia, para o cálculo de anos de vida ganhos, as estimativas

de sobrevida da população de interesse foram estimadas utilizado-se os dados da Tábua

Completa de Mortalidade para a população do sexo feminino do ano de 2007,

publicados pelo IBGE113. Considerando que a análise realizada é para uma coorte

SUS *

CirurgiaP=0,869

Não Cirurgia/ conservador P=0,131

CirurgiaP = 0,957

Não Cirurgia/ conservadorP = 0,043

INTO

Estabilização Clínica

•Considerado que no SUS em geral não existe programa de reabilitação após cirurgia de FFO

Recup.sem seqüela

Óbito

Recup. com seqüela

20

26

6

P= 0,440

P=0,560

P= 0,109

Recup.sem seqüela

Óbito

Recup. com seqüela

26

19

12

P= 0,570

P= 0,430

P= 0,217

Recup.sem seqüela

Óbito

Recup. com seqüela

0

7

1

P= 0

P= 0,100

P= 0,160

Recup.sem seqüela

Óbito

Recup. com seqüela

0

2

1

P= 0

P= 0,100

P= 0,250

P=0,891

Recup.

Recup.P=0,840

Recup.P=0,783

Recup.P=0,750

60 mulheres

Fraturadas -Coorte submetida àcondut a tradicional

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hipotética de mulheres com idade igual ou acima de 65 anos, optou-se por generalizar a

expectativa de sobrevida de mulheres com 76 anos para toda essa população, uma vez

que essa idade corresponde ao início da faixa etária que teve maior número de casos de

fraturas tanto no SUS quanto no INTO. Portanto, a expectativa de sobrevida a ser usada

para a coorte hipotética de mulheres com idade igual ou acima de 65 anos foi de 11,8

anos. Também foi considerado que a expectativa de sobrevida das mulheres fraturadas

sem sequelas é igual à da população em geral da mesma faixa etária.

Conforme discorrido na metodologia, para a expectativa de sobrevida de

mulheres fraturadas que ficaram com seqüelas, foi adotada uma diminuição da

expectativa de sobrevida dessa população em 25%119 em comparação com as mulheres

em geral de mesma faixa etária ou seja, 8,9 anos.

Tabela 10 - Expectativa de sobrevida da população de brasileira do sexo feminino por idade – 2007

Idade Expectativa de Sobrevida

Idade Expectativa de Sobrevida

50 30,8 65 18,8

51 29,9 66 18,1

52 29,1 67 17,4

53 28,2 68 16,7

54 27,4 69 16,1

55 26,6 70 15,4

56 25,7 71 14,8

57 24,9 72 14,2

58 24,1 73 13,5

59 23,3 74 13,0

60 22,6 75 12,4

61 21,8 76 11,8

62 21,0 77 11,3

63 20,3 78 10,8

64 19,6 79 10,3

80+ 9,9

Fonte: IBGE - Diretoria de Pesquisas (DPE), Coordenação de População e Indicadores Sociais (COPIS).

Com base nos dados da árvore de decisão e na expectativa de sobrevida

discorridas acima, são apresentados no quadro 6 e 7 o número de anos de vida ganhos

decorrente do tratamento da FFO no INTO e no SUS, considerando o número de

mulheres fraturadas após adoção da alternativa tradicional e após a adoção das medidas

de prevenção secundária (já apresentados na árvore de decisão do recorte I).

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Quadro 6 - Cálculo da efetividade em anos de vida ganhos, considerando a alternativa de prevenção secundária, de mulheres fraturadas atendidas no INTO e no SUS em geral

Fonte: Banco de dados SIH/SUS 2007, banco de dados do INTO e literatura científica 1 Considerando as mulheres fraturadas da coorte de 1000 mulheres do primeiro recorte 2 Número de óbitos (cirúrgico+conservador) até 3 meses pós-fratura 3 Até 3 meses pós-fratura

55 mulheres fraturadas - Considerando a aplicação de medidas de prevenção secundária1

Desfechos Nº de mulheres

Expectativa de sobrevida (em anos)1

Anos de vida ganhos

SUS Óbito2 6 0 0 Recuperação sem seqüelas no tratamento cirúrgico3

19 11,8 242,2

Recuperação com seqüelas no tratamento cirúrgico3

24 8,9 213,6

Recuperação sem seqüelas no tratamento conservador3

0 11,8 0

Recuperação com seqüelas no tratamento conservador 3

6 8,9 53,5

Total de sobrevida SUS 491 anos de vida

ganhos

INTO Óbito2 12 0 0 Recuperação sem seqüelas no tratamento cirúrgico3

23 11,8 271,4

Recuperação com seqüelas no tratamento cirúrgico3

18 8,9 160,2

Recuperação sem seqüelas no tratamento conservador3

0 11,8 0

Recuperação com seqüelas no tratamento conservador 3

2 8,9 17,8

Total de sobrevida INTO449,4 anos de vidas ganhos

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Quadro 7- Cálculo da efetividade em anos de vida ganhos, considerando a alternativa tradicional, de mulheres fraturadas atendidas no INTO e no SUS em geral

Fonte: banco de dados SIH/SUS 2007, banco de dados do INTO e literatura científica 1 Considerando as mulheres fraturadas da coorte de 1000 mulheres do primeiro recorte 2 Número de óbitos (cirúrgico+conservador) até 3 meses pós-fratura 3 Até 3 meses pós-fratura

8.2.4 – Análise dos resultados das árvores de decisão

De acordo com a árvore de decisão do recorte I, estima-se que, a aplicação de

medidas de prevenção secundária em uma coorte de 1000 mulheres com idade � 65

anos resulte em 55 FFOs. Inserindo essas mulheres fraturadas na árvore de decisão do

segundo recorte, estima-se, a partir dos dados do DATASUS e dados observados em

estudo prospectivo no INTO, a ocorrência de 6 óbitos em até três meses pós-fratura,

para aquelas tratadas no SUS, e 12 óbitos em até três meses pós-fratura, para aquelas

tratadas no INTO, ou seja, o INTO teve duas vezes mais óbitos que o SUS. Em termos

60 mulheres fraturadas - Considerando a alternativa tradiciona/expectante1

Desfechos Nº de mulheres

Expectativa de sobrevida (em

anos)1

Anos de vida ganhos

SUS Óbito2 7 0 0

Recuperação sem seqüelas no tratamento cirúrgico3

20 11,8 236,0

Recuperação com seqüelas no tratamento cirúrgico3

26 8,9 231,4

Recuperação sem seqüelas no tratamento conservador3

0 11,8 0

Recuperação com seqüelas no tratamento conservador 3

7 8,9 62,3

Total de sobrevida SUS 529,7 Anos de vidas

ganhosINTO Óbito1 13 0 0

Recuperação sem seqüelas no tratamento cirúrgico3

26 11,8 306,8

Recuperação com seqüelas no tratamento cirúrgico3

19 8,9 169,1

Recuperação sem seqüelas no tratamento conservado3

0 11,8 0

Recuperação com seqüelas no tratamento conservador3

2 8,9 17,8

Total de sobrevida INTO 493,7 anos de vida ganhos

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de sobrevida, estimou-se que as mulheres tratadas no SUS teriam 41,6 anos de vidas

ganhos a mais que aquelas tratatas no INTO.

Considerando a não aplicação de medida de prevenção secundária na mesma

coorte de 1000 mulheres do recorte I, ou seja, considerando a conduta tradicional,

estimou-se, com base em evidências científicas e em estimativa da prevalência da

osteoporose no país, a ocorrência de 60 FFOs. Inserindo essas mulheres fraturadas na

árvore de decisão do segundo recorte, estimou-se, novamente a partir dos dados do

DATASUS e dados observados em estudo prospectivo no INTO, a ocorrência de 7

óbitos em até três meses pós-fratura, para aquelas tratadas no SUS, e 13 óbitos em até

três meses pós-fratura, para aquelas tratadas no INTO. Em termos de sobrevida,

estimou-se que as mulheres tratadas no SUS teriam 36 anos de vidas ganhos a mais que

aquelas tratatas no INTO.

Em termos de vidas salvas, a aplicação medidas de prevenção secundária (em

comparação com a conduta tradicional) e o encaminhamento das mulheres fraturadas

para o SUS ou para o INTO teve como conseqüência estimada a redução de 1 óbito, ou

seja, a ocorrência de 1 vida salva para cada 1000 mulheres atendidas no SUS ou no

INTO. Portanto, haveria uma pequena superioridade, em termos de vidas salvas, para a

alternativa de prevenção secundária quando ela é comparada à conduta tradicional,

independente do local de atendimento à fratura.

Ainda, analisando a árvore do primeiro recorte, a aplicação de medidas de

prevenção secundária na coorte hipotética de 1000 de mulheres com idade � 65 anos

resultou em 5 fraturas a menos em relação à conduta tradicional. Essas 5 fraturas

corresponderiam a 14,6 anos de vidas ganhos (59 anos de sobrevida estimada para essas

5 mulheres não fraturadas menos 41,4 anos de sobrevida restantes correspondentes a 5

casos de pacientes fraturadas e tratadas no INTO ou SUS).

Com estes resultados, é possível afirmar que as medidas de prevenção

secundária são pouco efetivas, em termos de redução de anos de vidas ganhos e de vidas

salvas. Não é possível afirmar que esta conduta deve ser indicada para implementação e

difusão no sistema de saúde público brasileiro. Para isso, é fundamental uma estimativa

com menor incerteza sobre a grandeza desse diferencial de efetividade, em anos de vida

ganhos, e, sobretudo, a realização de uma análise de custo-efetividade e custo-utilidade

entre a alternativa de prevenção secundária e a expectante até o final da reabilitação.

Em termos de vidas salvas e anos de vidas ganhos, o SUS mostrou um melhor

resultado em relação ao INTO, quando trata mulheres fraturadas advindas tanto da

conduta tradicional quanto da prevenção secundária. No entanto, com esse resultado

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não é possível afirmar que o SUS seja superior ao INTO. Para isso, seria necessária uma

análise ajustada não apenas por sexo e faixa etária mas também por outros fatores

prognósticos importantes, como delta tempo entre a fratura e a admissão hospitalar.

Também, é necessária a condução de uma análise de custo efetividade para melhor

avaliação das alternativas, de forma a subsidiar o gestor do SUS na tomada de decisão.

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8 – ANÁLISES DE SENSIBILIDADE

8.1 – Análise de sensibilidade para o primeiro recorte.

Existe a escassez de dados sobre a adesão e aderência aos medicamentos

antiosteoporóticos. Os estudos existentes sobre o tema não possuem dados mais

detalhados e específicos para todos os medicamentos e, além disso, não foi encontrado

estudos que avaliaram a aderência por um período maior que 5 anos. Diante disso,

optou-se por fazer uma análise de sensibilidade dos dados das árvores de decisão

utilizando os dados também de aderência do estudo de Krauss31 e também uma outra

análise de sensibilidade utilizando uma estimativa de aderência em 10 anos, uma vez

que, sabe-se que com o passar do tempo a aderência é reduzida.

I – Considerado uma aderência de 40% para todos os medicamentos, estimada por

Krauss (2003)31 e pensando-se que a aderência tende a diminuir com os anos, obtêm-se

os seguintes resultados:

– DMO + Alendronato – ocorrência de 56 fraturas, ou seja, um decréscimo do número

de fraturas de 6,7 %, em relação à conduta tradicional na coorte de 1000 mulheres

– DMO + Risedronato ou DMO + Ranelato de estrôncio ou DMO + Ácido zoledrônico

– ocorrência de 57 fraturas, ou seja, um decréscimo do número de fraturas de 5,0 %, em

relação à conduta tradicional na coorte de 1000 mulheres

– Cálcio de vitamina D – ocorrência de 56 fraturas, ou seja, um decréscimo do número

de fraturas de 6,7 %, em relação à conduta tradicional na coorte de 1000 mulheres

II – Ainda considerado uma redução de 50 % da aderência a todos os medicamentos,

após 10 anos, obtêm-se os seguintes resultados:

– DMO + Alendronato ou DMO + Risedronato – ocorrência de 58 fraturas, ou seja, um decréscimo do número de fraturas de 3,3 %, em relação à conduta tradicional na coorte de 1000 mulheres.

– DMO + Ranelato de estrôncio ou DMO + Ácido zoledrônico – ocorrência de 57 fraturas, ou seja, um decréscimo do número de fraturas de 5,0 %, em relação à conduta tradicional na coorte de 1000 mulheres.

– Cálcio de vitamina D – ocorrência de 57 fraturas, ou seja, um decréscimo do número de fraturas de 5 %, em relação à conduta tradicional na coorte de 1000 mulheres.

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117

8.1 – Análise de sensibilidade para o segundo recorte.

Como as estimativas de recuperação com e sem seqüelas foram efetuadas tanto

para o SUS quanto para o INTO, optou-se por não realizar análise de sensibilidade para

essas estimativas (inicialmente pretendia-se realizar as estimativas apenas para o SUS,

uma vez que o estudo do INTO forneceria essa informação). Adotando-se uma

sobrevida de 11,8 para todas as mulheres, independente de terem seqüelas ou não,

observa-se que não ocorrem mudanças nas diferenças de desfechos entre o INTO e o

SUS e entre a conduta tradicional e a medida de prevenção secundária.

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118

9 – DISCUSSÃO

Não existem dados consistentes para afirmar que a fratura de fêmur

osteoporótica é um problema de saúde pública no Brasil, no entanto, também não se

pode afirmar o contrário e, considerando que o envelhecimento da população brasileira

é um fato real, é importante que os gestores se preocupem em entender mais essa

problemática para a previsão de futuros problemas relacionados às questões

epidemiológicas, sociais e psicológicas, bem como demanda por serviços de saúde,

novas tecnologias, aumento dos custos da assistência, entre outros.

Considerando que não se pode afirmar que a osteoporose e a fratura de fêmur

osteoporótica seja um problema de saúde publica no país, ficam as perguntas: A

prevenção seria a melhor alternativa? Ou existiriam, outras estratégias de gestão mais

adequadas para lidar com essa situação de saúde? Outras tecnologias poderiam ter sido

exploradas neste estudo, no entanto devido a necessidade de determinar um recorte para

o estudo, optou-se por focar apenas no rastreamento seguido do uso de

antiosteoporótico, além de uma avaliação parcial das informações referentes ao

tratamento da fratura de fêmur no Sistema Único de Sáude.

Existem grandes lacunas nos dados epidemiológicos internacionais e nacionais

sobre a prevalência de osteoporose e a identificação prospectiva sobre os riscos de

fratura60. Observa-se que a maioria das evidências encontradas neste estudo e que

identificaram a prevalência e incidência da osteoporose e fraturas osteoporóticas foram

obtidas de estudos conduzidos em países desenvolvidos e, principalmente, de amostra

de mulheres caucasianas em que as taxas são mais elevadas e cujos resultados não

podem ser extrapolados para países como o Brasil. De acordo com Frazão & Naveira18

as taxas de ocorrência de osteoporose apresentam grande amplitude que dependem das

características demográficas da população, entre as quais a origem étnica, o sexo, a

idade, e o tipo de sítio pesquisado, como, por exemplo, a coluna lombar ou fêmur. Além

disso, referem que as diferenças observadas nas taxas de osteoporose também podem

ser atribuídas às características metodológicas dos estudos, como é o caso dos diferentes

parâmetros empregados para a seleção da população. Também há um fator que interfere

na taxa de osteoporose e de osteopenia, o tipo de software utilizado pelos equipamentos

de medicação da DMO. Os poucos estudos brasileiros sobre o tema foram realizados em

usuários de serviços de saúde e, portanto, não são de base populacional. Ainda de

acordo com Frazão & Naveira18 se por um lado os estudos de base populacional podem

subestimar a prevalência de doenças, aqueles realizados em serviços de saúde tendem a

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superestimá-los.

A incidência de 6% utilizada neste estudo foi estimada por Krauss31, tendo sido

realizada com base em estudos nacionais e internacionais e no SIH/SUS31. Sabe-se que

esta incidência é mais baixa que a apresentada em diversos estudos internacionais,

porém, como a população brasileira difere em características da população caucasiana,

justifica-se a adoção de uma incidência mais baixa. Além disso, esta estimativa

corrobora com os dados de Komatsu et al65, que encontrou uma incidência anual de

fratura de fêmur em mulheres acima de sessenta anos de 50,03/10 mil habitantes em um

estudo na cidade de Marília, São Paulo.

O presente estudo apresentou algumas limitações metodológicas, principalmente

pela escassez de dados epidemiológicos nacionais sobre a situação da osteoporose e

fraturas de fêmur, condutas adotadas e suas conseqüências para população atingida, a

existência de poucos estudos sobre a eficácia dos antiosteoporóticos e do desfecho

fratura de fêmur, as limitações dos bancos de dados, as limitações da autora referente às

análises estatística dos dados, entre outras. Soma-se a isso a limitação de tempo e

também o fato de que o mesmo trata-se de uma avaliação tecnológica com dados

incompletos ou parciais. Além disso, alguns dados foram estimados, sendo utilizado

como base para estas estimativas evidências dispoíveis. No entanto, foram realizadas

análises de sensibilidade que não mostraram grandes discrepâncias quando se alteravam

os dados estimados.

9.1 – Primeiro recorte

De acordo com a árvore de decisão I observou-se que as medidas de prevenção

secundária aplicadas em uma coorte de 1000 mulheres com idade � 65 anos, evitariam

no mínimo 5 fraturas (8,33%) em relação a não adoção de nenhuma medida de

prevenção, considerando os dados de eficácia e aderência dos estudos avaliados. A

associação da medida de DMO por DXA com o uso o alendronato, ou do ácido

zoledrônico ou do ranelato de estrôncio contribuiu para um decréscimo de 8,33% do

número de mulheres fraturadas. Já para a associação, medida de DMO e o uso de

risedronato houve um decréscimo de 5,0% do número de mulheres fraturadas. O estudo

de custo-efetividade que está sendo conduzido com os resultados de efetividade desse

estudo será primordial para uma conclusão se essa estratégia de fato é positiva ou não

para o SUS.

Também observou-se que não há diferença, em termos de número de fraturas

evitadas, entre a adoção de medidas de prevenção secundária (rastreamento) e a adoção

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de cálcio e vit.D para toda a coorte de mulheres, que também evitariam 5 fraturas

(8,33%) em relação a não adoção de nenhuma medida.

Além disso, não há diferenças em número de fraturas de fêmur evitadas

(efetividade) entre os diferentes antiosteoporóticos avaliados. Na análise de

sensibilidade conduzida, onde alterou-se a taxas de aderência, houveram pequenas

diferenças entre o número de fraturas evitadas por tipo de antiosteoporótico empregado.

Para uma redução de 50% na aderência de todos os antiosteoporóticos, o uso do

alendronato reduziu 2 fraturas(3,3%) em relação à conduta tradicional, ou seja teve uma

redução menor que o risendronato, ranelato de estrôncio e ácido zoledrônico, que

reduziram 3 fraturas (5,0 %) em relação à conduta tradicional. Utilizando os dados de

Krauss31, que considerou uma aderência de 40%, o uso do alendronato reduziu 4

fraturas (6,7%) em relação à conduta tradicional, ou seja teve uma redução melhor que o

risendronato, ranelato de estrôncio e ácido zoledrônico, que reduziram 3 fraturas (5,0

%) em relação à conduta tradicional. Já para a associação, medida de DMO e o uso de

risedronato o resultado foi o mesmo que o do alendronato.

Para uma coorte hipotética de mulheres com idade � 50 anos, e chegou-se a

seguinte conclusão: o uso do ácido zoledrônico evitou a ocorrência de 3 fraturas (6,0%)

em relação à conduta tradicional, ou seja teve uma redução melhor que o risendronato

(2 fraturas - 4,0%), o alendronato (3 fraturas - 6,0%). O uso apenas do cálcio e vitamina

D evitou a ocorrência de 4 fraturas ( 8,0%). Um estudo semelhante conduzido por

Krauss31, que também utilizou uma coorte hipotética de 1000 mulheres na

perimenopausa e uma a incidência de fratura estimada de 5%, concluiu pela não

indicação de programa de rastreamento para mulheres nesta faixa etária, o que corrobora

como uma metanálise de estudos de coorte prospectivo que avaliou a capacidade

preditiva da medida de DMO por DXA para fratura de fêmur, realizada por Marshall et

al 53, que concluiu que não é recomendável, para mulheres na menopausa, a adoção de

programa de screening para a medida de densidade óssea.

Para a avaliação da eficácia dos antiosteoporóticos foram selecionados para

apenas os estudos que tiveram como desfecho a ocorrência da fratura de fêmur. No

entanto, tem-se clareza que há um volume muito maior de estudos onde o desfecho é a

ocorrência de alteração da DMO, que é um fator de risco importante para fratura,

entretanto a opção metodológica deste trabalho foi focar na eficácia dos medicamentos

na prevenção da FFO.

Sabe-se da importância e utilidade dos estudos com desfecho de alteração da

DMO, uma vez que os mesmos podem apontar diversas informações sobre a eficácia,

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efetividade, segurança relacionado ao uso desses medicamentos. Porém, embora a

DMO seja um fator de risco para fratura, a relação entre ao nível de alteração da DMO e

o risco de fratura não está bem estabelecido na literatura. Como exemplo, podem ser

citados os resultados do estudo de Black et al97, que sugerem que descontinuar o uso de

alendronato após 5 anos não aparenta ter um aumento significativo no risco de fratura,

apesar do mesmo estudo ter mostrado um moderado declínio na DMO e uma gradual

queda nos marcadores bioquímicos após a interrupção do uso deste medicamento.

Houve uma dificuldade de encontrar estudos de boa qualidade que avaliassem a

eficácia e segurança dos medicamentos antiosteoporóticos em que o desfecho principal

fosse a ocorrência de fraturas. Freqüentemente o resultado de um único estudo é muitas

vezes usado como verdade absoluta, sendo reproduzido em vários artigos científicos, o

que induz a um entendimento de que a evidência é mais robusta do que realmente é, até

porque, ao citá-los, alguns revisores não explicitam as deficiências do estudo, cabendo

ao leitor ter uma capacidade crítica muito aguçada. Muitos desses estudos possuem

vieses e os seus resultados geralmente possuem baixa validade externa, sendo os

resultados aplicáveis apenas para populações específicas, com faixas etárias e nível de

T-score delimitados e, portanto, não podem ser extrapolados para toda a população. No

entanto, esses resultados têm sido vastamente utilizados na prática clínica para mulheres

na pós-menopausa de várias idades e níveis de T-scores e também têm sido utilizados

amplamente como base para estudos secundários. Supõe-se que isso ocorra muitas

vezes por motivos como: a interferência e indução da indústria farmacêutica, limitação

de conhecimento sobre estudos científicos e de análise crítica dos prescritores e também

pela escassez de estudos sobre o assunto, principalmente estudos que focalizm a fratura

de fêmur como desfecho.

Esse problema também foi observado na seleção dos estudos que compuseram o

primeiro recorte desse trabalho. Um exemplo disso, é o estudo de Mcclung et al101, que

além de selecionar mulheres com idade � 70 anos, que tem maior risco de fratura

segundo a literatura, também selecionou mulheres com um T-score muito baixo, o que,

em geral, favorece o efeito do medicamento. Foi observado outros estudos que tem

usado o resultado desse estudo de Mcclung et al101 afirmando que o risedronato é eficaz

na redução do risco de fratura de fêmur em mulheres na pós-menopausa sem, no

entanto, explicitar que essa eficácia é aplicada a uma população específica de mulheres

com um T-score muito baixo, o que reflete um aumento no risco de fratura.

Com relação ao tempo de seguimento, a maioria dos estudos selecionados para

compor o primeiro recorte desse trabalho teve um tempo de seguimento de três anos.

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122

Como a osteoporose é uma doença em que o desfecho fratura pode ocorrer a longo

prazo, a avaliação desse tipo de desfecho deveria ocorrer com um tempo de seguimento

maior. Talvez isso justifique o fato de vários estudos clínicos optarem por avaliar o

desfecho alteração de DMO ao invés de ocorrência de fratura. É necessário que sejam

explorados estudos que avaliem o tempo indicado para uso do medicamento, de forma a

alcançar o melhor efeito e também estudos que avaliem por quanto tempo o efeito do

medicamento permanece após o fim do uso. O estudo com maior tempo de seguimento

identificado neste trabalho e que foi selecionado principalmente pela relevância do

período de segmento de 10 anos foi o estudo de Black et al97.

Outro ponto que deve ser observado é que a eficácia dos medicamentos, como no

caso do ranelato de estrôncio, alendronato, foi condicionada à necessidade de correção

dos níveis de cálcio e Vit D, no entanto, essa situação foi encontrada em praticamente

todos os estudos que avaliaram a eficácia dos medicamentos antiosteoporóticos. A

pergunta que fica é: será que no SUS ao se prescrever o uso de antiosteoporóticos

também estão ajustados os níveis de cálcio e Vit D nos pacientes? Esta é uma sugestão

de tema que deveria ser explorado no futuro.

Em relação à aderência, alguns estudos têm mostrado que a aderência aos

medicamentos para osteoporose é pobre, o que é um problema que pode interferir na

eficácia dos mesmos e conseqüentemente no resultado do tratamento87.

Neste trabalho foram consideradas taxas diferentes conforme apontaram as

evidências analisadas nos estudos selecionados para este trabalho, apesar de outros

estudos considerarem a taxa de aderência semelhante para todos os medicamentos

antiosteoporóticos. A opção de adotar taxas de aderência diferentes se justifica,

principalmente, por que existem diferenças em relação aos eventos adversos (tipos e

freqüência) dos diferentes antiosteoporóticos, que podem influenciar na taxa de

aderência do uso destes medicamentos.

Em relação à aderência aos bifosfonatos, há que se mencionar que os mesmos

podem ter uma aderência menor devido aos cuidados a serem adotados ao tomar o

medicamento visando reduzir a possibilidade de eventos gastrointestinais. A orientação

é que os mesmos devem ser tomados com um copo de água com um intervalo mínimo

de 30 a 60 minutos após alguma refeição. Após isso, o paciente deve manter-se na

vertical por pelo menos 30 minutos. Vários autores afirmam que os próprios eventos

gastrointestinais interferem na aderência a essa classe de medicamento. Portanto, há a

necessidade de mais estudos sobre a adesão e aderência a esses medicamentos e os

efeitos da não adesão e não aderência na efetividade dos mesmos.

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123

É fundamental ressaltar que a taxa de aderência diminui com o tempo, sendo

importante que estudos sejam realizados para avaliar a taxa de aderência por mais de

5/10 anos de uso do medicamento.

Há ainda controvérsias em relação à definição de aderência, principalmente em

relação à quando definir se o paciente foi ou não aderente ao tratamento. Kertes et al.114

realizaram um estudo prospectivo com informações de um banco de dados de uma

organização de saúde de uma região de Israel. A população do estudo consistia de todas

as mulheres membros do plano com idade de 45 anos ou mais, que somou um total de

4448 mulheres que estavam tomando a primeira dose de algum bifosfonato (os autores

não especificaram qual tipo de bifosfonato) entre maio de 2003 e abril de 2004. O

objetivo do estudo era identificar as taxas de aderência e persistência (conjuntamente

chamados por eles de “compliance”) de mulheres utilizando pela primeira vez algum

bifosfonato e identificar fatores associados com a aderência e a persistência no uso

desses medicamentos. Os autores consideraram aderentes as mulheres que fizeram uso

do medicamento em pelo menos 80% dos dias definidos para uso. Como resultado

apenas 37% dos pacientes que tomavam dose diária foram aderentes aos medicamentos,

enquanto que 58% daquelas com dose semanal foram aderentes.

Já Tosteson et al107 avaliaram os fatores associados à interrupção precoce do

tratamento com três tipos de medicamentos (raloxifeno, hormônio e alendronato) para

mulheres com baixa densidade óssea. A pesquisa foi realizada por meio de inquérito

telefônico a mulheres com 45 anos ou mais que tiveram um T-score avaliado por DXA

consistente com osteoporose ou osteopenia e que tinham começado a tomar algum dos

medicamentos citados. Os inquéritos foram realizados dentro de 4 a 12 meses após o

início da terapia (média 7 meses). Das 956 mulheres que participaram no estudo, a taxa

de interrupção do tratamento foi de 26% de mulheres usando terapia hormonal, 19% em

mulheres que tomaram o raloxifeno, e 19% em mulheres que tomaram alendronato. As

mulheres mais propensas a interromper o tratamento foram aquelas que se incomodaram

mais com os eventos adversos e aquelas que pensaram que o exame para medida da sua

densidade óssea não mostrou osteoporose.

Há que se considerar a necessidade de uma exploração detalhada sobre os

eventos adversos relacionados aos medicamentos antiosteoporóticos. Para isso seria

necessária uma avaliação em longo prazo e não apenas no período de seguimentos dos

ensaios clínicos randomizados, que tiveram uma média de seguimento de 3 anos. Neste

sentido seria muito importante reforço da vigilância pós – comercialização.

O estudo de Black et al.97 que teve um tempo de seguimento de 10 anos tratou as

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informações relacionadas aos eventos adversos advindos do uso do alendronato de

forma muito limitada, o que foi um grande prejuízo, considerando que este estudo teve

um tempo de seguimento longo, o que poderia fornecer informações valiosas do uso

desse medicamento a longo prazo, bem como os seus eventos adversos. Os autores

apenas referiram a segurança do uso do alendronato por um período de 10 anos.

Entre os eventos adversos relacionados ao uso do ácido zoledrônico destaca-se a

ocorrência de fibrilação atrial, o estudo que avaliou esse medicamento indicou um

aumento significativo no risco de fibrilação atrial com o uso do ácido zoledrônico em

comparação com o placebo (50 versus 20 pacientes; p<0.001). Para chegar a essa

conclusão, os autores analisaram três estudos que envolveram mais de 16.000 pacientes

que tomavam essas drogas. A partir de análises, descobriram que aqueles que tomaram

a droga tinham duas vezes mais probabilidade de sofrer com fibrilação atrial do que

aqueles que não tomavam o remédio. Entre os sintomas mais conhecidos da doença

estão dores no peito, dificuldades para respirar e palpitações. Portanto, esse é um evento

que deve ser considerado ao se indicar esse medicamento e que requer que sejam

realizados mais estudos, inclusive uma avaliação pós-mercado para se entender o real

impacto desse evento adverso.

No estudo SOTI69 a diarréia foi o evento adverso gastrintestinal mais freqüente

(6,1% no grupo do ranelato, e 3.6% no grupo placebo, P = 0,02), contudo, este efeito

desapareceu após os primeiros três meses. As taxas de eventos adversos e de abandono

do estudo devido aos eventos adversos foram similares nos dois grupos.

Em relação à medida de DMO por meio da DXA, há vários pontos em

discussão, o primeiro deles que foi levantado por Krauss31 se refere à acurácia

prognóstica do método, ou seja aquela que mede a capacidade de prognosticar

(sensibilidade, especificidade, e valores preditivos), a partir da densidade óssea, num

momento determinado, se uma mulher terá ou não fraturas osteoporóticas no futuro. A

medida de DMO por DXA pode detectar mulheres com baixa DMO, o que prever o

risco de ocorrência de fratura (acurácia diagnóstica), uma vez que a DMO é um fator de

risco para fratura, no entanto não pode prever quem terá a fratura, ou seja, possui baixa

acurácia prognóstica53. Krauss31 ressalta que uma limitada acurácia prognóstica em um

programa de rastreamento pode significar uma menor efetividade dos medicamentos

antiosteoporóticos, na medida em que não se consegue selecionar a população realmente

exposta a um maior risco. Apesar de alguns estudos apontarem a não indicação de um

programa de screening para a identificação de indivíduos com baixa DMO e prevenção

da fratura osteoporótica 25,53, o mesmo tem sido vastamente utilizado como prevenção

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secundária da fratura de fêmur osteoporótica. De acordo com Maclean et al. 75, apesar

da baixa acurácia prognóstica da medida de DMO, quando seu uso é restrito para

aqueles indivíduos com fatores de risco conhecidos para baixa DMO e fratura, seu valor

prognóstico aumenta.

Outro ponto que deve ser observado é que, apesar de ainda não haver evidências

que expliquem esse fenômeno, há uma proporção de mulheres sem antecedentes de

medidas de baixa DMO que sofrem fraturas116. No estudo de Wainwright, et al116, 49%

das fraturas de fêmur ocorreram em mulheres com T-scores > -2,5 e em 28% de

mulheres com um T-score > -2,0.

Além do problema da acurácia prognóstica, deve ainda ser considerado que a

prevalência de baixa DMO medida pela DXA é dependente do tipo de software

utilizado. Os programas dos densitômetros geralmente são derivados de populações

caucasianas jovens, com isso, se utilizado em populações com características genéticas

distintas, a validade diagnóstica fica comprometida e portanto, esse fato deve

considerado quando da avaliação dos resultados da medida de DMO por DXA na

população brasileira. Além disso, deve ser considerado que o valor preditivo positivo

do teste é influenciado pela prevalência, e que os estudos sobre esse tema são

conduzidos em países desenvolvidos que possuem, provavelmente, uma prevalência de

osteoporose bem superior a da população brasileira.

Diante do explicitado, percebe-se que é fundamental uma análise mais crítica e

detalhada da efetividade, para a população brasileira, das tecnologias utilizadas em um

programa de rastreamento para condição de saúde em questão.

9.2 – Segundo Recorte

De acordo com os dados do SIH/SUS apresentados observa-se uma prevalência

de internação bem mais acentuada na população de mulheres em relação à população

masculina, o que é confirmado por estudos nacionais e internacionais sobre o tema.

Outro dado apresentado pelo SIH/SUS, e que também é compatível com os resultados

de muitos estudos, é referente à freqüência dos tipos de fratura. Observou-se uma

freqüência maior de fraturas de colo de fêmur, seguido de fraturas transtrocantéricas e,

por fim, com um número bem mais reduzido de fraturas subtrocantéricas.

Algumas informações referentes às mulheres fraturadas obtidas do banco de

dados do SUS e do INTO foram bastante semelhantes. A maior frequência de

internação, tanto no SUS quanto no INTO, ocorreu na faixa etária de 76-85 anos, o que

também é compatível com outros estudos nacionais e internacionais. Ramalho et al.17

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126

obtiveram média de 78,5 anos. Vidán et al118 em um ensaio clínico randomizado

obtiveram uma média de idade de 81,1 anos em uma população fraturada com idade

mínima de 65 anos. Em relação à idade, no INTO a média foi de 80,5 anos e a mediana

de 82 anos, já no SUS a média foi de 80,6 anos e a mediana de 81 anos.

Já em relação a outras informações observou-se diferenças bastante discrepantes

entre o INTO e o SUS. A primeira delas é em relação ao tempo de permanência

hospitalar, que foi 8,73 dias no SUS (mediana de 6 dias) e de 24 dias no INTO (mediana

de 8 dias). Portanto as mulheres internadas no INTO tiveram uma média de 15 dias de

permanência hospitalar a mais do que as internadas no SUS.

Verificou-se uma mortalidade intra-hospitalar de 4,2% no SUS para os três tipos

de fraturas. Quando se calcula a mortalidade apenas para fraturas de colo de fêmur e

transtrocantéricas obtem 4,3%. A taxa de óbito durante a internação no INTO foi de

8,7%. Valor bem superior ao óbito do SUS. Já a taxa de óbito de até três meses pós-

fratura no INTO foi de 22,8 %.

Os dados do INTO, em relação à mortalidade, se mostraram menos favoráveis

que o SUS, apesar desse serviço ser considerado de excelência, destacando-se em

relação ao tratamento, pelo fato de oferecer serviços de reabilitação, que impacta na

recuperação do paciente. Considerando a possibilidade de diferenças entre a população

atendida no SUS em geral e no INTO, haveria a necessidade de se realizar um ajuste de

risco, porém devida às limitações de tempo e metodológicas desse trabalho, esse ajuste

não foi possível. Registre-se, portanto, que a necessidade de ajuste de risco é

reconhecida para que os resultados desse trabalho permitam uma comparação mais

adequada.

Tanto no SUS quanto no INTO, a maior taxa de mortalidade foi entre as

mulheres com idade acima de 85 anos. A taxa de mortalidade intra-hospitalar foi de

4,2% no SUS e 8,7 no INTO. Já a taxa de mortalidade em até três meses pós-fratura foi

de 22,8% no INTO. Não foi possível saber a taxa real do SUS, sendo que, para os

cálculos da árvore de decisão, a mesma foi estimada. Sandison et al.34 observaram que

até 20% dos idosos que sofreram fraturas de fêmur morrem em 6 meses. Já para

Mosekilde et. al.30 aproximadamente 13% dos pacientes que sofreram fratura de fêmur

morrem no primeiro ano após a fratura, o que representa uma mortalidade duas vezes

maior comparada à dos pacientes com mesma idade, sem fratura de fêmur. Pinheiro et

al123 encontraram em 1995 uma taxa de mortalidade de 21,5% de pacientes atendidos

no SUS no período de um ano após a fratura proximal de fêmur. Uma revisão conduzida

por Sakaki et al.36 apresenta taxas de mortalidade para diferentes intervalos de tempo

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após a fratura proximal de fêmur de: 5,5% para a mortalidade intra-hospitalar; 4,7% em

até 30 dias após a fratura; 11,9% em três meses; 19,2% em um ano e 24,9% em dois

anos. Souza et al124 encontrou uma taxa de mortalidade em 90 dias após a fratura

proximal de fêmur de 7,4%, em pacientes atendidos nos hospitais do SUS do Rio de

Janeiro.

Verificou-se uma taxa de mortalidade no INTO em até 3 meses bem superior à

taxa de mortalidade intra-hospitalar. O que também foi encontrado em um estudo

conduzido Pinheiro et al123, que verificou um aumento na mortalidade após tratamento

da fratura proximal de fêmur nos primeiros 30 dias após a admissão hospitalar,

estendendo-se até os 90 dias. Diferentemente no estudo de Sakaki et al.36 houve uma

diminuição da taxa de mortalidade em até 30 dias em relação à intra-hospitalar.

Em relação número de dias entre a fratura e a internação, verificou-se no INTO

uma média de 19 dias, que variou de 0 dias a 123 dias. Já em relação ao delta tempo

entre fratura e cirurgia, verificou-se uma média de 22,62 dias, variando de 5 dias a 129

dias. Não foi possível calcular o delta tempo do SUS em geral. De acordo com os

resultados de estudo conduzido por Souza et al124, um importante fator de predição da

mortalidade de pacientes com fratura proximal de fêmur atendidos em hospitais do SUS

do Rio de Janeiro foi o tempo de espera para a cirurgia e que o acréscimo de um dia no

tempo de espera para a realização da cirurgia aumentou a chance óbito em cerca de 4%.

Em relação ao tipo de tratamento, é consenso que para a maioria das FFOs o

tratamento é cirúrgico, com exceção de casos onde o paciente apresenta co-morbidades

que contra indiquem a cirurgia, tornando-se necessário o tratamento conservador.

Observou-se que 94% das pacientes atendidas no INTO foram submetidas ao tratamento

cirúrgico, já no SUS esse percentual cai para 86,9%. Para Jain et al85 nas condições

atuais do tratamento cirúrgico a abordagem conservadora com repouso no leito

associado à mobilização precoce, deve ser exclusivamente empregada diante da

impossibilidade total de cirurgia, pois as taxas de mortalidade nos primeiros 30 dias

podem ser 2,5 vezes maiores.

Em relação ao óbito intra–hospitalar por tipo de procedimento observou-se que a

taxa de óbito dos pacientes que se submeteram ao tratamento cirúrgico foi de 4,0% no

SUS e 8,0% no INTO. Já para o tratamento conservador a taxa de mortalidade foi de

6,1% no SUS e 25,0% no INTO. Observa-se que essa elevada taxa de mortalidade do

tratamento conservador no INTO deve ser avaliada com cuidado, uma vez que a mesma

é resultado de uma pequena amostra de pacientes submetidos ao tratamento conservador

nesse serviço.

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Vários estudos apontam para uma associação entre a mortalidade e o número de

comorbidades pré-fratura. No entanto, não foi possível fazer uma comparação entre a

taxa de mortalidade e as possíveis comorbidades, uma vez que tanto o banco do SUS

quanto o do INTO, não apresentaram informações sobre essa variável. De acordo com

Cooper et al37 uma excessiva mortalidade pode não ser diretamente atribuída à fratura de

fêmur, mas a comorbidades associadas. De acordo com Martins et al.120 a intensidade

(número e gravidade) das doenças coexistentes constitui importante preditor de

complicações e de resultados desfavoráveis. Rocha et al.111 observaram que a presença

de comorbidades foi um fator importante na conduta terapêutica, no tempo de

permanência hospitalar, no prognóstico e na mudança na qualidade de vida.

Estima-se que 70 a 90% dos pacientes que sofreram FFO sobrevivem pelo

menos um ano, porém, grande parte não recupera sua capacidade funcional após o

tratamento da fratura, causando impacto social e econômico35. Rocha et al.111 em um

estudo prospectivo realizado no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do

Triângulo Mineiro, com admissão de pacientes portadores de fratura da extremidade

proximal do fêmur, no período de dezembro de 2005 a maio de 2006, observaram que o

grupo de paciente sem comorbidades tiveram um prognóstico melhor do que aqueles

com uma ou mais doenças associadas, e que todos recuperaram a capacidade de

deambulação sem auxílio e a independência domiciliar.

Fortes et al109 avaliaram prospectivamente a mortalidade e a incapacidade nos

primeiros seis meses pós fratura de quadril em cinqüenta e seis idosos (80% mulheres),

com média de idade de 80 anos, provenientes de dois hospitais de referência da região

metropolitana de São Paulo. Como resultado, verificaram que apenas cerca de 30% dos

pacientes retornaram às suas atividades e 11,6% tornaram-se completamente

dependentes.

Poucos estudos têm avaliado o impacto de um programa de reabilitação de

pacientes pós-fratura de fêmur. Pereira121 no estudo intitulado ‘Repercussões sócio-

sanitárias da “epidemia” das fraturas do fêmur sobre a sobrevivência e a capacidade

funcional do idoso’ observou que a realização de fisioterapia foi um fator que

influenciou favoravelmente na sobrevida, com hazard de morte 70% menor do que

naqueles que não se submeteram à reabilitação. Ainda cita o estudo de Imura et al.122

que acompanharam 301 idosos japoneses por 62 meses e concluíram que o tratamento

fisioterápico favoreceu a recuperação funcional, refletindo-se em uma melhor taxa de

sobrevivência.

Para a árvore de decisão foi considerado que o SUS em geral não oferece

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programa de reabilitação pós-fratura, isso por que não há um programa dentro do SUS

de incentivo à assistência fisioterápica, apesar desse tipo de assistência ocorrer em

alguns serviços de forma isolada.

Apesar de ter sido considerado na árvore de decisão que 100% dos pacientes do

INTO são submetidos à assistência fisoterápica, a fim de facilitar a sua análise, sabe-se

que apesar do INTO oferecer esse tipo de assistência, não há uma adesão de 100% dos

pacientes.

Os dados do INTO foram obtidos de um estudo com a amostra de todos os

pacientes internados para tratamento de fratura de colo de fêmur e transtrocantérica

entre junho de 2007 e junho de 2008. No entanto houve problemas no decorrer do

estudo que inviabilizaram a sua continuidade e por isso não foi possível realizar a

aplicação das escalas de avaliação funcional e de qualidade de vida, proposta no

protocolo do estudo, para serem aplicadas novamente após três meses da ocorrência da

fratura. Por esse motivo não foi possível avaliar os resultado do segundo recorte em

termos de QALY que foram propostos na metodologia deste estudo. O objetivo dessa

avaliação seria verificar, em termos de mobilidade e qualidade de vida, e

consequentemente, de anos de vida ganhos com qualidade, o impacto da assistência

fisioterápica pós-fratura, presente de forma acentuada no INTO e quase inexistente no

SUS.

Os dados do SIH/SUS provavelmente não refletem o universo de todos pacientes

fraturados usuários do SUS, uma vez que, por questões referentes ao acesso, e que não

cabe discutir neste momento, há pacientes que não conseguiram acesso ao serviço de

saúde, permanecendo fraturados e sem tratamento ou mesmo indo a óbito antes de

conseguir uma vaga na assistência médica.

É importante citar as limitações e vantagens dos bancos de dados utilizados

neste estudo. De acordo com Pinheiro33, o uso de grandes bases de dados nacionais

possibilita apontar direções e respostas úteis ao planejamento do setor saúde. No

entanto, observa-se que, entre as principais limitações do SIH/SUS, estão as escassas

informações referentes aos dados clínicos dos pacientes, às comorbidades, às

complicações e ao motivo do óbito, o que prejudica a análise dos dados para um

direcionamento de planejamento. De acordo com Martins et al 120 , os bancos de dados

administrativos, como no caso do SIH/SUS, possuem vantagens e desvantagens, sendo

a reduzida disponibilidade de dados clínicos dos pacientes uma das importantes

desvantagens, uma vez que isso reduz o número de variáveis de risco a serem

computadas para o ajuste de medidas de desempenho.

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Entre as limitações do banco de dados do INTO destaca-se a existência de dados

incompletos, devido a não continuidade do estudo, conforme já explicitado.

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131

10 – CONCLUSÃO

Os resultados desse estudo sugerem que as medidas de prevenção secundária,

antiosteoporóticas, são efetivas em termos de vidas salvas; no entanto, não é possível

afirmar que esta conduta deve ser indicada para implementação e difusão no sistema de

saúde público brasileiro. Para isso, é fundamental uma melhor avaliação da magnitude

desse diferencial de efetividade em termos de anos de vida ganhos e, sobretudo, a

realização de uma análise de custo-efetividade e de custo-utilidade, levando em conta a

alternativas comparadas até a fase terapêutica e reabilitadora.

Não há diferença na efetividade dos antiosteoporóticos avaliados em termos de

fraturas evitadas.

Também, conclui-se que é fundamental que os gestores e profissionais de saúde

tenham uma visão crítica quanto à incorporação e prescrição de medicamentos

antiosteoporóticos para a prevenção da fratura osteoporótica, uma vez que, a maioria

dos poucos estudos existentes possuem limitações metodológicas e que ainda há a

necessidade de maior avaliação desses medicamentos para se conhecer o real benefício

do uso do mesmo, principalmente a longo prazo.

Em termos de vidas salvas e anos de vida ganhos, o SUS mostrou um melhor

resultado em relação ao INTO em todas as situações. No entanto, esses resultados

provavelmente não refletem a realidade de efetividade técnica, considerando que o

INTO é um centro de excelencia do SUS e referência para tratamento de problemas

ortopédicos, além de oferecer um suporte de reabilitação muito mais estruturado que o

SUS em geral. Para melhor comparar a efetividade técnica, é imprescindível uma

análise de risco, considerando que pode haver diferenças entre a população atendida

pelo SUS em geral e a atendida pelo INTO. Também, para melhor comparar as

alternativas de prevenção secundária e expectante, é necessária a condução de uma

análise de custo-efetividade e uma de custo-utlidade, considerando a avaliação da

efetividade com o ajuste de risco, para melhor avaliação dos resultados, de forma a

subsidiar o gestor do SUS, quanto à melhor alternativa do ponto de vista da sociedade

na tomada de decisão e da oportunidade de uso de recursos escassos na melhoria da

efetividade técnic do SUS em relação ao tratamento e reabilitação da FFO.

Diante da variedade de aspectos que circundam a problemática da osteoporose e

fratura de fêmur, algumas sugestões podem ser feitas, algumas passíveis de serem

aplicadas:

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– necessidade de estudos de melhor qualidade metodológica para a estimativa da

eficácia dos medicamentos antisteoporóticos tanto na fase pré-comercialização quanto

na fase pós-comercialização, especialmente quanto à adesão e aderência e efeitos no

longo prazo e após abandono/fim da terapia.

– reforço de medidas de prevenção primária, que devem ser pensadas desde a

infância até à 3ª idade, visando a melhora da qualidade óssea e conseqüentemente

resultados positivos a longo prazo, uma vez que é fato que a população brasileira está

envelhecendo.

– inclusão de campos de dados do SIH/SUS para informações referentes a co-

morbidades, data da ocorrência da fratura, tipo de atendimento (primeiro ou retorno) dos

pacientes atendidos com fraturas, de forma a melhor avaliar o perfil dessa população.

– Incentivo: a estudos epidemiológicos para a para a estimativa da prevalência

da osteoporose e da FFO na população brasileira, de maneira a subsidiar, de forma mais

embasada, a adoção de medidas para essa população; a estudos nacionais que avaliem o

impacto das medidas de prevenção primária da osteoporose e FFO; a estudos que

avaliem o verdadeiro capacidade preditiva diagnóstica da DXA para a população

brasileira; estudos nacionais que avaliem os fatores preditivos de recuperação da

capacidade funcional após fratura de fêmur; estudos sobre interferência da reabilitação

no impacto recuperação da capacidade funcional, mortalidade e outros aspectos

relacionados à fratura de fêmur.

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122. Imura K; Ishii Y; Yagisawa K, Matsueda M. Postoperative ambulatory

level after hip fracture in the elderly predicts survival rate. Archives of

Orthopaedic and Trauma Surgery. 2000. 120:369-71 In Pereira SRM.

Repercussões sócio-sanitárias da “epidemia” das fraturas do fêmur sobre a

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145

sobrevivência e a capacidade funcional do idoso. [Tese de doutorado]. [Rio de

Janeiro]: Fundação Oswaldo Cruz. 2003; 119p

123. Pinheiro RS, Coeli, CM, Vidal EIO, Camargo Jr KR. Mortalidade após

fratura proximal de fêmur. Cadernos Saúde Coletiva, 2006; 14 (2): 327 – 36.

124. Souza RC, Pinheiro RS, Coeli CM, Camargo Jr KR, Torres TG.

Aplicação de medidas de ajuste de risco para a mortalidade após fratura

proximal de fêmur. Rev. Saúde Pública 2007;41(4): 625-31

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146

13 - ANEXOS

Anexo A

Estratégia de busca de revisão sistemática, metanálise e ensaios clínicos randomizados de estudos que avaliem a eficácia dos anti-osteoporóticos indicados

para a prevenção de fratura de fêmur.

� O objetivo dessa busca é selecionar estudos que avaliem a eficácia e segurança dos medicamentos utilizados para prevenção de fratura de fêmur osteoporótica em mulheres na pós-menopausa com baixa DMO.

� Bases de dados: MEDLINE/PUBMED E EMBASE e busca em lista de referências bibliográficas. Limites de língua: inglês, espanhol e português.

� Desfechos de interesse: buscar estudos cujo desfecho primário ou secundário seja fratura de fêmur osteoporóticas em mulheres na pós-menopausa, eventos adversos dos medicamentos, adesão e aderência os medicamentos. Serão aceitos estudos que comparado o medicamento a ser avaliado com placebo ou com outro medicamento antiosteoporótico.

� Outros desfechos de interesse: eventos adversos associados com a intervenção e adesão e aderência.

� Período de busca: buscar estudos publicados a partir de janeiro de 2001 até novembro de 2008.

� Palavra chaves: osteoporosis, osteoporosis, postmenopausal, osteoporoses, osteoporo*, fracture, hip fracture, hip fractures, femoral fractures, Boné. Os nomes dos medicamentos: ibandronic acid, ibandronate, risendronate, alendronate, strontium ranelate, protelos, tibolone, calcium, calcium carbonate, vitamin D, cholecalciferol, colecalciferol.

� O refinamento da seleção será realizado da seguinte maneira: leitura do título de todos os estudos identificados – seleção daqueles relevantes – leitura dos resumos dos artigos selecionados – seleção dos relevantes - leitura do artigo para seleção final daqueles que serão analisados mais detalhadamente.

� Critérios de inclusão dos estudos: Ensaios Clínicos Randomizados e Controlados, Revisão Sistemática com ou sem metanálise de Ensaios Clínicos Randomizados, cujos desfechos de interesse sejam aqueles relacionados acima.

� Critérios de exclusão dos estudos: estudos com população masculina, estudos que não possuam pelo menos a fratura de fêmur como desfecho, estudos não randomizados.

� Avaliação da qualidade dos estudos – A qualidade dos estudos será avaliada de acordo com critérios descritos nos protocolos de avaliação dos estudos apresentados abaixo.

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147

Anexo B

Protocolo para análise de revisões sistemáticas e metanálise sobre os antiosteoporóticos indicados para a prevenção de fratura de fêmur

Objetivo: avaliar a eficácia de antiosteoporóticos, listados no protocolo análise de

decisão preliminar, na prevenção de fraturas em mulheres na pós-menopausa. Serão

analisados os seguintes aspectos de cada revisão sistemática e metanálise:

� Objetivo do estudo: o estudo deve avaliar a eficácia de anti-osteoporóticos na prevenção de fraturas em mulheres na pós-menopausa. Verificar se há descrição clara dos objetivos do estudo.

� Anti-osteoporóticos avaliados: descreve claramente quais serão os medicamentos avaliados na análise de decisão/metanálise

� Desfechos de interesse: verificar os desfechos de interesse – primeiramente fratura de fêmur osteoporótica (principal desfecho de interesse), e complementarmente adesão, aderência e eventos adversos.

� Protocolo da revisão/metanálise: verificar se foi referido sobre a realização do protocolo do estudo

� Estratégia de busca: avaliar se a estratégia de busca (palavras chaves, intervalo de tempo, tipos de bases de dados, limites, entre outros) utilizada no estudo é sensível o suficiente para selecionar todos os ensaios clínicos relevantes (literatura cinza, relatórios, revisão manual em listas de referencia, contato com fabricantes, etc), considerando as intervenções, os fatores prognósticos, a população-alvo e os desfechos de interesse. Verificar se apresenta um sumário (fluxograma) dos estudos encontrados na busca bibliográfica, até a definição daqueles selecionados ou excluídos.

� Critérios para inclusão dos estudos: verificar se há descrição clara dos critérios adotados para os estudos na revisão sistemática - Verificar se os estudos incluídos eram todos ensaios clínicos randomizados e controlados. Avaliar os possíveis vieses relacionados aos critérios de inclusão. Verificar se foram incluídos todos os ensaios clínicos relevantes. Verificar se houve restrição em relação ao tamanho da amostra

� Critérios para exclusão dos estudos: verificar se há descrição clara dos critérios adotados para excluir os estudos da revisão sistemática. Avaliar os possíveis vieses relacionados aos critérios de exclusão. Verificar se não foi excluído algum ensaio clínico relevante.

� Extração dos dados dos ensaios clínicos: verificar se há descrição da forma como se deu a extração dos dados dos estudos incluídos na revisão sistemática (foram usados avaliadores e/ou revisores independentes?).

� Homogeneidade clínica: avaliar se existe homogeneidade clínica entre os estudos avaliados (paciente, intervenção e desfecho).

� Homogeneidade estatística: no caso das metanálises, avaliar a existência de homogeneidade estatística.

� Síntese dos dados e Análise estatística: avaliar se foi utilizado o modelo estatístico mais adequado para sumarizar os estudos. Apresentou tabelas e gráficos relevantes.

� Avaliação da qualidade e peso dos ensaios clínicos incluídos: verificar se foram usados critérios pré-definidos para avaliação da qualidade dos estudos

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148

incluídos. Verificar se foram considerados a metodologia (randomização, cegamento, etc), o tamanho e a caracterização da população, os desfechos, os critérios de inclusão e exclusão, o esquema de tratamento, o tempo de acompanhamento, o tipo de análise, resultados, as Perdas do estudo. Verificar se foram utilizadas estratégias para qualificar a força da evidência (ex: de acordo com o tamanho da amostra, a avaliação da qualidade do estudo ou outros).

� Conclusões da revisão Sistemática: conclusões em relação à eficácia dos antiosteoporótico avaliado, bem como sobre adesão e aderência ao tratamento, tipos e taxa de eventos adversos observados com o uso do medicamento. Comparação da ocorrência dessas variáveis entre estudos

� Resultado da metanálise: Efeito sumário sobre a eficácia do antiosteoporótico na prevenção de fratura de fêmur, informações adicionais sobre taxas de adesão e aderência ao tratamento, tipos e taxa de eventos adversos observados com o uso do medicamento. Verificar se foi realizada análise de algum grupo específico. Verificar se foram realizadas análise variando os estudos.

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149

Anexo C

Protocolo de análise de ensaios clínicos – análise de evidências sobre intervenções terapêuticas para prevenção de fratura de fêmur

Objetivo de analisar os ensaios clínicos – Avaliar o benefício do uso de anti-osteoporóticos na prevenção de fraturas de fêmur em mulheres na pós-menopausa. Para a seleção dos anti-osteoporóticos a serem revisados consideraremos análise de decisão preliminar, sintetizada anteriormente. Considerando que o objetivo dessa grade é analisar a eficácia da prevenção de fratura dos medicamentos discutidos na análise de decisão, serão detalhados os desfechos de ocorrência de fratura osteoporótica de fêmur, não-vertebral (por incluir a fratura de fêmur), informações sobre adesão, aderência e eventos adversos. Outros desfechos que se mostrarem não relevantes não serão detalhados.

1. Objetivo do estudo 2. Metodologia 2.1 Desenho dos estudos

a. Ensaios Clínicos Randomizados controlados, duplo-cegos. b. Método de randomização detalhado. c. Descrição do processo de cegamento realizado no estudo. d. Local de realização do estudo. e. Citado protocolo do estudo f. Tempo de seguimento

2.2 Caracterização da população g. Tamanho da amostra e onde foram recrutados os participantes. h. Idade média dos pacientes. i. Tempo de acompanhamento. j. Avaliar a tabela pós-randomização, observando se apresenta os fatores

prognósticos mais relevantes, quais sejam: medida de DMO, idade, função neuromuscular, função visual, história de fratura prévia, uso de certos medicamentos (ansiolíticos, benzodiazepínicos), história materna de fratura de fêmur.

k. Métodos para medida de DMO

2.3 Desfechos l. Desfecho primário: ocorrência de fratura de fêmur osteoporótica. m. Métodos para confirmação da fratura de fêmur osteoporótica. n. Classificação da fratura de fêmur por meio da CID. o. Desfechos secundários: ocorrência de eventos adversos, adesão e aderência

ao tratamento.

3. Critérios de inclusão e exclusão

a. Descrição clara dos critérios de inclusão e exclusão adotados. b. Avaliar os possíveis vieses relacionados aos critérios de inclusão e exclusão

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150

adotados, considerando os fatores prognósticos da fratura de fêmur; o uso prévio de outros anti-osteoporóticos; os sítios de fraturas prévias e presença de comorbidades.

c.

4. Esquema de tratamento

a. Descrição das intervenções, posologia, tempo de tratamento. b. Descrição detalhada das co-intervenções.

5. Tempo de acompanhamento

a. Descrição detalhada da forma de acompanhamento. b. Período de acompanhamento adequado para avaliação do desfecho.

6. Tipo de análise

a. Métodos estatísticos utilizados para comparar os grupos estudados. b. Intervalo de confiança; P valor; testes estatísticos. c. Análise estatística por intenção de tratar. d. Planejamento de análise de subgrupo. e. Estudo com poder de detectar os desfechos esperados

7. Resultados

7.1 Perdas do estudo .

a. Percentual de perdas. b. Mecanismos adotados para evitar perdas c. Número de participantes acompanhadas até o final do estudo. d. Descrição do motivo das perdas. e. Pacientes foram excluídos do estudo após a randomização? Por quê? f. No caso de óbito, verificar a causa.

7.2 Resultados

a. Eficácia do antiosteoporótico na prevenção de fratura de fêmur. b. Taxas de adesão e aderência ao tratamento observadas. c. Taxa de eventos adversos observados com o uso do medicamento. d. Efeito das co-intervenções no desfecho primário, se for o caso. e. Foi realizada análise de subgrupo? Quais as variáveis consideradas

nestas análises? Alterou significativamente os resultados? O número de participantes em cada subgrupo permite significância estatística?

8. Aspectos éticos

a. Controle externo. b. Explicitação dos conflitos de interesse. c. Explicitação das fontes de financiamento.

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151

Anexo D

Resultados das buscas no Medline

Limites: Humans, Female, Clinical Trial, Meta-Analysis, Randomized Controlled Trial, English, Spanish, Portuguese, Middle Aged: 45-64 years, Middle Aged + Aged: 45+ years, Aged: 65+ years, 80 and over: 80+ years. Estudos publicados apartir de 2001 Data das buscas: novembro de 2009

Alendronato

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Risendronato

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Ácido Zoledrônico

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Ranelato de Estrôncio

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Cálcio e Vitamina D

Cálcio e vitamina D

query search results

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156

#13 placebo*. 128150

#14 random* 582393

#15 research design [MeSH Terms] 241338

#16 #8 or #9 or #10 or #11 or #12 or #13 or #14 or #15 3346455

#17 meta analysis.pt 42236

#18 systematic review 1402782

#19 systematic review.pt 0

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#29 (#24) OR (#25) OR (#26) OR (#27) OR (#28) 415595

#30 Hip fracture [MeSH Terms] 13170

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#32 Osteoporosis, Postmenopausal [MeSH Terms] 8052

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#37 #23 and #29 and #36 6085

#38 #37 Limits: Limits: published in the last 5 years, Humans, Female, English, Spanish, Portuguese, Middle Aged + Aged: 45+ years, Aged: 65+ years, 80 and over: 80+ years

668

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159

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pa

ra

incl

uir

e pa

ra

aval

iar

a q

ualid

ade

dos

estu

dos

na

revi

são

sist

emát

ica.

o

V

erifi

car

se

os

estu

dos

incl

uído

s er

am

todo

s en

saio

s cl

ínic

os

rand

omiz

ados

e c

ontr

olad

os.

o

Ava

liar

os

poss

ívei

s vi

eses

re

laci

onad

os a

os c

ritér

ios

de in

clus

ão.

o

Ver

ifica

r se

for

am i

nclu

ídos

tod

os

os e

nsai

os c

línic

os r

elev

ante

s.

o

Ver

ifica

r se

ho

uve

rest

rição

em

re

laçã

o ao

tam

anho

da

amos

tra.

o

Ver

ifica

r se

desc

rição

cla

ra d

os

crité

rios

adot

ados

pa

ra

exc

luir

os

estu

dos

da r

evis

ão s

iste

mát

ica.

o

A

valia

r os

po

ssív

eis

vies

es

rela

cion

ados

aos

crit

ério

s de

exc

lusã

o.

o

Ver

ifica

r se

não

foi

exc

luíd

o al

gum

en

saio

clín

ico

rele

vant

e.

o

Pap

apou

los,

et

al.

Met

anal

ysis

of

the

effic

acy

of

alen

dron

ate

for

the

prev

entio

n of

hi

p fr

actu

res

in

post

men

opau

sal

wom

en.

Ost

eopo

ros

Int.

200

5; 1

6: 4

68–

74

oE

xam

inar

o g

rau

de

cons

istê

ncia

do

ef

eito

gl

obal

do

al

endr

onat

o na

re

duçã

o

do

risco

de

fr

atur

as

de

fêm

ur

em

dife

rent

es

popu

laçõ

es

de

mul

here

s pó

s-m

enop

áusi

cas

Ale

ndro

nato

Pre

venç

ão

de

frat

ura

de fe

mur

o

Os

auto

res

não

info

rmar

am

quan

to

à

elab

oraç

ão d

e pr

otoc

olo

prév

io à

pes

quis

a.

o

For

am

pesq

uisa

das

as

base

s de

da

dos

Med

line,

Coc

hran

e e

EM

BA

SE

usa

ndo

as p

alav

ras

chav

es:

fractu

re,

ale

ndro

nate

, pla

cebo-c

ontr

olle

d,

active-c

ontr

olle

d.

Tam

bém

foi

pes

quis

ado

na b

ase

de d

ados

da

indú

stria

Mer

ck p

ara

busc

a de

est

udos

o pu

blic

ados

. N

ão h

á re

lato

de

busc

a de

out

ras

font

es

o

Pal

avra

s-ch

ave

fora

m:

fractu

re,

ale

ndro

nate

, pla

cebo-c

ontr

olle

d,

active-c

ontr

olle

d,

restr

ingin

do a

pesquis

a p

or

random

ized t

rials

. o

F

oram

enc

ontr

adas

28

publ

icaç

ões,

sen

do q

ue

6 pr

eenc

hera

m o

s cr

itério

s de

incl

usão

.. o

N

ão

apre

sent

oram

um

su

már

io

(flu

xog

ram

a)

dos

estu

dos

enco

ntra

dos

na

busc

a bi

blio

gráf

ica,

co

m

aq

uele

s se

leci

onad

os

ou

exc

luíd

os.

Não

ex

plic

itara

m o

s m

otiv

os d

e ex

clui

r o

rest

ante

dos

es

tudo

s en

cont

rado

s.

o

Tod

os

os

ensa

ios

clín

icos

ra

ndom

izad

os q

ue a

valia

ram

o e

feito

do

alen

dron

ato

em

mul

here

s na

s-m

enop

ausa

com

um

T-s

core

� -

2,0

ou

com

fr

atur

a ve

rteb

ral

prév

ia

e qu

e

poss

uía

dado

s su

ficie

ntes

par

a av

alia

r o

risco

rel

ativ

o e

que

tinha

m p

elo

men

os

um p

acie

ntes

com

fra

tura

de

fêm

ur a

em

ca

da g

rupo

de

com

para

ção.

o

Os

auto

res

não

apre

sent

aram

um

a de

scriç

ão

deta

lhad

a do

s cr

itério

s de

ex

clus

ão d

os e

stud

os.

o

Tam

bém

o ap

rese

ntar

am

no

estu

do

tabe

la

com

os

22

es

tudo

s ex

cluí

dos

e as

raz

ões

de e

xclu

são.

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161

Ho

mo

gen

eid

ad

e c

lín

ica

e

esta

tísti

ca

Extr

ação

do

s d

ad

os d

os e

nsaio

s c

lín

ico

sS

ínte

se d

os d

ad

os e

An

áli

se e

sta

tísti

ca

o

Ava

liar

se e

xist

e ho

mog

enei

dade

cl

ínic

a en

tre

os

estu

dos

aval

iado

s (p

acie

nte,

inte

rven

ção

e de

sfec

ho).

o

No

caso

das

met

anál

ises

, av

alia

r a

exis

tênc

ia

de

hom

ogen

eida

de

esta

tístic

a.

o

Ver

ifica

r se

desc

rição

da

form

a co

mo

se d

eu a

ext

raçã

o do

s da

dos

dos

estu

dos

incl

uído

s na

rev

isão

sis

tem

átic

a.

o

Hou

vera

m a

valia

dore

s e/

ou r

evis

ores

inde

pend

ente

s?

o

Ava

liar

se f

oi u

tiliz

ado

o m

odel

o es

tatís

tico

mai

s ad

equa

do p

ara

sum

ariz

ar

os e

stud

os

o

Ver

ifica

r se

ap

rese

ntou

ta

bela

s e

gráf

icos

re

leva

ntes

pa

ra

RS

e

met

anál

ise

o

A

redu

ção

do

risco

re

lativ

o fo

i co

nsis

tent

e en

tre

os e

stud

os.

o

Dife

rent

e do

ris

co

rela

tivo,

a

redu

ção

do r

isco

abs

olut

o (d

ifere

nça

de

risco

en

tre

os

dois

gr

upos

de

tr

atam

ento

) nã

o fo

i co

nsis

tent

e de

en

tre

os e

stud

os.

o

Não

rela

to d

e ho

mog

enei

dade

cl

ínic

a

o

Não

foi

det

alha

do,

do p

onto

de

vist

a m

etod

ológ

ico,

com

o se

deu

a e

xtra

ção

dos

dado

s;

o

Tam

bém

o há

re

lato

de

qu

e re

aliz

ou

a e

xtra

ção

dos

dado

s,

se

fora

m

por

aval

iado

res

ou r

evis

ores

inde

pend

ente

s ou

não

.

o

For

am c

ondu

zida

s du

as m

etan

ális

es,

cons

ider

ando

as

duas

prin

cipa

is

reco

men

daçõ

es d

e tr

atam

ento

par

a a

oste

opor

ose:

o

A p

rimei

ra c

onsi

dero

u o

guid

elin

e da

Nat

iona

l O

steo

poro

sis

Fou

ndat

ion

(NO

F),

que

rec

omen

dava

tra

tam

ento

de

mul

here

s co

m T

-sco

re �

-2,0

ou

com

fr

atur

a ve

rteb

ral (

segu

ndo

este

crit

ério

, fo

ram

incl

uída

s 9.

023

mul

here

s).

o

A s

egun

da f

oi b

asea

da n

a de

finiç

ão d

e os

teop

oros

e es

tabe

leci

da p

ela

O

MS

, ou

sej

a, i

nclu

ído

mul

here

s co

m T

-sco

re �

-2,

5 ou

com

fra

tura

ver

tebr

al

(seg

undo

est

e cr

itério

, for

am in

cluí

das

6.80

4 m

ulhe

res)

; o

D

entr

o de

ca

da

estu

do

incl

uído

na

m

etan

ális

e,

os d

ados

for

am a

nalis

ados

por

um

a ab

orda

gem

por

inte

nção

de

trat

amen

to

o

Qua

ndo

poss

ível

, fo

i util

izad

o o

núm

ero

exat

o de

pes

soas

-ano

exp

ost

a ao

ris

co p

ara

cada

est

udo.

Qua

ndo

isso

não

est

ava

disp

onív

el

foi

obt

ido

uma

apro

xim

ação

, te

ndo

em c

onta

o n

úmer

o de

pac

ient

es q

ue f

oram

per

dido

s no

se

guim

ento

de

cada

est

udo.

o

F

oi r

ealiz

ada

uma

anál

ise

em q

ue f

oi u

sada

a t

axa

de f

ratu

ra (

mul

here

s co

m

even

tos

por

1000

0 pa

cien

tes-

ano

com

ris

co)

em

cada

gr

upo

de

trat

amen

to d

entr

o de

cad

a es

tudo

. P

ara

esta

aná

lise

foi

usad

o o

mét

odo

de

regr

essã

o P

oiss

on.

o

E

m c

ada

met

anál

ise

cond

uzid

a fo

i re

aliz

ada

anál

ise

de s

ensi

bilid

ade,

ex

clui

ndo

um e

stud

o e

reca

lcul

ando

a r

eduç

ão d

o ris

co.

o

Inte

rval

o de

con

fianç

a e

P v

alor

for

am c

alcu

lado

s ut

iliza

ndo

a fu

nção

log-

sobr

evid

a (lo

glik

elih

ood)

Av

ali

ação

da q

ualid

ad

e e

peso

do

s

en

saio

s c

lín

ico

s in

clu

ído

s

Co

nclu

es o

bserv

ad

as n

a R

S

Resu

ltad

os d

a m

eta

náli

se

Lim

itaçõ

es

o

Ver

ifica

r se

for

am u

sado

s cr

itério

s pr

é-de

finid

os

para

av

alia

ção

da

qual

idad

e do

s es

tudo

s in

cluí

dos.

o

V

erifi

car

se f

oram

con

side

rado

s a

oC

on

clu

es

da

revis

ão

S

iste

máti

ca:

conc

lusõ

es

em

rela

ção

à ef

icác

ia

dos

antio

steo

poró

ticos

ava

liado

, bem

com

o so

bre

ades

ão e

ade

rênc

ia a

o tr

atam

ento

, tip

os e

ta

xa d

e e

vent

os a

dver

sos

obse

rvad

os c

om o

uso

do

med

icam

ento

. C

ompa

raçã

o da

oc

orrê

ncia

des

sas

variá

veis

ent

re e

stud

os

oIn

serir

as

limita

ções

do

estu

do

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162

met

odol

ogia

(r

ando

miz

ação

, ce

gam

ento

, et

c),

o ta

man

ho

e a

cara

cter

izaç

ão

da

popu

laçã

o,

os

desf

echo

s, o

s cr

itério

s de

inc

lusã

o e

excl

usão

, o

esqu

ema

de t

rata

men

to,

o te

mpo

de

acom

panh

amen

to,

o tip

o de

an

ális

e,

resu

ltado

s,

as

Per

das

do

estu

do.

o

Ver

ifica

r se

fo

ram

ut

iliza

das

estr

atég

ias

para

qua

lific

ar a

for

ça d

a ev

idên

cia

(ex:

de

ac

ordo

co

m

o ta

man

ho d

a am

ostr

a, a

ava

liaçã

o da

qu

alid

ade

do e

stud

o ou

out

ros)

.

oR

esu

ltad

o d

a m

eta

náli

se:

Efe

ito s

umár

io s

obre

a e

ficác

ia d

o an

tiost

eopo

rótic

o na

pr

even

ção

de

frat

ura

de

fêm

ur,

info

rmaç

ões

adic

iona

is

sobr

e ta

xas

de

ade

são

e ad

erên

cia

ao t

rata

men

to,

tipos

e t

axa

de e

vent

os a

dver

sos

obse

rvad

os c

om o

uso

do

med

icam

ento

. V

erifi

car

se f

oi r

ealiz

ada

anál

ise

de a

lgum

gru

po e

spec

ífico

. V

erifi

car

se

fora

m r

ealiz

adas

aná

lise

varia

ndo

os e

stud

os.

o

Os

estu

dos

incl

uído

s na

m

etan

ális

e fo

ram

en

saio

s cl

ínic

os

rand

omiz

ados

, du

plo

cego

pl

aceb

o co

ntro

lado

s (e

xcet

o um

que

con

sist

iu

na c

ompa

raçã

o do

ale

ndro

nato

+cá

lcio

co

m c

álci

o ap

enas

, po

rém

os

auto

res

fizer

am

uma

just

ifica

tiva

sobr

e es

sa

incl

usão

).

o

O t

empo

de

dura

ção

dos

estu

dos

vario

u de

1 a

4,5

ano

s e

a do

se d

o al

endr

onat

o va

riou

de 5

a 2

0 m

g/di

a.

o

Nem

tod

os o

s es

tudo

s in

cluí

dos

ness

a m

etan

ális

e fo

ram

es

tudo

s de

fr

atur

a,

e os

au

tore

s co

nsid

eram

po

ssív

eis

ques

tiona

men

tos

sobr

e a

atrib

uiçã

o de

pe

sos

igua

is

para

os

es

tudo

s.

Ref

erira

m

que

algu

m

peso

at

ribuí

do p

oder

ia s

er m

uito

sub

jetiv

o.

o

Na

anál

ise

foi

igno

rada

a

dife

renç

a na

qua

lidad

e do

s de

sfec

hos

entr

e os

es

tudo

s.

Com

o co

nseq

üênc

ia,

os

auto

res

refe

riram

qu

e a

redu

ção

do r

isco

glo

bal

pode

ria

esta

r su

best

imad

a.

o

Tam

bém

re

ferir

am

que

a qu

alid

ade

dos

estu

dos

sele

cion

ados

havi

a si

do

aval

iada

po

r ou

tros

es

tudo

s,

poré

m

não

apre

sent

aram

o

resu

ltado

des

sa a

valia

ção.

oN

a p

rim

eir

a a

náli

se q

ue i

nclu

iu 9

023 m

ulh

ere

s c

om

um

T-s

co

re d

e -

2,0

ou

m

en

os,

um t

otal

de

94 m

ulhe

res

sofr

eram

um

a fr

atur

a de

fêm

ur s

endo

37

no g

rupo

que

es

tava

rec

eben

do a

lend

rona

to e

57

no g

rupo

pla

cebo

. A

tax

a gl

obal

de

frat

ura

de f

êmur

fo

i de

28/1

0.00

0 pe

ssoa

s-an

os n

o gr

upo

do a

lend

rona

to e

49/

10.0

00 n

o gr

upo

cont

role

. o

A

est

imat

iva

da r

eduç

ão d

o ris

co r

elat

ivo

pare

ceu

ser

cons

iste

nte

entr

e os

est

udos

. Is

so f

oi c

onfir

mad

o pe

la a

nális

e de

reg

ress

ão P

oiss

on.

Esp

ecifi

cam

ente

, ho

uve

uma

sign

ifica

nte

red

ução

no

ris

co

glo

bal d

e 4

5%

(R

R 0

.55,

95%

IC

: 0.3

6–0.8

4,

P=

0.0

07)

oN

a s

eg

un

da a

náli

se q

ue in

clu

iu 6

,804 m

ulh

ere

s c

om

T-s

co

re d

e 2

,5 o

u m

en

os,

um t

otal

de

80 m

ulhe

res

sofr

eram

um

a fr

atur

a de

fêm

ur ,

inc

luin

do 2

8 re

cebe

ndo

alen

dron

ato

e 52

rec

eben

do p

lace

bo.

A r

azão

de

frat

ura

de f

êmur

foi

de

29/1

0,00

0 pe

ssoa

s-an

o no

gru

po d

o al

endr

onat

o e

62/1

0,00

0 pe

ssoa

s-an

o no

gru

po p

lace

bo.

A

red

ução

glo

bal d

o r

isco

fo

i d

e 5

5%

(R

R 0

.45,9

5%

CI 0.2

8–0.7

1, P

=0.0

008).

o

U

ma

anál

ise

de s

ensi

bilid

ade

tam

bém

foi

rea

lizad

a e

dem

onst

rou

que

a re

duçã

o do

ris

co g

loba

l não

est

á as

soci

ada

a ne

nhum

est

udo

espe

cífic

o. E

ssa

redu

ção

foi d

e ce

rto

mod

o de

pend

ente

do

pont

o de

cor

te u

tiliz

ado

na m

edid

a de

DM

O.

o

As

redu

ções

de

risco

de

45%

e 5

5% f

oram

qua

ndo

os p

onto

s de

cor

te d

o T

-sco

res

fora

m

de

-2

,0

e

-2,5

, re

spec

tivam

ente

. D

e ac

ordo

co

m

os

auto

res

a im

port

ante

co

nseq

üênc

ia d

esta

aná

lise

é qu

e o

efei

to t

erap

êutic

o ou

ben

éfic

o do

ale

ndro

nato

ob

serv

ado

nest

es e

stud

os p

oder

ia s

er g

ener

aliz

ado

(pel

o m

enos

qua

litat

ivam

ente

) pa

ra

uma

ampl

a ga

ma

de p

acie

ntes

no

mun

do r

eal

para

que

m a

ter

apia

com

ale

ndro

nato

po

de s

er in

icia

da c

om b

ase

nest

es r

esul

tado

s.

o

Em

bora

a e

ficác

ia (

com

o m

edid

a pe

la r

eduç

ão d

o ris

co r

elat

ivo)

foi

con

sist

ente

em

to

dos

os

estu

dos,

os

be

nefíc

ios

reai

s (m

edid

os

pela

re

duçã

o do

ris

co

abso

luto

) tr

atam

ento

com

o a

lend

rona

to p

ode

depe

nder

da

natu

reza

ou

núm

ero

de f

ator

es d

os

paci

ente

s in

divi

dual

men

te. I

sto

foi e

vide

nte

na

anál

ise

de r

egre

ssão

em

foi

de

mos

trad

o a

redu

ção

do r

isco

abs

olut

o pe

lo a

lend

rona

to a

umen

tou

com

a id

ade

o

A

red

ução

do

risco

de

frat

ura

de f

êmur

foi

con

sist

ente

ent

re o

s es

tudo

s, o

P v

alor

pa

ra c

onsi

stên

cia

foi d

e 0.

981.

De

acor

do c

om o

s au

tore

s, o

prin

cipa

l ach

ado

do e

stud

o é

que

foi

esta

bele

cido

que

o e

feito

do

alen

dro

nato

na

red

ução

de

fra

tura

s de

fêm

ur é

co

nsis

tent

e en

tre

os e

stud

os e

, co

nseq

üent

emen

te,

entr

e di

fere

ntes

pop

ulaç

ões

de

mul

here

s na

pós

-men

opau

sa.

Ess

as d

ifere

nças

abr

ange

m i

dade

s, d

ifere

ntes

sta

tus

de

frat

ura

vert

ebra

l bem

com

o di

fere

ntes

nív

eis

de D

MO

.

o

As

limita

ções

re

laci

onad

as

pelo

s au

tore

s fo

ram

: os

es

tudo

s in

cluí

ram

pr

inci

palm

ente

mul

here

s ca

ucas

iana

s; o

s re

sulta

dos

pode

riam

, ev

entu

alm

ente

, se

r di

fere

nte

para

os

hom

ens

ou p

ara

outr

as p

opul

açõe

s ét

nica

s.

oO

s re

su

ltad

os p

od

em

não

se a

pli

cad

os p

ara

mu

lhere

s co

m u

m T

-sco

re a

cim

a d

e -

2,0

e s

em

um

a fr

atu

ra v

ert

eb

ral.

o

A

met

a-an

ális

e co

mbi

na

estu

dos

com

di

fere

ntes

pe

ríod

os

de

acom

panh

amen

to,

varia

ndo

entr

e 1

e 4,

5 an

os.

Pod

e nã

o se

r pr

opria

men

te

uma

limita

ção

segu

ndo

os

auto

res,

po

is

aleg

am

que

pare

ce

não

exis

tir

inte

raçã

o en

tre

o ef

eito

do

trat

amen

to e

o t

empo

do

estu

do.

Lim

itaçõ

es o

bserv

ad

as n

a a

valiação

do

estu

do

:

o

Na

met

odol

ogia

não

for

am d

etal

hado

s o

prot

ocol

o de

est

udo

(se

exis

tia

ou

não)

; ta

mbé

m

não

fora

m

expl

icita

das

as

razõ

es

de

excl

usão

do

s 22

es

tudo

s nã

o se

leci

onad

os.

o

Não

ca

ract

eriz

ou

a po

pula

ção

dos

estu

dos

em

rela

ção

a ou

tras

ca

ract

erís

ticas

al

ém

da

DM

O,

o qu

e é

mui

to

preo

cupa

nte

uma

vez

que

es

tudo

s tê

m m

ostr

ado

que

além

da

DM

O e

xist

em o

utro

s fa

tore

s de

ris

cos

asso

ciad

os à

oco

rrên

cia

de f

ratu

ras.

o

N

ão a

valio

u a

qual

idad

e m

etod

ológ

ica

dos

estu

dos;

ass

im c

omo

não

cons

ider

ou p

erda

s do

s m

esm

os.

o

Não

con

side

rou

o ta

man

ho d

a am

ostr

a de

cad

a es

tudo

par

a av

alia

ção

do

peso

(ap

esar

de

ter

estu

dos

com

gra

nde

amos

tra

e es

tudo

s co

m a

mos

tra

pequ

ena)

. o

N

ão f

oi d

etal

hado

, do

pon

to d

e vi

sta

met

odol

ógic

o, c

omo

se d

eu a

ext

raçã

o do

s da

dos;

o

T

ambé

m n

ão h

á re

lato

de

que

rea

lizou

a e

xtra

ção

dos

dado

s, s

e fo

ram

por

av

alia

dore

s ou

rev

isor

es in

depe

nden

tes

ou n

ão.

o

Dia

nte

das

limita

ções

em

re

laçã

o à

sua

qual

idad

e m

etod

ológ

ica,

es

se

estu

do p

ossu

ir um

a va

lidad

e in

tern

a co

mpr

omet

ida.

Por

tant

o qu

ando

usa

dos

os

resu

ltado

s de

ste

estu

do

as

suas

as

lim

itaçõ

es

dest

e de

vem

se

r co

nsid

erad

as.

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163

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164

AL

EN

DR

ON

AT

O I

I

Refe

rên

cia

Ob

jeti

vo

s d

o e

stu

do

Desen

ho

do

estu

do

Cri

téri

os d

e in

clu

são

e e

xclu

são

Ob

jeti

vo

da a

náli

se:

o

Ava

liar

o be

nefíc

io

do

uso

de

antio

steo

poró

ticos

na

pr

even

ção

de

frat

uras

de

mur

em

m

ulhe

res

na

pós-

men

opau

sa

Av

ali

ar

Desen

ho

do

estu

do

o

Ens

aios

Clín

icos

Ran

dom

izad

os c

ontr

olad

os, d

uplo

-ceg

os.

o

Mét

odo

de r

ando

miz

ação

det

alha

do.

o

Des

criç

ão d

o pr

oces

so d

e ce

gam

ento

rea

lizad

o no

est

udo.

o

Lo

cal d

e re

aliz

ação

do

estu

do.

o

Ref

erên

cia

sobr

e pr

otoc

olo

do e

stud

o A

vali

ar

cara

cte

rização

da p

op

ula

ção

o

M

ulhe

res

na p

ós-m

enop

ausa

. o

T

aman

ho d

a am

ostr

a e

onde

fora

m r

ecru

tado

s os

par

ticip

ante

s.

o

Idad

e m

édia

dos

pac

ient

es.

o

Tem

po d

e ac

ompa

nham

ento

. o

A

pres

enta

ção

da

tabe

la

pós-

rand

omiz

ação

, on

de

deve

co

nsta

r fa

tore

s pr

ognó

stic

os p

ara

frat

ura

de f

êmur

(co

nfor

me

prot

ocol

o)A

vali

ar

desfe

ch

os d

e in

tere

sse p

ara

a a

náli

se d

e d

ecis

ão

o

D

esfe

cho

prim

ário

: fr

atur

a de

fêm

ur.

o

Mét

odos

par

a co

nfirm

ação

da

frat

ura

de f

êmur

ost

eopo

rótic

a (r

adio

lógi

cos)

. o

D

esfe

chos

se

cund

ário

s:

ocor

rênc

ia

de

even

tos

adve

rsos

, ad

esão

e

ader

ênci

a ao

tra

tam

ento

. o

E

stud

os q

ue a

pres

ente

m f

ratu

ra d

e fê

mur

com

o de

sfec

ho s

ecun

dário

ser

ão

aval

iado

s.

o

Ava

liar

se h

ouve

des

criç

ão c

lara

dos

crit

ério

s de

in

clus

ão e

exc

lusã

o ad

otad

os.

o

Ava

liar

os

poss

ívei

s vi

eses

re

laci

onad

os

aos

crité

rios

de

incl

usão

e

excl

usão

ad

otad

os,

cons

ider

ando

os

fato

res

prog

nóst

icos

da

frat

ura

de

fêm

ur;

o us

o pr

évio

de

outr

os a

ntio

steo

poró

ticos

; os

tios

de

frat

uras

pr

évia

s e

pres

ença

de

co

mor

bida

des.

o

Bla

ck,

et a

l. E

ffec

ts

of

Con

tinui

ng

or

Sto

ppin

g A

lend

rona

te

Aft

er

5

Y

ears

of

T

reat

men

t:

T

he

Fra

ctur

e In

terv

entio

n T

rial

Long

-ter

m

Ext

ensi

on

(FLE

X),

a

Ran

dom

ized

T

rial.

Jour

nal

of

Am

eric

an

Med

ical

A

ssoc

iatio

n.

2006

296

(24)

: 29

27-3

8.

o

O e

stud

o co

mpa

ra o

s ef

eito

s de

co

ntin

uar

utili

zand

o o

trat

amen

to c

om

alen

dron

ato,

5 o

u 10

mg/

d, p

or 1

0 an

os

ou

desc

ontin

uar

depo

is

de

apro

xim

adam

ente

5 a

nos

de u

so.

o

A in

cidê

ncia

da

frat

ura

de f

êmur

foi

ap

rese

ntad

a co

mo

um

desf

echo

se

cund

ário

e p

or i

sso

este

est

udo

foi

incl

uído

na

anál

ise.

o

Ens

aio

Clín

ico

rand

omiz

ado

plac

ebo

cont

rola

do, d

uplo

-ceg

o.

o

O e

stud

o fo

i re

aliz

ado

em 1

0 ce

ntro

s do

s 11

que

par

ticip

aram

do

estu

do

FIT

(F

ratu

re I

nter

vent

ion

Tria

l), e

sta

é um

a fa

se d

e ex

tens

ão d

o re

ferid

o es

tudo

, cu

jos

prin

cipa

is r

esul

tado

s fo

ram

pub

licad

os e

m 1

996

(1)

e 19

98(2

) o

10

99 m

ulhe

res

fora

m a

loca

das

rand

omic

amen

te p

or b

loco

s,

estr

ati

ficad

o

po

r str

atu

m (

alt

o r

isco

e b

aix

o r

isco

) e p

or

cen

tro.

o

F

oram

con

side

rada

s de

alto

ris

co m

ulhe

res

com

um

a ou

mai

s de

form

idad

e ve

rteb

ral

diag

nost

icad

as p

or m

orfo

met

ria n

o fim

do

FIT

ou

com

um

a fr

atur

a cl

ínic

a du

rant

e o

mes

mo.

As

dem

ais

fora

m c

onsi

dera

das

de b

aixo

ris

co.

o

O d

esfe

ch

o p

rin

cip

al

foi

a m

ed

ida d

e D

MO

to

tal

de f

êm

ur

– as

med

idas

de

DM

O r

ealiz

ada

s fo

ram

: fê

mur

( c

olo

do f

êmur

, tr

ocan

ter,

tot

al)

– 1

vez

por

ano;

reg

ião

póst

ero-

ante

rior

da e

spin

ha lo

mba

r e

corp

o to

tal –

36

e 60

mes

es d

e es

tudo

. F

oi u

sado

par

a m

edir

o D

EX

A.

DM

O d

o an

tebr

aço

foi

med

ido

em 4

0%

dos

part

icip

ante

s, n

os m

eses

36

e 60

do

estu

do.

o

Mar

cado

res

bioq

uím

icos

do

turn

over

ósse

o fo

ram

ava

liado

s;

o

Fra

tura

s –

a in

cidê

ncia

de

frat

ura

foi

cons

ider

ado

um o

bjet

ivo

expl

orat

ório

, in

clui

ndo

frat

uras

ver

tebr

ais

clín

icas

e m

orfo

mét

ircas

, to

das

as f

ratu

ras

não

vert

ebra

is

frat

uras

de

an

tebr

aço

e fr

atur

a de

mur

. A

s fr

atur

as

fora

m

oC

rité

rio

s d

e i

nclu

são

: m

ulhe

res

que

rece

bera

m

alen

dron

ato

dura

nte

o es

tudo

FIT

, qu

e co

mpl

etar

am

pelo

men

os 3

ano

s de

tra

tam

ento

dur

ante

o e

stud

o e

no p

erío

do o

pen-label s

ubse

qüen

te.

oC

rité

rio

s

de

exclu

são

: m

ulhe

res

com

D

MO

to

tal

de f

êmur

men

or q

ue 0

,515

g/c

m2

(T-s

core

< -

3,5)

no

iníc

io d

a fa

se d

e e

xten

são

do e

stud

o F

IT

(FLE

X)

e co

m D

MO

men

or q

ue a

apr

esen

tada

no

iníc

io

do

FIT

uma

just

ifica

tiva

para

es

ta

últim

a ex

clus

ão

é qu

e es

tas

mul

here

s nã

o te

riam

si

do

bene

ficia

das

com

o t

rata

men

to n

o pr

imei

ro e

stud

o,

usan

do

a pe

rda

de

DM

O

com

o pa

râm

etro

de

be

nefíc

io.

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165

conf

irmad

as

por

radi

ogra

fia

ou

por

rela

tório

s ci

rúrg

icos

. F

oram

ex

cluí

das

frat

uras

ex

cess

ivam

ente

tr

aum

átic

as,

caus

adas

po

r pa

tolo

gia

e fr

atur

as

do

crân

io.

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166

An

áli

se d

a t

ab

ela

s-r

an

do

miz

ação

Esq

uem

a d

e t

rata

men

toA

sp

ecto

s é

tico

sT

ipo

de a

nálise

o

Ava

liar

a ta

bela

s-ra

ndom

izaç

ão,

obse

rvan

do

se

foar

m

apre

sent

ados

os

fa

tore

s pr

ognó

stic

os

mai

s re

leva

ntes

, qu

ais

seja

m:

funç

ão n

euro

mus

cula

r, f

unçã

o vi

sual

, D

MO

, id

ade,

his

tória

de

frat

ura

prév

ia,

uso

de

cert

os

med

icam

ento

s (a

nsio

lític

os,

benz

odia

zepí

nico

s),

hist

ória

mat

erna

de

frat

ura

de f

êmur

, en

tre

outr

os.

o

Des

criç

ão

das

inte

rven

ções

, po

solo

gia,

te

mpo

de

trat

amen

to.

o

Des

criç

ão d

etal

hada

das

co-

inte

rven

ções

(e

xem

plo,

vi

tam

ina

D

e cá

lcio

e

outr

os

med

icam

ento

s.

o

Con

trol

e ex

tern

o.

o

Exp

licito

u co

nflit

os

de

inte

ress

e?

o

Exp

licito

u as

fo

ntes

de

fin

anci

amen

to?

o

Exp

licito

u se

ho

uve

nece

ssid

ade

de

inte

rrom

per

o es

tudo

e o

mot

ivo

para

isso

?

o

Mét

odos

est

atís

ticos

util

izad

os p

ara

com

para

r os

gru

pos

estu

dado

s.

o

Inte

rval

o de

con

fianç

a; P

val

or; t

este

s es

tatís

ticos

. o

V

erifi

car

se

houv

e an

ális

e es

tatís

tica

por

inte

nção

de

tr

atar

. o

V

erifi

car

se h

ouve

pla

neja

men

to d

e an

ális

e de

sub

grup

o.

o

Ver

ifica

r se

ap

rese

ntou

in

form

açõe

s re

laci

onad

as

ao

pode

r es

tatís

tico

do e

stud

o.

o

As

variá

veis

ap

rese

ntad

as

na

tabe

la

de

cara

cter

izaç

ão d

os p

artic

ipan

tes

do e

stud

o F

LEX

no

iníc

io

do e

stud

o fo

ram

: id

ade,

IM

C,

Raç

a; p

rátic

a de

exe

rcíc

ios;

qu

edas

nos

últi

mos

12

mes

es;

hist

ória

clín

ica

de f

ratu

ra

ante

s do

s 45

an

os;

uso

de

alen

dron

ato

e de

H

TR

ou

ra

loxi

feno

; D

MO

(do

col

o fe

mor

al,

vért

ebra

s, a

nteb

raço

, fê

mur

to

tal

e to

tal

do

corp

o);

mar

cado

res

de

turn

over

ósse

o e

inge

stão

de

cálc

io n

a di

eta.

o

O

s do

is g

rupo

s se

mos

trar

am s

emel

hant

es p

ara

as

variá

veis

ana

lisad

as.

o

A m

édia

de

idad

e do

s pa

rtic

ipan

tes

era

de 7

3 an

os,

34%

tin

ham

frat

ura

vert

ebra

l e 6

0%

tin

ha h

istó

ria d

e fr

atur

a pr

évia

ant

es d

os 4

5 an

os.

DM

O d

e fê

mur

méd

io d

e 0,

73

g/cm

2 (T

-sco

re,

-1,9

). E

m m

édia

, os

par

ticip

ante

s to

mar

am

alen

dron

ato

por

5 an

os d

uran

te e

dep

ois

do e

stud

o F

IT,

e 78

% c

ontin

uava

m to

man

do o

med

icam

ento

.

o

As

mul

here

s fo

ram

al

ocad

as

alea

toria

men

te

para

re

cebe

r 10

mg/

d de

al

endr

onat

o (3

0%),

5

mg/

d (3

0%)

de

alen

dron

ato

ou p

lace

bo (

40%

).

o

As

part

icip

ante

s re

cebe

ram

su

plem

enta

ção

diár

ia d

e 50

0mg

de c

álci

o e

de

250

U d

e vi

tam

ina

D d

uran

te t

odo

o pe

ríod

o

do e

stud

o.

o

Os

auto

res

repo

rtar

am

ter

trab

alha

do

com

o co

nsul

tore

s de

la

bora

tório

s fa

rmac

êutic

os,

com

o N

ovar

tis,

Mer

ck,

Roc

he,

Gla

xoS

mith

Klin

e, d

entr

e ou

tros

.

o

A

anál

ise

real

izad

a fo

i po

r In

tenç

ão

de

Tra

tar

mod

ifica

da,

usan

do t

odos

os

dado

s av

alia

dos

de t

odos

os

part

icip

ante

s qu

e pe

rman

ecer

am n

o es

tudo

pel

o m

enos

até

a

prim

eira

med

ida

de a

com

panh

amen

to.

o

Foi

rea

lizad

a an

ális

e de

sen

sibi

lidad

e co

m e

sem

os

dado

s de

DM

O d

e m

ulhe

res

que

desc

ontin

uara

m o

est

udo

ou q

ue u

sara

m m

edic

amen

tos

de a

tivaç

ão ó

ssea

. o

P

ara

os m

arca

dore

s bi

oquí

mic

os f

oi r

ealiz

ada

anál

ise

por

prot

ocol

o.

o

Fra

tura

s cl

ínic

as f

oram

ana

lisad

as u

tiliz

ando

est

imad

or

Kap

lan-

Mei

er e

tes

te l

og-r

ank

para

com

para

r os

gru

pos

de

trat

amen

to.

O e

feito

do

alen

dron

ato.

o

O

ef

eito

do

al

endr

onat

o fo

i a

valia

do

usan

do

mod

elo

prop

orci

onal

ha

zard

s pa

ra

frat

ura

clín

ica

e m

odel

o de

re

gres

são

logí

stic

a pa

ra f

ratu

ras

vert

ebra

is d

etec

tada

s po

r m

orfo

met

ria,

ajus

tado

por

clín

ica

e po

r es

trat

o. O

s re

sulta

dos

fora

m a

pres

enta

dos

com

ris

co r

elat

ivo

(RR

).

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167

Resu

ltad

os

Lim

itaçõ

es

do

estu

do

Ob

serv

açõ

es

Even

tos A

dvers

os e

Efe

ito

s C

ola

tera

is

Av

ali

ar

as p

erd

as d

oestu

do

o

Mec

anis

mos

ado

tado

s pa

ra e

vita

r pe

rdas

. o

P

erce

ntua

l de

perd

as.

o

Núm

ero

de p

artic

ipan

tes

acom

panh

adas

até

o

final

do

estu

do.

o

Des

criç

ão d

o m

otiv

o da

s pe

rdas

. o

P

acie

ntes

for

am e

xclu

ídos

do

estu

do a

pós

a ra

ndom

izaç

ão?

Por

quê

? o

N

o ca

so d

e ób

ito, a

pres

ento

u as

cau

sas.

Tem

po

de a

co

mp

an

ham

en

to

o

Des

criç

ão

deta

lhad

a da

fo

rma

de

acom

panh

amen

to.

oP

erío

do d

e ac

ompa

nham

ento

ade

quad

o pa

ra

aval

iaçã

o do

des

fech

o?

Desfe

ch

os d

e in

tere

sse

o

Dad

os s

obre

a e

ficác

ia d

o an

tiost

eopo

rótic

o na

pre

venç

ão d

e fr

atur

a de

fêm

ur

(med

ida

de r

isco

, in

terv

alo

de c

onfia

nça)

. o

T

axas

obs

erva

das

de a

desã

o e

ader

ênci

a ao

trat

amen

to.

o

Tax

a de

eve

ntos

adv

erso

s ob

serv

ados

com

o u

so d

o m

edic

amen

to.

o

Efe

ito d

as c

o-in

terv

ençõ

es n

o de

sfec

ho p

rimár

io, s

e fo

r o

caso

. o

F

oi

real

izad

a an

ális

e de

su

bgru

po?

Qua

is

as

variá

veis

co

nsid

erad

as

nest

as

anál

ises

? A

ltero

u si

gnifi

cativ

amen

te

os

resu

ltado

s?

rela

to s

e o

núm

ero

de

part

icip

ante

s em

cad

a su

bgru

po p

erm

ite s

igni

ficân

cia

esta

tístic

a?

oM

étod

os p

ara

conf

irmaç

ão d

a fr

atur

a de

fêm

ur o

steo

poró

tica.

o

Exp

licito

u os

eve

ntos

adv

erso

s m

ais

freq

üent

es e

mai

s gr

aves

? o

T

axa

de e

vent

os a

dver

sos

obse

rvad

os c

om o

uso

do

med

icam

ento

. o

A

valia

r im

plic

açõe

s do

s ev

ento

s ad

vers

os

na

segu

ranç

a do

pa

cien

tes,

ade

são

e ad

erên

cia,

etc

. o

F

oram

ap

rese

ntad

as

info

rmaç

ões

refe

rent

es

à di

ficul

dade

s e

limita

ções

do

estu

do?

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168

o

Aco

mpa

nham

ento

: E

xam

es

anua

is

fora

m

cond

uzid

os n

os c

entr

os c

línic

os o

nde

o es

tudo

es

tava

ac

onte

cend

o.

A

cada

3

mes

es

as

mul

here

s er

am

cont

atad

as

por

tele

fone

pa

ra

enco

raja

r so

bre

ader

ênci

a,

iden

tific

ar

even

tos

adve

rsos

(in

clus

ive

frat

ura)

e

uso

de

med

icam

ento

s co

ncor

rent

es.

A

ader

ênci

a er

a m

edid

a pe

lo

que

fala

va

o p

artic

ipan

te

e pe

la

cont

agem

dos

com

prim

idos

. o

A

de

scon

tinui

dade

de

um

pa

cien

te

no

estu

do e

ra r

eque

rida

qua

ndo

a D

MO

tot

al d

o

fêm

ur a

pres

enta

va 5

% m

enor

do

valo

r in

icia

l do

es

tudo

FIT

. o

D

as

1009

m

ulhe

res

rand

omiz

adas

, 91

4 (8

7%)

tiver

am a

DM

O m

ensu

rada

no

mês

60

do

estu

do

e 72

%

aind

a es

tava

m

tom

ando

a

med

icaç

ão.

o

No

grup

o pl

aceb

o,

83

dos

102

dos

que

desc

ontin

uara

m o

uso

da

drog

a, t

omou

alg

um

med

icam

ento

an

tiost

eopo

rótic

o,

incl

usiv

e al

endr

onat

o, e

m a

lgum

mom

ento

do

estu

do.

DM

O:

o

Mul

here

s ra

ndom

izad

as p

ara

o gr

upo

do a

lend

rona

to t

iver

am u

m d

eclín

io n

a D

MO

tot

al d

o jo

elho

de

1,02

%,

com

para

do c

om 3

,38%

do

grup

o pl

aceb

o, c

om u

ma

dife

renç

a de

2,3

6%(I

C 9

5%, 1

,81-

2,90

, P>

0,00

1).

o

Par

a a

DM

O t

otal

do

corp

o, o

bser

vou-

se u

m d

eclín

io d

e 0,

27%

par

a o

grup

o

plac

ebo

e ga

nho

de 1

,01%

no

gru

po t

rata

do c

om a

lend

rona

to,

com

um

a di

fere

nça

de

1,28

%%

(IC

95%

, 0,7

0-1,

86, P

>0,

001)

.

Fra

tura

s:

o

Não

fo

ram

en

co

ntr

ad

as

dif

ere

nças

sig

nif

icati

vas

en

tre

os

gru

po

s

de

trata

men

to

e

pla

ceb

o,

qu

an

do

o

bserv

ad

as

tod

as

as

fratu

ras

clí

nic

as

ou

fr

atu

ras n

ão

vert

eb

rais

(fr

atu

ras n

ão

-vert

eb

rais

, 19,0

% c

om

pla

ceb

o v

s 1

8.9

%

co

m a

len

dro

nato

; R

R d

e 1

,0;

IC 9

5%

, 0.7

6-1

.32).

oP

ara

fra

tura

de f

êm

ur,

fo

i en

co

ntr

ad

o u

m v

alo

r d

e 3

,0%

co

m p

laceb

o v

s 3

,0%

co

m a

len

dro

nato

(R

R d

e 1

,02;

IC 9

5%

, 0,5

1-2

,10).

As

curv

as d

e so

brev

ida

do

grup

o pl

aceb

o e

alen

dron

ato,

co

nsid

eran

do

o te

mpo

da

pr

imei

ra

frat

ura

não-

vert

ebra

l, sã

o m

uito

sem

elha

ntes

.

o

A a

nális

e de

fra

tura

por

sub

grup

o (p

ost

hoc)

não

mos

trou

ten

dênc

ia s

igni

ficat

iva

para

fra

tura

clín

ica

não

vert

ebra

l ou

ver

tebr

al e

m p

artic

ipan

tes

pert

ence

ntes

aos

su

bgru

pos

com

bai

xa D

MO

ou

com

fra

tura

s no

iníc

io d

o es

tudo

FLE

X (

base

line)

. o

A

pós

mod

elag

em e

aju

ste

por

idad

e, o

s au

tore

s re

lata

ram

que

a i

ncid

ênci

a de

fr

atur

a fo

i sim

ilar

entr

e os

est

udos

FIT

e F

LEX

.

Even

tos a

dvers

os:

o

Não

fo

i en

cont

rada

di

fere

nça

sign

ifica

tiva

entr

e os

di

fere

ntes

gr

upos

no

qu

e se

re

fere

a

even

tos

adve

rsos

rios,

ta

xa

de

mor

talid

ade

ou p

robl

emas

no

trat

o ga

stro

inte

stin

al s

uper

ior.

Não

for

am

obse

rvad

os c

asos

de

oste

onec

rose

man

dibu

lar.

o

N

ão f

oi m

ostr

ada

nenh

uma

tabe

la d

etal

hand

o in

form

açõe

s so

bre

even

tos

adve

rsos

.

Lim

itaçõ

es:

o

A s

eleç

ão d

este

est

udo

se d

eu p

ela

rele

vânc

ia d

o pe

ríod

o d

e

segm

ento

do

grup

o (1

0 a

nos)

e p

or e

stud

ar f

ratu

ra d

e fê

mur

,mes

mo

que

de f

orm

a ex

plor

atór

ia.

o

O

estu

do

teve

lim

itado

po

der

para

de

tect

ar

o ris

co

de f

ratu

ra

asso

ciad

o à

cont

inua

ção

ou n

ão d

o us

o do

Ale

ndro

nato

por

mai

s de

5

anos

. E

ntre

tant

o, s

egun

do o

s au

tore

s, p

ode-

se a

firm

ar q

ue,

ao m

enos

pr

elim

inar

men

te,

não

exis

te

dim

inui

ção

no

risco

à

frat

ura

com

a

cont

inui

dade

do

uso

do r

efer

ido

med

icam

ento

. o

O

est

udo

não

expl

icito

u cl

aram

ente

o t

rata

men

to d

ado

às p

erda

s no

est

udo;

o

O

pico

so

bre

even

tos

adve

rsos

fo

i tr

atad

o de

fo

rma

mui

to

limita

da,

ress

alta

ndo

apen

as a

seg

uran

ça d

o us

o do

ale

ndro

nato

por

um

per

íodo

de

10 a

nos.

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169

RIS

ED

RO

NA

TO

I

Refe

rên

cia

Ob

jeti

vo

s d

o e

stu

do

Tera

pia

s a

vali

ad

as e

desfe

ch

os d

e in

tere

sse

Meto

do

log

ia -

Estr

até

gia

de b

usca

Cri

téri

os p

ara

in

clu

são

do

s e

nsaio

s:

Cri

téri

os p

ara

exclu

são

do

s

en

saio

s:

Ava

liar

a ef

icác

ia d

os

antio

steo

poró

ticos

na

prev

ençã

o de

fra

tura

de

fêm

ur e

m m

ulhe

res

na

pós-

men

opau

sa

o

Ant

iost

eopo

rótic

os

cont

idos

no

pr

otoc

olo

de

anál

ise

de

deci

são

prel

imin

ar

o

Fra

tura

de

mur

os

teop

orót

ica

(prin

cipa

l de

sfec

ho

de

inte

ress

e),

e co

mpl

emen

tarm

ente

ad

esão

, ad

erên

cia

e ev

ento

s ad

vers

os.

o

Ver

ifica

r se

fo

i el

abor

ado

o pr

otoc

olo

para

o e

stud

o.

o

Ava

liar

se

a es

trat

égia

de

bu

sca

(pal

avra

s ch

aves

, in

terv

alo

de t

empo

, tip

os

de

base

s de

da

dos,

lim

ites,

en

tre

outr

os)

utili

zada

no

estu

do é

sen

síve

l o

sufic

ient

e pa

ra

sele

cion

ar

todo

s os

en

saio

s cl

ínic

os

rele

vant

es

(lite

ratu

ra

cinz

a,

rela

tório

s,

revi

são

man

ual

em

lista

s de

re

ferê

ncia

, co

ntat

o co

m f

abric

ante

s, e

tc),

con

side

rand

o as

int

erve

nçõe

s, o

s fa

tore

s pr

ognó

stic

os,

a po

pula

ção-

alvo

e o

s de

sfec

hos

de in

tere

sse.

o

V

erifi

car

se

fora

m

pesq

uisa

das

as

gran

des

Bas

es d

e da

dos

com

o M

ED

LIN

E/

PU

BM

ED

, Em

base

, C

ochr

ane,

e o

utro

s.o

V

erifi

car

se

apre

sent

a um

su

már

io

(flu

xogr

ama)

do

s es

tudo

s en

cont

rado

s na

bu

sca

bibl

iogr

áfic

a, a

té a

def

iniç

ão d

aque

les

sele

cion

ados

ou

excl

uído

s.

o

Ver

ifica

r se

de

scriç

ão

clar

a do

s cr

itério

s ad

otad

os p

ara

incl

uir

e p

ara

aval

iar

a qu

alid

ade

dos

estu

dos

na

revi

são

sist

emát

ica.

o

V

erifi

car

se o

s es

tudo

s in

cluí

dos

eram

to

dos

ensa

ios

clín

icos

ra

ndom

izad

os

e co

ntro

lado

s.

o

Ava

liar

os p

ossí

veis

vie

ses

rela

cion

ados

ao

s cr

itério

s de

incl

usão

. o

V

erifi

car

se

fora

m

incl

uído

s to

dos

os

ensa

ios

clín

icos

rel

evan

tes.

o

V

erifi

car

se h

ouve

res

triç

ão e

m r

elaç

ão

ao t

aman

ho d

a am

ostr

a.

o

Ver

ifica

r se

de

scriç

ão

clar

a do

s cr

itério

s ad

otad

os p

ara

excl

uir

os

estu

dos

da

revi

são

sist

emát

ica.

o

A

valia

r os

pos

síve

is v

iese

s re

laci

onad

os

aos

crité

rios

de

excl

usão

. o

V

erifi

car

se n

ão f

oi e

xclu

ído

al

gum

ens

aio

clín

ico

rele

vant

e.

Wel

ls G

,, et

al.

Ris

edro

nate

for

the

pr

imar

y an

d se

cond

ary

prev

entio

n of

os

teop

orot

ic

frac

ture

s in

po

stm

enop

ausa

l w

omen

. C

ochr

ane

Dat

abas

e S

yst R

ev.

2006

;(1)

:

o

O

obje

tivo

dest

a R

evis

ão

Sis

tem

átic

a fo

i av

alia

r a

efic

ácia

clín

ica

do

rised

rona

to

na

prev

ençã

o pr

imár

ia

e se

cund

ária

de

fr

atur

as

oste

opor

ótic

as

em

mul

here

s na

s-

men

opau

sa.

o

Ris

edro

nato

em

al

gum

a do

se

com

para

do

com

ne

nhum

tr

atam

ento

(p

lace

bo,

cálc

io

ou

vit.

D

ou

am

bos)

. o

D

esfe

cho

de

inte

ress

e:

Inci

dênc

ia

de

frat

uras

, in

clui

ndo,

ve

rteb

ral,

não

vert

ebra

l, de

mur

e d

e pu

nho.

o

P

ara

a an

ális

e de

de

cisã

o só

se

refe

rida

nest

a gr

ade

o de

sfec

ho

frat

ura

de fê

mur

o

A

estr

atég

ia

de

busc

a fo

i de

scrit

a de

talh

adam

ente

, os

au

tore

s co

nduz

iam

a

estr

atég

ia e

m t

rês

etap

as d

escr

itas

no te

xto.

o

F

oram

pes

quis

adas

as

base

s de

dad

os

Coc

hran

e, M

edlin

e e

Em

base

, al

ém d

o F

DA

, A

genc

ia

Can

aden

se

de

med

icam

ento

s e

AT

S,

Reg

isto

s de

en

saio

s cl

ínic

os

da

Coc

hran

e e

busc

a m

anua

l. N

ão

houv

e

rest

rição

de

língu

a o

P

ara

revi

são

os

auto

res

exam

inar

am

cada

tít

ulo

enco

ntra

do

na

pesq

uisa

e

iden

tific

aram

os

po

tenc

ialm

ente

el

egív

eis,

se

ndo

que

para

es

tes

foi

obtid

o os

se

us

resu

mos

. F

oram

obt

idos

os

text

os c

ompl

etos

pa

ra

os

resu

mos

co

nsis

tent

es

com

a

eleg

ibili

dade

do

estu

do.

Par

a in

clus

ão f

oram

ap

enas

con

side

rado

s es

tudo

s pu

blic

ados

.

o

Os

crité

rios

de i

nclu

são

fora

m;

ensa

ios

clín

icos

R

ando

miz

ados

, co

ntro

lado

s co

m

dura

ção

mín

ima

de 1

ano

, co

m p

opul

ação

de

in

tere

sse

send

o

mul

here

s na

s-m

enop

ausa

. o

F

oram

ac

eito

s es

tudo

s de

pr

even

ção

prim

ária

e s

ecun

dária

o

O

est

udo

era

cons

ider

ado

de p

reve

nção

se

cund

ária

se

o

crité

rio

de

incl

usão

re

strin

gia

a po

pula

ção

para

mul

here

s co

m T

-sc

ore

de

-2

ou

rest

ringi

a a

mul

here

s qu

e ex

per

enci

aram

um

a fr

atur

a ve

rteb

ral

com

pres

siva

. o

O

s es

tudo

s co

nsid

erad

os d

e pr

even

ção

prim

ária

tin

ham

os

se

guin

tes

crité

rios:

se

in

cluí

ssem

mul

here

s co

m D

MO

den

tro

do 2

D

P d

a m

édia

ou

se a

pre

valê

ncia

de

frat

uras

ve

rteb

ral

no i

níci

o do

est

udo

era

men

or q

ue

20%

.

o

Est

udos

que

não

era

m E

CR

.

o

Est

udos

qu

e nã

o ap

rese

ntav

am

o de

sfec

ho

de

inte

ress

e.

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170

o

Qua

ndo

este

s da

dos

não

esta

vam

di

spon

ívei

s ou

se

a id

ade

méd

ia e

ra s

uper

ior

a 62

ano

s, e

ntão

o e

stud

o fo

i con

side

rado

de

prev

ençã

o se

cund

ária

. o

F

oi

apre

sent

ada

uma

tabe

la

com

as

ca

ract

erís

ticas

do

s es

tudo

s id

entif

icad

os

incl

uído

s e

excl

uído

s de

ssa

revi

são

sist

emát

ica.

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171

Ho

mo

gen

eid

ad

e c

lín

ica

e esta

tísti

ca:

Extr

ação

do

s d

ad

os d

os e

nsaio

s c

lín

ico

s:

Sín

tese d

os d

ad

os e

An

áli

se e

sta

tísti

ca:

o

Ava

liar

se e

xist

e ho

mog

enei

dade

clín

ica

entr

e os

est

udos

av

alia

dos

(pac

ient

e, in

terv

ençã

o e

desf

echo

).o

N

o ca

so

das

met

anál

ises

, av

alia

r a

exi

stên

cia

de

hom

ogen

eida

de e

stat

ístic

a.

o

Ver

ifica

r se

de

scriç

ão

da

form

a co

mo

se

deu

a ex

traç

ão

dos

dado

s do

s es

tudo

s in

cluí

dos

na

revi

são

sist

emát

ica.

o

H

ouve

ram

ava

liado

res

e/ou

rev

isor

es in

depe

nden

tes?

o

Ava

liar

se f

oi u

tiliz

ado

o m

odel

o es

tatís

tico

mai

s ad

equa

do p

ara

sum

ariz

ar

os e

stud

os

o

Apr

esen

tou

tabe

las

e gr

áfic

os r

elev

ante

s pa

ra R

S e

met

anál

ise

o

Foi

tes

tada

a h

omog

enei

dade

usa

ndo

um t

este

de

qui-

quad

rado

to

man

do

o po

nto

de

cort

e es

pecí

fico

para

a

pres

ença

de

he

tero

gene

idad

e es

tatís

tica

com

o P

= 0

,10

o

Em

cas

o de

het

erog

enei

dade

sig

nific

ante

, um

mod

elo

de

efei

to a

leat

ório

foi u

sado

. .

o

Doi

s re

viso

res

inde

pend

ente

s

abst

raír

am

toda

s as

in

form

açõe

s e

dado

s at

ravé

s de

for

mul

ário

s pa

dron

izad

os e

co

m u

m te

rcei

ro r

evis

or q

ue v

erifi

cou

nova

men

te o

s da

dos.

o

A

re

tirad

a do

s da

dos

incl

uiu

info

rmaç

ões

sobr

e os

as

pect

os

met

odol

ógic

os

pe

rtin

ente

s do

de

senh

o do

s es

tudo

s, c

arac

terí

stic

as d

os p

artic

ipan

tes,

a d

ose

espe

cífic

a do

rmac

o us

ado

e os

des

fech

os a

valia

dos

(por

exe

mpl

o, o

núm

ero

de

frat

uras

ve

rteb

ral,

não-

vert

ebra

l, de

fêm

ur e

pun

ho).

o

F

oram

con

side

rado

s to

dos

os d

ados

de

frat

uras

rel

atad

os

nos

estu

dos

(sej

a cl

ínic

as o

u ra

diog

ráfic

as).

o

Par

a a

anál

ise

de f

ratu

ras

(ver

tebr

al,

não

vert

ebra

l, de

fêm

ur e

de

punh

o),

foi c

alcu

lado

o R

R d

e fr

atur

as u

sand

o um

mod

elo

de e

feito

. o

F

oi c

alcu

lado

o R

R r

esul

tant

e e

pond

erad

o us

ando

a m

étod

o de

var

iânc

ia

inve

rsa

gera

l pa

ra o

s pe

sos.

Foi

util

izad

o um

int

erva

lo d

e co

nfia

nça

de 9

5%

para

as

frat

uras

e a

ass

ocia

ção

foi

test

ada

usan

do o

tes

te d

e qu

i-qua

drad

o

cons

ider

ando

um

P v

alor

de

< 0

.05

para

a p

rese

nça

de a

ssoc

iaçã

o es

tatís

tica.

A

re

duçã

o do

ris

co

esta

tistic

amen

te

si

gnifi

cant

e fo

i co

nsid

erad

as

send

o cl

inic

amen

te im

port

ante

se

houv

e um

ben

efíc

io r

elat

ivo

de

15%

ou

mai

s.

o

Se

a re

duçã

o do

ris

co r

elat

ivo

(RR

R)

foss

e si

gnifi

cant

e (P

< 0

.05)

, en

tão

a re

duçã

o ab

solu

ta

do

risco

(A

RR

) e

o nú

mer

o ne

cess

ário

pa

ra

trat

ar

com

be

nefíc

io (

NN

TB

) fo

ram

cal

cula

dos.

Par

a es

ses

calc

ulo,

o r

isco

de

frat

ura

em

cinc

o an

os n

a po

pula

ção

não

trat

ada

foi

base

ado

no Í

ndic

e de

Fra

tura

(F

I) d

e B

lack

et

AL

(200

1) e

no

tem

po a

o lo

ngo

da v

ida

e o

risco

de

cinc

o an

os

espe

cífic

o po

r id

ade

na p

opul

ação

não

tra

tada

foi

bas

eada

no

mod

elo

de

Doh

erty

et

al

.,

(Doh

erty

20

01)

para

pr

edi

zer

frat

uras

os

teop

orót

icas

em

m

ulhe

res

na p

ós-m

enop

ausa

. o

O

s da

dos

de t

odos

os

estu

dos

(de

pre

venç

ão p

rimár

ia e

sec

undá

ria)

fora

m in

icia

lmen

te a

grup

ados

junt

os.

Na

anál

ise

glob

al t

ambé

m fo

i con

side

rada

us

ando

a o

bser

vaçã

o de

pes

soas

-ano

. o

E

m a

diçã

o fo

i con

duzi

da a

nális

e de

sub

grup

o pa

ra:

1) P

reve

nção

prim

ária

ve

rsus

sec

undá

ria, 2

) du

raçã

o do

trat

amen

to e

3)

dose

do

trat

amen

to.

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172

Av

ali

ação

da q

ualid

ad

e e

peso

do

s e

nsaio

s c

lín

ico

s

inclu

ído

s

Co

nclu

es o

bserv

ad

as n

a R

S-

Resu

ltad

os d

a m

eta

nálise

Lim

itaçõ

es

o

Ver

ifica

r se

fo

ram

us

ados

cr

itério

s pr

é-de

finid

os

para

av

alia

ção

da q

ualid

ade

dos

estu

dos

incl

uído

s.

o

Ver

ifica

r se

fo

ram

co

nsid

erad

os

a m

etod

olog

ia

(ran

dom

izaç

ão, c

egam

ento

, et

c), o

tam

anho

e a

car

acte

rizaç

ão

da

popu

laçã

o,

os

desf

echo

s,

os

crité

rios

de

incl

usão

e

excl

usão

, o

esqu

ema

de

trat

amen

to,

o te

mpo

de

ac

ompa

nham

ento

, o

tipo

de a

nális

e, r

esul

tado

s, a

s P

erda

s do

es

tudo

. o

V

erifi

car

se f

oram

util

izad

as e

stra

tégi

as p

ara

qual

ifica

r a

forç

a da

evi

dênc

ia (

ex:

de a

cord

o co

m o

tam

anho

da

amos

tra,

a

aval

iaçã

o da

qua

lidad

e do

est

udo

ou o

utro

s).

oC

on

clu

es

da

revis

ão

S

iste

máti

ca:

conc

lusõ

es

em

rela

ção

à ef

icác

ia d

os a

ntio

steo

poró

ticos

ava

liado

, be

m c

omo

sobr

e ad

esão

e

ader

ênci

a ao

tr

atam

ento

, tip

os

e ta

xa

de

even

tos

adve

rsos

obs

erva

dos

com

o u

so d

o m

edic

amen

to.

Com

para

ção

da o

corr

ênci

a de

ssas

var

iáve

is e

ntre

est

udos

o

Resu

ltad

o d

a m

eta

nálise: E

feito

sum

ário

sob

re a

efic

ácia

do

an

tiost

eopo

rótic

o na

pr

even

ção

de

frat

ura

de

fêm

ur,

info

rmaç

ões

adic

iona

is s

obre

tax

as d

e ad

esão

e a

derê

ncia

ao

trat

amen

to,

tipos

e t

axa

de e

vent

os a

dver

sos

obse

rvad

os c

om

o us

o do

med

icam

ento

. V

erifi

car

se f

oi r

ealiz

ada

anál

ise

de

algu

m g

rupo

esp

ecífi

co.

Ver

ifica

r se

for

am r

ealiz

adas

aná

lise

varia

ndo

os e

stud

os.

Inse

rir a

s lim

itaçõ

es d

o es

tudo

o

Doi

s re

viso

res

aval

iara

m

cada

E

CR

el

egív

el

para

qu

alid

ade

base

ado

no m

étod

o de

alo

caçã

o do

s pa

rtic

ipan

tes

nos

grup

os

de

estu

do.

Foi

ba

sead

o no

es

tudo

de

H

iggi

ns

2005

, qu

e m

ostr

ou q

ue a

fal

ta d

e um

a ad

equa

da a

loca

ção

é re

laci

onad

a a

vies

es

no

estu

do

e qu

e es

tudo

s po

dem

se

r ju

lgad

os d

e ac

ordo

com

o m

étod

o de

alo

caçã

o.

o

Os

revi

sore

s av

alia

ram

se

o

mét

odo

de

aloc

ação

fo

i ad

equa

do,

inad

equa

do e

não

cla

ro,

de a

cord

o co

m c

ritér

ios

pré-

esta

bele

cido

s e

cita

dos

na r

evis

ão

o

Em

ad

ição

, na

av

alia

ção

da

qual

idad

e,

perd

as

e ce

gam

ento

for

am t

ambé

m a

valia

dos.

o

Apó

s a

aval

iaçã

o da

qua

lidad

e do

s es

tudo

s se

leci

onad

os

os

auto

res

cheg

aram

a

segu

inte

co

nclu

são:

O

m

étod

o de

al

ocaç

ão f

oi a

dequ

ado

em d

ois

estu

dos

e nã

o cl

aro

em c

inco

es

tudo

s.

Tod

os o

s se

te e

stud

os t

inha

m p

erda

s de

seg

uim

ento

de

mai

s de

20%

. Tod

os o

s es

tudo

s er

am d

uplo

ceg

os.

o

No

tota

l fo

ram

inc

luíd

os 7

est

udos

, se

ndo

que

som

aram

um

to

tal

de

14,0

49

mul

here

s.

Doi

s es

tudo

s fo

ram

de

pr

even

ção

prim

ária

e 5

de

prev

ençã

o se

cund

ária

. T

odos

os

estu

dos

incl

uíra

m 3

bra

ços,

que

inc

luía

m o

gru

po p

lace

bo e

o

rised

rona

to e

m d

uas

dose

s.

Resu

ltad

os r

efe

ren

tes a

os e

stu

do

s q

ue t

inh

am

fra

tura

de

fêm

ur

co

m a

lgu

m d

esfe

ch

o:

o

Em

rel

ação

à f

ratu

ra d

e fê

mur

, tr

ês e

stud

os c

lass

ifica

dos

com

o de

pr

even

ção

secu

ndár

ia,

tinha

m

com

o de

sfec

ho

a oc

orrê

ncia

de

fr

atur

a de

mur

e

esta

vam

en

tre

os

sete

es

tudo

s in

cluí

dos.

A s

oma

da p

opul

ação

des

ses

estu

dos

foi d

e 74

25 p

ara

o g

rupo

tra

tam

ento

(5m

g de

ris

edro

nato

) e

4361

pa

ra

o gr

upo

plac

ebo.

O

te

mpo

m

édio

de

tr

atam

ento

do

s es

tudo

s fo

i de

3 a

nos.

Em

tod

os o

s 3

estu

dos

a do

se f

oi d

e 5m

g e

o e

stud

o qu

e te

ve m

aior

pes

o, p

or

ter

uma

popu

laçã

o m

uito

mai

or fo

i o d

e M

cClu

ng 2

001

oO

RR

resu

ltan

te d

a j

un

ção

do

s t

rês e

stu

do

s m

ostr

ou

u

ma r

ed

ução

sig

nif

ican

te n

o r

isco

de f

ratu

ra d

e f

êm

ur

de

26%

(R

R

0.7

4;

IC

0.5

9

- 0.9

4;

P

0,0

01;

P

valo

r d

e

hete

rog

en

eid

ad

e

0,9

8).

O

s re

sulta

dos

fora

m

cons

iste

ntes

en

tre

os e

stud

os.

O r

esul

tado

em

pes

soas

-ano

s fo

i o s

egui

nte:

18

248

pess

oas-

ano

no g

rupo

de

trat

amen

to e

105

61 p

esso

as-

anos

no

grup

o pl

aceb

o (

RR

0,7

4; I

C 0

,58

- 0,

93 P

0,0

01;

P

valo

r de

het

erog

enei

dade

0,9

8).

Foi

rea

lizad

a an

ális

e de

sen

sibi

lidad

e o

N

ão

houv

e di

fere

nça

esta

tístic

a en

tre

os

grup

o ris

edro

nato

e p

lace

bo q

uant

o a

desc

ontin

uaçã

o do

tra

tam

ento

de

vido

a

even

tos

adve

rsos

(R

R

0.96

, IC

0.

88

- 1.

05)

ou

aban

dono

glo

bal

(R

R 0

.96,

IC

0.9

1 -

1.00

). N

a an

ális

e de

o

Os

auto

res

não

cons

ider

aram

a id

ade

das

paci

ente

s do

s es

tudo

s in

cluí

dos

na m

etan

ális

e.o

O

estu

do

qu

e t

eve m

aio

r p

eso

, p

or

ter

um

a p

op

ula

ção

mu

ito

maio

r fo

i o

de

McC

lun

g 2

001,

qu

e a

vali

ou

mu

lhere

s a

cim

a d

e 7

0 a

no

s e

com

um

T

-sco

re m

uito

ba

ixo

( <

-3

).

Res

salta

-se

que

este

ER

C

poss

ui

prob

lem

as

met

odol

ógic

os,

já c

itado

s na

ava

liaçã

o do

mes

mo.

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173

frat

ura

de fê

mur

o n

ível

de

evid

enci

a fo

i Silv

er.

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174

RIS

ED

RO

NA

TO

II

Refe

rên

cia

Ob

jeti

vo

s d

o e

stu

do

Desen

ho

do

estu

do

Cri

téri

os d

e in

clu

são

e e

xclu

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Ob

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vo

da a

náli

se:

o

Ava

liar

o be

nefíc

io

do

uso

de

antio

steo

poró

ticos

na

pr

even

ção

de f

ratu

ras

de f

êmur

em

mul

here

s na

pós

-men

opau

sa

Av

ali

ar

Desen

ho

do

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do

o

Ens

aios

Clín

icos

Ran

dom

izad

os c

ontr

olad

os, d

uplo

-ceg

os.

o

Mét

odo

de r

ando

miz

ação

det

alha

do.

o

Des

criç

ão d

o pr

oces

so d

e ce

gam

ento

rea

lizad

o no

est

udo.

o

Lo

cal d

e re

aliz

ação

do

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do.

o

Ref

erên

cia

sobr

e pr

otoc

olo

do e

stud

o A

vali

ar

cara

cte

rização

da p

op

ula

ção

o

M

ulhe

res

na p

ós-m

enop

ausa

. o

T

aman

ho d

a am

ostr

a e

onde

fora

m r

ecru

tado

s os

par

ticip

ante

s.

o

Idad

e m

édia

dos

pac

ient

es.

o

Tem

po d

e ac

ompa

nham

ento

. o

A

pres

enta

ção

da t

abel

a pó

s-ra

ndom

izaç

ão,

onde

dev

e co

nsta

r fa

tore

s pr

ognó

stic

os p

ara

frat

ura

de

fêm

ur (

conf

orm

e pr

otoc

olo)

Av

ali

ar

desfe

ch

os d

e in

tere

sse p

ara

a a

náli

se d

e d

ecis

ão

o

D

esfe

cho

prim

ário

: fr

atur

a de

fêm

ur.

o

Mét

odos

par

a co

nfirm

ação

da

frat

ura

de f

êmur

ost

eopo

rótic

a (r

adio

lógi

cos)

. o

D

esfe

chos

sec

undá

rios:

oco

rrên

cia

de e

vent

os a

dver

sos,

ade

são

e ad

erên

cia

ao t

rata

men

to.

o

Est

udos

que

apr

esen

tem

frat

ura

de f

êmur

com

o de

sfec

ho s

ecun

dário

ser

ão a

valia

dos.

o

Ava

liar

se

houv

e de

scriç

ão

clar

a do

s cr

itério

s de

incl

usão

e e

xclu

são

adot

ados

. o

A

valia

r os

pos

síve

is v

iese

s re

laci

onad

os a

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crité

rios

de

incl

usão

e

excl

usão

ad

otad

os,

cons

ider

ando

os

fa

tore

s pr

ognó

stic

os

da

frat

ura

de

fêm

ur;

o us

o pr

évio

de

ou

tros

an

tiost

eopo

rótic

os;

os

sítio

s de

fr

atur

as

prév

ias

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esen

ça d

e co

mor

bida

des.

o

MC

CLU

NG

, et

al

E

ffec

t of

R

ised

rona

te

on

the

risk

of h

ip f

ract

ure

in

elde

rly w

omen

. N

Eng

l J

Med

,. 2

001

fev;

344

(5)

: 33

3 –

40.

o

Ava

liar

o ef

eito

do

ris

endr

onat

o no

ris

co d

e fr

atur

a de

mur

em

m

ulhe

res

idos

as e

com

os

teop

oros

e ou

co

m

fato

res

de

risco

pa

ra

frat

ura

de

fêm

ur,

além

da

bai

xa D

MO

.

Desen

ho

do

estu

do

o

Ens

aios

Clín

icos

Ran

dom

izad

os c

ontr

olad

os

o

Não

est

á ex

plíc

ito s

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estu

do é

dup

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ego

ou a

pena

s a

popu

laçã

o fo

i ceg

ada.

o

M

ultic

êntr

ico

- 18

3 ce

ntro

s de

est

udo

na A

mér

ica

do N

orte

, Eur

opa,

Nov

a Z

elân

dia

e A

ustr

ália

o

N

ão f

oi d

etal

hado

o m

étod

o de

ran

dom

izaç

ão,

por

isso

o m

étod

o de

ran

dom

izaç

ão n

ão e

stá

clar

o

o

O e

stud

o fo

i con

duzi

do e

ntre

nov

embr

o de

199

3 a

abril

de

1998

.

Cara

cte

rização

da p

op

ula

ção

o

94

97 M

ulhe

res

na p

ós-m

enop

ausa

ate

ndid

as e

m a

mbu

lató

rios

com

idad

e ac

ima

de 7

0 an

os,

que

fora

m d

ivid

idas

em

do

is g

rand

es g

rupo

s de

com

para

ção:

o

G

rupo

1 -

544

5 co

m i

dade

de

70 a

79

anos

que

tin

ham

ost

eopo

rose

ind

icad

a po

r u

ma

DM

O n

o co

lo d

o fê

mur

com

T-s

core

- 4

DP

ou

um

T-s

core

men

or q

ue –

3 D

P a

cres

cido

de,

pel

o m

enos

, um

fa

tor

de r

isco

par

a fr

atur

a do

fêm

ur (

com

o po

bre

ganh

o de

mas

sa o

u pr

open

são

à q

ueda

s).

Des

tas

1821

for

am a

loca

das

no g

rupo

pla

cebo

, 18

12 f

oram

alo

cada

s pa

ra r

eceb

er 2

.5 m

g de

ris

edro

nato

e

1812

alo

cada

s pa

ra r

eceb

er 5

.0 m

g de

ris

edro

nato

; o

G

rupo

2 -

388

6 m

ulhe

res

com

»8

0 an

os c

om p

elo

men

os u

m f

ator

de

risco

par

a fr

atur

a de

fêm

ur

ou b

aixa

DM

O (

T-s

core

< –

4 D

P o

u <

-3

e c

om u

m c

ompr

imen

to d

o ei

xo d

o fê

mur

de

11,1

cm

ou

mai

or).

Des

sas

mul

here

s 13

13 f

oram

alo

cada

s pa

ra o

gru

po

plac

ebo,

128

1 al

ocad

as p

ara

tom

ar 2

.5

mg

de r

ised

rona

to e

129

2 al

ocad

as p

ara

tom

ar 5

.0 m

g de

ris

edro

nato

. o

F

oi a

pres

enta

da a

tab

ela

pós-

rand

omiz

ação

. A

idad

e m

édia

da

popu

laçã

o fo

i de

74±3

no

grup

o de

tr

atam

ento

e 7

4±3

no g

rupo

pla

cebo

. N

a po

pula

ção

com

idad

e »

80 a

nos

a m

édia

de

idad

e fo

i de

83±3

. o

O

tem

po d

e ac

ompa

nham

ento

pro

post

o no

pro

toco

lo f

oi d

e 3

anos

Inclu

são

o

Os

crité

rios

de

incl

usão

o fo

ram

de

talh

ados

à p

arte

, m

as c

oloc

adas

na

part

e da

ca

ract

eriz

ação

da

popu

laçã

o.

Exclu

são

o

O

s cr

itério

s de

ex

clus

ão

fora

m

qual

quer

do

ença

gra

ve,

hist

ória

rec

ente

de

cânc

er,

outr

a do

ença

óss

ea m

etab

ólic

a oc

orrid

a de

sde

o an

o an

terio

r, i

mpo

rtan

tes

alte

raçõ

es n

os r

esul

tado

s la

bora

toria

is d

e ro

tina,

uso

rec

ente

de

drog

as

que

afet

am

o os

so,

aler

gia

a qu

alqu

er

bifo

sfon

ato,

um

a hi

stór

ia d

e fr

atur

as d

o fê

mur

bi

late

ral

e qu

alqu

er c

ondi

ção

físic

a ou

men

tal

que

impe

diria

a

part

icip

ação

em

um

es

tudo

cl

ínic

o.

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175

Desfe

ch

os d

e in

tere

sse p

ara

a a

náli

se d

e d

ecis

ão

o

O d

esfe

cho

prim

ário

foi a

in

cidê

ncia

de

frat

uras

de

fêm

ur c

onfir

mad

as r

adio

graf

icam

ente

. o

E

nte

os d

esfe

chos

sec

undá

rios

esta

va a

oco

rrên

cia

de e

vent

os a

dver

sos.

o

P

ara

fins

de a

loca

ção

os T

-sco

res

do c

olo

fem

oral

for

am p

oste

riorm

ente

cal

cula

dos

de a

cord

o co

m a

ref

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cia

do T

hird

Nat

iona

l H

ealth

and

Nut

ritio

n E

xam

inat

ion

Sur

vey.

A

med

ida

de D

MO

foi

di

spon

ibili

zada

no

iníc

io d

o es

tudo

par

a ap

enas

31%

das

mul

here

s de

80

anos

ou

mai

s id

ade.

98

%

das

mul

here

s er

am b

ranc

as.

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176

An

áli

se d

a t

ab

ela

s-r

an

do

miz

ação

Esq

uem

a d

e t

rata

men

toA

sp

ecto

s é

tico

sT

ipo

de a

nálise

o

Ava

liar

a ta

bela

s-ra

ndom

izaç

ão,

obse

rvan

do

se

fora

m

apre

sent

ados

os

fa

tore

s pr

ognó

stic

os m

ais

rele

vant

es,

quai

s se

jam

: fu

nção

neu

rom

uscu

lar,

funç

ão v

isua

l, D

MO

, id

ade,

his

tória

de

frat

ura

prév

ia,

uso

de

cert

os

med

icam

ento

s (a

nsio

lític

os,

benz

odia

zep

ínic

os),

hi

stór

ia

mat

erna

de

fr

atur

a de

fêm

ur, e

ntre

out

ros.

o

Des

criç

ão

das

inte

rven

ções

, po

solo

gia,

te

mpo

de

trat

amen

to.

o

Des

criç

ão d

etal

hada

das

co-

inte

rven

ções

(e

xem

plo,

vi

tam

ina

D

e cá

lcio

e

outr

os

med

icam

ento

s.

o

o

Con

trol

e ex

tern

o.

o

Exp

licito

u co

nflit

os d

e in

tere

sse?

o

E

xplic

itou

as fo

ntes

de

finan

ciam

ento

? o

E

xplic

itou

se

houv

e ne

cess

idad

e de

in

terr

ompe

r o

estu

do e

o m

otiv

o pa

ra is

so?

o

Mét

odos

est

atís

ticos

util

izad

os p

ara

com

para

r os

gru

pos

estu

dado

s.

o

Inte

rval

o de

con

fianç

a; P

val

or; t

este

s es

tatís

ticos

. o

V

erifi

car

se h

ouve

aná

lise

esta

tístic

a po

r in

tenç

ão d

e tr

atar

. o

V

erifi

car

se h

ouve

pla

neja

men

to d

e an

ális

e de

sub

grup

o.

o

Ver

ifica

r se

apr

esen

tou

info

rmaç

ões

rela

cion

adas

ao

pode

r es

tatís

tico

do e

stud

o.

o

Na

tabe

la

pós-

rand

omiz

ação

a

com

para

ção

dos

segu

inte

s:

idad

e,

tem

po

desd

e a

men

opau

sa,

peso

e a

ltura

, ev

iden

cia

de f

ratu

ra v

erte

bral

, co

ncen

traç

ão d

e vi

tam

ina

D

séric

a.

Fal

tou

a co

mpa

raçã

o en

tre

os

grup

os d

a ex

istê

ncia

de

vário

s fa

tore

s de

ris

co

para

fra

tura

, qu

e po

dem

inte

rfer

ir no

res

ulta

do.

o

As

mul

here

s em

ca

da

um

dos

dois

gr

upos

fo

ram

al

eato

riam

ente

al

ocad

as

para

re

cebe

rem

2,

5mg

ou

5,0m

g po

r di

a de

ris

edro

nato

no

form

a de

com

prim

idos

dur

ante

tr

ês a

nos

ou

um

pla

cebo

com

car

acte

ríst

icas

id

êntic

as a

os c

ompr

imid

os d

o m

edic

amen

tos

e no

m

esm

a pe

ríod

o.

As

mul

here

s fo

ram

in

stru

ídas

a t

omar

os

com

prim

idos

com

um

co

po (

240

ml)

de á

gua,

com

o e

stôm

ago

vazi

o e

de 3

0 a

60 m

inut

os a

ntes

do

café

da

man

e de

pois

man

ter-

se e

m p

é ou

ere

ta p

or

60

min

utos

. o

A

s m

ulhe

res

tam

bém

re

cebe

ram

su

plem

enta

ção

de c

arbo

nato

de

cálc

io (

1000

m

g de

cál

cio

elem

enta

r di

ário

s),

a se

r to

mad

a no

alm

oço

ou j

anta

. F

oi p

resc

rito

vita

min

a D

500

UI

por

dia)

se

a co

ncen

traç

ão n

o so

ro

de

25-h

idro

xivi

tam

ina

D

no

mom

ento

do

sc

reen

ing

foss

e in

ferio

r a

16 m

g po

r m

ililit

ro

(40

nmol

por

litr

o).

o

O

estu

do

foi

patr

ocin

ado

pela

in

dúst

ria

farm

acêu

tica

- P

roct

er

&

Gam

ble

Pha

rmac

eutic

als

(Cin

cinn

ati)

e A

vent

is

Pha

rma

(Brid

gew

ater

, N

.J.)

. O

s au

tore

s re

cebe

ram

“b

olsa

s”

de

inve

stig

ação

ou

se

rvira

m

de

cons

ulto

res

da

Pro

cter

& G

ambl

e, a

Ave

ntis

P

harm

a e

outr

as

empr

esas

de

pro

duto

s p

ara

trat

amen

to d

a os

teop

oros

e o

o

As

mul

here

s qu

e re

cebe

ram

pel

o m

enos

um

a do

se d

e ris

edro

nato

ou

plac

ebo

fora

m in

cluí

das

na a

nális

e.

o

Foi

pla

neja

do c

ompa

rar

as m

ulhe

res

que

fora

m a

loca

das

para

o

grup

o do

ris

edro

nato

em

ca

da

dose

co

m

aque

las

aloc

adas

par

a o

plac

ebo.

No

enta

nto,

foi

dec

idid

o m

odifi

car

a an

ális

e e

com

para

r ap

enas

o

grup

o qu

e us

ou

rised

rona

to

(inde

pend

ente

da

dose

) co

m o

gr

upo

plac

ebo.

Iss

o po

r qu

e se

gund

o os

aut

ores

, es

tudo

s m

ostr

aram

que

as

duas

dos

es

poss

uem

efic

ácia

na

prev

ençã

o de

fra

tura

s.

o

A

inci

dênc

ia

de

frat

ura

de

fêm

ur

foi

calc

ulad

a pe

la

estim

ativ

a de

sob

revi

da d

e K

apla

n–M

éier

.

o

O t

este

de

log

-ran

k fo

i us

ado

para

tes

tar

a si

gnifi

cânc

ia

de

dife

renç

as

entr

e os

gr

upos

. P

ropo

rtio

nal-h

azar

ds

regr

essi

on a

naly

sis

foi u

sada

par

a es

timar

o r

isco

rel

ativ

o (c

om

95 %

de

inte

rval

o de

con

fianç

a) d

e fr

atur

a do

fêm

ur p

ara

o gr

upo

do r

ised

rona

to c

ompa

rado

com

o p

lace

bo.

o

o

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177

Resu

ltad

os

Even

tos a

dvers

os, lim

itaçõ

es d

o e

stu

do

eo

bserv

açõ

es

Av

ali

ar

as p

erd

as d

oestu

do

o

Mec

anis

mos

ado

tado

s pa

ra e

vita

r pe

rdas

. o

P

erce

ntua

l de

perd

as.

o

Núm

ero

de

part

icip

ante

s ac

ompa

nhad

as

até

o fin

al

do

estu

do.

o

Des

criç

ão d

o m

otiv

o da

s pe

rdas

. o

P

acie

ntes

fo

ram

ex

cluí

dos

do

estu

do

após

a

rand

omiz

ação

? P

or q

uê?

o

No

caso

de

óbito

, apr

esen

tou

as c

ausa

s.

Tem

po

de a

co

mp

an

ham

en

to

o

Des

criç

ão d

etal

hada

da

form

a de

aco

mpa

nham

ento

. o

P

erío

do d

e ac

ompa

nham

ento

ade

quad

o pa

ra a

valia

ção

do

desf

echo

?

Desfe

ch

os d

e in

tere

sse

o

Dad

os s

obre

a e

ficác

ia d

o an

tiost

eopo

rótic

o na

pre

venç

ão

de f

ratu

ra d

e fê

mur

(m

edid

a de

ris

co, i

nter

valo

de

conf

ianç

a).

o

Tax

as o

bser

vada

s de

ade

são

e ad

erên

cia

ao tr

atam

ento

. o

T

axa

de

even

tos

adve

rsos

ob

serv

ados

co

m

o us

o do

m

edic

amen

to.

o

Efe

ito d

as c

o-in

terv

ençõ

es n

o de

sfec

ho p

rimár

io,

se f

or o

ca

so.

o

Foi

re

aliz

ada

anál

ise

de

subg

rupo

? Q

uais

as

va

riáve

is

cons

ider

adas

nes

tas

anál

ises

? A

ltero

u si

gnifi

cativ

amen

te o

s re

sulta

dos?

rela

to s

e o

núm

ero

de p

artic

ipan

tes

em c

ada

subg

rupo

per

mite

sig

nific

ânci

a es

tatís

tica?

o

M

étod

os

para

co

nfirm

ação

da

fr

atur

a de

mur

os

teop

orót

ica.

o

Exp

licito

u os

eve

ntos

adv

erso

s m

ais

freq

üent

es e

mai

s gr

aves

? o

T

axa

de e

vent

os a

dver

sos

obse

rvad

os c

om o

uso

do

med

icam

ento

. o

A

valia

r im

plic

açõe

s do

s ev

ento

s ad

vers

os

na

segu

ranç

a do

pa

cien

tes,

ad

esão

e a

derê

ncia

, et

c.

o

For

am a

pres

enta

das

info

rmaç

ões

refe

rent

es à

difi

culd

ades

e l

imita

ções

do

estu

do?

Perd

as d

o e

stu

do

o

Das

949

7 m

ulhe

res

aloc

adas

par

a o

estu

do,

9331

que

fo

ram

ana

lisad

as –

os

auto

res

cons

ider

aram

ess

a an

ális

e fo

i po

r in

tenç

ão

de

trat

ar.

Ape

nas

4677

(4

9%)

com

plet

aram

o

trat

amen

to.

Des

sas

3086

era

m d

o gr

upo

de m

ulhe

res

entr

e 70

-79

ano

s e

1591

era

m d

o gr

upo

de m

ulhe

res

acim

a de

80

anos

. o

64

%

das

mul

here

s (6

9%

das

quai

s co

m

oste

opor

ose

conf

irmad

a e

58%

das

qua

is c

om

prin

cipa

is f

ator

es d

e ris

co

clín

icos

) po

ssuí

am

dado

s co

mpl

etos

e

disp

onív

eis

sobr

e o

segu

imen

to.

o

As

cara

cter

ístic

as,

incl

uind

o D

MO

do

fêm

ur d

e m

ulhe

res

que

desc

ontin

uara

m o

tra

tam

ento

e d

aque

las

que

rece

bera

m o

tr

atam

ento

pe

los

três

an

os

fora

m

sim

ilare

s,

exce

to

para

a

id

ade

mai

s av

ança

da, m

enor

pes

o e

tend

ênci

a a

fum

ar,

que

foi

mai

s fr

eqüe

nte

entr

e os

que

des

cont

inua

ram

. o

N

ão h

á re

lato

dos

mot

ivos

do

aban

dono

do

estu

do e

da

taxa

de

óbito

s e

mot

ivos

dos

mes

mos

. o

O

s au

tore

s re

lata

ram

que

alg

umas

mul

here

s pa

rara

m d

e to

mar

o

med

icam

ento

, m

as

fora

m

segu

idas

at

é o

final

do

es

tudo

. À

s m

ulhe

res

que

inte

rrom

pera

m o

tra

tam

ento

ant

es d

o fin

al

dos

três

an

os

foi

solic

itado

qu

e r

etor

nass

e pa

ra

seu

cent

ro d

e es

tudo

no

mom

ento

da

terc

eira

vis

ita p

rogr

amad

a pa

ra ú

ltim

a av

alia

ção.

F

oram

rea

lizad

as a

nális

es d

as f

ratu

ras

que

ocor

rera

m n

o pe

ríod

o de

trê

s an

os d

o es

tudo

.

o

Das

933

1 m

ulhe

res

que

rece

bera

m p

elo

men

os u

ma

dose

da

m

edic

ação

do

es

tudo

, 2

32

tiver

am

frat

ura

de

fêm

ur.

Des

sas

frat

uras

60

%

fora

m

do

colo

fe

mor

al,

33%

in

tert

roca

ntér

ica

e 3%

de

ca

beça

fe

mor

al

e 4%

o fo

i in

form

ado

o sí

tio e

spec

ífico

. o

N

a an

ális

e da

s 93

31 m

ulhe

res

a in

cidê

ncia

de

frat

ura

de

fêm

ur

foi

de 2

.8%

na

s m

ulhe

res

to

man

do

rised

rona

to

com

para

do c

om 3

,9%

das

tom

ando

pla

cebo

RR

0.7

(IC

0.6

–0.

9; P

0.0

2).

oA

in

cid

ên

cia

de f

ratu

ra d

e f

êm

ur

no

gru

po

de 7

0 -

79

an

os

foi

de

1.9

%

no

g

rup

o

rised

ron

ato

e

3.2

%

no

g

rup

o p

laceb

o (R

R,

0.6

; IC

95%

0.4

a 0

.9;

P=

0.0

09).

oP

ara

as m

ulh

ere

s q

ue n

ão

tin

ham

fra

tura

vert

eb

ral

no

in

ício

d

o

estu

do

a

incid

ên

cia

fo

i d

e

1.0

%

no

g

rup

o

rised

ron

ato

e 1

,6 n

o g

rup

o p

laceb

o R

R 0

.6 (

IC 0

.3–1.2

) P

0.1

4.

o

Par

a as

mul

here

s qu

e tin

ham

fra

tura

ver

tebr

al n

o in

ício

do

es

tudo

a

inci

dênc

ia f

oi d

e 2.

3% n

o gr

upo

rised

rona

to e

5.7

%

no g

rupo

pla

cebo

RR

0.4

(IC

0.2

–0.8

) P

0.0

03

o

No

grup

o de

mul

here

s de

80

anos

ou

mai

s o

rised

rona

to

não

teve

efe

ito n

a in

cidê

ncia

de

frat

ura

de f

êmur

. N

o en

tant

o, a

m

aior

ia

das

mul

here

s de

sse

grup

o (5

8%)

foi

recr

utad

a ex

clus

ivam

ente

co

m

base

no

s fa

tore

s cl

ínic

os

de

risco

e

apen

as 1

6% p

or c

ento

for

am r

ecru

tada

s co

m

base

na

bai

xa

dens

idad

e m

iner

al

ósse

a no

co

lo

do

fêm

ur.

Is

so

talv

ez

expl

ique

o r

esul

tado

.. E

ntre

as

941

mul

here

s de

ssa

faix

a et

ária

Even

tos a

dvers

os:

o

Na

anál

ise

de t

odas

as

mul

here

s a

prop

orçã

o da

quel

as q

ue t

iver

am a

lgum

ev

ento

adv

erso

, qu

e tin

ha e

vent

o ad

vers

o gr

ave

ou q

ue a

band

onar

am

o e

stud

o de

vido

aos

eve

ntos

adv

erso

s fo

i sem

elha

nte

entr

e os

doi

s gr

upos

. o

A

in

cidê

ncia

de

ev

ento

s ad

vers

os

evol

vend

o o

trat

o ga

stro

inte

stin

al

tam

bém

foi

sim

ilar

entr

e os

gru

pos.

o

D

e ac

ordo

com

os

auto

res,

mul

here

s qu

e de

scon

tinua

ram

o t

rata

men

to

pode

m s

er a

quel

as c

om m

aior

ris

co d

e fr

atur

a, u

ma

vez

que

eram

mai

s ve

lhas

, m

ais

mag

ras

e m

ais

prop

ensa

s a

fum

ar d

o qu

e aq

uela

s qu

e co

mpl

etar

am o

tr

atam

ento

. A

int

erru

pção

do

trat

amen

to p

oder

ia l

imita

r a

mag

nitu

de d

o ef

eito

do

med

icam

ento

por

dim

inui

ção

da e

xpos

ição

do

grup

o tr

atad

o à

drog

a em

es

tudo

. o

D

e ac

ordo

com

os

auto

res,

as

razõ

es p

ara

a in

terr

upçã

o de

tra

tam

ento

e

os e

feito

s ad

vers

os a

ssoc

iado

s à

desc

ontin

uaçã

o fo

ram

sem

elha

ntes

nos

doi

s gr

upos

, su

geri

nd

o q

ue a

po

bre

to

lera

bilid

ad

e à

dro

ga n

ão

fo

i u

m f

ato

r n

a

inte

rru

pção

do

tra

tam

en

to.

Lim

itaçõ

es d

o e

stu

do

e o

bserv

açõ

es

o

Os

auto

res

conc

luír

am q

ue o

tra

tam

ento

com

o r

ised

rona

to r

eduz

o r

isco

de

fra

tura

de

fêm

ur e

m m

ulhe

res

com

ost

eopo

rose

, de

finid

as c

omo

uma

baix

a de

nsid

ade

min

eral

óss

ea n

o co

lo d

o fê

mur

, m

as n

ão é

mai

s ef

icaz

do

que

o cá

lcio

e a

vita

min

a D

soz

inho

s em

mul

here

s id

entif

icad

as p

rimar

iam

ente

com

ba

se e

m f

ator

es d

e ris

co c

línic

os p

ara

frat

uras

de

fêm

ur.

o

Mul

here

s co

m a

doe

nça

mai

s av

ança

da (

evid

enci

adas

por

um

a ba

ixa

de

nsid

ade

min

eral

óss

ea n

o co

lo d

o fê

mur

e u

ma

hist

ória

de

fatu

ras

vert

ebra

l) po

dem

ser

mai

s be

nefic

iada

s pe

lo t

rata

men

to c

om r

ised

rona

to.

o

A i

ncid

ênci

a ob

serv

ada

de f

ratu

ra d

e fê

mur

atr

ibuí

da a

o g

rupo

pla

cebo

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178

Tem

po

de a

co

mp

an

ham

en

too

A

du

raçã

o do

se

guim

ento

fo

i si

mila

r en

tre

os

grup

os

(méd

ia

de

2.3

anos

),

bem

co

mo

a du

raçã

o do

us

o do

m

edic

amen

to (

méd

ia d

e 2.

0 an

os).

o

N

ão

desc

rição

da

pe

riodi

cida

de

e fo

rma

de

acom

panh

amen

to.

com

ba

ixa

DM

O

(T-s

core

-2

,5

ou

men

os),

a

inci

dênc

ia

de

frat

ura

de f

êmur

foi

de

7.2%

no

grup

o ris

edro

nato

e 9

.7%

no

grup

o pl

aceb

o (P

=0.

37).

o

O

utro

s es

tudo

s qu

e te

m

mos

trad

o qu

e o

fato

de

se

leci

onar

pa

cien

tes

com

ba

se

na

baix

a m

edid

a de

D

MO

be

nefic

ia o

tra

tam

ento

far

mac

ológ

ico

(Kan

is,

2001

).

o

Ent

re a

s m

ulhe

res

dess

a fa

ixa

etár

ia c

om u

m o

u m

ais

fato

res

de r

isco

par

a fr

atur

a de

fêm

ur,

a in

cidê

ncia

foi

de

4.2

%

no g

rupo

ris

edro

nato

e 5

.1 %

RR

0.8

(IC

0.6

–1.2

; P =

0.3

5).

(3,2

% d

uran

te o

s tr

ês a

nos

de e

stud

o) f

oi s

uper

ior

ao r

elat

ado

na l

itera

tura

(in

cidê

ncia

anu

al d

e 0,

6 pa

ra 0

,8%

) em

mul

here

s nã

o se

leci

onad

as e

não

tr

atad

as d

a m

esm

a id

ade.

Seg

undo

os

auto

res,

iss

o in

dica

que

o c

ritér

io d

e se

leçã

o de

bai

xa d

ensi

dade

min

eral

óss

ea n

o co

lo d

o fê

mur

tev

e su

cess

o na

id

entif

icaç

ão d

e m

ulhe

res

com

ris

co a

umen

tado

de

frat

ura

de f

êmur

. o

E

ste

estu

do t

em o

seu

res

ulta

do c

ompr

omet

ido

devi

do a

o gr

ande

núm

ero

de p

erda

s.

Alé

m d

isso

, nã

o fo

i re

ferid

o o

mét

odo

de r

ando

miz

ação

e t

ambé

m

com

o fo

i man

tido

o ce

gam

ento

e c

ontr

ole

das

co-in

terv

ençõ

es.

o

Est

e es

tudo

o tr

az

info

rmaç

ões

sobr

e o

efei

to

do

rised

rona

to

em

popu

laçã

o pó

s-m

enop

ausa

mai

s jo

vem

, qu

e se

ria t

ambé

m d

e in

tere

sse

para

a

anál

ise

de d

ecis

ão.

Alé

m d

e se

leci

onar

mul

here

s co

m 7

0 an

os o

u m

ais,

que

te

m m

aior

ris

co d

e fr

atur

a se

gund

o a

liter

atur

a, t

ambé

m s

elec

iono

u m

ulhe

res

com

um

T-s

core

mui

to b

aixo

, o

que

som

a ao

aum

ento

do

risco

de

frat

ura.

O

resu

ltado

des

se e

stud

o nã

o po

de s

er e

sten

dido

par

a m

ulhe

res

mai

s jo

vens

ou

da m

esm

a id

ade

com

T-s

core

mai

s al

to.

o

Alé

m d

a lim

itaçã

o em

rel

ação

à a

mos

tra

já d

isco

rrid

a ac

ima,

est

e es

tudo

po

ssui

lim

itaçõ

es m

uito

impo

rtan

tes

em r

elaç

ão à

sua

qua

lidad

e m

etod

ológ

ica,

o

que

com

prom

ete

a su

a va

lidad

e in

tern

a. E

ntre

ess

as li

mita

ções

cita

-se

a fa

lta

de r

elat

o so

bre

qual

o m

étod

o de

ran

dom

izaç

ão u

tiliz

ado,

o q

ue é

fun

dam

enta

l ne

ste

tipo

de e

stud

o, p

ois

depe

nden

do d

o m

étod

o po

de t

er o

corr

ido

vies

es.

Out

ro d

ado

que

não

foi e

xplic

itado

de

form

a cl

ara

foi a

for

ma

com

o o

grup

os e

os

ava

liado

res

fora

m m

antid

os “

cego

s”.

o

O f

ato

de e

ste

estu

do t

er s

ido

patr

ocin

ado

por

indú

stria

far

mac

êutic

a de

ixa

br

echa

s pa

ra d

úvid

as e

m r

elaç

ão à

con

fiabi

lidad

e do

s se

us r

esul

tado

s

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179

RA

NE

LA

TO

DE

EST

NC

IO I

Refe

rên

cia

Ob

jeti

vo

s d

o e

stu

do

Desen

ho

do

estu

do

Cri

téri

os d

e

inclu

são

C

rité

rio

s d

e e

xclu

são

Ob

jeti

vo

da a

náli

se:

o

Ava

liar

o be

nefíc

io

do

uso

de

antio

steo

poró

ticos

na

pr

even

ção

de f

ratu

ras

de f

êmur

em

mul

here

s na

pós

-men

opau

sa

Av

ali

ar

Desen

ho

do

estu

do

o

Ens

aios

Clín

icos

Ran

dom

izad

os c

ontr

olad

os, d

uplo

-ceg

os.

o

Mét

odo

de r

ando

miz

ação

det

alha

do.

o

Des

criç

ão d

o pr

oces

so d

e ce

gam

ento

rea

lizad

o no

est

udo.

o

Lo

cal d

e re

aliz

ação

do

estu

do.

o

Ref

erên

cia

sobr

e pr

otoc

olo

do e

stud

o A

vali

ar

cara

cte

rização

da p

op

ula

ção

o

M

ulhe

res

na p

ós-m

enop

ausa

. o

T

aman

ho d

a am

ostr

a e

onde

fora

m r

ecru

tado

s os

par

ticip

ante

s.

o

Idad

e m

édia

dos

pac

ient

es.

o

Tem

po d

e ac

ompa

nham

ento

. o

A

pres

enta

ção

da t

abel

a pó

s-ra

ndom

izaç

ão,

onde

dev

e co

nsta

r fa

tore

s pr

ognó

stic

os

para

fra

tura

de

fêm

ur (

conf

orm

e pr

otoc

olo)

Av

ali

ar

desfe

ch

os d

e in

tere

sse p

ara

a a

náli

se d

e d

ecis

ão

o

D

esfe

cho

prim

ário

: fr

atur

a de

fêm

ur.

o

Mét

odos

par

a co

nfirm

ação

da

frat

ura

de f

êmur

ost

eopo

rótic

a (r

adio

lógi

cos)

. o

D

esfe

chos

se

cund

ário

s:

ocor

rênc

ia

de

even

tos

adve

rsos

, ad

esão

e

ader

ênci

a ao

tr

atam

ento

. o

E

stud

os q

ue a

pres

ente

m fr

atur

a de

fêm

ur c

omo

desf

echo

sec

undá

rio s

erão

ava

liado

s.

o

Ava

liar

se h

ouve

des

criç

ão c

lara

dos

crit

ério

s de

incl

usão

e

excl

usão

ado

tado

s.

o

Ava

liar

os p

ossí

veis

vie

ses

rela

cion

ados

aos

crit

ério

s de

in

clus

ão

e e

xclu

são

adot

ados

, co

nsid

eran

do

os

fato

res

prog

nóst

icos

da

frat

ura

de f

êmur

; o

uso

prév

io d

e ou

tros

an

tiost

eopo

rótic

os;

os s

ítios

de

frat

uras

pré

vias

e p

rese

nça

de c

omor

bida

des.

Reg

inst

er, e

t al

. S

tron

tium

Ran

elat

e R

educ

es th

e R

isk

of

Non

vert

ebra

l Fra

ctur

es in

P

ostm

enop

ausa

l Wom

en

with

Ost

eopo

rosi

s:

Tre

atm

ent o

f Per

iphe

ral

Ost

eopo

rosi

s (T

RO

PO

S)

Stu

dy.

The

Jou

rnal

of

Clin

ical

End

ocrin

olog

y &

M

etab

olis

m .

2005

; 90

(5):

2816

–22

o

Ava

liar

a ef

etiv

idad

e do

Ran

elat

o de

es

trôn

cio

na

prev

ençã

o de

fr

atur

as

não

vert

ebra

l em

m

ulhe

res

na

pós

men

opau

sa

com

os

teop

oros

e e

aval

iar

a su

a to

lerâ

ncia

.

o

Est

e es

tudo

fo

i se

leci

onad

o po

r av

alia

r co

mo

desf

echo

se

cund

ário

a e

ficác

ia n

a pr

even

ção

da f

ratu

ra d

e fê

mur

e

os

even

tos

adve

rsos

Desen

ho

do

s e

stu

do

s

o

Ens

aio

Clín

ico

rand

omiz

ado

plac

ebo

cont

rola

do, d

uplo

-ceg

o.

o

Mul

ticên

tric

o -

75

cent

ros

(am

bula

toria

is)

em

11

país

es e

urop

eus

e na

Aus

trál

ia.

o

Não

foi

des

crito

o m

étod

o de

ran

dom

izaç

ão.

o

Não

desc

rição

dos

rec

urso

s ut

iliza

dos

para

man

uten

ção

do c

egam

ento

. o

H

á re

fere

ncia

sob

re o

pro

toco

lo d

o es

tudo

, po

rém

sem

mui

tos

deta

lhes

.

Cara

cte

rização

da p

op

ula

ção

o

5091

mul

here

s na

pós

-men

opau

sa a

com

panh

adas

em

am

bula

tório

s de

75

cen

tros

fo

ram

ran

dom

izad

as.

o

1997

pac

ient

es (

39%

), c

onfig

urad

os c

omo

subg

rupo

de

risco

tin

ha p

elo

men

os 7

4 an

os e

apr

esen

tava

D

MO

� -

3 D

P.

o

Med

ia d

e id

ade

foi d

e 77

ano

s e

no s

ubgr

upo

de a

lto r

isco

a m

édia

de

idad

e fo

i de

80

anos

. o

F

oi a

pres

enta

da a

tabe

la p

ós-r

ando

miz

ação

Desfe

ch

os

o

O d

esfe

cho

prim

ário

foi a

inci

dênc

ia d

e fr

atur

a nã

o ve

rteb

ral

o

Ent

re o

s de

sfec

hos

secu

ndár

ios

esta

vam

a f

ratu

ra d

e fr

atur

a de

fêm

ur e

a o

corr

ênci

a de

eve

ntos

adv

erso

s. E

sses s

ão

os d

esfe

ch

os d

e in

tere

sse p

ara

a a

náli

se d

e d

ecis

ão

. o

A

s fr

atur

as

não-

vert

ebra

is

fora

m

rela

tada

s pe

los

inve

stig

ador

es

com

ba

se

na

Cri

téri

os d

e in

clu

são

:

o

Mul

here

s co

m d

ensi

dade

min

eral

óss

ea (

DM

O)

do

colo

fe

mor

al d

e 0,

600

g/cm

2 ou

men

os,

corr

espo

nden

do a

um

T

scor

e � -

2,5

DP

e a

cord

o co

m (

D. O

. Slo

sman

).

o

Mul

here

s ac

ima

de 7

4 an

os o

u m

ais

de i

dade

ou

com

id

ade

entr

e 70

e

74

anos

, m

as

com

um

fa

tor

de

risco

ad

icio

nal

para

fr

atur

a (c

onsi

dera

dos

pelo

s au

tore

s co

mo:

hi

stór

ia d

e fr

atur

a os

teop

orót

ica

após

a m

enop

ausa

, qu

edas

fr

eqüe

ntes

, um

a hi

stór

ia m

ater

na d

e fr

atur

as o

steo

poró

ticas

do

mur

, co

luna

, ou

pu

nho,

ou

re

side

ntes

em

um

a In

stitu

ição

de

long

a pe

rman

ênci

a pa

ra id

osos

).

o

Não

info

rmaç

ão s

e ho

uve

tend

ênci

a de

se

sele

cion

ar

as

mul

here

s pr

evia

men

te

no

estu

do

FIR

ST

que

fez

a no

rmal

izaç

ão d

e cá

lcio

e V

it. D

Cri

téri

os d

e e

xclu

são

:

o

Mul

here

s co

m d

oenç

as q

ue i

nter

fere

m n

o m

etab

olis

mo

ósse

o ou

us

o de

an

tiost

eopo

rótic

os

(bifo

sfon

atos

do

se

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180

apre

sent

ação

de

do

cum

enta

ção

escr

ita

(rad

iogr

afia

s,

rela

tório

s ra

diol

ógic

os,

cópi

a de

pr

ontu

ário

, fo

rmul

ário

de

at

endi

men

to

de

emer

gênc

ia,

etc)

. A

pena

s as

fr

atur

as

docu

men

tada

s fo

ram

incl

uída

s na

aná

lise

esta

tístic

a.

o

A m

edid

a de

DM

O f

oi r

ealiz

ada

por

dual

energ

y x

-ray a

bsorp

tiom

etr

y n

o in

ício

do

estu

do e

a c

ada

6 m

eses

no

sítio

fem

oral

pro

xim

al. T

odos

for

am a

nalis

ados

cen

tral

men

te.

o

Am

ostr

as d

e sa

ngue

e u

rina

fora

m c

olet

adas

no

iníc

io d

o es

tudo

, ap

ós 3

e 6

mes

es e

po

ster

iorm

ente

a c

ada

6 m

eses

e a

nalis

adas

cen

tral

men

te.

Os

test

es b

ioqu

ímic

os f

oram

re

aliz

ados

por

mei

o de

mét

odos

pad

rão.

supe

rior

a su

perio

r a

14

no

ano

ante

rior;

es

tróg

enos

, ca

lcito

nina

, flu

oret

o de

sa

is,

calc

itrio

l, ou

1

- vi

tam

ina

D

tom

ados

por

mai

s de

1 m

ês,

dura

nte

o 6

mes

es a

nter

iore

s).

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181

An

áli

se d

a t

ab

ela

s-r

an

do

miz

ação

Esq

uem

a d

e t

rata

men

toA

sp

ecto

s é

tico

sT

ipo

de a

nálise

o

Ava

liar

a ta

bela

s-ra

ndom

izaç

ão,

obse

rvan

do

se

fora

m

apre

sent

ados

os

fa

tore

s pr

ognó

stic

os m

ais

rele

vant

es,

quai

s se

jam

: fu

nção

neu

rom

uscu

lar,

funç

ão v

isua

l, D

MO

, id

ade,

his

tória

de

frat

ura

prév

ia,

uso

de

cert

os

med

icam

ento

s (a

nsio

lític

os,

benz

odia

zep

ínic

os),

hi

stór

ia

mat

erna

de

fr

atur

a de

fêm

ur, e

ntre

out

ros.

o

Des

criç

ão

das

inte

rven

ções

, po

solo

gia,

te

mpo

de

trat

amen

to.

o

Des

criç

ão d

etal

hada

das

co-

inte

rven

ções

(e

xem

plo,

vi

tam

ina

D

e cá

lcio

e

outr

os

med

icam

ento

s.

o

Con

trol

e ex

tern

o.

o

Exp

licito

u co

nflit

os

de

inte

ress

e?

o

Exp

licito

u as

fo

ntes

de

fin

anci

amen

to?

o

Exp

licito

u se

ho

uve

nece

ssid

ade

de

inte

rrom

per

o es

tudo

e o

mot

ivo

para

isso

?

o

Mét

odos

est

atís

ticos

util

izad

os p

ara

com

para

r os

gru

pos

estu

dado

s.

o

Inte

rval

o de

con

fianç

a; P

val

or; t

este

s es

tatís

ticos

. o

V

erifi

car

se h

ouve

aná

lise

esta

tístic

a po

r in

tenç

ão d

e tr

atar

. o

V

erifi

car

se h

ouve

pla

neja

men

to d

e an

ális

e de

sub

grup

o.

o

Ver

ifica

r se

apr

esen

tou

info

rmaç

ões

rela

cion

adas

ao

pode

r es

tatís

tico

do

estu

do.

o

As

variá

veis

apr

esen

tada

s na

tab

ela

de

rand

omiz

ação

fo

ram

ap

enas

: id

ade,

te

mpo

de

sde

a m

enop

ausa

, hi

stór

ia

de

frat

ura

oste

opor

ótic

a ve

rteb

ral

ou

não

ve

rteb

ral

e

med

ida

de D

MO

(do

col

o fe

mor

al,

vért

ebra

s do

rsal

e

fêm

ur

tota

l). S

egun

do

auto

res

não

houv

e di

fere

nças

si

gnifi

cant

es

dess

as

variá

veis

en

tre

os

grup

os

e no

gr

upo

anal

isad

o po

r IT

T.

o

No

subg

rupo

cl

assi

ficad

o co

mo

de

alto

ris

co p

ara

frat

ura

tam

bém

, se

gund

o au

tore

s,

não

houv

e di

fere

nças

si

gnifi

cant

es

entr

e as

ca

ract

erís

ticas

no

in

ício

do

es

tudo

en

tre

o

grup

o pl

aceb

o e

de t

rata

men

to.

o

Não

fo

ram

co

nsid

erad

os

outr

os

fato

res

de r

isco

ou

prog

nóst

icos

par

a oc

orrê

ncia

de

frat

ura.

o

Ant

es

da

incl

usão

no

es

tudo

, os

pa

cien

tes

fora

m

subm

etid

os

a um

tr

atam

ento

(r

un-in

) pa

ra

norm

aliz

ação

do

s ní

veis

de

lcio

e

vita

min

a D

, qu

e te

ve

dura

ção

de 2

a 6

sem

anas

a d

epen

der

da

defic

iênc

ia

de

cada

pa

cien

te.

Est

a no

rmat

izaç

ão

foi

real

izad

a po

r um

es

tudo

ch

amad

o F

IRS

T

- F

ract

ure

Inte

rnat

iona

l R

un-in

for

Str

ontiu

m r

anel

ate

Tria

l, qu

e fo

i co

nduz

ido

para

no

rmat

izar

os

veis

de

lcio

e

Vit.

D

pa

ra

a en

tra

da

dess

es

paci

ente

s em

doi

s es

tudo

s su

bseq

üent

es o

T

RO

PO

S e

o

SO

RT

I -

Spi

nal

Ost

eopo

rosi

s T

hera

peut

ic In

terv

entio

n st

udy)

o

A

pós

esse

per

íodo

, as

mul

here

s fo

ram

al

ocad

as a

leat

oria

men

te p

ara

rece

ber

2g/d

de

ran

elat

o de

est

rônc

io e

m p

ó ou

pla

cebo

po

r 5

anos

. O

s su

jeito

s pu

dera

m o

ptar

por

um

a do

se d

iária

ao

deita

r (e

scol

ha d

e 90

%)

ou p

or d

ose

frac

iona

da e

m 2

x /d

ia a

ntes

do

café

da

man

hã e

ant

es d

e de

itar.

o

A

s m

ulhe

res

tam

bém

re

cebe

ram

su

plem

enta

ção

de

cálc

io

e vi

tam

ina

D

dura

nte

todo

o p

erío

do d

o es

tudo

.

o

O e

stud

o fo

i fin

anci

ado

pelo

la

bora

tório

S

ervi

er,

que

poss

ui

apre

sent

ação

co

mer

cial

do

ra

nela

to

de

estr

ônci

o,

o qu

e m

ostr

a qu

e ne

ste

estu

do

conf

lito

de in

tere

sse.

o

U

m p

rogr

ama

de c

ontr

ole

de

qual

idad

e,

incl

uind

o m

edid

as

seria

is

da

colu

na

vert

ebra

l e

cont

role

s de

qua

lidad

e di

ária

, fo

i re

aliz

ado

dura

nte

todo

o e

stud

o.

o

O

estu

do

foi

cond

uzid

o no

te

mpo

est

abel

ecid

o pe

lo p

roto

colo

. N

ão

houv

e n

eces

sida

de

de

inte

rrup

ção

o

A s

egur

ança

foi

est

udad

a em

pac

ient

es q

ue r

eceb

eram

pel

o m

enos

um

sa

chet

(ap

rese

ntaç

ão e

m p

ó) d

o tr

atam

ento

. o

A

efic

ácia

na

prev

ençã

o de

fra

tura

foi

ana

lisad

a po

r in

tenç

ão d

e tr

atar

(q

ue f

oi a

prin

cipa

l aná

lise

esta

tístic

a).

A in

tenç

ão d

e tr

atar

foi

apl

icad

a pa

ra

os

paci

ente

s ra

ndom

izad

os

que

tom

aram

pe

lo

men

os

um

sach

et

de

trat

amen

to e

com

pel

o m

enos

um

a av

alia

ção

após

iní

cio

do e

stud

o, d

a oc

orrê

ncia

de

frat

ura

não

vert

ebra

l (o

u se

ja,

a pr

imei

ra a

valia

ção

com

3

mes

es d

o es

tudo

).

oU

m s

ub

gru

po

po

st

ho

c d

e e

levad

o r

isco

de f

ratu

ra d

e f

êm

ur

foi

an

ali

sad

o p

ara

com

plet

ar o

s da

dos

de e

ficác

ia d

o m

edic

amen

to n

o sí

tio d

o fê

mur

. E

ste

subg

rupo

fo

i de

finid

o pe

la

idad

e de

74

an

os

ou

mai

s (f

oi

cons

ider

ado

que

a in

cidê

ncia

de

fr

atur

a do

mur

au

men

ta

exp

onen

cial

men

te d

epoi

s de

74

anos

), a

med

ida

de D

MO

de

colo

fem

oral

de

– 3

DP

que

cor

resp

onde

a u

m a

T-s

core

de

–2.4

DP

de

acor

do c

om o

s cr

itério

s da

OM

S.

o

A i

ncid

ênci

a de

pac

ient

es c

om f

ratu

ras

não-

vert

ebra

l fo

i es

timad

a d

e

acor

do c

om o

mét

odo

de K

apla

n-M

eier

e u

m m

odel

o de

Co

x fo

i usa

do p

ara

co

mpa

rar

os g

rupo

s e

estim

ar o

ris

co r

elat

ivo

e se

u in

terv

alo

de c

onfia

nça

de 9

5%.

o

Aju

stes

S

imul

tâne

os

para

co

-var

iáve

is

influ

ente

s fo

ram

co

nduz

idos

so

bre

a id

ade,

a D

MO

do

colo

fem

oral

, o

índi

ce d

e m

assa

cor

pora

l, e

o pa

ís;

o er

ro t

ipo

2 fo

i fix

ado

em 5

%.

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182

Resu

ltad

os

Even

tos a

dvers

os, lim

itaçõ

es d

o e

stu

do

eo

bserv

açõ

es

Av

ali

ar

as p

erd

as d

oestu

do

o

Mec

anis

mos

ado

tado

s pa

ra e

vita

r pe

rdas

. o

P

erce

ntua

l de

perd

as.

o

Núm

ero

de

part

icip

ante

s ac

ompa

nhad

as

até

o fin

al

do

estu

do.

o

Des

criç

ão d

o m

otiv

o da

s pe

rdas

. o

P

acie

ntes

fo

ram

ex

cluí

dos

do

estu

do

após

a

rand

omiz

ação

? P

or q

uê?

o

No

caso

de

óbito

, apr

esen

tou

as c

ausa

s.

Tem

po

de a

co

mp

an

ham

en

to

o

Des

criç

ão d

etal

hada

da

form

a de

aco

mpa

nham

ento

. o

P

erío

do d

e ac

ompa

nham

ento

ade

quad

o pa

ra a

valia

ção

do

desf

echo

?

Desfe

ch

os d

e in

tere

sse

o

Dad

os

sobr

e a

efic

ácia

do

an

tiost

eopo

rótic

o na

pr

even

ção

de

frat

ura

de

fêm

ur

(med

ida

de

risco

, in

terv

alo

de c

onfia

nça)

. o

T

axas

ob

serv

adas

de

ad

esão

e

ader

ênci

a ao

tr

atam

ento

. o

T

axa

de

even

tos

adve

rsos

obs

erva

dos

com

o u

so

do m

edic

amen

to.

o

Efe

ito d

as c

o-in

terv

ençõ

es n

o de

sfec

ho p

rimár

io,

se

for

o ca

so.

o

Foi

re

aliz

ada

anál

ise

de

subg

rupo

? Q

uais

as

va

riáve

is

cons

ider

adas

ne

stas

an

ális

es?

Alte

rou

sign

ifica

tivam

ente

os

re

sulta

dos?

H

á re

lato

se

o

núm

ero

de p

artic

ipan

tes

em c

ada

subg

rupo

per

mite

si

gnifi

cânc

ia e

stat

ístic

a?

o

Mét

odos

pa

ra

conf

irmaç

ão

da

frat

ura

de

fêm

ur

oste

opor

ótic

a.

o

Exp

licito

u os

eve

ntos

adv

erso

s m

ais

freq

üent

es e

mai

s gr

aves

? o

T

axa

de e

vent

os a

dver

sos

obse

rvad

os c

om o

uso

do

med

icam

ento

. o

A

valia

r im

plic

açõe

s do

s ev

ento

s ad

vers

os n

a se

gura

nça

do p

acie

ntes

, ad

esão

e

ader

ênci

a, e

tc.

For

am a

pres

enta

das

info

rmaç

ões

refe

rent

es à

difi

culd

ades

e li

mita

ções

do

estu

do?

Perd

as d

oestu

do

o

Das

50

91

paci

ente

s in

icia

lmen

te

recr

utad

as

e ra

ndom

izad

as,

apen

as

3320

co

mpl

etar

am

os

três

an

os

de

segu

imen

to (

uma

perd

a de

177

1 p

acie

ntes

ou

45

%).

Des

tas

perd

as,

1587

fo

ram

sa

ídas

do

es

tudo

, 25

pe

rdas

de

se

guim

ento

, 62

exc

lusõ

es a

pós

a ra

ndom

izaç

ão i

nici

al d

evid

o a

não

inge

stão

de

ne

nhum

a do

se

do

med

icam

ento

, po

ster

iorm

ente

for

am e

xclu

ídos

mai

s 97

pac

ient

es d

evid

o a

não

aval

iaçã

o da

s fr

atur

as n

ão-v

erte

bral

apó

s no

mín

imo

3 m

eses

de

estu

do.

Não

rela

tos

do q

ue a

cont

eceu

com

ess

es

paci

ente

s (p

rinci

palm

ente

as

1587

aba

ndon

os,

não

foi

refe

rido

nenh

uma

info

rmaç

ão e

m r

elaç

ão a

oco

rrên

cia

de m

orte

s e

mot

ivos

. T

ambé

m n

ão f

oi j

ustif

icad

o a

esco

lhas

dos

crit

ério

s ac

ima

para

e

xclu

ir os

pa

cien

tes

da

anál

ise

após

a

rand

omiz

ação

. o

A

“an

ális

e po

r in

tenç

ão d

e tr

atar

” fo

i re

aliz

ada

para

493

2 (9

7%)

dos

paci

ente

s.

o

Foi

rel

atad

o qu

e nã

o ho

uve

pred

omin

ânci

a de

dife

renç

a de

per

das

entr

e os

gru

pos.

T

em

po

de a

co

mp

an

ham

en

to

o

A a

nális

e do

des

fech

o pr

imár

io f

oi r

ealiz

ada

após

o ú

ltim

o pa

cien

te c

ompl

etar

3 a

nos

de s

egui

men

to.

o

Os

paci

ente

s fo

ram

aco

mpa

nhad

os a

cad

a 3m

eses

nos

6

prim

eiro

s m

eses

e,

post

erio

rmen

te a

cad

a 6

mes

es.

Desfe

ch

os d

e in

tere

sse

o

Na

anál

ise

por

inte

nção

de

trat

ar,

o ra

nela

to d

e es

trôn

cio

foi

asso

ciad

o co

m u

ma

redu

ção

de 1

6% d

e fr

atur

as n

ão-v

erte

bral

por

um

per

íodo

de

segu

imen

to d

e tr

ês a

nos

(RR

0,8

4, I

C 0

,702

-0,

995,

p 0

,04)

. o

O ri

sco

d

a o

co

rrên

cia

d

e fr

atu

ra d

e fê

mu

r n

a

po

pu

lação

an

alisad

a

po

r in

ten

ção

d

e

trata

r fo

i re

du

zid

o e

m 1

5%

, po

rém

sem

sig

nific

ânci

a es

tatís

tica,

os

aut

ores

ref

erira

m q

ue o

est

udo

não

foi

dese

nhad

o pa

ra e

sse

parâ

met

ro.

o

Na

anál

ise

post

hoc d

o su

bgru

po c

om a

lto r

isco

de

frat

ura

o tr

atam

ento

foi

ass

ocia

do c

om u

ma

redu

ção

no

risco

de

frat

ura

de f

êmur

de

36%

(R

R 0

,64.

IC

0,4

12

- 0,

997,

p 0

,046

).

o

A m

édia

de

dura

ção

da i

nges

tão

do t

rata

men

to f

oi

de 9

06±4

71 c

orre

spon

dend

o a

uma

méd

ia g

loba

l de

ad

erên

cia

de 8

2% .

o

No

subg

rupo

de

alto

ris

co a

méd

ia d

e id

ade

foi d

e 80

ano

s e

a m

édia

de

dura

ção

da in

gest

a do

tra

tam

ento

fo

i de

838±

485

corr

espo

nden

do a

um

a m

édia

glo

bal d

e ad

erên

cia

de 8

0% .

Even

tos a

dvers

os:

o

Foi

rel

atad

o qu

e o

trat

amen

to f

oi b

em t

oler

ado,

a in

cidê

ncia

de

even

tos

adve

rsos

fo

i be

m b

alan

cead

a en

tre

os d

ois

grup

os (

87,9

% n

o gr

upo

de t

rata

men

to X

88,

9 no

gr

upo

cont

role

, be

m c

om o

s ev

ento

s ad

vers

os g

rave

s (2

4,7%

vs

24

,4%

) e

com

saí

da

do e

stud

o de

vido

aos

EA

S d

e 24

,4 n

o gr

upo

do r

anel

ato

vs

21,

6 no

con

trol

e.

o

Náu

seas

(7

,2%

vs

4,

4%,

diar

réia

(6

,7%

vs

50%

, ce

falé

ia

(3,4

%

vs

2,4)

e

de

rmat

ite e

ecz

ema

(5,5

% v

s 4,

1%).

For

am n

otifi

cado

s co

m m

ais

ocor

rênc

ia n

o gr

upo

tom

ando

o r

anel

ato

no p

rimei

ros

3 m

eses

, po

ster

iorm

ente

não

hou

ve d

ifere

nça

na

ocor

rênc

ia d

e ná

usea

s e

diar

réia

ent

re o

s gr

upos

. S

into

mas

gas

troi

ntes

tinal

for

am

com

pará

veis

ent

re o

s gr

upos

. o

H

ouve

um

a le

ve d

imin

uiçã

o do

cál

cio

e um

lev

e au

men

to d

o fó

sfor

o sa

nguí

neo

em

am

bos

os g

rupo

s, m

as u

m p

ouco

mai

s ac

entu

ado

no g

rupo

do

rane

lato

. T

ambé

m

houv

e um

lige

iro d

eclín

io d

o P

TH

sér

ico

em a

mbo

s os

gru

pos,

sen

do m

ais

acen

tuad

o no

gru

po d

o R

anel

ato

de e

strô

ncio

. A

s m

udan

ças

no c

álci

o, f

ósfo

ro e

PT

H n

ão ti

vera

m

cons

eqüê

ncia

s cl

ínic

as.

Lim

itaçõ

es e

ob

serv

açõ

es:

o

A

tabe

la

pós

rand

omiz

ação

fo

i m

uito

re

duzi

da,

deix

ando

de

re

aliz

ar

uma

com

para

ção

mai

s de

talh

ada,

en

tre

os

grup

os,

de

rios

fato

res

prog

nóst

icos

re

leva

ntes

. o

N

ão h

á re

lato

sob

re o

mét

odo

de r

ando

miz

ação

. o

A

efic

ácia

do

med

icam

ento

fic

a co

ndic

iona

da a

nec

essi

dade

de

corr

eção

dos

veis

de

cálc

io e

Vit

D.

o

poss

ibili

dade

de

conf

litos

de

inte

ress

e.

o

As

perd

as n

ão f

oram

det

alha

das.

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183

o

A a

nális

e de

int

ençã

o de

tra

tar

não

foi

real

izad

a co

m t

odos

os

paci

ente

s pó

s ra

ndom

izaç

ão.

o

Hou

ve e

xclu

são

pós-

rand

omiz

ação

. o

O

est

udo

não

foi

dese

nhad

o pa

ra a

nális

e de

síti

os i

ndiv

idua

lmen

te,

port

anto

não

te

m p

oder

em

rel

ação

à a

nális

e de

ris

co d

e fr

atur

a do

fêm

ur.

o

A a

nális

e de

sub

grup

o lim

itou-

se a

pac

ient

es c

om id

ade

acim

a de

74

com

fato

res

de r

isco

adi

cion

al, o

que

lim

ita a

sua

val

idad

e ex

tern

a.

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184

RA

NE

LA

TO

DE

EST

NC

IO I

I

Aná

lise

do

estu

do q

ue a

pres

ento

u os

res

ulta

dos

de 5

ano

s do

TR

OP

OS

- R

egis

ter

et A

L. E

fect

s of

long

-ter

m s

tron

tium

ran

elat

e tr

eatm

ent o

n th

e ri

sk o

f no

nver

tebr

al f

ract

ures

in

post

men

opau

sal o

steo

poro

sis:

res

ulta

s of

a F

ive-

year

s, r

ando

miz

ed p

lace

bo-c

ontr

olle

d T

rial

. Art

hriti

s R

heau

mat

ism

. 200

8; 5

8(6)

. P 1

687-

95.

As

info

rmaç

ões

rela

cion

adas

à

popu

laçã

o, m

etod

olog

ia e

aná

lise

est

atís

tica

estã

o de

scri

tos

no e

stud

o ap

rese

ntad

o an

teri

orm

ente

, por

tant

o o

quad

ro a

baix

o ap

rese

ntar

á a

anál

ise

apen

as d

os r

esul

tado

s

Resu

ltad

o

Even

tos a

dvers

os, lim

itaçõ

es d

o e

stu

do

eo

bserv

açõ

es

Av

ali

ar

as p

erd

as d

oestu

do

o

Mec

anis

mos

ado

tado

s pa

ra e

vita

r pe

rdas

. o

P

erce

ntua

l de

perd

as.

o

Núm

ero

de

part

icip

ante

s ac

ompa

nhad

as

até

o fin

al d

o es

tudo

. o

D

escr

ição

do

mot

ivo

das

perd

as.

o

Pac

ient

es f

oram

exc

luíd

os d

o es

tudo

apó

s a

rand

omiz

ação

? P

or q

uê?

o

No

caso

de

óbito

, apr

esen

tou

as c

ausa

s.

Tem

po

de a

co

mp

an

ham

en

to

o

Des

criç

ão

deta

lhad

a da

fo

rma

de

Desfe

ch

os d

e in

tere

sse

o

Dad

os

sobr

e a

efic

ácia

do

an

tiost

eopo

rótic

o na

pr

even

ção

de

frat

ura

de

fêm

ur

(med

ida

de

risco

, in

terv

alo

de c

onfia

nça)

. o

T

axas

ob

serv

adas

de

ad

esão

e

ader

ênci

a ao

tra

tam

ento

. o

T

axa

de

eve

ntos

ad

vers

os

obse

rvad

os

com

o

uso

do

med

icam

ento

. o

E

feito

da

s co

-inte

rven

ções

no

de

sfec

ho p

rimár

io, s

e fo

r o

caso

.

o

Exp

licito

u os

eve

ntos

adv

erso

s m

ais

freq

üent

es e

mai

s gr

aves

? o

T

axa

de e

vent

os a

dver

sos

obse

rvad

os c

om o

uso

do

med

icam

ento

. o

A

valia

r im

plic

açõe

s do

s ev

ento

s ad

vers

os n

a se

gura

nça

do p

acie

ntes

, ade

são

e ad

erên

cia,

etc

. o

F

oram

apr

esen

tada

s in

form

açõe

s re

fere

ntes

à d

ificu

ldad

es e

lim

itaçõ

es d

o es

tudo

?

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185

acom

panh

amen

to.

o

Per

íodo

de

ac

ompa

nham

ento

ad

equa

do

para

ava

liaçã

o do

des

fech

o?

o

Foi

rea

lizad

a an

ális

e de

sub

grup

o?

Qua

is

as

variá

veis

co

nsid

erad

as

nest

as

anál

ises

? A

ltero

u si

gnifi

cativ

amen

te o

s re

sulta

dos?

rela

to s

e o

núm

ero

de p

artic

ipan

tes

em

cada

su

bgru

po

perm

ite

sign

ificâ

ncia

est

atís

tica?

o

M

étod

os

para

co

nfirm

ação

da

fr

atur

a de

fêm

ur o

steo

poró

tica.

P

erd

as d

o e

stu

do

o

Das

50

91

paci

ente

s in

icia

lmen

te

recr

utad

as

e ra

ndom

izad

as,

apen

as

2714

co

mpl

etar

am

os

cinc

o an

os

de

segu

imen

to

(um

a pe

rda

de 2

377

pac

ient

es)

o

A

“a

nális

e po

r in

tenç

ão

de

trat

ar”

foi

real

izad

a po

r 49

35 (

97%

) p

acie

ntes

. o

F

oi

rela

tado

qu

e nã

o

houv

e

pred

omin

ânci

a de

dife

renç

a de

per

das

entr

e os

gr

upos

.

E

tam

bém

o ho

uve

gran

des

dife

renç

as d

os m

otiv

os o

bser

vado

s no

s tr

ês

anos

e n

os 5

ano

s de

seg

uim

ento

.

Tem

po

de a

co

mp

an

ham

en

to

o

A

anál

ise

do

desf

echo

pr

imár

io

foi

real

izad

a ap

ós o

últi

mo

paci

ente

com

plet

ar 5

an

os d

e se

guim

ento

. o

O

s pa

cien

tes

fora

m

acom

panh

ados

a

cada

3

mes

es

nos

6 pr

imei

ros

mes

es

e,

post

erio

rmen

te a

cad

a 6

mes

es.

Desfe

ch

os d

e in

tere

se a

s 5

an

os

o

Na

anál

ise

por

inte

nção

de

trat

ar, o

ra

nela

to d

e es

trôn

cio

foi a

ssoc

iado

com

um

a re

duçã

o de

15%

de

frat

uras

não

-ve

rteb

ral

por

um

perí

odo

de

se

guim

ento

de

três

ano

s (R

R

0,85

, IC

0,

73 -

0,99

p 0

,032

).

oN

a

an

áli

se

po

st

ho

c

do

su

bg

rup

o c

om

alt

o r

isco

de f

ratu

ra

o

trata

men

to

foi

asso

cia

do

co

m

um

a

red

ução

no

ris

co

de f

ratu

ra d

e f

êm

ur

de 43%

(R

R 0,5

7.

IC 0,3

3 -

0,9

7,

p

0,0

36).

Even

tos a

dvers

os:

o

Foi

rel

atad

o qu

e o

trat

amen

to f

oi b

em t

oler

ado,

a in

cidê

ncia

de

eve

ntos

adv

erso

s fo

i bem

bal

ance

ada

entr

e os

doi

s gr

upos

(95

,3%

no

grup

o de

trat

amen

to X

94,

9 no

gru

po c

ontr

ole.

o

A

inci

dênc

ia d

e ev

ento

s ad

vers

os g

rave

s fo

i de

30,9

% n

o gr

upo

do r

anel

ato

e d

e 3

0,0%

no

cont

role

. o

N

áuse

as (

7,8%

vs

4,8%

, di

arré

ia (

7,2%

vs

5,45

%,

cefa

léia

(3,

6%

vs

2,7

)e d

erm

atite

(2,3

% v

s 2,

0%).

e

ecze

ma

(2,0

% v

s 1,

5%),

fora

m m

ais

freq

üent

es n

o gr

upo

rane

lato

que

no

plac

ebo.

o

O

s no

vos

caso

s de

cad

a si

ntom

a no

s 2

anos

fina

is fo

i bem

bal

ance

ado

entr

e os

doi

s gr

upos

. L

imit

açõ

es e

ob

serv

açõ

es:

o

A t

abel

a pó

s ra

ndom

izaç

ão é

mui

to r

eduz

ida,

dei

xand

o de

rea

lizar

um

a co

mpa

raçã

o m

ais

deta

lhad

a, e

ntre

os

grup

os,

de v

ário

s fa

tore

s pr

ognó

stic

os r

elev

ante

s.o

N

ão h

á re

lato

sob

re o

mét

odo

de r

ando

miz

ação

. o

A

efic

ácia

do

med

icam

ento

fica

con

dici

onad

a a

nece

ssid

ade

de c

orre

ção

dos

níve

is d

e cá

lcio

e V

it D

. o

H

á co

nflit

o de

inte

ress

e.

o

As

perd

as n

ão f

oram

det

alha

das.

o

A

aná

lise

de in

tenç

ão d

e tr

atam

ento

não

foi r

ealiz

ada

com

tod

os o

s pa

cien

tes

pós

rand

omiz

ação

.; o

H

ouve

exc

lusã

o pó

s-ra

ndom

izaç

ão.

o

O e

stud

o nã

o fo

i des

enha

do p

ara

anál

ise

de s

ítios

indi

vidu

alm

ente

, por

tant

o nã

o te

m p

oder

em

rel

ação

à a

nális

e de

ris

co d

e fr

atur

a do

fêm

ur.

o

A a

nális

e de

sub

grup

o lim

itou-

se a

pac

ient

es

com

ida

de a

cim

a de

70

anos

ou

ent

re 7

0-74

com

fat

ores

de

risco

ad

icio

nal.

Por

tant

o es

te e

stud

o nã

o po

de s

er in

clui

ndo

na a

nális

e de

dec

isão

pro

post

a.

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186

ÁC

IDO

ZO

LE

DR

ÔN

ICO

Refe

rên

cia

Ob

jeti

vo

s d

o e

stu

do

Desen

ho

do

estu

do

Cri

téri

os d

e in

clu

são

eexclu

são

oO

bje

tivo

d

a

an

áli

se:

Ava

liar

nova

s ev

idên

cias

do

ben

efíc

io d

o us

o de

do

Cál

cio

e V

itam

ina

D

na

prev

ençã

o pr

imár

ia

de

frat

uras

de

mur

em

m

ulhe

res

na

pós-

men

opau

sa

Avali

ar

Desen

ho

do

estu

do

o

Ens

aios

Clín

icos

Ran

dom

izad

os c

ontr

olad

os, d

uplo

-ceg

os.

o

Mét

odo

de r

ando

miz

ação

det

alha

do.

o

Des

criç

ão d

o pr

oces

so d

e ce

gam

ento

rea

lizad

o no

est

udo.

o

Lo

cal d

e re

aliz

ação

do

estu

do.

o

Ref

erên

cia

sobr

e pr

otoc

olo

do e

stud

o A

vali

ar

cara

cte

rização

da p

op

ula

ção

o

M

ulhe

res

na p

ós-m

enop

ausa

. o

T

aman

ho d

a am

ostr

a e

onde

fora

m r

ecru

tado

s os

par

ticip

ante

s.

o

Idad

e m

édia

dos

pac

ient

es.

o

Tem

po d

e ac

ompa

nham

ento

. o

A

pres

enta

ção

da t

abel

a pó

s-ra

ndom

izaç

ão,

onde

dev

e co

nsta

r fa

tore

s pr

ognó

stic

os p

ara

frat

ura

de fê

mur

(co

nfor

me

prot

ocol

o)A

vali

ar

desfe

ch

os d

e in

tere

sse p

ara

a a

náli

se d

e d

ecis

ão

o

D

esfe

cho

prim

ário

: fr

atur

a de

fêm

ur.

o

Mét

odos

par

a co

nfirm

ação

da

frat

ura

de f

êmur

ost

eopo

rótic

a (r

adio

lógi

cos)

. o

D

esfe

chos

se

cund

ário

s:

ocor

rênc

ia

de

even

tos

adve

rsos

, ad

esão

e

ader

ênci

a ao

tr

atam

ento

. o

E

stud

os q

ue a

pres

ente

m fr

atur

a de

fêm

ur c

omo

desf

echo

sec

undá

rio s

erão

ava

liado

s.

o

Ava

liar

se h

ouve

des

criç

ão c

lara

dos

crit

ério

s de

in

clus

ão e

exc

lusã

o ad

otad

os.

o

Ava

liar

os

poss

ívei

s vi

eses

re

laci

onad

os

aos

crité

rios

de

incl

usão

e

excl

usão

ad

otad

os,

cons

ider

ando

os

fato

res

prog

nóst

icos

da

frat

ura

de

fêm

ur;

o us

o pr

évio

de

outr

os a

ntio

steo

poró

ticos

; os

tios

de

frat

uras

pr

évia

s e

pres

ença

de

co

mor

bida

des.

Den

nis.

at

al.

Onc

e-Y

early

Z

oled

roni

c A

cid

for

Tre

atm

ent

of

Pos

tmen

opau

sal

Ost

eopo

rosi

s.

N

Eng

l J

Med

200

7;35

6:18

09-2

2.

o

Ava

liar

os

efei

tos

do

ácid

o zo

ledr

ônic

o no

ris

co

de

frat

ura

dura

nte

um p

erío

do d

e 3

anos

.

o

Ens

aio

clín

ico

rand

omiz

ado,

mul

ticên

tric

o in

tern

acio

nal,

dupl

o ce

go,

plac

ebo

cont

rola

do d

e m

ulhe

res

na p

ós-

men

opau

sa .

388

9 f

oram

ran

dom

izad

as p

ara

rece

bere

m

uma

dose

si

mpl

es d

e 5m

g de

áci

do z

oled

rôni

co e

m 1

5 m

inut

os d

e in

fusã

o no

iní

cio

do e

stud

o, a

pós

12 m

eses

e a

pós

24 m

eses

, e

3876

for

am a

loca

das

para

rec

eber

em p

lace

bo.

o

Tip

o de

ra

ndom

izaç

ão

- de

fe

vere

iro

de

2002

a

junh

o de

20

03,

os

pa

cien

tes

fora

m

rand

omiz

ados

pel

o m

éto

do

d

e ra

nd

om

ização

p

erm

uta

da em

b

loco

s p

or

estr

ato

. A

úl

tima

visi

ta d

e ac

ompa

nham

ento

oco

rreu

em

15

de ju

nho

de 2

006

o

Os

paci

ente

s fo

ram

alo

cad

os

em

d

ois

estr

ato

s

com

ba

se

no

uso

ou

não

de

antio

steo

poró

ticos

. �

Estr

ato

1

- pa

cien

tes

sem

u

so

d

e

an

tio

ste

op

oró

tico

n

o

mo

men

to

da

ran

do

miz

ação

.�

Estr

ato

2 -

pac

ient

es q

ue e

sta

vam

to

man

do

alg

um

an

tio

ste

op

oró

tico

perm

itid

o

no

estu

do

n

o

mo

men

to

da

ran

do

miz

ação

, q

uais

seja

m

-te

rapi

a ho

rmon

al,

ralo

xife

no,c

alci

toni

na,

tibol

ona,

tam

oxife

no,

dehy

droe

pian

dros

tero

ne,

iprif

lavo

ne,

and

med

roxy

prog

este

rone

. o

O

desfe

ch

o p

rim

ári

o -

nov

a fr

atur

a ve

rteb

ral

(em

pac

ient

es d

o es

trat

o 1)

e

fratu

ra d

e

fêm

ur

em to

dos

paci

ente

s (e

stra

to 1

e 2

) o

O

s d

esfe

ch

os s

ecu

nd

ári

os s

ão –

alg

uma

frat

ura

não-

vert

ebra

l, al

gum

a fr

atur

a cl

ínic

a e

algu

ma

frat

ura

vert

ebra

l cl

ínic

a, s

egur

ança

, m

udan

ça n

a d

ensi

dade

min

eral

óss

ea d

o fe

mur

, do

col

o fe

mur

al e

da

colu

na l

mba

r, m

udan

ças

nos

mar

cado

res

de t

unov

er

ósse

o

(tel

opep

tideo

-C s

éric

o do

col

ágen

o tip

o I

e f

osfa

tase

alc

alin

a ós

so-e

spec

ífica

e p

eptíd

eo N

-te

rmin

al

do

colá

geno

tip

o I)

e

(ess

es

últim

os

desf

echo

s nã

o se

rão

desc

ritos

Inclu

são

o

Mul

here

s na

pós

-men

opau

sa c

om i

dade

ent

re

65 e

89

anos

que

tin

ham

DM

O -

2,5

DP

ou

men

os

med

ida

no c

olo

fem

ural

, co

m o

u se

m e

vide

ncia

de

pos

suir

fra

tura

ver

tebr

al,

ou c

om u

m T

-sco

re

de -

1,5

DP

ou

men

os,

com

evi

denc

ia r

adio

lógi

ca

de p

elo

men

os d

uas

frat

uras

ver

tebr

ais

leve

ou

uma

frat

ura

vert

ebra

l mod

erad

a.

o

Foi

pe

rmiti

do

o us

o pr

évio

de

bi

fosf

onad

os

cont

anto

que

hou

vess

e um

per

íodo

do

Was

hout

ad

equa

do -

a

dep

ende

r do

tem

po d

o u

so p

révi

o (e

x. U

so p

or m

ais

de 4

8 se

man

as f

oi r

eque

rido

2 an

os d

e w

asho

ut).

o

Fo

ram

ad

mit

idas p

ara

o e

stu

do

mu

lhere

s e

m

uso

de o

utr

os a

nti

oste

op

oró

tico

s (

no i

níci

o do

es

tudo

e d

uran

te o

seg

uim

ento

)

Exclu

são

o

A

lgum

uso

pré

vio

de h

orm

ônio

par

adiro

idia

no o

u

sodi

um f

luor

ide,

uso

de

este

róid

es a

naer

óbic

os

ou h

orm

ônio

do

cres

cim

ento

até

6 m

eses

ant

es

de

inic

iar

o es

tudo

ou

co

rtic

oste

róid

e or

al

ou

veno

so a

ntes

de

12 m

eses

do

iníc

io d

o es

tudo

e

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187

deta

lhad

amen

te n

os r

esul

tado

s p

or n

ão s

erem

de

inte

ress

e pa

ra o

obj

etiv

o pr

opos

to n

o pr

otoc

olo

de a

valia

ção

dess

e es

tudo

) o

O

re

lato

de

fr

atur

a nã

o ve

rteb

ral

requ

ereu

co

nfirm

ação

pe

lo

cent

ro

coor

dena

dor

da

Uni

vers

idad

e de

São

Fra

ncis

co.

o

A m

edid

a da

DM

O p

or

DE

XA

do

fêm

ur f

oi r

ealiz

ada

no

iníc

io d

o es

tudo

com

6,

12 e

24

mes

es.

o

Tod

os o

s in

vest

igad

ores

que

rea

lizar

am a

ava

liaçã

o do

de

sfec

ho e

ram

ceg

ados

em

re

laçã

o a

qual

gru

po p

erte

ncia

m o

s pa

cien

tes.

. o

A

s ra

diog

rafia

s da

col

una

late

ral f

oram

obt

idas

no

iníc

io d

o es

tudo

e n

os m

eses

12,

24 e

36

ou a

qua

lque

r m

omen

to e

m n

o ca

so d

e no

va f

ratu

ra v

erte

bral

(pa

cien

tes

do e

stra

to 1

) e

no

iníc

io e

com

36

mes

es o

u na

oco

rrên

cia

do d

esfe

cho

para

pac

ient

es d

o es

trat

o 2.

o

O

s in

vest

igad

ores

e c

oord

enad

ores

não

sab

iam

sob

re q

ual

grup

o de

est

udos

que

os

paci

ente

s pe

rten

ciam

qua

nto

ao r

esul

tado

das

imag

ens

real

izad

as n

o se

guim

ento

. o

A

se

gura

nça

foi

aval

iada

at

ravé

s do

re

lato

de

to

dos

os

even

tos

adve

rsos

,

even

tos

adve

rsos

grav

es

e po

r e

xam

e fís

ico,

re

gula

r m

ediç

ão

dos

sina

is

vita

is,

e re

gula

r ac

ompa

nham

ento

do

s va

lore

s he

mat

ológ

icos

, bi

oquí

mic

os

e ,

urin

ário

s.

Os

even

tos

adve

rsos

for

am c

ateg

oriz

ados

de

acor

do c

om o

s có

digo

s us

ados

no

M

edic

al D

ictionary

for

Regula

tory

Activitie

s (

Med

DR

A).

o

F

oi r

ealiz

ado

um J

ulga

men

to o

u re

visã

o po

r pe

ritos

par

a as

vár

ias

cate

goria

s de

eve

ntos

ad

vers

os,

incl

uind

o ev

ento

s oc

ular

es,

oste

onec

rose

da

m

andí

bula

, hi

poca

lcem

ia,

even

tos

rena

is,

cica

triz

ação

inco

mpl

eta

de f

ratu

ra,

even

tos

card

iova

scul

ares

, os

teon

ecro

se

e fê

mur

e jo

elho

e m

orte

uso

prév

io d

e ra

nela

to d

e es

trôn

cio.

o

P

acie

ntes

com

nív

el s

éric

o de

mai

s de

2,7

5 m

mol

po

r lit

ro

ou

men

os

que

2,0.

paci

ente

s co

m

cle

ara

nce d

e cr

eatin

ina

de m

enos

que

30,

0 m

l po

r m

inut

o em

dua

s m

edid

as o

u pa

cien

tes

com

+

2 pr

oteí

nas

na

urin

a se

m

evid

enci

a de

co

ntam

inaç

ão o

u ba

cter

iúria

.

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188

An

áli

se d

a t

ab

ela

s-r

an

do

miz

ação

oE

sq

uem

a d

e t

rata

men

toA

sp

ecto

s é

tico

sT

ipo

de a

nálise

o

Ava

liar

a ta

bela

s-ra

ndom

izaç

ão,

obse

rvan

do

se

fora

m

apre

sent

ados

os

fa

tore

s pr

ognó

stic

os m

ais

rele

vant

es,

quai

s se

jam

: fu

nção

neu

rom

uscu

lar,

funç

ão v

isua

l, D

MO

, id

ade,

his

tória

de

frat

ura

prév

ia,

uso

de

cert

os

med

icam

ento

s (a

nsio

lític

os,

benz

odia

zep

ínic

os),

hi

stór

ia

mat

erna

de

fr

atur

a de

fêm

ur, e

ntre

out

ros.

o

Des

criç

ão

das

inte

rven

ções

, po

solo

gia,

te

mpo

de

trat

amen

to.

o

Des

criç

ão d

etal

hada

das

co-

inte

rven

ções

(e

xem

plo,

vi

tam

ina

D

e cá

lcio

e

outr

os

med

icam

ento

s.

o

Con

trol

e ex

tern

o.

o

Exp

licito

u co

nflit

os d

e in

tere

sse?

o

E

xplic

itou

as fo

ntes

de

finan

ciam

ento

? o

E

xplic

itou

se

houv

e ne

cess

idad

e de

in

terr

ompe

r o

estu

do e

o m

otiv

o pa

ra is

so?

o

Mét

odos

es

tatís

ticos

ut

iliza

dos

para

co

mpa

rar

os

grup

os

estu

dado

s.

o

Inte

rval

o de

con

fianç

a; P

val

or; t

este

s es

tatís

ticos

. o

V

erifi

car

se h

ouve

aná

lise

esta

tístic

a po

r in

tenç

ão d

e tr

atar

. o

V

erifi

car

se h

ouve

pla

neja

men

to d

e an

ális

e de

sub

grup

o.

o

Ver

ifica

r se

ap

rese

ntou

in

form

açõe

s re

laci

onad

as

ao

pode

r es

tatís

tico

do e

stud

o.

o

Apr

esen

tado

ta

bela

s-ra

ndom

izaç

ão

com

os

se

guin

tes

fato

res

prog

nóst

icos

: id

ade,

índi

ce d

e m

assa

cor

pora

l, re

gião

de

habi

taçã

o (le

ste

euro

peu,

oes

te e

urop

eu,

Am

éric

a do

nor

te,

Am

eric

a do

sul

, Á

sia)

, T

-sco

re

de

colo

fe

mor

al,

DM

O

(em

g/

cm3)

, ex

istê

ncia

de

fr

atur

a ve

rteb

ral,

uso

prév

io

de

med

icam

ento

s (a

ntio

steo

poró

ticos

).

o

Não

fo

ram

co

nsid

erad

os

outr

os

fato

res

prog

nóst

icos

impo

rtan

tes.

o

Infu

são

anua

l de

5m

g de

ác

ido

zole

drôn

ico

por

3 an

os

em i

nfus

ão d

e 15

m

inut

os (

dia

0, e

m 1

2 m

eses

e e

m 2

4 m

eses

).

Em

ad

ição

to

dos

os

paci

ente

s re

cebe

ram

com

plem

enta

ção

de c

álci

o or

al

diár

ia d

e 10

00 a

150

0 m

g e

vita

min

a D

de

40

0 a

1200

UI.

o

O

s pa

cien

tes

fora

m

mon

itora

dos

por

3 an

os c

om t

elef

onem

as t

rimes

trai

s e

visi

tas

clín

icas

nos

mes

es 6

, 12

,24

e 36

.

o

O

estu

do

foi

patr

ocin

ado

pela

N

ovar

tis

Pha

rma.

o

O

est

udo

foi d

esig

nado

em

con

junt

amen

te

por

mem

bros

de

um c

omitê

dire

tivo

e do

pa

troc

inad

or.

O

patr

ocin

ador

te

ve

a re

spon

sabi

lidad

e pe

la c

olet

a do

s da

dos

e do

con

trol

e da

qua

lidad

e. U

ma

agen

da d

e m

onito

rizaç

ão

dos

dado

s e

segu

ranç

a

inde

pend

ente

s re

unia

m-s

e a

cada

m

eio

ano

para

su

perv

isio

nar

a co

nduç

ão

do

estu

do e

seg

uran

ça d

os p

acie

ntes

o

U

ma

cópi

a do

Bac

o de

dad

os d

o es

tudo

er

a pe

riodi

cam

ente

tr

ansf

erid

a pa

ra

a U

nive

rsid

ade

da

Cal

ifórn

ia -

US

CF

o

A

s an

ális

es

para

pu

blic

ação

do

es

tudo

fo

ram

de

resp

onsa

bilid

ade

conj

unta

s do

s re

pres

enta

ntes

do

pa

troc

inad

or

e do

s pe

squi

sado

res

da U

CS

F.

o

As

anál

ises

do

s da

dos

orig

inai

s fo

ram

ex

ecut

adas

pel

o pa

troc

inad

or,

mas

for

am

inde

pend

ente

men

te

conf

irmad

as

pelo

s pe

squi

sado

res

da U

CS

F.

o

foi m

onito

rizad

a de

form

a ce

ntra

l e s

e

perd

a de

DM

O d

o fê

mur

tot

al d

e um

pa

cien

te e

xced

eu 8

%

em 1

ano

ou

10%

em

2 a

nos,

o s

ítio

foi n

otifi

cado

, e

o pa

cien

te a

cons

elho

u qu

anto

ao

uso

de

outr

as o

pçõe

s al

tern

ativ

as

de t

rata

men

to

o

A a

nális

e de

efic

ácia

foi

por

inte

nção

de

trat

ar -

incl

uiu

todo

s os

pa

cien

tes

que

tinha

m s

ido

rand

omiz

ados

(in

tenç

ão d

e tr

atar

),

com

exc

eção

de

29 p

acie

ntes

orig

inár

ios

de u

m

cent

ro q

ue

ence

rrou

a s

ua p

artic

ipaç

ão d

uran

te o

est

udo.

o

O

s pa

cien

tes

que

rece

bera

m

pelo

m

enos

um

a in

fusã

o do

m

edic

amen

to fo

ram

incl

uído

s na

aná

lise

de s

egur

ança

. o

O

pla

no p

ara

a an

ális

e de

dad

os,

que

foi d

esen

volv

ido

ante

s do

ce

gam

ento

, pr

é-es

peci

ficou

toda

s as

aná

lises

est

atís

ticas

. o

A

inci

dênc

ia d

e ev

ento

s ad

vers

os f

oi c

ompa

rada

s co

m o

uso

do

test

e ex

ato

de f

ishe

r.

o

Um

a an

ális

e in

terin

a do

s do

is

desf

echo

s pr

imár

ios

foi

cond

uzid

a pa

ra o

s da

dos

e se

gura

nça.

o

O

s ní

veis

fin

ais

de s

igni

ficân

cia

fora

m a

just

ados

de

acor

do c

om

o va

lor

de P

= 0

.049

6 pa

ra f

ratu

ra

vert

ebra

l e P

= 0

.040

6 pa

ra

frat

ura

de f

êmur

. P

ara

todo

s os

out

ros

test

es o

val

or d

e P

de

0.

05

ou

men

os

foi

cons

ider

ado

para

in

dica

r a

sign

ificâ

ncia

es

tatís

tica.

O

est

udo

tinha

um

pod

er d

e 90

% (

com

pos

sibi

lidad

e de

err

o de

0.

05)

para

det

ecta

r um

a re

duçã

o de

50%

de

fra

tura

ver

tebr

al

mor

fom

étric

a no

gr

upo

trat

ado

, as

sum

indo

um

a in

cidê

ncia

an

ual

de

1.9%

no

gr

upo

plac

ebo,

co

m

2252

pa

cien

tes

no

estr

ato

1 (n

úmer

o o

rigin

alm

ente

pro

jeta

do).

C

om 7

400

paci

ente

s, o

tes

te d

e lo

g-ra

nk t

inha

um

pod

er d

e

90%

par

a de

tect

ar u

ma

redu

ção

de 5

0%

na i

ncid

ênci

a de

fr

atur

a de

fêm

ur,

assu

min

do u

ma

razã

o d

e 1.

8% p

ara

o g

rupo

pl

aceb

o.

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189

Resu

ltad

os

Even

tos a

dvers

os, lim

itaçõ

es e

ob

serv

açõ

es

Av

ali

ar

as p

erd

as d

oestu

do

o

Mec

anis

mos

ado

tado

s pa

ra e

vita

r pe

rdas

. o

P

erce

ntua

l de

perd

as.

o

Núm

ero

de p

artic

ipan

tes

acom

panh

adas

até

o fi

nal d

o es

tudo

. o

D

escr

ição

do

mot

ivo

das

perd

as.

o

Pac

ient

es f

oram

exc

luíd

os d

o es

tudo

apó

s a

rand

omiz

ação

? P

or q

uê?

o

No

caso

de

óbito

, apr

esen

tou

as c

ausa

s.

Tem

po

de a

co

mp

an

ham

en

to

o

Des

criç

ão d

etal

hada

da

form

a de

aco

mpa

nham

ento

. o

P

erío

do d

e ac

ompa

nham

ento

ade

quad

o pa

ra a

valia

ção

do d

esfe

cho?

Desfe

ch

os d

e in

tere

sse

o

Dad

os

sobr

e a

efic

ácia

do

an

tiost

eopo

rótic

o na

pr

even

ção

de f

ratu

ra d

e fê

mur

(m

edid

a de

ris

co e

inte

rval

o de

co

nfia

nça)

. o

T

axas

obs

erva

das

de a

desã

o e

ader

ênci

a ao

trat

amen

to.

o

Tax

a de

e

vent

os

adve

rsos

ob

serv

ados

co

m

o us

o do

m

edic

amen

to.

o

Efe

ito d

as c

o-in

terv

ençõ

es n

o de

sfec

ho

prim

ário

, se

fo

r o

caso

. o

F

oi

real

izad

a an

ális

e de

su

bgru

po?

Qua

is a

s va

riáve

is

cons

ider

adas

nes

tas

anál

ises

? A

ltero

u si

gnifi

cativ

amen

te

os

resu

ltado

s?

rela

to

se

o nú

mer

o de

pa

rtic

ipan

tes

em

cada

su

bgru

po

perm

ite

sign

ificâ

ncia

est

atís

tica?

o

M

étod

os p

ara

conf

irmaç

ão d

a fr

atur

a de

fêm

ur o

steo

poró

tica.

o

Exp

licito

u os

eve

ntos

adv

erso

s m

ais

freq

üent

es e

mai

s gr

aves

? o

T

axa

de e

vent

os a

dver

sos

obse

rvad

os c

om o

uso

do

med

icam

ento

. o

A

valia

r im

plic

açõe

s do

s ev

ento

s ad

vers

os n

a se

gura

nça

do p

acie

ntes

, ade

são

e ad

erên

cia,

etc

. F

oram

apr

esen

tada

s in

form

açõe

s re

fere

ntes

à d

ificu

ldad

es e

lim

itaçõ

es d

o es

tudo

?

o

Foi

ap

rese

ntou

es

quem

a de

se

leçã

o,

excl

usão

e

incl

usão

da

s pa

rtic

ipan

tes

e pe

rdas

ao

long

o do

est

udo.

o

U

m t

otal

de

7765

mul

here

s fo

ram

ran

dom

izad

as -

38

89 p

ara

rece

ber

ácid

o zo

ledr

ônic

o e

3876

par

a re

cebe

r o

plac

ebo.

A a

nális

e de

efic

ácia

in

clui

u 77

36 p

acie

ntes

(99

.6%

) e

a an

ális

e de

seg

uran

ça i

nclu

iu 7

714

paci

ente

s (9

9.3%

) o

A

med

ia d

e id

ade

foi

de 7

3 an

os

com

apr

oxim

adam

ente

met

ade

das

mul

here

s pr

oven

ient

es d

a E

urop

a e

a o

utra

met

ade

da A

mér

ica

do

nort

e,

da A

mér

ica

do S

ul e

da

Ási

a.

o

Os

paci

ente

s fo

ram

ac

ompa

nhad

os

por

3 an

os.

A

conc

lusã

o de

se

guim

ento

foi

def

inid

a co

mo

rece

bim

ento

de

uma

infu

são

no i

níci

o do

es

tudo

e c

olab

oraç

ão

nas

visi

tas.

o

U

m

tota

l de

65

17

(84%

) pa

cien

tes

foi

acom

panh

ado

até

o fin

al

do

estu

do. U

m t

otal

de

6260

pac

ient

es (

81%

) r

eceb

eram

as

três

dos

es.

o

As

prin

cipa

is r

azõe

s pa

ra o

s pa

cien

tes

nos

dois

gru

pos

estu

dado

s nã

o co

mpl

etar

am

o ac

ompa

nham

ento

fo

ram

os

ev

ento

s ad

vers

os,

a de

sist

ênci

a do

con

sent

imen

to, a

per

da d

o ac

ompa

nham

ento

, e a

mor

te.

o

29 p

acie

ntes

(14

no

grup

o do

áci

do z

oled

rôni

co -

15

no g

rupo

pla

cebo

) fo

ram

exc

luíd

os d

e to

das

as a

nális

es,

porq

ue a

par

ticip

ação

do

seu

o

A i

ncid

ênci

a de

trê

s an

os d

e fr

atur

a ve

rteb

ral

mor

fom

étric

a fo

i de

10

.9%

(e

nvol

vend

o 3

10 m

ulhe

res)

no

gr

upo

plac

ebo

vers

os

3.3%

(9

2 m

ulhe

res)

no

grup

o de

tr

atam

ento

, um

a re

duçã

o de

70%

(R

R

de

0.30

; IC

0.24

a

0.38

).A

re

duçã

o fo

i si

mila

r ap

ós 1

e

2 an

os

(6

0%

e 71

%,

resp

ectiv

amen

te).

o

A i

ncid

ên

cia

de f

ratu

ra d

o

fêm

ur

foi

de

2.5

%

(88

mu

lhere

s

no

g

rup

o

pla

ceb

o)

e

1.4

%

(52

mu

lhere

s)

no

g

rup

o

de

trata

men

to,

Ou

seja

, h

ou

ve

um

a

red

ução

d

o

risco

d

e

Even

tos a

dvers

os

o

Os

cinc

o si

ntom

as m

ais

rela

tado

s qu

e oc

orre

ram

trê

s di

as a

pós

a in

fusã

o da

dro

ga (

sint

omas

s-do

se)

em e

stud

o fo

ram

: p

irexi

a, s

into

mas

sem

elha

ntes

ao

da in

fluen

za,

mia

lgia

, ce

falé

ia e

ar

tral

gia.

Ess

es s

into

mas

for

am a

nalis

ados

indi

vidu

alm

ente

e a

grup

ados

.. o

A

fre

qüên

cia

dess

es s

into

mas

foi

sig

nific

ativ

amen

te m

aior

no

grup

o de

áci

do z

oled

rôni

co d

o qu

e no

gr

upo

pl

aceb

o,

mas

o

núm

ero

de

sint

omas

di

min

uiu

subs

tanc

ialm

ente

ap

ós

infu

sões

su

bseq

üent

es.

o

Out

ros

sint

omas

men

os c

omun

s in

clui

ndo

cala

frio

s, n

áuse

as,

dor

ósse

a e

dor

nas

cost

as,

fora

m

rela

tado

s co

m

mai

or

freq

üênc

ia

no

gru

po

do

ácid

o zo

ledr

ônic

o,

poré

m

fora

m

gera

lmen

te

refe

ridos

com

o le

ves

a m

oder

ados

e r

esol

vera

m d

entr

o de

3 d

ias.

o

U

m t

otal

de

559

paci

ente

s su

bmet

eram

-se

a um

ele

troc

ardi

ogra

ma

ante

s da

infu

são

e co

m

9 a

11 d

ias

após

a in

fusã

o da

dro

ga.

o

Pac

ient

es q

ue e

stav

am t

oman

do m

edic

açõe

s as

soci

adas

ao

prol

onga

men

to d

o in

terv

alo

QT

- fo

ram

exc

luíd

as d

este

sub

-est

udo.

o

O

núm

ero

de p

acie

ntes

que

tiv

eram

arr

itmia

s no

gru

po d

o ác

ido

zole

drôn

ico

foi

de

(266

pa

cien

tes,

ou

6,9%

)sig

nific

ativ

amen

te m

ais

elev

ado

do q

ue n

o gr

upo

plac

ebo

(203

pac

ient

es,

ou

5,3%

; P =

0,0

03).

o

F

ibril

ação

atr

ial g

rave

foi

mai

s co

mum

ent

re p

acie

ntes

tom

ando

o m

edic

amen

to.

Um

tot

al d

e 50

pa

cien

tes

no

grup

o do

ác

ido

zole

drôn

ico

tiver

am

Fib

rilaç

ão

atria

l sé

ria

(1,3

%),

qu

ando

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190

cent

ro d

e re

crut

amen

to f

oi e

ncer

rada

, de

vido

a q

uest

ões

rela

cion

adas

co

m a

con

fiabi

lidad

e de

dad

os.

o

22 p

acie

ntes

nos

doi

s gr

upos

que

não

rec

eber

am o

med

icam

ento

no

iníc

io d

o es

tudo

for

am e

xclu

ídos

da

anál

ise

de s

egur

ança

, m

as f

oram

in

cluí

dos

na a

nális

e de

efic

ácia

. o

O

seg

uim

ento

dev

ido

a um

eve

nto

adve

rso

não

dife

riu s

igni

ficat

ivam

ente

en

tre

os d

ois

grup

os

o

O e

stud

o nã

o fa

z ne

nhum

rel

ato

de p

erda

s po

r m

orte

s e

a ca

usa

das

mes

mas

.Não

rela

to d

e m

ecan

ism

os a

dota

dos

para

evi

tar

perd

as.

oco

rrên

cia

d

e

fratu

ra

de

fêm

ur

no

g

rup

o

do

ácid

o

zo

led

rôn

ico

d

e

41%

(H

R,

0.5

9;

IC, 0.4

2 a

0.8

3)

com

para

dos

com

20

paci

ente

s (0

,5%

) do

gru

po p

lace

bo (

P <

0,00

1).

Lim

itaçõ

es e

ob

serv

açõ

es

o

Foi

ref

erid

o co

mo

vant

agem

des

se m

edic

amen

to o

reg

ime

de i

nfus

ão a

nual

, qu

e co

ntrib

ui p

ara

um

a m

elho

r ad

erên

cia

ao tr

atam

ento

, o

que

influ

ênci

a n

a ef

etiv

idad

e do

tra

tam

ento

ant

i-fra

tura

o

H

á qu

e se

ate

ntar

par

a os

eve

ntos

adv

erso

s re

laci

onad

os a

ess

e m

edic

amen

to e

m e

spec

ial

a oc

orrê

ncia

de

fibril

ação

atr

ial.

o

O

fato

de

se

ac

eita

r o

uso

de

outr

os

antio

steo

poró

ticos

po

de

mas

cara

r o

resu

ltado

do

m

edic

amen

to

Cál

cio

e V

itam

ina

D

Refe

rên

cia

Ob

jeti

vo

s d

o

estu

do

D

esen

ho

do

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do

Cri

téri

os d

e in

clu

são

eexclu

são

oO

bje

tivo

d

a

an

áli

se:

Ava

liar

nova

s ev

idên

cias

do

be

nefíc

io

do

uso

de d

o C

álci

o e

Vita

min

a D

na

prev

ençã

o pr

imár

ia

de

frat

uras

de

fêm

ur

em

mul

here

s na

s-m

enop

ausa

Avali

ar

Desen

ho

do

estu

do

o

Ens

aios

Clín

icos

Ran

dom

izad

os c

ontr

olad

os, d

uplo

-ceg

os.

o

Mét

odo

de r

ando

miz

ação

det

alha

do.

o

Des

criç

ão d

o pr

oces

so d

e ce

gam

ento

rea

lizad

o no

est

udo.

o

Lo

cal d

e re

aliz

ação

do

estu

do.

o

Ref

erên

cia

sobr

e pr

otoc

olo

do e

stud

o A

vali

ar

cara

cte

rização

da p

op

ula

ção

o

M

ulhe

res

na p

ós-m

enop

ausa

. o

T

aman

ho d

a am

ostr

a e

onde

fora

m r

ecru

tado

s os

par

ticip

ante

s.

o

Idad

e m

édia

dos

pac

ient

es.

o

Tem

po d

e ac

ompa

nham

ento

. o

A

pres

enta

ção

da t

abel

a pó

s-ra

ndom

izaç

ão,

onde

dev

e co

nsta

r fa

tore

s pr

ognó

stic

os p

ara

frat

ura

de f

êmur

(c

onfo

rme

prot

ocol

o)A

vali

ar

desfe

ch

os d

e in

tere

sse p

ara

a a

náli

se d

e d

ecis

ão

o

D

esfe

cho

prim

ário

: fr

atur

a de

fêm

ur.

o

Mét

odos

par

a co

nfirm

ação

da

frat

ura

de f

êmur

ost

eopo

rótic

a (r

adio

lógi

cos)

. o

D

esfe

chos

sec

undá

rios:

oco

rrên

cia

de e

vent

os a

dver

sos,

ade

são

e ad

erên

cia

ao t

rata

men

to.

o

Est

udos

que

apr

esen

tem

frat

ura

de f

êmur

com

o de

sfec

ho s

ecun

dário

ser

ão a

valia

dos.

o

Ava

liar

se h

ouve

des

criç

ão c

lara

dos

crit

ério

s de

in

clus

ão e

exc

lusã

o ad

otad

os.

o

Ava

liar

os

poss

ívei

s vi

eses

re

laci

onad

os

aos

crité

rios

de

incl

usão

e

excl

usão

ad

otad

os,

cons

ider

ando

os

fato

res

prog

nóst

icos

da

frat

ura

de

fêm

ur;

o us

o pr

évio

de

outr

os a

ntio

steo

poró

ticos

; os

tios

de

frat

uras

pr

évia

s e

pres

ença

de

co

mor

bida

des.

Jack

son,

et

al

Cal

cium

plu

s V

itam

in D

S

uppl

emen

tatio

n an

d th

e ris

k of

fr

actu

res.

N E

ngl J

M

ed,2

007

Fev

,

354

(7):

p 66

9 –

83.

Ob

jeti

vo

s d

o

estu

do

o

A

valia

r o

efei

to

da

supl

emen

taçã

o de

C

álci

o e

Vita

min

a D

na

di

min

uiçã

o do

ris

co

à fr

atur

a de

mur

e,

se

cund

aria

men

te,

de

frat

uras

em

Desen

ho

do

estu

do

o

Ens

aio

Clín

ico

Ran

dom

izad

o co

ntro

lado

por

pla

cebo

, dup

lo-c

ego

o

A r

ando

miz

ação

foi

rea

lizad

a po

r pr

oces

so d

e bl

ocag

em-p

erm

utad

a es

trat

ifica

do d

e ac

ordo

com

cen

tro

clín

ico

e id

ade;

o

N

ão f

oi d

etal

hado

o p

roce

sso

de c

egam

ento

, en

tret

anto

com

o se

tra

ta d

e in

terv

ençã

o m

edic

amen

tosa

por

via

or

al (

com

prim

ido)

, nã

o de

man

da c

uida

dos

espe

ciai

s pa

ra g

aran

tir o

ceg

amen

to,

além

do

usua

l. o

E

stud

o re

aliz

ado

em p

aral

elo

com

doi

s gr

ande

s es

tudo

s: W

HI

Die

tary

Mod

ifica

tion

tria

l e

WH

I H

orm

one

The

rapy

tria

ls.

For

am a

loca

das

part

icip

ante

s en

tre

1995

e 2

000

e o

estu

do fo

i con

duzi

do a

té m

arço

de

2005

. o

O

pro

toco

lo d

o es

tudo

não

foi

det

alha

do.

Cara

cte

rização

da p

op

ula

ção

Inclu

são

o

For

am i

nclu

ídas

mul

here

s co

m i

dade

ent

re 5

0 e

79

an

os,

que

não

tives

se

evid

ênci

as

de

cond

ição

m

édic

a as

soci

ada

com

pre

dito

r de

sob

revi

da d

e m

enos

de

3 a

nos

e se

m r

isco

par

a se

gura

nça,

ade

rênc

ia o

u re

tenç

ão (

não

ficou

cla

ro p

ara

mim

!)

o

Per

miti

u-se

a i

nclu

são

de m

ulhe

res

que

fizes

sem

us

o de

sup

lem

ento

de

Cál

cio

e V

it D

, de

bifo

sfon

atos

, ca

lcito

nina

; es

tróg

eno

(com

ou

se

m

prog

estin

a)

conf

orm

e a

aloc

ação

no

es

tudo

so

bre

TR

H;

assi

m

com

o o

uso

inde

pend

ente

de

ho

rmon

iote

rapi

a ou

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191

gera

l, em

mul

here

s na

pós

-men

opau

sa.

o

36.2

82 m

ulhe

res

com

idad

e en

tre

50 e

79

anos

(id

ade

com

patív

el c

om a

pós

-men

opau

sa)

que

part

icip

avam

de

doi

s m

ega

tria

ls f

oram

incl

uída

s no

est

udo,

18.

176

no g

rupo

de

supl

emen

taçã

o de

cál

cio

e vi

tam

ina

D e

18.

106

no g

rupo

pla

cebo

; o

A

idad

e m

édia

das

par

ticip

ante

s à

époc

a da

alo

caçã

o er

a de

62

anos

; o

T

empo

méd

io d

e ac

ompa

nham

ento

foi

de

7 an

os;

o

Foi

apr

esen

tada

a ta

bela

pós

-ran

dom

izaç

ão.

o

D

esfe

ch

os d

e in

tere

sse p

ara

a a

náli

se d

e d

ecis

ão

o

T

odas

as

frat

uras

inc

luíd

as f

oram

ver

ifica

das

por

radi

ogra

fia,

imag

em p

or r

esso

nânc

ia m

agné

tica

ou p

or

rela

tório

de

ciru

rgia

(op

erat

ório

) de

um

cen

tral

ly tr

aine

d ou

um

méd

ico-

julg

ador

ceg

ado

do p

rópr

io c

entr

o cl

ínic

o.

o

Par

a o

julg

amen

to fi

nal d

as fr

atur

as d

e fê

mur

, ho

uve

uma

conc

ordâ

ncia

de

94%

ent

re “

julg

ador

es”

loca

is e

os

cent

rais

. o

A

med

ida

de D

MO

foi

rea

lizad

a e

m u

m s

ubgr

upo

de 2

.431

mul

here

s, c

onfo

rme

men

cion

ada

ante

riorm

ente

, em

3 d

os 4

0 ce

ntro

s cl

ínic

os p

artic

ipan

tes,

util

izan

do D

EX

A.

For

am a

valia

das

a D

MO

da

colu

na lo

mba

r (L

2, L

3 e

L4

), t

otal

do

fêm

ur e

do

corp

o to

tal.

For

am r

ealiz

adas

3 m

edid

as (

na v

isita

3,

6 e

9, d

e ac

ordo

com

o p

roto

colo

do

estu

do).

mod

ulad

ores

sel

etiv

os d

o re

cept

or d

e es

tróg

eno

nas

mul

here

s in

cluí

das

no

estu

do

sobr

e m

udan

ças

na

diet

a.

Exclu

são

o

Os

crité

rios

de

excl

usão

fo

ram

hi

perc

alce

mia

, cá

lcul

o re

nal,

uso

de

cort

icói

des

e us

o de

cal

citr

iol

(por

que?

).

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192

An

áli

se d

a t

ab

ela

s-r

an

do

miz

ação

Esq

uem

a d

e t

rata

men

toA

sp

ecto

s é

tico

sT

ipo

de a

nálise

o

Ava

liar

a ta

bela

s-ra

ndom

izaç

ão,

obse

rvan

do

se

fora

m

apre

sent

ados

os

fa

tore

s pr

ognó

stic

os m

ais

rele

vant

es,

quai

s se

jam

: fu

nção

neu

rom

uscu

lar,

funç

ão v

isua

l, D

MO

, id

ade,

his

tória

de

frat

ura

prév

ia,

uso

de

cert

os

med

icam

ento

s (a

nsio

lític

os,

benz

odia

zep

ínic

os),

hi

stór

ia

mat

erna

de

fr

atur

a de

fêm

ur, e

ntre

out

ros.

o

Des

criç

ão

das

inte

rven

ções

, po

solo

gia,

te

mpo

de

trat

amen

to.

o

Des

criç

ão d

etal

hada

das

co-

inte

rven

ções

(e

xem

plo,

vi

tam

ina

D

e cá

lcio

e

outr

os

med

icam

ento

s.

o

Con

trol

e ex

tern

o.

o

Exp

licito

u co

nflit

os

de

inte

ress

e?

o

Exp

licito

u as

fo

ntes

de

fin

anci

amen

to?

o

Exp

licito

u se

ho

uve

nece

ssid

ade

de

inte

rrom

per

o es

tudo

e o

mot

ivo

para

isso

?

o

Mét

odos

est

atís

ticos

util

izad

os p

ara

com

para

r os

gru

pos

estu

dado

s.

o

Inte

rval

o de

con

fianç

a; P

val

or; t

este

s es

tatís

ticos

. o

V

erifi

car

se h

ouve

aná

lise

esta

tístic

a po

r in

tenç

ão d

e tr

atar

. o

V

erifi

car

se h

ouve

pla

neja

men

to d

e an

ális

e de

sub

grup

o.

o

Ver

ifica

r se

apr

esen

tou

info

rmaç

ões

rela

cion

adas

ao

pode

r es

tatís

tico

do

estu

do.

o

Dos

fat

ores

pro

gnós

ticos

de

inte

ress

e, a

ta

bela

ap

rese

ntav

a:

idad

e,

grup

o ét

nico

, hi

stor

ia f

amili

ar d

e fr

atur

a, h

istó

rico

de f

ratu

ra

da

part

icip

ante

, pe

so,

índi

ce

de

mas

sa

corp

oral

, in

gest

ão

de

cálc

io

e vi

tam

ina

D,

ativ

idad

e fís

ica,

ex

posi

ção

sola

r (ir

radi

ação

po

r re

gião

) e

núm

ero

de q

ueda

s no

s úl

timos

12

mes

es.

o

Não

co

nsta

vam

in

form

açõe

s so

bre

acui

dade

vis

ual e

aud

itiva

. o

A

med

ida

de D

MO

foi

ava

liada

em

um

mer

o lim

itado

de

pa

rtic

ipan

tes

(1.2

30

do

grup

o de

tr

atam

ento

e

1.20

1 do

gr

upo

plac

ebo)

. o

Id

ade

méd

ia

de

62

anos

; 84

%

da

popu

laçã

o er

a br

anca

; no

in

ício

do

es

tudo

52

% d

as p

artic

ipan

tes

fazi

am u

so d

e te

rapi

a

de r

epos

ição

hor

mon

al e

1%

faz

iam

uso

de

outr

o an

tiost

eopo

rótic

o (1

usa

ndo

mod

ulad

or

sele

tivo

do

rece

ptor

de

es

tróg

eno,

366

bi

fosf

onat

o e

33 c

alci

toni

na)

o

As

mul

here

s em

ca

da

um

dos

dois

gr

upos

fo

ram

al

eato

riam

ente

al

ocad

as

para

re

cebe

rem

100

0 m

g de

lcio

e

400

UI

de

Vita

min

a D

por

dia

, di

vidi

das

em d

uas

dose

s,

na

form

a de

co

mpr

imid

os

ou

plac

ebo

com

ca

ract

erís

ticas

idê

ntic

as a

os c

ompr

imid

os d

o gr

upo

de in

terv

ençã

o.

o

As

mul

here

s fo

ram

orie

ntad

as a

tom

ar o

s co

mpr

imid

os c

om a

limen

to,

para

pot

enci

aliz

ar

a su

a ab

sorç

ão.

o

Não

fo

i in

cluí

do

no

artig

o

info

rmaç

ão s

obre

con

trol

e ex

tern

o

ao g

rupo

de

pesq

uisa

dore

s;

o

Alg

uns

dos

pesq

uisa

dore

s re

spon

sáve

is p

ela

publ

icaç

ão d

o ar

tigo

decl

arar

am

trab

alha

r pa

ra

dife

rent

es i

ndús

tria

s, d

entr

e el

as:

Gla

xoS

mith

Klin

e;

Nov

artis

; S

cher

ing-

Plo

ugh;

P

fizer

; Li

lly;

Pro

cter

& G

ambl

e;

o

O f

orne

cim

ento

do

prin

cípi

o at

ivo

e pl

aceb

o fo

i re

aliz

ado

pela

G

laxo

Sm

ithK

line;

o

Não

fo

i m

enci

onad

o na

da

sobr

e a

nece

ssid

ade

de

inte

rrom

per

o es

tudo

;

o

A a

nális

e do

s de

sfec

hos

prim

ário

s fo

i re

aliz

ada

por

ITT

(an

ális

e po

r in

tenç

ão d

e tr

atar

);

o

As

com

para

ções

for

am r

epre

sent

adas

por

Har

zard

Rat

ions

; in

terv

alo

de

conf

ianç

a no

min

al d

e 95

%;

mod

elo

Cox

pro

port

iona

l-haz

ards

est

ratif

icad

o de

ac

ordo

com

ida

de,

frat

ura

ante

rior,

e s

tatu

s de

ran

dom

izaç

ão n

os e

stud

os

WH

I H

orm

one

The

rapy

e D

ieta

ry M

odifi

catio

n tr

ials

(do

gru

po a

tivo

da t

erap

ia

horm

onal

ou

plac

ebo,

inte

rven

ção

diet

a ou

con

trol

e ou

am

bos)

o

O

mod

elo

foi

este

ndid

o, c

onsi

dera

ndo

que

os e

feito

s da

sup

lem

enta

ção

de c

álci

o e

vit

D v

aria

de

acor

do c

om o

s ní

veis

na

base

line

dos

fato

res

de

risco

. 15

car

acte

ríst

icas

dos

par

ticip

ante

s fo

ram

exa

min

adas

par

a ca

da u

m

dos

quat

ro d

esfe

chos

de

frat

ura

estu

dado

s

o

Aná

lise

de

sens

ibili

dade

fo

i co

nduz

ida

estim

ando

a

ader

ênci

a to

tal

(est

imad

o co

mo

prob

abili

dade

inv

ersa

da

não-

ader

ênci

a) e

com

para

ndo

com

10

co-

varia

ntes

rel

acio

nada

s à

ader

ênci

a;

o

A n

ão-a

derê

ncia

def

inid

a co

mo

o us

o de

men

os d

e 80

% d

o us

o de

m

edic

amen

tos

em e

stud

o. E

sta

med

ida

era

dete

ctad

a a

part

ir da

con

tage

m

de c

ompr

imid

os r

esta

ntes

no

fras

co n

a vi

sita

de

acom

panh

amen

to.

o

Mud

ança

s na

D

MO

du

rant

e o

follo

w-u

p fo

ram

ca

lcul

adas

co

mo

dife

renç

as m

édia

s pe

rcen

tuai

s. R

egre

ssão

lin

ear

foi

usad

a pa

ra c

ompa

rar

razõ

es d

e m

udan

ça d

e D

MO

ent

re o

s gr

upos

, de

pois

aju

stad

as p

or c

entr

o cl

ínic

o e

raça

ou

grup

o ét

nico

.; o

O e

stud

o fo

i de

senh

ado

com

um

pod

er d

e 85

% p

ara

dete

ctar

um

efe

ito

de 1

8% p

ara

frat

ura

de f

êmur

, as

sum

indo

um

a am

ostr

a de

35.

000

mul

here

s e

uma

razã

o an

ual

de

frat

ura

de

fêm

ur

no

grup

o pl

aceb

o de

33

,6:1

0.00

0 (f

ratu

ra/p

esso

a-an

o)

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193

Resu

ltad

os

Even

tos a

dvers

os, lim

itaçõ

es d

o e

stu

do

eo

bserv

açõ

es

Av

ali

ar

as p

erd

as d

oestu

do

o

Mec

anis

mos

ad

otad

os

para

ev

itar

perd

as.

o

Per

cent

ual d

e pe

rdas

. o

N

úmer

o de

pa

rtic

ipan

tes

acom

panh

adas

at

é o

final

do

es

tudo

. o

D

escr

ição

do

m

otiv

o da

s pe

rdas

. o

P

acie

ntes

for

am e

xclu

ídos

do

estu

do a

pós

a ra

ndom

izaç

ão?

Por

quê

? o

N

o ca

so d

e ób

ito,

apre

sent

ou

as c

ausa

s.

Tem

po

de a

co

mp

an

ham

en

to

o

Des

criç

ão d

etal

hada

da

form

a de

aco

mpa

nham

ento

. o

P

erío

do d

e ac

ompa

nham

ento

ad

equa

do

para

av

alia

ção

do

desf

echo

? o

Desfe

ch

os d

e in

tere

sse

o

Dad

os s

obre

a e

ficác

ia d

o an

tiost

eopo

rótic

o na

pre

venç

ão d

e fr

atur

a de

mur

(m

edid

a de

ris

co,

inte

rval

o de

con

fianç

a).

o

Tax

as o

bser

vada

s de

ade

são

e ad

erên

cia

ao tr

atam

ento

. o

T

axa

de e

vent

os a

dver

sos

obse

rvad

os c

om o

uso

do

med

icam

ento

. o

E

feito

das

co-

inte

rven

ções

no

desf

echo

prim

ário

, se

for

o ca

so.

o

Foi

rea

lizad

a an

ális

e de

sub

grup

o? Q

uais

as

variá

veis

con

side

rada

s ne

stas

an

ális

es?

Alte

rou

sign

ifica

tivam

ente

os

resu

ltado

s? H

á re

lato

se

o nú

mer

o de

pa

rtic

ipan

tes

em c

ada

subg

rupo

per

mite

sig

nific

ânci

a es

tatís

tica?

o

M

étod

os p

ara

conf

irmaç

ão d

a fr

atur

a de

fêm

ur o

steo

poró

tica.

o

Exp

licito

u os

eve

ntos

adv

erso

s m

ais

freq

üent

es e

mai

s gr

aves

? o

T

axa

de e

vent

os a

dver

sos

obse

rvad

os c

om o

uso

do

med

icam

ento

. o

A

valia

r im

plic

açõe

s do

s ev

ento

s ad

vers

os

na

segu

ranç

a do

pa

cien

tes,

ad

esão

e

ader

ênci

a, e

tc.

For

am a

pres

enta

das

info

rmaç

ões

refe

rent

es à

difi

culd

ades

e li

mita

ções

do

estu

do?

Perd

as d

o e

stu

do

o

Ao

final

do

estu

do,

em 2

005,

4,

3%

dos

paci

ente

s ha

viam

m

orrid

o e

2,7%

fo

ram

pe

rdid

as

ou f

oram

des

ligad

as n

o pe

ríod

o

de s

egui

men

to.

o

Do

grup

o de

in

terv

ençã

o,

144

part

icip

ante

s fo

ram

per

dida

s no

per

íodo

de

acom

panh

amen

to;

744

mor

rera

m

e 35

2 fo

ram

re

tirad

as d

o es

tudo

. o

D

o gr

upo

plac

ebo,

15

2 pa

rtic

ipan

tes

fora

m

perd

idas

no

pe

ríod

o d

e ac

ompa

nham

ento

; 80

7 m

orre

ram

e

332

fora

m

retir

adas

do

estu

do.

Tem

po

d

e

aco

mp

an

ham

en

to

o

A

du

raçã

o m

édia

de

oN

ão

ho

uve d

ifere

nça s

ign

ific

ati

va n

o r

isco

de F

FO

en

tre o

s g

rup

os d

e

trata

men

to e

pla

ceb

o (

RR

0,8

8;

IC 9

5%

, 0,7

2-1

,08).

As

razõ

es d

e fr

atur

a

fora

m

anua

lizad

as

para

10

.000

pe

ssoa

s-an

o,

send

o ob

serv

ado

14:1

0.00

0 fr

atur

as d

e fê

mur

/pes

soa-

ano

para

o g

rupo

de

supl

emen

taçã

o de

cál

cio

e vi

t D

e 16

:10.

000

frat

uras

de

fêm

ur/p

esso

a-an

o pa

ra o

gru

po p

lace

bo;

oN

a a

náli

se d

e s

ub

gru

po

ob

serv

ou

-se u

m b

en

efí

cio

de 2

9%

(R

R 0

,71;

IC

95%

, 0,5

2-0

,97)

para

os p

art

icip

an

tes q

ue r

eceb

era

m s

up

lem

en

tação

de

cálc

io e

qu

e e

sta

vam

in

clu

ído

s n

o s

ub

-gru

po

qu

e a

deri

u a

o t

rata

men

to(c

om 8

0% o

u m

ais

de in

gest

ão d

o m

edic

amen

to n

o pe

ríod

o es

tuda

do);

o

No

su

b-g

rup

o d

e m

ulh

ere

s c

om

60 a

no

s o

u m

ais

, o

RR

fo

i d

e 0

,79 (

IC

95%

, 0,6

4-0

,98);

o

3890

mul

here

s us

aram

alg

um t

ipo

de a

ntio

steo

poró

tico

dura

nte

o pe

ríod

o de

se

guim

ento

(1

0,7%

al

endr

onat

o;

1,8%

ris

edro

nato

; 3,

0%

ralo

xife

no;

1,2%

ca

lcito

nina

). N

este

sub

grup

o, o

RR

par

a fr

atur

a d

e fê

mur

foi

de

0,87

(IC

95%

, 0,

69-1

,09)

;o

P

ara

as

part

icip

ante

s qu

e es

tava

m

conc

omita

ntem

ente

pa

rtic

ipan

do

do

estu

do

de

TR

H,

o R

R

para

fr

atur

a de

mur

no

gr

upo

qu

e

rece

beu

supl

emen

taçã

o de

cál

cio

e vi

t D f

oi d

e 0,

58 (

IC 9

5%, 0

,37-

0,93

) e

para

o g

rupo

qu

e re

cebe

u pl

aceb

o fo

i de

1,15

(IC

95%

, 0,

81-1

,63)

; P

=0,

07 p

ara

a in

tera

ção

entr

e os

est

udos

. Q

uand

o a

anál

ise

incl

uiu

tant

o pa

rtic

ipan

tes

do g

rupo

de

Even

tos

ad

vers

os

o

Não

hou

ve d

ifere

nça

sign

ifica

tiva

de r

isco

ou

bene

fício

ent

re o

s do

is g

rupo

s qu

anto

ao

dese

nvol

vim

ento

de

doen

ça c

ardí

aca

ou c

ânce

r;

o

Pro

blem

as

rena

is

(cál

culo

re

nal)

fora

m

repo

rtad

os

em

449

mul

here

s do

gr

upo

que

rece

beu

supl

emen

taçã

o co

m c

álci

o e

vit

D e

em

381

mul

here

s do

gru

po p

lace

bo (

RR

1,1

7;

95%

IC

, 1,

02-1

,34)

, ap

aren

tem

ente

o re

laci

onad

o ao

au

men

to

na

inge

stão

de

lcio

; pe

quen

o, m

as e

stat

istic

amen

te s

igni

ficat

iva,

aum

ento

na

prop

orçã

o de

mul

here

s co

m c

álcu

lo

rena

l; o

N

ão h

ouve

dife

renç

a si

gnifi

cativ

a en

tre

os g

rupo

s qu

anto

aos

sin

tom

as g

astr

oint

estin

ais:

8,

9% n

o gr

upo

plac

ebo

e 10

,9%

no

grup

o de

inte

rven

ção

repo

rtar

am

con

stip

ação

mod

erad

a a

seve

ra,

19,5

% e

20,

4%, r

espe

ctiv

amen

te, r

epor

tara

m in

chaç

o ou

gas

es.

o

Não

fo

ram

m

enci

onad

as

impl

icaç

ões

dos

even

tos

adve

rsos

na

ad

erên

cia

das

part

icip

ante

s ao

tra

tam

ento

Lim

itaçõ

es e

ob

serv

açõ

es

o

O e

stud

o de

mon

stro

u um

a di

min

uiçã

o de

per

da ó

ssea

, en

tret

anto

a r

eduç

ão d

e 12

% n

o ris

co d

e fr

atur

a de

fêm

ur n

ão fo

i est

atis

ticam

ente

sig

nific

ante

. o

A

dos

e ut

iliza

da n

o es

tudo

par

a a

vita

min

a D

(40

0 U

I) f

oi i

nfer

ior

ao q

ue a

tual

men

te é

re

com

enda

do (

600

UI

ou +

), p

ois

utili

zou

a do

se r

ecom

enda

da à

épo

ca d

o in

ício

do

estu

do

(199

5)

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194

segu

imen

to

rela

tada

fo

i de

7

anos

. o

N

ão

desc

rição

da

pe

riodi

cida

de

e fo

rma

de

acom

panh

amen

to.

inte

rven

ção

no e

stud

o T

RH

com

o as

que

faz

iam

uso

de

horm

onio

tera

pia

por

cont

a pr

ópria

, a

inte

raçã

o en

tre

cálc

io c

om v

itam

ina

D e

ter

apia

hor

mon

al n

ão

esta

va m

ais

pres

ente

. o

N

a an

ális

e da

DM

O d

o fê

mur

, m

ulhe

res

que

rece

bera

m c

álci

o e

vita

min

a D

tiv

eram

um

a m

aior

pr

eser

vaçã

o da

de

nsid

ade

min

eral

ós

sea

que

as

part

icip

ante

s al

ocad

as n

o gr

upo

plac

ebo.

D

e ac

ordo

com

mod

elo

ajus

tado

po

r ce

ntro

e r

aça

ou g

rupo

étn

ico,

as

dife

renç

as f

oram

0,5

9% (

P<

0,00

1) n

a vi

sita

anu

al 3

, 0,

86%

(P<

0,00

1)

na v

isita

anu

al 6

e 1

,09%

(P

=0,

01)

na v

isita

an

ual

9. N

ão f

oi o

bser

vada

dife

renç

a si

gnifi

cativ

a pa

ra a

med

ida

de D

MO

da

co

luna

e to

tal d

o co

rpo.

o

A

derê

ncia

: fo

i ob

serv

ada

uma

ampl

itude

de

ade

rênc

ia e

ntre

60

e 63

% n

os

três

pr

imei

ros

anos

de

fo

llow

-up;

no

fin

al

do

estu

do,

rest

aram

76

%

dos

part

icip

ante

s, e

59%

com

um

a ad

erên

cia

de 8

0% o

u m

ais

à m

edic

ação

. o

A

ssim

, co

nsid

eran

do u

ma

ader

ênci

a de

59%

, o

bene

fício

ser

ia d

e 29

%,

ou

seja

, 4 fr

atur

as e

vita

das

para

cad

a 10

.000

mul

here

s tr

atad

as.

o

O e

stud

o nã

o te

ve p

oder

par

a de

tect

ar u

m e

feito

peq

ueno

, po

is f

oi a

ssum

ido

em s

eu

dese

nho

um

bene

fício

de

18

%

e pr

ojet

ada

uma

razã

o de

F

ratu

ra

de

fêm

ur

de

apro

xim

adam

ente

34:

10.0

00 p

esso

a-an

o, a

o pa

sso

que

fora

m o

bser

vada

s ap

enas

16:

10.0

00

(fra

tura

/pes

soa-

ano)

; o

O

s au

tore

s ap

onta

m c

om p

ossi

bilid

ade

para

a d

imin

uiçã

o do

pod

er d

o es

tudo

: al

to I

MC

da

pop

ulaç

ão,

recr

utam

ento

de

um n

úmer

o m

enor

de

part

icip

ante

s m

aior

es d

e 70

ano

s qu

e o

pr

ojet

ado

ou r

azão

de

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