Filmes 1 gureea mundial

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Nada de novo no Front(1930) A obra cinematográfica Nada de novo no front, do diretor Lewis Milestone filmado na década de 1930 é uma adaptação do romance de cunho crítico e pacifista do escritor alemão Erich Maria Remark que havia servido nas trincheiras da primeira guerra em 1914 aos dezoito anos de idade. O autor do livro também sofreu com as atrocidades da primeira grande guerra deferida em campo de batalha. Experiência suficiente que lhe forneceu arcabouço para desenvolver o livro “Im Westen nichts Neues”. “A oeste nada de novo”, no Brasil – Nada de novo no front - cujo filme abarca as experiências do jovem germânico Paul Baümer e seus companheiros que durante a guerra vão

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Nada de novo no Front(1930)

A obra cinematográfica Nada de novo no front, do diretor Lewis Milestone filmado na década de 1930 é uma adaptação do romance de cunho crítico e pacifista do escritor alemão Erich Maria Remark que havia servido nas trincheiras da primeira guerra em 1914 aos dezoito anos de idade. O autor do livro também sofreu com as atrocidades da primeira grande guerra deferida em campo de batalha. Experiência suficiente que lhe forneceu arcabouço para desenvolver o livro “Im Westen nichts Neues”.

“A oeste nada de novo”, no Brasil – Nada de novo no front - cujo filme abarca as experiências do jovem germânico Paul Baümer e seus companheiros que durante a guerra vão se conhecendo e vivendo experiências terríveis à medida que os desdobramentos dos fatos mostram a dura realidade do campo de batalha, onde cada um dos amigos morre, e apenas Paul (o personagem narrador) toma conta do desfecho central do filme

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onde, na medida em que narra às experiências, também desperta sobre seu papel e questiona tudo que vive. Paul acaba morto, mas a reflexão deixada oferece um roteiro bem adaptado e um filme que reserva várias reflexões acerca das consequências da primeira guerra mundial e seu impacto no mundo. Até o final do século XIX as grandes potências já haviam se envolvido em guerras nos anos anteriores, contudo um conflito mundial da proporção que se desdobrou nunca havia sido experimentado pela humanidade. As sociedades ainda não haviam se estruturado de maneira mais heterogênea e seus grupos sociais, mesmo que distintos ainda não haviam percebido o quanto as novas tecnologias e consequências da revolução industrial poderia fornecer ou transformar o mundo que viviam as consequências econômicas, sociais, culturais e políticas estavam acendendo um barril de pólvora de hostilidades. As grande potencias continentais como o Império Germânico, o Russo, o Império Austro-húngaro, França, investiam no neocolonialismo em terras Africanas que no estágio que se seguia a partilha da África aprofundava ainda mais as tensões que eram localizadas fora da Europa.“Até o fim do século XVIII, essas potências tinham sido socialmente homogêneas, todas eram ainda sociedades primariamente agrárias, dominadas por uma aristocracia fundiária e governadas por dinastias históricas legitimadas por uma igreja estabelecida. Cem anos mais tarde, tudo isso fora completamente transformado ou estava sofrendo uma transformação rápida e desestabilizadora; mas o ritmo da mudança fora muito desigual. ”(HOWARD,2011,p.22) Até o estopim de acontecimentos que são resultados de diversos fatores o historiador Eric Hobsbawm explica que desde a primeira grande guerra até a segunda seriam trinta e um anos de conflitos, neste sentido ambas as grandes guerras teriam seu estopim desde a declaração de guerra da Áustria contra à Sérvia em 1914, até a rendição do Japão 1945 depois de Hiroshima e Nagasaki. Para Hobsbawm, de 1815 até 1914 não havia existido nenhuma grande guerra entre potências, apenas os conflitos localizados em partes isoladas é que teriam sido travados por interesses diversos e não se coadunando por um objetivo mais significativo de expansão mundial. Conflitos entre Japão e Rússia, a Guerra da Criméia (1854-6), entre a Rússia e Grã-Bretanha e França.

A obra de Hobsbawm mostra as conjunturas políticas e econômicas a respeito do conflito, no filme estes aspectos não são levados em consideração pois a perspectiva é centrada nos acontecimentos

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sucessivos que envolve tanto o principal personagem o soldado Paul Baumer, quanto seu amigos de regimento. No livro, Com a obra-prima de Remarque, pela primeira vez foi dado um tratamento radicalmente pacifista à experiência da guerra - razão pela qual o livro é considerado o fundador do caráter pacifista que habita a moderna literatura ocidental e o próprio pensamento intelectual até hoje. As ânsias do autor, que teve seus livros proibidos e queimados pelas autoridades nazistas, foram de encontro às da população de um mundo traumatizado pelo conflito e temeroso (não sem razão, mostraria a história) por um novo embate. Em 1930, o livro foi levado ao cinema pelo diretor Lewis Milestone, alcançando também sucesso mundial e fama de filme cult. em consonância com o filme a celebre frase destaca como já de início a guerra é algo aterrorizante. “A morte não é uma aventura para aqueles que se deparam face a face com ela” o livro em si é muito mais duro que o filme, diga-se de passagem, mas a atmosfera de uma adaptação cinematográfica nem sempre leva em consideração pontos tão específicos. Mesmo em momentos trágicos há sempre meios mais leves de deixar a película menos conflitante. A obra foi traduzida para 58 línguas e já vendeu mais de 10 milhões de exemplares no mundo todo.

O cunho pacifista da obra, choca-se em determinados momentos com o filme, muito mais um triler psicológico do que centrado nas imagens que o livro denota como os massacres que vez por outra embrulham o estômago do leitor, contudo com dose certa de humor o filme em alguns momentos deixa a atmosfera mais leve. Mesmo no contexto social e romântico da belle époque a primeira guerra deixou marcas quase que intransponíveis nos jovens que lutaram a seu tempo, em 1940 o mundo havia mudado e as lutas nacionalistas ditavam, a belle époque tinha sido deixada para trás e um novo mundo, como consequência da primeira grande guerra havia sido deixado para trás.

O filme com seus tons Noir, reservado aos grandes filmes de romances da época de grande depressão, mostra justamente este final de época, cujo desvelo se mostra através de toda a frustração do soldado Paul Baumer. A história de Paul revela toda uma consequência muito maior de um romance que entre o período de entre guerras teve como consequência uma película competente em revelar nuances importantes do livro de Eric Maria Remark. Com isso o filme traça todo um panorama e drama psicológico que centra seus acontecimentos nas reflexões e situação do soldado Paul.

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Bibliografia(resenha):http://lounge.obviousmag.org/publicando/2013/12/nada-de-novo-no-front-o-desencanto-de-uma-geracao-desgracada-pela-primeira-guerra-mundial.html

http://livraria.folha.com.br/livros/literatura-alema/nada-novo-front-erich-maria-remarque-helen-rumjanek-1027184.html

Glória Feita de Sangue (1957)

Paths Of Glory é um filme norte-americano de 1957 de drama e guerra, baseado em um romance de Humphrey Cobb. O filme é não só o quarto de Kubrick, como também um dos primeiros filmes anti-belicistas da história do cinema. Crítico ferrenho da Primeira Guerra, Paths Of Glory não trata de heróis honrados ou de justiça e patriotismo, mas sim, de perdedores e covardes banhados em

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vergonha e derrotismo. O longa é estrelado pelo grande ator Kirk Douglas, hoje com 97 anos e pai do também renomado ator Michael Douglas (Um Dia de Fúria, Wall Street, Last Vegas, Homem-Formiga). Kirk também é o produtor e marca neste filme sua longa parceria com Kubrick até o filme Spartacus, onde a amizade dos dois começou a ter problemas por conta de divergências na liberdade criativa de Kubrick.

Em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, Mireau (George Meeker), um general francês, ordena um ataque suicida e como nem todos os seus soldados puderam se lançar ao ataque ele exige que sua artilharia ataque as próprias trincheiras. Mas não é obedecido neste pedido absurdo, então resolve pedir o julgamento e a execução de todo o regimento por se comportar covardemente no campo de batalha e assim justificar o fracasso de sua estratégia militar. Depois concorda que sejam cem soldados e finalmente é decido que três soldados serão escolhidos para servirem de exemplo, mas o coronel Dax (Kirk Douglas) não concorda e decide interceder de todas as formas para tentar suspender esta insana decisão.

Muito é discutido em Paths Of Glory. E questionado também. Uma das cenas que mais marcam o filme é a do soldado cansado e traumatizado com a violência da guerra que é reprimido por Mireau durante sua visita às trincheiras (uma das primeiras retratações no cinema do “Shell Shock”, como foi chamado o trauma de guerra na Primeira Guerra Mundial). A recusa dos soldados em sair das trincheiras e guerrear, elemento base do filme, também foi muito bem retratada e nada se difere da realidade do conflito (as trincheiras eram o pior pesadelo e ao mesmo tempo a salvação dos soldados). Mas é a reação psicológica de cada personagem aos acontecimentos posteriores que constrói a verdadeira crítica de Kubrick ao conflito bélico. Os três soldados julgados, suas três reações distintas e o próprio julgamento em si não passam de uma grande análise metafórica do que os males da guerra representam para os envolvidos.

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"Lawrence da Arábia" é um épico de enorme grandeza e relevância, cujo estatuto na História do Cinema está reservado por direito próprio. Com um currículo recheado de prémios, no qual não faltam sete Oscars (incluindo de Melhor Filme e Melhor Realizador), vários BAFTAs, muitas críticas positivas e um reconhecimento do público, "Lawrence da Arábia" revela a arte e o engenho do seu realizador David Lean e o magnífico talento de Peter O'Toole na arte da representação. Em 1935, quando pilotava sua motocicleta, T.E.Lawrence (Peter O'Toole) morre em um acidente e, em seu funeral, é lembrado de várias formas. Deste momento em diante, em flashback, conhecemos a história de um tenente do Exército Inglês no Norte da África, que durante a 1ª Guerra Mundial, insatisfeito em colorir mapas, aceita uma missão como observador na atual Arábia Saudita e acaba colaborando de forma decisiva para a união das tribos árabes contra os turcos. O enredo desenrola-

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se durante a I Guerra Mundial, tendo como pano de fundo a aliança estratégica entre a Grã-Bretanha e as tribos árabes contra o Império Otomano/Turcos. Lawrence cedo extrapola as suas funções iniciais e forma aliança com o Príncipe Faisal e Sherif Ali (Omar Sharif), indo aos poucos trazer para o seu lado mais árabes, entre os quais o pouco confiável Auda abu Tayi (Anthony Quinn), procurando despertar um sentimento de nacionalidade que parece perdido no interior das diferenças tribais. A conquista de Aqaba aos turcos simboliza essa vontade do querer de Lawrence e da sua capacidade de aglutinar seres humanos em volta da sua causa, embora nem este muitas das vezes soubesse qual fosse. Lawrence defendia o exército e os interesses britânicos, mas a verdade é que agia muitas das vezes por conta própria, participando em eventos como o massacre de Tafas e a conquista de Damasco, tendo pelo caminho de lidar com a violência turca quando foi efectuado prisioneiro. Esta é a mistura entre a história e a lenda de T.E. Lawrence, numa obra que deambula entre o tom biográfico, filme de aventuras e épico, assumindo-se como um filme de excepção.

Com muitas liberdades históricas, "Lawrence of Arabia" apresenta-nos a todo este contexto problemático, no qual as tribos árabes tardavam em se entender, os objectivos do Governo Inglês nem sempre eram claros (algo sugerido pela referência ao Acordo Sykes-Picot de 16 de Maio de 1916, entre os governos do Reino Unido e da França que definia as suas respectivas esferas de influência no Médio Oriente após a Primeira Guerra Mundial), e T.E. Lawrence surge como um elemento excêntrico em ambos os lados do conflito. Lawrence surge exposto em grande parte da sua complexidade neste personagem que marcou a carreira de Peter O' Toole. Será louco? Aventureiro? Destemido? Ambicioso? Dado a utopias? Sanguinário? Racista? Homossexual? Amigável? Excêntrico? Masoquista? Ao terminarmos de ver "Lawrence da Arábia" ficamos com a ideia que um pouco de tudo, enquanto Peter O' Toole surge simplesmente surpreendente, carismático e convincente. É simplesmente notável verificar toda a complexidade atribuída por O'Toole ao seu personagem, beneficiando não só de um bom argumento, mas do seu talento, enquanto nos expõe a um indivíduo letrado, que vestiu as

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vestes de beduíno e aparentemente se dedicou à causa árabe, mas sempre de forma pouco clara.

Se Lawrence descobre algum prazer por matar, David Lean teve um enorme prazer a encantar os espectadores com as suas obras. Só assim se explica ter realizado obras como "Brief Encounter" (clássico), "The Bridge on the River Kwai", "Doctor Zhivago", entre outras, nas quais "Lawrence da Arábia" ocupa um lugar especial. É verdade que a obra apresenta uma versão algo redutora das tribos árabes, por vezes parece que os árabes são tratados como inferiores em relação aos britânicos, mas tudo é relativamente bem amarrado para dar ao espectador quase quatro horas de magnífico entretenimento. Magnífico é o melhor adjectivo para descrever o trabalho de fotografia de F.A. Young, que é capaz de explorar as opções dadas pela Super Panavision 70, para realçar e explorar os magníficos cenários por onde os personagens deambulam.

Não falta o deserto solitário, por vezes belo, por vezes assustador, as magníficas cenas dos combates (que curiosamente não são tantas como podem parecer), como a conquista de Aqaba, o massacre de Tafas (violentíssimo a nível emocional e imagético), a conquista de Damasco, ou seja, a câmara adensa toda esta emotiva narrativa, embelezando e dando dimensão à mesma, explorando as cores, exponenciando os estados de espírito. Este deserto é o local de todos os sonhos dos personagens, da utopia de Lawrence em unir os homens de Faisal numa guerra de guerrilha, dos árabes em conseguirem rechaçar os turcos, um local de enorme beleza, mas também de uma enorme aspereza, onde a sua aparente pacificidade é contrastada com a sangrenta ação humana. É no deserto que estes muitas das vezes negoceiam (no interior das tendas), é no deserto que combatem, sobrevivem, formam laços, enquanto Lawrence se dá a conhecer perante estas belas imagens em movimento.

Bibliografia (resenha): http://bogiecinema.blogspot.com.br/2013/05/resenha-critica-lawrence-da-arabia.html

http://www.adorocinema.com/filmes/filme-4749/

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Baseado na versão original datada de 1919 e nos acontecimentos que permearam a Primeira Guerra Mundial, O Último Batalhão (The Lost Battalion) é um dos melhores filmes que têm conflitos bélicos como foco.Cenário que compreende as históricas e pioneiras batalhas aéreas, a Grande Guerra teve como um dos principais personagens o poderoso Charles White Whittlesey (Rick Schroder), líder das tropas americanas quando os Estados Unidos decidiram finalmente entrar no conflito, em 1917.

Whittlesey na verdade não tinha experiência militar. Ele era apenas um advogado nomeado major para comandar o exército nacional. Mesmo sem um preparo adequado para assumir tamanha responsabilidade, ele tem uma atuação brilhante, ágil e inteligente.

Em um dos momentos mais tensos da guerra, Whittlesey fica inseguro por saber que é arriscado, que não estão preparados para tamanha audácia de enfrentar os alemães. No entanto, com a garantia de apoio do exército francês, ele decide seguir em frente com o plano. As forças armadas da Alemanha deixam o exército americano acuado e exige sua rendição, caso contrário, ele seria covardemente atacado. Contudo, Whittlesey, heroicamente no comando, traçou um segundo plano vitorioso que lhe rendeu três medalhas de honra.

Bibliografia (resenha): http://www.farolblumenau.com/2013/02/resenha-o-ultimo-batalhao/