El desprecio de las masas-Capítulo III (Heridas dobles)

download El desprecio de las masas-Capítulo III (Heridas dobles)

of 4

Transcript of El desprecio de las masas-Capítulo III (Heridas dobles)

  • 7/29/2019 El desprecio de las masas-Captulo III (Heridas dobles)

    1/4

    III

    Si se ec l i a una mi rad a gene ral a l desarro l lo del mpris nw-dei -no y sus ocas ionales fogonazos en los d i scursos filosficos,publ i c i t ar ios y poicos no puede pasarse por a l to que l a generalizacinde l as luchas en to rno a l reconocimien to inv t i lu -cra a l as mov i l i zadas socied ades de ma sas en incesan tes p r ocesos l igados a dnmcassa lvajes de g rupo . Es tas sociedadesele masas son t an to msp o d e r o s a s c u a n t o me n o s s e h a b l a e x presamente de e l l as o menos se l as comprende a l a luz de reg las escncasEn lo que concierne a su pronstico, a su pos i bl e moderaciny catarsis, esta siaiacin- c o m o podreconocersec o n f a c i l i d a d - n o e s f a v o r a b l e , p o r q u e , b a j o la s c o n d i c i o n e svlidas has ta e l momento , todas l as in tervenciones en es t e contex to han s ido perc ib idas ms c o mo o r g u l l o s a s me d i d a s p a i t i -d i s ta s q u e c o m o me d i a c i o n e s ; e s t o e s , c o m o mo l e s t a s p r o v o c a ciones , no como pos ib les ocas iones para esc larecer e l p rob lemae n cuestin. Q u i e n p r e t e n d e l l a ma r l a atencin sobre l a ex i s t e n c i a d e p r o b l e ma s r e l a c i o n a d o s c o n e l r e s p e t o y e l d e s p r e c io en e l ma rco de l as socie dad es actuale s es , s i t od o su ced ec o m o d e c o s t u m b r e , n i n g u n e a d o a travsd e u n acto ref l e jomedtico-masivo cas i in fa l ib le , com o s i e l s imp le hec ho deme n c i o n a r e s t a cuestinabr iera de inmediato ima her ida en l acon jura un iversa l de s i l encio y ya l a s imple evocacin de es t asituacin e mb a r a z o s a s e s i n ti e r a c o m o u n a o f e n s a n e c e s i t a d ad e r e v a n c h a .

    63

  • 7/29/2019 El desprecio de las masas-Captulo III (Heridas dobles)

    2/4

    Esta constaacnno es sino otra forma de decir que todaslas Ibrmas conocidas de filosofa social no tienen ms remedioque fracasar ante el delicado problema inherente a la sociedadmoderna; a saber, el conflicto existente entre horizontalidady verticalidad. Hasta ahora los filsofossohan halagado demaneras diferentes a la sociedad; es hora de provocada. Ahora bien, como un uso terapuicoeilustrado de las tensionesexistentes y sus fltijos y reflujos podrahacer ver, esta siltiacinhasta la fecha apenas ha sido objeto de dscusinLos posiblesprincipios orientados a desarrollar prcicasreveladoras y transformadoras de naturaleza esticaterapuicay espiritual siguen estando bloqueados hasta los mrgenessubculturales.A la vista del problema de nerviosismo que aqueja a las masas , parece indudable que sin la existencia de una sensible conexin entre humor y espritude justicia aquno se puede alcanzar ninguna catarsis. La compleja estructura del despreciomoderno en cuanto tal, que siempre entra en escena como desprecio que desprecia y como despreci o desprecia do, realizacomplicadas y peligrosas aproximaciones a un campo conlaminado en el que predominan el narcisismo inseguro de lasmasas y las ambiciones heridas de las ites cuando no sus mutuos entrecruzamientos. Lo que los psicoterapeutas han bautizado como una intervencinparadica podraaparecer fcilmente como una intervencinde fatales consecuencias. La"Guerra Fra"tiene uno de sus modelos psicodnmcosen esta incesante auncjue encubierta lucha en torno a necesichulesde legitimacin -tma "paz caliente"" repleta de ambicionesy ele inquietas asjiiraciones a alcanzar el pleno reconocimi ent o - . Sea como fuere, no cabe descartar que un dauna nuevaVaseAntje Vollnier, Hei.s.ser Frieclen. ber Cewalt, Macht und das (,'c

    heimnis der Zivilisalioii [Sobre violencia, poder y el misterio de la ciuilizcicioiil,Kfiln, 1995.

    0

    gciu-nicinde tcncosde la opinin piblica, de terapeutas del.i provocacnde artistas polticos de la confrontacin y de la( 1 im)ensacinabra en este espacio ima nueva era de juegcxsilustrados.'" Esta situacinpuede aplicarse sin ambages a lo queun estudio actual realizado en los Estados Unidos ha constata-11

  • 7/29/2019 El desprecio de las masas-Captulo III (Heridas dobles)

    3/4

    masas. Intelectuales 1880-1939, p r o p o r c i o n a u n e j e m p l o f i d e d i g n o y sintomtico de la trivializacinde la sociologade lal i t e ra tu ra , en e l que e l resen t imien to popu lar , s eguro de su xito , e n t r a e n e s c e n a c o m o u n m o d e l o d e c i e n c i a s h u m a n a s p o lticamente correcto. En general , es en l ibrcxs de este t ipo dond e u n o socons ta t a lo que ya sabaq u e B a u d e l a i r e r e p r o b a b ala fotografa p o r q u e p r o p o r c i o n a b a a l " v u l g o " u n m e d i o p a r a"aprec iar su p rop ia imagen t r iv i a l " ; o que los esnobs britnicosr id icu li zaban l as casas adosa das , l as her r am ien tas de bak el i t ay la alimentacin envasada s in esg r imi r razones para e l lo . Losau to res de es t a escuela no suelen t ener en cuen ta l a ex i s t enciad e u n a tradicin que t ranscurre de Maquiavelo a Hegel , de d i s c u r s o ari,stocrticoy ato-burgusen to rno a l "popu lacho" y suconversin e n " p u e b l o " [ V o M . En cualqu ier caso , es l a voz de lp ro to i lus t rado Vol t a i re l a que omosen esa expresinpolticad i g n a d e reflexin: " C u a n d o l a canaille [canzlh] se mezcla enlos asuntos de la razn t o d o estperd ido" . As imismo, es l a vozd e l p r o t o l u c h a d o r d e l a Repbica Alemana Hein r i ch Heinc l aque escuchamos en su l amento de ar t i s t a : "La baldamenta l i d a d l a b o r a l d e l p u r i t a n o m o d e r n o s e e x t i e n d e p o r t o d a E u r o pa como un g r i s crepscuop r e c e d i d o p o r u n preot i e m p oinvernal [ . . .]" . Tambn p o d e m o s oraqul a voz de l i l us tn idoFreud , qu ien , cas i s in hacer mido , en su escr i to de l ao 1921 ,Psicologa de masas y anlisis del yo, afirma lo s iguiente: "Nuest ra a lma no es una un idad pacfica, au to r regu lada . E l l a es , an t es b i en , comparab le a un Es tado moderno , en e l que una chus ma ans iosa de p l acer y de destnaccnt i ene que ser so juzgadapor una c l ase super io r y ms juiciosa".

    l^ or p o b r e s q u e s u e n e n l o s t r a b aj o s r e c i e n t e m e n t e c o r r e c t o sa n t e s m e n c i o n a d o s e n l o c o n c e r n i e n t e a su e s t i lo d e e s c r i t ur ay m o d o d e p e n s a r , e ll o s s e e n f re n t a n , t o m a n d o c o m o b l a n c oa l g u n a s f a se s d e c a d e n t e s , a u n m o d e l o m u y e s p i r i tu a l a u n ( | u eprol)lemticoc u y a s f u e n t e s c a b e r e t r o t r a e r a l i d e a l i s m o a I r66

    i n . i u Fue Joh an n Got t l i eb Fich te qu ie n , en ca l idad de fundad o r or ig ina l de l a teorade la alienacind e c u o m o d e r n o ,posibilit im a interpretacinde la cuestinm u y s u g e r e n t e yK ' p i c t ; ! d e c o n s e c u e n c i a s : p o r qu t a n t o s h o m b r e s , a p r i m e r avista sin constriccine x t e r n a a l g u n a , s i g u e n e s t a n d o p o r d e bajo de sus pos ib i l idades , y cmoe s p o s i b l e q u e m u c h o s d ei 'llo.s ni s i ( ]u i era l l egan a exper imentar en tus i asmo en su in t e-l io r . F i ch te pone de mani f i es to que en l a razde esa ex i s t en -ch i v:icil : inte y t r iv i a l i zada se com ete un er ro r re f l ex ivo e l e-i n c n l . i l , u n error tan cerri l y fanticoc o m o l a vid:i a l i e n a d a , Li nci ro r o r ig inado por esa i r res i s t ib l e inclinacindel sujeto a olv idarse de su au toact iv i c l ad y p roduct iv idad o r ig inar i as y com-| i i c n d c i s e c o m o u n a c o s a ms e n t r e c o s a s y , p o r t a n t o , c o m ouna v ic t ima de pode res a j eno s . No se cono ce lo su f l c i en te l a:iriiinacin flchteana de que la mayora d e l o s h o m b r e s e s t a -I I .MI ; i i i t e s d i s p u e s t o s ac o n s i d e r a r s e " u n t r o z o d e l a v a lu n :i r( | i i c un yo" : afirmacin e s t a q u e h a c e r e f e r e n c i a a l m o d o d ep i o c i ' d e r d e l p e n s a m i e n t o ontolgico msvulgar y Cjue d e s -

    una sacr i l ega a l i anza en t re autocosiflcaciny a u t o b a j e -/.a, una relacin rubr i cada por e l na tu ra l i sm o y maciu i l lada porlos o ropeles de l a van idad .

    Es b ien sab ido cmoe l p e n s a m i e n t o d e l a alienacin ha hec h o e s c u e l a e n s u versinhegel i ana y , a travsd e l m a r x i s m o ,s e ha l l egado a conver t i r en un des t acado e l emento Ib r j ack j r d ehi s to r i a en e l s ig lo pasado . Por o t ra par t e , alld o n d e l o s m o m e n t o sfllosficosd e l e s q u e m a d e produccinor ig inar i a , pr-d i d ; i d e l a sub je t iv idad y reapropiacins e h a n d i f u m i n a d o ohan de jado de tomarse en ser io , l a frmua act iv i s t a - idea l i s t ali:i segu ido s i endo u t i l i zada por innumerab les au to res para e l e -var a concie ncia l a idea de que los homb res , po r reg la ge nera ly t a l com o se mu es t ran d e en t rada , n o estna la altura. El m e -n o s c a b o d e l h o m b r e p o r e l h o m b r e e s a d v e r t i d o p o r e l i deal i s m o c o m o u n h e c h o e s c a n d a l o s o h a b i t u a l .

    67

  • 7/29/2019 El desprecio de las masas-Captulo III (Heridas dobles)

    4/4

    En el p e n s a m i e n t o de la alienacinc o b r a s e n t i d o la i dea deciue en los h o m b r e s t o d a a c t i v i d a d y t oda v i r tud ex i s t en , poras deci r lo , de un d o b l e m o d o : b i e n en v e r t i c a l i d a d a s c e n d e n te , o b i e n a travsde una ejecucinhor i zon ta l ; b i en de m o d oautntico o b i e n c o r r u p t o ; b i e n c o m o e s p o n t a n e i d a d d i s t i n g u i d a , o b i e n c o m o rplicab a r a t a . En su c o m e d i a Hombre ysuperhombre -que a s i m i s m o podra t i tularse La crianza del superhombre por medio del matrimonio-, G e o r g e B e r n a r d S h a wv u e l v e a r e m e m o r a r la figura del Don J u a n histricocon objeto de conf i ar l e la t a r e a de a t a c a r la i n a u t e n t i c i d a d de la vidae t e r n a en el i n f i e rno . En S h a w t o d o s los muer tos e l ige i ihabta r en el m i s m o ms all.Y lo e l i g e n , n a t u r a l m e n t e , c o m o s u e l en hacei Jo las m a s a s a l i e n a d a s . De ah qu e, al ofrecer l cc:)m-p r o m i s o de la cu l tu ra de m a s a s y high society, sea el i n f i e rnoel lugar visi tado con ms a s i d u i d a d , m i e n t r a s que el cie lo per m a n e c e c a si s i e m p r e vaco p o r q u e la mayorade los recin lleg a d o s al ms all t e m e n su cl ima ascicoy su l u m i n o s i d a d mi-nimal i s t a . Como si fuera un fu tu ro d i rec to r de p r o g r a m a s de latelevisinpr ivada , el diab lo e log ia la b a n a l i d a d de los s imulac r o s h u m a n i s t a s , qu e h a c e n a t r a c ti v o s los t e m a s p a r a t o d o s lospblicos.Donjun, por el c o n t r a r i o , en cal idad de a s p i r a n t e al a a l t a cu l tu ra ce l es t i a l , evoca la d i f e r e n c i a e n t r e las c u l t u r a shigh and toti.'-.

    Sus amigos (esto es lo que dice Don Juan drigndose al diablo) son los peri'os ms aburridos que conozco . No son bellos,sose han adornado . No .son limpios, sose han afeitacio y al-midonado . No son dignos, sino sovestidos a la moda. No songenlc cultivada, sohan pasado por el colegio. No son religio-.sos, .soalquilan los bancos de una iglesia. No son-m()r;ilist:is,soconvencionales. No son virtuosos, soson cobardes. No sonni siquiera malos, tan .sosei"viles. No son artistas, so.son la.s-civos 1...1 Carecen de autoest ima, soson vanidosos I...1.

    68

    P e r o el d i a b l o , en e f e c t o , c o m o habrai n t erp re t ado Roi ty , nop u e d e s e g u i r dendosea t r a p a r por es t as d i s t inc iones . En cal i-d;id de s e o r y r e p r e s e n t a n t e de la cu l tu ra de m a s a s eslistop;ira dar una respues ta adecuada: todo es to no es ms cjue char-l.ilanera a n t i c u a d a , m e r a c h a c h a r a de c o s a s r e p e t i d a s d u r a n t em u c h o t i e m p o , n o b l e s f r a s e s a las que el m u n d o no ha h e c h oningnc a s o . Y en el m o m e n t o en que los vivos se han d e c i d i d o a l uchar con t ra toda distincinveit ical , no cabe hacer o t racosa (jue d e f e n d e r el i n f i e rno .

    69