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EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE NANOFILTRAÇÃO E OSMOSE INVERSA NO PÓS- TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO ROMERITO MORAIS DA NÓBREGA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO NATAL-RN 2016 U F R N

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EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE

NANOFILTRAÇÃO E OSMOSE INVERSA NO PÓS-

TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO

ROMERITO MORAIS DA NÓBREGA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

NATAL-RN

2016

U F R N

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

ROMERITO MORAIS DA NÓBREGA

EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE NANOFILTRAÇÃO

E OSMOSE INVERSA NO PÓS-TRATAMENTO DE ESGOTO

DOMÉSTICO

Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade

Monografia, submetido ao Departamento de

Engenharia Civil da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do Título de

Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Dr. Cícero Onofre de Andrade Neto

Coorientador (a): Larissa Caroline Saraiva Ferreira

NATAL/RN, 01 DE JUNHO DE 2016

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 9

2 OBJETIVOS .................................................................................................. 11

2.1 Objetivo geral ........................................................................................ 11

2.2 Objetivos específicos ........................................................................... 11

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 12

3.1 Processo de separação por membranas ............................................ 12

3.2 Principais membranas utilizadas no processo de separação ........... 13

3.2.1 Microfiltração .................................................................................... 14

3.2.2 Ultrafiltração ...................................................................................... 14

3.2.3 Nanofiltração ..................................................................................... 14

3.2.4 Osmose Inversa ................................................................................ 15

3.3 Fouling ................................................................................................... 16

3.4 Configurações dos módulos de membranas ...................................... 17

3.4.1 Módulo com fibra oca ....................................................................... 17

3.4.2 Módulo espiral .................................................................................. 18

3.5 Tipos de filtração .................................................................................. 19

3.6 Águas de reúso ..................................................................................... 20

3.6.1 Classificação dos tipos de reúso ...................................................... 21

3.6.2 Reúso na indústria ............................................................................ 22

4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................ 27

4.1 Características das membranas .......................................................... 27

4.2 Obtenção dos permeados .................................................................... 31

4.3 Limpeza das membranas ...................................................................... 32

4.4 Métodos analíticos ................................................................................ 33

4.5 Processamento dos dados ................................................................... 34

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................. 36

5.1 Nanofiltração ......................................................................................... 36

5.2 Osmose inversa .................................................................................... 37

5.3 Reúso dos permeados na indústria .................................................... 38

5.3.1 Água de caldeira ............................................................................... 38

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5.3.2 Água para torre de resfriamento ....................................................... 40

5.3.3 Polo Petroquímico da Região do ABC Paulista (Aquapolo) .............. 41

5.3 Comparação entre as membranas ....................................................... 43

6 CONCLUSÃO ............................................................................................... 45

7 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 46

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Desenho esquemático do processo de separação por membranas.

Figura 2: Módulo de membrana de fibra oca.

Figura 3: Módulo espiral utilizando membranas planas.

Figura 4: Comparação esquemática entre Filtração Convencional (Filtração

frontal) e a Filtração em Escoamento Tangencial ou Filtração Tangencial.

Figura 5: Detalhe do sistema de Ultrafiltração: painel elétrico (A), membrana de

ultrafiltração (B) e painel hidráulico (C).

Figura 6: Detalhe do sistema de osmose inversa: painel hidráulico (A), tanque

de permeado (B), tanque de alimentação (C) e bomba hidráulica (D).

Figura 7: Detalhe do suporte em aço inox das membranas de nanofiltração e

osmose inversa.

Figura 8: Etapas do módulo experimental. 1) Alimentação 2) Entrada do

afluente na membrana 3) Saídas das corrente líquida do permeado 4) Saída da

corrente líquida do concentrado.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Principais tipos de membranas.

Tabela 2: Critérios de Qualidade Requeridos para Água de Caldeiras.

Tabela 3: Qualidade da água recomendada para torres de resfriamento.

Tabela 4: Qualidade da água para reúso industrial no empreendimento Aquapolo.

Tabela 5: Características das membranas.

Tabela 6: Parâmetros e métodos utilizados para as análises físico-químicas.

Tabela 7: Valores do limite superior referentes ao gráfico box plot para alguns

parâmetros.

Tabela 8: Valores médios do permeado nas membranas de NF e OI.

Tabela 9: Dados de leitura estatística do Teste-t.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Comparação estatística entre as variáveis estudadas e o padrão do

fabricante na NF

Gráfico 2: Comparação estatística entre as variáveis estudadas e o padrão do

fabricante na OI

Gráfico 3: Amônia – Reúso em Água de Caldeira

Gráfico 4: Cálcio – Reúso em Água de Caldeira

Gráfico 5: Magnésio – Reúso em Água de Caldeira

Gráfico 6: Bicarbonato – Reúso em Água de Caldeira

Gráfico 7: Bicarbonato – Reúso em Torre de Resfriamento

Gráfico 8: Amônia – Reúso Projeto Aquapolo

Gráfico 9: Fósforo total – Reúso Projeto Aquapolo

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RESUMO

O uso de membranas filtrantes no pós-tratamento de esgoto vem sendo

empregado na produção de águas de reúso, a fim de diminuir a utilização de

água potável advinda das concessionárias de distribuição, para fins que não o

necessitem. No caso do setor industrial, por exemplo, existe uma demanda por

água com elevado grau de pureza. Com isso, o objetivo desse trabalho foi

verificar a eficiência do uso das membranas de nanofiltração e osmose inversa

no pós-tratamento de esgoto doméstico, bem como avaliar a possibilidade de

reúso do permeado no ramo da indústria, que requer água com padrão mais

nobre. Para isso, o efluente, antes já tratado em sistema de decanto-digestor e

filtros biológicos, foi filtrado em uma membrana de ultrafiltração, cujo permeado

alimentou as membranas de NF e OI. Os permeados de cada filtração eram

coletados e enviados ao laboratório para análise de bicarbonato, cálcio, fósforo

total, magnésio, cloreto, amônia, sódio, potássio e condutividade. Ao final,

concluiu-se que os módulos estudados são eficientes, apresentando um

permeado compatível com reúso para caldeiras e torres de resfriamento,

ambos no ramo da indústria. Além disso, verificou-se que para a maioria das

variáveis as membranas de nanofiltração e osmose inversa não houve

diferença estatística significativa, sendo, portanto, necessário o uso apenas da

membrana de NF, por motivos de menores gastos energéticos e de operação,

uma vez que a membrana de nanofiltração requer uma pressão de trabalho

menor que a de osmose inversa.

Palavras-chave: Membranas filtrantes. Nanofiltração. Osmose inversa.

Permeado. Águas de reúso industrial.

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1 INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA

O lançamento indiscriminado de esgotos em estado bruto ou com

tratamento insuficiente, ou seja, sem a remoção necessária de nutrientes,

matéria orgânica e organismos patogênicos, tem comprometido a qualidade

dos mananciais e agravado os impactos ambientais e sociais advindos da

escassez de água em certas regiões.

Por exemplo, nas regiões áridas e semiáridas, a água se tornou um fator

limitante para o desenvolvimento urbano, industrial e agrícola, tendo em vista a

ausência de chuvas e, portanto, a pouca disponibilidade de reservas de água

doce. Planejadores e entidades gestoras de recursos hídricos, procuram,

continuadamente, novas fontes de recursos para complementar a pequena

disponibilidade hídrica ainda disponível (HESPANHOL, 2002). Além disso, o

esgotamento progressivo das reservas de água potável e/ou os altos custos de

mobilização de novos mananciais, localizados a grandes distâncias dos centros

consumidores, levou muitas empresas de saneamento básico a considerar

tecnologias de filtração por membranas para reciclar águas residuárias

(SCHNEIDER e TSUTIYA, 2001).

Dessa forma, desenvolver sistemas de tratamento de esgoto, que sejam

eficazes, tanto do ponto de vista econômico quanto operacional, ou seja,

redução dos custos e menores áreas de implantação, respectivamente, é viável

não apenas por ser uma fonte alternativa de reabastecimento dos corpos

hídricos, mas também por possibilitar o uso do esgoto tratado para

determinados fins, como por exemplo, irrigação de canteiros, lavagem de ruas

e praças, irrigação agrícola etc.

No ramo industrial, existem alguns processos, a exemplo de câmaras de

refrigeração e caldeiras, que demandam água com elevada qualidade, ou seja,

sem a presença de sais, sólidos totais, turbidez, nitrogênio e fósforo total, que

atualmente é fornecida pelas concessionárias de água (SCHNEIDER e

TSUTIYA, 2001). Portanto, usar uma tecnologia que permita, com o pós-

tratamento do esgoto doméstico, a produção de água que atenda às condições

de qualidade necessárias para esses setores, é fundamental tendo em vista a

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preservação da quantidade e qualidade dos corpos hídricos e redução dos

custos com água obtida pelas distribuidoras. Nesse sentido, a tecnologia de

membranas, especificamente de Nanofiltração e Osmose Inversa, tem se

destacado, uma vez que, é capaz de eliminar contaminantes físicos, químicos e

microbiológicos dos esgotos.

No que diz respeito ao reúso, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos

(CNRH) considera que se constitui em prática de racionalização e de

conservação de recursos hídricos, conforme princípios estabelecidos na

Agenda 21, podendo tal prática ser utilizada como instrumento para regular a

oferta e a demanda de recursos hídricos; além disso, reduz a descarga de

poluentes em corpos receptores, conservando os recursos hídricos para o

abastecimento público e outros usos mais exigentes quanto à qualidade, como

também, diminui os custos associados à poluição, contribuindo para a proteção

do meio ambiente e da saúde pública.

Portanto, é de fundamental importância estudar o uso de membranas

filtrantes como tecnologia eficiente na produção de águas de reúso com

elevado grau de pureza.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Analisar a eficiência do uso de membranas de Nanofiltração e Osmose

Inversa no pós-tratamento de esgoto doméstico na produção de permeados

com elevado grau de pureza.

2.2 Objetivos específicos

Comparar a eficiência entre as membranas de Nanofiltração e Osmose

Inversa;

Verificar a possibilidade do reúso dos permeados das membranas de

nanofiltração e osmose inversa em água de caldeira e torres de

resfriamento;

Comparar a eficiência conseguida na pesquisa com aquela garantida

pelo fabricante.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Processo de separação por membranas

A partir do início da década de 1970, em adição aos processos clássicos

de separação como destilação, filtração, absorção, troca iônica, centrifugação,

extração por solvente, cristalização e outros, surge uma nova classe de

processos que utilizam membranas sintéticas como barreira seletiva. As

membranas sintéticas surgem como uma tentativa de se assemelhar as

membranas naturais, em particular quanto as suas características únicas de

seletividade e permeabilidade (HABERT, BORGES E NOBREGA, 2006).

Uma membrana pode ser definida como um filme fino sólido que separa

duas soluções e atua com barreira seletiva para o transporte de componentes

destas soluções, quando aplicada algum tipo de força externa (Figura 1). As

forças externas que impulsionam a filtração em membranas utilizadas em

saneamento básico são pressão, sucção ou potencial elétrico (SCHNEIDER e

TSUTIYA, 2001).

Conforme mostra a figura abaixo, o processo de filtração resultará em

duas fases: permeado e concentrado. O permeado é todo componente que

conseguiu atravessar a membrana, enquanto o concentrado é uma corrente

líquida que não conseguiu atravessar a membrana, ou seja, ficando retida

contendo os compostos rejeitados.

Figura 1. Desenho esquemático do processo de separação por membranas.

Fonte: Chamon (2011)

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A filtração por membrana envolve a separação de dissolvidos, coloidais

e partículas constituintes a partir de um fluido pressurizado usando materiais

microporosos. Em geral, os processos de separação por membranas são

classificados em termos do tamanho dos poros ou do peso molecular de corte

e da pressão aplicada. Com base no tamanho dos poros, as membranas são

classificadas em quatro grupos principais, a saber, Microfiltração (MF),

Ultrafiltração (UF), Nanofiltração (NF) e Osmose Inversa (OI), conforme

podemos ver na tabela 1 (VIGNESWARAN et al., 2012). Além disso, os

processos de separação com membranas utilizam diferença de pressão

através da membrana como força motriz e têm sido utilizados para concentrar,

fracionar e purificar soluções diluídas, em particular soluções aquosas

(HABERT, BORGES E NOBREGA, 2006).

As membranas de NF e OI são consideradas como barreira final, uma

vez que, removem vários tipos de contaminantes, como por exemplo, matéria

orgânica natural, nutrientes, subprodutos da desinfecção e compostos

desreguladores endócrinos, das quais, por tratar-se de processos de

separação, a eficácia das membranas é geralmente medida pelo parâmetro

denominado rejeição (r), que é definido como o quociente da concentração do

material rejeitado no permeado dividido pela sua concentração no canal de

alimentação (SCHNEIDER e TSUTIYA, 2001).

3.2 Principais membranas utilizadas no processo de separação

Tabela 1: Principais tipos de membranas

MEMBRANA POROSIDADE MATERIAL RETIDO

Microfiltração 0,1 µm Protozoários, bactérias, vírus (maioria), partículas

Ultrafiltração 1.00 – 100.000 D + coloides, totalidade dos vírus

Nanofiltração 200 – 1.000 D + íons divalentes e trivalentes, moléculas orgânicas com

tamanho maior do que a porosidade média da membrana

Osmose Inversa < 200 D + íons, praticamente toda a matéria orgânica

Fonte: SCHNEIDER e TSUTIYA (2001)

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3.2.1 Microfiltração

A microfiltração (MF) é o processo de separação com membranas mais

próximo da filtração clássica. Utiliza membranas porosas com poros na faixa

entre 0,1 e 10 μm (100 e 10.000 nm), sendo, portanto indicado para a retenção

de bactérias, protozoários, maioria dos vírus e materiais em suspensão e

emulsão. Como as membranas de MF são relativamente abertas, as pressões

empregadas como força motriz para o transporte são pequenas, dificilmente

ultrapassando 3 bar. Na MF o solvente e todo o material solúvel permeia a

membrana. Apenas o material em suspensão é retido (HABERT, BORGES e

NOBREGA, 2006).

3.2.2 Ultrafiltração

Ultrafiltração é também conhecido como filtração molecular. É uma

técnica de separação por membrana utilizada para segregar substâncias de

acordo com o peso e tamanho molecular, sendo baseada em um diferencial de

pressão através da membrana semipermeável. É um processo conduzido de

pressão, operando numa faixa mais baixa de 100-1.000 kPa (VIGNESWARAN

et al., 2012).

Sendo assim, é um processo utilizado quando se deseja purificar e

fracionar soluções contendo macromoléculas. As membranas de UF

apresentam poros na faixa entre 1 e 100 nm, portanto mais fechadas do que as

membranas de MF. Soluções contendo solutos numa ampla faixa de massa

molar (103 – 106 Dalton) podem ser tratadas por este processo. Como os

poros das membranas de UF são menores, uma força motriz maior é

necessária para obter fluxos de permeados elevados o suficiente para que o

processo possa ser utilizado industrialmente. Por este motivo as diferenças de

pressão através da membrana variam na faixa de 2 a 10 bar (HABERT,

BORGES e NOBREGA, 2006).

3.2.3 Nanofiltração

A nanofiltração (NF) é o processo de separação por membranas, cuja

técnica é capaz de separar soluções heterogêneas e solutos que se encontram

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dissolvidos na água. A membrana atua como uma barreira seletiva, ou seja,

permite apenas a passagem de determinados componentes, enquanto impede

a passagem de outros. Essa técnica retém os sais bivalentes com 0,001µm

molecular e requer pressão de trabalho entre 10 a 25 bar (CHEIS, 2013).

Atualmente, é muito comum o uso da tecnologia de nanofiltração nas

indústrias farmacêuticas e alimentar, entre outros setores, como:

mineração;

biorrefinaria (recuperação de açucares);

processo de dessalinização;

dessalinização parcial do soro fisiológico, permeado ou retentado de

ultrafiltração (UF) como exigido;

descoloração e eliminação de micropoluentes;

purificação dos químicos usados em limpeza em circuito fechado em

equipamentos de esterilização;

redução ou alteração de cor em produtos alimentícios;

concentração de coprodutos de fermentação e concentração de

alimentos, lácteos e produtos ou coprodutos da indústria de bebidas.

3.2.4 Osmose Inversa

A osmose inversa (OI) é um processo de separação com membranas

usado quando se deseja reter solutos de baixa massa molar, tais como sais

inorgânicos ou pequenas moléculas orgânicas como glicose. Por este motivo,

as membranas de OI devem ser mais fechadas (poros menores) apresentando,

portanto, uma maior resistência à permeação e, consequentemente, pressões

de operação mais elevadas do que as utilizadas em UF. Na verdade, as

membranas de OI apresentam características intermediarias entre as

membranas porosas usadas em MF e UF e as membranas densas

empregadas em pervaporação e permeação de gases. O nome Osmose

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Inversa se deve ao fato de que neste tipo de processo o fluxo permeado é no

sentido inverso do fluxo osmótico normal (HABERT, BORGES e NOBREGA,

2006).

As membranas de osmose inversa têm sido amplamente utilizadas para

o tratamento da água, como por exemplo na produção de água de composição

ultrapura, para caldeiras em campos industriais, no processo de dessalinização

de água do mar e da água salobra na produção de água potável, além do

tratamento de águas residuais para reúso nos campos industrial e agrícola, por

exemplo (UEMURA; HENMI, 2008).

3.3 Fouling

Como a membrana é responsável por filtrar as impurezas do líquido a

ser tratado, o material retido nos poros, ou seja, aqueles que possuem

tamanho maior que o poro da membrana, acaba formando uma camada que

obstrui a membrana (processo de incrustação), tornando a filtração menos

eficaz, uma vez que é perdido fluxo no sistema. Em virtude disso, as

incrustações em membranas têm sido um dos principais obstáculos para as

suas aplicações no tratamento de água (VIGNESWARAN et al., 2012).

Dessa forma, o Fouling tem sido considerado como o problema mais

grave na operação de sistemas de NF e OI. O método usual para prevenir a

incrustação biológica é a administração contínua de cloro à água, ou, conforme

orientado pelos fabricantes, como é o caso das membranas dessa pesquisa,

que por serem de poliamida (material degradado pelo cloro) foi utilizado

hidróxido de sódio.

Portanto, é importante prever um bom sistema de pré-tratamento, pois

isto está diretamente relacionada ao aumento da vida útil das membranas, que

deixam de apresentar entupimentos prematuros e, consequentemente, de

passar por limpezas químicas frequentes, sem perda de capacidade de

filtração.

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3.4 Configurações dos módulos de membranas

O módulo é o elemento básico de um sistema de membrana que

congrega todas as estruturas necessárias para viabilizar a operação da

unidade de separação. Ele contém os seguintes elementos:

Membranas;

Estruturas de suporte da pressão, do vácuo ou da corrente elétrica

aplicados ao sistema;

Canais de alimentação e remoção do permeado e do concentrado.

Além disso, os módulos devem ser projetados para atender requisitos,

tais como: simplicidade de manuseio, facilidade de limpeza e baixo volume

morto (SCHNEIDER e TSUTIYA, 2001).

Os tipos de módulos mais comuns utilizados são módulos de placa

plana, módulos em espiral, módulos tubulares e módulos de fibra oca

(VIGNESWARAN et al., 2012). Os módulos em espiral e de fibra oca são

abordados abaixo em mais detalhes por serem os utilizados nessa pesquisa.

3.4.1 Módulo com fibra oca

As fibras ocas são caracterizadas por apresentarem um diâmetro

externo inferior a 0,5 mm. As fibras são fixadas nas duas extremidades de um

tubo, empregando uma resina, que também possibilita a vedação e separação

dos compartimentos de efluente bruto e permeado (HABERT, BORGES e

NÓBREGA, 2006).

Os módulos de fibras ocas (figura 2) são aplicados em maior escala em

sistemas de MF e UF, apresentando área de membrana por volume de módulo

de cerca de 1000 m²/m³. Essa elevada relação entre a área de permeação e o

volume do módulo constitui uma vantagem para as membranas de fibras ocas,

uma vez que há melhor utilização do espaço resultando numa redução do

custo do equipamento (SCHENEIDER e TSUTIYA, 2001).

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Figura 2: Módulo de membrana de fibra oca. Fonte: Radjenovic et al (2007)

3.4.2 Módulo espiral

O módulo espiral (figura 3) é mais utilizado em aplicações que

demandam pressões altas e intermediárias, ou seja, na NF e OI.

Nesse módulo utiliza-se a membrana entre dois espaçadores. Um

desses serve como canal de coleta para o permeado, enquanto o outro fornece

espaço para escoar a solução de alimentação. As membranas conjuntamente

com os espaçadores são enroladas em torno de um duto perfurado, para o qual

o permeado escoa. O conjunto é selado externamente com resina (SILVA,

2014).

Figura 3: Módulo espiral utilizando membranas planas. Fonte: HABERT, BORGES E NÓBREGA (2006)

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3.5 Tipos de filtração

Os módulos de membranas podem ser operados por filtração frontal e

tangencial, conforme observamos na Figura 4.

Figura 4. Comparação esquemática entre Filtração Convencional (Filtração frontal) e a Filtração em Escoamento Tangencial ou Filtração Tangencial.

Fonte: HABERT, BORGES E NÓBREGA (2006)

No caso de uma solução ou suspensão sendo processada no modo

filtração frontal, o permeado passa através da membrana e o soluto, ou os

materiais em suspensão, são retidos, acumulando-se na superfície da

membrana. Trata-se de um modo de operação fundamentalmente transiente,

uma vez que a concentração do soluto próximo à membrana aumenta com o

tempo. No caso da MF, por exemplo, de maneira análoga ao que ocorre na

filtração clássica, este acúmulo pode se traduzir na formação de depósito ou de

uma torta de filtração (HABERT, BORGES e NÓBREGA, 2006).

Já a filtração de escoamento tangencial, a solução ou suspensão, escoa

paralelamente à superfície da membrana, à medida que o permeado é

transportado transversalmente a mesma. Neste caso, o escoamento paralelo à

membrana limita o acúmulo do material retido sobre a mesma, tornando

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possível uma operação do sistema em condições de regime estabelecido de

transferência de massa. Em outras palavras, o fluxo de permeado pode

permanecer constante com o tempo, mas em um valor menor do que o obtido

com o solvente puro, na mesma pressão de operação, uma vez que o aumento

da concentração das espécies retidas próximo à superfície da membrana

provoca uma resistência adicional à transferência de massa do solvente. Note

que o aumento da concentração das espécies retidas próximo à superfície da

membrana continua presente, mas seu efeito pode ser minimizado, em

particular, alterando-se a hidrodinâmica do escoamento da corrente de

alimentação (HABERT, BORGES e NÓBREGA, 2006).

3.6 Águas de reúso

Através do ciclo hidrológico a água se constitui em um recurso

renovável. Quando reciclada através de sistemas naturais, é um recurso limpo

e seguro que é, através da atividade antrópica, deteriorado à níveis diferentes

de poluição. Entretanto, uma vez poluída, a água pode ser recuperada e

reutilizada para fins benéficos diversos. A qualidade da água utilizada e o

objeto específico do reúso, estabelecerão os níveis de tratamento

recomendados, os critérios de segurança a serem adotados e os custos de

capital, operação e manutenção associados. As possibilidades e formas

potenciais de reúso dependem, evidentemente, de características, condições e

fatores locais, tais como decisão política, esquemas institucionais,

disponibilidade técnica e fatores econômicos, sociais e culturais (HESPANHOL,

2002).

A reciclagem, de forma mais ampla, e o reúso de água, mais

especificamente, têm sido procurados como uma forma de resolver os

problemas criados pelas limitações em se dar um destino adequado aos

efluentes gerados. As alternativas de reúso encontradas a partir do paradigma

do “resíduo inevitável” limitam-se à busca de opções para se colocar os

efluentes de forma aceitável, em algum lugar. Assim, tais alternativas têm sido

desenvolvidas sob uma ótica em que o gerador do efluente procura um meio

onde o mesmo possa ser aceito, ao menor custo (AISSE et al., 2006).

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A implantação de um sistema de reúso leva o empreendedor a investir

em melhores tecnologias de tratamento, adaptando os esgotos para um uso

previsto, impedindo assim que efluentes de qualidade inferior sejam lançados

em corpos receptores, o que resulta na diminuição da poluição hídrica (SILVA,

2014).

3.6.1 Classificação dos tipos de reúso

A água produzida a partir de efluentes de estações de tratamento ou

esgoto bruto pode atender a três mercados distintos, muito embora o reúso não

potável e o reúso potável indireto sejam os mais empregados (SCHNEIDER e

TSUTIYA, 2001):

Água de reúso não potável, distribuída para os consumidores

através de uma rede de distribuição independente, destinada a

usos que não demandam água com qualidade potável como, por

exemplo, lavagem de carros, rega de jardins, descarga em vasos

sanitários etc;

Reúso potável indireto onde a água tratada nos sistemas de

membrana é utilizada para recompor reservatórios no lençol

freático ou na superfície;

Reúso potável direto.

Em se tratando, especificamente, a água de reúso direto não potável, a

resolução 54/2005 do CNRH em seu artigo 3º, estabelece modalidades,

diretrizes e critérios gerais para a prática do reúso direto não potável de água,

conforme descritos a seguir:

I - reúso para fins urbanos: utilização de água de reúso para fins de

irrigação paisagística, lavagem de logradouros públicos e veículos,

desobstrução de tubulações, construção civil, edificações, combate a incêndio,

dentro da área urbana;

II - reúso para fins agrícolas e florestais: aplicação de água de reúso

para produção agrícola e cultivo de florestas plantadas;

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III - reúso para fins ambientais: utilização de água de reúso para

implantação de projetos de recuperação do meio ambiente;

IV - reúso para fins industriais: utilização de água de reúso em

processos, atividades e operações industriais; e,

V - reúso na aquicultura: utilização de água de reúso para a criação

de animais ou cultivo de vegetais aquáticos.

3.6.2 Reúso na indústria

Os reúsos industriais da água incluem água para resfriamento,

processamento, alimentação de caldeiras, lavagem, transporte de material,

podendo também integrar o processo industrial. Os requisitos de qualidade da

água para reúso são função da aplicação específica, sendo impossível de

serem generalizados. Aproximadamente 75% de todo reúso industrial destina-

se a refrigeração (CROOK, 1993)

De uma maneira genérica, pode-se dizer que a água encontra as

seguintes aplicações na indústria (CROOK, 1993):

Consumo humano: água utilizada em ambientes sanitários, vestiários,

cozinhas e refeitórios, bebedouros, equipamentos de segurança (lava-

olhos, por exemplo) ou em qualquer atividade doméstica com contato

humano direto;

Matéria Prima: como matéria-prima, a água será incorporada ao produto

final, a exemplo do que ocorre nas indústrias de cervejas e refrigerantes,

de produtos de higiene pessoal e limpeza doméstica, de cosméticos, de

alimentos e conservas e de fármacos, ou então, a água é utilizada para

a obtenção de outros produtos, por exemplo, o hidrogênio por meio da

eletrólise da água;

Uso como fluido auxiliar: a água, como fluido auxiliar, pode ser utilizada

em diversas atividades, destacando-se a preparação de suspensões e

soluções químicas, compostos intermediários, reagentes químicos,

veículo, ou ainda, para as operações de lavagem;

Page 24: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

23

Uso para geração de energia: Para este tipo de aplicação, a água pode

ser utilizada por meio da transformação da energia cinética, potencial ou

térmica, acumulada na água, em energia mecânica e posteriormente em

energia elétrica;

Uso como fluído de aquecimento e/ou resfriamento: Nestes casos, a

água é utilizada como fluido de transporte de calor para remoção do

calor de misturas reativas ou outros dispositivos que necessitem de

resfriamento devido à geração de calor, ou então, devido às condições

de operação estabelecidas, pois a elevação de temperatura pode

comprometer o desempenho do sistema, bem como danificar algum

equipamento;

Outros Usos: Utilização de água para combate à incêndio, rega de áreas

verdes ou incorporação em diversos subprodutos gerados nos

processos industriais, seja na fase sólida, líquida ou gasosa.

Além disso, a prática do reúso em sistemas industriais proporciona

benefícios ambientais significativos, pois permite que um volume maior de água

permaneça disponível para outros usos. Em certas condições, pode reduzir a

poluição hídrica por meio da minimização da descarga de efluentes. Existem

também benefícios econômicos, uma vez que a empresa não acrescenta a

seus produtos os custos relativos à cobrança pelo uso da água (HESPANHOL,

2004). Destacando ainda que, dependendo da disponibilidade hídrica, além de

iniciativas para a redução do consumo de água, a produção industrial fica

condicionada à análise das seguintes opções, que não são necessariamente

excludentes:

I - Manter a situação tradicional, utilizando água de sistemas

públicos de distribuição e dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos;

II - Adquirir água de reúso ou água de utilidade, produzida por

companhias de saneamento, através de tratamento complementar de seus

efluentes secundários; ou,

Page 25: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

24

III - Reusar, na medida do possível, os seus próprios efluentes, após

tratamento adequado.

Muitas vezes, não existe informação sobre o nível mínimo de

qualidade de água para uma atividade industrial, o que pode dificultar a

identificação de oportunidades de reúso. É necessário, portanto, um estudo

mais detalhado do processo industrial para a caracterização da qualidade de

água. Simultaneamente, é preciso realizar um estudo de tratabilidade do

efluente, para que seja estabelecido um sistema de tratamento que produza

água com qualidade compatível com o processo industrial considerado

(HESPANHOL, 2004). Entretanto, existem estudos que já indicam alguns

parâmetros para uso em caldeiras e torres de resfriamento, por exemplo,

conforme tabelas 2 e 3, respectivamente.

Tabela 2: Critérios de Qualidade Requeridos para Água de Caldeiras

Critérios de Qualidade Requeridos para Água de Caldeiras

Parâmetro

Industrial

Baixa pressão Pressão

intermediária Alta pressão

Bicarbonato (mg/L) 170 120 48

Cálcio (mg/L) (1) 0,4 0,01

Magnésio (mg/L) (1) 0,25 0,01

Amônia (mg/L) 0,1 0,1 0,1

Cloreto (mg/L) (1) (1) (1)

(1) Aceito como recebido. Fonte: CROOK (1993)

Page 26: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

25

Tabela 3: Qualidade da água recomendada para torres de resfriamento

(1) Aceito como recebido. Fonte: CROOK (1993)

Além disso, existe hoje no Brasil um empreendimento destinado a

produção de água para reúso industrial para o Polo Petroquímico da Região do

ABC Paulista, o Aquapolo, resultado de uma parceria entre empresa de

engenharia e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo

(SABESP). Os parâmetros e qualidade da água que devem ser alcançados ao

final de todo o processo foram determinadas pelo próprio Polo Petroquímico,

conforme pode ser observado na tabela 4, que a utiliza para limpar torres de

resfriamento e caldeiras, principalmente.

Tabela 4: Qualidade da água para reúso industrial no empreendimento Aquapolo

Parâmetro Valor máximo permitido

Condutividade (mg/L) 500,0

Fósforo total (mg/L) 0,5

Amônia (mg/L) 1,0

Fonte: SABESP, 2013 apud SILVA (2014)

Qualidade da água recomendada para torres de resfriamento

Parâmetro Sem recirculação Com recirculação

Água doce Água salobra Água doce Água salobra

Bicarbonato (mg/L) 600 140 24 140

Cálcio (mg/L) 200 420 50 420

Magnésio (mg/L) (1) (1) (1) (1)

Amônia (mg/L) (1) (1) (1) (1)

Cloreto (mg/L) 600 19000 500 19000

Page 27: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

26

Sendo assim, para fins industriais a água utilizada exige padrões de

elevado grau de pureza, que é conseguido através do uso das membranas de

osmose inversa e nanofiltração, uma vez que, por exemplo, a presença de

possíveis compostos orgânicos na água utilizada em caldeiras, quando sujeitos

a altas temperaturas, podem se transformar em ácidos orgânicos e

automaticamente provocar a corrosão da caldeira. Ainda, sem o devido

cuidado, o risco de formação de biofilme e de incrustação de cálcio e sílica nas

paredes da caldeira é alto, podendo vitrificar e fragilizar sua estrutura. Deve,

portanto, em termos gerais apresentar menor quantidade possível de sais e

óxidos dissolvidos, ausência de oxigênio e outros gases dissolvidos, além de

materiais orgânicos, isenta de materiais em suspensão, temperatura elevada e

pH adequado (faixa alcalina).

Page 28: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

27

4 MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada na Estação de Tratamento de Esgoto

Experimental, localizada no campus da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, utilizando dois módulos de membranas filtrantes, Nanofiltração e

Osmose Inversa. Entretanto, o esgoto coletado da ETE passava por uma pré-

filtração na membrana de Ultrafiltração.

O esgoto bruto – que era essencialmente doméstico, proveniente das

residências universitárias, do departamento de educação física, do restaurante

e do pouso universitário do Campus Central da UFRN, em Natal – passava por

tratamento biológico contendo decanto-digestor, seguido de filtro anaeróbio, e

então coletado em galões de forma manual para serem pré-filtrados na

membrana de Ultrafiltração, e finalmente, filtrados nas membranas de NF e OI.

4.1 Características das membranas

Foram utilizados dois módulos integrados de membrana, onde um foi

destinado às membranas de baixa pressão (UF) e outro às membranas de alta

pressão (NF e OI).

As principais características das membranas utilizadas na pesquisa

estão apresentadas na tabela 5, de acordo com informações do fabricante.

Tabela 5: Características das membranas

UF NF OI

Fabricante PAM Membranas Dow Filmtec Dow Filmtec

Configuração dos

módulos

Fibras ocas Espiral Espiral

Page 29: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

28

UF NF OI

Material Polietersulfona (PES) Poliamida Poliamida

Retenção 50 (Retenção molar –

MWCO)

>97% para sais 99,5% para sais

Diâmetro externo 0,70 mm - -

Pressão máxima 5 bar 15 bar 15 bar

Temperatura

máxima

55 ºC 45 ºC 45 ºC

Área da membrana 4,085 m² 2,5 m² 2,5 m²

Limites de pH 4 - 10 2 - 11 2 - 11

Fonte: PAM – Membranas Seletivas.

O módulo consiste da membrana propriamente dita, uma estrutura de

PVC para suporte das membranas, fixadas nas extremidades por uma resina

específica. Além disso, tinha os tanques de alimentação e armazenamento do

permeado, tubulações e conexões, bomba e painéis elétrico e hidráulico (figura

5).

Page 30: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

29

Figura 5: Detalhe do sistema de Ultrafiltração: painel elétrico (A), membrana de ultrafiltração (B)

e painel hidráulico (C).

Os principais componentes do equipamento com módulo integrado de

membranas de UF são:

3 (três) manômetros para medição das pressões de alimentação,

concentrado/lavagem pela carcaça e permeado/retrolavagem;

4 (quatro) rotâmetros para medição das vazões de concentrado,

permeado, lavagem pela carcaça e retrolavagem;

4 (quatro) válvulas globo para controle das pressões e vazões de

concentrado, permeado, lavagem pela carcaça e retrolavagem;

1 (uma) bomba centrífuga de alimentação, permitindo vazões de até

10m³/h com pressão nominal de até 10 bar; e 1 (uma) bomba c de até

10m³/h com pressão nominal de até 2 bar;

Page 31: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

30

1 (um) tanque para armazenamento da alimentação do sistema, com

capacidade para 50 litros;

1 (um) tanque para armazenamento do permeado do sistema, com

capacidade para 30 litros;

O equipamento com módulo integrado de membranas de NF e OI possui

estrutura semelhante ao descrito anteriormente (figura 6), com algumas

diferenças para atender as condições exigidas por membranas que operam

com pressão superior. Por exemplo, o suporte das membranas de NF e OI são

de aço inox (figura 7), e todas as interligações do módulo são em material

compatível com a pressão de trabalho exercida. Além disso, não há

necessidade de compressor de ar, uma vez que, para essas membranas não

há retrolavagem. Os demais componentes de controle, medição e

armazenamento são similares ao do módulo de UF.

Figura 6: Detalhe do sistema de osmose inversa: painel hidráulico (A), tanque de permeado

(B), tanque de alimentação (C) e bomba hidráulica (D).

Page 32: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

31

Figura 7: Detalhe do suporte em aço inox das membranas de nanofiltração e osmose inversa

4.2 Obtenção dos permeados

O esgoto na saída do filtro anaeróbio foi filtrado na membrana de

ultrafiltração, e o permeado resultante dessa filtração alimentou as membranas

de NF e OI, focos desse estudo.

Na figura 8 podemos ver o desenho esquemático de todo o processo de

filtração, com as etapas seguindo a ordem conforme a numeração indicada.

Primeiramente era abastecido o tanque de alimentação (com o esgoto coletado

na saída do filtro anaeróbio, no caso da membrana de ultrafiltração, e com o

permeado da UF, no caso das membranas de NF e OI). O esgoto era então

bombeado e filtrado, gerando assim duas correntes, a corrente do permeado

que era coletada para análise em laboratório e para abastecer a alimentação

das membranas de alta pressão (aqui se refere ao permeado da membrana de

UF, que servia de alimentação para as membranas de NF e OI), e a corrente

do concentrado, que era descartado.

Page 33: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

32

Vale ressaltar que, embora as membranas de NF e OI possam trabalhar

com pressões máximas de 15 bar, a utilizada na pesquisa foi de 5 bar, em

virtude de limitações da bomba utiliza no sistema.

4.3 Limpeza das membranas

Existem três possibilidades de limpeza: limpeza química, lavagem pela

carcaça e retrolavagem, segundo procedimentos conforme seguem abaixo.

No caso dessa pesquisa, a limpeza química só se fez necessária uma

vez para cada membrana, antes de iniciarmos as 10 coletas previstas, tendo

em vista que não houve perda de fluxo entre coletas da mesma membrana.

A limpeza química seguiu orientações do fabricante, que indicou o uso

de solução de hipoclorito de sódio (1000ppm), para as membranas de fibra oca

(UF), enquanto que para as membranas planas (NF e OI), solução de hidróxido

de sódio a pH 10 seguida de ácido clorídrico a pH 4.

Para a membrana de Ultrafiltração eram colocados 30 litros de água e

1,5 L de água sanitária no tanque de alimentação. Feito isso, ligava-se o

sistema no modo de filtrar durante uma hora em recirculação, de forma que as

Figura 8: Etapas do módulo experimental. 1) Alimentação 2)

Entrada do afluente na membrana 3) Saídas das corrente líquida

do permeado 4) Saída da corrente líquida do concentrado

Page 34: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

33

duas correntes líquidas (permeado e concentrado) eram direcionados ao

tanque de alimentação. Transcorrida uma hora, o sistema era drenado, e

filtrava-se dessa vez apenas água a fim de remover os resíduos do hipoclorito

de sódio. Para certificar-se que todo o cloro tinha sido eliminado, era utilizado o

indicador de orto-toluidina na coleta do permeado.

Para as membranas de nanofiltração e osmose inversa era adicionada

uma solução de hidróxido de sódio 1N em 30 litros de água no tanque de

alimentação até que se obtivesse um pH 10. Essa solução ficava recirculando

por uma hora no sistema e, em seguida, era filtrada apenas água limpa isenta

de cloro para limpeza dos resíduos da solução. Logo após, era recirculada uma

solução de ácido cítrico a pH 4, também por uma hora e, em seguida, filtrada

água limpa isenta de cloro para limpeza dos vestígios da última solução.

Na lavagem pela carcaça, o que ocorre é apenas a filtração utilizando

água da rede de abastecimento e retrolavagem, utilizando água da rede de

abastecimento da UFRN. No caso da retrolavagem, foi realizada segundo o

manual do fabricante, que consiste na filtração seguindo sentido inverso.

4.4 Métodos analíticos

Depois de filtradas nas membranas de Ultrafiltração, fazíamos a coleta

do permeado. O restante abastecia as membranas de NF e OI para também

serem coletados os permeados. Foram feitas dez coletas para cada uma das

duas membranas.

Todas as amostras eram levadas ao laboratório, onde eram analisados

os seguintes parâmetros, segundo procedimento experimental da APHA

(2012), conforme tabela 6.

Page 35: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

34

Tabela 6. Parâmetros e métodos utilizados para as análises físico-químicas.

Parâmetro Método Frequência

Bicarbonato Determinado a partir da

alcalinidade

2x por semana

Fósforo total Espectrofotometria (ácido

ascórbico)

Cálcio Titulometria - EDTA

Magnésio Titulometria – EDTA

Cloreto Titulometria – Nitrato de

Prata

Amônia Destilação seguida de

titulação

Sódio Fotometria de emissão de

chama

Potássio Fotometria de emissão de

chama

Condutividade Potenciometria

Fonte: APHA (2012)

4.5 Análise estatística

Os resultados obtidos foram processados estatisticamente através do

Teste-t, com nível de significância de 5% (p = 0,05), de forma que os dez

valores de eficiências coletados, para cada uma das membranas, foram

comparados com um valor de eficiência padrão, fornecido pelo manual do

fabricante, utilizando o teste de uma única amostra com um padrão.

Além disso, foi feita análise estatística que comparou as eficiências de

remoção para cada variável entre as membranas, com o objetivo de avaliar

estatisticamente se as duas membranas utilizadas apresentavam eficiências

Page 36: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

35

diferentes para cada parâmetro, com uso do teste na modalidade de duas

amostras independentes

.

Page 37: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

36

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

De acordo com manual do fabricante, foi garantida uma eficiência de

97,5% para membrana de nanofiltração na remoção de íons polivalentes e,

99,5% no caso da osmose inversa para íons monovalentes.

5.1 Nanofiltração

Pela análise estatística concluiu-se que apenas as variáveis fósforo total

e magnésio atingiram a eficiência garantida pelo fabricante, como podemos

observar no gráfico 1. As variáveis que não atingiram a eficiência de fábrica

(gráficos abaixo), já era esperado – com exceção do cálcio – uma vez que, a

eficiência padrão estabelecida é válida apenas para íons polivalentes.

Gráfico 1: Comparação estatística entre as variáveis estudadas e o padrão do fabricante na NF

Page 38: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

37

5.2 Osmose inversa

Pela análise estatística, concluiu-se que apenas o magnésio e o cloreto

atingiram a eficiência de remoção do fabricante, conforme se pode perceber no

gráfico 2. Embora seja esperado que a membrana de OI remova íons

monovalentes, o fato dela não ter atingido a eficiência de remoção padrão para

a maioria das variáveis, possivelmente se deve à perda de eficiência ao longo

do tempo, tendo em vista que a membrana utilizada na pesquisa já possui três

anos de uso.

Gráfico 2: Comparação estatística entre as variáveis estudadas e o padrão do fabricante na OI

Page 39: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

38

5.3 Reúso dos permeados na indústria

5.3.1 Água de caldeira

Pela análise das tabela 2, que trata dos padrões exigidos para água de

reúso em caldeira e ainda dos gráficos abaixo, que trazem a leitura estatística

dos dados dessa pesquisa para as membranas de nanofiltração e osmose

inversa, bem como os valores máximos admitidos para cada variável, percebe-

se que o permeado tanto da membrana de nanofiltração quanto de osmose

inversa não se mostraram eficientes para reúso como água de caldeira apenas

para a variável amônia. Sendo ainda que, para o cálcio o permeado atinge o

padrão exigido somente para sistemas de baixa pressão, ao passo que o

magnésio alcançou os padrões exigidos para pressões de trabalho baixa e

intermediária.

Nanofiltração Osmose

Inversa

Pressão

Intermediária

Alta

Pressão

Baixa

Pressão

Page 40: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

39

Nanofiltração Osmose

Inversa

Pressão

Intermediária

Alta

Pressão

Nanofiltração Osmose

Inversa

Pressão

Intermediária

Alta

Pressão

Page 41: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

40

Nos gráficos de cálcio e magnésio não foram mostrados valores

máximos para baixa pressão tendo em vista que a água de reúso é aceita

como recebida. Bem como para o cloreto, que não foi mostrado gráfico, uma

vez que é aceito como recebido nas três modalidades de pressões.

5.3.2 Água para torre de resfriamento

Pela análise da tabela 3, que trata dos padrões exigidos para água de

reúso em torre de resfriamento e também os gráficos abaixo, que trazem a

leitura estatística dos dados dessa pesquisa para as membranas de

nanofiltração e osmose inversa, bem como os valores máximos admitidos para

cada variável, percebe-se que o permeado tanto da membrana de nanofiltração

quanto de osmose inversa se mostraram eficientes em todos os parâmetros

para reúso como água de torres de resfriamento, embora para o parâmetro

bicarbonato se tenha verificado uma limitação de reúso, no caso do sistema

operar com recirculação, atingido o padrão exigido somente para água salobra.

Nanofiltração Osmose

Inversa

Pressão

Intermediária

Alta

Pressão

Baixa

Pressão

Page 42: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

41

Não foram apresentados gráficos para os outros parâmetros e variações,

uma vez que, como mostrado na tabela 3, para o magnésio e a amônia a água

é aceita como recebida, enquanto que para os outros parâmetros os valores

máximos permitidos estão bem acima que os valores obtidos.

5.3.3 Polo Petroquímico da Região do ABC Paulista (Aquapolo)

De acordo com a tabela 4, que trata da Qualidade da água para reúso

industrial no empreendimento Aquapolo, e ainda através dos gráficos abaixo,

que trazem a leitura estatística dos dados dessa pesquisa para as membranas

de nanofiltração e osmose inversa, bem como os valores máximos admitidos

para cada variável, os permeados das duas membranas só atenderiam a

variável condutividade.

Nanofiltração Osmose

Inversa

Com

recirculação –

Água doce

Page 43: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

42

Nanofiltração Osmose

Inversa

Valor máximo

permitido

Nanofiltração Osmose

Inversa

Valor máximo

permitido

Projeto Aquapolo

Page 44: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

43

Não foi apresentado gráfico para variável condutividade, pois como visto

na tabela 4 o valor máximo permitido está muito acima dos valores obtidos.

5.4 Comparação entre as membranas

Na tabela 9, percebe-se que a maioria dos parâmetros, com exceção do

cloreto, não possui diferença estatística significativa (pnível de significância > 0,05), ou

seja, para essas variáveis a mesma qualidade de permeado é conseguida tanto

na filtração pela NF quanto na OI. Sendo assim, podendo ser utilizada apenas

a membrana de Nanofiltração que opera em condições de pressão menores

que a OI, garantindo economia de energia no processo e, consequentemente,

menor custo de operação, uma vez que a NF pode operar com pressões

menores.

Infere-se ainda da análise da tabela 9, que apenas a variável cloreto

apresentou diferença estatística significativa (pnível de significância < 0,05), quando

utilizados módulos de membranas diferentes. Porém, na análise das tabelas 2

e 3, percebeu-se que para água de reúso em caldeiras e torres de resfriamento

os valores alcançados na NF já atendem aos padrões exigidos.

Dessa forma, concluiu-se que o padrão do permeado da NF já atenderia

ao exigido para as formas de reúso sugeridas nesse trabalho.

Tabela 9: Dados de leitura estatística do Teste-t.

Parâmetro Amostra Mediana Valor p

Bicarbonato

Nanofiltração 36,60

0,68

Osmose inversa 35,75

Cálcio

Nanofiltração 0,40

0,34

Osmose inversa 0,80

Parâmetro Amostra Mediana Valor p

Page 45: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

44

Magnésio

Nanofiltração 0,00

1,00

Osmose inversa 0,00

Cloreto

Nanofiltração 3,50

< 0,001

Osmose inversa 0,25

Fósforo total

Nanofiltração 0,85

0,73

Osmose inversa 0,85

Amônia

Nanofiltração 4,45

0,56

Osmose inversa 4,23

Sódio

Nanofiltração 4,50

0,08

Osmose inversa 3,85

Potássio

Nanofiltração 1,40

0,11

Osmose inversa 1,20

Condutividade

Nanofiltração 80,20

0,07

Osmose inversa 70,15

Page 46: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

45

6 CONCLUSÃO

Tanto a membrana de Nanofiltração quanto a de Osmose Inversa se

mostraram eficientes no pós-tratamento de esgoto doméstico,

produzindo um permeado com elevado grau de pureza;

Para reúso em água de caldeira, percebeu-se que os permeados não

atingiram todos os padrões exigidos para nenhuma das três faixas de

pressão. Porém, no caso de processos trabalhando em baixa pressão,

apenas a variável amônia não atendeu à concentração padrão exigida.

Para reúso em torres de resfriamento, as duas membranas atenderam

aos padrões exigidos, sendo necessário nesse caso apenas o uso da

membrana de nanofiltração, possibilitando um sistema com menor gasto

de energia e, portanto, menor custo de operação.

Page 47: EFICIÊNCIA DE MEMBRANAS FILTRANTES DE …

46

7 REFERÊNCIAS

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