EB Aula 4 Cinetica Enzimatica [Modo de...
Transcript of EB Aula 4 Cinetica Enzimatica [Modo de...
1
1
CINÉTICA ENZIMÁTICA
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015
Caso particular da Cinética Química
2Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa.
Inês Roberto - 2015
Medir as velocidades de transformação
Avaliar a influência de condições de reação (conc. dereagentes, enzimas, temperatura, pH, etc..) nasvelocidades de reação
Correlacionar através de modelos matemáticos (empíricos)as velocidades das transformações com fatores que asafetam
Otimização; controle e projeto de reatores
OBJETIVOS
ENZIMAS
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 3
�São catalisadores orgânicos protéicos, relativamenteespecíficos, produzidos por organismos vivos.
�São proteínas com atividade catalítica. Praticamentetodas as reações que caracterizam o metabolismocelular são catalisadas por enzimas.
�Como catalisadores celulares, as enzimas acelerama velocidade de uma reação, sem no entantoparticipar dela como reagente ou produto.
�Nomenclatura: sufixo ASE adicionado a seusubstrato Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa.
Inês Roberto - 2015 4
Disponibilidade comercial
Industriais
(Ex: amilases)
Analíticas (Ex: glicose oxidase)
Médicas (Ex: asparaginase)
Natureza da reação catalisada
Oxiredutases
Transferases
Hidrolases
Liases
Isomerases
Ligases
Classificação
http://www.chem.qmul.ac.uk/iubmb/enzyme/
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 5
Classificação Internacional das EnzimasIMPORTÂNCIA INDUSTRIAL
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 6
�Amiloglicosidase (A. niger) ------- Produção deglicose
�Proteases (B. subtilis) ---------- Detergentes
�Glicose isomerase (L.brevis) ----------Frutose
�Invertase (S. cerevisiae) ------- Alimentos (previne acristalização do açúcar)
2
IMPORTÂNCIA INDUSTRIAL
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 7
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 8
CINÉTICA ENZIMÁTICA
É a parte da enzimologia que estuda a velocidadedas reações enzimáticas, e os fatores queinfluenciam nesta velocidade.
A cinética de uma enzima é estudada avaliando-sea quantidade de produto formado ou a quantidadede substrato consumido por unidade de tempo dereação.
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 9
Medida da Velocidade
PSE
→
2222 21 OOHOH
catalase
+→
�A velocidade de consumo de [S] ou formação de [P] varia com o tempo
�Mesmo mantendo constantes a temperatura e pH, a [E] pode diminuir devido a sua
labilidade (produtos inibidores de sua ação catalítica)
�A velocidade da reação deve ser calculada, sempre que possível no instante inicial t = 0
(instante em que as condições experimentais são conhecidas)
�Há porém casos, em que a v0 não pode ser medida (falta de técnicas experimentais,
equação química não totalmente conhecida). Nestes casos, a velocidade da reação pode
ser representada por uma velocidade média de substancias escolhidas, ou ainda pela
variação de uma propriedade do sistema (viscosidade)
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 10
Fatores que Afetam a Atividade Enzimática
A velocidade de reação aumenta aumento da
energia cinética
Depende dos grupos ionizáveis presente no sítio
ativos das enzimas.
Temperatura pH
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 11
Fatores que Afetam a Atividade Enzimática
A velocidade de reação
aumenta com o aumento da
[E]
Cinética de 1a ordem
A velocidade da reação aumenta com aumento da
[S] até um limite (saturação).
Concentração da enzima Concentração do substrato
Modelo cinético para explicar a influência das concentrações iniciais de [E] e [S] na velocidade da reação.
Michaelis-Menten
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 12
O substrato e a enzima reagem reversivelmente entre si formando um complexo intermediário chamado de complexo enzima-substrato
A formação do complexo se dá na proporção de 1 mol de [S] para cada mol de [E], produzindo 1 mol do complexo
O complexo formado se decompõe regenerando a enzima e formando produtos
Hipóteses
3
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 13
PEESSEv
k
k
k
+→+ →←
3
1
2
Sendo:
K1 = constante de velocidade de formação do complexo
K2 = constante de velocidade de dissociação do complexo
K3 = constante de velocidade de decomposição do complexo formando o produto
ν = velocidade de formação do produto
Balanço de massa
[ ] [ ]ESkdt
Pdv 3==Produto [P]:
Complexo [ES] [ ] [ ][ ] [ ] [ ]ESkESkSEkdt
ESd321 −−=
Enzima [E]: [ ]ESEE −= 0
(1)
(2)
(3)
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 14
Aplicando estado estacionário, na eq.2, ou seja [ ]0=
dt
ESd
[ ] [ ][ ] [ ] [ ]ESkESkSEkdt
ESd321 −−=
[ ] [ ][ ]32
1
kk
SEkES
+=
Substituindo a eq.(3) na eq.(4), teremos: [ ] [ ]( )[ ]32
01
kk
SESEkES
+
−=
[ ] [ ]][
1
32
0
Sk
kkSE
ES+
+=
(2)
(4)
Resolvendo a eq.(5), teremos:
(5)
(6)
Substituindo a eq.(6) na eq.(1), teremos:
[ ] [ ]][
1
32
03
Sk
kkSE
kdt
Pdv
++
==][
][
Sk
sVv
m +=(7) (8)
Equação de Michaelis-Menten
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 15
][
][
Sk
sVv
mmáx +
=
Sendo:
ν= velocidade da reação
V= velocidade máxima da reação
Km = constante de Michaelis.
Equação de Michaelis-Menten
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 16
][
][
Sk
sVv
mmáx +
=
S=Km
Quanto menor o valor de Km
maior será a afinidade da E
pelo S
Por que na região de elevada [S] a velocidade é máxima e constante?
Km = É a concentração de substrato a qualcorresponde a uma velocidade igual a metadeda máxima
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 17
Determinação das Constantes Cinéticas (km e Vmáx)
O método mais utilizado foi a linearização proposta porLineweaver-Burk (duplo recíproco) e consiste em inverterambos os lados da equação de Michaelis
SV
k
Vv máx
m
máx
111+=
aXbY +=
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 18
Determinação das Constantes Cinéticas (km e Vmáx)
O método proposto por Hanes, consiste simplesmente em
multiplicar por [S]ambos os lados da equação de Michaelis
máx
m
máx V
kS
Vv
S+=
1
baXY +=
4
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 19
A título de exemplo, consideremos os valores da Tabela 1 que nos fornece os dados experimentais de uma reação enzimática.
S (g/L) νννν (g/l.h)
0,25 0,78
0,51 1,25
1,03 1,66
2,52 2,19
4,33 2,35
7,25 2,57
Tabela 1: Velocidade inicial de formação do produto em função da concentração inicial do substrato.
Determinar os valores das constantes cinéticas da reação aplicando O método de Lineweaver-Burk e de Hanes.
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 20
Os inibidores são substâncias que podem diminuir a velocidade da reação.
Influência da Presença de um Inibidor
Inibição
Reversível
CompetitivaO inibidor se liga no mesmo sítio de ligação do substrato
O efeito é revertido aumentando-se a concentração
de substrato
Não-CompetitivaO inibidor liga-se
reversivelmente à enzima em um sítio próprio de ligação
Depende apenas da concentração do inibidor.
Irreversível
21Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa.
Inês Roberto - 2015Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa.
Inês Roberto - 2015 22
Modelos de Ligação Enzima-Substrato
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 23
Mecanismo para inibição COMPETITIVA
PEESS
EI
I
Ev
k
k
k
+→++
→←
3
1
2
b][1
][
Sk
Ik
sVv
Im
máx
+
+
=
Efeito do [I] é aumentar km pelofator αααα
Contornado pelo aumento de [S]
Não modifica a Vmáx
α
α=1 Não ocorre inibição
+=
Imappm k
Ikk 1,
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 24
Mecanismo para inibição NÃO-COMPETITIVA
][
][
1Sk
s
k
I
Vv
m
I
máx
+
+
=
O inibidor se liga em ambos (E ou ES)em um sítio distinto do sítio ativo
O efeito do [I] é diminuir a Vmáx
pelo fator αααα
Nenhuma mudança no km
+
=
I
app
kI
VV
1
maxmax,
5
Influência da Presença de um Inibidor nas Constantes Cinéticas (Km e Vmáx)
Tipo de Inibidor Ligação no Sitio Ativo Efeito Cinético
Sem Inibidor
Competitivo
Nenhum
Compete com o S pelo mesmo
sítio ativo (reversível pelo S)
Não altera as constantes
Aumentar Km sem alterar a
velocidade
Não-CompetitivoO inibidor ocupa outro sítio
regulador da enzima (não
reversível pelo S)
Não altera o Km e a
velocidade decresce com
proporcionalmente a [I]
25Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa.
Inês Roberto - 2015 26Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa.
Inês Roberto - 2015
27Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa.
Inês Roberto - 2015 28
Na tabela estão mostrados os dados experimentais obtidos após a reação de hidrólise do
amido com a enzima α-amilase na ausência e na presença de maltose. Pede-se:
a) Representação gráfica da influência do substrato sobre a velocidade de hidrólise do
amido, na presença e na ausência de maltose;
b) Representação gráfica de Lineweaver-Burk e determinação da constante de Michaelis
(KM) e a velocidade máxima (VM), para ambas condições
Ausência de Maltose Presença de Maltose
Substrato
(g/L)
Velocidade de hidrólise
(g/min) Substrato
Velocidade de hidrólise
(g/min)
12.56 101 10 77
11.24 98.2 7.7 71.4
9 92.4 5.26 62.5
8.12 90 4.55 58.9
6.33 82.7 3.33 51.4
5.61 79.1 2.04 38.9
4.28 70.9 1.89 37
3.56 65 1.67 34.2
2.34 51.7
1 28.8
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 29 30
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015
6
31Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa.
Inês Roberto - 2015 32Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa.
Inês Roberto - 2015
Resolução
33
0
20
40
60
80
100
120
0 5 10 15
V
[S]
Hidrólise do amido
Ausência de Maltose Presença de MaltoseAula 4 – Eng. Bioquimica Profa.
Inês Roberto - 2015
Resolução - Comportamento
34
0
20
40
60
80
100
120
0 5 10 15
V
[S]
Hidrólise do amido
Ausência de Maltose Presença de Maltose
Vmáx
Vmáx
KM
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015
Linearização
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 35
Ausência de Maltose Presença de Maltose
1/S 1/V 1/S 1/V
0.080 0.0099 0.100 0.013
0.089 0.0102 0.130 0.014
0.111 0.0108 0.190 0.016
0.123 0.0111 0.220 0.017
0.158 0.0121 0.300 0.019
0.178 0.0126 0.490 0.026
0.234 0.0141 0.529 0.027
0.281 0.0154 0.599 0.029
0.427 0.0193
1 0.034722
Resolução - Linearização
36
y = 0.0269x + 0.0078
y = 0.0325x + 0.0098
0.0000
0.0050
0.0100
0.0150
0.0200
0.0250
0.0300
0.0350
0.0400
0.000 0.200 0.400 0.600 0.800 1.000 1.200
1/V
[S]
Hidrólise do amido
Ausência de Maltose Presença de Maltose
Linear (Ausência de Maltose) Linear (Presença de Maltose)
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015
7
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 37
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 38
Ausência de Maltose Presença de Maltose
1/S 1/V 1/S 1/V
-0.289 0.0000 -0.300 0.000
0.080 0.0099 0.100 0.013
0.089 0.0102 0.130 0.014
0.111 0.0108 0.190 0.016
0.123 0.0111 0.220 0.017
0.158 0.0121 0.300 0.019
0.178 0.0126 0.490 0.026
0.234 0.0141 0.529 0.027
0.281 0.0154 0.599 0.029
0.427 0.0193
1 0.034722
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015 39
y = 0.027x + 0.0078
y = 0.0326x + 0.0098
-0.0050
0.0000
0.0050
0.0100
0.0150
0.0200
0.0250
0.0300
-0.400 -0.200 0.000 0.200 0.400 0.600
1/V
1/[S]
Hidrólise do amido
Ausência de Maltose Presença de Maltose
Linear (Ausência de Maltose) Linear (Presença de Maltose)
40
KM semelhante
Velocidades máximas diferentes
Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa. Inês Roberto - 2015
CINÉTICA ENZIMÁTICA
41Aula 4 – Eng. Bioquimica Profa.
Inês Roberto - 2015