DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2014. 8. 22. · CAMPBELL, Selma Inês...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
O LÚDICO COMO AGENTE FACILITADOR NO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM PARA DEFICIENTES VISUAIS NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
Por: Aline Maria da Silva Pereira
Orientador
Mary Sue Pereira
Rio de Janeiro
2014
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
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O LÚDICO COMO AGENTE FACILITADOR NO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM PARA DEFICIENTES VISUAIS NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
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Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Educação Especial e
Inclusiva.
Por: Aline Maria da Silva Pereira
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AGRADECIMENTOS
A Deus, minha mãe, minha diretora
escolar, ao meu marido, minhas filhas
Jéssica e Mariah e as minhas amigas
Rosy e Fernanda.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha diretora
escolar que financiou meu estudo.
5
RESUMO
O presente estudo enfatizou em seu trabalho a investigação do lúdico
como agente facilitador da aprendizagem no processo ensino – aprendizagem
para deficientes visuais na educação infantil, dando ênfase ao brincar como
elemento essencial para o desenvolvimento da criança na perspectiva da
educação inclusiva. Buscando mostrar que a atividade lúdica deve deixar de
ser encarada como passatempo e deve ser vista como uma possibilidade de
complementação ao processo ensino aprendizagem, tendo o professor
especialista em educação infantil envolvidos com crianças deficientes visuais
como uma ponte para a realização desse processo. A brincadeira é um meio
privilegiado de inserção das crianças na realidade da vida. Ela é uma forma
prazerosa de aprender, é a principal via condutora do desenvolvimento infantil,
brincando, a criança desenvolve as diferentes habilidades, independente de
faixa etária, e de sua condição física. Através de dados bibliográficos,
baseados em vários autores da área de Educação, realizou- se a pesquisa
deste estudo. Concluímos que brincar é um elemento essencial na vida de
qualquer criança e que se faz necessário à implantação do mesmo no contexto
escolar que visa à inclusão
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METODOLOGIA
O estudo tem como metodologia uma pesquisa bibliográfica em livros
com autores relevantes sobre o assunto, leitura de artigos científicos, sites de
internet, revistas educacionais dentre outros.
CAMPBELL, Selma Inês MÚLTIPLAS FACES DA INCLUSÃO; Wak Ed,2009.
ORRÚ, Silvia Ester,Estudantes com necessidades especiais: Singularidades e
desafios na prática pedagógica inclusiva; Wak Ed, 2012
MAIA, Heber, Necessidades Educacionais Especiais, V3; Wak Editora,2011.
LAMARA.Associação Brasileira de assistência do deficiente visual
LDB.Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9394/96
Macedo,Lino. Os jogos e o lúdico no aprendizado escolar.Porto Alegre, Artmed,
2005
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - A importância do lúdico para o desenvolvimento da criança 11
CAPÍTULO II - Aprendizagem e desenvolvimento de crianças com deficiência
visual na educação infantil 22
CAPÍTULO III – A prática educativa um dos caminhos para inclusão 30
CONCLUSÃO 40
BIBLIOGRAFIA 42
ÍNDICE 44
8
INTRODUÇÃO
Vivemos um momento de grandes transformações onde novos valores
devem ser repensados pelas escolas. As escolas estão cada vez mais
recebendo alunos com suas diversidades, fazendo-se necessário estar apta e
preparada para buscar meios para receber adequadamente estes alunos.
Assim, abre – se caminhos para o desenvolvimento de novas metodologias
para a aprendizagem, visando uma educação dinâmica e concreta, que possa
visar o aluno como um todo. A educação lúdica por estar dentro destes
parâmetros deve deixar de ser encarada como passatempo e deve ser vista
como possibilidade de complementação do processo ensino- aprendizagem.
A educação lúdica vem com o papel de facilitadora da aprendizagem,
visando uma nova direção metodológica, dando oportunidade ao exercício e
evolução da criatividade do professor e aluno, mostrando que através de
atividades lúdicas bem direcionadas, é possível construir um mundo amplo de
aprendizagem, quebrando barreiras que a deficiência visual possa trazer.
Provando ser possível construir uma aprendizagem concreta e tornar as aulas
mais dinâmicas e criativas sem fugir dos conteúdos programáticos, com isso o
ambiente escolar torna-se agradável e acolhedor; ambiente este indispensável
para que a aprendizagem na Educação infantil aconteça.
Implantando um espaço na escola onde o professor especialista em
educação infantil possa desenvolver estas práticas, criar um acervo de
materiais, brinquedos e tudo que possa subsidiar o trabalho do professor e
propiciar atividades lúdicas são fatores indispensáveis para uma escola que
visa a educação inclusiva.
Pretende- se neste estudo evidenciar a importância de se trabalhar com
o lúdico para que a aprendizagem de deficientes visuais se torne mais
concretas e dinâmicas, quebrando as barreiras e preconceitos sobre a inclusão
de deficientes visuais no ensino regular, trazendo a educação lúdica como fator
indispensável para essa construção do conhecimento, dando ênfase na sua
contribuição para complementação do processo educativo. Oferecendo através
9
do lúdico alternativas pedagógicas para construir uma aprendizagem mais rica
e prazerosa.
O estudo se torna relevante à medida que o professor especialista em
educação infantil contribui para que esse processo ocorra, tendo em vista que
hoje não podemos mais deixar que nossas práticas fiquem apenas norteadas
por livros e meros exercícios acadêmicos.
Diante destas circunstâncias o professor especialista em educação
infantil tem o papel de inserir novas alternativas pedagógicas que auxilie o
processo ensino- aprendizagem fundamentando – se na educação lúdica,
valorizando a utilização do lúdico como atividade geradora do desenvolvimento
intelectual.
Assim o estudo tem como problema verificar até que ponto a atividade
lúdica pode beneficiar a aprendizagem de deficientes visuais na educação
infantil.
É necessário que o professor insira o brincar em seu projeto educativo
tendo objetivos e consciência da importância de sua ação em relação ao
desenvolvimento e a aprendizagem infantil.
O professor ao brincar com seus alunos, ao levá- los para um passeio ao
sol, cantar, dançar, não são apenas momentos de recreação. Esses estímulos
são fundamentais para o desenvolvimento do intelecto das crianças. Enquanto
brinca a criança amplia a sua capacidade corporal, sua consciência do outro,
percebe a si como um ser social, percebe o espaço que a cerca e descobre
como explorá-lo o que facilita a sua compreensão dos assuntos mais
complexos que serão abordados na escola.
Desta forma o estudo tem como metodologia uma pesquisa bibliográfica
em livros com autores relevantes sobre o assunto, leitura de artigos científicos,
sites de internet, revistas educacionais dentre outros.
Este trabalho levou em consideração autores relevantes que
contribuíram cientificamente para a realização desse estudo como: Campbell
(2009); Orrú (2012); Maia (2011); Macedo (2005); Kishimoto (2002);, sendo
autores no qual deram suporte para a elaboração e concretização deste
estudo.
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A hipótese a ser observada neste estudo é o quanto a construção do
conhecimento para os deficientes visuais, na educação infantil, pode ser
mediada através da ludicidade.
Neste estudo abordaremos o lúdico como agente facilitador no processo
de ensino-aprendizagem para deficientes visuais na educação infantil.
11
CAPÍTULO I
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA O
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
As brincadeiras alimentam o espírito imaginativo,
exploratório e incentivo do faz de conta (...) brincar não
é algo fora da vida, é algo nela também (...) no brincar,
não se aprendem somente conteúdos escolares,
aprende-se algo sobre a vida e a constante peleja que
nela travamos. (PEREIRA, 2002, p.56)
Para Pereira (2002) brincar não é apenas um passaporte para o prazer
ou para aprendizagem de meros conteúdos escolares, mas sim fator auxiliador
para construção do ser como cidadão, como um ser humanizado.
Através do brincar a criança instiga a sua imaginação, adquire
sociabilidade, experimenta novas sensações, começa a conhecer o mundo,
trava desafios e busca satisfazer sua curiosidade de tudo conhecer, é um meio
de mostrar as suas emoções e criações.
No brincar o modo de pensar e agir de uma criança são diferentes do
modo de pensar e agir de outra criança. Isso acontece, porque a criança ao
brincar libera suas emoções, assim o que pode ter dado grande satisfação a
uma criança, para outra pode ter passado por despercebido.
O brincar, as brincadeiras são parceiros silenciosos que desafiam as
crianças, permitindo-as conhecerem com mais clareza importantes funções
mentais, como o desenvolvimento do raciocínio abstrato e da linguagem.
Quando brinca a criança faz nascer um mundo de surpresas, instantes
demorados de contemplação, assim constituem momentos excelentes para a
aprendizagem, pois quando brinca a criança aprende sem perceber, ocorre a
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mistura da aprendizagem com o prazer. Interagindo constantemente com o
brinquedo, a criança organiza seus modelos explicativos de mundo, procura
estabelecer relações entre as diversas situações que vivencia, sejam elas
internas, em nível de emoções a serem trabalhadas, ou externas, em nível de
organização e operacionalização de novas formas de ação junto ao mundo. O
jogo é a maneira que a criança tem de se situar no mundo, de aprender, de
conhecer, é o afetivo e o cognitivo juntos, é uma necessidade da criança. É
através do brinquedo que a criança faz sua inclusão no mundo, trava contato
com os desafios e busca saciar sua curiosidade de tudo conhecer. Por tanto é
incorreto conceber o brincar com uma atividade sem propósito.
Porém para Vigotsky (1987) definir brincar, como somente uma atividade
que proporciona prazer a uma criança é incorreto, pois muitas atividades dão a
criança experiência de prazer que são muito mais intensas que brincar, como
por exemplo, crianças que gostam de chupar chupeta, mesmo que ela não se
sacie e também existe brincadeiras que as atividades não são muito prazerosa
e só proporcionam prazer se o resultado for compensador. O prazer não pode
ser visto com uma característica que define o brincar, porém, não se pode
passar por desapercebido que a criança quando brinca libera suas emoções
seus sonhos e desejos, libera suas fantasias mais prazerosas e talvez no
mundo real não pudesse ser realizada, exemplo o momento em que a criança
brinca de professora ou médica.
Assim podemos dentre tantas definições de brincar dizer que brincar é uma
atividade geradora de prazer, de satisfação e por ser capaz de gerar prazer e
satisfação torna-se essencial para o desenvolvimento da criança, através do
brincar a criança idealiza o que quer fazer, o que quer ser, o que irá enriquecer
o seu desenvolvimento.
1.1 - O Lúdico como facilitador e motivador da aprendizagem
O processo ensino-aprendizagem depende muito da motivação do
educando. Considerar as suas necessidades e os seus interesses, oferecendo-
lhe situações para incentivar sua participação nas atividades propostas
favorecerá grandemente as suas capacidades de construir o conhecimento, e
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formar ideias próprias e originais sobre os fatos, expressão e criação de formas
convictas.
Quando se promove satisfação naquilo que se faz, aquilo que parecia ser
difícil é amenizado, por estar motivados a executar.
Para o processo-ensino-aprendizagem a motivação é um dos fatores
essenciais na sua construção, principalmente na educação infantil que é a
primeira fase de contato da criança com a escola. Assim Maranhão (2002)
acredita que a aprendizagem pode se tornar ativadora e fácil a partir do
momento em que o educador construa e deixe seu aluno construir, então,
defende o método lúdico, afirmando que através dele a aprendizagem pode se
tornar mais suave e prazerosa, porém ressalta que é necessário que o método
lúdico deixe de ser encarado pelas escolas, como um mero passatempo e
passe a ser visto como possibilidade de complementação no processo-ensino-
aprendizagem.
A educação lúdica de maneira espontânea e agradável coloca a criança em
situação de ser guiadas em seus impulsos instintivos.Encorajar, orientar e
desenvolver as manifestações instintivas das crianças e auxiliar no
desenvolvimento, oportuno da sua inteligência, apurar as suas decisões,
fortalecer sua vontade, sua individualidade e sua sociabilidade.” A criança
satisfaz algumas de suas necessidades usando brinquedos. As ações que
realiza estão diretamente relacionadas com suas necessidades, com suas
motivações e também de acordo com o seu desenvolvimento.”
(VIGOTSKY,1991,p.97)
1.2 - O lúdico como recurso pedagógico
Segundo Kishimoto (1999), no mundo de hoje cada vez mais estão sendo
crianças metodologias para a aprendizagem, dessa forma as escolas estão se
abrindo para acompanharem esse progresso. Assim surge uma nova visão
para educação lúdica que deixa de ser encarada como passatempo e passa
ser vista como método inovador de aprendizagem, que propicia ao educando
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prazer e dinamismo na aprendizagem e também oportuniza dar a visão de uma
escola que fornece um ambiente bom, criativo e agradável.
Dessa forma espera se que o lúdico, possa agir como um poderoso recurso
pedagógico, reforçando as pesquisas atuais, quais apontam indisiociabilidade
entre os aspectos afetivos e com cognitivos na formação e desenvolvimento do
ser humano.
O jogo compreendido sobre a ótica do brinquedo e da criatividade deverá
encontrar maior espaço para ser entendido como educação, na medida em que
os professores compreendem melhor toda a sua capacidade e seu potencial de
construir para com o desenvolvimento da criança.
É necessário que o educador insira o brincar em um projeto educativo, o
que supõem intencionalidade, ou seja, ter objetivos e consciência da
importância de sua ação em relação ao desenvolvimento e aprendizagem
infantil. O educador deve desejar a dimensão mais subjetiva de ter objetivos, e
ao mesmo tempo, deve abdicar de seus desejos, no sentido de permitir que as
crianças, tais como são na realidade advinha, reconhecendo que elas são elas
mesmas e não aquilo que o educador deseja que elas sejam.
Na palavra Kishimoto (1999) “seria necessário informar aos educadores da
importância de brincadeiras livres para desenvolvimento da linguagem, pois a
partir delas a criança libera a sua imaginação, sua criatividade, libera o mundo
em que vive, surge à oportunidade de desenvolver sua linguagem iniciativa a
construir, pois as crianças perderam a segurança as ruas e calçadas, com isto
perderam parte da liberdade na escola das suas brincadeiras e companheiros.
As grandes cidades, os pequenos apartamentos não permitem mais as
intenções sociais. Com a modernidade as crianças não tem tempo para perder”
com brincadeiras, pois tem uma série de responsabilidades que são
consideradas mais importantes, como curso de informática, língua, danças,
esportes, etc. As instituições escolares são também fotografias dessas
mudanças de valores, as brincadeiras foram deixadas de lado em detrimento
das atividades pedagógicas, que são mais produtivas.
Ainda segundo Kishimoto (1999) é notório a ênfase da necessidade de se
preparar a criança da pré-escola para as séries seguintes, e que um bom
resultado desse trabalho será obtido através das brincadeiras e dos brinquedos
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pedagógicos. Nas entrelinhas dessas falas, há uma visão contraditória do
brincar e uma concepção da infância que percebe a criança com vir a ser,
como uma preparação para o mundo comunicando assim, que o mais
importante não é a criança, em seus aspectos globais e o brincar pelo prazer
em si, assim perdendo a essência do que vem a ser o método lúdico, que é
fazer da aprendizagem o momento agradável e que acompanha o
desenvolvimento da criança não dando tanta ênfase ao futuro mais se
preocupando primordialmente com o agora. “Por não saber o significado dos
brinquedos na aula, a criança não nota que está aprendendo brincando”.
(Kishimoto, 1997, p.35)
Há uma grande necessidade de se resgatar o brincar no espaço escolar, no
entanto, fica registrado paradoxo ao transformar o instrumento de apoio para o
trabalho didático-pedagógico na escola. Em outras palavras, há ciência da
necessidade de se resgatar atividade lúdica, mais por outro lado reside à
insistência didatizá-la e conduzi-la para os interesses predeterminados e
conteudistas da escola.
Em relação à experiência do brincar diz aquela Kishimoto (1999), que é
necessário que aconteça uma busca coletiva dos valores ficada pra traz, dos
brinquedos tradicionais, autênticos, construindo a base de materiais simples,
mais com infinitas possibilidades de brincar e sonhar; como as bolinhas de
gude, as pipas de papel de seda, o cavalinho de pau, a boneca de pano, os
carrinhos de madeiras, as latinhas reaproveitadas que serviam de construção
de uma infinidade de objetos para brincar. Precisa-se um resgate das
brincadeiras alegres, cheias de energias e companheirismo, como: o pique
esconde amarelinha, o soltar pipa, o brincar de casinha, o passa anel, o futebol
de rua, as brincadeiras de roda; experiência gostosa e saudável, nas quais as
crianças corriam, pulavam, rolavam, brincavam e aprendiam. São essas
brincadeiras que deixam saudades e que marcam a vida das pessoas, pois são
significativas e acontecem profundamente na experiência de ser criança.
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1.3 - Coletânea de brincadeiras
Através das experiências vivenciadas com brincadeiras a criança melhora a
sua comunicação, a convivência e a interação grupal, por esse momento
interligar afeto, motricidade, linguagem, representação, memória de outras
funções cognitivas. Brincar torna-se essencial ao equilíbrio afetivo da criança,
através das brincadeiras a criança assimila valores, assume comportamentos,
desenvolve diversas áreas do conhecimento, exercita-se fisicamente e
aprimora habilidades motoras o que se torna essencial para a aprendizagem da
criança deficiente visual.
Através das brincadeiras a criança faz novas amizades, melhora o seu
relacionamento com seus pais, educadores e entre colegas perde o medo do
desconhecido e se abre a aprender e viver novas experiências, que sua
deficiência possa impossibilitar de viver. No convívio com outras crianças
aprendem a dar e receber ordens, a esperar a sua vez de brincar, a emprestar
e tomar emprestado, a compartilhar momentos bons e ruins, e ter tolerância, a
ajudar e ser ajudado, enfim, seu raciocínio é desenvolvido de forma prazerosa.
A criança também encontra nas brincadeiras equilíbrio entre o real e o
imaginário, alimenta a sua vida interior, descobre o mundo.
A brincadeira é a vida da criança sendo a melhor forma para ela conhecer o
ambiente, aprender, movimentar-se, ser independente, desenvolver o físico, a
mente, a autoestima, afetividade e criatividade elementos indispensáveis a
serem desenvolvidos com os deficientes visuais, principalmente na Educação
Infantil.
Brincando as crianças entram em contato com os objetos, as diferentes
texturas, formas, tamanhos e sons. Ao manejá-los fazem tentativas, erros e
acertos, aprendem sobre a função de cada um, como utilizá-los, desmontá-los
e montá-los.É de extrema importância que os toda e qualquer criança possa
vivenciar os momentos mágicos que o brincar pode trazer e aproveitar de todas
as maneiras sua essência enriquecedora à aprendizagem.
É o lúdico em ação, brincar, prazer e aprendizagem.
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Estátua
As crianças se movimentam ao som da música e ao parar este som,
todos devem permanecer imóveis. Nessa brincadeira se trabalha a consciência
corporal e não houve adaptação, apenas a professora deve auxiliar para que
os alunos percebam as diferenças de movimento e repouso e que sintam as
batidas do coração.
Caixa mágica
Para criar um vínculo de confiança com a criança, a professora prepara
uma caixa cheia de objetos do cotidiano, como retalhos de pano, pedaços de
plástico, perfume, pó de café, palha de aço e formas geométricas. A criança
com deficiência visual será convidado periodicamente (pode ser todo dia),
pegar uma das coisas e descrevê-la diante da turma. Nessa brincadeira se
trabalha a percepção táctil e olfativa e a curiosidade em descobrir o que há na
caixa.
Procura-se um sapato
A professora irá pedir para que os alunos retirem seus sapatos e a
mesma irá misturá-los e em seguida irá pedir para que os alunos encontrem
seus respectivos sapatos. Uma das preocupações fundamentais na educação
dos deficientes visuais é torná-los, tanto quanto possível, independentes. Ao
permitir que a criança procure seu próprio sapato, a professora trabalha meios
para ele construir a sua autonomia.
Bola atrás
Ao som de uma música, os alunos sentam-se em círculos enquanto a
professora circula por eles com uma bola nas mãos. Ao parar a música, a
professora coloca a bola atrás de um dos alunos que está sentado, e este, ao
descobrir a bola em suas costas, levanta-se e corre atrás da professora
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tentando alcançá-la sendo orientados à procurar onde está a bola, devendo
pegá-la e jogá-la em direção à voz da professora. Nessa brincadeira se
trabalha a noção de posição do objeto em relação ao corpo.
Gato mia
Ao parar de uma música, um aluno, selecionado anteriormente, mia para
que os outros adivinhem quem é. Nesta brincadeira não houve adaptação,
apenas ajuda para identificar o colega. Nessa brincadeira se trabalha o
reconhecimento do colega pela voz o que ira facilitar o contato social.
O mestre mandou
A brincadeira inicia com a proposta de os alunos obedecerem os
comandos dados pela professora. A proposta de cumprir uma ordem auxilia o
professor na avaliação da compreensão de instruções verbais pela criança.
Nessa brincadeira se trabalha o desenvolvimento da função simbólica, a
percepção do corpo e a compreensão dos comandos.
Sons do corpo
A brincadeira inicia explorando os sons do corpo, como estalos dos
dedos, batidas de palmas, batidas de pés e os alunos terão que adivinhar qual
a parte do corpo está sendo usada para emitir o som. Nessa brincadeira se
trabalha a percepção auditiva e reconhecimento do corpo.
Letras de Massinha
Nesta brincadeira, as crianças junto com a professora irão modelar as
letras, para que os mesmos percebam o movimento.
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Jogo da memória táctil
Nesta brincadeira, os alunos deverão encontrar os pares das cartas
através do tato , desenvolvendo assim sua percepção de igualdade e diferença.
Buscar o som
Nesta brincadeira, o professor irá esconder um brinquedo sonoro ligado
para que o aluno o encontre. Nesta brincadeira pode-se variar os tipos de sons
como: sons de animais, sons do corpo, entre outros.
Brincadeiras de faz de conta
Deixar as crianças brincarem livremente de casinha, vendinha e outras
brincadeiras,. Possibilitando-os a retratar momentos reais e criar situações em
que possam resolver as problematizações do dia a dia.
Alfabeto de cheiros e sabores
Nesta brincadeira é importante verificar se não tem nenhum aluno
alérgico pelos produtos e alimentos apresentados e não se esqueça dos alunos
que não conseguem mastigar. A professora irá apresentar cheiros e sabores
seguindo o alfabeto.
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Cheiros Sabores
A: arruda, alecrim, álcool,alho amora, abacaxi, açúcar
B:boldo, barro bolo, banana, beterraba
C:café, cebola, canela, cravo água de coco, chá de camomila
D:desinfetante, danone Danone
E:Esmalte Erva cidreira
F:Fuma de corda Figo, farofa
G:goiaba, gengibre Gelatina, guaraná
H:hortelã Chá de hortelã
I: incenso Inhame
J: jasmim Jabuticaba,
K:Kiwi Kiwi
L:limão, laranja,louro leite, limão, laranja
M:maracujá, manjericão maracujá, melancia
N:nectarina, noz-moscada nectarina
O:ovo,orégano Ovo
P:perfume purê, pêssego
Q:queijo Queijo
R:remédio Rúcula
S:sabonete, salsinha Salada de frutas, sucos
T:tinta,talco Tamarindo
U:uva uva (gelatina, suco)
V:vinagre Verduras
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X:xarope Xarope de groselha, x- tudo
W:Waffer Waffer
Y:Yakult Yakult
Z:fragancia Zingara Não encontrado
O brincar e o brinquedo são ferramentas importantes para a
comunicação, compreensão do mundo, aquisição de habilidades,
competências e caminho propício para a inclusão social.
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CAPÍTULO II-
A APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO DE
CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Normalmente, a escola é o primeiro contato da criança com a sociedade,
então nada melhor que tanto crianças videntes quanto crianças com deficiência
visual convivam juntas. Deste modo, as crianças videntes, que constituem a
maioria, aprenderão desde o início a respeitar as crianças deficientes visuais e
estas aprenderão que embora não enxerguem não são inferiores as demais. E
se essa passagem escolar acontecer num ambiente acolhedor, dinâmico e
criativo será de grande valia.
É de suma importância oferecer um ambiente de igualdade, sem espaço
para a discriminação para que o deficiente visual supere suas dificuldades e
siga em frente, se abrindo para novas descobertas e fazer com que a sua
aprendizagem aconteça.
2.1 - Deficiência visual: aspectos gerais
A visão é um dos sentidos mais importantes do ser humano se
sobrepondo aos demais sentidos dos quais dispomos. Ela nos permite captar
inúmeras informações numa única observação, que são levadas diretamente
ao cérebro, onde são processadas e formam a imagem correspondente.
Entretanto, milhares de pessoas no mundo inteiro, por problemas
oculares ou por distúrbios genéticos, não podem se utilizar desse sentido, pois
seus olhos estão totalmente ou parcialmente comprometidos.
Embora a deficiência visual na maioria dos casos esteja ligada a
doenças oculares, não se trata de uma enfermidade, mas sim, de uma privação
sensorial. Quem possui esta privação são pessoas normais que apenas não
podem ver observar e contemplar o que esta a sua volta.
A visão é insubstituível, pois nenhuma das sensações provenientes de
cada um dos sentidos pode ser comparada a do outro e a função exercida,
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pelas mãos e pelos ouvidos, se diferenciam completamente da que seria
exercida pelos olhos.
Deficiência visual é a redução ou perda total da capacidade de ver com
o melhor olho e após a melhor correção ótica possível.
Existem vários graus de acuidade visual, tais como:
• Cegueira; perda da visão, em ambos os olhos, de menos de 0,1 no
melhor olho após correção, ou um campo visual não excedente a 20
graus, no maior meridiano do melhor olho, mesmo com o uso de lentes
de correção.
• Visão reduzida: acuidade visual dentre 6/20 e 6/60, no melhor olho, após
correção máxima.
Sob o enfoque educacional, cegueira representa a perda total ou resíduo
mínimo da visão que leva o individuo a necessitar do método Braille como meio
de leitura e escrita, além de outros recursos didáticos e equipamentos
especiais para a sua educação, enquanto visão reduzida trata- se de resíduo
visual que permite ao educando ler impressos desde que se empreguem
recursos didáticos e equipamentos especiais.
2.2 - A inclusão de deficientes visuais na escola regular
A educação de crianças com deficiência visual ainda tem sido alvo de
grandes discussões nos dias atuais. Isso por que alguns ainda defendem a
ideia de que deficientes visuais devem estudar em escolas especializadas, ou
seja, escolas equipadas e preparadas para recebê- los e educá- los.
Essa ideia é ainda motivo de discussão entre professores,
administradores de escolas e familiares de deficientes visuais, pois ainda existe
o medo da discriminação, de não conseguir atender todas as suas limitações,
por falta de preparo e equipamentos especiais, porém, devemos ressaltar que
com boa vontade, estimulo e interesse de todos, podemos amenizar tal
problema.
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Existem sim, muitos obstáculos no mundo, porém podem ser
transpostos, além de que, não são só deficientes visuais que enfrentam
dificuldades em sua caminhada. As dificuldades existem para todos e de nada
vale se esconder isso só vai retardá-las, podendo se apresentar de modo mais
gravoso quando a criança resolver enfrentá-las.
Alunos com deficiência visual devem ser educados como os demais,
frequentando uma escola regular e convivendo com os mais variados alunos
para que aprendam juntos a conviver com a limitação um do outro,
considerando que todos nós temos algum tipo de deficiência, ou seja,
dificuldade.
O começo, com certeza, não será fácil para o aluno com deficiência
visual. Ele terá dificuldades até que a escola, de modo geral, possa se adaptar
a ele e ele à escola, mas é nessa hora que o professor deve entrar em ação,
conversando primeiramente com o aluno e depois com o restante da turma
sobre a deficiência e explicando de acordo com o nível de entendimento da
respectiva série, além de estar aberto a buscar metodologia que permitam que
a aprendizagem aconteça de forma prazerosa e significativa para todos. Diante
de tais providências o aluno com deficiência visual ficará mais tranquilo e
aberto a aprender junto aos demais alunos quebrando as barreiras que o medo
do desconhecido e o preconceito pudessem trazer, se abrindo para trilhar o
caminho da aprendizagem e ir em rumo ao conhecimento sem dar tanta ênfase
à sua deficiência.
É realmente um desafio abrigar alunos com deficiência visual na escola
regular, porém, nada é impossível quando se tem educadores dispostos a fazer
este trabalho, deixando de lado as opiniões já formada, os medos e as
inseguranças, profissionais estes que estejam dispostos a encarar o novo sem
medo de cometer erros, sem por limitações. É necessário que toda a escola
trabalhe junto para que essa inclusão aconteça, dos profissionais
administrativos aos alunos, pois a partir do momento que todos os integrantes
da escola estiverem envolvidos e dispostos a trabalhar juntos buscando
oferecer um ambiente agradável e de confiança não só o deficiente visual será
beneficiado, mas toda e qualquer criança.Na Educação Infantil é de suma
importância oferecer um ambiente acolhedor para que a criança se sinta
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segura e motivada a aprender , logo esse acolhimento será indispensável para
sua aprendizagem,assim se toda a comunidade escolar estiver unida e
acreditar e seguir os mesmos conceitos todos integrantes serão beneficiados
de alguma forma e teremos uma instituição fortalecida e unificada.
Na Educação Infantil é primordial oferecer um ambiente estimulador para
que a criança se sinta livre e se desprenda de seus medos e anseios e isso
não acontece diferente com o deficiente visual, criar um vinculo de amizade ,
de troca de experiências e de segurança é primordial nessa fase, o lúdico por
ser uma metodologia que te permite abrir um novo caminho para a
aprendizagem se faz essencial e deve ser utilizado, pois a partir de um
ambiente estimulador e descontraído aumentam se as chances de
proporcionar a aprendizagem sem mesmo que a criança perceba, o que a faz
ser mais concreta e significativa.
A vivência no espaço é fundamental para o deficiente visual, pois é por
meio dela que sua aprendizagem se estrutura, quando ela não é estimulada
precocemente, podem desenvolver características que marcam
significativamente seu desenvolvimento, como apatia, tendência ao isolamento,
restrição quanto ao domínio do espaço, dependência e outras coisas. Portanto,
a experiência do movimento- correr, pular, andar, rolar, dançar, manipular
objetos, ter contato corporal com outras pessoas, caminhar, ou seja, aplicar a
educação lúdica, é fundamental para estas e qualquer criança, privá-los disso é
privá-los do mundo.
2.3 - Conceito e importância de uma sala de recursos
“o jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral”. PIAGET, 1967.
Alunos que não enxergam, possuem algumas necessidades especiais e
como foi citado acima, não devem ser educados separadamente, mas sim
26
frequentar escolas regulares tendo suas necessidades supridas por uma sala
de recursos e a ludicidade.
Estas salas de recurso funcionam dando suporte ao aluno e ao professor
de uma sala comum, devendo servir como um complemento às ministrações
trazidas à turma, sanando dificuldades e eliminando eventuais dúvidas
provenientes da deficiência visual do aluno cego ou com baixa visão.
Vale ressaltar que não se trata de uma sala especial, mas de uma
extensão da sala comum que será frequentada pelo aluno deficiente visual fora
do horário normal de aula. Pois para que aconteça a verdadeira inclusão, não
basta estudar na mesma escola estando em salas diferenciadas, deve haver
uma junção de todos os alunos para que se relacione entre si, em todos os
aspectos.
É importante que nas turmas de Educação Infantil que tiverem incluídos
deficientes visuais, que estas turmas e seus respectivos professores, também
se possível, frequentem a sala de recursos, para que se sintam familiarizados
com o trabalho desenvolvido lá, afim de acompanharem o desempenho e
aprender o que fazer para melhor ensina-lo e para interagi-lo com a turma.
Na sala de recursos devem haver materiais e equipamentos que
possibilitem o aprendizado dos alunos com deficiência visual (cegos ou com
baixa visão), havendo também um professor especializado, ou seja, um
professor formado em Educação Especial que domine o Sistema Braille (forma
de ler e escrever, utilizando o sentido táctil das mãos, criado pelo jovem cego
Louis Braille) e todos os instrumentos necessários à educação de tais alunos.
O trabalho desenvolvido na sala de recursos deve partir dos interesses,
necessidades e dificuldades de aprendizagem específicas de cada aluno,
oferecendo subsídios pedagógicos e contribuindo para a aprendizagem dos
conteúdos da classe comum.
Nesse sentido, na programação da sala de recursos, é importante
observar as áreas de desenvolvimento cognitivo, motor, social, afetivo e
emocional, com vistas a subsidiar os conceitos e conteúdos defasados no
processo de aprendizagem para atingir o currículo da classe comum. Os
conteúdos escolares deverão ser trabalhados com metodologias e estratégias
diferenciadas; uma vez que o trabalho com o conteúdo não deve ser
27
confundido com reforço escolar – repetição de conteúdo da prática educativa
da sala de aula. As atividades planejadas implicam aprofundamento dos
conhecimentos historicamente acumulados, por meio de métodos e técnicas
adequados, que facilitem a apropriação do saber realmente necessário.
Na prática da educação inclusiva, a sala de recursos está se tornando uma das
formas mais frequentes de atendimento à pessoa com necessidades
educacionais especiais. Todavia, a sala de recursos só pode ser considerada
instrumento de inclusão se a ação pedagógica acontecer, conforme foi
apresentada no contexto legal, ou seja, desde que consiga atender à
diversidade, assegurando ao aluno a inclusão em situações de aprendizagem
no ensino regular. O fato de a criança estar na escola regular e conviver com o
outro não é suficiente para suprir as necessidades educacionais dos alunos
especiais. A aprendizagem é o elemento essencial para garantir a inclusão.
Para realmente se constituir em instrumento de inclusão, a prática pedagógica
na sala de recursos deve promover avanços acadêmicos significativos nos
alunos com necessidades educacionais especiais em relação aos conteúdos
escolares.
O professor especializado será um elo de ligação entre a escola e a
família do aluno com a deficiência visual, devendo sempre manter contato com
os pais e com o professor da sala comum, par que ambos acompanhem seu
progresso. Este professor não poderá interferir no conteúdo da sala cuja
administração será uma tarefa exclusiva do professor da sala regular.
Caberá ao professor da sala de recursos apoiar o professor da sala
regular, tirando dúvidas tanto suas quanto dos demais alunos sobre a cegueira,
podendo inclusive, assistir às aulas juntamente com a classe fazendo
sugestões sobre a melhor forma a ser aplicada pelo professor a fim de facilitar
o entendimento do alunado com deficiência visual; elaborar materiais didáticos
de acordo com o comprometimento visual que o aluno apresente; participar na
elaboração das atividades e das avaliações junto ao professor da sala comum,
tornando possível que o aluno com deficiência visual participe de todas elas
junto ao resto da turma, não ficando de fora de nada do que vier acontecer;
desenvolver junto ao coordenador pedagógico da escola e junto ao professor
da sala comum, um trabalho de orientação aos pais, informando-os acerca do
28
progresso educacional de seus filhos, bem como, sobre os métodos de ensino
utilizados para que a família possa de certa forma contribuir para o aprendizado
da criança auxiliando-a em casa;finalmente cabe ao professor especializado,
conversar com o coordenador pedagógico para que ele utilize seus
conhecimentos, fazendo com que a proposta pedagógica da escola, possa
abarcar a todos os alunos, inclusive os que tem deficiência visual
O professor de uma sala de recursos desempenha um papel muito
importante no que se refere à educação de um aluno com deficiência visual,
porém, de nada valerão seus esforços se não houver à sua disposição e à
disposição desses alunos os instrumentos necessários para viabilizar o ensino
especializado. Tais como: as máquinas Braille (regletes), impressoras a Braille,
as lupas eletrônicas e manuais, brinquedos e objetos que estimulem a
sensação táctil, dentre outros.
A sala de recursos, também chamada de sala de apoio, corresponde a
uma forma de se promover a inclusão plena do alunado com deficiência visual
no que diz respeito à educação, tendo como principais atividades; proporcionar
ao alunado com deficiência visual, conhecimento complementares dos quais
necessitará para conviver no mundo das pessoas que enxergam, tais como o
aprendizado do Sistema Braille e do Sorobã (instrumento que permite o acesso
á matemática através do tato), orientações para se locomover sozinhos,
atividades da vida diária, como por exemplo, como devem arrumar seus
materiais e escolher suas roupas, desenvolver a educação sensorial, isto é,
adaptá-lo ao uso dos demais sentidos; promover a adaptação de materiais
didáticos, tornando-os passíveis de serem compreendidos pelos alunos com
deficiência visual; disponibilizar livros em Braille ou em letras ampliadas, além
de trabalhar na confecção de um arquivo de materiais escaneados que
poderão ser lidos pelo aluno através do computador com os softwares de voz;
colocar à disposição do aluno todos os materiais e instrumentos dos quais
necessita para sua escolarização, como por exemplo:máquinas e impressoras
a Braille, livros em Braille, sorobã, papel especializado, canetas de ponta
porosa, livros com letras e desenhos ampliados, papel com pautas próprias
para o uso do aluno com baixa visão, lupas, dentre outros; prestar todo auxílio
29
ao aluno que mostrar dificuldade, atuando de modo a complementar o que é
ensinado na sala comum.
A escola que não tem uma sala de recursos e recebe alunos com
deficiência visual, está despreparada para acolhê-lo, isto porque não terá como
dar suporte a esse aluno, visto que o professor de uma sala regular não está
preparado o suficiente para dar a devida assistência que a situação pede.
Por este motivo, se faz notória a importância de uma sala de recursos
em todas as escolas regulares, não basta que se pregue a inclusão sem que se
façam as respectivas adequações, adquirindo os meios necessários ao
atendimento especializado que virá ao encontro do ensino ministrado pelo
professor comum, não em forma de substituição deste, mas de modo a poder
complementá-lo utilizando-se dos métodos corretos a fim de que a educação
de deficientes visuais, saia da teoria e venha produzir efeitos satisfatórios.
30
CAPÍTULO III
A PRÁTICA EDUCATIVA UM DOS CAMINHOS PARA
INCLUSÃO
O desenvolvimento potencial é determinado pelas
habilidades que o indivíduo já construiu, porém
encontram-se em processo. Isto significa que a
dialética da aprendizagem que gerou o
desenvolvimento real, gerou também habilidades
que se encontram em um nível menos elaborado
que o já consolidado. Desta forma, o
desenvolvimento potencial é aquele que o sujeito
poderá construir. (VYGOTSKY, 1998, p.191)
Segundo ROSA (2008) com a meta da universalização do ensino dos
fins de 1980, chegavam à escola novos conceitos, novos personagens novas
crenças, novas tradições. E escola ficou sem saber como dar conta de tantas
novidades. Em muitas situações, passou a ignorar esse novo contingente que
chegava. A verdade era que as escolas e seus profissionais não sabiam lidar
com sua nova clientela.
Ancorada em concepções que acreditavam ser papel da escola
socializar e transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade, a partir
de um caminho cultural e igual para todos, privilegiando o esforço individual a
escola não percebeu que esse caminho não encontrava eco na vida de seus
estudantes. Os planejamentos, motores da prática pedagógica estabeleciam
conhecimentos e valores que precisavam ser passados como verdades
inquestionáveis fazendo com que seus conteúdos se encontrassem separados
da experiência do aluno e da realidade social o resultado desse processo
explode com os crescentes índices de retenção das séries/anos e com as
elevadas taxas de evasão escolar, que resultaram na necessidade de se
buscar a causa do fracasso escolar. Todos os aspectos internos e externos a
prática pedagógica foram apontados – a pobreza, a carência, a subnutrição, a
31
família, os meios, os métodos e até os chamados especialistas em educação
(supervisores e orientadores educacionais) porém, não se discutiam a questão
fundamental a concepção que dava origem aos trabalhos educacionais
atualmente, ainda sofremos os mesmos problemas, evidenciando que o nosso
caminhar foi muito pequeno.
ROSA (2008) afirma, que embora vagaroso é neste caminho que
começam as discussões sobre a escola sua organização, sua estrutura, seu
currículo e consequentemente sobre a prática pedagógica. Tarefa essa que
jamais foi fácil, pois discuti-la significa perceber que a formação profissional se
encontra eivada de concepções tradicionais que marcaram a história
educacional, fazendo com que as práticas pedagógicas adotadas não mais se
adaptem as necessidades imediatas da população brasileira.
Fazer a discussão significa, também, reconhecer que a escola se encontra
vazia de conteúdo político epistemológico que oriente esse novo cenário
educacional, e o que se conclui é que somente que por meio da discussão
coletiva da escola, será possível se encontrar a alternativas viáveis para os
impasse dessa diante das expectativas dessa comunidade escolar.
3.1 – A Inclusão
A partir de 1994, com a Declaração de Salamanca, resultado da
“Conferencia Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: Qualidade e
Acesso” solidificam-se as diversas do Congresso Mundial de Educação para
Todos, realizado em 1990 na Tailândia, que previa a erradicação do
analfabetismo e a universalização do Ensino Fundamental. Na Espanha,
acrescentam-se os princípios norteadores da Educação Inclusiva.
Todos estes movimentos, de direito do cidadão, trouxeram para a escola
um novo contingente de personagens que encontraram uma escola preparada
para recebê-los.
Se por um lado a Educação Inclusiva enfatiza a qualidade de ensino
para todos, por outro, a escola precisa urgentemente se reorganizar pra dar
32
conta da multiplicidade de questões inerentes ao trabalho educacional.
Somente a partir de uma profunda revisão da pratica pedagógica docente é
que será possível ultrapassar os preconceitos que acabam gerando a exclusão.
O desafio é seguir adiante e entender que o desenvolvimento humano se
estabelece, desde o nascimento, na relação com outras pessoas, e, portanto,
se constitui em tarefa conjunta e recíproca que ocorre em qualquer
circunstância em que as formas de relações sociais se encontrem presentes.
Utilizando-nos da perspectiva dialética, perceberemos que cada ato ou
papel assumido pelo indivíduo só será compreendido dentro de uma
determinada situação, o que verifica a partir da totalidade como ação
indissociável. Essa postura nos leva a entender que será pelo confronto de
ideias e posições que se pode perceber a situação como um todo e, assim,
construir alternativas possíveis de significação e resignificação para o grupo.
Será na perspectiva desse caminhar que os conteúdos escolares passarão a
ser apreendidos de forma historizada e na relação com os outros conceitos
possibilitando a intervenção na prática dos alunos e, consequentemente, guiar
suas ações.
Diante das metas anteriores apresentadas e que trazem para a escola
novos personagens que se constituem em sua clientela, precisamos pensar
em como atender os diferentes interesses, a partir de uma ação cotidiana.
É importante salientar que cada aluno faz parte de um grupo social e
que cada grupo é regulamentado por usos, costumes, tradições e regras que
precisam ser observados pelos profissionais que irão trabalhar com eles. Mais
do que nunca será necessária a elaboração de um projeto político–pedagógico
que dê conta das necessidades locais, articulando os diversos setores da
escola com vistas à sustentação de um plano coerente com o compromisso de
contribuir para a construção do processo de consciência e formação da
cidadania, entendido como exercício pleno e democrático de seus direitos e
deveres.
O princípio da Educação Inclusiva exige intensificação na formação de
recursos humanos, garantia de recursos financeiros e serviços de apoio
pedagógicos especializados para assegurar o desenvolvimento dos alunos.
33
A formação e a capacitação dos profissionais docentes é ponto
fundamental para o ensino que atende diferentes especificidades educativas
especiais e que, para sua efetivação, necessitam de profissionais
comprometidos e competentes na sua ação pedagógica.
Estudos apontam que a garantia da aprendizagem dos alunos está
vinculada ao compromisso com o direito de aprender, através da
implementação de políticas públicas educacionais que valorizem a formação
continuada dos professores, através da adoção de práticas pedagógicas
inovadoras que permitam aos mesmos de tornarem-se intelectuais críticos,
capazes de estimular o ato pedagógico numa reflexibilidade comunicativa.
Entretanto, não se trata somente de proporcionar os meios (formação
continuada) se não houver por parte dos professores, a busca por novos
caminhos que possam levar à transformação, potencializando assim a
aprendizagem dos alunos, através do estímulo permanente e da criação de
condições favoráveis a acessibilidade curricular, para todos. Fator este
preponderante para o sucesso escolar.
Destaca-se aqui, a importância das relações com os familiares das
crianças, enquanto complemento fundamental do ato pedagógico, onde o
processo do ensinar a brincar com regras e limites contribuiu satisfatoriamente
no cotidiano das ações educativas.
A educação inclusiva é a garantia de acesso continuo ao espaço da
escola para todos, levando a sociedade à criar relações de acolhimento à
diversidade humana e aceitação das diferenças individuais, representando um
esforço coletivo na equiparação de oportunidades de desenvolvimento,
conforme registra a Declaração de Salamanca:
O princípio fundamental da Escola Inclusiva é o de que todas as
crianças deveriam aprender juntas, independentemente de
quaisquer dificuldades ou diferenças de que possam ter. As escolas
inclusivas devem reconhecer e responder às diversas necessidades
de seus alunos, acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de
aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos
através de currículo apropriado, modificações organizacionais,
34
estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias com a
comunidade. (BRASIL, 1994 A, p.61)
Diante desse compromisso, é preciso que o trabalho de Educação
Inclusiva vá sendo implantando gradualmente, para que tanto a Educação
Especial, quando o Ensino Regular, possam ir se adequando a nova realidade,
construindo políticas, práticas institucionais e pedagógicas que garantam a
qualidade de ensino não só para os alunos portadores de necessidades
educacionais especiais, como para todo alunado do Ensino Regular.
Percebendo, ainda a necessidade de apoio pedagógico específico para
os alunos que apresentam deficiências, a Declaração de Salamanca também
dá conta desta questão: “Dentro das escolas inclusivas, as crianças com
necessidades educacionais especiais deveriam receber qualquer apoio extra
de que possam precisar, para que se lhes assegure uma educação afetiva”
(BRASIL, 1994 a, p. 61)
A escola necessita, portanto, adequar-se ao aluno, providenciando
meios e recursos que garantam efetivamente a sua aprendizagem entendendo
ser função dela essa garantia.
Esta visão nos leva a avaliar o que nos parece seguro e certo, evitando
as verdades estabelecidas, além de nossos preconceitos, para que busquemos
investir em um modo ousado de organizar nossa escola, conforme nos
recomendou Paulo Freire (1995):
Precisamos contribuir para criar a escola que é aventura que marca, que
não tem medo do risco, por isso recusa o imobilismo. A escola em que se
pensa, em que se atua, em que se fala, em que se ama, se adivinha, a escola
que apaixonadamente diz sim à vida.
É esta concepção de escola, enquanto espaço social que precisa ser
criada e é nela que precisam estar presentes a ousadia, a criatividade, os
sonhos e as diferentes falas, ou seja, é preciso criar uma escola que acredita
nas possibilidades de seus alunos. Mas, para que se torne possível precisam-
se abonar os núcleos de clausura ou até mesmo a exclusão da inclusão,
quebrando todas as barreiras. Não é tarefa fácil, mas possível. Precisa-se ter
conhecimento e vontade de mudar os paradigmas culturalmente estabelecidos
35
na sociedade, onde a escola passe a oferecer respostas educativas com
qualidade, favorecendo ao aluno o seu desenvolvimento pleno enquanto
cidadão.
3.2 - A prática pedagógica
Nos dias atuais, estamos vendo como a educação vem sendo submetida
a novos parâmetros e como é necessária a revisão de nossas práticas
pedagógicas no redimensionamento de nossas ações.
Nessa perspectiva, o papel do professor é de guiar e orientar a atividade
mental do aluno para a aquisição dos saberes, ajustando seu auxílio às
características do processo de aprendizagem (GONZÁLES, 2002, p. 150).
Sendo assim, a programação das atividades dos professores devem ser
realistas e contextualizadas, ou seja, próximas aos interesses e motivações
dos alunos para dar respostas às demandas e exigências de seu meio social e
econômico. Nesse sentido, devem estar voltadas para o que eles ainda não
sabem e precisam aprender para serem bem-sucedidos na continuidade dos
seus estudos.
Dado ao pluralismo cultural de nosso alunado faz-se importante a busca
de respostas que atendam às necessidades individuais e grupais desta nova
clientela. A importância de um currículo que busque tornar os conteúdos vivos
e de interesse do grupo é fundamental, pois o processo educacional precisa
estar de acordo com os alunos concretos e não para uma visão abstrata, na
qual uns podem se desenvolver e outros não. É preciso pensar em um
processo que desenvolva a capacidade crítica e de construção de significado,
sem perder de vista o ponto de chegada.
Um currículo para todos requer a capacidade de apresentar adaptações
aos que dele necessitarem, porque é preciso lembrar que alguns levarão mais
tempo do que outros na execução das tarefas pedagógicas, o que significa que
deixarão de alcançar o objetivo final proposto pela escola. É tempo de
conhecermos outros caminhos, que estarão sendo construídos nesse
36
processo, às vezes mais longo, porém com chegada em uma determinada
produção.
Haverá situações, porém em que se recomendam as adequações
curriculares, como forma de tender às especificidades de alunos com
necessidades educativas especiais, a fim de favorecer a inclusão. Essas
adequações devem ser fruto de avaliações sistemáticas para que possam
indicar que modificações e ajustes são necessários a cada caso. Esse é um
procedimento gradativo no currículo geral, que tem por finalidade encontrar um
caminho para uma resposta educativas individual, e por ser de atendimento
individual significa que não é para sempre, pois um aluno que hoje necessita
dessa adaptação ou de um serviço de apoio pode prescindir dele no ano
seguinte. Nesse sentido, uma adaptação curricular deverá ser planejada para
um ano letivo, com acompanhamento permanente e avaliações sistemáticas
que indicarão a manutenção ou alteração da mesma.
O trabalho pedagógico de uma escola inclusiva deve partir de uma
avaliação que indique o caminho já percorrido por nossos alunos, apesar dos
comprometimentos que apresentam, para que as propostas a serem
elaboradas sirvam de horizonte a ser atingido, indicando, ainda, as metas
seguintes.
O termo necessidades educativas especiais nos leva a refletir sobre sua
importância no contexto educacional. O que significa um aluno ser portador
dessas necessidades? Serão, apenas, os que apresentam certas deficiências?
Ou serão todos aqueles que apresentam dificuldades maiores que s restantes
dos alunos de sua idade, para cumprir o que o currículo prevê? Quer nos
parecer que todos os alunos, que necessitam de um tempo maior ou de
caminhos alternativos para aprender, devem ser considerados como
portadores de necessidades educativas especiais. A escola deve estar atenta a
esta questão.
Diante destes novos posicionamentos educacionais e inevitável o
aperfeiçoamento das práticas docentes, redefinindo novas alternativas que
favoreçam a todos os alunos.
O quadro de diversidade, que se apresenta, exige que a escola
apresente respostas diferentes, considerando que é ela quem pode responder
37
à necessidade educativa de seus alunos. Nesse sentido, é preciso mudar a
escola e o ensino nela ministrado.
Não mais se pode manter uma visão tradicional de ensino. A busca por
uma nova metodologia que traga embutida uma nova concepção de educação
é um dos caminhos a ser descoberto a ser experimentado pelo professorado.
Apesar de complexo, com uma proposta grandiosa, o processo de
inclusão ainda galga os primeiros patamares de uma montanha a ser escalada.
Isso, no entanto, não impediu que algumas escolas públicas e privadas
começassem a fazer esta escalada.
Na visão inclusiva, será também necessária a revisão do papel da
avaliação não cabendo mais o caráter classificatório, através de notas, provas,
que deverá ser substituído por diagnósticos contínuos e qualitativos, visando
depurar o ensino e torna-lo cada vez mais adequado e eficiente à
aprendizagem de todos os alunos.
A escola inclusiva, aberta a todos, é o grande desafio da educação
durante os próximos anos.
3.3 - A relação entre o professor e o aluno com deficiência
visual
Grande é a preocupação do professor do ensino regular ao se deparar
com um aluno com deficiência visual. Isso se dá pelo fato de o mesmo não
estar preparado ou ainda, acostumado com as necessidades especiais que os
mesmos demandam daí a necessidade de haver um professor especializado
para acompanhá-lo, bem como, de uma sala de recursos para auxiliá-lo,
conforme já comentado.
Porém, mesmo com a presença de um professor especializado, o
professor da sala comum, onde o aluno com deficiência visual estuda, é o
principal responsável por sua educação, uma vez que, este foi designado para
ensinar a turma como um todo. Os professores especializados apenas darão
38
apoio necessário ao aluno, preparando materiais específicos e preenchendo as
lacunas que, porventura, sejam deixadas nas ministrações das aulas.
Alguns professores podem pensar que não estão preparados para
educar um aluno com deficiência visual ou achar que estes merecem maior
atenção, o que não é verdade. A eles deve ser dispensada a mesma atenção
dada a um aluno normal, pois em nada ele se diferencia das demais crianças,
dispensando qualquer cuidado excessivo.
Atitudes como, por exemplo, adotar formas de avaliação diferenciadas
ou aprovar o aluno sem que ele tenha notas suficientes para tanto, não são
bem-vindas. Isso faz com que os alunos com deficiência visual se sintam
menosprezados, subestimados e incapazes de aprender, o que prejudica a
aprendizagem de qualquer aluno.
Desse modo, todos devem ser tratados de igual forma, alunos
deficientes visuais ou não, devem ser a todo tempo avaliados e sujeitos à
reprovação de acordo com seu desempenho escolar, sem que haja privilégios.
Durante a ministração da aula o aluno com deficiência visual deve
ocupar um lugar onde ele possa ouvir e compreender bem as palavras do
professor, visto que, por não enxergar ele deve estar atento a tudo o que for
dito, devendo, também, estar a par de tudo o que for apresentado em aula, dai
a importância de se trabalhar com o lúdico, visto que, esta metodologia torna a
aprendizagem mais significativa na Educação Infantil.
O professor deve sempre conversar com o aluno com deficiência visual,
para que juntos decidam o melhor a ser feito para que ambos se auxiliem, uma
vez que, o professor tem o conhecimento, mas a cada dia, convivendo de perto
com deficientes visuais, terá que passar por novas experiências as quais se
tornarão lições de vida que serão repassadas durante todo tempo que lecionar.
No decorrer das aulas o professor deve evitar o uso de pronomes com,
isto e aquilo, pois como não podem ver os alunos cegos ou com baixa visão
não saberão sobre o que está falando, prejudicando assim, o entendimento da
aula.
Por fim, deve-se manter uma relação de carinho e confiança para que
ambos, professor e deficiente visual, possam juntos aprender a superar as
dificuldades, quebrando as barreiras que a deficiência e o medo possam trazer.
39
É importante lembrar que a Educação Infantil traz os primeiros contatos
da criança com a escola e que é de suma importância criar um laço afetivo
para que a criança tenha interesse em ficar na escola, em participar das
atividades, já que por muitas vezes esse momento se torna difícil por ser o
primeiro momento de estar longe da família, assim, como foi citado
anteriormente, o lúdico se torna essencial para dinamizar e amenizar esse
momento, pois ele irá permitir que a criança veja na escola um ambiente
confortável, seguro e prazeroso, logo, amenizará seus medos e anseios e lhe
dará abertura para viver as novas descobertas que a escola tem para oferecer..
40
CONCLUSÃO
A hipótese levantada no inicio dessa pesquisa foi:se a construção do
conhecimento pra deficientes visuais, na Educação Infantil pode ser mediada
através da ludicidade e como esta metodologia pode contribuir para facilitar a
aprendizagem e a inclusão desses alunos em escolas regulares.
A constatação foi que apesar das escolas de ensino regular ainda não
estarem totalmente preparadas para receber esses alunos, é possível através
do lúdico, das salas de recursos, do bom relacionamento entre a família e o
corpo escolar que este problema seja amenizado.
Com o uso das tecnologias assistivas, professores especializados e a
ludicidade, foi constatado que o aluno com deficiência visual pode se elevar a
um patamar de igualdade, fazendo valer seus direitos explícitos na Declaração
de Salamanca. Sendo assim, o uso correto de desses recursos facilitarão, um
acesso igualitário à educação a esses alunos.
Por tanto, é preciso que as escolas busquem viabilizar este acesso à
inclusão para desfazer o tabu que a sociedade vive ao se deparar com o
deficiente visual frequentando a escola regular. A escola deve assumir a
responsabilidade de ser acolhedora e amenizar todo e qualquer conflito, medos
e anseios que possa transparecer e que venha ser um empecilho para a
aprendizagem de deficientes visuais. Assim, com a educação lúdica deixando
de ser encarada como passatempo e sendo vista como uma possibilidade,
como um instrumento motivador para a aprendizagem, torna-se indispensável o
uso da mesma nas salas de aula da Educação infantil, a mesma será um fio
condutor para aprendizagem das crianças.
A ludicidade deixa de ser vista como uma simples brincadeira e passa a
ser vista como forma de complementação e dinamismo às aulas, tornando-a
ambiente escolar mais prazeroso e acolhedor. Ambiente este indispensável pra
a formação dos alunos da Educação Infantil.
É importante colocar que a educação é um processo continuo que
trabalha com diferentes frentes para alcançar seus objetivos. Sendo assim,
espera-se uma reflexão sobre o esse trabalho e que o mesmo venha colaborar
de forma objetiva para o simples fato de que toda criança precisa brincar para
41
se desenvolver. Caso as famílias das crianças deficientes tenham conciência
desses estimulos e saibam preparar a criança para desafios lúdicos, em
brincadeiras que retratem uma realidade imaginária já primeiros anos.
escolares, terar-se ai um bom começo para um processo inclusivo verdadeiro.
E principalmente como parte indispensável de processo de educação
infantil, também não se pode esquecer que existem várias formas de brincar e
para que aja uma interação de crianças com deficiência é necessário paciência
e algumas adaptações, deve-se visar o brincar, pois para isso só se precisa de
imaginação, ser criativo e acreditar em sonhos, pois PAPALIA (2000) mostra
que o brincar é um ótimo recurso para a realização deste objetivo.
O desenvolvimento da criança com deficiência visual exige uma prática
educacional voltada à compreensão de seus direitos, das atribuições da
familiar e de toda sociedade de modo geral.
Concluímos que brincar é um elemento essencial na vida de qualquer
criança e que se faz necessário a implantação do mesmo no contexto escolar
que visa à inclusão.
42
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA CAMPBELL, Selma Inês MÚLTIPLAS FACES DA INCLUSÃO; Wak Ed,2009.
ORRÚ, Silvia Ester, Estudantes com necessidades especiais: Singularidades e
desafios na prática pedagógica inclusiva; Wak Ed, 2012
KISHIMOTO, Tizuko Morchida.O jogos tradicionais infantil. RJ: vozes, 1994.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida Jogo, Brinquedo, Brincadeira, e a Educação
1999 editora Cortez
KISHIMOTO, Tizuko Morchida O Brincar e suas teorias Editora Cengage
Learning
MAIA, Heber, Necessidades Educacionais Especiais, V3; Wak Editora,2011.
LAMARA. Associação Brasileira de assistência do deficiente visual
LDB.Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9394/96
MACEDO, Lino. Os jogos e o lúdico no aprendizado escolar.Porto Alegre,
Artmed, 2005
MARANHÃO 2002 O lúdico como facilitador do processo de ensino
aprendizagem Educação Inclusiva – Curitiba, IESDE Brasil S.A
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PIAGET. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar Editores,
1975.
43
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. 4. ed. Rio de Janeiro:
Zahar, 1982
POZAS, Denise; Criança que brinca aprende mais: a importância da atividade
lúdica para o desenvolvimento cognitivo. Senac, 2013.
VYGOTSKY, Lev S. A construção do pensamento e da linguagem. Trad. Paulo
Bezerra. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos
processos psicológicos superiores. 6.ed. São Paulo : Martins Fontes, 2000.
WAJSKOP, G. Brincar na pré-escola. São Paulo: Cortez, 1995.
ZAPPAROLI Kelem Estratégia lúdicas para o ensino da criança com deficiência
Wak editora 2012
44
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A importância do lúdico para o desenvolvimento da criança 11
1.1 O lúdico como facilitador e motivador da aprendizagem 12
1.2 O lúdico como recurso pedagógico 13
1.3 Coletâneas de atividades lúdicas inclusivas 16
CAPÍTULO II
Aprendizagem e desenvolvimento de crianças com deficiência visual na
educação infantil 22
2.1 Deficiências visuais: aspectos gerais 22
2.2 A inclusão dos deficientes visuais na escola regular 23
2.3 Conceito e importância de uma sala de recursos 25
CAPÍTULO III
A prática educativa um dos caminhos para inclusão 30
3.1 A inclusão 31
3.2 A prática pedagógica 35
3.3 A relação entre o professor e o aluno com deficiência visual 37
CONCLUSÃO 40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42
ÍNDICE 43
45