CIG-012 Gerson Jonas Schirmer

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    Anlise do Uso do Solo e sua Relao com o Relevo noMunicpio de Agudo, RS

    ResumoO trabalho apresenta a organizao espacial do

    uso da terra no municpio de Agudo-RS. Pode-se ver

    que a ocupao tem uma forte relao com relevo. A

    atividade de cultivo de arroz est em reas de baixa

    declividade(menos de 5%), constitudo por rampas,cultivo de tabaco realiza-se em pores de

    declividades intermedirias(menos de 15 %), as

    colinas,e a presena de rvores concentrada em

    reas de encostas (mais de 30%), morros e

    associaes de colina.

    Proposta para ocupao do atual municpio,envolvem estudos de caractersticas fsicas e

    ambientais.

    Palavras chave: Agudo, Uso, Relao, Relevo

    Analysis of Land Use and Its Relation to Relief in the

    Municipality of Agudo, RS.

    Summary

    This paper presents the spatial organization of the land use inthe county of Agudo-RS. One can see that the occupation hasa strong relationship with relief, thus, the activity of rice

    cultivation in areas consisting of low slope, the ramps (less

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    than 5%), tabacco farming in portions of intermediate slopes,the hills (less than 15%) and the presence of trees is

    concentrated in areas of steep slopes, associations of hills andhillock (more than 30%). Proposition to occupation of thecurrent council, involve studies of physical and environmentalcharacteristics.

    Keywords: Agudo, Use, Value, Relief

    Introduo

    Este trabalho apresenta uma anlise da organizao doespao geogrfico no municpio de Agudo, localizado na

    Mesorregio Centro Ocidental do Estado do Rio Grande do

    Sul, inserido na Microrregio de Restinga Seca. O municpio,

    tambm, faz parte da Quarta Colnia, possuindo uma

    importncia econmica para a regio, por fortalecer o turismo

    (figura 1).

    Agudo faz divisa com Ibarama ao norte, Lagoa Bonita a

    noroeste, Cerro Branco ao leste e Paraso do Sul ao sul. Toda

    sua poro oeste banhada pelo Rio Jacu, interligando-se com

    Restinga Seca a sudoeste por ponte na RS287, com Dona

    Francisca a leste atravs de ponte na RS348 e a noroeste limita-se com Nova Palma atravs de ponte localizada na Usina

    Hidreltrica de Dona Francisca. Agudo foi emancipado em

    1959, desmembrando-se de Cachoeira do Sul e Sobradinho. A

    rea total do municpio de 536,12 km, distanciando-se 250

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    km de Porto Alegre. A altitude da sede de Agudo de 83

    metros, sendo que a altitude mxima chega aos 610 metros.

    Figura 1: Mapa Poltico Administrativo e de Localizao domunicpio de Agudo.Org: SCHIRMER, G.J., 2010.

    O espao resultado da ao do homem e constitui-se

    de aspectos sociais, econmicos, ambientais e de sua dinmica.

    A atuao do homem sobre o meio fsico determina a

    organizao da sociedade e por conseqncia do espao

    geogrfico.

    Conforme Corra (1986), as obras do homem so suas

    marcas as quais apresentam um padro de localizao que

    prprio de cada sociedade. Essas marcas geradas pela

    apropriao e transformao do meio natural, quando

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    organizadas constituem o espao do homem, a organizao

    espacial da sociedade, ou simplesmente o espao geogrfico.

    Nesse sentido o presente trabalho teve como objetivo

    apresentar a organizao espacial do uso do solo em relao as

    forma de relevo do municpio de Agudo.

    Procedimentos metodolgicos

    O trabalho desenvolveu-se, basicamente, atravs de 3etapas. A primeira constituiu-se do levantamento bibliogrfico,

    sendo realizado atravs da consulta e, seleo de uma srie de

    bibliografias relacionadas temtica e tambm trabalhos

    especficos sobre a rea de estudo.

    A segunda etapa desenvolveu-se utilizando como base

    as cartas topogrficas elaboradas pela Diretoria de Servios

    Geogrfico (DSG/IBGE, 1977) do Ministrio do Exrcito, na

    escala 1:50.000, que definiram a base cartogrfica para

    elaborao do mapeamento. A rea de estudo compreendida

    por seis cartas topogrficas definidas pela seguinte

    nomenclatura: Agudo (SH.22.V-C-V/2); Jacu (SH.22.V-C-V-

    4); Nova Palma (SH.22-V-C-II-3); Faxinal do Soturno (SH.22-

    V-C-V-I); Sobradinho (SH.22-V-C-II-4); Restinga Seca

    (SH.22-V-C-V-3).

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    As imagens de satlite do sensor, Ikonos, imagem de

    radar SRTM, tambm integraram o material cartogrfico

    utilizado para a realizao dos levantamentos.

    Na terceira etapa foi construdo o material cartogrfico,

    feita a coleta, organizao e anlise dos dados coletados em

    campo.

    Histrico da OcupaoO municpio de Agudo tem sua origem relacionada ao ano

    de 1847, quando o Presidente da Provncia Riograndense

    buscou informaes, com a Cmara Municipal de Vila

    Cachoeira, sobre um lugar mais apropriado para instalao e

    desenvolvimento de uma colnia alem. Aps 6 meses, a

    comisso de estudos indicou o lugar conhecido como Morro

    Agudo, na margem esquerda do Rio Jacu, rea florestal com

    terras prprias para a agricultura, na Colnia de Santo ngelo..

    No RS a colonizao por alemes iniciou-se em So

    Leopoldo e a partir dessa cidade em direo a Cachoeira do Sul

    interior do Estado, para posterior formao da Colnia deSanto ngelo onde hoje encontra-se o municpios de Agudo,

    Cachoeira do Sul, Paraso do Sul e Dona Francisca.

    Em 1 de Novembro de 1857, os primeiros imigrantes

    alemes chegaram a Cerro Chato, concretizando a fundao da

    Colnia de Santo ngelo. O primeiro Diretor foi Florian Von

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    Zurowski, que logo foi substitudo pelo Baro Von Kahlden.

    Karl Hermann Johann Adam Woldmar- Baro Von Kahlden,

    a primeira personalidade mais importante da histria da

    Colnia Santo ngelo, onde atuou como administrador

    poltico. A abertura de picadas no meio da mata virgem,

    paralela aos cursos de gua, e a instalao dos colonos em lotes

    com mdia de 48 ha, objetivaram a ocupao das terras com

    atividade agrcola. A Picada Morro Pelado aberta em 1858,forma hoje a Avenida Concrdia, a principal da cidade.

    Em 1865 a Colnia Santo ngelo torna-se o 1 Distrito de

    Cachoeira, estendendo-se margem esquerda do Rio Jacu at

    a Colnia Germnica (Candelria). Em 04 de Setembro de

    1885, a Cmara Municipal de Cachoeira do Sul, dividiu a

    Colnia Santo ngelo em 6 grandes complexos de acordo com

    a Lei n 1.433 de Janeiro de 1844, para a arrecadao de

    Imposto Colonial. Em 1938, Agudo elevada categoria de

    Cidade.

    Em 1957, um sculo aps a chegada das primeiras famlias,

    iniciou-se o movimento de emancipao do distrito de Agudo, juntamente com Nova Bomia (sub-distrito de Sobradinho).

    Em 16 de fevereiro de 1959, a emancipao concretiza-se, pela

    Lei estadual n 3718, assinada por Leonel de Moura Brizola,

    ento Governador do Rio Grande do Sul. Em 1932 a

    concentrao urbana era composta apenas por moradias em

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    torno da hoje Avenida Concrdia. A partir da emancipao o

    municpio teve uma significativa expanso urbana, como pode

    ser acompanhado atravs da comparao de fotos areas

    representado na figura 2.

    Figura 2: Fotos que apresentam a imagem de uma mesma rea em1932 e 2009. Observa-se o processo de espanso urbana, queocorreu neste perodo, da cidade de Agudo.Fonte: Prefeitura Municipal de Agudo;Org: Schirmer, G. J., 2010.

    Atualmente o municpio constitudo por 33 localidades,

    sendo que a regio norte do municpio possui maior

    concentrao da ocupao rural.

    De acordo com a Fundao de Economia e Estatstica

    FEE, o municpio possua em 2006 uma populao de 16.714

    habitantes, com densidade demogrfica de 33,7 hab./ km. A

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    populao rural era de 10.995 habitantes, correspondendo a

    pouco mais de 65% da populao do municpio.

    Essa populao estava distribuda em 2.724

    estabelecimentos agropecurios, desses, 2.000 so de

    fumicultores, que juntos somam uma rea total de 43.795

    hectares, prevalecendo pequenas e mdias propriedades, com

    predomnio de uma organizao familiar. A agricultura

    realizada por pequenos produtores rurais, com um mdulo ruralmdio de 16,07 hectares, segundo dados do IBGE de 2007.

    Aspectos socioeconmicos do municpio

    Segundo Schirmer 2008, encontram-se no municpio de

    Agudo, agroindstrias de beneficiamento de gros (arroz e

    feijo), alm de destilarias de cana. Tambm h agroindstrias

    familiares caseiras que produzem produtos tais como rapadura,

    melado, acar mascavo, gelias, salame, lingia, bolachas,

    massas e outras.

    Quanto ao setor secundrio e tercirio destaca-se o

    comrcio em geral (vesturio, calados, mercados, mini-

    mercados, padarias, confeitarias, lancherias, farmcias,

    eletrodomsticos e outros). Atualmente o comrcio de maior

    representatividade na prestao de servios do municpio a

    cooperativa Agrcola, pois atende tanto a populao da cidade

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    com o mercado quanto a populao rural comercializando sua

    produo e fornecendo insumos.

    Quanto s propriedades, o municpio de Agudo

    apresenta um perfil predominante minifundirio. Devido ao

    pequeno tamanho dos estabelecimentos, a grande maioria dos

    produtores da categoria indicada como proprietrios, havendo

    muito poucos exclusivamente arrendatrios, posseiros ou

    ocupantes. Nas propriedades com plantio de arroz tem-se a produo de moranguinho, realizada principalmente pela

    mulher da famlia. Essa atividade localiza-se na poro sul do

    municpio, prximo da RS287, onde a comercializao

    facilitada pela proximidade da rodovia.

    O cultivo do fumo desenvolve-se principalmente devido

    a proximidade com as fumageiras, localizadas no municpio de

    Santa Cruz a 90km de Agudo, pois oferecem ao produtor a

    garantia de compra do seu produto.

    Dessa forma, pode-se dizer que a produo

    agropecuria do municpio marcado, principalmente, pelo

    cultivo do arroz, fumo, milho, soja, feijo e morango, comopode ser observado na tabela 1.

    Tabela 1 Principais culturas agrcolas de Agudo

    Cultura rea Produo

    Origem

    at 20ha

    Origem

    de 21 a50 ha

    Origem

    mais de50 ha

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    Arroz

    Fumo

    MilhoFeijo

    Soja

    Morang

    6.700 ha

    3.400 ha

    5.500 ha500 ha

    30 ha

    12 ha

    43.550 st

    7.480 st

    13.200 ha360 st

    54 st

    150 st

    25%

    62%

    45%60%

    5%

    100%

    50%

    35%

    45%40%

    65%

    ---

    25%

    3%

    10%---

    30%

    ---Fonte: Plano Ambiental de Agudo

    Org: SCHIRMER, G.J., 2010.

    O nvel tecnolgico empregado varia de acordo com acondio scio econmica e a formao dos produtores,

    predominando, portanto, um nvel intermedirio. A

    produtividade est aumentando devido adoo de novas

    tecnologias.

    De acordo com EMATER (2002), cerca da metade da

    produo vegetal tem origem nas propriedades de porte at 20

    ha. Grande parte da produo animal e vegetal

    comercializada via intermedirios, especialmente o feijo,

    morango e sunos, enquanto a maior parte do milho

    consumida na propriedade para alimentao animal e humana.

    A pequena produo de soja vendida para as cooperativas de

    municpios vizinhos.

    A evoluo do Uso e Ocupao do municpio de Agudo

    Os povos indgenas instalados na regio compreendida

    por Agudo j cultivavam produtos agrcolas como: milho,

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    feijo, amendoim, mandioca, fumo, algodo e abobora. Alm

    disso, tambm praticavam a caa, a pesca e a coleta. No havia

    propriedade privada, todos produziam para o grupo, sem

    preocupar-se em produzir para excedente.

    O atual municpio, generalizadamente, caracterizado

    por trs regies distintas, uma composta por uma extensa

    plancie de inundao, outra pelo rebordo do planalto e a

    terceira por uma rea suavemente ondulada de altitudeselevadas. No incio do sculo XIX s reas de plancie de

    inundao eram terras devolutas do estado, consideradas

    inaproveitveis devido os extensos banhados existentes.

    A rea mais alta, era nesse perodo, habitada por

    posseiros caboclos e portugueses, provavelmente provindos das

    sesmarias existentes nos arredores. Esses caboclos cultivavam,

    fumo de corda, mandioca e abbora. Sua mo-de-obra era

    essencialmente familiar, valendo-se tambm da trao animal,

    realizando agricultura de subsistncia.

    Com a chegada dos imigrantes essa populao foi

    deslocada para outras regies e as terras foram legalizadas edistribudas aos alemes. A terra distribuda no possua

    nenhum tipo de infra-estrutura. Os primeiros alemes que

    chegaram receberam lotes que variavam de 48 a 72 ha.

    Com a acumulao de capital os colonos passaram a

    diferenar-se socialmente, a maioria eram agricultores e a

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    minoria eram arteses e comerciantes. Os agricultores

    cultivavam feijo, arroz sequeiro, batata-doce, batata-inglesa,

    milho e abobora, todos produtos importantes na alimentao.

    Alm disso, criavam aves, sunos e bovinos para corte leite e

    fora de trabalho.

    A preparao da terra primeiramente era atravs da

    derrubada da floresta subtropical, com pousio de at sete anos.

    Posteriormente adotou-se o sistema de queimadas utilizadopelos indgenas (Werlang,1995). Inicialmente os equipamentos

    utilizados para trabalhar eram provindos da Europa e

    posteriormente comprados no comrcio local.

    A partir de 1860 a colnia expandiu-se atravs de

    picadas e linhas.Com a evoluo da agricultura os agricultores

    passam a comercializar sua produo para Cachoeira do sul e

    Santa Cruz do Sul. Aceleram-se as derrubadas para instalao

    de lavouras e para comercializao da madeira.

    No final do sculo XIX o fumo passa a adquirir maior

    expresso econmica. No incio do sculo XX as reas de

    vrzea tambm passam a ser loteadas. A partir desse momentocomea um desenvolvimento tecnolgico dinamizando a

    agricultura, tanto local com em outras regies. Com a mquina

    a vapor facilitou a irrigao das lavouras de arroz e o

    escoamento fluvial da produo, pelo Rio Jacu.

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    Na dcada de 1950 ocorreu um processo de

    esgotamento de reas para produo. Nas vrzeas isso ocorreu

    principalmente devido a introduo de maquinrio,

    substituindo a mo-de-obra braal e na regio serrana devido a

    diminuio da rea da propriedade em funo da diviso da

    mesma pelos herdeiros.

    A banha, outro produto de significativo valor

    econmico nessa poca, perde o seu espao para o suno decorte. Nesse perodo o feijo e o fumo de corda passam a ser de

    grande importncia para fonte de renda. No entanto junto a ele

    tambm aumenta a degradao ambiental com as queimadas e

    derrubadas de matas.

    No final da dcada de 1950 o fumo de estufa passa a

    ganhar espao. Com a revoluo verde ocorrida nesse perodo

    no pas, a agricultura volta-se para o mercado externo, tanto do

    cultivo do arroz quanto cultivo do fumo de estufa.

    A partir dos anos de 1960 a introduo de adubos

    qumicos, agrotxicos e intensificao da mecanizao,

    eliminou diversos espaos, como banhados, e espcies de florae fauna existentes nas reas de vrzea. O mesmo ocorreu na

    regio serrana onde foi realizado o desmatamento para queima

    da lenha nas estufas e utilizao de agrotxicos com intenso

    poder agressivo ao meio ambiente.

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    Com as crticas ambientais sofridas, as fumageiras

    comeam a partir de 1980 realizar campanha de controle do

    uso de agrotxicos e de incentivo ao reflorestamento. Mais

    recentemente os bancos tambm passaram a contribuir na

    criao de conscincia ambiental pelos produtores de arroz,

    onde para ganharem financiamento devem fazer um projeto e

    realizao de uma licena ambiental de operao. Alm disso,

    pretende-se tem-se implantar um projeto de lei onde o arrozeirodever obrigatoriamente possuir 20% de reserva legal dentro da

    mesma bacia hidrogrfica.

    Uso e Ocupao Atual

    O uso das terras est fortemente relacionado

    conservao da cobertura vegetal, sendo essa responsvel pela

    proteo do solo contra a eroso, sobretudo nas reas de

    declives mais acentuadas.

    A Figura 3, apresenta a anlise espacial do uso e

    ocupao da terra no municpio.

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    Figura 3: Uso da terra do municpio de agudo.Org: SCHIRMER, G. J.,2010.

    A vegetao arbrea no municpio de Agudo concentra-

    se nas reas de maiores declividades, correspondente ao

    Rebordo do Planalto (figura 4). O total dessa rea de

    20.546ha, correspondendo a 38,5% da rea total do municpio.

    As restries legais, assim como tambm, o difcil acesso

    essas reas de acentuadas declividades para realizao decultivos, resulta na manuteno da vegetao, a qual

    importantssima para a conteno de processos erosivos.

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    Figura 4: Vegetao no rebordo do Planalto.Org: SCHIRMER, G. J.,2010.

    Os audes e lagos do municpio totalizam 472 ha de

    superfcie coberta por gua, sendo que existem 722 audes.

    Esse significativo nmero de audes influncia da capacidade

    de exfiltrao das rochas existentes no municpio, bem como a

    atuao da prefeitura na construo desses para prevenir da

    falta de gua em perodos de estiagem. A utilizao desses

    audes para atividade aqucola (figura 5) ainda pouca secomparada com todo o potencial. Apenas 32 produtores

    comercializam a produo, sendo desperdiado todo o

    potencial produtivo existente.

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    Figura 5: Audes na Piscicultura MundtFonte: SCHIRMER, G. J.; 2008.

    Os campos, as lavouras e pecuria situam-se

    predominantemente nas reas de fundo de vale, colinas

    suavemente onduladas e patamares entre-escarpas,

    correspondentes s reas de menores declividades. A rea total

    de lavouras 21.399ha e de potreiros e moradias de 9.137ha,

    representando respectivamente 41% e 17% da rea total do

    municpio. Tem-se um significativo percentual de reas com

    culturas e campos (figura 6) em todo o municpio, no entanto aporo sul e sudoeste, a vegetao encontra-se degradada, onde

    se realiza o cultivo do arroz (figura 7) e com pouca presena de

    cobertura vegetal.

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    Figura 6: Cultivo de milho naresteva de fumo.

    Org: SCHIRMER, G. J.,2010.

    Figura 7: Organizaoespacial das moradias.

    Org: SCHIRMER, G. J.2010.

    Unidades de relevoO relevo resulta da ao da eroso diferencial, a qual

    est associada natureza da rocha e as condies climticas,

    alm de eventos tectnicos. Quanto mais resistente a rocha

    menor ser a atuao dos processos de intemperismo e eroso.

    As influncias das condies climticas dizem respeito ao tipo

    de clima existente em cada local. Quanto maior o grau de

    insolao e a quantidade de precipitao maior ser a atuao

    dos processos de intemperismo e eroso.

    O mapa de Unidades de relevo (Figura 8) permitiu a

    definio de reas distintas utilizando elementos de

    declividade, amplitude, comprimento de vertente, e parmetros

    da rede de drenagem. Assim, a partir da anlise dos dados

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    Predomina a deposio de sedimentos provindo das reas mais

    elevadas do municpio. Nessa regio esto presentes atividades

    agrcolas voltadas para o cultivo do arroz e pecuria.

    Unidade II - Rampas de Fundos de Vale

    Esta unidade apresenta uma topografia de relevo plano,

    na qual predominam as rampas em reas de fundo de vale.

    Associam-seas menores declividades em reas inferiores a 5%.As altitudes variam de 80m at 200m.

    Regio caracterizada por reas com drenagens

    encaixadas em direo ao topo, formadas por vrios cursos

    dgua que cortam as reas montanhosas e de material coluvial.

    A morfologia dessas reas caracteriza-se por possuir pores

    levemente onduladas e partir rapidamente para reas de escarpa

    com declividade acentuada. Alm disso, apresenta vales

    abertos nas pores de foz das pequenas drenagens e em

    direo as nascentes os vales ficam fechados. Essa

    configurao geomorfolgica resulta na formao de solo a

    partir de alvio-colvio atravs do retrabalhamento do materialdesgastado das vertentes.

    Unidade III - Rampas de Altitudes Elevadas

    Estas reas possuem baixa declividade, menor que 5%

    apresentando aspectos de colina suavemente ondulada. Esto

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    presentes em altitudes maiores que 400metros, localizado-se

    principalmente na poro nordeste do municpio. As atividades

    agrcolas presentes nessas pores so o cultivo de fumo, soja,

    milho e criao de gado.

    Unidade IV - Colinas de Baixas Altitudes

    Esta unidade constitudas por um relevo colinoso com

    vertentes onduladas e levemente onduladas em declividades de5 a 15%. Nessas reas ocorrem processos erosivos acentuados

    sobre a litologia de arenitos. Nessa rea os usos agrcolas

    relacionados ao cultivo do fumo so intensos. Isso ocorre pela

    possibilidade de uso de maquinrio nas atividades da lavoura.

    Alm disso, essa poro apresenta as maiores concentraes de

    moradias do municpio.

    Unidade V - Colinas de Altitudes Elevadas

    As colinas de altitudes elevadas formam um relevo

    suavemente ondulado e com pores aplainadas. Localizam-se

    em altitudes acima de 400m, com declividade entre 5 e 15%.

    Os solos nessas regies formam-se a partir do intemperismo e

    transporte da rocha vulcnica para reas de contato de derrame.

    A agricultura desenvolvida nessa rea do municpio

    predominantemente o cultivo do fumo.

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    Unidade VI - Patamares entre-escarpas

    Nas vertentes de relevo inclinado, por vezes, esto

    presentes pores planas a levemente onduladas constituindo

    patamares entre as escarpas.

    Os patamares entre-escarpas so constitudos por reas

    levemente onduladas com declividade inferior 15%,

    localizadas na meia encosta da vertente. Nas demais pores da

    escarpa a vertente possui declividade acentuada, normalmenteacima de 47% na poro inferior do patamar e entre 30 e 47%

    na poro superior do patamar. Essa poro normalmente

    demarca a separao de seqncia de derrames vulcnicos. Em

    linha geral pelas caractersticas morfolgicas, os patamares

    apresentam solos com espessura entre 20 cm e 1,20 m ,

    propcios para o desenvolvimento da agricultura. Na maioria

    dos casos, esta atividade realizada a partir da trao animal

    pela dificuldade de acesso do maquinrio. No municpio

    predomina o cultivo de fumo nessas reas.

    Unidade VII - Associao de Morros e Morrotes

    Esta unidade predomina no municpio, com declividade

    muito acentuada acima15% e 47%, predominando declividade

    acima de 30%. Essas reas so pertencentes unidade de

    relevo do denominada de Rebordo do Planalto Rio-Grandense,

    formado a partir da eroso e entalhamento das camadas de

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    rochas arenticas e baslticas, resultando em encostas ngremes

    de cabeceiras de drenagens. Nessa rea ocorrem processos de

    dissecao, associados a movimentos de massa devido as altas

    declividades.

    Nas pores de base da encosta registra-se a presena

    de depsitos de talus e depsitos coluvionares, resultantes de

    processos erosivos sendo compostos pela combinao solo-

    rocha. O material rochoso apresenta-se bastante angulosoproveniente da seqncia de derrames vulcnicos da Formao

    Serra Geral, arenito Botucatu e formao Caturrita. No

    municpio, pode-se visualizar atividades agrcolas nessas

    poes realizadas com fora braal, mas de um modo geral

    ocorre relativamente, maior cobertura vegetal natural devido as

    restries legais.

    Unidade VIII - Topos de morro

    Nas reas de topo de morro a declividade varia

    entre 15% e 30%, o solo possui colorao marrom escuro (cor

    bruna), variando de 10 a 20cm de profundidade. Essas reasrepresentam superfcies mais resistentes a eroso que resultam

    em morros isolados situados em superfcies onduladas e

    elevadas. Quanto geologia, os topos de morro constituem

    remanescentes dos sucessivos derrames de rocha vulcnica

    cida. Nas reas onde desenvolve-se uma camada de solos e de

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    declividade ao redor de 15%, realiza-se o cultivo de fumo, nas

    demais tem-se cobertura vegetal natural.

    Consideraes Finais

    No municpio de Agudo h uma demanda de um grande

    esforo de pesquisa, onde o desafio maior est em adaptar e

    organizar seu sistema de produo da agricultura familiar, a

    partir das tecnologias disponveis de modo tico e social,ambiental e economicamente sustentado.

    Atravs da pesquisa em geografia esse estudo permitiu

    caracterizar o espao geogrfico e as transformaes geradas.

    H uma forte relao entre os problemas ambientais

    existente no municpio e as atividades agrcolas realizadas de

    forma desorganizada. As matas ciliares esto bastante

    destrudas, principalmente junto as margens do Rio Jacu. As

    pores de surgncias nas colinas de baixas altitudes devem ser

    preservadas, principalmente do uso excessivo de agrotxicos e

    adubos qumicos, bem como as pores do rebordo com suas

    belezas cnicas e topos de morro.

    A agricultura se faz sim necessria mas deve ser

    realizada de modo organizado para que os impactos gerados

    sejam os mnimos possveis.

    Este trabalho pretende contribuir atravs da

    espacializao das informaes sobre relevo e atividades

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    SCHIRMER, G.J., Caracterizao e mapeamento da pesca e

    da aqicultura nos municpios de Agudo e Dona

    Francisca_RS. Relatrio (FIPE) _UFSM, 2008.

    WERLANG, W. ; Histria da Clonia de Santo ngelo.

    Santa Maria: Palloti, 1995. 288p.