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    CIDADES UTPICASDO RENASCIMENTO

    Carlos Eduardo Ornelas Berriel

    Thomas Morus, em 1516, criou a idia de utopia ao descrever

    uma ilha imaginria com uma sociedade perfeita em todos os

    sentidos. O surgimento desse gnero literrio, to prximo da

    histria, da filosofia e da poltica, est ligado ao processo burgus

    de racionalizao da vida. O Renascimento sintetizou um grande

    experimento de racionalizao da vida humana. Para construir a sua sor-

    te e o destino da humanidade, os homens daquela poca fixaram normas

    de conduta e quiseram regulamentar cada aspecto da vida prtica. A lgi-

    ca desta idia levou construo de critrios universalmente vlidos para

    cada atividade, com normas, regras e cdigos: surgiram assim os tratados

    sobre o perfeito corteso, sobre o perfeito ministro, sobre o perfeito ho-

    mem do mundo.

    Essa necessidade de impor uma racionalidade vida individual e coletiva,

    inevitavelmente, chegou ao urbanismo renascentista. Nos termos renascen-

    tistas, a nova cidade fundada pela necessidade da virt combater eterna-

    mente afortuna ameaadora. As cidades medievais haviam se desenvolvido

    anarquicamente, pelo impulso das iniciativas individuais. Mas essa estrutu-

    ra comunal foi substituda pelas iniciativas de prncipes desejosos de ampliar

    seu poder e de instaurar a ordem. Na Itlia, surgiram soberanos construto-

    res que sonhavam com novas cidades e, pela oportunidade, arquitetos do

    Quattrocentoplanejam cidades num estilo racional e geomtrico. Mas no

    possvel modificar as muralhas sem modificar os homens: a cidade o espe-lho e a dimenso do homem. A organizao social passa a ser uma preocu-

    pao dos urbanistas, colocando o ser humano no centro de suas constru-

    es, e sonham em torn-los idnticos: que a uma cidade s e racional

    corresponda um novo homem!

    Aparecem ento os tericos de um urbanismo utpico. No fundamental

    que tais cidades ideais sejam de fato construdas: mesmo sem sarem do pa-

    pel, servem para a melhor compreenso das limitaes de nosso presente, e

    sugerem cidades melhores do que as nossas. E, se puderam ser pensadas, po-

    dero ser construdas. Aos seus grandiosos projetos de cidades com traados

    retilneos, os urbanistas unem o desejo de regulamentar a vida dos habitan-

    tes, de fazer da sociedade um minucioso alvolo onde cada um possa encon-

    trar o seu lugar e a sua funo. ADe re aedificatoria de Leon Battista Alberti

    (1452), testemunha a superao da arquitetura pela noo de construo so-

    cial. Na sua cidade, as classes so distribudas em bairros diferentes, as ruas

    so reservadas para determinados ofcios, so previstos asilos para os pobres.Antonio Avelino, o Filarete (1400-1466), florentino a servio de Galeazzo

    Sforza, tem intenes maiores. No seu Trattatodesenha uma cidade fants-

    tica chamada Sforzinda, um projeto digno das ambies do duque. Ele a si-

    tua numa plancie frtil, sobre terras fecundas, onde possvel unir pases da

    Cocanha com o utopismo popular. As muralhas, com um permetro de 20

    km, formam um polgono regular de 16 lados em forma de estrela. Essas

    muralhas ciclpicas so construdas em 10 dias por 102.000 operrios, que

    a cada jornada assentam 30 milhes de pedras. 16 avenidas principais, reti-

    lneas e com largura de 20 metros, conduzem s oito portas e s oito torres

    angulares. Ao centro da estrela, uma praa de 200 metros por 100; surgem

    reas para joalheiros e banqueiros, edifcios para as corporaes e os neg-

    cios, banheiros pblicos, hospitais, prdios para os mdicos e a administra-

    o. Filarete pensa nos habitantes de Sforzinda, regulamenta, reparte, admi-

    nistra. As crianas pobres so educadas em colgios especiais, usam

    uniformes, dormem 7 horas por noite, a disciplina frrea, a dieta frugal. A

    cidade governada por um legislador, Zogalia (anagrama de Galeazzo Sfor-

    za) e por quatro magistrados eleitos. O interesse prioritrio o da cidade, se-

    veras leis sunturias ensinam a simplicidade. A febre dos construtores avas-

    sala Filarete no seu sonho prometeico: mais que uma cidade, um novo

    mundo o que ele deseja construir; o urbanista torna-se demiurgo e, ao trans-

    formar a cidade, transforma o homem e lhe indica seu destino terreno. Os

    tempos estavam maduros para a primeira utopia moderna.

    Mesmo o modelo urbanstico de Leonardo da Vinci, um desenho de ci-

    dade perfeita, detalhava como deveriam ser as ruas, casas, esgotos, etc.

    Pelas ruas altas no deveriam andar carros nem outras coisas similares,mas apenas gentis-homens; pelas baixas deveriam andar carros e outras

    coisas somente para uso e comodidade do povo. De uma casa a outra,

    deixando a rua baixa no meio, por onde chegam vinho, lenha, etc. Pelas

    ruas subterrneas estariam as estrebarias e out ras coisas ftidas. De um

    arco a outro devem existir 300 braas, por onde entraria luz, e cada arco

    deveria ter uma escada em caracol. Tanto seja larga a rua quanto a uni-

    versal altura das casas. Faam-se fontes em cada uma das praas. E as-

    sim por diante. A cidade descrita por Leonardo j , de certa forma, uto-

    pia; uma exigncia completamente racional, que espera ser traduzida

    em prtica.

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    C I D A D E S/A R T I G O S

    Perspectiva da cidade ideal - obra atribuda a Piero della Francesca, em cerca de 1460

    Reproduo

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    Thomas Morus no foi um sonhador, mas brilhante poltico nomeado, em

    1529, gro- chanceler da Inglaterra. O Renascimento foi um perodo de cri-

    ses e instabilidades contnuas, e Morus conhecia os problemas de seu tem-

    po: foi pensando neles que publicou em 1516 a sua Utopia.

    Utopia minuciosamente descrita, sendo uma ilha com formato de meia

    lua, circundada de montanhas que oferecem uma boa defesa natural. Hou-ve um tempo, 1760 anos antes, em que o pas se chamava Abraxa e era uni-

    do ao continente; o rei Utopo o conquistou, e, para separ-lo da terra firme,

    fez escavar um istmo. Por isso, as relaes externas so raras, pois os habitan-

    tes dos mundos imaginrios se contentam com suas autarquias, e esse isola-

    mento lhes preserva da corrupo externa.

    Em Utopia existem 54 cidades, perfeitamente idnticas, construdas com

    base no mesmo projeto e compreendendo edifcios iguais, tanto que sufi-

    ciente descrever uma s para conhecer-se todas. Amauroto a capital da

    ilha. Circundada de muros, atravessada pelo rio Anidro, limpa, salubre e

    alegrada por graciosos jardins. O sistema poltico democrtico e parlamen-

    tar. A clula de base a famlia camponesa composta de 40 membros; exis-

    tindo 6 mil famlias em cada cidade, a populao da ilha atingir 13 milhesde habitantes. A propriedade privada completamente ausente. Cada cida-

    de circundada de terras cultivadas pelos cidados que tm a obrigao de

    fornecer comunidade dois anos de servio agrcola, in-

    dependentemente do ofcio que pratiquem.

    Os utopianos so ascticos e frugais, e vestem hbitos

    iguais. Preocupam-se com a dignidade do trabalho, a

    planificao da produo e a frutuosa organizao do

    tempo livre. Morus sobretudo atento a um desenvolvi-

    mento harmnico do indivduo. A organizao social

    minuciosa, e o governo se preocupa com o equilbrio da

    populao: se uma cidade excessivamente povoada, a

    populao em excesso mandada para uma cidade com

    menos habitantes.

    Cada cidade dividida em quatro bairros, e possui merca-

    dos nos quais os chefes de famlia se abastecem do neces-

    srio sem precisarem recorrer troca ou ao dinheiro. Os alimentos so con-

    sumidos em comum, segundo disposies imutveis; velhos e jovens

    sentam-se uns ao lado dos outros, afim de que a severa sabedoria dos ancios

    inspire os jovens; a refeio precedida por uma leitura moral. Isto contribui

    para formar uma comunidade pacfica e fraterna, da qual foi removida at o

    mnimo motivo de rivalidade. Nos hospitais, eficientes e abertos a todos,

    praticada a eutansia nos doentes e nos velhos que a requerem. O adultrio

    punido com a escravido ou com a morte. Os escravos so aqueles que trans-

    gridem as leis, os prisioneiros de guerra e os trabalhadores braais pobres das

    regies vizinhas: esses so bem tratados, mas ficam acorrentados e condena-dos aos trabalhos forados; no constituem em realidade uma classe social

    porque os seus filhos nascem livres.

    Morus escolheu um tipo de economia fundada essencialmente sobre a agri-

    cultura: uma constante do utopista, fisiocrtico inato. A agricultura sim-

    ples e natural a nica atividade a estar em harmonia com um comunis-

    mo integral, e a consentir num imediato desfrute dos bens. Dinheiro e

    comrcio so intermedirios infernais entre a necessidade e a sua legtima sa-

    tisfao. A essa economia igualitria corresponde um ordenamento poltico

    que elimina as diferenas sociais. Nessa federao democrtica de condados

    autnomos compromisso entre cidade antiga e Estado moderno a coe-

    so se apia sobre consensus omnium: a vontade coletiva maior que a soma

    das vontades individuais.

    Utopiase apresenta definitivamente como um livro da razo; porm, no Pa-

    raso de Utopia existem inquietantes sintomas de opresso. O indivduo es-

    t sempre exposto ao olhar coletivo, e o estar sob os olhos de todos gera a ne-

    cessidade de dedicar-se ao trabalho usual ou a lazeres no desonestos: estemito da transparncia est eternamente atento ao perigoso desvio individual.

    O dilema que atormenta Morus comum a todos os utopistas: para salva-

    guardar a instituio ideal, criada na sua origem para o indivduo, ele corre o

    risco de, ao contrrio, oprimi-lo, e como todos os utopistas resolve o proble-

    ma pressupondo que cada cidado reconhea a coincidncia entre necessida-

    de e liberdade: a opresso no est nas intenes, mas nos fatos. Morus ho-

    mem do Renascimento, por sua f na cincia e no conhecimento como fonte

    de progresso, inclusive moral. A sua utopia uma construo do intelecto,

    mas tambm uma obra de f e de confiana na ao no mundo real.

    Morus deixou claro o aspecto irreal da sua criao: Utopia um pas de ne-

    nhum lugar, Amauroto significa cidade fantasma, o Anidro o rio sem gua,

    o prncipe Ademo, isto , sem povo. A Utopia a especulao de um hu-manista. A perspectiva de Morus no econmica, mas tica: aquela de

    um homem da ordem que quer a felicidade do povo, mas no atravs do po-

    vo, do qual teme a violncia. Morus fixou por muito tem-

    po as caractersticas ambguas da utopia.

    O mundo sbio e louco(1552), do florentino Anton Fran-

    cesco Doni, foi a primeira obra desse gnero na literatura

    italiana. Recordando-se da Sforzindade Filarete que foi

    escrita antes mas que no tem um enredo ficcional, um

    projeto urbanstico utpico, mas no uma utopia en-

    quanto gnero literrio Doni imagina uma cidade com

    a planta em formato de estrela, tendo ao centro uma igre-

    ja mais alta que a catedral de Florena; este templo possui

    cem portas das quais partem cem ruas em direo s cem

    sadas da cidade. Reencontramos aqui a paixo pelo urba-

    nismo, pela simetria e pelo equilbrio geomtrico, reflexo

    de uma harmoniosa organizao humana. H ecos de Plato, Morus, Alber-

    ti, Leonardo, Guevara. As ruas so ocupadas pelos ofcios complementares:

    se de um lado esto os mdicos, do outro estaro os boticrios; aqui os sapa-

    teiros, e em frente os comerciantes de peles; e assim por diante. Doni exige

    uma igualdade rigorosa, um comunismo integral o mais prximo possvel

    lei da natureza que exclua inclusive a famlia. Duas ruas constituem o bair-

    ro das mulheres, comuns a todos: Deste modo no existiam parentelas e se

    ignorava de quem algum era filho. Todos possuem moradias iguais, a mes-

    ma comida: quem no trabalha no come. Os hospitais acolhem os doen-

    tes, os velhos e os enfermos, mas se pratica uma severa eugenia (as crianasdeformadas so jogadas num poo). Portanto todos os homens do novo

    mundo so belos, bons, sos e frescos. Esta utopia no tem uma forma pre-

    cisa de governo e no possui leis, nem polcia, nem tribunais, nem exrcito.

    As crianas criadas em comum aprendem um ofcio e no se preocupam mui-

    to com os estudos. A religio sem ritos, ainda que o povo a cada sete dias re-

    ze no templo. Doni no se preocupou muito com problemas religiosos: a sua

    cidade ideal, essencialmente plebia, uma cidade terrena na qual as preocu-

    paes polticas e econmicas superam as aspiraes espirituais. O transcen-

    dente no esquecido mas relegado a segundo plano, e apenas a razo que

    organiza e legisla. Trata-se de um radical nivelamento social.

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    C I D A D E S/A R T I G O S

    O DILEMAQUE

    ATORMENTAMORUS COMUM A

    TODOS

    OS UTOPISTAS

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    Doni um caso excepcional no Cinquecento: no cr nem nos valores huma-

    nsticos, nem na religio que no se ocupa dos males terrenos. Elementar e

    igualitrio, o comunismo de Doni , sobretudo, uma reao violenta contra

    as estruturas sociais existentes: isso de inspirao plebia, no humanista.

    Diferentemente de Morus, Doni no se prope elevar o esprito do homem,

    de torn-lo consciente da nobreza de seus deveres. A simples eliminao danobreza, do clero parasita e das diferenas sociais parece-lhe suficiente para

    assegurar maioria uma possibilidade material de vida. A sua iniciativa es-

    sencialmente destrutiva: na sua cidade no existe nem mesmo um governo

    modelo, porque Doni, que tem pouca confiana na natureza humana, no

    acredita em qualquer forma de governo. Ao sonho humanista da cidade

    ideal prefere a segurana de uma existncia elementar, conforme a lei da na-

    tureza. Doni um escritor que, diferentemente de outros autores de utopias

    do Cinquecento, no escreve para prncipes e sbios, mas para o povo, dese-

    joso de solues simples e diretas.

    Campanella o autor que escreveu, depois de Morus, a utopia mais comple-

    xa e mais rigidamente estruturada. Sua utopia, (Citt del Sole, 1602), foi com-

    posta durante os seus 27 anos de vida carcerria, e publicada apenas em 1623.O enredo deve muito Utopia de Morus. A obra adota a forma de dilogo

    entre o grande mestre dos hospitalrios e um capito genovs anterior-

    mente timoneiro de Cristvo Colombo que, durante uma escala em Ta-

    probana, descobriu a Cidade do Sol, no centro de uma vasta plancie. Essa

    formada por sete zonas concntricas, bem fortificadas, em forma circular

    e com o nome dos sete planetas; no centro se ergue um templo redondo: o

    corao da cidade.

    O regime poltico recorda o sistema hierocrtico: no vrtice da hierarquia

    est Hoh o Metafsico ou o Sol acompanhado por um triunvirato, um

    conselho supremo. Pon, ou a Potncia, decide sobre a guerra e a paz. Sob sua

    vigilncia, homens, mulheres e crianas so submetidos a um contnuo

    adestramento militar, apesar dos Solares serem pacficos e s empunharem

    as armas por defesa ou para manter o equilbrio de poder na regio. Sin, ou

    a Sapincia, dirige as artes e o saber. Por sua deciso, todos os muros da ci-

    dade so recobertos de pinturas que representam figuras matemticas, car-

    tas geogrficas, animais, grandes personagens, plantas etc. Esse povo ama,

    acima de tudo, o saber. Enfim, Mor, ou o Amor, supervisiona o matrimnio

    e a procriao. Esses governantes supremos so acompanhados por magis-

    trados que levam o nome das virtudes que encarnam: temperana, magna-

    nimidade, justia, diligncia. Na Cidade do Sol existem poucas leis, no

    existem prises, e os crimes graves so punidos com a morte.

    O Estado se ocupa das crianas, que so instrudas desde a idade de um ano,

    brincando ao longo dos muros da cidade. No so orientadas a seguir suas

    inclinaes pessoais, mas no sentido da compreenso de todas as reas do sa-

    ber; assim, aprendem todos os ofcios, escolhendo uma ocupao definitivaapenas depois de terminada a sua instruo geral. O resultado exemplar des-

    sa educao enciclopdica Hoh o Metafsico, criatura onisciente, ao mes-

    mo tempo cientista e filsofo.

    Arregimentado do nascimento at a morte, duramente privado de qualquer

    vontade anrquica, o Solar deve prestar contas ao Estado at das suas meno-

    res aes e pensamentos. No conhece amor e famlia, e anulado na cole-

    tividade em confortvel anonimato, e , aparentemente, muito feliz. A

    questo saber se uma vida construda exclusivamente por lgica rigorosa,

    que ignore outras instncias constitutivas do homem real, no conduzir,

    em nome da felicidade e da virtude, a um mundo de campos de concentra-

    o, nos quais seus habitantes sero ao mesmo tempo carrascos e vtimas.

    As cidades utpicas no so fundadas pelo j existente, mas vem do alto,

    da Idia, como contraposies ao j existente, e projetam a vida melhor. Elas

    no so produtos de um delrio, mas nascem da necessidade de combater o

    destino, de fundar uma segunda natureza para o homem a Histria .

    Carlos Eduardo Ornelas Berriel professor doutor de literatura do IEL-Unicamp. Coordenao Grupo de Estudos sobre Renascimento e Utopia, e organiza uma antologia de utopias italianasdo Renascimento.

    Bibliografia consultada

    Berriel,C.E.O.Uma utopia do cinquecento:Mondo savio e pazzo,de Anton Francesco Do-ni.In Remate de Malesn.22,IEL-Unicamp,2002.

    Codignola,M.M..Critica della ragione utopica:lidea di felicit e i suoi paradossi. In:Minerva,N.(org.).Per una definizione dellutopia.Metodologie e discipline a confronto. Ravenna:Lon-go,1992.

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    definizione dellutopia.Metodologie e discipline a confronto.Ravenna:Longo,1992.Lpez,M.M.The Life of Thomas More and the Life of the Utopians.An Anatomy of Paradox.

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    nerva,N.(org.).Per una definizione dellutopia.Metodologie e discipline a confronto.Raven-

    na:Longo,1992.Nuzzo,E..Vite e Luoghi dellAnima e della Citt Ideale in Platone. In:Fortunati,V.(org.).Vitedi utopia. Ravenna:Longo Editore,1997.

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    Sberlati,F.The Ideal City in Italy during the Renaissance and the Counter-Reformation:A li-terary and polit ical utopia. In:Spinozzi,P.(ed.).Utopianism/ literary utopias and nat ional cul-tural identities:A comparative perspective.Bologna:Cotepra,2001.

    Trousson,R.Utopie et utopisme.In:Minerva,N.(org.).Per una definizione dellutopia.Meto-dologie e discipline a confronto.Ravenna:Longo,1992.

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    C I D A D E S/A R T I G O S

    Leonardo da Vinci: esquema de via de circulao e edifcios, em doisnveis, para a cidade ideal - obra posterior a 1485

    Reproduo