Chamada MCTI/AÇÃO TRANSVERSAL/CNPq N.º 66/2013...0 Chamada MCTI/AÇÃO TRANSVERSAL/CNPq N.º...
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Chamada MCTI/AÇÃO TRANSVERSAL/CNPq N.º 66/2013
Projeto:
Estruturação de uma Rede de Pesquisa e Desenvolvimento da Cultura do Bambu no
Estado de Goiás
Coordenação geral:
Prof. Rogério de Araújo Almeida
Coordenação de subprojetos:
Prof. Dr. Carlos Roberto Sette Jr.
Profa. Dra. Dalva Graciano Ribeiro
Profa. Dra. Gislene Ferreira Auxiliadora
Profa. Dra. Luciana Domingues Bittencourt Ferreira
Profa. Dra. Rosângela Vera
Prof. Dr. Sérgio Tadeu Sibov
Instituição executora
Universidade Federal de Goiás – UFG. Goiânia, Goiás.
Instituições colaboradoras
Banco Florestal
Centro Alternativo de Tecnologia – CAT (Caldas Novas)
Centro Universitário de Goiás - UniAnhanguera
Embambu Ltda (Senador Canedo)
Embraverde (Caldas Novas)
Instituto de Botânica de São Paulo
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA
Saneamento de Goiás SA - SANEAGO
Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR
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Apresentação Geral
O bambu, sem dúvida, está entre as plantas que mais benefícios podem proporcionar ao ser
humano. Apresenta crescimento rápido e demanda tecnologias brandas em seu
aproveitamento, além de constituir-se em alternativa em vários seguimentos das atividades
humanas. O seu potencial começa pelos serviços ambientais prestados, como sequestro de
carbono, proteção do solo, regulação do balanço hídrico e abrigo para a fauna. Quanto às
utilidades diretas, pode-se incluir o bambu como matéria-prima para a fabricação de álcool,
papel, tecido, carvão ativado e energético, artesanato e móveis. É também usado em grande
escala na construção civil em vários países da Ásia e América do Sul (SILVA, 2005).
Uma das áreas de maior diversidade de bambus lenhosos e endêmicos é o Brasil, com
cerca de 34 gêneros e 236 espécies; desse total, nove gêneros e 20 espécies são endêmicos.
No Cerrado existem aproximadamente dez espécies de gramíneas na subfamília
Bambusoideae, de hábitat lenhoso ou herbáceo, como Actinocladum verticillatum,
Filgueirasia cannavieira, Filgueirasia arenicola, Aulonemia aristulata, Olyra ciliatifolia,
Olyra taquara e Raddiella esenbeckii, entre outras (FILGUEIRAS; GONÇALVES, 2004).
A exploração econômica desse óbvio recurso vegetal requer, no entanto, conhecimento
científico a seu respeito, sendo a sua composição florística o mais básico deles. Assim,
precisa-se conhecer quais espécies são encontradas localmente, sua densidade de
ocorrência, a distribuição e os potenciais de uso de cada espécie, além de estudos de
caracterização física e mecânica, condições para o seu manejo. Algumas pesquisas
científicas já foram realizadas, como por exemplo estudos sobre potencialidade e
possibilidades de uso de espécies (SILVA, 2007; FRANÇA, 2011; COSTA, 2004), estudos
morfológicos (SILVA et al., 2011), na área de propagação (AZZINI; SALGADO, 1993),
controle de pragas (POTENZA, 2005) e tratamento de esgotos (MENDONÇA, 2010;
QUEGE, 2011; QUEGE; ALMEIDA; UCKER, 2013), dentre outras.
Não obstante todos os benefícios, o bambu ainda não tem sido cultivado comercialmente
em Goiás e são poucas as iniciativas voltadas à sua produção, ou mesmo à pesquisa
científica. Salienta-se a existência de duas unidades demonstrativas de cultivo de
Dendrocalamus asper em sequeiro (município de Araçu) e irrigado (município de Caldas
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Novas), pertencentes respectivamente ao Banco Florestal e à Embraverde (administrado
pelo Centro Alternativo de Tecnologia – CAT), parceiros dessa proposta.
Assim, faz-se necessário a estruturação de uma rede de pesquisa e desenvolvimento da
cultura do bambu no Estado, reunindo e fortalecendo os pesquisadores isolados e criando
condições para a realização de mais e melhores trabalhos. Tendo como foco o
estabelecimento de um programa integrado para a coleta de bambu no domínio do Cerrado,
também estão contemplados na propostas subprojetos objetivando o desenvolvimento de
protocolos de micropropagação e a produção de mudas em larga escala; a distribuição de
mudas em pequenas propriedades familiares, de assentamentos de reforma agrária ou não;
a identificação de descritores taxonômicos e análises morfológicas das espécies
selecionadas; o desenvolvimento de técnicas de manejo e manutenção de plantas no
campo; a formação de coleções vivas com espécies nativas e exóticas cultivadas de
interesse econômico; a avaliação do potencial das espécies na produção de biomassa
energética e como fonte de alimento; além do estabelecimento de intercâmbio técnico-
científico com instituições locais, nacionais e internacionais, para a realização de
programas de capacitação de recursos humanos, de fomento, assim como de educação e
difusão da cultura do bambu na Região Centro-Oeste.
Outras considerações
A estruturação da Rede na região Centro-Oeste trará grandes benefícios através de
desenvolvimento de estudos e pesquisas aliados à capacitação de pessoal em botânica,
ecologia, biologia molecular, biodiversidade, conservação e cultivo de espécies nativas e
cultivadas. Proporcionará também a organização de um banco de germoplasma (coleção
viva) para fins de preservação e utilização de espécies nativas e exóticas, proposição de
métodos e processos de plantio e propagação de bambus nativos e cultivados. Neste
sentido, ao final deste projeto se espera as seguintes principais contribuições científicas:
Ampliação da coleção viva de bambu com espécies coletadas e com doações das
visitas técnicas;
Protocolos de micropropagação de Dendrocalamus asper, Guadua magna e
Dendrocalamus latiflorus;
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Uma coleção de plantas herborizadas de bambus nativos e exóticos para expansão
do acervo do herbário UFG, a qual será de grande valia por subsidiar pesquisas de
diferentes naturezas, sobretudo relacionadas à florística, taxonomia, anatomia,
filogenia e ecologia;
Lista de espécies com respectivos locais de ocorrências, descrições morfológicas e
dados de georeferenciamento no estado de Goiás;
Confecção e descrição de lâminas histológicas de espécies nativas e exóticas;
Confecção de guia ilustrado e Atlas digital (online);
Formar e disponibilizar ao mercado de trabalho profissionais qualificados e
atualizados para atender a demanda da região Centro-Oeste;
Fortalecer as linhas de pesquisas em Biologia e Agronomia através da formação e
treinamento de recursos humanos (graduandos e pós-graduandos) na UFG;
Divulgar os resultados alcançados;
Promover parcerias e intercâmbio técnico-científicos com instituições públicas,
não-públicas, nacionais e internacionais.
Formar duas florestas de bambu com fins de visitação pública, uma irrigada e uma
de sequeiro, de bambu das espécies D. asper e G. angustifolia.
Plantar vinte mil matrizes de bambu das espécies selecionadas, distribuídas em cem
propriedades de agricultores familiares de cinco municípios goianos, capazes de
suportar uma produção de mudas em grande escala, para plantios comerciais,
suficiente para aportar, na região, indústrias deste seguimento.
A obtenção de tecnologias para produção de farinha de broto de bambu e de
formulações de produtos utilizando a farinha, assim como a obtenção de método
adequado para a produção de broto de bambu minimamente processado, permitirão
aos produtores de bambu agregar valor ao seu produto, assim como aumentar o
período de comercialização (que de outra forma seria imediata, na medida do
surgimento dos brotos) e, ainda, diversificar sua alimentação.
Geração de informações sobre as espécies de bambu com melhor potencial de uso
energético.
Viabilização do aproveitamento da biomassa de bambu na forma de carvão vegetal,
pellet e briquete.
Disseminação do uso da biomassa do bambu como alternativa energética nacional
em substituição às fontes poluidoras de geração de energia.
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Para a elaboração da presente proposta, foram convidados pesquisadores isolados que já
trabalhavam com a cultura do bambu no Estado de Goiás, pesquisadores sem experiência
com a espécie vegetal, mas, com capacitação técnica para atender às demandas
tecnológicas que se apresentam para a estruturação da cadeia produtiva do bambu,
empresas com experiência no mercado de bambu e empresas passíveis de benefício com os
produtos a serem gerados pelo projeto, além de entidades representativas da agricultura
familiar.
O presente projeto foi estruturado em seis subprojetos, abrangendo Taxonomia, Produção
de Mudas in vitro, Produção de Mudas em Viveiro, Difusão do Cultivo de Bambu a
Agricultores Familiares, Estudo do Potencial Alimentício e Uso Energético do Bambu.
A escolha dos temas dos subprojetos visou contemplar o maior número possível de Linhas
Temáticas da Chamada, que representam os gargalos do desenvolvimento da cadeia
produtiva do bambu.
Os subprojetos são detalhados individualmente a seguir.
REFERÊNCIAS GERAIS
AZZINI, A.; SALGADO, A. L. de B. Enraizamento de propágulos de bambu em diferentes
substratos. Bragantia, V. 52, N. 2, 1993.
COSTA, T. M. de S. Estudos da viabilidade técnica do emprego do bambu da espécie
Bambusa vulgaris Schard. como carvão vegetal. 2004. 74 f. Dissertação (Mestrado em
Ciências na Área de Tecnologia Nuclear-Materiais)—Universidade de Brasília, Brasília,
2011.
FRANÇA, C. D. de. Potencialidades de espécies de bambu para a estabilidade de solos
do Cerrado. 2011. 81 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia)—Universidade de
Brasília, Brasília, 2011.
MENDONÇA, E. A. Disposição de Efluente de Tratamento de Esgoto Industrial em Solo
Vegetado com Bambu, 2010. 132 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia do Meio
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Ambiente) – Escola de Engenharia Civil, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em
Engenharia do Meio Ambiente, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2010.
POTENZA, M. R. Controle químico do pulgão Takecallis taiwanus (Takahashi)
(Homoptera: Aphididae) em bambu ornamental (Bambusa gracilis Horti). Arq. Inst. Biol.,
São Paulo, v. 72, n. 3, p. 495-497, 2005.
QUEGE, K. E. Tratamento de esgoto sanitário pelo sistema zona de raízes utilizando
plantas de bambu. 2011. 86 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia do Meio Ambiente) –
Escola de Engenharia Civil, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Engenharia do
Meio Ambiente, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2011.
QUEGE, K. E.; ALMEIDA, R. A.; UCKER, F. E. Utilização de plantas de bambu no
tratamento de esgoto sanitário pelo sistema de alagados construídos. Revista Eletrônica
em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, v. 10, n. 10, p. 2069-2080, 2013.
SILVA, J. T. da. Caracterização citogenética de espécies e variedades de bambu com
potencial econômico no Nordeste Brasileiro. 2007. 60 f. Dissertação (Mestrado em
Ciências Florestais)—Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2007.
SILVA, I. F. da; PEREIRA, D. dos S.; SILVA, S. R. F. . Estudos morfológicos do bambu
(Bambusa cf. vulgaris L.), uma espécie invasora em área de Mata Atlântica no Parque
Municipal de Maceió-Alagoas. Semente, v. 6, n. 6, 2011.
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SUMÁRIO
SUBPROJETO 1
Avaliação morfológica e anatômica para identificação de descritores taxonômicos de
espécies nativas e exóticas...................................................................................................07
SUBPROJETO 2
Estabelecimento de protocolos de micropropagação de clones superiores de três espécies
de bambuzeiro: Dendrocalamus asper (Schultes f.) Backer ex Heyne, Dendrocalamus
latiflorus Munro e Guadua magna Londoño & Filg. ..........................................................19
SUBPROJETO 3
Implantação de viveiro para produção e pesquisas com mudas de bambu..........................37
SUBPROJETO 4
Fomento e Difusão da tecnologia da produção de mudas de bambu, cultivo e usos para
agricultores familiares..........................................................................................................46
SUBPROJETO 5
Processamento de broto de bambu para alimentação humana.............................................59
SUBPROJETO 6
Aproveitamento energético do bambu: carvão vegetal, briquete e pellet............................71
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SUBPROJETO 1
A) IDENTIFICAÇÃO DA PROPOSTA (TÍTULO DO PROJETO, DADOS DO
PROPONENTE E DA INSTITUIÇÃO DE EXECUÇÃO)
Título do Subprojeto:
Avaliação morfológica e anatômica para identificação de descritores taxonômicos de
espécies nativas e exóticas;
Proponente:
Dalva Graciano Ribeiro. Doutora em Ciências Biológicas, área de concentração Botânica.
Coordenadora do Laboratório de Anatomia Vegetal.
Linha Temática:
a) Identificação de espécies nativas e exóticas;
Instituição Executora:
Universidade Federal de Goiás:
Instituto de Ciências Biológicas:
Laboratório de Anatomia Vegetal
Escola de Agronomia
Instituição Parceira:
Instituto de Botânica de São Paulo:
Herbário do Instituto de Botânica de São Paulo
B) QUALIFICAÇÃO DO PRINCIPAL PROBLEMA A SER ABORDADO
Os bambus são classificados taxonomicamente na família das gramíneas, ou Poaceae. No
Novo Mundo, o Brasil é o país com o maior número de espécies nativas de bambus. Os
dados mais recentes indicam a presença de cerca de 34 gêneros e 236 espécies; desse total,
nove gêneros e 20 espécies são endêmicos, grande parte deles com sério perigo de
extinção. Acredita-se que esse número de espécies está muito abaixo do real, visto a falta
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de coletas sistemáticas e estudos nos grandes Biomas. Portanto, são necessários inventários
sistemáticos com o objetivo de documentar as espécies em seu habitat natural, investigar
seu status conservacionista e, simultaneamente, investigar seus usos atuais e potenciais.
Dentre estes, pode-se destacar o mercado da floricultura, atualmente caracterizado pelo
frequente lançamento de novas plantas para satisfazer o interesse dos consumidores por
cores e formatos diferenciados. Nos últimos dez anos, apesar de flores e folhagens não
convencionais terem se tornado cada vez mais populares mundialmente, são poucas as
plantas nativas colocadas em cultivo comercial. Assim, a prospecção de novas espécies
com potencial ornamental, especialmente dentre as nativas, representa grande potencial de
produção e comercialização.
Além disso, os estudos com bambus são necessários para responder questões de
biogeografia, filogenia e taxonomia. Assim como, desenvolvimento econômico e estratégia
de conservação. Acredita-se que os bambus podem auxiliar na solução de problemas
sociais como fonte de crescimento econômico com ênfase no desenvolvimento sustentável.
Outro aspecto fundamental é a formação de recursos humanos nessa área, pois, atualmente
existe enorme carência de pessoal treinado e qualificado para executar as etapas
anteriormente citadas, especialmente taxonomias e anatomistas. No momento, na região
Centro-Oeste existe alguns núcleos de estudo, em Goiás, Distrito Federal, e Mato Grosso
do Sul que carecem de apoio e sustentabilidade.
C) OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS E METAS A SEREM ALCANÇADOS
Geral:
Identificação taxonômica das espécies de bambus do Estado de Goiás, visando contribuir
para a indicação do uso econômico e sustentável do bambu nativo.
Objetivos Específicos:
Coletar, georreferenciar novas áreas de ocorrência de bambu no Estado de Goiás;
Caracterizar cada espécie nativa sob o ponto de vista da morfologia externa através
de dados quantitativos, observacões taxonômicas e fotografias em campo;
Caracterizar a anatomia da lâmina foliar;
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Identificar, descrever e ilustrar as espécies;
Investigar a história taxonômica de cada nome aceito (análise de coleções de typus
nomenclatural, sinonímia, etc.).
Comparar as espécies entre si e com dados existentes na Literatura e posterior
confecção de chave taxonômica;
Identificar espécies nativas no Estado de Goiás com potencial para uso no
paisagismo e ornamentação;
Avaliar o potencial ornamental de espécies de bambus nativos do Estado de Goiás
por meio da caracterização dos atributos estéticos, verificando a aptidão para uso no
paisagismo e ornamentação;
Coletar e plantar as espécies visando à formação de uma coleção viva;
Fornecer dados para os demais subprojetos;
Contribuir para a capacitação e formação de recursos humanos na área de Botânica
básica e aplicada, especialmente dentro da família monocotiledônea, e com ênfase nas
espécies com potencial econômico, e estimular a capacidade de trabalho em equipes
multidisciplinares e interinstitucionais;
Fortalecer os cursos de pós-graduação da região Centro Oeste através do
intercâmbio de conhecimento intelectual e do incremento na produção científica.
META: Esse subprojeto tem como meta primordial fortalecer a integração da equipe de
Botânica com o grupo multidisciplinar de estudos em Bambu existente na Universidade
Federal de Goiás e outras Universidades, Centros de Pesquisas ou demais órgãos que
trabalhem com bambu. Elaborar um banco de dados sobre as espécies nativas de bambu e
preparar os alunos da graduação e da pós-graduação para atuar na área de Botânica e
Agronômica.
D) METODOLOGIA DETALHADA A SER EMPREGADA
Coleta do material botânico - Serão feitas excursões (4) com duração de 4 a 5 dias
através da Região Centro-Oeste para obtenção de material botânico. Serão coletadas
quando possível, cerca 4-5 amostras de cada planta e anotadas em caderneta de campo
informações sobre tipo vegetacionais e dados quantitativos, além de outras julgadas
relevantes ao desenvolvimento do projeto, tais como, uso medicinal das plantas, nomes
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populares, dados ecológicos, fenológicos, etc. Os procedimentos de campo para coleta de
material botânico seguirão os padrões estabelecidos por Soderstrom e Young (1983) e para
os estudos anatômicos aqueles recomendados por Graciano et al. (2006).
A avaliação das espécies, com base nas características previamente estabelecidas, será feita
por pelo menos três profissionais, ligados à prospecção de recursos genéticos de plantas
nativas e ao paisagismo. Para balizar a descrição das características ornamentais
selecionadas e eliminar ao máximo as preferências pessoais, serão utilizadas características
consideradas essenciais para as finalidades de uso propostas, segundo metodologia de
Stumpf et al. (2009). Para a indicação de uso, as plantas serão categorizadas como: 1.
plantas para jardins - indicadas para formação de maciços, cercas vivas, bordaduras,
forrações, ou para uso isolado; 2. plantas para vasos – indicadas para o cultivo em
recipientes de diferentes volumes, 3. plantas multifuncionais - indicadas tanto para jardins
como para uso em vasos.
Parte dos materiais coletados, as exsicatas, depois de estudadas, serão depositadas no
herbário da Universidade Federal de Goiás.
Além disso, serão coletadas quando possível duas-três mudas, que serão incorporadas à
coleção viva de bambu da UFG. O material inicialmente ficará em viveiro e posteriormente
colocado no campo para avaliação (subprojeto específico: Cultivo de bambu tropical e uso
no paisagismo).
Lâminas histológicas - para estudos anatômicos, as folhas serão fixadas em FAA 70 e
armazenadas em álcool 70%. A partir do material fixado serão preparadas lâminas
histológicas pelo método de inclusão em parafina (Jensen 1962, Johansen 1940 e Sass
1948) que consiste na desidratação das amostras com aproximadamente 1 cm², em uma
série etílica com concentrações progressivas de álcool 70% a 100% em intervalos de 10% e
posterior substituição por concentrações progressivas de acetato de butila/ álcool até atingir
acetato de butila absoluto. Posteriormente, serão feitas infiltrações e emblocamento das
amostras foliares e obtenção de cortes em micrótomo rotativo LEICA modelo RM 2145.
Sob uma placa aquecedora, os cortes serão distendidos e aderidos à lâmina, e, depois
desparafinizados com o uso de acetato de butila. Feito isso, os cortes serão hidratados em
concentrações decrescentes de álcool em intervalos de 10% até atingir a concentração
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alcoólica dos corantes. A dupla coloração será realizada com Safranina/ fast-green e, em
seguida, os cortes serão novamente desidratados até acetato de butila puro. A montagem
das lâminas será feita com o uso de resina como adesivo (PAIVA et al., 2006). Folhas
desse material também serão cortadas a mão livre em micrótomo de mesa. A análise e
registro da estrutura anatômica por meio de fotomicrografias será realizada em
microscópio óptico equipado com câmara clara e aparelho fotográfico.
Identificação do material botânico - a identificação do material será feita no nível de
família ou gênero, pela própria equipe que coletou utilizando literatura especializada; os
dados da morfologia externa e quantitativos auxiliarão na correta identificação. E quando
em dúvida será enviada para confirmação por taxonomistas especialistas da subfamília
Bambusoideae (Dr. Tarciso S. Filgueiras e/ou Dra Ximena Londono).
Elaboração de um guia de identificação de bambu - as fotografias de campo, fotografias
das lâminas histológicas, e demais informações serão utilizadas para confecção de um guia
digital e de uma chave dicotômica para a correta identificação das espécies.
E) PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES CIENTÍFICAS, TECNOLÓGICAS E/OU DE
INOVAÇÃO DA PROPOSTA
A elaboração deste projeto trará grandes benefícios para a comunidade científica botânica
brasileira que visem conhecer, especialmente os bambus ocorrentes no bioma Cerrado
considerando espécies coletadas anteriormente, espécies endêmicas, raras ou em risco de
extinção. Neste sentido, ao final deste projeto se espera as seguintes principais
contribuições científicas:
Lista das espécies ocorrentes em GO com dados de georreferenciamento.
Priorizando as regiões não contempladas pelas coletas de Rizzo (1981-2012), com ênfase
na Chapada dos Veadeiros e Mato Grosso Goiano;
Um laminário histológico da lâmina foliar;
Uma coleção viva das espécies nativas de bambu ocorrentes em GO, e espécies
exóticas que subsidiarão futuras pesquisas;
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Amostras de plantas herborizadas para expansão do acervo do herbário UFG na
subfamília Bambusoideae, a qual será de grande valia para a correta identificação do
material botânico e acesso ao público em geral e comunidade científica;
Fortalecer a linha de pesquisa em estudos com Bambu através do treinamento de
recursos humanos (graduandos e Pós-graduandos) qualificados na UFG;
Contribuir para a valorização e conservação da biodiversidade por meio da
aplicação prática de plantas nativas com potencial ornamental;
Um guia com foto e descrições morfológicas e ornamentais, o que facilitará a
consulta pelo público interessado.
F) ORÇAMENTO DETALHADO
CUSTEIO
Descrição da despesa Quantidade
Custo
Unitário
(R$)
Custo Total
(R$)
Material de consumo (reagentes, álcool, ácidos,
vidrarias) Variável 9.500,00 9.500,00
Resma de papel A4 10 13,90 139,00
Cartolina 40 kg (herbário) Variável 2.000,00 2.000,00
Sacos Plásticos para coleta (coletas) 100 2,50 250,00
Corda de algodão para prensa 4k 15,00 60,00
Material de escritório (canetas, lápis, CDs, fitas
crepes, marcadores de texto, borrachas,
cartuchos)
Variável 1.500,00 1.500,00
Prensas de madeira (coleta de material) 6 pares 20,00 120,00
Serviço de terceiros (análise de solo, mateiro,
desenhistas, confecção do guia)
variável 15.000,00 15.000,00
Diárias para viagens de coletas 60 320,00 19.200,00
Passagens para apresentação em congresso 3 1.000,00 3.000,00
Diárias para apresentação em congresso 15 320,00 4.800,00
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Diárias para visita técnica ao IAC-Campinas e
UNESP (Bauru) - conhecer as instalações e
coletar material para a coleção viva
40 320,00 12.800,00
TOTAL 68.369,00
CAPITAL
Descrição da despesa Quantidade
Custo
Unitário
(R$)
Custo Total
(R$)
Microscópio biológico trinocular com câmera
digital acoplada (marca: Olympus): Ocular: WF
10X (18mm) e P 16X (11mm). Objetiva
Acromática: 4X, 10X, 40X(R), 100X(R) OIL;
Revolver reverso para quatro objetivas; câmera
digital de alta resolução.
1 75.000,00 75.000,00
Computador 6GB 1 T. Monitor 18.5 2 2.800,00 5.600,00
Câmara clara (ilustração botânica) 1 7.500,00 7.500,00
Câmara Fotográfica Digital (obtenção de
fotografia no campo para confecção do guia) 1 8.500,00 8.500,00
Armários de aço (acomodação de material de
escritório) 3 1.500,00 4.500,00
GPS 1 589,90 589,90
Paquímetro digital 1 400,00 400,00
Tesouras de podas manuais 5 60,00 300,00
Material bibliográfico 75 100,00 7.500,00
Rádio comunicador Walk Talk (Motorla MJ-
270R 43 km) – com 2 aparelhos e base para
recarga
2 300,00 600,00
Notebook 2 3.498,00 6.996,00
HD – Externo 1024 GB 1 400,00 400,00
Armário de aço para lâminas capacidade 80 mil
e base com rodízio para o armário arquivo 1 5.400,00 5.400,00
TOTAL 123.285,90
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BOLSAS
Descrição Quantidade
Custo
Unitário
(R$)
Custo Total (R$)
Iniciacão Tecnológica e Industrial – ITI
Categoria A 1 400,00 9.600,00
Desenvolvimento Tecnológico e Industrial
– DTI
Categoria A
1 4.000,00 96.000,00
Apoio Técnico em Extensão no País – ATP
Categoria A 1 550,00 13.200,00
TOTAL 118.800,00
ORÇAMENTO TOTAL
Tipo de despesa Custo Total (R$)
Capital 123.285,90
Custeio/Bolsas 187.169,00
Total Geral 310.454,90
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G) CRONOGRAMA DETALHADO DE ATIVIDADES
Etapas a serem desenvolvidas
Bimestre
2014 2015
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Levantamento Bibliográfico X X X X X X X X X X X X
Pesquisa em herbários - Levantamento das
espécies e locais de ocorrência X X
Coletas no estado de Goiás X X X X
Avaliação do potencial ornamental das
espécies X X X X
Envio das espécies coletadas para viveiro –
incorporação à coleção viva X X X X
Montagem e Processamento das amostras
(exsicatas) X X X X
Preparo e descrição das lâminas
histológicas X X X X X X X X X
Análise dos dados quantitativos X X X
Tratamento das imagens (fotos) X X X X X X
Visitas técnicas ao IAC e UNESP X X
Identificação das espécies coletadas no
projeto X X X X X
Elaboração de guia X X X X X X X X X X
Disponibilização dos dados X X
Workshop com divulgação dos dados
obtidos nova Rede X X
Divulgação dos resultados em periódicos,
resumos em congressos e outros eventos X X X X
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H) IDENTIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DA EQUIPE DO SUBPROJETO
Nome: Dalva Graciano Ribeiro. CPF: 308.395.641-04. Formação: bióloga, doutora em
Ciências Biológicas, área de concentração Botânica pela Universidade de São Paulo –
Bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq-Nível 2. Função:
Pesquisador/coordenador do subprojeto. Atividades: orientação; gestão das atividades do
subprojeto, viabilizando o planejamento, acompanhamento e avaliação do alcance dos
objetivos propostos.
Nome: Tarciso Souza Filgueiras. CPF: 049.370.311-04. Formação: engenheiro
agrônomo, doutorado em Biologia Vegetal pela Universidade Estadual de Campinas.
Função: Pesquisador. Atividades: coleta e identificação.
Nome: Heleno Dias Ferreira. CPF: 166.481.021-87. Formação: biólogo, doutor em
Ecologia e Evolucão pela Universidade Federal de Goiás Função: Pesquisador.
Atividades: coleta e identificação.
Nome: Larissa Leandro Pires. CPF: 862.728.961-15. Formação: engenheira agrônoma,
doutora em Agronomia, área de concentração Produção Vegetal, com atuação na área de
Paisagismo e Floricultura Função: Pesquisador/membro da equipe executora do
subprojeto. Atividades: coleta, avaliação do potencial ornamental das espécies de bambus
nativos.
Nome: Sílvia Dias Fernandes. CPF: 874.876.401-91. Formação: Doutoranda pelo PPG -
Botânica da Universidade de Brasília, com treinamento na subfamília Bambusoideae.
Função: Pesquisador. Atividades: coleta, processamento de amostras e confecção de
lâminas.
Nome: Jéssika Paula Silva Vieira. CPF: 014.919.681-41. Formação: Mestranda pelo PPG
- Botânica da Universidade de Brasília, com treinamento na subfamília Bambusoideae.
Função: Pesquisador. Atividades: coleta, processamento de amostras e confecção de
lâminas.
17
J) INDICAÇÃO DE COLABORAÇÕES E/OU PARCERIAS JÁ ESTABELECIDAS
COM CENTROS DE PESQUISA E/OU DE DESENVOLVIMENTO OU COM
ENTIDADES REPRESENTATIVAS LIGADAS À CADEIA PRODUTIVA DO
BAMBU, NA ÁREA ESPECÍFICA DO PROJETO, SE FOR O CASO
O pressente grupo de pesquisa mantém parceria e projetos de pesquisa conjuntos com o
grupo de pesquisa da Universidade Estadual de Goiás-Unidade Ipameri, com o
LPF/Serviço Florestal Brasileiro, com o grupo da Universidade da MS, Instituto de
Botânica, com a Universidade de Brasília, com a Universidade Estadual Paulista (UNESP-
Rio Claro), e com o Instituto Agronômico de Campinas.
K) DISPONIBILIDADE EFETIVA DE INFRA-ESTRUTURA E DE APOIO TÉCNICO
PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO, OBSERVANDO RIGOROSAMENTE
O ITEM II.2.3.1.3
01Microscópio Binocular com sistema de captura de imagem – Leica DM500; 01
Microscópio estereoscópico com sistema de captura de imagem – Leica EZ4; 03
Microscópios Binoculares para trabalho de rotina das marcas: Leica DM500, Olympus e
Bioval; 01Microscópio estereoscópico Olympus – SZ40; 01Placa aquecedora Biomixer-
XMTD-701; 01Bomba a vácuo – AAKER; 01Balança de precisão – Digimed; 01Banho
Histológico – Erviegas mod. EP - 31 -20151; 01micrótomo rotativo Leica RM2245; 01
Micrótomo rotatório Spencer; 02 Micrótomos de mesa; 04 Estufas para confecção de
lâminas histológicas;02 geladeiras; 01 capela de exaustão.
Mobiliários: Dois armários de aço; Um armário de madeira - Dois armários em fórmica;
Uma bancada com armários em fórmica; Seis estantes de aço; Dois Laminários em
madeira; Três bancadas em fórmica; Seis mesas.
L) ESTIMATIVA DOS RECURSOS FINANCEIROS DE OUTRAS FONTES QUE
SERÃO APORTADOS PELOS EVENTUAIS AGENTES PÚBLICOS E PRIVADOS
PARCEIROS, SE FOR O CASO.
Durante a vigência dos trabalhos da rede, serão solicitados recursos a agências
financiadoras tais como FAPEG, CNPq, FINEP, FUNAPE e outras. Adicionalmente, a
Universidade Federal de Goiás, através da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação
mantém uma linha de fomento interna.
18
REFERÊNCIAS
STUMPF, E. T. et al. Características ornamentais de plantas do Bioma Pampa. Revista
Brasileira de Horticultura Ornamental, v. 15, n. 1, p. 49-62, 2009.
SODERSTROM, T. R.; YOUNG, S. M. A guide to collecting bamboos. Annals of the
Missouri botanical Garden. 70:128-136. 1983.
RIZZO, J. A. et al. 1981-2012. In: RIZZO, J. A. (coordenador). Flora dos Estados de Goiás
e Tocantins – Coleção Rizzo. Goiânia: PRPPG/Universidade Federal de Goiás. 42
volumes.
GRACIANO-RIBEIRO, D. et al. 2006. Roteiro Mínimo Para Estudo Anatômico Dos
Bambus (Poaceae: Bambusoideae). Anais do II Seminário Nacional da Rede Bambu.
PAIVA, J. G. A. et al. 2006. Verniz vitral incolor 500â: uma alternativa de meio de
montagem economicamente viável. Acta bot. bras. 20(2): 257-264.
FILGUEIRAS, T. S. Gramíneas (Poaceae) no Centro-Oeste do Brasil. Heringeriana, v. 6,
p. 47-48, 2012.
FILGUEIRAS, T. S. Bambus nativos do Distrito Federal, Brasil (Gramineae:
Bambusoideae). Revista Brasil Bot. 11:47-66: 1988.
19
SUBPROJETO 2
A) IDENTIFICAÇÃO DA PROPOSTA (TÍTULO DO PROJETO, DADOS DO
PROPONENTE E DA INSTITUIÇÃO DE EXECUÇÃO)
Título Subprojeto:
Estabelecimento de protocolos de micropropagação de clones superiores de três espécies
de bambuzeiro: Dendrocalamus asper (Schultes f.) Backer ex Heyne, Dendrocalamus
latiflorus Munro e Guadua magna Londoño & Filg.
Proponente:
Sérgio Tadeu Sibov. Doutor em Genética e Melhoramento de Plantas. Coordenador do
Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais – ICB/UFG.
Linhas Temáticas:
b) Propagação de espécies de bambu
g) Cultivo de bambu tropical e uso no paisagismo
n) Transferência tecnológica em produção e plantio de mudas
Instituição Executora:
Universidade Federal de Goiás:
Instituto de Ciências Biológicas:
Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais
Laboratório de Genética de Micro-organismos
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública:
Laboratório de Microbiologia Ambiental e Biotecnologia
B) QUALIFICAÇÃO DO PRINCIPAL PROBLEMA A SER ABORDADO
A obtenção de matéria-prima padronizada para um mercado cada vez mais exigente por
quantidade e padrão de qualidade adequados, será um dos principais desafios para o cultivo
do bambu em grande escala. Um dos grandes problemas em qualquer processo de
domesticação é lidar com a grande variabilidade genética existente na espécie de interesse.
O ideal é a obtenção de plantas com certa homogeneidade genética para facilitar seu
20
manejo e viabilizar a produção comercial. Uma das formas de se obter esta homogeneidade
genética é propagar genótipos elite de forma vegetativa.
Com relação a propagação vegetativa de espécies de bambu, diferentes técnicas estão
disponíveis como a divisão de touceiras, a propagação via rizomas ou colmos (SINGH et
al., 2001). Estas técnicas são de baixo custo mas produzem mudas com diferentes
tamanhos e condições fisiológicas e que requerem diferentes tipos de recipientes e
quantidades de substratos. A falta de padronização das mudas causa problemas,
principalmente no momento da comercialização (GIELIS et al., 2001). A propagação de
bambu por sementes também é utilizada. Porém, está disponível apenas para poucas
espécies. Além disso, o florescimento é irregular e ocorrem problemas com a viabilidade
das sementes e com a variabilidade genética resultante.
A propagação de mudas de bambu in vitro é uma alternativa ao processo convencional de
propagação vegetativa por meio de touceiras, rizomas ou colmos. Nas técnicas empregadas
na cultura de tecidos vegetais, pequenos fragmentos de tecido vivo, chamados explantes,
são isolados de um organismo vegetal, desinfestados e cultivados assepticamente por
períodos definidos em um meio de cultura apropriado (ANDRADE, 2002). O objetivo é
obter uma nova planta idêntica à original, ou seja, realizar uma clonagem vegetal que é
definida como uma propagação assexuada de células ou organismos, de modo a obter novo
indivíduo, mantendo-se o genótipo idêntico aquele do ancestral comum (CALDAS et al.,
1998). O material então regenerado pode ser submetido a diversos testes, a fim de se
verificar à quais condições se desenvolve melhor.
Altas taxas de multiplicação de mudas de bambu, para diferentes espécies, tem sido
alcançadas por diferentes técnicas de cultura de tecidos vegetais como a organogênese
(RAMANAYAKE et al., 2001; SINGH et al., 2001; ARYA et al., 2002; DAS; PAL, 2005;
JIMÉNEZ et al., 2006; KAPOOR; RAO, 2006; RAMANAYAKE et al., 2006; JIMÉNEZ;
GUEVARA, 2007) e a embriogênese somática (GODBOLE et al., 2002; LIN et al., 2004).
Estes métodos possuem inúmeras vantagens em relação à multiplicação em campo, como a
produção de grande quantidade de mudas padronizadas, de qualidade superior, em tempo e
espaço reduzidos.
21
Entretanto, para que variedades sejam micropropagadas eficientemente faz-se necessário,
primeiramente, o estabelecimento do protocolo de multiplicação e das condições ideais de
desenvolvimento in vitro para o material especifico em estudo (JIMÉNEZ; GUEVARA,
2007). Donato et al. (2005) relatam que um dos problemas conhecidos em cultura de
tecidos de plantas é a contaminação por micro-organismos, especialmente, em espécies
tropicais. Pereira et al. (2003) ressaltam que embora seus efeitos sejam pouco conhecidos,
a presença destes micro-organismos sob condições in vitro, constitui-se numa das mais
importantes causas de perda de material vegetal em laboratório. Muitos destes micro-
organismos contaminantes são endofíticos ou endófitos.
Para Azevedo et al. (2000), todos os organismos que habitam, pelo menos durante um
período de seus ciclos de vida no interior de um vegetal podem ser considerados
endofíticos. Em muitos casos eles promovem benefícios a estes vegetais e exibem
potencial na agricultura como produtores de fatores de crescimento, solubilizadores de
fosfato, fixadores de nitrogênio e antagonistas a diferentes fitopatógenos (STROBEL,
2002; KUKLINSKY-SOBRAL et al., 2004; BERG; HALLMANN, 2006; LONG et al.,
2008). Atualmente, a maior diversidade de endófitos de bambu conhecidos são o resultado
de pesquisas na Ásia, a partir de cerca de 500 espécies registradas (HYDE et al., 2002;
TANAKA; HARADA, 2004). Os dados são principalmente sobre fungos. No entanto, a
maioria dos registros destes fungos endofíticos são com base nos sintomas e sua
morfologia. Assim, é necessário um estudo mais extenso destes micro-organismos
endofíticos, fungos e bactérias, associados ao bambu.
Embora possam ser benéficos para a planta na natureza, estes mesmos organismos
endofíticos tornam-se um dos principais problemas na micropropagação, especificamente,
no início da fase de multiplicação. Muitas vezes estas contaminações bacterianas
endofíticas surgem no meio de cultura somente após seis ou sete repicagens (ANDRADE,
2002). Estas contaminações impedem o desenvolvimento do explante in vitro, não somente
pela competição com os nutrientes do meio de cultura, mas, principalmente, pela liberação
de compostos tóxicos no meio durante o desenvolvimento de fungos e bactérias (SMITH,
2000).
Em função da precariedade de informações para a propagação in vitro destas três espécies
selecionadas para a região centro-oeste, torna-se uma necessidade premente a obtenção
22
destes protocolos de micropropagação para a produção de mudas qualificadas, além do
isolamento, caracterização e controle de bactérias e fungos endofíticos presentes nos
explantes destas três espécies.
C) OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS E METAS A SEREM ALCANÇADOS
Geral:
Desenvolver protocolos de propagação in vitro das espécies selecionadas: Dendrocalamus
asper (Schultes f.) Backer ex Heyne, Dendrocalamus latiflorus Munro e Guadua magna
Londoño & Filg.
Específicos:
Promover a coleta de propágulos vegetativos para fins de estudos relacionados à
propagação in vitro das espécies selecionadas.
Avaliar tratamentos descontaminantes de explantes provenientes de gemas axilares,
de rizomas e de outros propágulos.
Isolar, caracterizar e obter métodos de controle de crescimento de bactérias e
fungos endofíticos, sob condições de cultivo de explantes de bambu in vitro.
Avaliar diferentes meios de cultivo e diferentes concentrações de reguladores de
crescimento para a multiplicação de mudas e enraizamento in vitro das espécies em estudo.
Avaliar diferentes substratos para a aclimatação e para o estabelecimento das
mudas das variedades em estudo.
Acompanhar o crescimento inicial e formação de touceiras em campos
experimentais das mudas propagadas in vitro para a verificação de variações somaclonais.
Estabelecer, a partir dos resultados obtidos, possíveis estratégias para a conservação
ex situ e para o melhoramento genético dessas espécies.
Metas e seus respectivos indicadores:
Ter avaliado e selecionado matrizes para a coleta de propágulos vegetativos para as
espécies selecionadas.
Protocolos de descontaminação desenvolvidos para os diferentes propágulos
vegetativos utilizados.
23
Isolados de bactérias e fungos endofíticos caracterizados e testados para produção
de fatores de crescimento vegetal, solubilização de fosfato, fixação de nitrogênio
atmosférico, produção de sideróforos e antagonismo frente a fungos e bactérias
patogênicas do bambu.
Protocolos de multiplicação de mudas e enraizamento in vitro desenvolvidos para
as espécies selecionadas.
Ter avaliado e selecionado substratos para a aclimatação e estabelecimento das
mudas das espécies em estudo.
Estabelecimento de metodologias de conservação in vitro e uso destes recursos
genéticos para o melhoramento dessas espécies.
D) METODOLOGIA DETALHADA A SER EMPREGADA
PROPAGAÇÃO IN VITRO
Descontaminação dos explantes - Serão utilizados, como explantes iniciais, segmentos
nodais provenientes de plantas matrizes selecionadas em ambiente natural e/ou, de
plântulas provenientes de telados. Serão consideradas plantas matrizes aquelas que
apresentarem boas condições fisiológicas e sanitárias, estando vigorosas e isentas de
qualquer tipo de estresse. O experimento será conduzido com objetivo de definir as
melhores condições de cultivo para a indução e formação de novos brotos e raízes em
explantes meristemáticos (gemas). No laboratório de cultura de tecidos será realizada a
descontaminação, imergindo-os em álcool (70%) por 1 minuto. E, em seguida, estes
explantes serão submetidos a diferentes concentrações de hipoclorito de sódio (10%, 20%,
30%, 40% e 50%), por 20 minutos, adicionando-se duas gotas do espalhante Tween 20
(0,01%) para 100 mL de solução, sob agitação, deixando escorrer. A descontaminação será
finalizada com três lavagens sucessivas dos explantes em água destilada e esterilizada. O
preparo dos explantes para a inoculação será efetuado em câmara de fluxo laminar, em
ambiente asséptico, removendo-se, primeiramente, algumas escamas das gemas e o
excesso da parte basal, padronizando o tamanho. A inoculação será feita em frascos de
vidro (300 mL), contendo meio básico MS, com metade da dose de macronutrientes. Cada
frasco conterá 30 mL de meio. O meio de cultura será solidificado com ágar-ágar (7,0 g/L),
ajustando o pH para 5,8, utilizando-se NaOH ou HCl, e, em seguida, autoclavado a 120°C
24
por 20 minutos. Após a inoculação, os frascos contendo os explantes serão mantidos em
câmara de crescimento a 27ºC 2ºC e fotoperíodo de 16 horas de luz. O delineamento
experimental será inteiramente casualizado, sendo testados cinco concentrações de
hipoclorito de sódio, em trinta repetições por tratamento. A verificação da emissão de
gemas será realizada a cada três dias, durante 28 dias, avaliando-se porcentagem de
emissão de gemas e de descontaminação dos explantes, o tipo de contaminação ocorrida
(fúngica ou bacteriana). Os resultados obtidos serão submetidos a análise de variância e as
médias serão comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5%.
Multiplicação das plantas - Identificando-se a melhor dosagem de hipoclorito de sódio,
serão avaliadas duas concentrações do meio básico MS (total e metade dos
macronutrientes) e quatro concentrações de BAP (0 mg/L; 2,5 mg/L; 5,0 mg/L e 10 mg/L),
como meio de cultura adequado à multiplicação. Os explantes oriundos da fase de
descontaminação serão primeiramente medidos, e em seguida, transferidos para frascos de
vidro (300 mL), contendo 30 mL do meio de cultura. O meio de cultura será solidificado
com ágar-ágar (7,0 g/L), ajustando o pH para 5,8 ( 0,1), utilizando-se NaOH ou HCl, e,
em seguida, autoclavado a 120°C por 20 minutos. Os frascos serão mantidos em câmara de
crescimento a 25ºC 1°C e fotoperíodo de 16 horas de luz. Serão feitas três repicagens
para os meios de multiplicação, com intervalos de 28 dias. A cada repicagem serão
avaliados: o número de brotos por explante, a altura total da parte aérea da plântula, o
número de folhas por plântula. Quando da avaliação final, será realizada a pesagem das
plântulas e posterior transferência para o meio de enraizamento. O delineamento
experimental utilizado será inteiramente casualizado, em fatorial de 2x4 (meio de cultura x
concentração de BAP), com trinta repetições por tratamento. Os resultados obtidos serão
submetidos a análise de variância e as médias serão comparadas pelo teste de Tukey ao
nível de 5%.
Enraizamento das plantas – Após a fase de multiplicação, os explantes serão transferidos
para os frascos de vidro (300 mL) contendo 30 mL de meio de cultura para enraizamento,
MS (1/2 de macronutrientes), avaliando-se diferentes concentrações de AIB (ácido indol-3-
butiríco): 0 mg/L; 0,5 mg/L; 1,0 mg/L e 2,0 mg/L. O meio de cultura será solidificado com
ágar-ágar (7,0 g/L), ajustando o pH para 5,8 ( 0,1), utilizando-se NaOH ou HCl, e, em
seguida, autoclavado a 120°C por 20 minutos. O delineamento experimental será
25
inteiramente casualizado, com trinta repetições por tratamento. Após 28 dias da
transferência dos explantes para o meio de cultura para enraizamento, serão avaliados
número, comprimento e peso fresco do sistema radicular. Os resultados obtidos serão
submetidos a análise de variância e as médias serão comparadas pelo teste de Tukey ao
nível de 5%.
Aclimatação das plantas - As plântulas bem desenvolvidas e com raízes serão retiradas
do meio de cultura para enraizamento, lavadas em água corrente para a retirada do excesso
de meio e, posteriormente, lavadas em água esterilizada e plantadas em bandejas plásticas.
Serão avaliados diferentes substratos como areia; resíduo de bagaço de cana-de-açúcar;
fibra de coco; substrato comercial Hortmax. Inicialmente, serão realizadas análises das
propriedades físicas e químicas destes substratos. Em seguida, as bandejas serão
preenchidas com os substratos, previamente esterilizados e umedecidos com solução
nutritiva em igual proporção para todos os tratamentos, cobertas com sacos plásticos
transparentes fechados, e mantidos em condições de laboratório durante sete dias. Após
este período, as bandejas serão removidas para telado (50% de sombreamento), onde
permanecerão por um período de sete dias, tendo sua cobertura plástica retirada
gradualmente para a perfeita adaptação das mudas. Ao final deste período, a capacidade de
adaptação das plantas será avaliada pelo percentual de plantas sobreviventes, altura da
parte aérea da planta, número de folhas por planta, diâmetro do colo, comprimento e
número de raízes por planta.
Produção de mudas - Após a fase de aclimatização, as plantas serão transferidas para
sacos plásticos, avaliando-se diferentes substratos: solo; resíduo de bagaço de cana-de-
açúcar; fibra de coco; substrato comercial Hortmax. Inicialmente, serão realizadas análises
das propriedades físicas e químicas destes substratos. Aos 14, 28 e 56 dias após o
transplantio será avaliada a percentagem de plantas sobreviventes, a altura da parte aérea
da planta e número de folhas por planta, diâmetro do colo, comprimento e número de
raízes por planta. Os resultados obtidos serão submetidos a análise de variância e as médias
serão comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5%.
ENDOFÍTICOS
26
Identificação dos Isolados microbianos - os espécimes microbianos (fungos e bactérias),
serão isolados em meios de cultura específicos após sua visualização nos explantes. Em
paralelo, após as procedimentos de desinfestação, fragmentos dos tecidos vegetais serão
inoculados em placas de Petri contendo meios específicos para o isolamento de fungos e
bactérias. As placas serão incubadas a 30C até o desenvolvimento de colônias
microbianas características. Todos os isolados microbianos obtidos serão cultivados e
mantidos em glicerol a 20% em freezer -20C. O DNA genômico dos isolados microbianos
serão extraídos utilizando de kits específicos para bactérias e fungos. Os protocolos
utilizados serão aqueles sugeridos pelos fabricantes dos kits utilizados. O DNA bacteriano
será amplificado utilizando de primers específicos para a região 16S rDNA e os fungos
para as regiões 5S e 18S. O material obtido pela amplificação será purificado e
sequenciado. As sequências de DNA serão comparadas com as sequências depositadas no
GenBank Development (National Center for Biotechnology Information website) para a
identificação dos isolados. A partir desses resultados será determinado também a análise
filogenética dos isolados. Para os isolados que demostrarem bactérias ou fungos ainda não
identificados, será realizado paralelamente testes bioquímicos utilizando dos kits para
identificação da Biolog.
Teste para solubilização de fosfato - para determinação da solubilização de fosfato pelos
isolados os mesmos serão crescidos em meio mínimo e inoculados em placas de Petri
contendo o meio de cultivo constituído de TSA (Trypticase Soy Agar) com 1/10 da força,
pH 7.0, onde se formou um precipitado de CaHPO4. O precipitado de CaHPO4 é resultante
da reação de 50 mL da solução de K2HPO4 0,57 M e de 100 mL de uma solução de CaCl2
0,9 M adicionados a 850 mL de TSA a 1/10. As placas serão incubadas a 30°C por oito
dias. A positividade para a solubilização do fosfato será determinada pelo desenvolvimento
de um halo claro ao redor das colônias (KATZNELSON; BOSE, 1959).
Teste para produção de ácido indol-acético (AIA) - para determinação de ácido indol-
acético (AIA) dos isolados os mesmos serão crescidos em meio mínimo. Após o
crescimento, 10 L dos crescimentos serão inoculados em tubos de cultivo contendo 5,0
mL do meio de cultivo TSB (Caldo Tripticaseína de soja) com 1/10 da força suplementado
e não suplementado com 5 mM de L-triptofano. Os tubos serão incubados na ausência de
luz, sob agitação a 130 rpm, 30C por 24 horas. Após este tempo, 500L do reagente de
27
Salkowski (1,0 mL da solução de FeCl3 . 6H2O 0,5 mol/L em 50,0 mL de HClO4 34%)
serão adicionados aos tubos e em sequência incubados por 30 min. a 30C na ausência de
luz. O resultado positivo será caracterizado pela formação de uma coloração rósea nos
tubos suplementados com L-triptofano (BRIC et al., 1991).
Fixação de nitrogênio atmosférico - A habilidade de fixação de nitrogênio atmosférico
será realizada de acordo com a metodologia descrita por Döbereiner et al. (1995). Os
isolados serão inoculados em tubos contendo 10 mL de meio de cultivo NFb semi-solido (5
g/L ácido Málico; 0.5 g/L K2HPO4; 0.2 g/L MgSO4.7H2O; 0.1 g/L NaCl; 0.01 g/L
CaCl2.2H2O; 4 mL 1.64% Fe-EDTA); 2 mL 0.5% Azul de bromotimol; 2 mL
micronutrientes (0.2 g/L Na2MoO4.2H2O; 0.235 g/L MnSO4.H2O; 0.28 g/L H3BO3; 0.008
g/L CuSO4.5H2O), e 1.75 g/L ágar. Os isolados serão crescidos por 72 horas a 30C no
escuro. A formação de um disco de crescimento no meio de cultivo é indicativo da fixação
atmosférica do nitrogênio pelo micro-organismo.
Produção de sideróforos - Para a produção de sideróforos será utilizada a metodologia
descrita por Scwyn e Neilands (1987). Os micro-organismos serão cultivados a 28-30C
por 24 horas em frascos tipo Erlenmeyer contendo caldo TSL a 1/10 da força. Após este
tempo as suspensões de células serão centrifugadas e 1 mL do sobrenadante será
transferido para tubo de ensaio contendo 1 mL de uma solução de CAS. A conversão da
cor azul para amarela após 15 minutos é indicativa da produção de sideróforo.
Antagonismo frente a fungos e bactérias patogênicas do bambu - Os micro-organismos
isolados serão crescidos em seus respectivos meios de cultivo solidificados. Após o
crescimento dos micro-organismos, círculos de 7mm (plugs) deste crescimento serão
cortados e inoculados em placas previamente inoculadas com fungos ou bactérias
patogênicas para o bambu. Estas placas serão incubadas a 30C por 24 horas. O
antagonismo será determinado pela formação de um halo de inibição de crescimento ao
redor do plug do micro-organismo testado.
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E) PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES CIENTÍFICAS, TECNOLÓGICAS E/OU DE
INOVAÇÃO DA PROPOSTA
A obtenção de tecnologias para cultivo in vitro permitirá uma multiplicação mais
rápida e de melhor qualidade de mudas das espécies selecionadas, permitindo, com isso,
que trabalhos de melhoramento genético e de conservação, possam ser dinamizados.
O estabelecimento in vitro destas espécies permitirá uma facilitação no intercâmbio
com outras instituições e pesquisadores, procurando com isso uma maior divulgação das
espécies selecionadas.
Bactérias e/ou fungos endófitos apresentam grande potencial biotecnológico e os
testes realizados com os possíveis isolados permitirão verificar a viabilidade de utilização
destes micro-organismos na produção de compostos de interesse, no biotratamento de solos
contaminados, etc.
Maior divulgação aumentará o interesse por parte dessas instituições e
pesquisadores para a resolução de problemas relacionados à propagação, cultivo e
melhoramento genético destas espécies.
O domínio das técnicas da micropropagação e de metodologias convencionais para
propagação e cultivo de espécies de bambuzeiros selecionadas poderá tornar a UFG em um
centro de referência dessas espécies, servindo de base para consultas e assessorias.
O aumento na oferta de mudas padronizadas e de boa qualidade, indicará a
possibilidade de uso destes recursos de maneira sustentável, promovendo o
desenvolvimento da região com mais esta oportunidade de renda.
A pesquisa contribuirá para a formação de recursos humanos em diversos níveis
desde alunos de graduação, pós-graduação, técnicos agrícolas e produtores rurais.
F) ORÇAMENTO DETALHADO
CAPITAL
Descrição da despesa Quantidade
Custo
Unitário
(R$)
Custo Total
(R$)
Câmara de Fluxo Laminar Vertical para 2
pessoas 1 22.200,00 22.200,00
Autoclave (100L) 1 11.000,00 11.000,00
Shaquer com temperatura e agitação controladas 1 9.320,00 9.320,00
29
Germinador 1 5.900,00 5.900,00
Esterilizador infra-vermelho 3 3.200,00 9.600,00
Kit para filtragem de soluções termosensíveis 3 1.050,00 3.150,00
Câmera fotográfica Digital 1 2.500,00 2.500,00
Freezer com capacidade de 145 Litros 1 2.000,00 2.000,00
Computador notebook 1 3.500,00 3.500,00
Refrigerador 260 L 1 1.800,00 1.800,00
Barrilhete para armazenar água destilada (50L) 1 790,00 790,00
Micro-ondas 18 Litros 1 468,00 468,00
Timer digital 3 170,00 510,00
Medidor digital de radiação PAR 1 1300,00 1.300,00
Bomba de vácuo – palhetas rotativas 1 9.500,00 9.500,00
Termômetro digital laser-IR 2 550,00 1.100,00
Bomba peristáltica dosador mini monocanal
digital 200ml/min. 1 3.650,00 3.650,00
Microscópio de fluorescência 1 30.000,00 30.000,00
Total (capital) 118.288,00
CUSTEIO
Descrição da despesa Quantidade
Custo
Unitário
(R$)
Custo Total
(R$)
Reagentes, vidrarias e descartáveis para
estabelecimento de propagação in vitro 1 50.000,00 50.000,00
Insumos para aclimatização (vasos, substratos,
fertilizantes, etc.) 1 5.700,00 5.700,00
Reagentes, kits, padrões, outros insumos de
biologia molecular para identificação de
bactérias e fungos endofíticos
1 72.000,00 85.000,00
Serviços de Terceiros e taxas de importação 1 10.000,00 10.000,00
Total (custeio) 150.700,00
30
BOLSAS
Descrição da despesa Quantidade
Período
(meses)
Custo
mensal
(R$)
Custo Total
(R$)
Pagamento de bolsa de
Iniciação Tecnológica e Industrial - ITI
2 48 400,00 19.200,00
Total (Bolsas) 19.200,00
ORÇAMENTO TOTAL
Tipo de despesa Custo Total (R$)
Capital 118.288,00
Custeio 150.700,00
Bolsas 19.200,00
Total Geral 288.188,00
G) CRONOGRAMA DETALHADO DE ATIVIDADES
Etapas a serem desenvolvidas
Bimestres
2014 2015
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Levantamento Bibliográfico X X X X X X X X X X X X
Seleção de matrizes, coleta de
propágulos e descontaminação de
explantes X X X X X
Padronização das metodologias de
isolamento e caracterização de
endofíticos X X X X X X
Identificação dos micro-organismos
isolados X X X X X X X
Determinação das características dos
isolados X X X X X X X X
Desenvolvimento de protocolos de
multiplicação in vitro X X X X X X X X
Desenvolvimento de protocolos de
enraizamento in vitro X X X X X X X X X
Aclimatização das plantas produzidas
in vitro para produção de mudas X X X X X X X X X
31
Divulgação dos resultados em
periódicos, resumos em congressos e
outros eventos X X X X
Relatório final X X
H) IDENTIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DA EQUIPE DO SUBPROJETO
Nome: Sérgio Tadeu Sibov. CPF: 100.744.648-09. Formação: biólogo, doutor em
Genética e Melhoramento de Plantas – Coordenador do Laboratório de Cultura de Tecidos
– ICB/UFG. Função: Pesquisador/coordenador do subprojeto. Atividades: orientação;
gestão das atividades do subprojeto, viabilizando o planejamento, acompanhamento e
avaliação do alcance dos objetivos propostos.
Nome: Paulo Roberto Faria. CPF: 332.158.631-20. Formação: engenheiro agrônomo,
mestre em Genética e Melhoramento de Plantas - EA/UFG. Função: Pesquisador/membro
da equipe executora do subprojeto. Atividades: coleta, micropropagação e manutenção das
plantas no laboratório e em telado.
Nome: José Daniel Gonçalves Vieira. CPF: 424.208.906-63. Formação: bioquímico,
doutor em Ciências Biológicas (Microbiologia) pela Universidade de São Paulo –
Coordenador do Laboratório de Microbiologia Ambiental e Biotecnologia – Instituto de
Patologia Tropical e Saúde Pública/UFG. Função: Pesquisador. Atividades: isolamento
caracterização e identificação de micro-organismos endofíticos.
Nome: Leila Garcês de Araújo. CPF: 467.793.291-34. Formação: agronomia, doutor em
Agronomia com área de concentração em Genética e Melhoramento de Plantas –
Coordenadora do Laboratório de Genética de Micro-organismos ICB/UFG. Função:
Pesquisador. Atividades: isolamento caracterização e identificação de micro-organismos
endofíticos.
Alunos de Graduação e de Pós-graduação.
32
K) DISPONIBILIDADE EFETIVA DE INFRA-ESTRUTURA E DE APOIO TÉCNICO
PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO, OBSERVANDO RIGOROSAMENTE
O ITEM II.2.3.1.3
Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais (ICB/UFG): laboratório de 80 m2 no total.
Está dividido em quatro ambientes. A sala de preparação de meios possui duas bancadas,
uma balança analítica e duas semi-analíticas, um forno micro-ondas, dois agitadores
magnéticos com controle de rotação e temperatura, dois medidores de pH, duas geladeiras,
dois aparelhos de ar condicionado de 24.000 BTUs e seis armários de aço para
armazenagem de reagentes, vidrarias e demais utensílios de uso rotineiro no laboratório
além de dois microcomputadores e duas impressoras. A sala de limpeza e esterilização
possui uma pia de aço inox, um destilador de água, um deionizador, um aparelho de
osmose reversa, duas autoclaves, uma estufa, e dois conjuntos de prateleiras de aço para
secagem e armazenamento de material limpo e autoclavado. A sala de transferência possui
três câmaras de fluxo laminar, uma bomba de vácuo e ar condicionado. Finalmente, a sala
de cultura possui doze prateleiras com dez repartições cada uma. Cada repartição é
iluminada por lâmpadas fluorescentes de 40W com controle de fotoperíodo. A temperatura
da sala é controlada por dois aparelhos de ar condicionado de 18.000 BTUs, possui ainda
um agitador com capacidade para 50 frascos Erlenmeyer de 125 mL. O Laboratório de
Cultura de Tecidos Vegetais ainda conta um telado com 36 m2 com estrutura metálica,
cobertura de sombrite e controle de irrigação. Conta ainda com um técnico de laboratório
graduado em Agronomia, com especialização em gestão de resíduos e mestrado em
Genética e Melhoramento de Plantas.
Laboratório de Microbiologia Ambiental e Biotecnologia (IPTSP/UFG): Infraestrutura:
possui salas de equipamentos de uso comum para vários pesquisadores como o Laboratório
Físico-Químico; Sala Quente; Cromatografia; Microscopia; Biologia Molecular; Sala de
Pesagem; Sala de Digestão de Amostras; Almoxarifado; Bacteriologia; Sala de Reatores;
Sala de Informática; Sala de Professores; Sala do Técnico. Equipamentos: Mufla; Estufas
de secagem e de cultura; Microscópio; Contador de Colônia; Cromatógrafo; pH-metro de
bancada e de campo; Condutivímetro de bancada e de campo; Centrífugas; Capela de
Fluxo Laminar; Autoclave; Refrigeradores; Freezer; Computadores com impressora;
Espectrofotômetro UV-Visível; Fotômetro de Chama; Colorímetro; Turbidímetros;
Incubadora para DBO e Aparelhos para medição de DBO manométrica; Agitadores
33
Magnético e Aquecedores; Equipamento Jar Test; Medidor de Oxigênio Dissolvido
Portátil; Balança Analítica e Semi-Analítica; Micro-ondas; Seladora para Colilert;
Destiladores de água; Bomba de Vácuo; Reatores.
Laboratório de Genética De Micro-organismos (ICB/UFG): O Laboratório de Genética
de Microrganismos tem 45 m2 no total, e está dividido em três ambientes. A primeira sala
possui uma área comum de 36 m2 e são desenvolvidas as atividades de limpeza, preparação
de meios de cultura, identificação de fungos e instalação de experimentos. Neste ambiente
tem quatro bancadas, uma pia de aço inox, uma autoclave, uma estufa, uma balança semi
analítica, uma balança analítica, um forno microondas, um agitador magnético com
controle de rotação e temperatura, um banho maria, um medidor de pH, uma geladeira, um
dessecador, um Microscópio Biológico (BIO-VIDEO) com um Notebook acoplado, uma
bomba a vácuo, dois computadores, uma prateleira de aço para secagem de material
lavado, dois armários de aço para armazenagem de reagentes, vidrarias e demais utensílios
de uso rotineiro no laboratório, e também um equipamento de osmose reversa. A segunda
sala possui uma câmara de fluxo laminar para multiplicação asséptica dos microrganismos.
A terceira possui quatro prateleiras com dez repartições, cada uma iluminada por lâmpadas
fluorescentes de 40W com controle de temperatura e fotoperíodo, além disso possui três
câmaras de germinação com temperatura e fotoperíodo controlados, um agitador de
bancada, um shaker e também um ar condicionado.
REFERÊNCIAS
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Desenvolvimento – Documentos / Embrapa Cerrados. 1. ed. Planaltina-DF, n. 58, p.16,
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34
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36
TANAKA, K.; HARADA, Y. Bambusicolous fungi in Japan (1): four Phaeosphaeria
species. Mycoscience 45: 377–382. 2004.
37
SUBPROJETO 3
A) IDENTIFICAÇÃO DA PROPOSTA (TÍTULO DO PROJETO, DADOS DO
PROPONENTE E DA INSTITUIÇÃO DE EXECUÇÃO)
Título Subprojeto:
Implantação de viveiro para produção e pesquisas com mudas de bambu
Proponente:
Luciana Domingues Bittencourt Ferreira. Doutora em Produção Vegetal, especialista em
Propagação de Plantas. Professora substituta da Escola de Agronomia – EA/UFG.
Linha Temática:
b) Propagação de espécies de bambu;
e atendimento ao item II.2.3.1.3 da Chamada MCTI/AÇÃO TRANSVERSAL/CNPq N.º
66/2013.
Instituição Executora:
Universidade Federal de Goiás:
Escola de Agronomia:
Instituição Parceira:
Centro Universitário de Goiás – UniAnhanguera:
B) QUALIFICAÇÃO DO PRINCIPAL PROBLEMA A SER ABORDADO
Tendo em vista a importância do bambu como fonte de crescimento econômico com ênfase
no desenvolvimento sustentável, faz-se necessário analisar o desempenho agronômico de
espécies de bambu já domesticadas e também as nativas e não domesticadas, mas com
potencial de uso variado.
Dentre os problemas verificados quanto à expansão do cultivo comercial do bambu, está a
obtenção de quantidades consideráveis de mudas com qualidade. É sabido que espécies
tropicais de bambu raramente florescem, assim, novas plantas de bambu são obtidas
38
comumente por meio de propagação vegetativa. Um método tradicional de obtenção de
mudas pode ser pela divisão de touceiras acompanhadas de raízes e parte do rizoma.
Entretanto, este processo é oneroso e de baixo rendimento. Assim o estudo de adequação
de método e propagação vegetativa para diferentes espécies de bambu podem demonstrar a
viabilidade técnica de se obter mudas pelo enraizamento de pedaços de colmos. A resposta
de distintas espécies a composições de substratos e em recipientes para a produção de
mudas em ambiente protegido também poderá contribuir com informações a serem
repassadas para produções comerciais.
C) OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS E METAS A SEREM ALCANÇADOS
Geral:
Gerar e/ou adaptar conhecimentos e tecnologias aplicáveis à produção de mudas de bambu,
buscando a melhoria e ampliação de cultivos e da qualidade de plantas.
Específicos:
Implantar um viveiro para produção de mudas de bambu.
Avaliar métodos de obtenção de material propagativo e forma de acondicionamento
e armazenamento.
Testar diferentes recipientes e substratos para o desenvolvimento de plantas.
Analisar os efeitos de adubações químicas e orgânicas sobre o crescimento e
desenvolvimento das plantas.
Avaliar o crescimento e o desenvolvimento das plantas.
Fornecer dados para os demais subprojetos.
Contribuir para a capacitação e formação de recursos humanos, com ênfase nas
espécies com potencial econômico, e estimular a capacidade de trabalho em equipes
multidisciplinares e interinstitucionais;
Fortalecer os cursos de pós-graduação da região Centro Oeste através do
intercâmbio de conhecimento intelectual e do incremento na produção científica.
39
Meta:
Disponibilizar os conhecimentos e as tecnologias geradas ao final do período de
execução deste projeto.
D) METODOLOGIA DETALHADA A SER EMPREGADA
O viveiro para realização dos testes previstos neste projeto será edificado em área anexa ao
viveiro de mudas de essências florestais da Escola de Agronomia da UFG. Terá uma área
de 2.000 m2, coberta com sombrite 80%, e será dotado de um reservatório de água e um
sistema de irrigação automatizado.
O trabalho envolverá a propagação de espécies nativas e exóticas de bambu. O material
propagativo terá como origem materiais já utilizados em áreas de produção comercial,
além de material oriundo das coletas feitas pela equipe do subprojeto 1 e das plantas
provenientes das mudas micropropagadas pela equipe do subprojeto 2. Para obtenção de
propágulos vegetativos das espécies já cultuvadas, serão selecionadas plantas matrizes com
mais de dois anos de idade.
Obtenção de material propagativo e forma de acondicionamento e armazenamento -
serão realizados testes para verificar o desempenho de diferentes porções do colmo como
material propagativo. As dimensões serão definidas posteriormente e feitas a partir da
seleção das espécies que apresentaram potencial de exploração comercial. Serão testados
diferentes tamanhos de colmo com nós apresentando gemas intactas e sadias e com
uniformidade quanto aos aspectos morfológicos e fisiológicos.
Serão verificados, também, métodos de conservação dos propágulos quanto às suas
características bioquímicas, bem como o enraizamento após armazenamento (MINAMI,
1995). Será avaliado o acondicionamento em jornal, saco de polietileno preto, areia,
serragem, parafina e a combinação destes, além da testemunha. Estes serão mantidos em
câmara fria e em ambiente natural por tempo determinado com verificação da temperatura
e umidificados em dias alternados.
Teste com diferentes recipientes e substratos para o desenvolvimento de plantas -
durante a fase de viveiro serão testados diferentes recipientes e substratos. As avaliações
constaram da analise do comportamento e a durabilidade das plantas. Na escolha dos
recipientes serão considerados os recipientes normalmente utilizados no comércio local e
40
aqueles sugeridos pela literatura (MINAMI, 2005). Com relação aos substratos serão
testados diversos materiais disponíveis na região, como bagaço de cana, resíduo de
indústria alimentícia, casca de arroz carbonizada, vermiculita, esterco curtido, entre outros.
Testes com adubações químicas e orgânicas sobre o crescimento e desenvolvimento
das plantas - a determinação dos tratamentos com fertilizantes químicos ou orgânicos
empregados na avaliação do desempenho das espécies estudadas partirá de estudos já
existentes, porém realizados em regiões com condições edafo-climáticas diferentes da
proposta neste estudo.
Assim, serão avaliados o crescimento e o desenvolvimento das touceiras de bambu. De
acordo com o desenvolvimento de cada espécie se estabelecerá a data de inicio da coleta de
dados. Para os trabalhos descritos acima serão avaliados os seguintes aspectos
(WENDLING et al., 2002):
Número de brotos/m2/ano: Serão contados todos os brotos encontrados na área útil da
parcela. A contagem das brotações ocorrerá a cada 45 dias a partir da primeira adubação de
cobertura.
Uniformidade de altura entre as mudas.
Rigidez da haste principal (diâmetro de colo).
Tamanho/diâmetro de copa.
Aspecto visual vigoroso (sintomas de deficiência, tonalidade das folhas).
Ausência de estiolamento.
Ausência de pragas e doenças na folha, no caule e nas raízes.
Ausência de plantas daninhas no substrato.
Sistema radicular e parte aérea bem desenvolvida (raiz não enrolada e fixada no solo,
fora do recipiente).
Relação parte aérea/sistema radicular.
E) PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES CIENTÍFICAS, TECNOLÓGICAS E/OU DE
INOVAÇÃO DA PROPOSTA
Esta atividade agrícola tem importância econômica e social, pois apresenta alta
rentabilidade por área e intensiva utilização de mão-de-obra levando à redução do êxodo
41
rural e ao aproveitamento de pequenas propriedades, além de contribuir com o orçamento
doméstico da agricultura familiar. Porém, como atividade econômica significativa, em
Goiás, ainda é recente. Isto ocorre, entre outros fatores, devido à falta de tradição, a
carência de informações sobre técnicas de produção, sobre quais produtos cultivar e sobre
aspectos de comercialização.
Assim, esse projeto pretende gerar conhecimentos sobre a produção de mudas de bambu
visando a implantação de sistemas produtivos diversificados nas propriedades, quando
implementado com orientações técnicas corretas. Propõe-se, ainda, capacitar produtores,
técnicos e mão-de-obra em temas como: condução de viveiros e produção de mudas,
recuperação das áreas desflorestadas nas propriedades.
F) ORÇAMENTO DETALHADO
CAPITAL
Descrição da despesa Quantidade
Custo
Unitário
(R$)
Custo
Total (R$)
Eucalipto 3,20 m 18/20 cm 54 75,00 4.050,00
Eucalipto 3,20 m 12/10 cm 51 60,00 3.060,00
Eucalipto 1,50 m 18/20 cm 36 40,00 1.440,00
Tubo de Esgoto, Leve, DN 100, 6,0m 48 55,00 2.640,00
Treliça, 80mm - 12,0 m 24 36,00 864,00
Arame Cozido galv. 18 mm (kg) 150 9,50 1.425,00
Cabo de aço revestido, 3/32" 200 1,10 220,00
Esticador para Cabo de aço 3/32" 36 2,50 90,00
Guincho e Travas para Cabo de aço 3/32" 36 2,20 79,20
Sombrite 80% Bobina 50m por 4,30m 16 550,00 8.800,00
Material auxiliar (Parafuso, Fita, Linha, etc) 1 1.000,00 1.000,00
Mangueira Preta 25 mm (m) 200 1,25 250,00
Mangueira Preta 32 mm (m) 800 1,85 1.480,00
Conexões e Material Auxiliar (cola, Fita Veda
Rosca, etc)
1 1.000,00 1.000,00
Bico 17A HUNTER 80 5,50 440,00
Valvula PGV 101 JT 6 65,00 390,00
42
Caixa de água Fibra de Vidro 5.000 litros 1 2.250,00 2.250,00
Quadro de Comando 1 450,00 450,00
Bomba Hidráulica, 2cv 1 950,00 950,00
Cimento 50 kg 6 25,00 150,00
Luxímetro digital 1 350,00 350,00
Medidor de pH 1 100,00 100,00
Condutivímetro 1 1.500,00 1.500,00
Total (capital) 32.978,20
CUSTEIO
Descrição da despesa Quant.
Custo
Unitário
(R$)
Custo Total
(R$)
Fertilizantes químicos - - 1.000,00
Defensivos químicos (herbicidas, inseticidas
e fungicidas)
- -
600,00
Recipientes e embalagens - - 3.000,00
Substratos diversos - - 2.500,00
Material de apoio (cascalho, pedriscos, areia
grossa, saco de aniagem)
- -
500,00
Equipamentos de apoio (carrinhola, tesouras
de poda, facões, enxadões e outros)
- -
1.100,00
Material para proteção (EPI) - - 500,00
Material de expediente - - 2.000,00
Material gráfico e de processamento de
dados - -
1.500,00
Material de acondicionamento e embalagem - - 1.000,00
Insumos para produção de bokashi - -
2.200,00
Outros materiais de uso não duradouro - - 1.500,00
Serviço de terceiros (dias homem) 80 125,00
10.000,00
Total (custeio)
27.400,00
43
BOLSAS
Descrição da despesa Quantidade Período
(meses)
Custo
mensal
(R$)
Custo
Total (R$)
Pagamento de bolsa de
Iniciação Tecnológica e Industrial -
ITI
1 24 400,00 9.600,00
Total (Bolsas) 9.600,00
ORÇAMENTO TOTAL
Tipo de despesa Custo Total (R$)
Capital 32.978,20
Custeio 27.400,00
Bolsas 9.600,00
Total Geral 69.978,20
G) CRONOGRAMA DETALHADO DE ATIVIDADES
Etapas a serem desenvolvidas
Bimestres
2014 2015
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Levantamento Bibliográfico X X X X X X X X X X X X
Implantar o viveiro para produção de
mudas de bambu X X
Avaliar métodos de obtenção de
material propagativo e forma de
acondicionamento e armazenamento X X X X X X X X X X
Testar diferentes recipientes e
substratos para o desenvolvimento de
plantas X X X X X X X X X X
Analisar os efeitos de adubações
químicas e orgânicas sobre o
crescimento e desenvolvimento das
plantas
X X X X X X X X X X
Avaliar o crescimento e o
desenvolvimento das plantas X X X X X X X X X X
Relatório final X X
44
H) IDENTIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DA EQUIPE DO SUBPROJETO
Nome: Luciana Domingues Bittencourt Ferreira. CPF: 455.993.431-20. Formação:
engenheira agrônoma, doutora em Produção Vegetal, professora substituta da Escola de
Agronomia – EA/UFG. Função: Pesquisadora/coordenadora do subprojeto. Atividades:
orientação; gestão das atividades do subprojeto, viabilizando o planejamento,
acompanhamento e avaliação do alcance dos objetivos propostos.
Nome: Alzirene de Vasconcelos Milhomem. CPF: 147.673.411-91. Formação:
engenheira agrônoma, doutora em Produção Vegetal, professora do Centro Universitário
de Goiás – UniAnhanguera. Função: Pesquisadora do subprojeto. Atividades: orientação;
auxílio na gestão das atividades do subprojeto, análise da competitividade dos sistemas de
produção de mudas.
Alunos de graduação e pós-graduação.
J) INDICAÇÃO DE COLABORAÇÕES E/OU PARCERIAS JÁ ESTABELECIDAS
COM CENTROS DE PESQUISA E/OU DE DESENVOLVIMENTO OU COM
ENTIDADES REPRESENTATIVAS LIGADAS À CADEIA PRODUTIVA DO
BAMBU, NA ÁREA ESPECÍFICA DO PROJETO, SE FOR O CASO
O grupo mantém parceria e projetos de pesquisa conjuntos com o grupo de pesquisa do
Centro Universitário de Goiás .
L) ESTIMATIVA DOS RECURSOS FINANCEIROS DE OUTRAS FONTES QUE
SERÃO APORTADOS PELOS EVENTUAIS AGENTES PÚBLICOS E PRIVADOS
PARCEIROS, SE FOR O CASO.
Durante a vigência dos trabalhos da rede, serão solicitados recursos a agências
financiadoras tais como FAPEG, CNPq, FINEP, FUNAPE e outras. Adicionalmente, a
45
Universidade Federal de Goiás, através da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação
mantém uma linha de fomento interna.
REFERÊNCIAS
MINAMI, K. Produção de mudas de alta qualidade em horticultura. São Paulo: T. A.
Queiroz, 1995. 134 p.
WENDLING, I.; FERRARI, M. P.; GROSSI, F. Curso intensivo de viveiros e produção
de mudas. Colombo: Embrapa Florestas, 2002. 48 p. (Embrapa Florestas. Documentos,
79).
46
SUBPROJETO 4
A) IDENTIFICAÇÃO DA PROPOSTA (TÍTULO DO PROJETO, DADOS DO
PROPONENTE E DA INSTITUIÇÃO DE EXECUÇÃO)
Título do Subprojeto:
Fomento e Difusão da tecnologia da produção de mudas de bambu, cultivo e usos para
agricultores familiares.
Proponente:
Rogério de Araújo Almeida. Doutor em Produção Vegetal. Coordenador do Laboratório de
Mecanização Agrícola – EA/UFG.
Linhas Temáticas:
b) Propagação de espécies de bambu
g) Cultivo de bambu tropical e uso no paisagismo
l) Aplicação de bambu para recuperação de terras degradadas
m) Estratégias para introdução da cultura do bambu na agricultura familiar
n) Transferência tecnológica em produção e plantio de mudas
Instituição Executora:
Universidade Federal de Goiás:
Escola de Agronomia:
Instituições Parceiras:
Banco Florestal.
Embambu ltda. (Senador Canedo)
Embraverde (Caldas Novas)
Centro Alternativo de Tecnologia – CAT (Caldas Novas)
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA.
Saneamento de Goiás S.A. – Saneago.
47
B) QUALIFICAÇÃO DO PRINCIPAL PROBLEMA A SER ABORDADO
Os bambus se constituem em importante matéria prima para a indústria de grande porte
como, por exemplo, a produção de celulose e papel, de fios e tecidos, de compósitos como
o MDF, o OSB, o PLYBOO, de pisos e revestimentos, e ainda, como biomassa energética
para a produção de termoeletricidade e de etanol. Também é importante para micro e
pequenos empreendimentos, ampliando a oferta de produtos das pequenas propriedades
rurais, permitindo a confecção de artesanato, utensílios, móveis e edificações, além do uso
na alimentação, tratamento de esgoto (DE VOS, 2004; MENDONÇA, 2010 ;QUEGE,
2011; QUEGE; ALMEIDA; UCKER, 2013), controle de erosão, entre outros.
A experiência internacional demonstra claramente a grande potencialidade de utilização do
bambu como instrumento de inclusão social, pela ocupação da mão-de-obra e pela geração
de renda. No Brasil, a prospecção deste universo tecnológico ainda encontra-se no início,
embora já existam iniciativas, mesmo que ainda tímidas, que têm permitido a exploração
de parte do enorme potencial de uso do bambu. De outro lado, grandes e pequenos
empreendedores têm demandado respostas das instituições de ensino e de pesquisa para o
melhor aproveitamento do bambu no país (PINTO FILHO et al., 2011).
Um dos pontos críticos a serem enfrentados para a implementação de uma cadeia produtiva
do bambu no Brasil reside na ausência da oferta de matéria-prima. Não obstante o bambu,
tanto na sua forma nativa como cultivada, estar presente em todo o território nacional, deve
se atentar para o fato de que estes plantios não foram feitos com finalidades comerciais.
Espécies inadequadas ao aproveitamento industrial e artesanal, assim como a dificuldade
de acesso a estes cultivos, inviabilizam o seu emprego comercial.
A produção de mudas constitui a base da cadeia produtiva do bambu e tem como
vantagens, em relação a outras culturas, a demanda por tecnologias simples, de fácil
apropriação e de baixo custo. O ponto crítico desta atividade é a disponibilidade de clones.
Todavia, após dois anos do plantio de plantas matrizes, haverá uma grande oferta de clones
oriundos dos colmos jovens, que mesmo não estando adequados ao mercado, poderão
ofertar gemas para a produção de mudas. Posteriormente, no início da colheita do bambu
para o uso industrial, a oferta de gemas aumentará sensivelmente, uma vez que o terço
final de cada colmo é rico em gemas ativas, podendo dar origem a até doze mudas. Sendo
48
assim, num cultivo bem estabelecido, ter-se-á a possibilidade de produção anual de no
mínimo quinze mil mudas por hectare cultivado.
A falta de matéria prima de espécies adequadas a usos múltiplos, decorrente da ausência de
plantios comerciais, tem emperrado o desenvolvimento tecnológico relacionado ao bambu.
A partir da proliferação dos cultivos, em função da disponibilidade de mudas e de
tecnologia de produção, haverá um salto quantitativo e qualitativo na demanda tecnológica
e, por consequência, a utilização de tecnologias já existentes, sua adequação à
especificidade de cada situação e o desenvolvimento de novas tecnologias e processos.
Assim, pretende-se romper com o ciclo vicioso “...não tem bambu porque não tem
tecnologia... não tem tecnologia porque não tem bambu”. E incluir, definitivamente, a
cultura do bambu no rol das alternativas para a agricultura, a indústria e o comércio do
estado de Goiás.
A descentralização da produção de mudas é importante como fator de sustentabilidade
ambiental, social e econômica da cadeia. Viveiros situados próximos às áreas de cultivos
demandarão menos recursos nos transportes. A economia de combustíveis neste caso
resultará em redução na emissão de gases de efeito estufa e por consequência um menor
impacto ambiental. O ganho social fica por conta da ocupação da mão-de-obra e da
geração de renda no campo, contribuindo para a redução da evasão de trabalhadores do
campo para as cidades. Desta forma, este projeto se justifica pela necessidade de criar-se
um banco clonal, estrategicamente apropriado por diversos agricultores familiares, visando
formar uma base sólida para a oferta contínua de material para a produção de mudas de
bambu em escala capaz de fomentar grandes áreas de cultivos e aportar indústrias neste
seguimento; além de proporcionar uma alternativa de renda aos agricultores. De outro lado,
também faz-se necessário a implantação de áreas demonstrativas, de sequeiro e irrigada,
com vistas a apresentar o bambu como uma alternativa viável ao cultivo comercial no
Estado.
C) OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS E METAS A SEREM ALCANÇADOS
Geral:
Fomentar o cultivo e uso do bambu na agricultura familiar no estado de Goiás.
49
Específicos:
Plantar duas florestas de bambu, uma irrigada com esgoto tratado e outra de
sequeiro, com vistas a visitação pública e avaliação do desenvolvimento das plantas.
Transferir a tecnologia de propagação e cultivo de Guadua angustifolia e
Dendrocalamus asper a agricultores familiares do estado de Goiás.
Promover a implantação de unidades de produção de bambu de base familiar como
unidades de pesquisa-ação.
Promover atividades demonstrativas de usos distintos do bambu e produtos.
Estabelecer possíveis estratégias para implantação de unidades coletivas de
processamento e comercialização dos produtos oriundo do bambu.
Implantar um banco clonal de bambus das espécies Guadua angustifolia e
Dendrocalamus asper em propriedades rurais de agricultores familiares do estado de Goiás.
Capacitar agricultores familiares tradicionais e assentados de reforma agrária na
produção de mudas, condução, manejo e uso na propriedade de produtos de bambu.
Metas:
Ter plantadas duas florestas de bambu, uma irrigada com esgoto tratado e outra de
sequeiro, com vistas a visitação pública e avaliação do desenvolvimento das plantas.
Plantar 10.000 matrizes de bambu da espécie Dendrocalamus asper, em jardim
clonal em propriedades de agricultura familiar.
Plantar 10.000 matrizes da espécies Guadua angustifolia em jardim clonal, em
jardim clonal em propriedades de agricultura familiar.
Plantar em média 100 mudas de D. asper e 100 mudas de G. angustifolia por unidade
de produção familiar.
Capacitar 100 agricultores familiares para cultivo e propagação de bambu.
Elaboração de uma cartilha didática sobre a cultura do bambu.
Imprimir uma tiragem de 1.000 exemplares da cartilha didática.
50
D) METODOLOGIA DETALHADA A SER EMPREGADA
O subprojeto será desenvolvido em unidades produtivas de base familiar de agricultores
familiares tradicionais e de assentamentos rurais, do estado de Goiás. Os agricultores serão
selecionados através de suas respectivas entidades organizacionais, nos municípios de
Palmeiras de Goiás, Campestre, Guapó, Silvânia, Rio Verde e Itapuranga. Na região da
grande Goiânia serão plantadas duas florestas de bambu, uma de sequeiro e outra irrigada
com esgoto tratado, com vistas a visitação pública e acompanhamento do desenvolvimento
das plantas, de duas espécies de bambu. A área de lavoura irrigada será implantada em
parceria com a Saneamento de Goiás S.A. – Saneago, que disponibilizará dois técnicos
para participar do subprojeto.
Em cada um dos cinco municípios selecionados serão realizadas trocas de informações e,
posteriormente, um debate sobre o potencial do bambu na geração de renda e na melhoria
da qualidade de vida do agricultor familiar e do impacto da implantação de unidades
produtivas para a sociedade local; atividade considerada a primeira etapa do diagnóstico
participativo.
Posteriormente será realizada a segunda fase do diagnóstico participativo das unidades
produtivas, com locação das áreas de pesquisa-ação por unidade familiar selecionada para
participar do subprojeto. Serão realizados levantamentos de características químicas e
fisicas dos solos locais, posteriormente coveamento, seguido do plantio. O espaçamento
indicado para as duas espécies principais serão: 8 x 4 m para D. asper totalizando 312 pl
ha-1
e 6 x 4 m para G. angustifolia totalizando 417 pl ha-1
.
O acompanhamento da condução dos cultivos de bambu será realizado por meio de visitas
mensais, com avaliação de número de brotações emitidas, altura e espessura de colmo,
assim como avaliação da biomassa produzida, ou seja, avaliações dendrométricas. As
avaliações serão realizadas pela equipe técnica com participação direta dos agricultores,
sendo os dados avaliados e analizados conjuntamente, garantindo assim a pesquisa-ação.
As mudas serão doadas aos agricultores familiares e, após dois anos, se constituirão em
matrizes para a produção de novas mudas e, consequentemente, o fomento ao cultivo
comercial do bambu em escala que permita o aporte de pequenas e grandes indústrias deste
seguimento nas regiões contempladas pelo subprojeto. A partir do segundo ano os
51
agricultores iniciarão a produção de mudas, que poderão ser por eles cultivadas,
aumentando sua área de plantio, ou comercializadas, dando início à geração de renda
proveniente do bambu.
Serão avaliados na pesquisa-ação diferentes consórcios com o bambu, nos primeiros anos
de cultivo, sendo os consórcios avaliados individualmente, analisados pela equipe técnica e
avaliado com o agricultor da unidade e levado o resultado para o grupo, avaliando dessa
forma as unidades como agroecossistemas, sendo os respectivos manejos avaliados nos
aspectos ambientais, econômicos, sociais, demanda de mão-de-obra e diversidade. Os
agricultores serão capacitados para produção de mudas em atividades coletivas e
orientados quanto à comercialização das mudas e serão estimulados a se organizar em
associações (uma em cada município), com vistas à negociação conjunta.
Os dados quantitativos serão analisados atendendo aos modelos matemáticos e estatísticos
clássicos para a área, as informações qualitativas serão analisadas e discutidas
comparativamente.
E) PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES CIENTÍFICAS, TECNOLÓGICAS E/OU DE
INOVAÇÃO DA PROPOSTA
Ao final da execução do projeto, espera-se ter:
duas florestas plantadas com fins de visitação pública, uma irrigada e uma de
sequeiro, de bambu das espécies D. asper e G. angustifolia.
vinte mil matrizes de bambu das espécies selecionadas, distribuídas em cem
propriedades de agricultores familiares de cinco municípios goianos, capazes de suportar
uma produção de mudas em grande escala, para plantios comerciais, suficiente para
aportar, na região, indústrias deste seguimento.
cem agricultores familiares capacitados para a propagação e cultivo do bambu com
finalidade comercial.
redução da pressão destrutiva sobre a vegetação de cerrado, pela utilização do
bambu em substituição às madeiras nativas.
fortalecimento do mercado local pelo aumento do poder de compra dos agricultores
familiares.
52
redução do ritmo do êxodo rural e suas consequências danosas, pelo estímulo à
permanência do trabalhador rural no campo.
início do desenvolvimento tecnológico da cadeia produtiva do bambu no estado de
Goiás.
F) ORÇAMENTO DETALHADO
CAPITAL
Descrição da despesa Quantidade
Custo
Unitário
(R$)
Custo Total
(R$)
Sistema de irrigação para unidade demonstrativa
de floresta de bambu irrigado 1 4.800,00 4.800,00
Total (capital) 4.800,00
CUSTEIO
Descrição da despesa Quantidade
Custo
Unitário
(R$)
Custo Total
(R$)
Mudas (20.000 + 5% relativo a perdas) 21.000 5,00 105.000,00
Sementes de adubos verdes (kg) 1.050 8,00 8.400,00
Calcário (100g/cova) 3,0
Megagrama 60,00 180,00
Yoorim (10g/cova)(saco 20kg) 13 sc 150,00 1.950,00
Combustivel para deslocamento 6.000 3,00 18.000,00
Total (custeio) 133.530,00
53
SERVIÇO DE TERCEIROS PESSOA JURÍDICA
Descrição da despesa Quantidade
Custo
Unitário
(R$)
Custo Total
(R$)
Análise de solo 100 60,00 6.000,00
Ilustração de cartilha (páginas) 20 200,00 4.000,00
Revisão de cartilha (páginas) 20 50,00 1.000,00
Impressão de cartilha 1.000 8,00 8.000,00
Transporte de materiais / insumos 10 600,00 6.000,00
Total (serviços de terceiros pessoa jurídica) 25.000,00
DIÁRIAS
Descrição da despesa Quantidade
Custo
Unitário
(R$)
Custo Total
(R$)
Diárias 240 320,00 76.800,00
Total (Diárias) 76.800,00
BOLSAS
Descrição da despesa Quantidade
Período
(meses)
Custo
mensal
(R$)
Custo Total
(R$)
Bolsa de graduado DTI A (24 X $
4.000,00) 1 24 4.000,00 96.000,00
Bolsa de graduando ITI (24 X $
400,00) 2 48 400,00 19.200,00
Total (Bolsas) 115.200,00
54
ORÇAMENTO TOTAL
Tipo de despesa Custo Total (R$)
Capital 4.800,00
Custeio 133.530,00
Serviço de terceiros pessoa jurídica 25.000,00
Diárias 76.800,00
Bolsas 115.200,00
Total Geral 355.330,00
Memória de cálculo do quantitativo de combustível:
5 municípios x 12 meses x 1vez/mês = 60 vezes / ano x 2 anos = 120 viagens x 500 km /
viagem = 60.000 km. Considerando 10 km / litro = 6.000 litros x R$ 3,00 = Total de R$
18.000,00.
G) CRONOGRAMA DETALHADO DE ATIVIDADES
Etapas a serem desenvolvidas
Bimestre
2014 2015
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Levantamento Bibliográfico X X X X X X X X X X X X
Plantio das unidades demonstrativas X X
Seleção de agricultores para implantação de
unidades de pesquisa-ação X X X X
Produção de material propagativo X X X X X X X X X X
Implantação de unidades de pesquisa-ação X X X X X X X X X
Condução e manejo das unidades de pesquisa-ação X X X X X X X X X
Avaliação participativa das unidades de pesquisa-
ação X X X X X X X
55
Implantação e avaliação de recuperação de área
degradadas X X X X X X
Divulgação dos resultados em periódicos, resumos
em congressos e outros eventos X X X X
Relatório Parcial X
Relatório final X
H) IDENTIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DA EQUIPE DO SUBPROJETO
Nome: Rogério de Araújo Almeida. CPF: 453.849.591-34. Formação: engenheiro
agrônomo, doutor em Produção Vegetal, coordenador do Laboratório de Mecanização
Agrícola – EA/UFG. Função: Pesquisador/coordenador do subprojeto. Atividades:
orientação; gestão das atividades do subprojeto, viabilizando o planejamento,
acompanhamento e avaliação do alcance dos objetivos propostos.
Nome: Roberto Magno de Castro e Silva. CPF: 330.079.261-49. Formação: engenheiro
agrônomo, mestre em Produção Vegetal, empresário e pesquisador autônomo da cultura do
bambu (Embambu e Banco Florestal). Função: Pesquisador/membro da equipe executora
do subprojeto. Atividades: orientação na prospecção e cultivo de espécies nativas e
exóticas.
Nome: Fernando Ernesto Ucker. CPF: 014.696.260-55. Formação: engenheiro ambiental,
mestre em Engenharia do Meio Ambiente, doutorando em Solo e Água – PPGA/UFG.
Professor do curso de Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
Função: Pesquisador/membro da equipe executora do subprojeto. Atividades: execução
de ações de campo junto aos agricultores familiares.
Nome: Gislene Auxiliadora Ferreira. CPF: 520.898.351-68. Formação: Engenheira
Agrônoma, doutora em Agronomia – Professora de Agroecologia – EA/UFG. Função:
Pesquisadora do subprojeto. Atividades: orientação; gestão das atividades do subprojeto,
Seleção de agricultores e acompanhamento das atividades a campo.
Nome: Luiz Fernando de Mattos Pimenta. CPF: 510.602.998-87. Formação: engenheiro
agrônomo, mestre em geografia, servidor público lotado no INCRA-GO. Função:
56
Colaborador do subprojeto. Atividades: orientação; acompanhamento e execução das
atividades de campo junto aos assentamentos de reforma agrária.
Nome: Vládia Correchel. CPF: 144.338.978-17. Formação: engenheira agrônoma,
doutora em Energia Nuclear na Agricultura, coordenadora do Laboratório de Física do
Solo – EA/UFG. Função: Pesquisadora do subprojeto. Atividades: orientação;
acompanhamento e execução das atividades laboratoriais; avaliação do alcance dos
objetivos e metas propostos, produção científica.
Nome: Fábio Venturoli. CPF: 828.714.931-20. Formação: engenheiro florestal, doutor
em Dendrologia – Professora de Dendrologia e Ecologia Florestal – EA/UFG. Função:
Pesquisador do subprojeto. Atividades: orientação; gestão das atividades do subprojeto,
acompanhamento do desenvolvimento e manejo de touceiras.
Nome: Wilson Mozena Leandro. CPF: 081.784.678-60. Formação: engenheiro
agrônomo, doutor em Agronomia, professor de solos – EA/UFG. Função: Pesquisador do
subprojeto. Atividades: orientação; gestão das atividades do subprojeto nos assentamentos
de reforma agrária.
Nome: Alejandro Luiz Pereira da Silva. CPF: 155.815.514-72. Formação: arquiteto,
especialista em desenvolvimento urbano, MBA em construções sustentáveis. Função:
Colaborador do subprojeto. Atividades: orientação; gestão das atividades do subprojeto.
Nome: Raquel de Sousa. CPF: 309.597.801-49. Formação: técnica industrial em
edificações e saneamento, Saneamento de Goiás S.A. Função: colaborador na condução da
floresta irrigada com esgoto tratado.
Nome: Mildo Campos Salgado. CPF: 169.045.081-91. Formação: técnico industrial em
saneamento, Saneamento de Goiás S.A. Função: colaborador na condução da floresta
irrigada com esgoto tratado.
Nome: Stephan Posch. CPF: 012.276.596-60. Formação: tecnólogo hidro sanitário
(Berlim, Alemanha). Função: colaborador na condução da floresta irrigada com esgoto
tratado.
Nome: Jorge Wanderson Barbosa. CPF: 533.354.811-00. Formação: técnico mecânico,
tecnólogo em automação, servidor da EA/UFG. Função: colaborador na execução das
atividades de campo.
57
K) DISPONIBILIDADE EFETIVA DE INFRA-ESTRUTURA E DE APOIO TÉCNICO
PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO, OBSERVANDO RIGOROSAMENTE
O ITEM II.2.3.1.3
Parte dos materiais de consumo e equipamentos necessários para a execução das atividades
previstas no projeto será fornecida e disponibilizada pelo Laboratório de Mecanização
Agrícola – EA/UFG e pelo viveiro de mudas de essências florestais – EA/UFG.
REFERÊNCIAS
DE VOS, J. Potential of bamboo in phytoremediation: the portuguese technology. In: VII
WORLD BAMBOO CONGRESS, 2004, New Delhi, Índia. Anais... New Delhi, Índia:
2004, p. 01-02. Disponível em: <http://www.emissionizero.net/Joris_de_Vos_1.htmL>.
Acesso em: 29 jan. 2010.
MENDONÇA, E. A. Disposição de Efluente de Tratamento de Esgoto Industrial em Solo
Vegetado com Bambu, 2010. 132 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia do Meio
Ambiente) – Escola de Engenharia Civil, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em
Engenharia do Meio Ambiente, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2010.
PINTO FILHO, H. S.; SIQUEIRA, F. A.; WANDERLEY, F. L.; FREITAS, J. C.;
TRONCOSO, M. A. B. Brasil e China reordenamento das relações Internacionais:
desáfios e oportunidades. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão. 536 p. 2011.
QUEGE, K. E. Tratamento de esgoto sanitário pelo sistema zona de raízes utilizando
plantas de bambu. 2011. 86 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia do Meio Ambiente) –
Escola de Engenharia Civil, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Engenharia do
Meio Ambiente, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2011.
QUEGE, K. E.; ALMEIDA, R. A.; UCKER, F. E. Utilização de plantas de bambu no
tratamento de esgoto sanitário pelo sistema de alagados construídos. Revista Eletrônica
em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, v. 10, n. 10, p. 2069-2080, 2013.
TRONCOSO, M. A. B. Brasil e China reodenamento das relações Internacionais:
desáfios e oportunidades. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão. 536p. 2011.
58
59
SUBPROJETO 5
A) IDENTIFICAÇÃO DA PROPOSTA (TÍTULO DO PROJETO, DADOS DO
PROPONENTE E DA INSTITUIÇÃO DE EXECUÇÃO)
Título Subprojeto:
Processamento de broto de bambu para alimentação humana.
Proponente:
Rosângela Vera. Doutora em Produção Vegetal. Coordenadora do Laboratório de
Panificação – EA/UFG.
Linhas Temáticas:
f) Produção e industrialização de broto de bambu
q) Produção de insumos para indústria de cosméticos e alimentos
Instituição Executora:
Universidade Federal de Goiás:
Escola de Agronomia:
Laboratório de Panificação
Laboratório de Tecnologia de Produtos de Origem Vegetal
B) QUALIFICAÇÃO DO PRINCIPAL PROBLEMA A SER ABORDADO
Necessidade de maiores conhecimentos a respeito das características físicas e químicas de
brotos de bambu e desenvolvimento de tecnologias de processamento que atendam a
pequena e a média indústria, visando aumentar a oferta e o consumo de broto de bambu
pela população.
C) OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS E METAS A SEREM ALCANÇADOS
Geral:
60
Desenvolver/avaliar técnicas de processamento de broto de bambu para alimentação
humana.
Específicos:
Obter farinha de broto de bambu e formulações de produtos utilizando a farinha.
Obter método adequado para a produção de broto de bambu minimamente
processado.
Metas:
Caracterização física de brotos de bambu de diferentes espécies e variedades.
Determinação da composição centesimal do bambu in natura.
Determinação do teor de fibras.
Determinação de tratamentos pré-secagem.
Determinação dos parâmetros de secagem (tempo, temperatura).
Desenvolvimento de formulação de produtos alimentícios utilizando a farinha de
broto de bambu.
Determinação de tratamentos pré-envase do broto de bambu minimamente
processado.
Determinação de vida de prateleira do broto de bambu minimamente processado.
D) METODOLOGIA DETALHADA A SER EMPREGADA
DESIDRATAÇÃO DE BROTO DE BAMBU E FORMULAÇÃO DE PRODUTOS
ALIMENTÍCIOS COM FARINHA DE BROTO DE BAMBU
Caracterização física e química - os brotos de bambu serão pesados em balança digital
para obtenção da massa total e terão medidos seus diâmetros com auxílio de paquímetro
digital.
Serão realizadas as seguintes avaliações no broto de bambu in natura: teor de umidade,
pH, sólidos solúveis totais (ºBrix), acidez total titulável, açúcares redutores, matéria seca,
atividade de água (AW), cinza, fibra bruta, proteína, lipídios, fração glicídica e valor
calórico.
61
Umidade - a umidade será determinada por técnica gravimétrica em estufa a 105°C até
peso constante e os resultados expressos em %, conforme as Normas Analíticas do
Instituto Adolfo Lutz (1985).
Potencial Hidrogeniônico (pH) - o valor do pH será determinado por potenciometria
utilizando-se medidor de pH, segundo as Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz
(1985).
Sólidos solúveis totais (SST) - as medidas dos teores de sólidos solúveis serão realizadas
utilizando-se o extrato aquoso obtido da desintegração e homogeneização dos tubérculos in
natura. Serão transferidas umas gotas do extrato para o prisma do refratômetro removendo-
se as partículas grandes antes da leitura. Os resultados lidos diretamente na escala do
aparelho serão expressos em graus Brix, corrigidos em relação à temperatura, de acordo
com a Tabela apresentada pelo Instituto Adolfo Lutz (1985).
Acidez total titulável (ATT) - a acidez total titulável será determinada por titulação com
solução de NaOH, 0,1N utilizando-se fenolftaleína como indicador. Os resultados serão
expressos em % de ácido cítrico.100g-1
de polpa segundo as Normas Analíticas do Instituto
Adolfo Lutz (1985).
Açúcares redutores - os açúcares redutores serão extraídos pelo método de Lane Enyon
citado na AOAC (1990) e serão identificados pelo método redutométrico de Somogy-
Nelson (SOUTHGATE, 1991). A leitura será realizada em espectrofotômetro. Os
resultados serão expressos em porcentagem.
Atividade de água (Aw) - a atividade de água será determinada a 25ºC por leitura direta
em AQUALAB, que utiliza a técnica de determinação do ponto de orvalho em espelho
encapsulado.
Proteína - a fração protéica será determinada pelo nitrogênio total empregando-se a
técnica de Kjeldahl, de acordo com a AOAC (1990). O nitrogênio protéico da amostra,
multiplicado pelo fator de conversão 6,25, corresponderá ao percentual das amostras,
sendo os resultados expressos em porcentagem de proteína bruta.
62
Cinzas - os teores de cinzas serão obtidos segundo a AOAC (1990), pela incineração da
amostra em mufla a 550°C, por um período suficiente para a queima de toda matéria
orgânica. Os resultados serão expressos em porcentagem de cinzas.
Extrato Etéreo (Lipídios) - o método utilizado para a determinação do extrato etéreo será
o Intermitente Soxhlet, usando solvente orgânico (éter etílico), de acordo com a AOAC
(1990). Os resultados serão expressos em porcentagem de extrato etéreo.
Fibra Bruta - a determinação do teor de fibra bruta será quantificada pela metodologia
descrita pelas Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz (1985), e os resultados serão
expressos em porcentagem de fibra bruta.
Fração glicídica (carboidratos) - para a determinação dos teores de carboidratos o
método a ser utilizado será o cálculo por diferença, conforme Osborne e Voogt (1978).
Secagem do broto de bambu - os brotos de bambu serão selecionados, lavados e
sanificados em solução de hipoclorito de sódio 200ppm durante 20 minutos.
O broto de bambu será fatiado em espessura de 2-4 mm. Em seguida, será imerso em
solução de ácido ascórbico 0,5% e 1,0%, ácido cítrico 0,5% e 1% durante 5 minutos. Após
esse tempo, as fatias serão drenadas e enxaguadas em água.
As fatias serão dispostas em bandejas teladas e colocadas em estufa em temperaturas de
50°C e 60°C com circulação de ar, até umidade final de 12%.
Após a secagem, o broto de bambu será moído em triturador e moinho para a obtenção da
farinha de broto de bambu (FBB).
Em todas as etapas serão realizadas pesagens para estudos de rendimento.
Formulação de produtos utilizando farinha de broto de bambu - serão desenvolvidos
produtos alimentícios utilizando a farinha de broto de bambu. Os produtos a serem
desenvolvidos são: produtos de panificação (pães, biscoitos), sopa instantânea cremosa,
barra de cereais.
Para cada produto será desenvolvida uma formulação mais adequada, bem como um
fluxograma de processamento.
63
Análise Sensorial – será realizado teste de aceitação com amostras dos produtos
elaborados com farinha de broto de bambu, em relação aos atributos aroma, sabor, cor,
textura e impressão global.
Será utilizada escala hedônica de 9 pontos e uma equipe composta por 50 provadores,
consumidores de dos produtos avaliados. As amostras serão apresentadas aos provadores
de forma monádica, em pratos brancos. Além disso, será realizado um questionamento a
respeito da intenção de compra por parte dos consumidores referente às amostras estudadas
utilizando-se uma escala de 5 pontos, onde 1 – certamente compraria; 2 – provavelmente
compraria; 3 – tenho dúvida se compraria ou não; 4 – provavelmente não compraria e 5 –
certamente não compraria.
Obtenção de broto de bambu minimamente processado e congelado
Caracterização física e química - os brotos de bambu serão pesados em balança digital
para obtenção da massa total e serão medidos seus diâmetros com auxílio de paquímetro
digital.
Serão realizadas as seguintes avaliações no broto de bambu in natura: teor de umidade, pH,
sólidos solúveis totais (ºBrix), acidez total titulável, açúcares redutores, matéria seca,
atividade de água (AW), cinza, fibra bruta, proteína, lipídios, fração glicídica e valor
calórico.
Umidade - a umidade será determinada por técnica gravimétrica em estufa a 105°C até
peso constante e os resultados expressos em %, conforme as Normas Analíticas do
Instituto Adolfo Lutz (1985).
Potencial Hidrogeniônico (pH) - o valor do pH será determinado por potenciometria
utilizando-se medidor de pH segundo as Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz
(1985).
Sólidos solúveis totais (SST) - as medidas dos teores de sólidos solúveis serão realizadas
utilizando-se o extrato aquoso obtido da desintegração e homogeneização dos tubérculos in
natura. Serão transferidas umas gotas do extrato para o prisma do refratômetro removendo-
64
se as partículas grandes antes da leitura. Os resultados lidos diretamente na escala do
aparelho serão expressos em graus Brix, corrigidos em relação à temperatura, de acordo
com a Tabela apresentada pelo Instituto Adolfo Lutz (1985).
Acidez total titulável (ATT) - a acidez total titulável será determinada por titulação com
solução de NaOH, 0,1N utilizando-se fenolftaleína como indicador. Os resultados serão
expressos em % de ácido cítrico.100g-1
de polpa segundo as Normas Analíticas do Instituto
Adolfo Lutz (1985).
Açúcares redutores - os açúcares redutores serão extraídos pelo método de Lane Enyon
citado na AOAC (1990) e identificados pelo método redutométrico de Somogy-Nelson
(SOUTHGATE, 1991). A leitura será realizada em espectrofotômetro. Os resultados serão
expressos em porcentagem.
Atividade de água (Aw) - a atividade de água será determinada a 25ºC por leitura direta
em AQUALAB, que utiliza a técnica de determinação do ponto de orvalho em espelho
encapsulado.
Proteína - a fração proteica será determinada pelo nitrogênio total empregando-se a
técnica de Kjeldahl, de acordo com a AOAC (1990). O nitrogênio proteico da amostra,
multiplicado pelo fator de conversão 6,25, corresponderá ao percentual das amostras,
sendo os resultados expressos em porcentagem de proteína bruta.
Cinzas - os teores de cinzas serão obtidos segundo a AOAC (1990), pela incineração da
amostra em mufla a 550°C, por um período suficiente para a queima de toda matéria
orgânica. Os resultados serão expressos em porcentagem de cinzas.
Extrato Etéreo (Lipídios) - o método utilizado para a determinação do extrato etéreo será
o Intermitente Soxhlet, usando solvente orgânico (éter etílico), de acordo com a AOAC
(1990). Os resultados serão expressos em porcentagem de extrato etéreo.
Fibra Bruta - a determinação do teor de fibra bruta será quantificada pela metodologia
descrita pelas Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz (1985), e os resultados serão
expressos em porcentagem de fibra bruta.
65
Fração glicídica (carboidratos) - para a determinação dos teores de carboidratos o
método a ser utilizado será o cálculo por diferença, conforme Osborne e Voogt (1978).
BROTO DE BAMBU MINIMAMENTE PROCESSADO E CONGELADO
Os brotos de bambu serão lavados em água corrente e detergente neutro para eliminação de
sujidades provenientes do campo. Após lavagem, serão imersos em solução de hipoclorito
de sódio 200 mg L-1
por 15 minutos para evitar contaminação durante o processamento.
Em seguida, os brotos serão envoltos em policloreto de vinila (PVC) com intuito de evitar
perda de água e armazenados em câmara fria (10º C, ± 1º C e 98%UR) por cerca de 12
horas para a retirada do calor de campo.
Após o resfriamento, os brotos de bambu serão processados manualmente na forma de
rodelas (1 cm de espessura) e cubos (1 cm x 1cm x 1cm), imersos em solução de
hipoclorito de sódio 100 mg L-1
por 15 minutos e drenados em escorredor doméstico por,
aproximadamente, 3 minutos.
Em seguida, serão imersos nos seguintes tratamentos químicos: 1-controle (imersão em
água), 2- solução de ácido cítrico 0,5%, 3- solução de ácido cítrico 1,0% e solução de ácido
cítrico 1,5%. Após drenagem do excesso de água, as rodelas de broto de bambu serão
acondicionadas em embalagens rígidas de polipropileno, contendo cerca de 150 g de broto
de bambu minimamente processados e armazenados em câmara fria (5º C ± 1º C e 98% ±
5% UR), durante doze dias para broto minimamente processado e congelado em
congelador rápido para broto de bambu congelado durante 4 meses.
Todas as etapas do processamento mínimo serão conduzidas utilizando-se Boas Práticas de
Fabricação, incluindo desinfecção do ambiente, facas, utensílios e utilização de
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) pelos manipuladores.
O delineamento utilizado neste experimento será o inteiramente casualizado (DIC) em
fatorial 4 x 7, sendo 4 tratamento químicos (controle e concentração de antioxidante) e 7
tempos de armazenamento (0, 2, 4, 6, 8, 10 e 12 dias), com três repetições, sendo cada
bandeja considerada uma repetição.
66
A cada dois dias serão realizadas as seguintes análises nos dois produtos:
Acidez titulável (% ácido cítrico) - determinada por titulação em solução padronizada de
NaOH 0,1N, tendo como indicador a fenolftaleína, de acordo com o Instituto Adolfo Lutz
(1985).
Firmeza (N) - será realizada com auxílio de Texturômetro.
Valor de L* a* e b* - serão medidos por refratometria, utilizando-se colorímetro marca
Minolta, modelo CR 400.
Perda de massa (%) - será calculada pela diferença entre massa inicial de broto de bambu
minimamente processado, contido nas embalagens e a obtida em cada intervalo de tempo,
utilizando balança semi-analítica.
Após análise de variância, as médias, quando significativas, serão comparadas pelo teste de
Tukey a 1% e 5% de probabilidade e ajustados modelos de regressão para tempo de
armazenamento.
E) PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES CIENTÍFICAS, TECNOLÓGICAS E/OU DE
INOVAÇÃO DA PROPOSTA
A obtenção de tecnologias para produção de farinha de broto de bambu e de
formulações de produtos utilizando a farinha, assim como a obtenção de método adequado
para a produção de broto de bambu minimamente processado, permitirão aos produtores de
bambu agregar valor ao seu produto, assim como aumentar o período de comercialização
(que de outra forma seria imediata, na medida do surgimento dos brotos) e, ainda,
diversificar sua alimentação.
67
F) ORÇAMENTO DETALHADO
CAPITAL
Descrição da despesa Quantidade
Custo
Unitário
(R$)
Custo Total
(R$)
Estufa de Secagem com Circulação e Renovação
Forçada de Ar Digital Microprocessada -
Câmara Interna: Aço 1020, Tamanho: 100 litros,
Temperatura Máxima: 200ºC
1 4.965,63 4.965,63
Balança de Precisão Digital Decimal 5.200g
(0,1g) 1 1.230,00 1.230,00
Dessecador de Vidro Borossilicato - Diâmetro:
160mm, Disco de Porcelana, tampa. 2 331,03 662,06
Freezer com capacidade de 145 Litros 1 2.000,00 2.000,00
Refrigerador 260 L 2 1.800,00 3.600,00
Moinho de Facas Tipo Willey (Macro) 1 9.103,65 9.103,65
Triturador 1 1.000,00 1.000,00
Texturômetro 1 5.000,00 5.000,00
Paquímetro digital 3 400,00 1.200,00
Total (capital) 28.761,34
CUSTEIO
Descrição da despesa Quantidade
Custo
Unitário
(R$)
Custo Total
(R$)
Vidrarias diversas - - 5.000,00
Reagentes diversos - - 5.000,00
Insumos diversos - - 2.000,00
Total (custeio) 12.000,00
BOLSAS
Descrição da despesa Quantidade Período
(meses)
Custo
mensal
(R$)
Custo
Total
(R$)
Pagamento de bolsa de
Iniciação Tecnológica e Industrial - ITI 2 24 400,00 19.200,00
Total (Bolsas) 19.200,00
68
ORÇAMENTO TOTAL
Tipo de despesa Custo Total (R$)
Capital 28.761,34
Custeio 12.000,00
Bolsas 19.200,00
Total Geral 59.961,34
G) CRONOGRAMA DETALHADO DE ATIVIDADES
Etapas a serem desenvolvidas
Bimestres
2014 2015
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Levantamento Bibliográfico X X X X X X X X X X X X
Caracterização física de brotos de
bambu X X X
Determinação da composição
centesimal do bambu in natura X X X
Determinação do teor de fibras X
Determinação de tratamentos pré-
secagem X X
Determinação dos parâmetros de
secagem X X
Desenvolvimento de formulações
utilizando farinha de broto de bambu X
Determinação de tratamentos pré-
envase do broto de bambu
minimamente processado X X
Determinação de vida de prateleira do
broto de bambu minimamente
processado X X X
Relatório final X X
H) IDENTIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DA EQUIPE DO SUBPROJETO
69
Nome: Rosângela Vera. CPF: 359.700.651-53. Formação: engenheira agrônoma, doutora
em Produção Vegetal – Coordenadora do Laboratório de Panificação – EA/UFG. Função:
Pesquisadora/coordenadora do subprojeto. Atividades: orientação; gestão das atividades
do subprojeto, viabilizando o planejamento, acompanhamento e avaliação do alcance dos
objetivos propostos.
Nome: Eli Regina Barboza de Souza. CPF: 526.585.031-72. Formação: engenheira
agrônoma, doutora em Produção Vegetal, professora adjunto - EA/UFG. Função:
Pesquisador/membro da equipe executora do subprojeto. Atividades: análises laboratoriais
e desenvolvimento de técnicas de processamento de broto de bambu.
Alunos de Graduação e de Pós-graduação.
K) DISPONIBILIDADE EFETIVA DE INFRA-ESTRUTURA E DE APOIO TÉCNICO
PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO, OBSERVANDO RIGOROSAMENTE
O ITEM II.2.3.1.3
Laboratório de Processamento de produtos de Origem Vegetal (EA/UFG): laboratório
de 90 m2 no total. Está apto para o processamento de diversos produtos que possuam como
matéria prima vegetais, tais como frutas, raízes, grãos, tubérculos e hortícolas em geral.
Consta de ambientes para recepção e seleção de matérias primas, bem como área para
lavagem e sanificação. Diversos equipamentos como concentrador, congelador rápido,
selador, balanças, congelador rápido além de utensilhos necessários ao processamento de
alimentos (panelas, facas, bandeijas etc.).
Laboratório de Panificação (EA/UFG): laboratório de 25 m2 que possui uma unidade
processadora de produtos de panificação (masseira, forno, armários, mesas) e demais
utensilhos necessários.
Laboratório de análises físico-químicas (EA/UFG): Laboratório de 30m2 para a
realização de análises físico químicas. Apresenta equipamentos necessários para a
determinação de teor de umidade, pH, sólidos solúveis totais (ºBrix), acidez total titulável,
70
açúcares redutores, matéria seca, atividade de água (AW), cinza, fibra bruta, proteína,
lipídios, fração glicídica e valor calórico alem de Colorímetro Hunter LaB.
REFERÊNCIAS
ASSOCIATION OF OFFIAL ANALYTICAL CHEMISTRY - AOAC. Official methods
of analysis of the Association of Official Analytical Chemists. 15. ed. Arlington, 1990.
INSTITUTO ADOLF LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. São Paulo,
IMESP, 3. ed., 1985. p. 533, v. 1: métodos químicos e físicos para análise de alimentos.
OSBORNE, D. R.; VOOGT, P. The analysis of nutrient in foods. London: Academic
Press, 1978.
SOUTHGATE, D. A. T. Determination of foods carbohydrates. Elservier Applied
Science, London, 1991.
71
SUBPROJETO 6
A) IDENTIFICAÇÃO DA PROPOSTA (TÍTULO DO PROJETO, DADOS DO
PROPONENTE E DA INSTITUIÇÃO DE EXECUÇÃO);
Título do Subprojeto:
Aproveitamento energético do bambu: carvão vegetal, briquete e pellet.
Proponente:
Carlos Roberto Sette Jr. Doutor em Ciências, área de concentração em Recursos Florestais.
Coordenador do Laboratório de Qualidade da Madeira – EA/UFG.
Linha Temática:
j) Demonstração de tecnologias para aproveitamento energético do bambu
Instituição Executora:
Universidade Federal de Goiás:
Escola de Agronomia:
Laboratório de Qualidade da Madeira
Instituição Parceira:
Universidade Federal de São Carlos:
Laboratório de Bioenergia
B) QUALIFICAÇÃO DO PRINCIPAL PROBLEMA A SER ABORDADO
O setor energético brasileiro é largamente baseado no uso de fontes renováveis, sendo as
usinas hidroelétricas responsáveis por cerca de 82% da geração de energia elétrica no país
(MME, 2012). Neste cenário, a bioenergia está se tornando cada vez mais importante, tanto
72
para a geração de eletricidade como para a produção de biocombustíveis a partir da
biomassa (SCHAEFFER, 2008).
O Brasil possui excelentes condições edafo-climáticas e territoriais para a ampliação da
participação da biomassa agrícola e florestal na matriz energética nacional. O
aproveitamento energético e racional da biomassa tende a promover o desenvolvimento de
regiões menos favorecidas economicamente, por meio da criação de empregos e da
geração de receita, reduzindo o problema do êxodo rural e a dependência externa de
energia e tem grande importância ambiental pela possibilidade de redução do uso de
combustíveis fosseis que contribui para a redução da emissão de Gases do Efeito Estufa
(GEE) e consequentemente para a mitigação do aquecimento global.
A madeira e as culturas agrícolas, como a cana de açúcar, são as principais fontes
energéticas de biomassa usadas atualmente no Brasil. Contudo, outras biomassas
alternativas com potencial para geração de energia, tais como os resíduos agrícolas e as
gramíneas, têm sido utilizadas e são foco de estudos na substituição dos combustíveis
fósseis e do gás natural. Dentre estes combustíveis alternativos estão os bambus de
espécies lenhosas, cuja elevada taxa de crescimento e produção acelerada de biomassa os
colocam em posição de destaque.
Em muitos países, o bambu é uma matéria-prima de base com vários usos tradicionais. Em
muitas partes do mundo tropical as populações rurais são dependentes de bambu para seu
abrigo, sendo também usado para a construção de sistemas de irrigação, de instrumentos
musicais, na alimentação, etc. (LYBEER, 2006). Nos últimos anos, o aumento do
conhecimento e da pesquisa sobre alguns aspectos das espécies de bambu tem tido um
impacto econômico significativo, originando novos usos industriais, tais como painéis
estruturais e produção de papel e celulose (LI, 2004).
No entanto, o pouco conhecimento científico sobre as espécies de bambu, especialmente
no que se refere à possibilidade de sua utilização como fonte de energia, seja pela produção
de carvão vegetal ou de pellet/briquete, tem restringindo o pleno desenvolvimento da
cultura nesta área. Neste sentido, ações e projetos de pesquisa que tenham por objetivo
avaliar as características energéticas de diferentes espécies de bambu são fundamentais
para o desenvolvimento desta importante área.
73
Uma das recentes ações governamentais foi a instituição da Política Nacional de Incentivo
ao Manejo Sustentado e ao Cultivo do Bambu (PNMCB), através da Lei 12.484 de 2011
(BRASIL, 2011), que tem como objetivo principal o desenvolvimento da cultura do bambu
no Brasil, colocando esta cultura como fundamental para o desenvolvimento econômico e
social do país.
Pioneiros na avaliação energética de espécies de bambu, Molini e Irizarry (1983)
propuseram o seu uso como combustível para geração de energia elétrica em Porto Rico,
em detrimento da cana-de-açúcar. Brito et al. (1987) avaliaram a produção de carvão
vegetal e suas características energéticas a partir de cinco espécies de bambu e
compararam com o carvão feito da madeira de eucalipto, principal matéria-prima usada no
Brasil para este fim. Os autores concluíram que o poder calorífico apresentou valores
próximos, as cinzas no carvão de bambu foram elevadas e o teor de carbono fixo foi
inferior ao do eucalipto, não impedindo a sua aplicação como carvão vegetal.
Costa (2004) estudou a viabilidade técnica do emprego do bambu da espécie Bambusa
vulgaris Schard. como uma alternativa para a produção de carvão vegetal. Os resultados,
em escala de laboratório, mostraram que a obtenção do carvão vegetal a partir de
carbonização do bambu da espécie Bambusa vulgaris Schard. é viável, podendo ser uma
proposta para utilização em escala industrial. Neste mesmo sentido, Brito et al. (1987),
afirmam que o bambu tem possibilidades de se tornar uma opção alternativa na produção
de carvão vegetal, por possuir semelhanças com as madeiras utilizadas na produção de
carvões e para Scurlock et al. (2000), o bambu apresenta uma série de características
desejáveis para usos energéticos.
Moreira (2012) avaliou as características energéticas da espécie Bambusa vulgaris nas
idades de 1, 2 e 3 anos e obteve teores médios de cinzas de 2,26%, 2,83% e 7,46% e poder
calorífico superior médio de 18.610, 18.621 e 17.501kJ/kg, respectivamente. Para o autor,
a composição química do Bambusa vulgaris é comparável à madeira, sugerindo a
utilização desta espécie para os mesmos usos energéticos.
74
C) OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS E METAS A SEREM ALCANÇADOS
Geral:
Avaliar a viabilidade técnica do aproveitamento energético de diferentes espécies de
bambu.
Específicos:
Gerar informações para subsidiar a disseminação do uso da biomassa do bambu
como alternativa energética nacional em substituição às fontes poluidoras de geração de
energia.
Avaliar o potencial energético das espécies de bambu: Dendrocalamus asper,
Bambusa vulgaris, Bambusa vulgaris Vitatta, Guadua angustifolia e Guadua chacoensis.
Determinar a viabilidade da produção de carvão vegetal, pellet e briquete a partir da
biomassa de bambu.
Determinar as características do carvão vegetal, pellet e briquete a partir da
biomassa de bambu.
Indicar as diferenças das propriedades energéticas entre o carvão vegetal, pellet e
briquete de bambu.
D) METODOLOGIA DETALHADA A SER EMPREGADA
Seleção dos colmos e coleta de amostras - serão selecionados e coletados colmos em área
de touceiras das espécies Bambusa vulgaris, Bambusa vulgaris Vitatta, Guadua
chacoensis, Guadua angustifolia e Dendrocalamus asper. Para cada uma das espécies
serão escolhidos aleatoriamente 10 (dez) colmos em touceiras diferentes.
Produção do carvão vegetal de bambu - dos bambus selecionados serão cortados
segmentos (corpos de prova) dos colmos da região basal, mediana e apical utilizando-se a
75
serra do tipo tico-tico1. Os segmentos serão submetidos ao processo de carbonização que
será conduzido em duplicata para cada material, utilizando-se forno mufla com
aquecimento elétrico com sete rampas e sete patamares2, seguindo-se a temperatura
inicial de 100ºC e a temperatura final de 450ºC, considerando-se uma taxa de aquecimento
de 1,67ºC/min. O forno elétrico permanecerá estabilizado a 450ºC por um período de 30
minutos.
Avaliação das propriedades do carvão vegetal de bambu - a amostragem e preparo das
amostras de carvão vegetal de bambu para a realização das análises químicas e físicas
serão conduzidos conforme preconizado na norma NBR 6923 da ABNT.
Análise química imediata - os procedimentos para a análise química imediata baseiam-se
nas normas ASTM D1762-64 "Chemical Analysis of Wood Charcoal" e ABNT NBR
8112/83. Para a realização das análises é necessário que o material carvão vegetal de
bambu, produzido conforme item 2, passe por um processo de moagem em moinho de
facas do tipo willey3 e na sequencia submetido a uma separação mecânica no agitador
orbital de peneiras com batidas intermitentes4.
Teor de umidade - para a análise química imediata é necessário que se proceda à
determinação do teor de umidade do carvão. Para a determinação do teor de umidade
adotam-se os seguintes passos: (i) recolher o material que passar na peneira de 40 e 20
mesh5, (ii) pesar ±1,0 g do carvão amostrado, em balança de precisão
6 de 0,01% (P1);
(iii) colocar o material em um cadinho7 seco e tarado e levá-lo a estufa de circulação de
ar8 aquecida a 103 ± 2
oC, por um período de 2 horas; (iii) retirar a amostra da estufa,
esfriar em dessecador e pesar (P2). O teor de umidade do carvão vegetal na base seca é
calculado de acordo com a seguinte equação:
U(%) = 100*2
21
P
PP
Em que:
1 Material permanente solicitado no projeto
2 Material permanente solicitado no projeto
3 Material permanente solicitado no projeto
4 Material permanente solicitado no projeto
5 Material de custeio solicitado no projeto
6 Material permanente solicitado no projeto
7 Material de custeio solicitado no projeto
8 Material permanente solicitado no projeto
76
U = Teor de umidade em base seca (%);
P1 = Peso da amostra de carvão úmido (g);
P2 = Peso da amostra de carvão seco (g);
Teor de materiais voláteis - para a determinação do teor de materiais voláteis do carvão,
adotam-se os seguintes passos: (i) tomar uma porção do carvão amostrado e preparado para
a determinação do teor de umidade; (ii) secar o material em estufa; (iii) pesar 1,0 g do
material seco; (iv) colocar o material em cadinho de porcelana com tampa, previamente
seco e tarado; (v) aquecer previamente o forno mufla com uma rampa e um patamar9 a
950 ± 10°C e colocar o cadinho com o material, tampado sobre a porta da mufla aquecida
durante 3 minutos e meio; (vi) colocar o cadinho no interior da mufla e fechar a porta,
deixando-o por 10 minutos; (vii) retirar a amostra da mufla, esfriar no dessecador e pesar.
O teor de material volátil do carvão vegetal é calculado de acordo com a seguinte equação:
100*1
21
P
PPMV
Em que:
MV = Teor de materiais voláteis do carvão vegetal (%);
P1 = Massa inicial do cadinho + amostra (g);
P2 = Massa final do cadinho + amostra (g)
Teor de cinzas - para a determinação do teor de cinzas no carvão, adotam-se os seguintes
passos: (i) pesar 1,0 g de carvãode granulometria inferior a 0,210 mm e superior a 0,150
mm, correspondendo ao material que passa na peneira de 40 mesh e fica retido na de 60
mesh; (ii) colocar amostra em um cadinho de platina sem a tampa, previamente seco e
tarado; (iii) aquecer o forno mufla com uma rampa e um patamar10
a 600 ±10oC e
colocar o cadinho com a mostra dentro da mufla de porta fechada e deixar por um período
de seis horas até a completa calcinação; (iv) retirar a amostra da mufla, esfriar no
dessecador e pesar. O teor de cinzas do carvão vegetal é obtido pela equação:
100xMa
MrCZ
9 Material permanente solicitado no projeto
10 Material permanente solicitado no projeto
77
CZ = Teor de cinzas no carvão, em %
Mr = Massa do resíduo, em gramas;
Ma = Massa da amostra seca, em gramas
Teor de carbono fixo - o teor de carbono fixo é uma medida indireta e será calculado
através da seguinte equação:
)(100 MVCZCF
Em que:
CF = Teor de Carbono Fixo em %
CZ = Teor de Cinzas em %
MV = Teor de Materiais Voláteis em %
Poder calorífico - a determinação do poder calorífico do carvão vegetal será obtido
experimentalmente através da bomba calorimétrica marca IKA WORKS modelo C-
20011
, por meio da metodologia estabelecida na norma ABNT NBR 8633.
Densidade aparente - a densidade relativa aparente do carvão vegetal será determinada de
acordo com o método hidrostático, por meio de imersão em água, conforme descrito na
norma NBR 11941 (ABNT, 2003).
Densidade energética – a densidade energética será calculada a partir do produto entre o
valor do poder calorífico e a densidade aparente, conforme a equação:
DAPCSKDE **
Em que:
DE = Densidade energética expressa em MJ/m3;
(fator de conversão de kJ para MJ);
PCS = poder calorífico superior expresso em kJ/kg;
DA = Densidade aparente expressa em kg/m3.
11
Material permanente solicitado no projeto
78
Rendimento gravimétrico - o rendimento gravimétrico pode ser definido como sendo o
rendimento em carvão ao final do processo de carbonização considerando a matéria prima
(bambu) como referência para o cálculo, sendo utilizada a equação:
100*
PBS
PCPBSRG
Em que:
RG = Rendimento Gravimétrico em %
PBS = Peso de bambu seco (Kg)
PC = Peso em carvão de bambu (Kg)
Produção de pellets e briquetes de bambu - para o processo de produção dos briquetes e
pellets de bambu os segmentos (corpos de prova) dos colmos da região basal, mediana e
apical serão moídos em moinho de facas do tipo Willey e na sequência submetido a uma
separação mecânica no agitador orbital de peneiras com batidas intermitentes. O material
moído será submetido a um processo de compactação utilizando-se prensa hidráulica de
15t12
e um molde de aço inox com 3,5cm de diâmetro e 16cm de altura para a produção de
briquete e peletizadora13
para produção de pellets.
Avaliação das propriedades dos pellets de bambu - nos pellets de bambu produzidos
serão realizadas análises químicas imediatas e a determinação do poder calorífico
conforme descrito nos itens 3.1 e 3.2, seguindo-se o preconizado nas normas ABNT NBR
8633, ASTM D1762-64 e ABNT NBR 8112/83 adaptadas ao pellet. A realização das
mesmas análises no carvão vegetal de bambu e no pellet de bambu tem por objetivo a
comparação das duas formas de usos energéticos da matéria prima.
Avaliação das propriedades dos briquetes de bambu
Densidade aparente - a densidade aparente dos briquetes de bambu será determinada
através da pesagem em uma balança analítica e através da medição com um paquímetro
digital após 7 dias da compactação. A densidade aparente será determinada de acordo com
a Equação:
12
Material permanente solicitado no projeto 13
Contrapartida da UFG
79
V
MDa
Em que:
Da = densidade aparente (g/cm³);
M = massa do briquete (g);
V = volume do briquete (cm³).
Expansão longitudinal - para a análise da expansão longitudinal os briquetes serão
medidos com um paquímetro digital para a obtenção da altura. A medição será realizada
logo após a compressão e após 7 dias. Os briquetes permanecerão dentro de um saco
plástico bem fechado para manter a umidade controlada e para não absorver umidade do
ambiente. A expansão longitudinal será calculada de acordo com a Equação:
100*
Li
LiLfEL
Em que:
El = expansão longitudinal;
Lf = expansão final, após 7 dias de armazenamento (cm);
Li = expansão inicial, logo após a compressão (cm).
Ensaios mecânicos de tração por compressão diametral - a resistência mecânica do
briquete é fundamental para que o produto seja comercializado a longas distâncias, onde
ocorrem muita movimentação, manejo e transbordos no percurso até o consumidor. Os
ensaios de resistência à compressão, por exemplo, simulam o transporte ou armazenamento
dos briquetes em sacos no sentido horizontal. Desta maneira, 7 dias após a produção dos
briquetes, serão realizados os ensaios mecânicos de tração indireta por compressão
diametral (NBR 7222-94), através da máquina universal de ensaios EMIC 14
com
capacidade máxima de 30.000 kgf (300 kN), para averiguação da resistência mecânica dos
briquetes. A carga será aplicada no sentido transversal dos briquetes, perpendicular à
pressão de compactação.
14
Contrapartida da UFG
80
E) PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES CIENTÍFICAS, TECNOLÓGICAS E/OU DE
INOVAÇÃO DA PROPOSTA
Para a avaliação da viabilidade técnica da produção de carvão vegetal e material
densificado a partir da biomassa de bambu serão considerados os seguintes aspectos e suas
interações: (i) avaliação de diferentes espécies, (ii) produção e determinação das
características do carvão vegetal, (iii) produção e avaliação das características do pellet e
(iv) produção e avaliação das características do briquete.
Com os resultados do subprojeto espera-se, como principais contribuições:
Geração de informações sobre as espécies de bambu com melhor potencial de uso
energético.
Viabilização do aproveitamento da biomassa de bambu na forma de carvão vegetal,
pellet e briquete.
Disseminação do uso da biomassa do bambu como alternativa energética nacional
em substituição às fontes poluidoras de geração de energia.
F) ORÇAMENTO DETALHADO
CAPITAL
Descrição da despesa Quantidade
Custo
Unitário
(R$)
Custo Total
(R$)
Estufa de secagem digital c/circulação e
renovação de ar (200ºc) - 120x120x80 cm 1 15.344,55 15.344,55
Balança semi-analítica 320gr prec.0,001gr 1 1.250,00 1.250,00
Forno mufla digital Micropr. C/ 1 rampa e 1
Patamar c/ 2 display até 1200°c dim.int.
40x20x20cm
1 5.500,00 5.500,00
Forno mufla digital Micropr. C/ 7 rampas e 7
Patamares c/ 2 display até 1200°c dim.int.
40x20x20cm
1 7.650,00 7.650,00
Bomba calorimétrica marca IKA WORKS C-
200 1 83.000,00 83.000,00
Moinho de facas (tipo Willey) com 4 facas
moveis e 4 facas fixas, acompanha
3 peneiras 220v
1 14.666,00 14.666,00
Serra Tico-tico de bancada Skill 1 2.750,00 2.750,00
81
Agitador orbital de peneiras com batidas
intermitentes 1 15.142,00 15.142,00
Prensa hidráulica de 15t 1 24.116,00 24.116,00
Total (capital) 169.418,55
CUSTEIO
Descrição da despesa Quantidade
Custo
Unitário
(R$)
Custo Total
(R$)
Serviço de Terceiros 320 (horas) 50,00 16.000,00
Vidrarias e reagentes xx 7.500,00 7.500,00
Total (custeio) 23.500,00
BOLSAS
Descrição da despesa Quantidade
Período
(meses)
Custo
mensal
(R$)
Custo Total
(R$)
Pagamento de bolsa de
Iniciação Tecnológica e Industrial - ITI
2 24 400,00 19.200,00
Total (Bolsas) 19.200,00
ORÇAMENTO TOTAL
Tipo de despesa Custo Total (R$)
Capital 169.418,55
Custeio 23.500,00
Bolsas 19.200,00
Total Geral 212.118,55
82
G) CRONOGRAMA DETALHADO DE ATIVIDADES
Etapas a serem desenvolvidas
Bimestres
2014 2015
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Levantamento Bibliográfico X X X X X X X X X X X X
Seleção dos colmos X
Coleta das amostras X X
Produção de carvão vegetal X X X
Avaliação do carvão vegetal X X X X X X X X X
Produção de pellet X X X
Avaliação do pellet X X X X X X X X X
Produção de briquete X X X
Avaliação do briquete X X X X X X X X X
Relatório final X X
H) IDENTIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DA EQUIPE DO SUBPROJETO
Nome: Carlos Roberto Sette Jr. CPF: 219.635.718-94. Formação: engenheiro florestal,
doutor em Recursos Florestais – Coordenador do Laboratório de Qualidade da Madeira e
Bioenergia – EA/UFG. Função: Pesquisador/coordenador do subprojeto. Atividades:
orientação; gestão das atividades do subprojeto, viabilizando o planejamento,
acompanhamento e execução das atividades laboratoriais; avaliação do alcance dos
objetivos e metas propostos.
Nome: Fábio Minoru Yamaji. CPF: 033.746.718-88. Formação: engenheiro florestal,
doutor em Engenharia Florestal – Coordenador do Laboratório de Bioenergia da
Universidade Federal de São Carlos – UFSCar/Campus Sorocaba. Função:
Pesquisador/colaborador do subprojeto. Atividades: auxílio na gestão do subprojeto,
principalmente na execução das atividades laboratoriais.
Nome: Macksuel Fernandes da Silva. CPF: 026.039.141-70. Formação: engenheiro
florestal – Técnico do Laboratório de Qualidade da Madeira e Bioenergia da EA/UFG.
Função: Técnico de Laboratório. Atividades: execução das atividades laboratoriais para
alcançar os objetivos traçados.
Alunos de Graduação e de Pós-graduação.
83
K) DISPONIBILIDADE EFETIVA DE INFRA-ESTRUTURA E DE APOIO TÉCNICO
PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO, OBSERVANDO RIGOROSAMENTE
O ITEM II.2.3.1.3
Infra-estrutura: Laboratório de Qualidade da Madeira do curso de Engenharia Florestal da
Universidade Federal de Goiás e Laboratório de Bioenergia da Universidade Federal de
São Carlos; Apoio técnico: Professores e pesquisadores Doutores e alunos da pós-
graduação e graduação e técnicos de laboratório.
Parte dos materiais de consumo e equipamentos necessários para a execução das atividades
previstas no projeto será fornecida e disponibilizada pelo Laboratório de Qualidade da
Madeira (LQM) da EA/UFG, conforme descrito na Tabela 1. Os itens descritos foram
destacados em negrito no texto, com chamada de nota no rodapé.
Tabela 1 – Materiais e equipamentos disponíveis nos laboratórios parceiros como
contrapartida para o desenvolvimento do projeto de pesquisa.
Descrição Quantidade
Custo
Unitário
(R$)
Custo Total
(R$)
Máquina universal de ensaios EMIC 1 300.000,00 300.000,00
Peletizadora 1 70.000,00 70.000,00
Vidraria e reagentes 1 5.500,00 5.500,00
Total 375.000,00
REFERÊNCIAS
ABNT. NBR 8112/86. Carvão vegetal – Análise imediata. São Paulo, SP, Brasil:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 1986.
ABNT. NBR 8633/84. Carvão vegetal - Determinação do poder calorífico. São Paulo,
SP, Brasil: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 1984.
ABNT. NBR 9656. Determinação de Umidade por Secagem em Estufa. São Paulo, SP,
Brasil: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 1986.
84
ABNT. NBR 6923. Carvão vegetal - Amostragem e preparação da amostra. São Paulo,
SP, Brasil: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 1981.
ABNT. NBR 11941. Madeira - Determinação da densidade básica. São Paulo, SP,
Brasil: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 2003.
ARRUDA, L. M.; QUIRINO, W. F. Caracterização energética de bambu (Guadua magna).
In: 3º CONGRESSO INTERNACIONAL DE BIOENERGIA e BIOTech Fair.
Curitiba. 2008.
ASTM D1762-64 Chemical Analysis of Wood Charcoal. 2013.
BRASIL. Lei 12.484 de 2011 - Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentado e ao
Cultivo do Bambu – PNMCB. 2011.
BRITO, J. O.; TOMAZELLO, F. M. ; SALGADO, A. L. B. Produção e caracterização do
carvão vegetal de espécies e variedades de bambu, Piracicaba, IPEF, 1987, p. 13-17.
LI, X. Physical, chemical, and mechanical properties of bamboo and its utilization
potential for fiberboard nanufacturing. Lousiana State University and Agriculture and
Mechanical College. 2004.
LYBEER, B. Age-related anatomical aspects of some temperate and tropical bamboo
culms (Poaceae: Bambusoideae) (Tese para obtenção do título de Doutor). Gent:
Universiteit Gent – Faculteit Wetenschappen. 2006.
MME, Ministério de Minas e Energia. Balanço energético nacional de 2012 – ano base
2011: Resultados preliminares. Rio de Janeiro: EPE, 2012. 51 p.
MOLINI, A. E.; IRIZARRY, J. G. Bamboo as a renewable energy resource. In: First Pan
American Congress on Energy and Second National Conference on Renewable
Energy Technologies. Report No. CONF-8308231, Center for Energy and Environment
Research, San Juan, Puerto Rico, 1983. p. 1-18.
SCURLOCK, J. M.; DAYTON, D. C.; HAMES, B. Bamboo: An Overlooked Biomass
Resource? Environmental Sciences Division, Oak Ridge – Tennessee. 2000.
SCHAEFFER et al. Mudanças climáticas e segurança energética no Brasil. Relatório.
Coppe, UFRJ. 35 p. 2008.