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DE LA MORAL A LA POLITICA: LAS CARTAS A LUCILIO DE SENECA

Rosa Maria Francia

actividad poltica *, allegado al L Acipe en la formacindey Snecamando, consejeroprnen el ya antes de la salutacin imperial, por s sola parece legitimar la identificacin de su ideologa poltica con la del principado; de su produccin literaria oficial o extraoficial ninguna otra cosa parece concluirse; es ms, el espritu rebelde que se sienta atrado por la visin de Sneca complicado en la conjura de Pisn todava tendr que conformarse como Nern,* El presente trabajo e s u n a pequea aplicacin de u n a idea de ms alcance: examinar e n la produccidn n o propiamente poltica de S n e c a l o s r a s g o s q u e p u e d e n s e r s i n t o m t i c o s d e s u p e n s a m i e n to e n ese campo. Creo que e n cualquier autor, incluso el teorizante p o l t i c o m s c l a r a m e n t e definido, p u e d e s e r i n t e r e s a n t e u n a c o s a as p a r a c o n t r a s t a r la c o h e r e n c i a d e s u s i d e a s ; p e r o t o d a v a m s e n u n h o m b r e que, a d e m s d e h a b e r d e d i c a d o l a m a y o r p a r t e d e s u obra a otros t e m a s , vivi y o c u p u n a posicin d e s t a c a d s i m a b a j o u n t i p o de g o b i e r n o n o e x c e s i v a m e n t e t o l e r a n t e h a c i a l a s c r t i c a s . L a s e v e r i d a d v a r i a b a , e s c i e r t o , p e r o b i e n c o n o c i S n e c a el c a s t i g o d e C r e m u c i o Cordo, p . e j . , y e x p e r i m e n t e n s u p r o p i o d e s tierro el poder de u n prncipe. El n o haber podido conocer, p e s e a los b u e n o s deseos del autor, la tesis d e Muoz Valle sobre el p e n s a m i e n t o poltico de Sneca, p r e s e n t a d a e n O v i e d o el a o 1967, m e o b l i g a a l i m i t a r m e a u n aspecto parcialsimo, del que slo s o s p e c h a s y sugerencias cabe obtener. L a s Epistulae v a n citadas slo con cifras. 1 Ct. l a a l u s i n d e PRCHAC: Lettres Lucilius, I V . P a r s , 1962, 111, n . 1.

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por lo dems casi con la sospecha, y aun una prueba concluyente no aclarara el ideal de gobierno del filsofo, sino slo su juicio sobre ese prncipe exactamente. En general, pues, se considera el principado como la forma poltica correspondiente al pensamiento senequiano; es una ecuacin harto repetida aunque con distintos grados de profundidad en virtud de la cual cabra, en principio, esperar que las ideas modernas sobre la teora poltica de este autor hubieran quedado sujetas a las variaciones en la concepcin del principado mismo. Entendido ste como una diarqua princeps/senatus por IVlommsen, su definicin ha evolucionado ^ a partir de 1924, desde que se pudo contar con la nocin de auctoritas (tomada como poder ya de hecho, ya de derecho, o bien como resultado de la evolucin del primer tipo al segundo^), junto a la potestas de Augusto, sin llegar en absoluto a un acuerdo; pero la importancia terica del senado, entindase como se entienda su relacin con el prncipe, parece unnimemente admitida''. Ahora bien, es curioso que en las alusiones a la posicin doctrinal de Sneca no se atiende, en general, sino a un solo aspecto de esa forma poltica: al princeps. Eso es comprensible: un hombre de nuestra poca, convencido de la ficcin que supone la exigencia de que un rgimen monocrtico mantuviera una apariencia de libertas tradicional, tiende faciHsimamente a2 U n a resumida, pero til exposicin del e s t a d o actual de la Pars, 1967, 2 1 0 - 2 5 4 . c u e s t i n e n P E T I T : La paix Romaine. 3 Cf. MAGDELAIN: Auctoritas prtncipis. Pars, 1 9 4 7 . * Cf. D ' O R S : Sobre el no estatismo del Imperio romano, en Est. Cls., I X , 1 9 6 5 , 1 0 7 - 1 6 4 .

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quedarse slo con lo que se le presenta como efectivo y prescinde del senado; cuando lo cierto es que, especialmente al tratar de la ideologa de un romano del siglo I , lo tenemos que tener tan en cuenta como el ms puntilloso republicano. En este sentido, no puede sorprendernos que autores como Waltz' o Branger*, que hacen reposar el principiado en la virtud o en la dignitas del prncipe ^junto a su potestas, por una clara correspondencia de trminos (basta retocar la dignitas para obtener la coniunctio potestatis ac sapientiae de Cicern) lleguen a contemplarlo como una traduccin al latn de Pitgoras o de Platn, un rgimen en el que, en el aspecto prctico, la filosofa era el mejor aliado para llegar al mando. Y si a la idea griega del gobernante filsofo se aaden las alusiones positivas de Sneca a la monarqua queda el cuadro completo.5 W A L T Z : L a vie politique de Snque. P a r s , 1909, 248. 6 BRANOKR, e n p g . 146 d e Pour une dfinition du princpat: Auguste dans Aulu-Gelle, XV, 7, 3, e n Rev. t. Lat., XXI-XXII, 1943-1944, 144-154. 7 BRANGER. o. c., 146, a t r i b u y e a S n e c a , a s i m i l a d o a C i c e r n , u n "idal d e l ' h g m o n i e d ' u n p r i n c i p e , le m e i l l e u r (i^feiiovov), qui, p a r s l e c t i o n n a t u r e l l e , l ' e m p o r t e n c e s s a i r e m e n t s u r t o u s l e s a u t r e s ; soit l a m o n a r c h i e d a n s l a n a t u r e " . P a r a i l u s t r a r e s t o l t i m o e n v a , e n t r e o t r o s p a s a j e s , a Ep., X C , 4-5, d o n d e S n e c a a t r i b u y e a P o s i d o n l o l a a f i r m a c i n d e q u e e n l a e d a d de o r o g o b e r n a b a n l o s s a b i o s y dice c o m p a r t i r l a , e n s a l z a n d o l a s v i r t u d e s d e a q u e l l o s h o m b r e s : prudentia, fortitudo, beneficentia... Ello no deja lugar a d u d a s . E n c a m b i o , l a m i s m a c a r t a m u e s t r a (44) u n c a m b i o d e t o n o y alguna contradiccin, pues son presentados aquellos primeros hombres e n u n estado rudimentario, inocentes por ignorancia, buen o s p o r n a t u r a l e z a s i n l a p e r f e c c i n d e l e j e r c i c i o (non fuere sapientes). M s a d e l a n t e (46) a f i a d e : deerat illis iustitia, deerat prudentia, deerat temperantia ac fortitudo. Basta eso para disc u t i r la c e r t e z a d e l i d e a l m o n r q u i c o ? N o , d e s d e l u e g o , p e r o s e s s i g n i f i c a t i v o de que e n t r e l a t e o r a e s t o i c a c i t a d a y l a v e r s i n ntima h a y u n a zona que n o s queda oscura.

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Desde luego, los autores que se ocupan de la efectiva actividad poltica de Sneca sealan siempre como suyo el intento de rehabilitar la funcin del senado bajo Nern, pero sin darle ms importancia que a una simple providencia administrativa. As, p. ej., el P. Elorduy recientemente* mantiene la idea de un bicefalismo desigual y presenta la reactivacin del senado con tono de concesin de la monarqua, de falta de fe en las instituciones tradicionales; para Fontn ' es poco ms que una mera pervivencia, un reflejo de la rigidez de las estructuras sociales romanas. El, como Lana seala que el gobierno era para8 ELORDTTY, e n p g s . 55-56 d e Sneca, preceptor de Nern, en E s t . CI., X I , 1967, 4 1 - 8 2 : "El d i s c u r s o d e S n e c a p r e s c i n d e d e l populus romanus y de sus instituciones, porque nadie tena fe e n e l l a s , y t r a t a de r e s t a u r a r l o q u e s e p u d i e r a s a l v a r , m e d i a n t e el f u n c i o n a m i e n t o a u t n o m o y r e s p o n s a b l e d e l S e n a d o . . . " . 9 F O N T N : Sneca, un intelectual en la poltica, en Atlntida, IV, 1966, 142-174. A l a v e z q u e a l u d e s u f i c i e n t e m e n t e a la r e s t i tucin de las atribuciones del S e n a d o e n la lnea del m a n t e n i m i e n t o d e l a "rgida e s t r u c t u r a j e r a r q u i z a d a d e l a s o c i e d a d r o m a n a " (144-146), d i c e c l a r a m e n t e q u e S n e c a , c o n el m o d e l o d e Augusto, "haba logrado establecer u n buen gobierno monrquico". S n e c a era, p u e s , el i n s p i r a d o r d e e s e i m p e r i o d e f i n i t i v a m e n t e m o n r q u i c o , a i m q u e c o n u n a s c u a n t a s c o n c e s i o n e s a la t r a d i c i n n a c i o n a l (149), l o g r a n d o , i n d i r e c t a m e n t e , el i d e a l d e l filsofo g o bernante. Insiste e n que S n e c a n o comparta las ideas republic a n a s d e l o s que, a l a m u e r t e d e c a i g u l a , i n t e n t a r o n la r e p o s i c i n d e la o l i g o c r a c i a (cf. n . 24 y p g . 169), a p o y n d o s e e n l o s datos favorables a l a m o n a r q u a de los t e x t o s senequianos: s i g nificado d e que l l a m e al p r n c i p e arhiter y tutor (168), el m o d l i c o g o b i e r n o d e s a b i o s d e l a e d a d d e o r o y a a l u d i d o e n n. 7, el u s o n o p e y o r a t i v o d e l a p a l a b r a rex ( e n el t e r r e n o d e l o s principios, c o m o m u y bien subraya el propio autor). 10 L A N A : L . Anneo Seneca e la posizione degli intellettuali romani di fronte al principato. T u r i n , 1964. ES el c u r s o d e L i t e r a t u r a l a t i n a de 1963-64, m u y i n t e r e s a n t e . S o s t i e n e q u e S n e c a p r e t e n d i s i e m p r e i n t e g r a r a l o s i n t e l e c t u a l e s , c o m o t a l e s , e n el E s t a d o , e n el p r i n c i p a d o , a t r i b u y n d o l e s u n a f u n c i n (7) y p r e c o n i z a n d o p a r a e l l o s l a a c c i n e n beneficio d e l o s c i u d a d a n o s , p o r e n c i m a d e t o d o s los o b s t c u l o s ( 9 - 1 1 ) . P a r a a s e g u r a r al filsofo la g u a d e

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Sneca un instrumento para lograr el generis humani rgimen; cuando ese intento, que Fontn presenta como prcticamente conseguido en los primeros aos, mientras Lana slo como pretendido, fracasa (para el primero, por la ndole de Nern fundamentalmente; para el segundo, por el carcter utpico de sus presupuestos), queda el retorno al ideal de vida contemplativa Ambos estn, por supuesto, de acuerdo en que su ideal de gobierno era monrquico, pero es Lana quien lo analiza con ms detalle concluyendo que Sneca acept el principado y reconoci la imposibilidad de hacer revivir las libertades republicanas porque, como poltico realista, advirti que las costumbres y los ideales haban cambiado: la sociedad de su poca no tena ya como aspiraciones mximas la libertas y la aequalitas iuris ciuilis, por lo que el retorno del antiguo rgimen era inaplicable. Al tratar de solucionar el problema concreto de Roma, vuelve los ojos a las teoras estoicas en torno al rex iustus,J o s h o m b r e s (16, 86-87, 9 3 - 9 4 ) , S n e c a e s t d i s p u e s t o (46 ss.) a negociar, a comprometerse, a adular a Polibio, a tratar de ganarse el f a v o r d e C a i g u l a : scit emere uenalia. 11 P a r a F o n t n e s o r e p r e s e n t a e l f r a c a s o d e u n a v i d a , p o r q u e es l a r u i n a d e s u obra p o l t i c a (147); p a r a L a n a , s l o el f r a c a s o de u n m e d i o , p o r d e c e p c i o n a n t e q u e s e a , p o r q u e a t i e n d e m s al c a r c t e r m o r a l del humani generis rgimen. Este puede perseguirse t a m b i n f u e r a d e l E s t a d o ; l a p a r t i c i p a c i n d e l o s i n t e l e c t u a l e s e n el e j e r c i c i o d e l p o d e r es s l o u n i n s t r u m e n t o . 12 L A N A : o. c , 117-146. Cf. 129: "II p i a n o d i S e n e c a ci a p p a r e a b b a s t a n z a c h i a r o : a c c e t t a z i o n e d e l p r i n c i p a t o (e c o n s e g u e n t e r i n u n c i a a q u a l s i a s i p r o g e t t o di r e s t a u r a z i o n e r e p u b b l i c a n a , r i t e n u t a i m p r o p o n i b i l e ) , rifiuto d e l l a c o n c e z i o n e r e p u b b l i c a n a d e l l a l i b e r t , n u o v a f o n d a z i o n e dei r a p p o r t i f r a d o m i n a n t e e d o m i n a t i s u l l a b a s e d e l l a clementia ( c h e , d a q u e s t o p u n t o di v i s t a , s o s t i t u i s c e lo i d e a l e r e p u b b l i c a n o d e l l a libertas) : g i u s t i f i c a z i o n e d e l l a t e o r i a d e l l a clementia b a s a t a s u l l a finzione d e l rex iustus c h e d i f f o n d e la v i r t , il b e n e , la f e l i c i t , ecc., f r a i s u o i s u d d i t i " .

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una utopa graduable; las relaciones entre el monarca y sus subditos se ordenan segn una concepcin paternalista, basada en el amor, la proteccin sacrificada y, desde el punto de vista estoico, la funcin moral del prncipe como modelo de virtud para los hombres; esas relaciones paternalistas superan, para Lana, la antinomia repblica/principado; diramos ms bien la antinomia repblica/rex, porque ocurre que esa orientacin estaba presente en el principado desde Augusto pater patriae, aunque ahora se intensifique. Entonces, ideologa de Sneca = teora poltica del principado? Lana seala muy bien que la solucin de Sneca era la nica que le ofrecan las circunstancias " y que, al recurrir a la idea del gobierno del rex optimus, hubo de aceptarla en bloque pero no quiere tomar partido en la cuestin de si la proclamacin de esa doctrina la hizo el filsofo con entusiasmo o con resignacin. Ya es digno de destacarse el que se haya formulado la pregunta, aunque no lle13 Y d e u n p r i n c i p a d o d e c l i m a a u g s t e o , u n g o b i e r n o d e l m e jor, a l d e c i r d e l a m a y o r a . P e r o A u g u s t o l e p a r e c i e s e princeps que por naturaleza precede a los d e m s hombres? Bellas cosas d i c e d e l. p e r o c i e r t a m e n t e J A L (Images d'Auguste chez Snque, e n Rev. t. Lat., X X X V , 1 9 5 7 , 2 4 2 - 2 6 4 ) h a r e b a j a d o l a c r e e n c i a e n u n S n e c a pro-augsteo a base de entresacar la dura crtica m o r a l q u e h a c e el filsofo d e s u c r u e l d a d ; s i n e m b a r g o , el a u t o r concluye que l a repulsa es slo moral, como la que h a c e de A l e j a n d r o (cf. PAVIBZ: Alexandre le Grand vu par Snque, en Palaeologia, VII, 1 9 5 8 , 1 0 7 - 1 1 0 ) ; de Augusto dice l: "un e m p e rador que corresponde e n m u c h o s aspectos a su concepcin del poder poltico" ( 2 6 4 ) ; notemos, sin embargo, que la repulsa moral de u n moralista n o es, cabalmente, u n a nimiedad.M LANA: O. C , 128.

15 L A N A : O. C , 1 2 7 : " U n a v o l t a c h e S e n e c a h a a c c e t t a t o di r i s o l v e r e il p r o b l e m a p o l i t i c o di R o m a c o n i m e z z i c h e gli m e t t e a d i s p o s i z i o n e la t e o r i a s t o i c a , egli d i v e n t a p r i g i o n e r o di t a l e t e o r i a . . . "

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gue la respuesta; pero me interesa insistir en esa direccin. Lana habla de Sneca en su intento de resolver un problema poltico concreto; pero es que, de ese problema, el planteamiento le vena ya formulado por las circunstancias histricas; casi nos atreveramos a decir que tambin la solucin. El principado estaba all. Los patricios haban fracasado en el ao 41, mientras todava estaba Sneca en el destierro. Y Sneca Lana insiste una y otra vez en ello era un poltico adaptable *^ No apunta tambin hacia ello cuando se pregunta si alguien se hubiera atrevido a negarle que Nern era el rey justo, el sapiens? Esto, por lo que hace a la prctica poltica; en el plano terico cambia un poco, menos de lo que parece a primera vista: nadie puede negar que Sneca formula como ideal de gobierno el mando del mejor, haciendo suya con alguna contradiccin la nica teora que poda tener aceptacin oficial en su poca. Aun tratndose de una doctrina oficial no parece legtimo sospechar, sin pruebas, de la autenticidad del asentimiento que Sneca le prest; en cambio, s parece razonable dudar de la profundidad de esa aceptacin. En otros trminos, me parece que cabe pensar que, en una materia cuestionable y entre varias teoras no repugnantes a la razn, Sneca se adscribiera sinceramente a la que nos ocupa, pero no plenamente. Si16 Cf. n. 10. D e s t a c a L a n a c o n h a b i l i d a d , e s p e c i a l m e n t e e n p g i n a s 93-97, l a flexibilidad d e l a s n o r m a s d e S n e c a e n e s e s e n t i d o . H a r t o s i g n i f i c a t i v a es l a p o s t u r a q u e e x p r e s a e n Ei)., L X X I I I : el filsofo n o e s u n r e b e l d e f r e n t e al g o b i e r n o , s i n o e l s u b d i t o m s y m e j o r a g r a d e c i d o , por c u a n t o e s el q u e m s f r u t o o b t i e n e d e la securitas que l e p r o p o r c i o n a l a pax y l a libertas^ entendida c o m o p o s i b i l i d a d d e d i s p o n e r d e s u t i e m p o , d e l otium. Cf. L A N A : o. c , 19-21.

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algn medio hay de comprobarlo, ha de ser fuera de sus afirmaciones conscientemente polticas. Con ese fin me propongo hacer un pequeo examen ^uno entre los muchos posibles de un tema que puede esperarse que resulte significativo: la opinin de Sneca acerca de personajes histricos romanos. Aun cuando la revisin resultara infructuosa, habremos tenido ante los ojos, un momento, algunos de los ms vibrantes casos de reciedumbre humana. He elegido las Epstolas no ya porque pasen, para algunos, por ser el testamento moral y filosfico de su autor, sino porque la diversidad de sus temas parece requerir un campo de ejemplificacin ms amplio que las obras monogrficas y porque la misma modalidad epistolar no sujeta el pensamiento al rigor cannico de la composicin e invita, en su compleja unidad de bosque, a la bsqueda. De otro lado, escritas en una poca generalmente caracterizada como de decepcin, parece de antemano que han de ser ms interesantes para nuestro propsito. Prescindiremos de las simples citas de situacin cronolgica o anecdotario indiferente, frecuentes entre las actitudes paradigmticas que vienen a ilustrar los problemas morales; slo nos ocuparemos de los personajes identificables en la historia del mundo romano, cuya posicin poltica y social est a nuestro alcance, sin perder de vista, por otra parte, que en las opiniones de Sneca han contado sin duda las afinidades meramente doctrinales y que buena parte de los actos y palabras que nos transmite eran temas de declamacin, incorporados a las colecciones de ejemplos de los rtores, limados por la tradicin para 188

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espejo de austeridad militar o de estoicismo romano". Pasando, en consecuencia, por alto a los Decios y Muelos, Rgulo y Fabricio, que nos llegan siempre vecinos a Scrates en el trance de morir, los personajes ms alejados en el tiempo que cita son Escipin Africano el Mayor y Catn el Censor. Sobre el primero de ellos, el elogio moral es sonoro, tanto de la sencillez de sus costumbres como del severo lugar de su retiro en Literno sus excepcionales servicios a Roma con las armas ^; pero, por encima incluso de stos, la magnitudo animi que le lleva a aceptar serenamente el destierro^', ya en trminos de excelsitud moral. En el discurso que le presta, Escipin hace suya la disyuntiva tpica (para Roma, o Escipin o la libertad): No quiero derogar nada de las leyes, nada de lo instituido... Fui la causa, ser tambin la prueba de tu libertad: me retiro, si he llegado ms arriba de lo que a ti te conviene. No aparece la decepcin de T. Livio ante la patria des' agradecida: Sneca est en la lnea de la admiracin" A Lucilio, como Decantatele in omnibus18 C i . L X X X V I , 19 L I , 11. 8-12;

a un scholis

escolar fbulae9.

a v i s a d o , le istae sunt...

hace protestar: (XXIV, 6).

LXXXVII,

20 Carthaginisest (LXXXVI, 5);

horror,cf.

cui Roma

debet

quod9.

tantum

semel

capta

adems L X X X V I I ,

21 L X X X V I , 1-3: ...quam (la m o d e r a c i n y piedad de Escipin) magis in ilio admirabilem indico, cum reliquit patrtam quam cum defendit: aut Scipio Romae esse debbat, aut Roma in librtate. "Nihil, inquit, uolo derogare legibus, nihil institutis. Aequum inter omnes dues ius sit: utere sine me beneficio meo, patria..." Quidni ego admirer hanc magnitudinem animi, qua in exiUum uoluntarium seeessit et ciuitatem exonerauit? Eo perducta res erat ut aut libertas Sciptoni aut Scipio libertati faceret niuram...22 X X X V I H , 53.

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optimista. De la mera admiracin al hombre fuerte? S, pero esa fortaleza se manifiesta en el sacrificio de una ambicin, precisamente porque se entiende que el bien de la patria est en la renuncia al poder personal. La situacin poltica de la poca era la de desequilibrio de signo oligrquico en la celebrada constitucin mixta romana y el Africano trajo el anuncio del poder militar^' con apoyo en el prestigio personal^''. Creo que se puede prescindir de la cuestin de si Sneca sigue la tradicin idealizada o si pudo tener en la mente las presiones que el noble haba sufrido de parte del senado (que le opona a Catn, el rgido homo nouus) y de los tribunos de la plebe ^: en cualquier caso, es patente el pronunciamiento de Sneca en favor de la renuncia al poder personal (para no decir, por prudencia, en contra de esa forma de gobierno) y la oposicin que entre l y la libertad pblica admite. Todava hemos de destacar que nuestro autor, igual que Cicern^, se complace en relacionar esa figura con la de Catn", siguiendo el deseo de ver en ellos, al margen de la poltica, a dos campeones de la grandeza de Roma, por ms que no deje de inquietamos el pensar que entre las costumbres que combati el segundo estuvieron, en algn momento, algunas de las de Escipin.23 Varia, 24 25 1940, 26 fere Cf. B O U V I E R : La rpublique romaine et IV, P a r i s , 1961, 238-239. T . Liv., X X X V I I I , 51. Cf. B L O C H - C A R C O P I N O e n G L O T Z : Histoire 9 0 - 9 2 ; S C U L L A R B : Roman Politics. Oxford, De rep., I, 18; de off., HI, 1: ...Cato, qui aequalis... Censorius, quem la dmocratie, en

romaine, II, Paris, 1951, 145-152. fuit eius Scipionis

27 L X X X V I I , 9 : M. Cato

tam

e re publica

fuit

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De Marco Porcio Catn recoge situaciones tpicas de su destacada funcin pblica^* y la austeridad de su vida privada^'. Nadie con un margen generoso de adaptacin histrica puede tachar de hipocresa o de falta de informacin las alabanzas de la sencillez de vida de estos hombres, con relacin a su efectiva opulencia^; por ms que Catn, como otros, a pesar de la lex Claudia de 218, siguiera obteniendo beneficios del comercio a travs de sus libertos, aparte la agricultura Este mismo Catn puede ser el que presenta a Lucilio como ideal de vida^^ aunque quiz demasiado rgido para l (XXV, 6; CIV, 21; XL 10). Poco dice de Escipin Emiliano mismo, y poco significativo: cuando ensalza el xito de su tenacidad ante Numancia", por clido que resulte, no podemos olvidar que en la seleccin del ejemplo, puesto que se trataba de equiparar la uirtus de vencedores y vencidos para ilustrar la paridad de las virtudes e inmutabilidad del bien, ha debido de pesar mucho el mrito de los celtberos. Desde luego, ya antes lo haba puesto como modelo de vida, con Lelio y Catn (XXV, 6). En cambio, alude a algunos personajes denasci quam Scipionem alter enim cum hostibus nostris bellum, alter cum moribus gessit... 28 Cf. n . 27 y X C V , 72. 29 L X X X V I , 1-10; L X X X V I I , 9-10. 30 S o b r e E s c i p i n , S n e c a d e b i d e t e n e r , c o m o s u p a d r e (Contr., V, 2, 3 ) , e l c o n v e n c i m i e n t o d e q u e e r a e f e c t i v a m e n t e p o b r e .31 R O U V I E R : O. C, 220.

32 Cf. C i c , de rep., I, 1: M. nero Catoni... quo omnes qui rebus studemus quasi exemplari ad industriam uirtutemque cimur. 33 L X V I , 13: Magnus Scipio, qui Numantiam eludit et mit cogitque inuictas manus in exitium ipsas suum uerti: ille obsessorum animus, qui scit non esse clusum, cui mors est, et in complexu libertatis expirt.

isdem duconprimagnus aperta

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S U crculo, estoicos conocidos, aunque advirtamos, ya desde aqu, que nada dice de cierto joven pariente de formacin estoica discpulo de Blosio, el seguidor de Antpatro de Tarso, inter magnos sectae (XCII, 5), Tiberio Graco; ni del maestro, que, acusado de instigador, fue desterrado a la muerte de Tiberio; slo incidentalmente, entre otros oradores, nombra a G: Graco. Quinto Elio Tubern, el sobrino de Emiliano, conmueve a Sneca con su exaltacin de la pobreza, condensada^"* en la humildad del ajuar que aport a un banquete en el Capitolio (censura fue aquello, no cena), a relacionar, probablemente, con el banquete fnebre de Escipin Emiliano, que debi costar la pretura a Tubern Insiste en su pobreza, sin ms, en CXX, 19, y lo propone como gua de conducta en CIV, 21. Sigamos tambin ahora el hilo de la historia: recordemos que Tubern, primo y camarada de Tiberio Graco, se dice que rechaz la amistad de ste cuando, en vista de los acontecimientos, incluso la fraccin reformadora del senado y los tribunos empezaron a temer el poder personal, con base, esta vez, de constitucin pura ^. Otro estoico famoso vinculado al crculo de Escipin: Rutilio Rufo, cnsul en 105; otro varn recto que acoge con serenidad el destierro injusto una acuX C V , 7 2 - 7 3 : Proderit non tantum quotes esse soleant boni uiri... sed quotes fuerint narrare et exponere... Tuberonis ligneos ledos, cum in publico sternerent, haedinasque pro stragulis pelles et ante psius louis cellam adposita conuiuis uasa fictilia. Quid aliud paupertatem in Capitolio consecrare? ...Censura fuit illa, non cena... Omnium illorum aurum argentumque fractum est et milliens conflatum, at omnibus saeculis Tuberonis fictilia durabunt. Cf. t a m b i n X C V I I I , 1 3 . 35 V a l . M a x . , V I I , 5 1 ; Cic. pro Mur., X X V I , 7 5 , 7 6 .36 Cf. BOTTVIER: O. C , 254-262.

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sacin de concusin, quiz para cortar su severidad en las exacciones causa, en definitiva, de la divulgacin de su inocencia y virtud (LXXIX, 14) y tiene adems la fortaleza de rehusarle el regreso a Sila, a quien nadie se atreva entonces a negar nada''; lo pone en distintas enumeraciones junto a Catn, Escvola y Scrates (LXVII, 7; LXXXII, 11; XCVIII, 12); un estoico, insistamos, que se resiste al poderoso. Y el poderoso es, precisamente, Sila. Junto a Rutilio, alaba el valor de Mtelo; pero no con referencia a las campaas africanas, sino solamente a su destierro: un episodio que prueba su temple moral y que, a la vez, lo convierte en un hroe de la aristocracia: se haba opuesto hasta el final a las leyes agrarias de Saturnino y Glaucia stercus Curiae ^, en favor de la legalidad, desde luego, pero tambin protegiendo la interesante occupatio de las llanuras del Po. Su disconformidad con Mario, su antiguo legado, que termin por ceder ante los tribunos en aquella ocasin, es clara, de otro lado. Aade Sneca que acept el retorno (en 99, por intervencin del tribuno Calidio) por la repblica, pero ya no sabemos en qu forma la favoreci. Hasta ahora, en esta galera moderadamente cronolgica, slo hemos encontrado ejemplos positivos: los contrastes los hemos hecho emerger o, al menos, los hemos subrayado, en el caso de Sila nos37 X X I V , 4 : Damnationem suam Rutius sic tulit, Uli molestum aliud esset quam quod male iudicaretur. tellus fortiter tulit, Rutilius etiam libenter: alter, publicae praestitit, alter reditum suum Bullae negauit, negabatur.38 Cf. BLOCH-CARCOPINO: O. C , 353.

tamquam Exilium ut rediret, cut nihil

nihil Merei tunc

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Otros. Por lo tanto, no deja de ser sugestivo que la primera actitud clarsimamente condenatoria y ya no por comparacin aparezca a propsito de Mario. En dos pasajes lo cita: en el primero lo caracteriza histricamente como uno de los primeros que alcanz el poder pblico; ciertamente, el que la alusin a su residencia en Bayas aparezca en el texto precedida por el recuerdo de Escipin retirado a Literno y seguida de la negativa, en forma de pregunta retrica, a que Catn hubiera podido soportar el ambiente frivolo de Bayas, difumina un tanto el claro reconocimiento de la severidad castrense de las villas de Mario, Csar y Pompeyo. Con todo, algn rasgo de moderacin admite aqu en stos, puesto que en otras ocasiones, a pesar de su reiterada idea de que los vicios aumentaban sin cesar, descarta que hubiera gran diferencia moral entre su siglo y el anterior, sosteniendo que ninguna poca se vio libre de la maldad. La segunda vez que habla de Mario lo hace con gran dureza (Ep., XCIV, 66, Quid, tu C. Marium semel consulem unum enim consulatum accepit, ceteros rapuit cum Teutonas Cimbrosque concideret, cum lugurtham per Africae deserta sequeretur, tot pericula putas adpetisse uirtutis instinctu? Marius exercitus, Marium ambitio ducebat). Pues justamente con ese ejrcito Mario dej al senado sin el recurso de la armada cvica; gracias a l se dispersaba en el ao 100 laM L I , 1 1 : lili quoque ad quos primos fortuna populi Romani publicas opes transtulit, C. Marius et C. Pompeius et Caesar, exstruxerunt quidem uillas in regione Baiana, sed illas inposuerunt summis iugis montium: uidebatur hoc magis militare, ex edito speculari late longeque subiecta... scies non uillas esse, sed castra. 40 Cf. X C V I I , 1 ss.

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plebe urbana, que protestaba contra las leyes agrarias, se persuada al senado y se lograban muchas otras cosas; pero lo que nos importa aqu: ante un nuevo tipo de poder personal, la dictadura militar, aparece la repulsa del filsofo, no slo a la ambicin en general, sino tambin a los consulados contra derecho. Y, como antes, el nombre de Mario nos llega tras acusaciones paralelas a Csar y Pompeyo. De Sila hace otros dos comentarios: uno de su prepotencia y otro de su temperamento su terrible clera. De Lutacio Ctulo, protegido por Sila en sus comienzos, slo una frase"', que nos lo muestra en la parte honesta del senado durante el proceso de Clodio. A Cicern, dissertissimus uir, se refiere en catorce ocasiones, pero la mayora de ellas sin carga moral o poltica de ningn tipo: se apoya en l para invitar a la filosofa (XVII, 12); le alude por cuestiones de fama (XXI, 4), de terminologa filosfica (LVIII, 6), estilsticas (C, 7) y literarias (XLIX, 5); le alaba como orador; cita su ejemplo al traducir unos versos griegos (CVII, 10) y su obra De re publica, aludiendo a la Carneadis in iustitiam disputatio del libro III (CVIII, 3). Junto a otras referencias sin ninguna importancia'^, en la carta CXVIII, 1-2 le denuncia un rasgo de superficialidad y reprocha su agitacin por los rumores estrechos en el bullicio de la vida pblica'^, peroCf. n . 37. X I , 3 - 4 : Qudam nunquam magis quam cum erubuerint Ai sunt', quasi omnem uerecundiam effuderint; Sulla tunc uiolentissimus cum fadem eius sanguis inuaserat.41

timenerat

Cf. X C V n , 6. 44 L V n i , 12 y 16; XCVH, 3 ; CXI, 1; CXIV, 16.45 ...nec faciam quod Cicero, uir iubet, ut etiam si rem nullam habebit, disertissimus, facer quad in buccam uenerit Atticum scri-

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si advertimos que ello le sirve de transicin para presentarnos una serie de bienes aparentes, de motivos de afn por cosas que no dependen del hombre, sino de la fortuna, con la consiguiente exhortacin a desdearlos, no cabe atribuir a la crtica demasiado alcance; por contraste, s nos interesa destacar que entre los que pretenden los dones de la fortuna sita, en primer trmino, a los candidatos, que buscan votos apasionadamente: podemos, claro est, aadir esto a la gran cantidad de lugares en que Sneca valora negativamente la opinin de la multitud ^, pero tambin especialmente notar que hace depender los resultados de una votacin de la fortuna, la que eleva a los Vatinios y rechaza a los Catones... Omito, por indiferente, una alusin al pompeyano Msala Corvino, en LI, 1. Hemos venido a parar, pues, a los hroes de Lucano. En las Cartas morales es Catn el romano ms citado (en dieciocho cartas), seguido por Pompeyo y Csar (en doce y diez, respectivamente) y los tres, en conjunto, los ms significativamente aludidos desde el punto de vista poltico. Pompeyo y Csar aparecen prximos, envueltos en su sombra ambicin, frentebat. Nuquam potest deesse quod scribat, ut omnia illa, quae Ciceronis implent epistulas, transeam: quis candidatus laboret; quis alienis, quis suis uiribus pugnet; quis consulatum fiducia Caesaris, quis Pompei, quis arcae petat... Sua satius est mala quam aliena tractate... Quam putas esse iucundum tribubus uocatis, cum candidati in templis suis pendeant et alius nummos pronuntiet^ alius per sequestrem agat, alius eorum manus osculis conterat, quibus designatus contingendam manum negaturus est...? ... Quanti animi res est solum nihil petere, nihil supplicare, et dicere nihil mihi tecum, fortuna; non fado mei tibi copiam. 46 Cf. epist. V I I y V I I I ; X , 3 ; X V I I I , 4; X X I X , 8 (... M aestimes iudicia, non numeres...); X X X I , 2; X X X I V , 1; X X X V I , 3 ; X L , 4; LII, 9; L X V I I I , 1-4; L X X I V , 4; L X X X I , 10; X C I V , 60; C X X I I I , 6.

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a Catn, el hroe incomprendido, cada vez que el autor recuerda las guerras civiles. Ya hemos indicado que une a Csar y Pompeyo con Mario ^, como representantes del poder. Antes an, en unas supuestas lamentaciones por la inutilidad de los esfuerzos de Catn*, los haba representado como furentes principes, en la gravedad de las circunstancias, seguido cada uno por sus partidarios, en pugna por el poder, no por la libertad de la repblica; lo que se ventilaba era, nos dice, la eleccin de un dominus. Contrapuesta a la libertas ha surgido la palabra ms dura"'. Ni siquiera es preciso dar a la libertad que sucumbe aqu el alcance de plenitud tica que tiene para el filsofo^"; basta entenderla en el sentido ms elemental: ya es suficiente. Del lado de la libertad est Catn vociferando en vano. En Ep., XCV, 69-70, comparando a Catn con el potro valeroso de Georg., II, 75-81, dice que fue el primero en alzarse contra los ejrcitos que estaban ya al pie de los Alpes... Altius certe nemo ingredi47 Cf. n. 3 9 . 48 X I V , 1 2 - 1 3 : Quid ergo, inquis, uidetur Ubi M. Cato modeste philosophari, qui bellum ciuile sententia reprimit? Qui furentium principum armis medius interuenit? Qui, aliis Pompeium offendentibus, aliis Caesarem, simul lacessit dos?... Quid tibi uis. Maree Cato? lam non agitur de librtate: olim pessumdata est. Quaeritur utrum Caesar an Pompeius possideat rem publicum: quid tibi cum ista contentione? Nullae partes tuae sunt. Dominus eligitur: quid tua uter uincat? Potest melior uincere, non potest non peior esse, qui uicerit... Quid aliud quam uociferatus est Cato et misit irritas uoces, cum modo per populi leuatus manus et obrutus sputis exportantium extra forum traheretur, modo e senatu in carcerem duceretur? 49 Cf. D'ORS: O. C , 246-247.

50 C., p . e j . , L X V I , 1 6 : qua nihil honestum est quod ad quod coactum fit. ...Non potest honestum esse quod non est rum: nam quod timet, seruit.

inuito, libe-

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potuit quam qui simul contra Caesarem Pompeiumque se sustulit et aliis Caesarianas opes, aliis Pompeianas [tibi'] fouentibus utrumque prouocauit ostenditque aliquas esse et rei publicae partes. Nam parum est in Catone dicere: nec uanos horret strepitus. Quidni? cum ueros uicinosque non horreat, cum contra decern legiones et Gallica auxilia et mixta barbarica arma ciuilibus uocem liberam mittat et rem publicam hortetur ne pro librtate dcidt, sed nunc omnia expertatur, honestius in seruitutem casura quam itura. Esta escena, semejante a la anterior, pinta la situacin de Roma en el ao 50 y atribuye a Catn la iniciativa de Marcelo ante el senado en pro de la resistencia, slo l libre frente al doble peligro que amenaza y frente a los resignados. En CIV, 30 vuelve a emplear buena parte de esos trminos Csar apoyado por diez legiones, Pompeyo solo el pasaje no es muy claro fuerte contra todo; mientras unos se inclinan hacia Csar, otros hacia Pompeyo, Catn solo forma un partido, el de la repblica. Describe luego la situacin general: el pueblo, inclinado a la revolucin, con el primero; los optimates y caballeros todo lo que haba de honorable en el Estado con Pompeyo; entre ellos, la repblica y Catn, opuesto a ambos, s, pero aparentemente en51 CIV, 30, 3 1 : Denique in illa rei publicae trepidatione, cum illinc Caesar esset decem legionibus pugnacissimis subnixus, totis exterarum gentium praesidiis, hinc Cn. Pompeius (sat is unus aduersus omnis?) cum alii ad Caesarem inclinarent, alii ad Pompeium, solus Cato fecit aliquas et rei publicae partes. Si animo complecti uolueris illius imaginem temporis, uidebis illinc plebem et omnem erectum ad res nouas uulgum, hinc optumates et equestrem ordinem, quicquid erat in ciuitate sancti et electi, duos in medio relictos, rem publicam et Catonem.

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diferente medida. En efecto (CIV, 32), el propsito de Catn es distinto con respecto al xito de uno u otro: dice que, si llega a vencer Csar, se matar; si Pompeyo, saldr para el destierro; pese a elio, en CIV, 33 insiste en su paralelo desafo a ambos, siempre con la libertad como causa ltima del encuentro, esa libertas que Sneca no admite que fuera buscada por el triunvirato con Craso Me parece que, gracias quizs a la actitud menos hostil de Catn ^, prevalece la idea de que Pompeyo resulta ms favorecido que Csar; la justificacin, apuntada ya al hablar del apoyo que le prestaban las clases altas, queda patente en boca de Lucilio, que vacila en admitir que la grandeza moral sea igual en el xito y en el fracaso (Ep., LXXI, 9): Pero Cn. Pompeyo perder el ejrcito; pero el ms bello ornamento de la repblica, los patricios, y la vanguardia del partido pompeyano, el senado en armas, se abatir en una sola batalla... Parece que ante Sneca ante Catn? lo nico honorable de Pompeyo es la calidad de sus seguidores. Despus de ello, slo hace alusiones a su muerte (IV, 7), para demostrar que no hay posicin segura ante la desgracia; a su timidez utique in contione (XI, 4) y algunos detalles sin importancia (XXIV, 9; XCVII, 8; CXVIII, 2). Con l, un pompe52 ...et Pompeium et Caesarem quorum nemo alterum offendere audebat nisi ut alterum demereretur, simul prouocauit. 53 crv, 2 9 ; ...nisi forte Cn. Pompeium et Caesarem et Crassum putes libertatis socios fuisse. 54 C a t n n o q u e d a n u n c a s e a l a d o c o m o u n v e r d a d e r o p o m p e y a n o (cf. M A R I N E R : Csar, Guerra civil, I , B a r c e l o n a , 1 9 5 9 , 7 9 , n . 1 ) ; p a r a l, c o m o p a r a m u c h o s d e l p a r t i d o r e p u b l i c a n o , P o m p e y o d e b i de representar u n mal menor. Y ante Sneca, por otra parte, era el d e r r o t a d o .

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yano quiz mejor catoniano ilustre, Q. Mtelo Po, que, si moralmente triunfa (XXIV, 9), marca el declinar de la estrella de los Escipiones en Africa (LXXI, 10). Si volvemos a Csar, no hallaremos disculpa: adems de su ambicin desmesurada, retratada con la de Mario y Pompeyo, hay algo que nos parece irnico, que nos hace pensar en la Apocolocintosis: Sextio rechaz la laticlavia imo lulio dante (XCVIII, 13): diuus lulius, ese ambicioso esclavizador de la repblica... Y poco ms: un recuerdo para la conjura de su muerte (LXXXIII, 12: illius dico, qui superato Pompeio rem publicam tenuit) y otros indirectos ^. Tras l, un cesariano, Vatinio: incidentalmente se habla de su proceso por ambitus (XCIV, 25) y se insiste en contraponerlo proverbialmente a Catn en CXVIII, 4 y CXX, 19. Y sobre los conjurados? Recuerda solamente que Casio no beba sino agua, mientras Cimbro era alcohlico; y la muerte de Junio Bruto, deshonrosa, suplicando la vida, aun bajo Antonio". Ni alabanza ni reproche al acto, violento al fin y al cabo; pero es claro que Sneca considera el triste final de estos tiranos como una necesidad fatal: en XCIV, 67 dice que ellos son tambin arruinados por sus pasiones y por55 X C I V , 6 5 : Quid C. Caesarem in sua fata pariter ac publica inmisit? Gloria et ambitio et nullus supra caeteros eminendi modus. Vnum ante se ferr non potuit, cum res publica supra se tres ferret. 56 Cf. X C V I I , 2; C X V I I I , 2. 57 L X X X I I I , 12: De illa C. Caesaris caede, illius dico qui... rem publicam tenuit, tam creditum est Tillio Cimbro quam C. Cassio: Cassius tota uita aquam bibit, T. Cimber et nimius erat in uino et scordalus; L X X X I I , 12: ...Brutus... euocatus ad mortem iussusque praebere ceruicem: "Praebebo", inquit, "ita uiuam"... Paene adiecit: "uel sub Antonio".

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ello, despus de haber perjudicado a muchos, sufren tambin en s la violencia desastrosa con la que a tantos daaron. Catn es, sin duda, la figura cumbre. Lo equipara a los ms ilustres ejemplos de fortaleza: a Scrates, a Rgulo, Rutilio, Escvola Fundamentalmente atrae a Sneca su muerte: habla emocionado de su serenidad de filsofo en el momento final, despus de haber ledo a Platn, en el empleo de ese recurso ltimo del alma en peligro de esclavitud; no abandon la vida, la ech de s En los recuerdos del episodio presenta bien abrazadas la muerte y la libertad: Ep., XIII, 14: gladium adsertorem libertatis; XCV, 72: ...uulnus per quod libertas emisit animam. Slo su libertad individual? Parece que no, que hay algo de simbolismo, cuando en dos lugares recalca que no pretenda Catn ser libre l, sino la libertad de la patria, vivir entre libres*". Y, base de su muerte, una vida egregia, en la que afront el fracaso en el consulado con el mismo nimo que la derrota final (LXXI, 11; CIV, 30 y 33); no un autntico pensador, pero s un estoico digno de que Sneca le ceda la palabra para ilustrar las teoras de fsica de la secta (LXXI, 13 y ss.), con un valor obstinado, infatigable (lo nico" que le se58 Cf. X I I I , 14; L X V I I , 7; L X X I , 17; X C V I I I , 12. 5' X X I V , 6: Quidni ego narrem ultima illa nocte Platonis librum legentem psito ad caput gladio? Duo haec in rebus extremis instrumenta prospexerat, alterum ut uellet mori, alterum ut posset...; cf. t a m b i n L X V I I , 13; L X X , 19; L X X I , 9; L X X X I I , 12 y 13. X X I V , 7: Nihil, inquit, egisti, fortuna, omnibus conatibus meis obstando. Non pro mea adhuc sed pro patria librtate pugnaui, nec agebam tanta pertinacia ut liber, sed ut inter liberos uiuerem. X C V , 7 1 : Seit [ C o o ] s e unum esse, de cuius statu non agatur: non enim quaeri an liber Cato, sed an inter liberos sit. 61 Cf. n . 48.

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para de la tranquilidad que quiere Sneca para la labor del sabio) en oponerse al saqueo de los derechos republicanos, incomprendido y maltratado por el pueblo, que no supo reconocerle hasta que muri Lo perfila en otros puntos: cuando seala que su ndole no permita imaginarlo en la molicie de Bayas (LL 12) y que el pueblo mismo respetaba su pudor (XCVIL 8). Con lo recogido basta para entender que Sneca lo admir inmensamente, por lo que hemos de contar con la posibilidad de que la postura poltica de Catn ennobleciera a sus ojos la causa del senado; sin embargo, es fcil advertir que no es que el papel de Catn en el conflicto civil sea el vago teln de fondo de sus virtudes, sino que, muchas veces, stas se potencian por aqul, hasta el punto de que le hemos visto ensalzar su decisin a afrontar una guerra civil por la libertad, cuando tan reticente se muestra sobre Augusto en ese punto Marco Antonio** queda abiertamente tachado de enemigo de la patria, pero, al admitir sus notables cualidades (alabanza tambin en De hen., VI, 3, 1), parece compadecer su aniquilacin por los vicios. Quiz no est de ms recordar ahora que sus comienzos fueron, para muchos, de ortodoxia republicana.62 L X X I X , 14: Quamdiu Catonem ciuitas ignorauitl Respuit nec intellexit, nisi cum perdidit. Cf. J A L : O. C. S o b r e C a t n , m s q u e s o b r e n i n g n o t r o , s e i m p o n e l a s e n s a c i n de que s e t r a b a j a s o b r e u n " c l i c h " : v u e l v e t a n t a s v e c e s sobre l o s m i s m o s a s p e c t o s ! S i n e m b a r g o , e s i n d u d a b l e q u e S n e c a t e n a s u f i c i e n t e s e l e m e n t o s d e Juicio a n t e s d e a d o p t a r s u p o s t u r a , a u n q u e n o f u e r a m s que a t r a v s d e C s a r y d e C i c e r n ; e n l t i m o t r m i n o , el h e c h o d e h a b e r h e c h o s u y a e s a v e r s i n , con toda su proyeccin politica, parece harto significativo. 64 L X X X I I I , 2 5 : M. Antonium, magnum uirum et ingeni nobilis, quae alia res perdidit et in externos mores ac uitia non Romana

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La ltima etapa, ya en pleno principado, puede resumirse con brevedad, puesto que entre las naturales referencias a sus contemporneos no se muestra demasiado expresivo en el terreno que nos interesa. Para Augusto, un par de alusiones sin inters a su lado, la repulsa moral de Mecenas *^ sin concesiones, aunque lamentada por el contraste con su inteligencia y mritos; en cambio, al hablar de Vipsanio Agripa, del ministro que despus de Accio aconsej a Octaviano el restablecimiento del gobierno tradicional de la repblica. Sneca no oculta su admiracin: el nico dice de actividad pblica afortunada entre aquellos a quienes las guerras civiles hicieron ilustres y poderosos; admiracinisarropada, desde luego, por sus cualidades morales. Poco ms ya: cuatro veces ^ nombra a Tiberio de pasada; ni siquiera explcita su opinin sobre la prohibicin de ciertas abstinencias como indicios de supersticin que promulg este emperador. El aludir a la delicada posicin de Asinio Galo bajo su poder, o al igual peligro que el afecto o el odio del sombro Seyano podan suponer'^', no es particularmente revetraiecit quam ebrietas nec minor uino Cleopatrae amor? Haec illum res hostem rei publicae, haec hosttbus suis imparem reddidit... 65 Cf. LXXXni, 14; C X I V , 66. 66 Cf. X I X , 9; X C n , 35; CI, 10-11. 67 X C I V , 46: M. Agrippa, uir ingentis animi, qui solus ex is quos ciuilia bella claros potentesque fecerunt, felix in publicum fuit... 68 X X I , 4; L X X I I I , 14 y 15; C V I I I , 22; C X X I I , 10. LANA, O. C , 51, dice que las consecuencias del senadoconsulto contra los ritos e x t r a n j e r o s del a o 19 e n f r e n t a r o n a S n e c a c o n l a p r i m e r a d e s i l u s i n ; s i n e m b a r g o , l p u s o b u e n c u i d a d o e n r e f e r i r l o s h e c h o s o b j e t i v a m e n t e , e n C V I I I , 22; de l a m i s m a m a n e r a , n o a l u d e a T i b e r i o a propsito de Cremucio. 69 L V , 3 : Nam quotiens aliquos amicitiae Asinii Galli, quotiens

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lador, por sobradamente reconocido en su poca. Lo mismo hay que decir de las condenas de Caigula y . de su ingenio L. Pisn repara con su competencia y fidelidad el vicio del alcohol''. Y a Escribonio Libn Druso, la falta de inteligencia lo descalifica'^ en su fracasada conspiracin. Reuniendo los datos, resulta que todas las figuras especialmente ensalzadas, y tanto ms las modlicas sin cortapisas, son campeones del patriciado, defensores, al menos en algn aspecto, del partido senatorial: inversamente, si bien es cierto que falta Tiberio Graco para completar el cuadro de los pretendientes a un poder ms o menos absoluto, tambin lo es que los dems quedan francamente malparados; nicamente descuida, en cierto modo, a Sila (y esto lo podemos entender, porque, aunque es sabido que ningn autor latino consider su gobierno como restaurador de la oligarqua, sino ms bien lo contrario", supo o no tuvo ms remedio que ceder ante la incansable oposicin del senado) y tolera (sin acabar de reconocerlo) una mnima ventaja de Pompeyo sobre Csar, cuando aqul tena a los patricios en su partido, adems de la disculpa de haber perdido la ltima batalla. Ante ello, si se piensa en la preferencia por el estoiSeiani odium, deinde amor merserat (aeque enim offendisse ilium quam amasse periculosum fuit) exclamabant homines... 70 Cf. IV, 7; L X X V n , 18; L X X X V I I I , 40. 71 Cf. L X X X I I I , 14. 72 L X X , 10: ... amita Brusi Libonis fuit, adulescentis tam stolidi quam nobilis, maiora sperantis quam ilio saeculo quisquam sperare poterat aut ipse ullo. 73 Cf. CARCOPINO: Sylla ou la monarchie manquee. P a r s , 1942, 37-43.

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cismo de la clase dirigente romana, que debi encontrar en la doctrina de Panecio la teora moral de su conservadurismo'", cabra decir que el motivo de la admiracin o crtica a cada uno de ellos consista en meras afinidades doctrinales? A la vista de las causas concretas de cada alabanza y cada repulsa, por muy condicionada que estuviera la seleccin de ejemplos por la tradicin didctica de hroes y enemigos de la secta, creo que sera totalmente ingenuo. No parece oportuno extraer conclusiones solemnes de un examen tan parcial (en todos los sentidos). Desde luego, s cabe pensar que para Sneca, como para la mayora de los contemporneos de su clase, la auctoritas del senado supona la garanta de la libertas, que vea en l no ya una reliquia del pasado ni un freno prctico muy relativo al poder del princeps, sino algo previo a su autoridad; pero entonces, ideologa poltica de Sneca = teora poltica del principado? Una teora como la bosquejada por Cicern, que pudo llamar princeps tanto a Pompeyo como a August o " . . . Pues, en verdad, ya nos cuesta aceptarlo, porque Cicern, sin dejar de clamar por la libertas, poda admitir intelectualmente la disolucin de las constituciones '*; pero Sneca slo acepta el final de la repblica como un hecho, y un hecho catastrfico, cada vez que se refiere a la poca de las guerras civiles. Es necesario ampliar el examen con otros aspectos y la totalidad de las obras, pero desde este momento apuntamos nuestra inquietud: y si la teora poltica griega,74 Cf. c a p . V. MAZZA: S t o r i a e ideologia27, 38-39.

in

Tito

Livio.

Catania, 1 9 6 6 ,

75 M A G D E L A I N : O. C , 76 De rep., 1, 6 9 .

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ROSA MARA F R A N C I A

bien asimilada, hubiera quedado en la parte fra del alma? La situacin poltica en que le toc vivir, aparte de condicionar sus actitudes, como poltico realista y flexible que era, tuvo que invitarle a la discrecin, pero quedan tan lejos sus entusiasmos de los de su sobrino?

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