CARACTERÍSTICAS ATMOSFÉRICAS DE GRANDE ESCALA EM … · diários do mês de abril em 2006 em...

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CARACTERÍSTICAS ATMOSFÉRICAS DE GRANDE ESCALA EM EVENTO CLIMÁTICO EXTREMO NA BAHIA Fernanda Gonçalves Rocha Departamento de Ciências Atmosféricas/UFCG (Brasil) [email protected] Maria Regina da Silva Aragão Departamento de Ciências Atmosféricas/UFCG (Brasil) regina.aragã[email protected] Célia Campos Braga Departamento de Ciências Atmosféricas/UFCG (Brasil) [email protected] Introdução Entre as cidades do Nordeste do Brasil (NEB), Salvador apresenta grande potencial para a ocorrência de desastres naturais relacionados com eventos intensos de chuva. Em anos extremamente chuvosos, as chuvas são frequentes e de grande intensidade. No quadrimestre chuvoso (abril a julho) de 2006, as chuvas totalizaram 135,7% da normal climatológica. Objetivo Caracterizar as condições da circulação atmosférica de grande escala, em um mês extremo chuvoso, abril de 2006, na cidade de Salvador. Área de Estudo A capital de Salvador (BA) apresenta um dos maiores totais anuais de precipitação dentre as cidades brasileiras, cerca de 2.144,0 mm .Cerca de 52,5% são registrados no quadrimestre chuvoso, contribuindo para a ocorrência de desastres naturais relacionados com eventos intensos de chuva (Silva Aragão et al., 2006). Metodologia Totais pluviométricos diários, de quatro estações meteorológicas, são usados em uma análise de caráter local. Imagens do satélite meteorológico e dados de reanálise (pressão ao nível médio do mar e componentes do vento em 850 e 200 hPa) foram usados para diagnosticar as condições atmosféricas médias e anômalas de grande escala, considerando o período 1979-2010. Um sistema frontal (Fig. 1 a,b) induziu a formação de um cavado invertido na área dos ventos alísios e provocou chuva intensa na madrugada do dia 21 em Salvador. Esse evento foi um dentre cinco de igual magnitude registrados na cidade em abril de 2006. Cinco vórtices ciclônicos de altos níveis (VCAN) (Fig. 1 a,b) e dois distúrbios ondulatórios de leste (DOL) (Fig.1 c) foram observados nesse mês. A Zona Convergência Intertropical (ZCIT) esteve evidente durante todo o mês, porém mais ativa na quarta e sexta pêntadas (Fig. 1 a,c). (a) (b) (c) Figura 1. Médias pentadais da temperatura de brilho médio (K) obtida de imagens do satélite GOES-8 do mês de abril de 2006, para o período de: (a) 16 a 20 , (b) 21 a 25 e (c) 26 a 30. A escala de cinza (K) é vista à direita de cada imagem (Fonte: Climanálise, 2006) Anexos: Alagamentos e deslizamento de terra provocados pela forte chuva em Salvador (BA) (Fonte: http://www.aratuonline.com.br ) Bibliografia BARRETO, Aldinete Bezerra (2012). Eventos extremos de chuva em Salvador: Uma abordagem matemático-estatística do ambiente atmosférico. Tese (Doutorado em Meteorologia) - Universidade Federal de Campina Grande, p.139. BARRETO, Aldinete Bezerra; SILVA ARAGÃO, Maria Regina; CORREIA, Magaly de Fátima; SANTOS, A. H. M (2008).Uma investigação sobre eventos intensos de chuva na cidade de Salvador, Bahia. In: XV CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA, São Paulo. Anais eletrônicos...SBMET.CD-ROM. CLIMANÁLISE (2006). Boletim de Monitoramento e Análise Climática. vol. 21, nº4. Cachoeira Paulista, SP, Brasil. INPE/CPTEC, 2005-2006. ISSN 0103-0019, CDU-555.5, p.46. KALNAY,E; KANAMITSU,M; KISTLER,R; COLLINS,W; DEAVEN,D; GANDIN,L; IREDELL,M; SAHA,S; WHITE,G; WOOLLEN,J; ZHU,Y; CHELLIAH,M; RAMOS, Andrea Malheiros; SANTOS, Luiz André Rodrigues; FORTES, Lauro Tadeu Guimarães (2009). Normais Climatológicas do Brasil 1961-1990 / DF: INMET, ISBN: 978-85-62817-01-4, p.465. ROCHA, Fernanda Gonçalves (2012). Evolução temporal de padrões atmosféricos em ano chuvoso na cidade de Salvador. Dissertação (Mestrado em Meteorologia) - Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais, Campina Grande, p.72. SANTOS, Andréa Helena Machado (2008). Eventos Extremos de Chuva em Salvador, Bahia: Condições Atmosféricas e Impactos Ambientais. Dissertação (Mestrado em Meteorologia) - Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, p.65. SANTOS, Ana Paula Paes dos; ARAGÃO, Maria Regina da Silva; CORREIA, Magaly de Fátima; SANTOS, Sérgio Rodrigo Quadros dos; SILVA, Fabrício Daniel dos Santos; ARAÚJO, Heráclio Alves (2016a). Precipitação na Cidade de Salvador: Variabilidade Temporal e Classificação em Quantis. Revista Brasileira de Meteorologia, v.31, n.4, p.454-467. SANTOS, Ana Paula Paes dos; ARAGÃO, Maria Regina da Silva; SANTOS, José Guilherme Martins dos; LIMA, Francisco José Lopes de; SANTOS, Sérgio Rodrigo Quadros dos; CORREIA, Magaly de Fátima (2016b). Mecanismos dinâmicos associados à ocorrência de um evento climático extremo de precipitação na cidade de Salvador-BA. Revista Brasileira de Geografia Física, v.09, n.07, p.2196-2212. SILVA ARAGÃO, Maria Regina; BARRETO, Aldinete Bezerra; ARAÚJO, Heráclio Araújo; CORREIA, Magaly de Fátima (2006). Desastres naturais na cidade de Salvador, Bahia: Evento chuvoso extremo em junho de 2006. XIV Congresso Brasileiro de Meteorologia, Florianópolis. Anais eletrônicos...CD-ROM. Resultados A Figura 2 mostra os totais pluviométricos mensais (a) e diários de abril (b) para o ano de 2006. Os meses de abril (587,4 mm), junho (401,6 mm) e outubro (258,9 mm) representam 189,7%, 164,8% e 125,3% da normal climatológica. O mês de abril apresentou cinco dias com eventos extremos máximos. Os dias 21 e 26 apresentaram os maiores valores pluviométricos, 117,25 mm (INEMA) e 101 mm (Aterro Centro). (a) (b) Figura 2: Totais pluviométricos (a) mensais referentes ao ano de 2006 (vermelho) e da climatologia (azul) da estação do INMET, em Salvador; (b) diários do mês de abril em 2006 em quatro estações meteológicas. A legenda do gráfico evidencia o total pluviométrico anual referente a Normal Climatológica (NC)( 1961-1990) e para o ano de 2006 (Fonte dos dados: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET)) (a) (b) Figura 3: Pressão ao nível médio do mar (hPa) para abril de 2006: (a) média e (b) anomalia em relação ao período 1979-2010. O intervalo de análise é de 2 hPa em (a) e de 0,5 hPa em (b)(Fonte de dados: NCEP/NCAR) (a) (b) Figura 4: Linhas de corrente e velocidade (m/s) do vento médio em 850 hPa para abril de 2006, e (b) anomalia (m/s) em relação à média de 1979- 2010. A escala de cinza (dos vetores) é vista abaixo do mapa em a (b) (Fonte de dados: NCEP/NCAR) (a) (b) Figura 5: Linhas de corrente e velocidade (m/s) do vento médio em 200 hPa para abril de 2006, e (b) anomalia (m/s) em relação à média de 1979- 2010. A escala de cinza (dos vetores) é vista abaixo do mapa em a (b). (Fonte de dados: NCEP/NCAR) Discussão A análise do campo médio da PNMM (Fig. 3.a) evidencia um cavado invertido de pequena amplitude, na área costeira do NEB, e uma baixa anômala no leste da América do Sul (AS) (Fig. 3.b) – o que indica convergência de massa, uma condição favorável à precipitação. O campo médio e de anomalias do vento, em 850 hPa, indicam ventos alísios com menor intensidade no NEB e área oceânica próxima (Fig. 4.b), onde há um cavado invertido de pequena amplitude (Fig. 4.a). Esse resultado sugere uma interligação entre sistemas de circulação tropical e extratropical. No nível de 200 hPa (Fig. 5.a), o campo médio evidencia um centro anticiclônico no centro- norte do Brasil, e ventos de oeste, com velocidade acima de 20 m/s que se estendem ao norte de 30°S sobre a AS. No campo das anomalias, destacam-se ventos anômalos de leste no norte da AS e, ao sul de 15ºS, nota-se uma circulação ciclônica (Fig. 5.b). Conclusão A atuação dos sistemas frontais austrais e os VCANs corroboraram na caracterização do mês de extremo climático, em associação com um cavado invertido e ventos de oeste na AS. Anual da NC: 2144,0 mm Anual de 2006: 2353,15 mm NC de Abril: 309,7 mm Abril de 2006: 587,4 mm 0 100 200 300 400 500 600 700 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Precipitação(mm) 2006-INMET Normal Climatológica (1961-1990) 0 20 40 60 80 100 120 140 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Precipitação(mm) Aterro Centro Aterro Canabrava INEMA INMET

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CARACTERÍSTICAS ATMOSFÉRICAS DE GRANDE ESCALA EM EVENTO

CLIMÁTICO EXTREMO NA BAHIA

Fernanda Gonçalves Rocha

Departamento de Ciências Atmosféricas/UFCG (Brasil) [email protected]

Maria Regina da Silva Aragão

Departamento de Ciências Atmosféricas/UFCG (Brasil) regina.aragã[email protected]

Célia Campos Braga

Departamento de Ciências Atmosféricas/UFCG (Brasil) [email protected]

Introdução

Entre as cidades do Nordeste do Brasil (NEB), Salvador apresenta grande potencial

para a ocorrência de desastres naturais relacionados com eventos intensos de chuva.

Em anos extremamente chuvosos, as chuvas são frequentes e de grande intensidade.

No quadrimestre chuvoso (abril a julho) de 2006, as chuvas totalizaram 135,7% da

normal climatológica.

Objetivo

Caracterizar as condições da circulação atmosférica de grande escala, em um mês

extremo chuvoso, abril de 2006, na cidade de Salvador.

Área de Estudo

A capital de Salvador (BA) apresenta um dos maiores totais anuais de precipitação

dentre as cidades brasileiras, cerca de 2.144,0 mm .Cerca de 52,5% são registrados

no quadrimestre chuvoso, contribuindo para a ocorrência de desastres naturais

relacionados com eventos intensos de chuva (Silva Aragão et al., 2006).

Metodologia

Totais pluviométricos diários, de quatro estações meteorológicas, são usados em uma

análise de caráter local. Imagens do satélite meteorológico e dados de reanálise

(pressão ao nível médio do mar e componentes do vento em 850 e 200 hPa) foram

usados para diagnosticar as condições atmosféricas médias e anômalas de grande

escala, considerando o período 1979-2010.

Um sistema frontal (Fig. 1 a,b) induziu a formação de um cavado invertido na área

dos ventos alísios e provocou chuva intensa na madrugada do dia 21 em Salvador.

Esse evento foi um dentre cinco de igual magnitude registrados na cidade em abril de

2006. Cinco vórtices ciclônicos de altos níveis (VCAN) (Fig. 1 a,b) e dois distúrbios

ondulatórios de leste (DOL) (Fig.1 c) foram observados nesse mês. A Zona

Convergência Intertropical (ZCIT) esteve evidente durante todo o mês, porém mais

ativa na quarta e sexta pêntadas (Fig. 1 a,c).

(a) (b) (c) Figura 1. Médias pentadais da temperatura de brilho médio (K) obtida de imagens do satélite GOES-8 do mês de abril de 2006, para o período de: (a) 16 a 20 , (b) 21 a 25 e (c) 26 a 30. A escala de cinza (K) é vista à direita de cada imagem (Fonte: Climanálise, 2006)

Anexos: Alagamentos e deslizamento de terra provocados pela forte chuva em Salvador (BA) (Fonte: http://www.aratuonline.com.br )

Bibliografia BARRETO, Aldinete Bezerra (2012). Eventos extremos de chuva em Salvador: Uma abordagem matemático-estatística do ambiente atmosférico. Tese (Doutorado em Meteorologia) - Universidade

Federal de Campina Grande, p.139.

BARRETO, Aldinete Bezerra; SILVA ARAGÃO, Maria Regina; CORREIA, Magaly de Fátima; SANTOS, A. H. M (2008).Uma investigação sobre eventos intensos de chuva na cidade de Salvador, Bahia. In: XV CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA, São Paulo. Anais eletrônicos...SBMET.CD-ROM.

CLIMANÁLISE (2006). Boletim de Monitoramento e Análise Climática. vol. 21, nº4. Cachoeira Paulista, SP, Brasil. INPE/CPTEC, 2005-2006. ISSN 0103-0019, CDU-555.5, p.46.

KALNAY,E; KANAMITSU,M; KISTLER,R; COLLINS,W; DEAVEN,D; GANDIN,L; IREDELL,M; SAHA,S; WHITE,G; WOOLLEN,J; ZHU,Y; CHELLIAH,M; RAMOS, Andrea Malheiros; SANTOS, Luiz André Rodrigues; FORTES, Lauro Tadeu Guimarães (2009). Normais Climatológicas do Brasil 1961-1990 / DF: INMET, ISBN: 978-85-62817-01-4, p.465.

ROCHA, Fernanda Gonçalves (2012). Evolução temporal de padrões atmosféricos em ano chuvoso na cidade de Salvador. Dissertação (Mestrado em Meteorologia) - Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais, Campina Grande, p.72.

SANTOS, Andréa Helena Machado (2008). Eventos Extremos de Chuva em Salvador, Bahia: Condições Atmosféricas e Impactos Ambientais. Dissertação (Mestrado em Meteorologia) - Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, p.65.

SANTOS, Ana Paula Paes dos; ARAGÃO, Maria Regina da Silva; CORREIA, Magaly de Fátima; SANTOS, Sérgio Rodrigo Quadros dos; SILVA, Fabrício Daniel dos Santos; ARAÚJO, Heráclio Alves (2016a). Precipitação na Cidade de Salvador: Variabilidade Temporal e Classificação em Quantis. Revista Brasileira de Meteorologia, v.31, n.4, p.454-467.

SANTOS, Ana Paula Paes dos; ARAGÃO, Maria Regina da Silva; SANTOS, José Guilherme Martins dos; LIMA, Francisco José Lopes de; SANTOS, Sérgio Rodrigo Quadros dos; CORREIA, Magaly de Fátima (2016b). Mecanismos dinâmicos associados à ocorrência de um evento climático extremo de precipitação na cidade de Salvador-BA. Revista Brasileira de Geografia Física, v.09, n.07, p.2196-2212.

SILVA ARAGÃO, Maria Regina; BARRETO, Aldinete Bezerra; ARAÚJO, Heráclio Araújo; CORREIA, Magaly de Fátima (2006). Desastres naturais na cidade de Salvador, Bahia: Evento chuvoso extremo em junho de 2006. XIV Congresso Brasileiro de Meteorologia, Florianópolis. Anais eletrônicos...CD-ROM.

Resultados

A Figura 2 mostra os totais pluviométricos mensais (a) e diários de abril (b) para o

ano de 2006. Os meses de abril (587,4 mm), junho (401,6 mm) e outubro (258,9

mm) representam 189,7%, 164,8% e 125,3% da normal climatológica. O mês de abril

apresentou cinco dias com eventos extremos máximos. Os dias 21 e 26 apresentaram

os maiores valores pluviométricos, 117,25 mm (INEMA) e 101 mm (Aterro Centro).

(a) (b) Figura 2: Totais pluviométricos (a) mensais referentes ao ano de 2006 (vermelho) e da climatologia (azul) da estação do INMET, em Salvador; (b) diários do mês de abril em 2006 em quatro estações meteológicas. A legenda do gráfico evidencia o total pluviométrico anual referente a Normal Climatológica (NC)( 1961-1990) e para o ano de 2006 (Fonte dos dados: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET)) (a) (b) Figura 3: Pressão ao nível médio do mar (hPa) para abril de 2006: (a) média e (b) anomalia em relação ao período 1979-2010. O intervalo de análise é de 2 hPa em (a) e de 0,5 hPa em (b)(Fonte de dados: NCEP/NCAR)

(a) (b) Figura 4: Linhas de corrente e velocidade (m/s) do vento médio em 850 hPa para abril de 2006, e (b) anomalia (m/s) em relação à média de 1979-2010. A escala de cinza (dos vetores) é vista abaixo do mapa em a (b) (Fonte de dados: NCEP/NCAR)

(a) (b) Figura 5: Linhas de corrente e velocidade (m/s) do vento médio em 200 hPa para abril de 2006, e (b) anomalia (m/s) em relação à média de 1979-2010. A escala de cinza (dos vetores) é vista abaixo do mapa em a (b). (Fonte de dados: NCEP/NCAR)

Discussão

A análise do campo médio da PNMM (Fig. 3.a) evidencia um cavado invertido de

pequena amplitude, na área costeira do NEB, e uma baixa anômala no leste da

América do Sul (AS) (Fig. 3.b) – o que indica convergência de massa, uma condição

favorável à precipitação. O campo médio e de anomalias do vento, em 850 hPa,

indicam ventos alísios com menor intensidade no NEB e área oceânica próxima (Fig.

4.b), onde há um cavado invertido de pequena amplitude (Fig. 4.a). Esse resultado

sugere uma interligação entre sistemas de circulação tropical e extratropical. No nível

de 200 hPa (Fig. 5.a), o campo médio evidencia um centro anticiclônico no centro-

norte do Brasil, e ventos de oeste, com velocidade acima de 20 m/s que se estendem

ao norte de 30°S sobre a AS. No campo das anomalias, destacam-se ventos anômalos

de leste no norte da AS e, ao sul de 15ºS, nota-se uma circulação ciclônica (Fig. 5.b).

Conclusão

A atuação dos sistemas frontais austrais e os VCANs corroboraram na caracterização

do mês de extremo climático, em associação com um cavado invertido e ventos de

oeste na AS.

Anual da NC: 2144,0 mm Anual de 2006: 2353,15 mm NC de Abril: 309,7 mm Abril de 2006: 587,4 mm

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