Cálculo I - Nota 01 CPIME 2015
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
1. INTRODUÇÃO
Definição 1.
Dados dois conjuntos X eY , uma função é uma correspondência (uma “lei”) que associa a cada
x∈X um, e somente um, y∈Y. O conjunto X é denominado domínio da função, Y é o
contradomínio da função e o conjunto dos elementos y∈Y que estão associados aos elementos
x∈X é a imagem da função.
Notação: f , g , h , F , G , H para funções
x → y= f x , f : X →Y , f : x∣→ y= f x
Dom f, Df: domínio de f
Im f: imagem de f
Caso particular: Função real de variável real (ou função de valores reais de uma variável real, ou
ainda, funções reais).
X ⊂ R ,Y ⊂ R
1.1 Representação gráfica de funções reais
Em um sistema de eixos cartesianos, colocamos o conjunto X no eixo x e o conjunto Y no
eixo y. Representamos os pontos (x , y ) , com x∈X e y= f ( x)∈Y. O conjunto de tais
pontos é dito o gráfico da função f.
graf ( f )=(x , f (x ): x∈Dom f )
Exemplo 1: Função identidade
f (x )=x , x∈ℕ , ou y=x
Dom f = Im f = ℝ
Exemplo 2: Função valor-absoluto
φ(x )=∣x∣={ x , se x≥0−x , se x < 0
Dom f = ℝ Im f = [0,∞
1
X Y
x yf(x)
X Y
f(x)x y
y
x
y=xy = x
x
yy = x
x
y = |x|y
x
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
Algumas propriedades da função φ :
(a )φ(−x)=φ( x)
(b)φ(x2)=x2
(c )desigualdadetriangular :φ(x+ y)≤ φ( x)+ φ( y )
(d )φ(φ( x))=φ( x)
(e )φ( x)=√ x2
Exemplo 3: Função número-primo
Para qualquer x>0 , seja π( x) o número de primos menores ou iguais a x .
Domπ=ℝ+=(0 ;+ ∞)
Im π (x) = {0,1,2 , ...}=ℕ
Exemplo 4: Função fatorial
Para cada n∈Z + , definimos f (n)=n !=1.2.3…n .
Dom f =Z +
Im f ⊂Z
Exemplo 5: Função constante
f (x )=c , x∈R e c é uma constante real.
Dom f =ℝ
Im f = {c}
2
y
x
2 3 5
12
7 11
3
4
y
x
c
0
y
c
x
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
Exemplo 6: Função linear ou função afim
g ( x)=ax+b ,
x∈ℝ
a e b constantes reais
a : declividade da reta
b : intercepto da reta
a= tg(α)
Dom g=ℝ
Im g = ℝ ou Im g = {c}, quando a = 0
Casos particulares: g ( x)= x (função identidade) ou g ( x)= c (função constante).
Exemplo 7: Função potência
f (x )=xn , x∈ℝ e n∈Z +
Casos particulares: f (x )=x , f (x )=x2 , f (x )=x3
Exemplo 8: Função polinomial
P (x )=c0+ c1 x+ c2 x2+ ...+ cn xn=∑k=0
n
ck xk
onde c0, c1,... cn∈ ℝ são os coeficientes do polinômio.
Se cn≠0, n é dito o grau do polinômio.
Exemplo:
P x =12
x4−2 x2
DomP=ℝImP=?
3
x
P(x)
22−2-2
-2
y
x
b
a>0
0
a > 0
y
x
b
a<0
0
a < 0
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
Exemplo 9: Círculo
x²+ y²=r² , x , y∈ℝ , r > 0 constante
y={ √r²−x²−√r²−x²
Definimos f (x )=√r²−x² e g ( x)=−√r²−x² .
Dom f = [-r,r] Dom f = [-r,r]
Im f = [0,r] Im f = [-r,0]
Exemplo 10: Função maior inteiro
f (x )=[ x] : maior inteiro menor ou igual a x.
Exemplos: [0] = 0, [3.5] = 3, [- 4.2] = - 5
4
f(x)
x
1 2 3
1
2
-1
-1
f(x)
xr-r 0
r
g(x)
xr-r 0
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
2. OPERAÇÕES ALGÉBRICAS DE FUNÇÕES
Sejam f e g duas funções reais com mesmo domínio D.
(a) Soma de funções
( f + g )( x)= f ( x)+ g (x ) , x∈D
f + g: função soma
(b) Produto de funções
( f⋅g )(x )= f (x )⋅g ( x) , x∈D
f . g: função produto
(c) Quociente de funções
(fg)(x )=
f ( x)g (x)
, g ( x)≠0, x∈D
fg
: função quociente
Exemplo 1: Função racional algébrica
f (x )=P (x )Q(x )
P e Q são polinômios.
Dom f=(Dom P∩DomQ)−{x :Q( x)=0}
Exemplos:
f (x )=x+ 1x²−1
g ( x)=x³+ x²− x−1x²−1
h( x)=xx²−1
5
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
3. LIMITE DE UMA FUNÇÃO
Desejamos analisar o comportamento de uma função real f quando a variável x tende a um número
p∈ℝ . Qual o significado da afirmação “f(x) tende a L quando x tende a p”? Ou f(x) → L quando
x → p ?
Notação: limx p
f x=L
Consideremos funções com gráficos abaixo:
(1)
Dom f=ℝlimx→ p
f ( x)= f ( p)
(2)
Dom f=ℝlimx→ p
f ( x)=L≠ f ( p)
6
y
x
p
f(p)
0
y
x
p
f(p)
0
L
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
(3)
Dom f=[a , p )∪( p ,b ]limx→ p
f ( x)=L
(4)
Dom f=ℝlimx→ p+
f ( x)= f ( p) , limx→ p−
f ( x)=L
7
y
x
p
L
a
y
x
p
f(p)
L
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
(5)
Dom f=ℝlimx→ p+
f ( x)=+ ∞ , limx→ p−
f (x)=+∞
(6)
Dom f=(−∞ ; p)∪( p ;+ ∞)limx→ p+
f ( x)=−∞ , limx→ p−
f (x)=+∞
8
y
xp
f(p)
y
x
p
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
(7)
Dom f=(−∞ ; p)∪( p ;+ ∞)limx→ p
f ( x)=+∞
(8)
Dom f=ℤ
Não é possível caracterizar limx→ p
f ( x) , p∈ℝ .
9
y
x
p
y
x
10 2 3 4-4 -3 -2 -1
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
(9)
f (x )={x3 , x≥0
0, x=−2
limx→0
f ( x)=0
limx→−2
f ( x) não tem sentido.
(10)
Seja X={1,12
,13
,14
,…}={1n } , n∈ℕ∗
f :{X →ℝX → f ( x)= x2
Imf ={1,14
,19
,116
,…}limx→0
f ( x)=0
10
y
x0-2
y
x0
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
4. ALGUNS ASPECTOS TOPOLÓGICOS DA RETA
4.1 Conjuntos abertos e conjuntos fechados
Definição 1. Vizinhança
Uma vizinhança de um ponto a∈ℝ é qualquer intervalo aberto a – , a , onde tem-se
0.
Definição 2. Ponto interior
(a) Seja S⊂ℝ e a∈S . O número a é dito um ponto interior de S se existe uma vizinhança
V (a) tal que: V a⊂S ;V a=a – , a=V a ,.
(b) O conjunto de todos os pontos interiores de S é denominado interior de S : Int(S)
Observação: Int(S) ⊂ S; ℝ ⊂ S → Int(S) ⊂ Int(S)
Exemplos:
1) S={s1,… , sn} é um conjunto finito. Int(S) = ∅ (se S contém algum ponto interior, então
contém pelo menos um intervalo aberto; logo, é infinito).
2) S=(a ;b) ou S=(−∞ , b) ou S=(a ;+∞) . Int(S) = S
3) S=[a ,b] ; R=−∞ , b ] ;T=[a ,∞ → Int(S) = (a , b); Int(R) = (– ∞ , b); Int(T) =
(a ,+∞)
Definição 3. Conjunto aberto
Um conjunto S ⊂ℝ é dito aberto quando todos os seus elementos são pontos interiores, isto é,
Int(S) = S.
Exemplos:
1) Qualquer intervalo aberto é um conjunto aberto.
2) A união de dois ou mais intervalos abertos é um conjunto aberto.
3) Um intervalo fechado não é um conjunto aberto.
4) O conjunto vazio é aberto: um conjunto S só pode deixar de ser aberto se existir um
elemento em S que não seja ponto interior de S. Mas o conjunto vazio não tem
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
elementos.
Teorema 1.
(a) Se S 1⊂ℝ e S 2⊂ℝ são conjuntos abertos, então S 1∩S 2 é aberto.
(b) Se S 1 , … , S n são conjuntos abertos, então a interseção de todos eles é aberta.
Definição 4. Ponto Aderente
Dizemos que um elemento a∈ℝ é aderente a um conjunto S 1⊂ℝ se para qualquer vizinhança
V (a) de a , tem-se que S 1∩V (a)=∅.
Exemplos:
1) Se a∈S , então a é aderente a S.
2) S=(a ;b). O conjunto dos pontos aderentes a S é [a ;b] .
Definição 5. Fecho de um conjunto
O fecho de um conjunto S ⊂ℝ é o conjunto S formado por todos os pontos aderentes a S .
Observação: S ⊂ℝ→ S⊂ R
Desta forma, tem-se que: (a ;b)=[a ;b]
Definição 6. Conjunto fechado
Um conjunto S ⊂ℝ é dito fechado em ℝ se S =S .
Exemplos de conjuntos fechados: [a ;b]; [a ;+∞]; [+∞ ; b];a ;(−∞ ;+∞)
Teorema 2.
F⊂ℝ é fechado se, e somente se, R – F é aberto.
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
Definição 7. Ponto de acumulação
Seja X ∈ℝ . Um número a∈ℝ é dito ponto de acumulação de conjunto X quando qualquer
vizinhança V (a) do ponto a contém algum elemento x∈ X , x≠a , isto é, a é ponto de
acumulação de X se, e somente se, ∀0 , x∈X , tal que 0∣x−a∣ .
Definição 8.
O conjunto de todos os pontos de acumulação de X é dito derivado de X , cuja notação é
X ' .
Exemplos:
1) Um conjunto finito não tem pontos de acumulação.
2) X=(a ;b)→ X '=[a ;b]
Teorema 3.
Sejam X⊂ℝ e a∈ℝ . As seguintes afirmações são equivalentes:
(i) a é um ponto de acumulação de X .
(ii) existe uma sequência de números x1, x2, … , xn∈X , dois a dois distintos, com
limn∞
xn=a .
(iii) todo intervalo aberto contendo a possui uma infinidade de elementos de X .
Definição 9. Ponto isolado
Sejam X⊂ℝ e a∈ X . Dizemos que a é um ponto isolado de X se a não for ponto de
acumulação de X .
Observação: Para que a∈X venha a ser um ponto isolado de X é necessário e suficiente que
exista 0 tal que a− ;a∩X= {a }.
Exemplos:
1) X =(a ;b)∪ {c } , com a < b < c , acarreta X '=[a ;b] .
2) X={x1 , x2 ,… , xn} acarreta X '=∅.
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
Definição 10. Fronteira
Um elemento a∈ℝ está na fronteira de um conjunto X quando qualquer vizinhança V (a)
de a contém pontos de X e pontos do complementar de X , isto é:
∀V a , V a ∩ X ≠∅ e V a ∩ ℝ−X ≠∅
Notação: ∂ X significa fronteira de X .
Exemplos:
1) X=(a ;b)→∂ X={a ;b}
2) X={1,2}→∂ X= {1,2}→∂ (ℝ−X )={1,2}
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
5. DEFINIÇÃO DE LIMITE DE UMA FUNÇÃO
Definição 1. Limite
Seja f uma função com domínio Dom f ⊂ℝ . Seja p∈ℝ um ponto de acumulação do
domínio de f. Dizemos que um número L∈ℝ é o limite de f(x) quando x tende a p, isto é,
limx→ p
f ( x)=L , quando:
∀0,∃0,∀ x∈Dom f ,tal que0∣x−p∣ acarreta∣ f x−L∣ .
Observações:
1) 0∣x−p∣ ↔ p− x p e x≠p
2) Na notação limx→p
f ( x)=L , x → p significa que x se aproxima de p, assumindo valores em
Dom f e x→ p .
3) A definição de limite não exige que f esteja definida em p.
4) A Definição 1 acima é equivalente a:
•
limx p
f x=L ↔∀0,∃ 0,∀ x∈Dom f −{ p} , tal que :
p− x p acarreta L− f x L
ou
•
limx p
f x=L ↔∀V L0,∃V p0,∀ x∈Dom f −{ p } , x ∈V p , tal que :
f x ∈V L
5) Fazendo x− p=h , temos limx→ p
f ( x)= limh→0
f ( p+h)
Exemplo 1: Limite de uma função constante
f x =c , x ∈ℝ , onde cé uma constante. Sendo p∈ℝ , tem−se limx p
f x= c .
Exemplo 2: Limite da função identidade
f (x )= x , x∈ℝ ,∀ p∈ℝ , limx→p
f ( x)= p .
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
5.1 Definição de limites laterais
Definição 2. Seja f uma função real e p um ponto de acumulação do domínio de f .
(a) Limite à direita
limx p
f x =L ↔∀0,∃0,∀ x∈ Dom f , tal que p x p acarreta∣ f x−L∣
(b) Limite à esquerda
limx p−
f x =L ↔∀ 0,∃0,∀ x ∈Dom f , tal que p− x p acarreta ∣ f x−L∣
Exemplo 3: Função maior inteiro
f x =[ x ] , x∈ℝ .Se p∈ℤ , então limx p
f x= p e limx p−
f x= p−1
Exemplo 4:
f x ={1
x2, x≠0
0, x=0
Temos que f(x) → +∞ quando x → 0 pela direita ou pela esquerda.
Dizemos, então, que limx p
f x = limx p−
f x =∞ .
Portanto f não tem limite finito quando x → 0.
Exemplo 5:
f x ={4x2−1
2x−1, x≠
12
1, x=12
Como limx
12
f x= limx
12−
f x =2 . Logo, limx→
12
f ( x)=2
Exemplo 6:
f (x )=sen(1x )
p = 0 é o ponto de acumulação do Dom f. limx→0
f ( x) não existe devido à oscilação entre – 1 e + 1
em qualquer vizinhança de zero.
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
Conclusões:
Seja p um ponto de acumulação de Dom f. Podemos ter:
(1) limx→ p
f ( x)=L , L∈ ℝ
(2) Se limx→ p
f ( x)=+∞ , dizemos que o limite é infinito.
(3) Se limx p
f x =L1 e limx p−
f x =L2 , onde L1 ≠ L2, dizemos que não existe limite de f(x)
quando x → p.
(4) limx→ p
f ( x) não existe em qualquer vizinhança de p devido à oscilações de f(x).
(5) Se limx p
f x =∞ e limx p−
f x =−∞ , dizemos que o limite não existe.
Proposição:
limx p
f x=L⇔ limx p
f x = limx p−
f x =L
Teorema 1. Unicidade do Limite
Seja f uma função real e suponha que existe limx→ p
f ( x) e este é finito. Então o limite é único.
Prova:
Suponha que limx→ p
f ( x)=L1 e limx→ p
f ( x)=L2 com L1 ≠ L2.
Então, dado ε > 0, existem δ1, δ2 > 0 tais que ∀x ∈ Dom f,
0∣x− p∣1 ⇒ ∣ f x −L1∣ e 0∣x− p∣2 ⇒ ∣ f x−L2∣
Seja δ = min { δ1 , δ2 }. Temos:
0∣x− p∣ ⇒ ∣ f x−L1∣ e ∣ f x −L2∣
Mas p é um ponto de acumulação de Dom f. Logo existe x0 ∈ Dom f tal que 0 < |x0 – p| < δ.
Portanto,
∣L1−L2∣=∣L1− f (x0)+ f (x0)−L2∣≤∣L1− f (x0)∣+∣ f ( x0)−L2∣< ε+ ε=2ε
Como ε > 0 é arbitrário, segue que L1 = L2.
Teorema 2. Conservação do Sinal
Suponha que limx p
f x=L , onde L > 0. Então existe δ > 0 tal que ∀x ∈ Dom f,
0∣x− p∣ ⇒ f x 0 .
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
7. TIPOS DE DESCONTINUIDADES
Uma função f é descontínua em um ponto p∈Dom f se f não for contínua em p , isto é,
∀0,∀0,∃ x∈Dom f∩ p− com∣ f x− f p∣ .
Há quatro tipos de descontinuidades:
(1) Descontinuidade removível
p∈Dom f , limx p
f x=L e L≠ f p
(2) Descontinuidade de Salto (ou de 1a espécie)
p∈Dom f , limx p
f x =L1 , limx p−
f x =L2 , L1≠L2
Neste caso, dizemos que não existe limite finito de f quando x → p.
(3) Descontinuidade Infinita (ou de 2a espécie)
f tem descontinuidade infinita no ponto p∈Dom f quando, pelo menos, um dos limites
laterais é infinito, isto é, limx p
f x =±∞ , limx p−
f x =±∞
(4) Descontinuidade de 3a espécie
∃ f ( p) , p é ponto de acumulação de Dom f , mas não existe limx p
f x devido às
oscilações em qualquer vizinhança de p.
Observação:
Quando p é ponto de acumulação de Dom f e não existe f ( p) , podemos definir f ( p)
arbitrariamente, incluindo então o ponto p no Dom f.
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
7.1 Teoremas básicos de limites
Teorema 1.
Sejam f e g funções tais que limx p
f x=L1 e limx p
g x =L2, com L1 e L2∈ℝ.
Então:
i limx p[ f x g x ]=L1L2
ii limx p[ f x −g x ]=L1−L2
iii limx p[ f x . g x ]=L1 . L2
iv limx p
f x
g x =
L1
L2
, se L2≠0
v limx p
c.f x=c.L1
Teorema 2.
Sejam f e g funções contínuas em um ponto p. Então f + g , f−g , f.g são contínuas em
p . Também f / g é contínua em p desde que g ( p) seja diferente de zero.
Exemplo 1: Continuidade de polinômios
p (x )=co+c1 x+c2 x2+...+cn xn , cn≠0,n∈ℕ
(1) n=0 e n=1
lim(x→ p)
c0=c0, lim( x→ p)
c1 x=c1 lim(x→ p)
x=c1 p ,∀ p∈ℝ
P ( x)=c0 , P (x )=cx , P ( x)= x sãocontínuas
(2) f ( x)= x2
lim(x→ p)
f ( x)= lim(x→ p)
x2= lim(x→ p)
x . x= lim(x→ p)
x . lim(x→ p)
x= p2
(3) lim( x→ p )
(co+c1 x+c2 x2+ ...+cn xn , cn)=c0+c1 lim
(x→ p)x2+...+cn lim
(x→ p)x n=c0+c1 p+...+cn pn
=P ( p) ,∀ p∈ℝ
P( x)é contínua.
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
Exemplo 2: Continuidade de funções racionais
r (x)=P (x )Q(x )
,onde P eQ são polinômios.
r é contínua em p∈ℝ com Q( p)≠0. Portanto , toda função racional é contínua.
Exemplo 3: A função raiz quadrada é contínua
f x = x , x≥0
1 p0, limx p x= p ?
∣ x− p∣=∣ x− p. x p ∣
x p=∣x− p∣
x p≤∣x−p∣
p
Dado 0,tome = p. . Então :
0∣x− p∣∣ x− p∣≤∣x− p∣
p=
Logo : limx px = p
2 p=0, f p= f 0 =0, limx0
x =0?
Dado 0, tome=2 .Então : 0 x∣ x∣= x=
Teorema 3. Teorema do Confronto
Suponha que f (x )≤g ( x)≤h(x )∀ x≠ p em alguma vizinhança V ( p)∩D , onde D é o
domínio comum. Suponha também que limx p
f x=limx p
h x =L . Então: limx p
g x =L .
20
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
Exemplo 1: Suponha que ∣ f (x )∣≤x2 ,∀ x∈ℝ.
(a) Calcule, se existir, limx0
f x .
PeloTeorema do Confronto , como−x2≤ f x≤ x2e lim
x0x2=0, temos que :
limx0
f x existee é igual a0.
(b) f é contínua no ponto zero?
−x2≤ f x ≤x2
∀ x∈ℝ 0≤ f 0≤0 f 0=0.
Da letra a tem−se , então ,limx0
f x = f 0. Portanto f écontínua em zero.
Exemplo 2: Sejam f e g funções com mesmo domínio D , satisfazendo:
limx p
f x=0e∣g x ∣≤M ,∀ x∈D ,onde M é uma constante.
Prove que limx p
f x .g x =0 .
Prova:
limx p
f x=0⇔[∀0,∃0,∀ x∈Dom f ,0∣x− p∣∣ f x∣] se , e somente se :
limx p∣ f x ∣=0
Temos 0≤∣ f x . g x∣=∣ f x ∣.∣g x ∣≤∣ f x∣.M
Assim :−M .∣ f x ∣≤ f x . g x≤M ∣ f x∣
Mas limx p∣ f x ∣=0. PeloTeorema do Confronto , segue que lim
x pf x . g x =0
Exemplo 3: As funções trigonométricas (seno, cosseno, secante, cossecante, tangente, cotangente)
são contínuas.
21
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
Exemplo 4: Um limite fundamental: limx0
sen xx=1.
f (x )={sen x
x, se x≠0
1, se x=0. A função f(x) é contínua!
Prova:
Sabe-se que ∣sen x∣<∣x∣<∣tg x∣, x∈(−π2
, 0)∪(0, π2).
Se x∈(0, π2) , temos quea <
xsen x
<1
cos xou cos x <
sen xx< 1.
Pelo Teorema do Confronto, limx0
sen xx=1 .
Se x∈(−π2
,0) ,temos que−sen x <− x <−tg x , ou ainda , cos x<sen x
x<1 .
Novamente, pelo Teorema do Confronto, limx0−
sen xx=1 .
Portanto: limx0
sen xx=1 .
Exercícios:
1) Calcule limx0
1−cos xx
.
limx0
1−cos xx
= limx0
1−cos x .1cos xx. 1cos x
=limx0
1−cos2 xx.1cos x
= limx0
sen2 xx.1cos x
=
= limx0[sen xx
.sen x1cos x
]= limx0
sen xx
. limx0
sen x1cos x
=1.02=0
2) Calcule limx0
sen 2xx
.
limx0
sen 2xx
= limx0
sen 2x 2x
.
Fazendou=2k , tem−se limx0
sen 2x 2x
= limu0
2senu
u=2 .1=2
22
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
3) Calcule limx0
1−cos x
x2. Resposta :
12
.
4) Ache k≠0 que torne contínua em x=0 a função: f (x )={ tg(kx)
x, se x<0
3x+2k2 , se x≥0
.
limx0
f x= limx0
3x2k2= 2k2
limx0−
f x= limx0−
tg kx x
= limx0 −
sen kx x
.1
cos kx = k . lim
∣k∣x0 −
senkx x
. limx 0−
1cos kx
= k . 1= k
limx→0 +
f (x )= limx→0−
f (x )⇔2k2=k⇔2k2
−k=0⇔{k=0
k=12
Portanto f (x )={ tanx2
, x< 0
3x+12,
x≥0é contínua.
5) Faça conjecturas sobre os limites:
(a) limx→0
sen(1x)
(b) limx→0
x sen (1x)
23
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
9. FUNÇÕES COMPOSTAS E CONTINUIDADE
Sejam f e g funções reais tais que Im f ⊂ Dom g. Seja h=g ∘ f , isto é, h (x)=g ( f ( x)) ,
∀x∈Dom f .
Teorema 1:
Sejam f e g funções com Im f ⊂ Dom g. Assuma que f é contínua em p, e g é contínua em a = f(p).
Então h=g ∘ f é contínua em p.
Prova:
Dado ε> 0, ∃δ1> 0 tal que ∀t∈Dom g , 0≤∣t− f ( p)∣< δ1 ⇒(1)∣g (t)−g ( f ( p))∣< ε , pois g
é contínua em f(p).
Sendo f contínua em p, para ε=δ1> 0, ∃δ2> 0 tal que, ∀x∈Dom f ,
0≤∣x− p∣< δ2 ⇒(2)∣ f ( x)− f ( p)∣< δ1 . Mas Im f ⊂ Dom g.
Então, ∀x∈Dom f , 0≤∣x− p∣< δ2 ⇒(2)∣ f ( x)− f ( p)∣< δ1⇒
(1)∣g ( f ( x))−g ( f ( p))∣< ε .
Portanto, h=g ∘ f é contínua no ponto p.
Teorema 2:
Sejam f e g funções tais que Im f ⊂ Dom g, limx→ p
f ( x)=a e g é contínua em a.
Então, limx→ p
g ( f (x ))=g (limx→ p
f (x))=g (a) .
Prova:
Dado 0, pela continuidade de g em a, podemos afirmar que ∃δ1> 0 tal que, ∀t∈Dom g :
0≤∣t−a∣< δ1 ⇒∣g (t )−g (a)∣< ε (1)
Como limx→ p
f ( x)=a , para δ1> 0, ∃δ2> 0 tal que, ∀x∈Dom f :
0<∣x− p∣< δ2 ⇒∣ f ( x)−a∣< δ1 (2)
Como Im f ⊂ Dom g , ∀x∈Dom f , 0<∣x− p∣< δ2 ⇒(2)∣ f ( x)−a∣< δ1⇒
(1)∣g ( f (x ))−g (a )∣< ε .
Portanto, limx→ p
g ( f (x ))=g (a ) .
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
9.1 Limite de função composta
Como calcular limx→ p
g ( f (x )) , caso exista?
Seja p ponto de acumulação de Dom f.
1° caso: limx→ p
f ( x)=a e g é contínua em a.
Pelo Teorema 2, limx→ p
g ( f (x ))=g (limx→ p
f (x))=g (a) .
2° caso: limx→ p
f ( x)=a e limt→ a
g (t)=L
limx→ p
g ( f (x )) = ?
9.2 Mudança de variável
Seja u = f(x). Por hipótese, temos que x→ p⇒ f ( x)→a . limx→ p
g ( f (x ))=limu→ a
g (u) = L ?
É necessário que a seja ponto de acumulação de Im f, mas não é suficiente. (Veja Exemplo 7.)
Teorema 3.
Sejam f e g funções satisfazendo as condições:
(i) Im f ⊂ Dom g
(ii) limx→ p
f ( x)=a
(iii) limt→ a
g (t)=L
(iv) ∃r> 0, tal que f (x )≠a , ∀x∈Dom f satisfazendo 0<∣x− p∣< r .
Então limx→ p
g ( f (x ))=limu→a
g (u)=L .
Prova:
Seja ε> 0. Por (iii), ∃δ1> 0 tal que, ∀t∈Dom g ,
0<∣t−a∣< δ1 ⇒∣g (t )−L∣< ε (1)
Por (ii), para δ1> 0 , ∃δ2> 0 tal que, ∀x∈Dom f ,
0<∣x− p∣< δ2 ⇒∣ f ( x)−a∣< δ1 (2)
Seja r > 0 dado pela hipótese (iv). Tome δ = min{ r , δ2 }. Então,
0<∣x− p∣< δ ⇒ f (x )≠a (3)
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
Logo, ∀x ∈ Im f ⊂ Dom g, 0<∣x− p∣< δ ⇒(2)+ (3)
∣ f (x)−a∣< δ1⇒(1)∣g ( f ( x))−L∣< ε .
Portanto, limx→ p
g ( f (x ))=L .
Observação: A condição (iv) no Teorema 3 é suficiente para que a seja ponto de acumulação de
Im f. Temos:
(iv) ⇒ a é ponto de acumulação de Im f
Mas a recíproca pode não ser verdadeira.
Veremos no Exemplo 7 que a ser ponto de acumulação de Im f não é condição suficiente para
afirmarmos que limx→ p
g ∘ f=limt →a
g ( t)=L . Em outras palavras, a mudança de variável t = f(x) pode
não ser válida.
Proposição:
(iv) ⇒ a é ponto de acumulação de Im f
Prova:
Temos limx→ p
f ( x)=a .
Então, ∀ε> 0, ∃δ1> 0 tal que, ∀x∈Dom f , 0<∣x− p∣< δ2 ⇒∣ f ( x)−a∣< ε .
Tome δ = min{ r , δ1 }, onde r > 0 é dado em (iv). Logo:
0<∣x− p∣< δ ⇒0<∣x− p∣< δ1⇒∣ f ( x)−a∣< ε e 0<∣x− p∣< δ ⇒0<∣x− p∣< r ⇒ f (x )≠a .
Portanto a é ponto de acumulação de Im f.
Observação: Se a∉Dom g , como Im f ⊂ Dom g, então f (x )≠a , ∀x∈Dom f . Nesse
caso, a hipótese (iv) do Teorema 3, “ ∃r> 0, tal que f (x )≠a ,∀x∈Dom f , satisfazendo
0<∣x− p∣< r . ” é dispensável. No entanto, se a∈Dom g e L∉g (a) (g não é contínua em a),
tal hipótese é indispensável.
Exemplo 1: f(x) = sen x2. Pelo Teorema 1, f é contínua.
Exemplo 2: f (x )=√1−x 2, Dom f=[– 1,1] . f é contínua.
Podemos escrever f da seguinte forma: f =g ∘h , onde g ( x)=√ x e h (x)=1−x 2 .
Função composta de funções contínuas é contínua.
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
Exemplo 3: Calcule limx→1 √ x2−1
x−1.
Solução:
Seja u=√ x2−1
x−1. lim
x→1
x2−1
x−1= lim
x→1(x+ 1)=2. Então lim
x→1 √ x2−1
x−1= lim
u→2√u=√2 .
Exemplo 4: Calcule limx→1
(3−x3)
4−16
x3−1
.
Solução:
Seja u=3−x3 .
Então, limx→1
u=limx→1(3− x3
)=2 e (3−x3)
4−16
x3−1
=u4−16
2−u=(u−2)(u+ 2)(u2
+ 4)2−u
.
Logo limx→1
(3−x3)
4−16
x3−1
=limu→ 2
(u−2)(u+ 2)(u2+ 4)
2−u=lim
u→2(−(u+ 2)(u2
+ 4))=−32 .
Exemplo 5: Calcule limx→−1
3√ x+ 2−1x+ 1
.
Solução:
Seja u=3√ x+ 2 . x=u3−2⇒
3√ x+ 2−1x+ 1
=u−1
u3−1
, para x≠−1 .
limx→−1
3√ x+ 2−1x+ 1
=limu→1
u−1
u3−1=lim
u→1
u−1
(u−1)(u2+ u+ 1)
=13
.
Exemplo 6:
f (x )=1,∀x∈ ℝ
g ( x)={u+ 1, u≠13, u=1
Temos limx→ p
f ( x)=1 e limu→1
g (u)=2 .
Como g(f(x)) = 3, ∀x, segue que limx→ p
g ( f (x ))=3≠limu→1
g (u )=2 , onde u = f(x).
Vemos neste exemplo que limx→ p
g ( f (x ))=3≠limu→ a
g (u ) , onde u = f(x) → a quando x → p. Neste
caso, falhou a hipótese (iv) do Teorema 3.
Por outro lado, g(f(p)) = g(1) = 3. Então limx→ p
g ( f (x ))=3=g ( f ( p)) , i.e., g ∘ f é contínua em
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
qualquer p∈ℝ .
Exemplo 7:
f (x )=x sen1x
, x≠0
g ( x)={−1, x=0x+ 1, x≠0
Temos que Dom f = ℝ−{0} e Im f ⊂ ( – ∞ , 1 ]. Podemos fazer a mudança de variável u = x f(x)
para calcular limx→0(g ∘ f )( x) ?
Temos:
• limx→0
f ( x)=limx→ 0
x sen1x=0
•limx→0
g (x )=1
Se fosse válida a mudança de variável, teríamos limx→0
g ( f (x ))=limu→0
g (u)=1 .
Mas, por outro lado: g ( f ( x))={−1, f ( x)=0
x sen1x+ 1, f (x )≠0
Além disso f (x )=0⇔ x=1
k π, k∈ℤ−{0 }.
Logo: g ( f ( x))={ −1, x=1
k π, k∈ℤ−{0}
x sen1x+ 1, x≠
1k π
, k∈ℤ−{0 }
Podemos provar que limx→0
g ( f (x )) não existe.
Por contradição, supor que limx→0
g ( f (x ))=L∈ℝ . Então, dado ε> 0, ∃δ> 0 tal que
0<∣x−0∣< δ ⇒∣(g ∘ f )(x)−L∣< ε (1)
1° caso: L≠−1
Para qualquer δ> 0, existe k∈ℤ−{0 } tal que ∣1
k π∣< δ . Basta tomar k>
1πδ
.
No entanto, f ( 1πδ)=0 e, portanto, ∣( g∘ f )( 1
k π)−L∣=∣−1−L∣> ε se escolhermos em (1) o
valor ε=∣L+ 1∣
2.
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
2° caso: L=−1
Se f (x )≠0, ∣( g∘ f )(x )−L∣=∣(g∘ f )(x )+ 1∣=∣x sen1x+ 2∣. Tome xk=
2(2k+ 1)π
,
k∈ℤ−{0 }. Temos f (x k)=2
(2k+ 1)πsen [(2k+ 1) π
2 ]=2
(2k+ 1)π. Escolho k 0∈ℤ
+ tal que
2(2k0+ 1)π
< δ⇒2k0+ 1>2δπ
. Temos, então, ∣( g∘ f )(x k0)+ 1∣=∣
2(2k0+ 1)π
+ 2∣> 2 . Tomando
ε0< 1, temos uma contradição.
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10. LIMITES INFINITOS
limx→ p
f ( x)=±∞ e p ponto de acumulação de Dom f .
(a) limx→ p
f ( x)=+∞ ⇔[∀M >0,∃δ>0,∀ x∈Dom f , tal que0<∣x− p∣<δ⇒ f ( x)≥M ]
(b) limx→ p
f ( x)=−∞ ⇔[∀M >0,∃δ>0,∀ x∈Dom f , tal que 0<∣x−p∣<δ⇒ f ( x)≤−M ]
Similarmente, define-se limites laterais infintos.
Exemplo 1: limx→ 0
1
x2=+∞
Exemplo 2: limx→1−
1
x2+ x−2
=−∞ e limx→−2−
1
x2+ x−2
= +∞
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
11. LIMITES NO INFINITO
(a) limx→+∞
f (x )=L com (a ; +∞)⊂Dom f , para algum a∈ℝ
limx→+∞
f (x )=L⇔[∀ε>0,∃M >0, x>M , tal que∣ f ( x)−L∣<ε]
(b) limx→−∞
f (x)=L com (−∞ ;a )⊂Dom f , para algum a∈ℝ
limx→−∞
f (x)=L⇔[∀ε>0,∃M >0, x<−M , tal que∣ f ( x)−L∣<ε]
Exemplo 3: limx→+∞
1x=0 , lim
x→+∞
1
xn=0
limx→−∞
xn={+∞ , se né par−∞ , se né ímpar
,n∈ℕ
(i) lim [ f ( x)+g (x)] quando lim f (x )=+∞ e lim g (x)=−∞
(ii) lim f(x )g (x )
quando lim f (x)= lim g (x )=0 ou lim f (x )= lim g (x )= +∞
(iii) lim [ f ( x) .g (x )] quando lim f ( x)=0 e lim g (x )=∞
Formas indeterminadas: +∞.−∞ , 0.∞ ,00
, ∞∞ , 00 , 1∞ ,∞0
Exemplo 4: limx→+∞
3x2−5x+2= lim
x→+∞x2(3−
5x+
2
x2)=+∞
Exemplo 5: limx→+∞
x5−2x+1x−2
= limx→+∞
x [ x 4−2+
1x]
x [1−2x]
=+∞
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
Limites Fundamentais:
(1) limx→0
sen xx
=1 ; Forma indeterminada :00
(2) limx→0
ln (x+1)x
=1 ; Forma indeterminada :00
(3)limx→0(1+ x)
1x= e ; Forma indeterminada :1∞
(4) limx→+∞
(1+1x)
x
= e ; Forma indeterminada :1∞
(5) limx→+∞
xa
(e x)
b =0 ; a>0 e b>0 ; Forma indeterminada :∞∞
(6) limx→+∞
(lnx)a
xb =0 ; a>0 e b>0 ; Forma indeterminada :∞∞
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12. ASSÍNTOTAS
(a) Assíntota Vertical
A reta x=a é uma assíntota vertical para uma função f se ∣ f (x )∣→+∞ quando x→a+ ouquando x→a− .
Isto é, x=a é um reta vertical para f ⇔ limx→a
f (x )=∞ ou limx→a +
f (x)=∞ ou limx→ a−
f (x )=∞ .
Exemplo 6: x=0 é uma assíntota horizontal para f (x )=1x
.
33
x
f(x)
a
f(x)
a
f(x)
xa
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(b) Assíntota Horizontal
Uma reta horizontal y=b é uma assíntota horizontal para uma função f quandolim(x→∞)
∣ f ( x)−b∣= 0 .
Exemplo 7: f (x )=x2−1
x2+1
limx→∞
f ( x)= limx→∞
x2(1−
1
x2)
x2(1+
1x2 )
=1
y=1 é uma assíntota horizontal.
(c) Assíntota
Uma reta y=ax+b é uma assíntota para um função f quando limx→∞∣ f ( x)−ax – b∣=0 .
Exemplo 8: f (x )=x+1x
A reta y=x é uma assíntota para f :
∣ f (x )−x∣=∣x+1x−x∣=∣
1x∣→0 quando x→∞
A reta x=0 é uma assíntota vertical:
limx→0 +
f ( x)= +∞ e limx→0−
f (x )=−∞
Faça um esboço do gráfico.
34
f(x)f(x)
y = 1
-1
1
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13. SEQUÊNCIAS E SÉRIES
Definição 1. Uma sequência infinita é qualquer função cujo domínio é o conjuntoℤ+={1,2,3, ...}.
f :ℤ+→ℝn→ f (n)=an
ou f :ℤ+→ℂn→ f (n)=an+ i bn
Notações:
{an}n=1
∞, {an}n∈ℕ , {an}n≥1 , {an}n ou {an+i bn}n=1
∞, {an+i bn}n∈ℕ , {an+i bn}n≥1 , {an+i bn}n
Exemplo 1:
{an}={1n }={1,12,
13,
... ,1n
,...}Exemplo 2:
a2n−1=1, a2n=2n2 , n=1,2 ,...
a1=1, a2=2, a3=1, a4=8, a5=1, a6=18, ...
Exemplo 3: Sequência definida recursivamente
a1=a2=1, an+1=an+an−1 , n≥2
1, 1, 2, 3, 5, 8, 13,...
Definição 2. Limite de uma sequência
Uma sequência { f (n)} é dita ter um limite L se:
∀ε>0,∃N >0, tal que n∈ℤ+ , n≥ N acarreta ∣ f ( x)−L∣<ε
Neste caso, dizemos que a sequência converge para L e escrevemos lim(n→∞)
f (n)= L .
Se tal limite não existe, dizemos que a sequência diverge.
Proposição 1. Se cn= {an+ i bn} , então {cn} converge se, e somente se, {an} e {bn}convergem.
Observação: Qualquer função definida nos reais positivos serve para definir uma sequência,restringindo o domínio a ℤ+ .
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
Definição 3.
(a ) { f (n)}é crescente quando f (n)≤ f (n+1) ,∀ n≥1
(b) { f (n)}é decrescente quando f (n)≥ f (n+1) ,∀n≥1
(c) { f (n)}é uma sequência monótona quando { f (n)}é crescente ou decrescente
Teorema 1. Uma sequência monótona converge se, e somente se, ela é limitada.
Observação:
{ f (n)} é limitada se, e somente se, existe M > 0 tal que ∣ f (n) – M∣≤M ,∀ n≥1 .
Exemplo 1:
{1nα} ,α>0, é convergente e lim
(n→∞)
1nα=0 .
1nα≥
1(n+1)α
,∀ n≥1, e 0≤1nα≤1 ,∀ n≥1.
A sequência é decrescente e limitada. Logo, converge.
Exemplo 2:
{xn},∣x∣< 1, lim
(n→∞)xn=0 .
xn> xn+1 ,0< x <1 : decrescente e limitada .
Se−1 < x < 0, tem−se sequência limitada , nãomonótona , e convergente .
Exemplo 3:
f (n)= sen( π2) apresenta oscilações!
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
Definição 4. Dada uma sequência {an}, definimos S n=a1+a2+ ...+an=∑i=1
n
ai , n≥1 . A nova
sequência {S n} das somas parciais da sequência {an} é dita uma série.
Se limn→∞
S n=S , dizemos que {S n} converge e que sua soma é S .
Notação: S=∑k≥1
ak
Exemplo 1: Série harmônica
∑k≥1
1k
diverge .
Exemplo 2:
∑k=1
n12k−1 =2−
12n−1
∑k≥1
n1
2k−1= lim(n→∞)
(2−1
2n−1 )=2
Exemplo 3: Série Telescópica
an=1
n2+n
, n≥1
an=1n2+n=
1n−
1n+1
S n=∑i=1
n
a i=∑i=1
n
[1i−
11+i
]=1−1
n+1
limn→∞
S n= limn→∞(1−
1n+1
)=1
Exemplo 4: Série Geométrica
∑n≥0
xn=1+x+ x2
+...+ xn+ ...=
11−x
, se∣x∣< 1.
Se∣x∣>1 , a sériediverge .
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
14. PRINCIPAIS TEOREMAS DE CONTINUIDADE
14.1 Teorema de Bolzano
Teorema 1. Propriedade da Conservação do Sinal
Seja f contínua em c e f (c)≠0 . Então existe um intervalo (c−δ ;c+δ) no qual f temo mesmo sinal de f (c) .
Observação:
Para continuidade à direita ou à esquerda, o intervalo que existe é [c ; c+δ ) ou (c−δ ; c ] ,respectivamente.
Teorema 2. Teorema de Bolzano
Seja f : [a ;b]→ℝ contínua e assuma que f (a ) e f (b) têm sinais contrários. Sendo assim,∃ c ∈[a;b ] tal que f (c)=0 .
14.2 Teorema do Valor Intermediário para funções contínuas
Teorema 3.
Seja f : [a ;b]→ℝ contínua. Sejam x1<x2 dois pontos arbitrários em [a ;b] tais quef (x1)≠ f (x2). Então f assume todos os valores entre f (x1) e f ( x2) em algum
subconjunto do intervalo (x1 ; x2).
Teorema 4. Todo número real positivo tem uma única raiz n-ésima positiva
Se n∈ℤ+ e a > 0, então existe exatamente um b > 0 tal que bn=a .
14.3 Propriedades de funções preservadas por inversão
Definição 1. Funções monótonas e funções monótonas por partes
(a) Uma função é dita crescente em um conjunto S quando ∀ x , y∈ S , tem-se que x < yacarreta f (x )≤ f ( y ) ;
f é dita estritamente crescente em S quando ∀ x , y∈ S , tem-se que x < y acarretaf (x )< f ( y) .
38
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
(b) Uma função é dita decrescente em um conjunto S quando ∀ x , y∈ S , tem-se que x < yacarreta f (x )≥ f ( y ) ;
f é dita estritamente decrescente em S quando ∀ x , y∈ S , tem-se que x < y acarretaf (x )> f ( y) .
(c) f é dita monotônica (ou monótona) em S quando f é crescente em S ou é decrescenteem S ;
f é dita estritamente monotônica em S quando f é estritamente crescente em S ouestritamente decrescente em S .
(d) Uma função f é dita monótona por partes em um intervalo I se I for uma união deintervalos disjuntos dois a dois, e f for monótona em cada um deles.
Exemplos:
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f(x)
a c b
Estritamente Crescente
f(x)
a b
Crescente Crescente Crescente
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Definição 2. Função Inversa
Dada uma função f real de A em B , bijetora, define-se a função inversa de f , denotadapor f −1 , por f −1: B→A tal que y= f −1 se, e somente, se x= f ( y).
Consequências: f ( f −1( x))= x ,∀ x ∈Dom f −1 e f −1
( f (x))= x ,∀ x∈Dom f
Algumas funções inversas
1) f (x )= e x , x∈ℝ e f −1(x )= ln(x ) , x > 0
2) f (x )= sen x , x∈[−π2,π2] e f −1
( x)=arcsen x , x∈[−1 ;1]
3) f (x )= cos x , x ∈[0,π ] e f −1(x )= arccos x , x∈[−1 ;1]
4) f (x )= tg x , x∈[−π2,π2] e f −1
( x)=arctg x , x ∈ℝ
5) f (x )= cotg x , x ∈[0,π] e f −1( x)=arccotg x , x ∈ℝ
Observação:
Toda função estritamente monótona é inversível.
40
f(x)
xba
Estritamente Decrescente
f(x)
Monótona por partes
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
Teorema 5.
Seja f : [a ;b]→ℝ contínua e estritamente crescente. Sejam c= f (a) e d = f (b) e seja ga inversa de f , isto é, para cada y∈[c ;d ] , seja x= g ( y)= f −1
( y) o número x∈[a ;b ]tal que f (x )= y . Então:
(a) g é estritamente crescente em [c ; d ];
(b) g é contínua em [c ; d ] .
Observação: Existe resultado análogo para funções estritamente decrescentes e contínuas em
[ a , b ].
Exemplo: Continuidade da função raiz enésima
g ( x)= x1n , g é contínua e estritamente crescente em qualquer intervalo [ c , d ] com 0≤c< d ,
pois g é a inversa de f (x )=xn , a qual é contínua e estritamente crescente em [ 0 , + ∞ ).
A função potência f (x )=xn , r=mn∈ℚ e
mn> 0, é contínua em [0 , + ∞), pois
xmn=x
1n⋅x
1n⋅…⋅x
1n⏟
m
e produto de funções contínuas é uma função contínua.
Outra maneira: xmn=( xm)
1n=( f ∘g )( x) onde f (x )=n√ x e g ( x)= xm. Composta de funções
contínuas é contínua.
41
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
15. INVERSAS DE FUNÇÕES MONÓTONAS POR PARTES
Exemplo: f (x )=x2 , x∈ℝ
f é estritamente monótona por partes
Defina: f 1(x )=x2 , x≥0
f 2(x )=x 2 , x≤0
f 1−1(x)=√ x , x≥0
f 2−1(x)=√(−x ) , x≤0
42
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
16. INVERSAS DE FUNÇÕES MONÓTONAS POR PARTES
Seja f uma função real definida em S⊂ℝ .
Definição 1.
(a) A função f é dita ter um máximo absoluto em S se existe pelo menos um c ∈ S tal que
f (x )≤ f (c ) ,∀x∈ S .
(b) A função f é dita ter um mínimo absoluto em S se existe pelo menos um d ∈ S tal que
f (x )≥ f (d ) ,∀x∈ S .
(c) Na definição (a), f (c) é dito máximo absoluto de f e c é dito um ponto de máximo absoluto. Na
definição (b), f (d) é dito máximo absoluto de f e d é dito um ponto de mínimo absoluto.
Teorema 6.
Seja f : [a , b]→ℝ contínua. Então f é limitada em [a,b], isto é, ∃M > 0 tal que
∣ f (x )∣≤M ,∀x∈[a ,b] .
Teorema 7.
Se f : [a , b]→ℝ é uma função contínua, então existem pontos c e d em [a,b] tais que f (c) = sup f
e f (d) = inf f, onde sup f é o supremo de Im f e inf f é o ínfimo de Im f.
Observação: Pelo Teorema 7, temos max f[a,b] = sup f[a,b] e min f[a,b] = inf f[a,b].
43
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
17. DERIVADAS
17.1. Definição, Interpretação Geométrica e Exemplos
Definição
Seja f definida em um intervalo aberto I.
Definição 1.
A derivada de uma função f em um ponto x é definida por
f ' ( x)=limh→ 0
f (x+ h)− f (x )h
se o limite existir.
Neste caso, dizemos que f é derivável no ponto x.
Observação: f ' ( x)=limy→ x
f ( y)− f (x)y−x
Interpretação Geométrica
Declividade da reta s: as( x , h)=f ( x+ h)− f ( x)
h
Declividade da reta t: a t( x)=limh→0
as(h ,h)= f ' (x )
Portanto, f '(x) = tg α , onde α onde é a inclinação da reta tangente ao gráfico de f no ponto x.
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f (x+h)
x
f (x)
x+hα
h
∆y
t s
CPIME 2014 – CÁLCULO 1
Observação: f '(x) > 0 ⇒ reta tangente crescente
f '(x) < 0 ⇒ reta tangente decrescente
f '(x) = 0 ⇒ reta tangente horizontal
Outras Noções para Derivadas
Seja y = f(x).
1) y' , f '(x)
2) y. , Df (x) ,
df ( x)dx
Derivadas de Ordem Superior
Seja y = f(x).
• f ' é uma nova função.
• f ''(x) = (f ')' (x) ⇒ derivada segunda de f no ponto x
• f (n)(x) = f (n)(x) ⇒ derivada enésima de f no ponto x
Df : operador diferenciação
As derivadas f ' , f '', … , f (n) podem ser escritas por Df , D2 f , … , Dn f .
Notação devida a Leibniz
f ( x+ h)− f (x )h
=Δ yΔ x
∆ : operador diferença
dydx= limΔ x→0
Δ yΔ x
Derivada como Taxa de Variação
Se y = f(t) é a posição de um móvel no instante t, entãof ( t+ h)− f (t )
hé a taxa de variação
média de deslocamento no tempo h.
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
v m=f ( t+ h)− f (t )
hé a velocidade média de deslocamento no tempo h.
f ' ( t)=limh→0
f ( t+ h)− f (t)h
é a velocidade instantânea do móvel, no instante t.
Exemplo: f (t)=144 t – 16 t 2
f (2)=224f (2+ h)=144 (2+ h) –16(2+ h)2=224+ 80h−16h2
v m=f (2+ h)− f (2)
h=
80 h−16 h2
h=80−16 h
v (2)=limh→0(80−16 h)=80 m / s
v (2)= f ' (2)
v ( t)=limh→0
f (t+ h)− f (t)h
=limh→0
144 (t+ h)−16 (t+ h)2−144 t+ 16 t 2
h=144−32 t
v ( t)=144−32 t
Exemplos de Derivadas
Exemplo 1: Derivada de uma função constante
f (x )=c ,∀x
f ' ( x)=limh→0
f (x+ h)− f (x )h
=limh→0
c−ch=0
Exemplo 2: Derivada de uma função linear
f (x )=a x+ b
f ' ( x)=limh→ 0
a (x+ h)+ b−a x−bh
=limh→0
a hh=a
Exemplo 3: Derivada de f (x) = xn , n∈ℤ+
f ' ( x)=limh→ 0
( x+ h)n−xn
h
Mas an−bn=(a−b)∑k=0
n−1
ak bn−1−k . Tomando a = x + h , e , b = x , temos:
f ' ( x)=limh→ 0
h∑k=0
n−1
( x+ h)k xn−1−k
h=∑
k=0
n−1
xn−1
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
Logo: f ' ( x)=n xn−1
Exemplo 4: Derivada de f (x) = sen x
f ' ( x)=limh→0
sen( x+ h)−sen( x)h
=limh→0
2 sen( h2)cos(2x+ h
2 )h
=limh→0 ( sen(h
2)h2
cos( x+h2))=cos x
Logo:ddx(sen x)=cos x
Exemplo 5: Derivada de f (x) = cos x
f ' ( x)=limh→ 0
cos (x+ h)−cos (x )h
=limh→ 0
−2 sen( x+ h−x2 )sen( x+ h+ x
2 )h
=limh→ 0 (−sen(h2 )
h2
sen(2x+ h2 ))=−sen x
Logo:ddx(cos x )=−sen x
Exemplo 6: Derivada de f (x )=n√ x
f ' ( x)=limh→ 0
n√ x+ h−n√ xh
Sejam u=n√ x+ h e v=n√ x . Assim: un= x+ h , vn
=x e u → v quando h → 0 .
f ' ( x)=limu→ v
u−vun−vn= lim
u→v
1un−1
+ un−2 v+…+ uvn−2+ vn−1=lim
u→ v∑k=0
n−1
uk vn−1−k=1
n vn−1=1
n xn−1
n
=1n
x1−n
n =1n
x(1
n−1)
Em particular: ddx(√ x)=
12
x−12 =
12√ x
, x> 0
Teorema 1.
Se uma função f é derivável em um ponto x, então f é contínua em x.
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
Exemplo 7: f (x )=∣x∣
f ' ( x)={ 1, x> 0−1, x< 0
, f ' (0) não existe.
f ' (0)=limh→0
f (h)− f (0)h
=limh→0
∣h∣h
limh→0+
∣h∣h=1 lim
h→ 0−
∣h∣h=−1 Logo: f ' (0) não existe.
Este é um exemplo de uma função contínua em um ponto e não derivável neste ponto.
17.2. A Álgebra das Derivadas
Teorema 1.
Sejam f e g funções definidas no mesmo intervalo aberto I. Se f e g são deriváveis em x∈I , então
f + g , f – g , f . g são deriváveis em x. Além disso,fg
é derivável em x desde que g ( x)≠0.
As derivadas dessas funções no ponto x são dadas por:
(i) ( f + g ) ' (x )= f ' ( x)+ g ' ( x)
(ii) ( f −g ) ' (x )= f ' ( x)−g ' ( x)
(iii) ( f.g )' ( x)= f ' (x ). g ( x)+ f ( x) . g ' ( x)
(iv) ( fg )
'
(x )=f ' ( x) .g (x)− f (x ). g ' (x )
g2(x )
, g (x)≠0
Definição 1.
Dizemos que uma função f é derivável em um intervalo aberto I quando ∃ f ' ( x) ,∀x∈I .
Exemplo 8: Função polinomial é derivável.
P (x )=a0 xn+ a1 xn−1
+ …+ an−1 x+ an
P ' ( x)=a0 n xn−1+ a1(n−1) xn−2
+…+ an−1
Exemplo 9: Funções racionais.
f (x )=P (x )Q(x )
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
f ' ( x)=P ' (x ).Q( x)−P ( x) .Q ' ( x)
Q2( x)
,∀x ,Q (x)≠0
Função racional é derivável no domínio de f .
Exemplo 10: f (x )=xr , r∈ℚ , x> 0
Seja r=1n
.
Logo: f ' ( x)=1n
x1n−1
Exercício: Prove por indução em m que, para r=mn
, f ' ( x)=mn
xmn−1
.
Exemplo 11: Derivada de f (x) = tg x
ddx( tg x )=sec2 x
Exercício:
Mostre que:
a) ddx(cotg x)=−cossec2 x
b) ddx(sec x )=sec x . tg x
c)ddx(cossec x )=−cossec x .cotg x
17.3. A Regra da Cadeia
Sejam u e v funções tais que Im v ⊂ Dom u .
Teorema 1. Regra da Cadeia
Seja f (x )=(u∘v )( x) . Suponha que existam v'(x) e u'(y), onde y = v(x) . Então a derivada de f no
ponto x existe e é dada por f ' ( x)=u ' (v (x)). v ' (x ).
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
Regra da Cadeia na notação de Leibniz
y=v( x) , z=u ( y )dydx=v ' (x ) ,
dzdy=u ' ( y )
dzdx=
dzdy
.dydx
Exemplo 1: f (x )=cos √ x2−1
f ' ( x)=−sen (√ x2−1).
1
2√ x2−1
.2x=−x sen(√ x2
−1)
√ x2−1
Exemplo 2: Um gás é bombeado para dentro de um balão esférico a uma taxa constante de 50
cm3/s. Assuma que a pressão de gás permanece constante e a forma do balão permanece esférica.
Quão rápido o raio do balão cresce quando o raio é de 5 cm ?
Solução:
r=r (t)
V ( t)=43π(r (t))3
dVdt=50
dV (t)dt
=43π⋅3 r 2
(t)⋅dr (t )dt
dr ( t )dt
=1
4π r 2(t)
dV (t)dt
No instante em que r(t) = 5 , temos:
drdt=
14 π⋅25
⋅50=1
2πcm/s
Observação: O Exemplo anterior é um problema de taxas relacionadas.
Exemplo 3: Diferenciação implícita
x2+ y2
=r 2
f (x )=√r 2−x2 , g (x )=−√r2
−x2
f ' ( x)=1
2√r2− x2
⋅(−2x)=−x
√r 2−x2
=−x
f ( x), x∈(−r , r )
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CPIME 2014 – CÁLCULO 1
g ' (x )=x
√r2−x2
=−x
g ( x), x∈(−r , r ) , ou ainda, y '=−
xy
, y≠0
Outra maneira: Método de Diferenciação Implícita
x2+ y2
=r 2 , y é uma função de x definida implicitamente
Derivando termo a termo:
ddx( x2+ y2
)=ddx(r 2)⇔2 x+ 2 y⋅
dydx=0⇔
dydx=−
xy
Definição.
Dizemos que y = f(x) está definida implicitamente pela equação F(x,y) = 0 quando
F (x , f (x ))=0,∀x∈Dom f .
Exemplo:
y=√r 2−x2
= f (x ) está definida implicitamente pela equação x2+ y2
=r 2.
Método de Diferenciação Implícita
Derivam-se os dois membros da equação F(x,y) = 0 supondo que y seja uma função de x, obtendo-
se uma igualdade que envolvedydx
. Em seguida, isola-sedydx
.
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