ITINERARIOS

E s un verdadero a c o n t e c i m i e n t o . M o n t e H e l l m a n vue lve a p o n e r s e detrás de

las cámaras, un día después de cumplir ochenta años, para rodar su pr imer

largometraje en ¡dos décadas!: una f icc ión de raíces autobiográficas t i tulada

Road to Nowhere. U n suceso al que Cahiers-España no p u e d e ser indiferente.

MONTE HELLMAN

M o n » Hmman y ia ü c l n j S h a n n y n Soi <is«*flioB, e n u n 4 « s c « i b ( « < M ]

"Me excluyeron durante diez años. Simplemente porque

no compraba su sueño. Pero nadie parará esto. Mientras que

los dioses duerman" ( M i t c h e l l H a v e n en el g u i ó n de Road to

Nowhere; v e r s i ó n del 13 de agos to de 2 0 0 7 ) .

E m p e c e m o s p o r u n a p r o p o s i c i ó n : M o n t e H e l l m a n y A b e l

F e r r a r a son los d i r e c t o r e s a m e r i c a n o s en ac t ivo m á s impor t an¬

t e s . Si a lgo u n e a e s t o s d o s a r t i s t a s , p o r o t r a p a r t e t a n diferen¬

t e s , es su c a p a c i d a d , en u n a c u l t u r a m a r c a d a por las o b s e s i o n e s

m o r t í f e r a s del c o n s u m i s m o , p a r a e n f r e n t a r s e c o n los ojos b i e n

a b i e r t o s a la b e s t i a e n su g u a r i d a sin d e j a r s e c a u t i v a r p o r su

e n c a n t o i n s i d i o s o . E l r e s u l t a d o e r a p r e v i s i b l e : F e r r a r a b u s c a

que le p r o d u z c a n en E u r o p a y H e l l m a n , c o m o M i c h a e l C i m i n o

( a p a r e n t e m e n t e r e t i r a d o del c i n e ) , es tá c o n d e n a d o a p a s a r p o r

p e r i o d o s de i n a c t i v i d a d c a d a vez m á s l a rgos . A m e d i d a q u e el

c a p i t a l i s m o e n t r a e n fase de c r i s i s , p a r e c e que la ú n i c a posi¬

c i ó n que se le p e r m i t e a los a r t i s t a s c o n s i s t e e n t o c a r el v io l ín

m i e n t r a s que a r d e R o m a , de m a n e r a q u e , e n el m e j o r de los

c a s o s , a q u e l l o s q u e son m á s v a l i e n t e s , c o m o W i l l i a m F r i e d k i n

o B r i a n de P a l m a , e x i g e n p o d e r p e l l i z c a r el a r c o v o l v i e n d o su

m i r a d a h a c i a las l l a m a s ( p o r p a r a f r a s e a r u n c o m e n t a r i o de

G e o r g e O r w e l l a p r o p ó s i t o de H e n r y M i l l e r ) .

D e ahí la a legr ía de s a b e r que M o n t e H e l l m a n es t á r o d a n d o

Road to Nowhere, su p r i m e r l a r g o m e t r a j e d e s d e Silent Night,

Deadly Night III: Better Watch Out!, de 1989. C i e r t o es q u e

H e l l m a n no ha p e r m a n e c i d o inac t ivo d u r a n t e es tas dos ú l t i m a s

d é c a d a s : ha s ido m e n t o r / i n s p i r a c i ó n / p r o d u c t o r de Q u e n t i n

T a r a n t i n o , ha d e s a r r o l l a d o u n a ser ie de p r o y e c t o s i n a c a b a d o s ,

h a r o d a d o h e r m o s o s d o c u m e n t a l e s p a r a la ed ic ión C r i t e r i o n de

Carretera asfaltada de dos direcciones y ha d i r ig ido u n a p e q u e ñ a

j o y a , Stanley's Girlfriend, c o n t r i b u c i ó n a la p e l í c u l a de e p i s o ­

d ios TrappedAshes ( 2 0 0 6 ) . D e s d e v a r i o s p u n t o s de v is ta , es te

marav i l loso co r tome t r a j e s u p o n e u n a c o n t i n u a c i ó n de Carretera

asfaltada de dos direcciones: c o m o su o b r a m a e s t r a de 1971, se

c o n c e n t r a e n dos h o m b r e s u n i d o s p o r u n a m i s m a p a s i ó n ( q u e

s i m u l t á n e a m e n t e n iega y conf i rma la n a t u r a l e z a h o m o e r ó t i c a de

su a m i s t a d ) , u n a mujer que b u s c a afirmar su exis tencia a u t ó n o m a

y que f ina lmen te d e c i d e salir del c a m p o del de sa s t r e , de jando a

los d o s h o m b r e s " l ib res" p a r a a b a n d o n a r s e a sus o b s e s i o n e s .

A j u z g a r por el g u i ó n de Steve G a y d o s y p o r los c o m e n t a r i o s

de M o n t e H e l l m a n , p a r e c e que Road to Nowhere p e r m i t e con¬

t i n u a r Carretera asfaltada de dos direcciones ( q u e , c o m o e x p l i c a

H e l l m a n , igua l p o d r í a t e n e r c o m o p r o t a g o n i s t a s a c i n e a s t a s

q u e a p i l o t o s de c a r r e r a s ) y Stanley's Girlfriend. T y g h R u n y a n ,

que hac ía de j o v e n d i r e c t o r en el c o r t o m e t r a j e , de n u e v o inter¬

p r e t a a u n c i n e a s t a e n el l a rgo . P e r o , m i e n t r a s q u e su p r i m e r

p e r s o n a j e se i n s p i r a b a e n la v i d a de S tan ley K u b r i c k , e s t a vez

i n t e r p r e t a a un a u t o r l l a m a d o M i t c h e l l H a v e n ( in ic ia les M . H . ,

a n t ó n i m o a p r o x i m a d o H e l l m a n / H e a v e n ) , d e s c r i t o en el g u i ó n

c o m o "un hombre seco como un palo con unas greñas rebeldes...

un buen ejemplo de profesional hollywoodense > pasa a pá^ 72

ITINERARIOS

A la izqda. , A través del huracán (1965); en el c e n t r o , El tiroteo (1967); a la dcha. , Carretera asfaltada de dos direcciones (1971)

curtido en muchas guerras cinematográficas". Su casa , s i t u a d a

e n L a u r e l C a n y o n , L o s A n g e l e s ( n o m b r e de la h e r o í n a : L a u r e l )

e s t á d e c o r a d a con p ó s t e r s d e p e l í c u l a s con t í t u l o s c o m o Two-

Lane Blacktop, The Shooting, Ride in the Hurricane, Rooster

Fighter y Reptile. V e r s i o n e s i m a g i n a r i a s de los p r i n c i p a l e s fil¬

m e s d e H e l l m a n : su p r i m e r p e r í o d o c o n los westerns e x i s t e n -

ciales p r o d u c i d o s p o r C o r m a n (A t ravés del huracán/Ride in t h e

W h i r l w i n d , 1965; El tiroteo/The S h o o t i n g , 1967) , las admira¬

b les Carretera asfaltada de dos direcciones/Two-Lane Blacktop

(1971) y Cockfighter (1974) , i n t e r p r e t a d a s a m b a s p o r W a r r e n

O a t e s , y ese f i lm t a n a i s l ado c o m o n o t a b l e : La iguana (1988) .

A l c o n t r a r i o que los c i n e a s t a s a m e r i c a n o s de su g e n e r a c i ó n

(y, a dec i r v e r d a d , de t o d a s las g e n e r a c i o n e s ) , H e l l m a n p o s e e un

c o n o c i m i e n t o real de la h i s to r i a d e t o d o el c ine , es decir , no sólo

del c ine a m e r i c a n o . E n la casa de L a u r e l C a n y o n , u n o se encuen¬

t ra , p o r e j emp lo , c o n Raba lyubvi, de N i k i t a M i k h a l k o v (1976,

o t r a inves t igac ión sobre la p u e s t a en e s c e n a ) , una de las pe l ícu las

m á s b r i l l an t e s que se h a y a h e c h o n u n c a , afirma M o n t e H e l l m a n .

U n a cinefilia t a n a p a s i o n a d a se man i f i e s t a c o n t i n u a m e n t e e n

su o b r a , m e d i a n t e r e fe renc ia s , p e r o t a m b i é n p o r af in idades con

los c i n e a s t a s que e x p l o r a n los m i s m o s c a m p o s d e e x p e r i e n c i a

que él. H e l l m a n ha r e c o n o c i d o , p o r s u p u e s t o , la in f luenc ia d e

Persona, d e I n g m a r B e r g m a n , e n el c o n o c i d o ú l t i m o p l a n o d e

Carretera asfaltada de dos direcciones ( en el que el ce lu lo ide se

c o n s u m e ) , p e r o so s t i ene q u e no ex i s te n i n g u n a s imi l i tud cons¬

c ien te e n t r e El tiroteo y El séptimo sello. Sin e m b a r g o , es tá c la ro

que el c a b a l l e r o y el e s c u d e r o de B e r g m a n se p a r e c e n m u c h o

a los G a s h a d e y Co ley de H e l l m a n , y que las d o s p e l í c u l a s lle¬

v a n a cabo u n a m i s m a inves t igac ión en forma de viaje sob re los

d e s e o s h u m a n o s , el j u e g o y la m o r t a l i d a d . L a pe l í cu la favorita de

H e l l m a n s igue s i e n d o El espíritu de la colmena, de V íc to r E r i c e ,

al que d e d i c a r a u n t e x t o p u b l i c a d o e n Positif, y a q u i e n a h o r a

t a m b i é n m e n c i o n a en el g u i ó n de Road to Nowhere.

"En la gran pantalla de la televisión de una habitación de hotel,

se desarrolla la última secuencia de la obra maestra del cineasta

Víctor Erice, El esp í r i tu de la c o l m e n a M i t c h e l l Haven está sen­

tado en un sofá de cuero negro. Laurel está acurrucada a su lado.

Ella llora.

M i t c h e l l : Maldita sea, es un pedazo de obra maestra.

Laure l : ¿Cuántas películas has visto?

M i t c h e l l : Nunca le hagas esa pregunta a un director de más de

cuarenta años.

L a u r e l : ¿Por qué?

M i t c h e l l : No debes saber cuánto tiempo pasamos viendo los

sueños de otros."

Tal y c o m o s u g i e r e n e s t e d i á logo y a l g u n a s o b s e r v a c i o n e s en

la e n t r e v i s t a que s igue (pág . 76) , Road to Nowhere ofrece simul¬

t á n e a m e n t e un h o m e n a j e a u n a v i d a d e d i c a d a e n t e r a m e n t e al

c ine y u n a i n v e s t i g a c i ó n s o b r e la n a t u r a l e z a de la o b s e s i ó n q u e

u n a v i d a s e m e j a n t e s u p o n e . •

© Cahiers du cinema, n° 6 4 8 . S e p t i e m b r e , 2 0 0 9

R o d a j e d e Road to Nowhere MILENKO SKOKNIC

E l c a m i n o a n i n g u n a p a r t e d e b e e m p e z a r e n a l g u n a p a r t e .

C o m p r e n d í qué t i p o de e x p e r i e n c i a m e e s p e r a b a c u a n d o M o n t e

H e l l m a n , m i e n t r a s r o d a b a u n a e s c e n a d e i n t e r i o r en u n c u a r t o

de b a ñ o , se a s o m ó p o r la v e n t a n a y l l a m ó a su hijo J a r e d , q u e

n o p o d í a ve r d e d ó n d e v e n í a la l l a m a d a (el h o t e l t e n í a m u c h a s

v e n t a n a s , o p a c a s p o r las m o s q u i t e r a s , lo que h a c í a i m p o s i b l e

ve r l e d e s d e el e x t e r i o r ) . J a r e d r e c o r r i ó la f a c h a d a con la v is ta y

le p r e g u n t ó d ó n d e se e n c o n t r a b a . Y M o n t e H e l l m a n le respon¬

d ió : "Sí tú no sabes dónde estoy, ¿cómo lo voy a saber yo?".

F r a s e s t a n j u g o s a s a lo la rgo d e t o d o el roda je d a n , s imul tá¬

n e a m e n t e , u n a idea de la a t m ó s f e r a que se v ive en el p l a t ó y de

la s i n g u l a r i d a d de la c r e a c i ó n con M o n t e H e l l m a n : d e s c u b r i r

q u i é n e s s o m o s , d ó n d e e s t a m o s y cuál e s n u e s t r o p a p e l e n la

p e l í c u l a en v i r t u d de n u e s t r a r e l a c i ó n c o n los o t r o s . A m e d i d a

q u e l o s d í a s p a s a b a n , fui c o m p r e n d i e n d o q u e u n p r o c e s o

s e m e j a n t e se p a r e c e a la m a n e r a en que los pá ja ros v u e l a n en

e n j a m b r e : p u e d e n vo l a r c o n g r a c i a e n i n m e n s a s f o r m a c i o n e s

p o r q u e se c o n t e n t a n c o n v o l a r y c o n no e s t o r b a r sus v u e l o s

r e s p e c t i v o s . El f u n d a m e n t o d e u n a o r g a n i z a c i ó n v iva e s t á e n

u n a e s t r u c t u r a s i m p l e .

L o e s e n c i a l de l r o d a j e se d e s a r r o l l ó e n el h o t e l B a l s a m

M o u n t a i n , en B a l s a m , C a r o l i n a del N o r t e . Se t r a t a d e un ho te l

de t r e s p l a n t a s , d e c ien a ñ o s d e a n t i g ü e d a d , en el q u e t o d o s los

del e q u i p o p a s a b a n j u n t o s día y n o c h e . L a t e r r a z a t r a s e r a d a b a

a las m o n t a ñ a s y se rv ía de sa lón c o m u n i t a r i o . Road to Nowhere

c u e n t a el rodaje de u n a p e l í c u l a , p e r o r e t r o s p e c t i v a m e n t e , m e

MONTE HELLMAN

p a r e c e q u e M o n t e H e l l m a n o r g a n i z ó la p r o d u c c i ó n de tal m a n e r a que la r e a l i d a d se c o n v e r t í a en m a t e r i a l de la p u e s t a en e s c e n a y q u e , p o r t a n t o , t o d o s v i v í a m o s d e n t r o de la pe l í cu la . T r a b a j a n d o y h a b i t a n d o en el m i s m o luga r , los a c t o r e s inter¬ p r e t a b a n sus e s c e n a s e n el l u g a r e n el q u e e s t a b a n v i v i e n d o r e a l m e n t e . A l c a b o de a l g u n a s s e m a n a s , la s e p a r a c i ó n e n t r e la v i d a y el h e c h o de c r e a r u n a r e a l i d a d a l t e r n a t i v a p a r a la pelí¬ cula se h a b í a d e s v a n e c i d o . L a m a y o r p a r t e de los a c t o r e s y a n o se q u i t a b a los t ra jes de sus p e r s o n a j e s , q u e , en b u e n a m e d i d a , y a les p e r t e n e c í a n .

E n el se t de r o d a j e , M o n t e H e l l m a n d i r ig ía a los a c t o r e s de m a n e r a fina y c o n c r e t a : al final de c a d a e s c e n a , la rela¬ c ión c o n la p r e c e d e n t e e s t aba c lara para t o d o el m u n d o , p e r o su deven i r no p o d í a p lani f icarse ni a n t i c i p a r s e . L a d i rec¬ ción de M o n t e H e l l m a n s i e m p r e a p u n t a b a al ser h u m a n o de c a d a a c t o r m á s q u e al p e r s o n a j e q u e se s u p o n e in ter¬ p r e t a b a . E n el m a r c o de u n a pe l í cu l a de g é n e r o , s e m e j a n t e a p r o x i m a ¬ c ión fuerza al g é n e r o y lo h a c e p o r o s o , m e n o s r í g i d o , p e r m i t e q u e emer j an los t e m a s sub¬ y a c e n t e s q u e e x p l o r a el c i n e a s t a . E n Road to Nowhere, se t r a t a de los m i s t e r i o s del d e s e o h u m a n o y de los a c t o s e n g e n d r a d o s p o r t a l e s ene rg í a s , que e m e r g e n y se man i f i e s t an c a d a vez c o n m á s fue rza : c r e o q u e e s t a c o n c e p c i ó n de l a a c c i ó n h u m a n a e s t á e n el c o r a z ó n de m u c h a s p e l í c u l a s d e M o n t e H e l l m a n .

El set e s t aba s i e m p r e A r r i b a , un f o t o g r a m a de la película; a b a j o , a

d i s t end ido y M o n t e ani¬ m a b a a los a c t o r e s a segui r s i endo el los m i s m o s , e x a c t a m e n t e el polo o p u e s t o del ac to r codif icado y u l t r a c o n s c i e n t e de sí m i s m o que a c t u a l m e n t e r e i n a en las p a n t a l l a s de m a n e r a i nd i scu t i¬ b le . Es u n a de las t é c n i c a s m á s i n t e r e s a n t e s de M o n t e , p o r q u e sugiere que la me jo r i n t e r p r e t a c i ó n v iene de u n a r eve l ac ión del a c t o r a sí m i s m o frente a la c á m a r a y no de i dea s a b s t r a c t a s y e m o c i o n e s d e d u c i d a s de u n a e x t e r i o r i d a d , que se r í a el perso¬ naje t r ad i c iona l . D e ello resu l ta u n a ac tuac ión que p a r e c e conte¬ n ida en el set y se magnif ica c u a n d o se p r o y e c t a en u n a pan ta l l a . E n el set, M o n t e dice a m e n u d o "Tómate tu tiempo", o "Cuando

estés preparado", c o n s i g n a s que gu ían al ac to r h a c i a la apa r i c ión de su m o m e n t o "dec is ivo" . T o d o s los a c t o r e s e n t r a n c o n p lace r en es te j u e g o , d e s p l i e g a n los m i s t e r i o s de sus pe r sona j e s y d ía a día d e s c u b r e n u n a ca r a n u e v a de su p e r s o n a fílmica.

E n t a n t o q u e script supe rv i so r , mi t r aba jo d e b e r í a h a b e r con¬ s i s t ido e n m i r a r p o r el r e s p e t o al t r a t a m i e n t o n a r r a t i v o esta¬ b l e c i d o en el g u i ó n de Road to Nowhere, p e r o , a m e d i d a que el rodaje se d e s a r r o l l a b a , p a s é a d e d i c a r m e j u s t o a lo c o n t r a r i o , a m a n t e n e r la c o h e r e n c i a del m u n d o q u e M o n t e c r e a b a y des¬

p l e g a b a a n t e n u e s t r o s o j o s . M e q u e d é es tu¬ p e f a c t o al c o n s t a t a r q u e los c a m b i o s e n la c o n t i n u i d a d n o s u p o ¬ n í a n n i n g ú n p r o b l e m a p a r a la c o m p r e n s i ó n d e la h i s t o r i a : p o r el c o n t r a r i o , e n r i q u e c í a n l o s e s t r a t o s de s igni¬ f i c a c i ó n a c u m u l a d o s p o r l a d i r e c c i ó n d e M o n t e , que n o p a r a b a d e p r o l o n g a r y d e h a c e r r e s o n a r los efec¬ t o s e s p e c u l a r e s t r aba¬ j a d o s p o r la n a r r a c i ó n . E n Road to Nowhere, l a v e r a c i d a d d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s r e a l e s s o b r e los q u e M i t c h e l l H a v e n r u e d a su pe l í cu la e m p i e z a a a l t e r a r s e , los h e c h o s se convier¬ t e n en p r e g u n t a s y , s in e m b a r g o , n o p u e d e n t o m a r s e c o m o s i m p l e f i cc ión o c o m o r e c o n s ¬ t i t u c i ó n . D u r a n t e el roda je , M o n t e H e l l m a n m a n t u v o e s t a s u s t a n ¬ c ia p o é t i c a de lo r e a l p r e c i s a m e n t e p o r q u e p e r m i t í a q u e las f i b r a s p r e c a r i a s de la m e m o ¬ r i a y la r e c o n s t i t u c i ó n subje t iva de los aconte¬ c i m i e n t o s se c o n v i r t i e -

la izqda. , M o n t e Hel lman detrás de la cámara r a n e n e l f u n d a m e n t o

m i s m o de la e s t r u c t u r a n a r r a t i v a . Y la e s t r u c t u r a de la p e l í c u l a es u n a r e p r o d u c c i ó n fiel de la m a n e r a e n que h a s ido r o d a d a . B a r r i e n d o las s e p a r a c i o n e s y las s i m p l i f i c a c i o n e s e n t r e reali¬ dad y f icción, el rodaje de Road to Nowhere fue un e je rc ic io de r e s t i t u c i ó n de la v e r d a d e r a c o m p l e j i d a d de lo rea l . •

© Cahiers du cinema, n° 6 4 8 . Sep t iembre , 2 0 0 9

T raducc ión : Nata l ia Ruiz

M I L E N K O S K O K N I C es ayudante de dirección y script supe^ isor de Monte Hellman

c i ii I E R r D y c IH f u i : : p íi ft A / o c t u b r e ^ o e e t j

ITINERARIOS MONTE HELLMAN

C u e s t i o n e s i ó n i c a s d e b a s e NICOLE BRÉNEZ

¿Somos actores de nuestra propia vida? Las prácticas e l e c t r ó n i c a s d e m a s a s n o s o b l i g a n a h o r a , a v e c e s d e m o d o

i m p e r a t i v o , a v e c e s bajo la forma de u n a i n v i t a c i ó n l úd i ca que

c o n s t i t u y e su v e r s i ó n m a l i g n a , a c o n v e r t i r n o s e n d i r e c t o r e s .

J u e g o s d e ro l , s i t ios i n t e r a c t i v o s , i n f o r m a c i o n e s c o l g a d a s d e

p á g i n a s i d e n t i t a r i a s , m u l t i p l i c a c i ó n de las r é p l i c a s , d e los a l ias ,

de los s e u d ó n i m o s y d e las c o n t r a s e ñ a s : en la p r i m e r a d é c a d a

del s ig lo X X I , la p r e s e n t a c i ó n p ú b l i c a d e u n o m i s m o , docu¬

m e n t a d a o f a b u l a d a , se h a c o n v e r t i d o en u n a c o s t u m b r e com¬

pleja de la que los e t n ó l o g o s de lo c o n t e m p o r á n e o h a r á n u n a de

sus p r i n c i p a l e s d i s c ip l i na s de e s t u d i o . S i m u l t á n e a m e n t e , t o d o s

los c a n a l e s a u d i o v i s u a l e s d e s p l i e g a n en t i e m p o real d u r a n t e

m e s e s g r a b a c i o n e s d e c o b a y a s d e e x h i b i c i ó n p u e s t a s en jau¬

las , m á s o m e n o s eufór icas de su e s t a t u t o de e sc l avos b u f o n e s

c o n c o n s e n t i m i e n t o (al c o n t r a r i o de las v í c t i m a s de los m u s e o s

h u m a n o s de p r i n c i p i o s del s iglo X X ) , p u e s t o s e n e s c e n a e n

f o r m a de ready-made a r r e g l a d o s que el s i s t e m a m e d i á t i c o bau¬

t i z a c o n el a n t ó n i m o d e " t e l e r e a l i d a d " . L a g e n e r a l i z a c i ó n y

el é x i t o p o p u l a r d e e s t o s d i s p o s i t i v o s , así c o m o o t r a s p u e s t a s

e n e s c e n a s u p u e s t a m e n t e d e a p r e n d i z a j e , p e r o m á s b i e n d e

d o m e s t i c a c i ó n , c o n s t i t u y e n o t r a s t a n t a s v a r i a c i o n e s a p a r t i r

d e u n p r e s u p u e s t o l e t a l : ser a c t o r d e sí m i s m o , p r a c t i c a r la

a u t o f i c c i ó n , d o c u m e n t a r la a p a r i e n c i a , que r e v e l a b a y par t i¬

c i p a b a n e c e s a r i a m e n t e d e u n p r o c e s o d e cos i f icación. L ó g i c a

d e c o n j u n t o q u e fue c o l e c t i v a m e n t e a d o p t a d a b a l b u c e a n d o

s i e m p r e el m i s m o m a n t r a l a m e n t a b l e : "el p l a c e r " .

El c ine h o l l y w o o d e n s e fue el l a b o r a t o r i o de la i ndus t r i a¬

l i z a c i ó n d e la p r e s e n t a c i ó n d e u n o m i s m o , l a b o r a t o r i o q u e

e n g e n d r a sus f o r m a s c r í t i ca s e n d ó g e n a s ( J o h n C a s s a v e t e s ) o

e x ó g e n a s ( J e a n - L u c G o d a r d , R a i n e r W . F a s s b i n d e r ) , así c o m o

sus p a r o d i a d o r e s , a m e n u d o m á s i n t e r e s a n t e s y c o n m o v e d o r e s

q u e los o r i g i n a l e s ( J a c k S m i t h , A n d y W a r h o l ) . C o n f r o n t a d o a

la g e n e r a l i z a c i ó n de las p r á c t i c a s i n d u s t r i a l e s de la a p a r i e n c i a

(v ídeos d o m é s t i c o s + I n t e r n e t ) , d u r a n t e los años 2 0 0 0 el c ine de

a u t o r se ded ica l ó g i c a m e n t e a p r o d u c i r m o n s t r u o s i n d i g e r i b l e s

(gen ia l idad de H a r m o n y K o r i n e en es te s e n t i d o ) y a r e a b r i r el

c a m p o de las c u e s t i o n e s ex i s -

t e n c i a l e s b á s i c a s , c u e s t i o n e s

que l l a m a r í a m o s " ión icas" . E n

efecto, en el I o n de P l a t ó n , u n

r a p s o d a q u e a c a b a d e g a n a r

el p r e m i o de i n t e r p r e t a c i ó n

e n los j u e g o s d e E p i d a u r o p o r

h a b e r r e c i t a d o b i e n los poe¬

m a s ép icos de H o m e r o , a cep t a

d i a l o g a r c o n S ó c r a t e s . Y el

p o b r e I o n , b a s t a n t e p a g a d o

d e sí m i s m o , se deja coger en

u n a p a r a d o j a : si s abe de q u é

h a b l a , i n t e r p r e t a y s i m u l a ; si

n o e n t i e n d e n a d a d e lo q u e

d i c e , e s t á p o s e í d o y es d iv ino .

I o n a c e p t a los t é r m i n o s de la

r e f l e x i ó n y e l ige se r d i v i n o .

C a t á s t r o f e h i s t ó r i c a p a r a los

a c t o r e s , d e s d e e n t o n c e s atra¬

p a d o s c o m o u n a f a l ena bajo

un m i c r o s c o p i o e n t r e las pla¬

cas de lo v e r d a d e r o y lo falso,

de lo real y lo i m a g i n a r i o , de

lo n e c e s a r i o y lo accesor io . Sin

e m b a r g o , i n c l u s o en el c a m p o

del c ine i n d u s t r i a l , c ie r tas c o n c e p c i o n e s del ac to r h a n refutado

no sólo los c ó d i g o s h i s t r i ó n i c o s , s ino i n c l u s o la m i m e s i s y h a n

i n v e n t a d o s i s t e m a s de r e p r e s e n t a c i ó n que o r g a n i z a n d e o t r a

m a n e r a c o m p l e t a m e n t e d i s t i n t a su re lac ión con lo rea l , al afir¬

m a r que el c ine n o r e p r o d u c í a n a d a , que no i m i t a b a n a d a , que lo

que hac ía e ra a v e n t u r a r s e en una s imbo log ía de lo i n a u d i t o y de

lo d e s c o n o c i d o y que c i e r t a m e n t e no c o n t a b a con volver de ello:

ése fue el ca so , en 1971, de la s u b l i m e Carretera asfaltada de dos

direcciones, de M o n t e H e l l m a n , c u m b r e del c ine m o d e r n o . P o r

t a n t o , r e su l t a a p a s i o n a n t e o b s e r v a r c ó m o hoy en día H e l l m a n se

e n c a r a f ron ta lmen te , a c u e r p o d e s c u b i e r t o , c o n ta les c u e s t i o n e s ,

de m a n e r a a v e c e s r e t r o s p e c t i v a (Stanley's Girlfriend, e p i s o d i o

de Trapped Ashes) y a v e c e s p r o s p e c t i v a (Road to Nowhere). •

© Cahiers du cinéma, n° 6 4 8 . S e p t i e m b r e , 2 0 0 9

T raducc ión : Natal ia Ruiz

Road to Nowhere (2009)

M C 1 K I í n S D U C I N É V t E S I> I I ^ / S C r J ^ I

ITINERARIOS

ENTREVISTA MONTE HELLMAN

H a c i a u n d e s t i n o n o i m a g i n a d o NICOLE BRÉNEZ / BRAD STEVENS

¿Podría hab la rnos de Stanley's Girlfriend, que realizó en

2006 en el marco de la película co lec t iva TrappedAshes?

¿Cómo se desarrolló el t raba jo con los autores de los o t ros

e p i s o d i o s , sobre t o d o Joe Dante y Ken Russel l?

E n p r i n c i p i o , y o t e n í a q u e d i r ig i r l as c i n c o p a r t e s de Trapped

Ashes, p e r o c o m o los p r o d u c t o r e s d e c i d i e r o n q u e s e r í a m á s

c o m e r c i a l c o n t r a t a r a c i n c o d i r e c t o r e s d i f e r e n t e s , m e d i e r o n

p r i o r i d a d a la h o r a de e l e g i r el g u i ó n . M e q u e d é c o n la p a r t e

q u e m á s m e h a b í a i n t e r e s a d o del p r o y e c t o y , p o r t a n t o , e s c a p é

a un d e s t i n o p e o r q u e la m u e r t e , que es d i r ig i r sin p a s i ó n .

R a r a v e z h e p o d i d o r e a l i z a r m i s p r o p i o s p r o y e c t o s , p e r o

s i e m p r e h e c o n s e g u i d o e n c i e r t o m o d o a p r o p i a r m e m e n t a l ¬

m e n t e de los p r o y e c t o s de o t r o s . E s t e p r o c e s o es a n á l o g o a mi

c o n c e p c i ó n de la i n t e r p r e t a c i ó n del ac to r , q u e a d o p t é a p a r t i r

de u n a n o v e l a n o r u e g a de los a ñ o s c i n c u e n t a o s e s e n t a , q u e

n u n c a h e l l e g a d o a leer , p e r o la c r í t i c a de la m i s m a que apa¬

r e c i ó e n el Time Magazine m e m a r c ó c o n s i d e r a b l e m e n t e : un

a c t o r n o d e b e c o n v e r t i r s e e n su p e r s o n a j e , el p e r s o n a j e d e b e

c o n v e r t i r s e en el ac tor .

Stanley's Girlfriend n o v e l a un e p i s o d i o de la v i d a de

Stanley K u b r i c k ; sin e m b a r g o , a usted se le asocia mucho

más a Rober t Bresson y a S a m u e l B e c k e t t . ¿Qué lugar

ocupa Stanley Kubr ick en su c i n e f i l i a ?

S i e n t o que t e n g o c i e r t o p a r e n t e s c o c o n K u b r i c k p o r al m e n o s

t r e s r a z o n e s : la fotografía , el jazz y el a j ed rez . E n la p e l í c u l a

p u s e m u c h o c u i d a d o e n da r au t en¬

t i c i d a d a las p a r t i d a s de a j ed rez . D e

t o d a s m a n e r a s , d e s d e m u c h o s p u n t o s

de vis ta , t o d a s mi s pe l í cu l a s son auto¬

b iográ f i cas . E n p a r t e , es p o r q u e c r e o

q u e la ú n i c a m a n e r a de a c c e d e r a lo

u n i v e r s a l e s c o n t i n u a r s i e n d o especí¬

f ico y p e r s o n a l , y en p a r t e p o r q u e es

la ú n i c a h i s t o r i a que c o n o z c o y q u e

e s toy c a p a c i t a d o p a r a c o n t a r .

"La idea proviene de nuestra propia experiencia, que, como la vida de la mayor

parte de la gente, es dolorosa y además termina mal"

v a r i o s a m i g o s y y o m i s m o , n o s c o n d u j e r o n al g u i ó n q u e esta¬

m o s r o d a n d o . N o p a r t i c i p é en la e s c r i t u r a p r o p i a m e n t e d i c h a ,

c o m o sí h a b í a h e c h o e n u n a de n u e s t r a s c o l a b o r a c i o n e s pre¬

c e d e n t e s , La iguana. C o m o s u e l e p a s a r m e , func ioné a m o d o

de e d i t o r q u e r ev i sa el t e x t o y lo p o n e a p u n t o . P e r o t a m b i é n ,

c o m o de c o s t u m b r e , r e e s c r i b í u n a o dos l í neas de d i á logo aqu í

y allá, lo q u e S t e v e n a c e p t ó de m a l a gana .

L a i d e a o r ig ina l p r o v i e n e de n u e s t r a s n u m e r o s a s co labora¬

c i o n e s . Se t r a t a de u n i n t e n t o de d o c u m e n t a r la s i n g u l a r i d a d

de n u e s t r a e x p e r i e n c i a , que c o n s i s t e e n r e a l i z a r p e l í c u l a s en su

m a y o r p a r t e i n d e p e n d i e n t e s . C o m o t o d a e x p e r i e n c i a , lo esen¬

cial de la m i s m a es e x c i t a n t e . C o m o la v ida de la m a y o r p a r t e

de la g e n t e , t i e n e u n a d i m e n s i ó n d o l o r o s a . Y c o m o la v ida de

t o d o s , t e r m i n a m a l .

En las pr imeras v e r s i o n e s de Road to Nowhere, el d i rec tor

se l l amaba M o n t e H e l l m a n , m i e n t r a s que en las vers io¬

nes f i n a l e s se l lama Mi tche l l Haven. De la misma manera ,

Steven G a y d o s se ha c o n v e r t i d o en Steve Ga tes . ¿A qué

se d e b e n esos c a m b i o s ?

C o m o no s o m o s c e l e b r i d a d e s , c o m o J o h n M a l k o v i c h p o r ejem¬

p lo , nos p a r e c i ó que c o n s e r v a r n u e s t r o s n o m b r e s h a b r í a p rovo¬

c a d o u n a def lac ión de e m p a t i a , e s deci r , que los e s p e c t a d o r e s

h a b r í a n t e n i d o d i f i cu l t ades p a r a i d e n t i f i c a r s e c o n los p e r s o ¬

najes y e n t r a r en la h i s t o r i a . A u n q u e el m a t e r i a l p r o v e n g a de

n u e s t r a s p e r s o n a l i d a d e s y n u e s t r a s e x p e r i e n c i a s , d e s p u é s de

t o d o se t r a t a del t r aba jo de la f icc ión .

Y ex i s t e u n a l a rga t r a d i c i ó n l i t e r a r i a

de e s c r i t o r e s q u e e l i gen s e u d ó n i m o s

p a r a sus a l t e r egos .

C o m o Road to Nowhere, este cor tomet ra je t rata del mundo

del c ine . ¿Cuál es la relación entre a m b a s películas?

E n lo q u e c o n c i e r n e a las c o n e x i o n e s e n t r e Stanley's Girlfriend

y Road to Nowhere, s in d u d a la m á s fuer te es mi d e s c u b r i ¬

m i e n t o de T y g h R u n y a n y mi dec i s i ón de h a c e r l e i n t e r p r e t a r a

S tan ley , en el c o r t o , y a M i t c h e l l H a v e n e n e s t e l a rgo .

¿En qué contex to se redactó el guión de Road to Nowhere?

¿Hasta qué punto se implicó en su escr i tu ra?

M i a m i g o y c o l a b o r a d o r d e s d e h a c e a ñ o s , S t e v e n G a y d o s ,

t u v o la i d e a de es ta h i s t o r i a y r e d a c t ó u n p r i m e r b o r r a d o r de

g u i ó n . I n n u m e r a b l e s s e s i o n e s de brainstorming e n t r e S t e v e n ,

Según la d e s c r i b e el g u i ó n , la

casa de M i tche l l Haven es ev iden¬

t e m e n t e la suya ("La habitación

principal es un vasto espacio

abierto, que combina un salón y

una cocina americana. Las paredes, sin cuadros ni pós-

ters, están cubiertas de libros del suelo al techo"). ¿Va a

rodar en su casa? ¿Cuáles son sus l ibros p r e f e r i d o s ?

Vamos a rodar en mi casa, sobre todo por razones prácticas y

f inancieras. Le di a Tygh un e jemplar de Reference Point, de

A r t h u r Hopk ins , y uno de El mito de Sísifo, de A lber t Camus,

dos l ib ros que tengo en gran est ima. Puede que también le

diera Denial of Death, de Ernest Becker. Si no es así, debiera

haberlo hecho.

Entre los clásicos que t r a t a n de la dirección y más c o n ¬

c r e t a m e n t e de la dirección de actores (por e j e m p l o , entre

o t r o s , Cautivos del mal, de V i n c e n t e M i n n e l l i ; Opening

T í C > H I [ R £ U li C I N L U A t S P t N A / D ^ ~ U E Fl ^ ?Dn9

MONTE HELLMAN

Night, d e J o h n C a s s a v e t e s , o Después del ensayo, d e

I n g m a r B e r g m a n ) , ¿ c u á l e s le h a n m a r c a d o m á s ?

D e las q u e m e n c i o n á i s só lo r e c u e r d o la de M i n n e l l i y d u d o

m u c h o q u e m e v i n i e r a a la m e n t e d u r a n t e la p r e p a r a c i ó n d e

la p e l í c u l a . A l g u n a vez h a b l a m o s de El juego de Hollywood, de

R o b e r t A l t m a n , o de La noche americana, de Truf fau t , c o m o

i n t e n t o s c o m p a r a b l e s , p e r o n o c reo que e sa s p e l í c u l a s h a y a n

t e n i d o efecto a l g u n o s o b r e n u e s t r o t r aba jo .

E n c a m b i o , c reo que la o b r a de a l g u n o s d i r e c t o r e s a los q u e

a d m i r o , c o m o Tsai M i n g - l i a n g y N u r i Bi lge C e y l a n , d e b e h a b e r

e j e rc ido a l g ú n t i po d e in f luenc ia , p e r o c la ro e s t á que no h a s t a

el p u n t o d e a l e j a r m e d e la a d h e s i ó n y la af in idad q u e p r o f e s o

p o r A r t h u r H o p k i n s y , c o m o h e d e s c u b i e r t o h a c e p o c o , tam¬

b i é n p o r K r z y s z t o f K i e s l o w s k i .

base de estímulos, provocando a mi inconsciente y al de

los otros, y dejo que esta energía me guíe y me ilumine.

Ni siquiera tengo idea de a qué se parecerá la película

antes de empezar el proceso de c a s t i n g . " ¿ L e s o r p r e n d i ó

la m a n e r a e n q u e Road to Nowhere e v o l u c i o n ó d u r a n t e

el r o d a j e ?

U n b u e n n ú m e r o d e c o s a s q u e di je a e s t a p e r s o n a d u r a n t e

a ñ o s h a n l l e g a d o a o b s e s i o n a r m e . E s t a c i ta e s r e l a t i v a m e n t e

r e c i e n t e y se a jus ta a mi m é t o d o de r o d a j e a c t u a l . Road to

Nowhere p a r e c e h a b e r t o m a d o v i d a p r o p i a . L a m a r c h a del

t r a b a j o a d q u i e r e n u e v o s g i r o s c a d a d ía , a v e c e s s i m p l e m e n t e

p o r r a z o n e s m a t e r i a l e s d e p r e s u p u e s t o . P e r o s o b r e t o d o , c o m o

s i e m p r e , c a d a e l e c c i ó n del a c t o r g e n e r a s o r p r e s a s y descubr i¬

m i e n t o s i n i m a g i n a b l e s .

En un m e n s a j e a F e r g u s Daly (14 d e e n e r o d e 2 0 0 9 ) , u s t e d

e s c r i b i ó : "Trabajo de manera muy diferente a un director

como Hitchcock, que imaginaba sus películas integral­

mente y después las dirigía casi de memoria. Yo trabajo a

E n un a u t o r r e t r a t o p a r a Liberation, e n j u n i o d e 2 0 0 5 , a

p r o p ó s i t o d e l o s a c t o r e s d e R o g e r C o r m a n , u s t e d d e c l a ­

r a b a : "Las películas se hacen, en primer lugar, para los

actores que uno dirige. Y cuando estos s e > pasa a pág. 7 8

ITINERARIOS

Monte He l lman , en el cent ro , du ran te el roda je de Road to Nowhere. A la izqda., Josep Mar ia Civi t , d i rec tor de fo tog ra f í a

convierten en amigos es cuando el film tiene más posibi­lidades de ser bueno. " C h a r l e s E a s t m a n , q u e fa l l e c ió h a c e

p o c o , i n t e r p r e t ó p e q u e ñ o s p a p e l e s e n s u s d o s westerns, El tiroteo y A través del huracán, y r e d a c t ó v a r i o s d e s u s

p r o y e c t o s i n a c a b a d o s . ¿ C ó m o le d e s c r i b i r í a ?

E n la m e d i d a en que c reo que el p e r s o n a j e d e b e c o n v e r t i r s e en

el ac tor , m e i m p o r t a m á s d e s c u b r i r y r e v e l a r q u i é n es ve rdade¬

r a m e n t e el ac tor , m u c h o m á s que c u a l q u i e r p e r s o n a j e f i c t i c io ,

p o r m á s t a l e n t o q u e t e n g a su inven to r . D i o s es m e j o r e s c r i t o r

y ni s i qu i e r a c r e o en D i o s .

C o n eso no q u i e r o d e c i r q u e n o a p r e c i e la a p o r t a c i ó n del

g u i o n i s t a , al c o n t r a r i o . C u a n t o m e j o r

sea el m a p a d e c a r r e t e r a s q u e pro¬

p o r c i o n e el g u i o n i s t a , m e j o r e s s e r á n

las o p o r t u n i d a d e s d e v iv i r un viaje

f ruct í fero y eu fó r i co . P e r o el c a m i n o

e s t á l l e n o d e r i e s g o s i m p o s i b l e s d e

a n t i c i p a r y l o s g i r o s q u e h a y q u e

t o m a r p u e d e n l l eva r a un d e s t i n o no

i m a g i n a d o . Tal e s el desaf ío q u e m e

m a n t i e n e s i e m p r e en la r u t a .

E n c u a n t o a C h a r l e s , e r a u n g e n i o . E c h o t e r r i b l e m e n t e e n

falta su a m i s t a d . M e dejó c o n u n g u i ó n m u y b u e n o , Cody and

Farol, y o t r o s d o s m a g n í f i c o s , Dark Passion ( v é a s e pág . 6 0 ) y

Desperadoes. P a r a fu turos c a p í t u l o s , e s p e r é m o s l e .

En el g u i ó n d e Road to Nowhere a p a r e c e n n u m e r o s o s e l e ­

m e n t o s t e c n o l ó g i c o s : c u l t u r a i n f o r m á t i c a , f o r m a s t e c n o l ó ¬

g i c a s d e s o c i a l i z a c i ó n , i n s t r u m e n t o s e l e c t r ó n i c o s d e t o d a

e s p e c i e . . . ¿ C ó m o a f e c t a n e s o s e l e m e n t o s a l a c r e a c i ó n ?

¿ Y a l a s r e l a c i o n e s h u m a n a s ?

"Cuanto mejor sea el mapa de carreteras que ofrezca el guionista, mejores serán las oportunidades de vivir un viaje fructífero y eufórico"

N o m e i m p o r t a c o n f e s a r q u e soy u n p e n s a d o r , p e r o n o u n

s o c i ó l o g o ni un e s p e c i a l i s t a d e la c u l t u r a c o n t e m p o r á n e a . M e

i n t e r e s o p o r los n u e v o s i n s t r u m e n t o s d e c r e a c i ó n y h e apre¬

c i ado los a v a n c e s d ig i t a les en la fotografía y a h o r a en la i m a g e n

c i n e m a t o g r á f i c a .

¿ Q u é m a t e r i a l h a e l e g i d o p a r a t r a b a j a r ?

T r a b a j a m o s con t r e s c á m a r a s C a n o n 5 D M a r k I I , q u e son esen¬

c i a l m e n t e a p a r a t o s fo tográf icos q u e r u e d a n a 1 0 8 0 p , en a l t a

de f in ic ión . P a r e c e t e c n o l o g í a p u n t a , p e r o t a m b i é n t i e n e u n a

d i m e n s i ó n p r i m i t i v a . N o b u s c a m o s c u m p l i r con los e s t ánda¬

r e s e x i g i d o s p o r el prime time y las

v e n t a j a s e n t é r m i n o s d e ca l idad d e

i m a g e n s u p e r a n de lejos los inconve¬

n i e n t e s d e t o d o s los o b s t á c u l o s q u e

h e m o s t e n i d o q u e sa lva r p a r a h a c e r

func iona r es te e q u i p o .

E n p r i n c i p i o , q u e r í a m o s u t i l i z a r

u n a c á m a r a R e d , p e r o las pos ib i l ida¬

d e s d e la C a n o n e n el c a m p o d e las

l u c e s d é b i l e s , a d e m á s d e su t a m a ñ o ,

n o s h a n p e r m i t i d o r o d a r e n c o n d i c i o n e s y l u g a r e s i m p o s i b l e s

d e a f ron t a r c o n o t r a s c á m a r a s . L a m a y o r v e n t a j a de la C a n o n

e r a el t a m a ñ o del s enso r , m u c h o m á s g r a n d e q u e el d e la R e d

e i n c l u s o q u e el f o r m a t o a n a l ó g i c o de 35 m m , lo q u e da a

las i m á g e n e s u n a c a l i d a d p l á s t i c a casi c o m p a r a b l e a la d e l o s

f o r m a t o s c i n e m a t o g r á f i c o s g r a n d e s . E s t a d i m e n s i ó n e ra m á s

i m p o r t a n t e p a r a n o s o t r o s que la m e j o r r e s o l u c i ó n d e la R e d

o d e la p e l í c u l a a n a l ó g i c a .

U t i l i z a m o s u n a d o c e n a d e o b j e t i v o s N i k o n q u e son d e mi

p r o p i e d a d d e s d e h a c e t r e i n t a a ñ o s , q u i z á m á s . A u n q u e n o

7 1 C Í H I E R s u n C l I f U t t S P * l A / O E T L ' B (! E J O I T S

MONTE HELLMAN

es t én c o n c e b i d o s p a r a u n u s o c i n e m a t o g r á f i c o y p o r t a n t o sea

m á s c o m p l i c a d o h a c e r el e n f o q u e , la c a l i d a d de la i m a g e n q u e

p r o d u c e n es i m p o s i b l e de d i s t i n g u i r de los m e j o r e s ob je t ivos

de c i n e , en p a r t i c u l a r c u a n d o se e n c u e n t r a n en m a n o s de u n

d i r e c t o r de fotografía c o m o J o s e p M a r i a Civi t y de su a y u d a n t e ,

Al f redo S u á r e z . E n e s p e c i a l , r e a l i z a m o s un p l a n o c o n u n obje¬

t ivo de 85 m m f/4 ( c o n s i d e r a d o c o m o el m e j o r ob je t ivo n u n c a

f a b r i c a d o ) c o n u n a p r o f u n d i d a d de c a m p o de m e n o s de u n a

p u l g a d a c u a n d o se u t i l i za c o m o g r a n a n g u l a r , q u e d u r a va r ios

m i n u t o s y que n a d i e c r e í a que fuera p o s i b l e h a c e r [véase: pág .

81]. E s sin d u d a el p l a n o m á s be l lo de la p e l í c u l a , í n t e g r a m e n t e

n e t o y c o r t a n t e c o m o u n a navaja.

¿ Y p a r a el m o n t a j e ?

N o s o t r o s m o n t a m o s e n F i n a l C u t

P r o . N o t i e n e n a d a m e j o r o p e o r que

o t r o s p r o g r a m a s de m o n t a j e , p e r o es

c o m p a t i b l e c o n los a r c h i v o s M a r k I I ,

y mi m o n t a d o r a , c o l a b o r a d o r a y pro¬

t eg ida , C é l i n e A m e s l o n , se e n c u e n t r a

a g u s t o c o n él.

H e m o n t a d o y o m i s m o en m o v i o l a la m a y o r p a r t e de m i s

p e l í c u l a s . D e s d e Better Watch Out! e m p e c é a u t i l i z a r el mon¬

ta je i n f o r m á t i c o , a p o y á n d o m e e n u n c o l a b o r a d o r q u e se

e n c a r g a b a del p r o g r a m a y c o n el cual c o m p a r t í a las t o m a s de

dec i s ión . A l p r i n c i p i o , e n c o n t r a b a que la m o v i o l a p e r m i t í a u n a

m a y o r p rec i s ión : c u a n d o se b l o q u e a el f reno, la pe l í cu l a se p a r a

i n s t a n t á n e a m e n t e y de m a n e r a p r e c i s a s o b r e el f o t o g r a m a

d e s e a d o . C o n el o r d e n a d o r , c u a n d o p u l s a s la t ec l a , se p r o d u c e

un desfase de a l g u n a s i m á g e n e s , y m a y o r desfase a ú n e n t r e mi

p e t i c i ó n al m o n t a d o r y su ges to .

"A través de nuestra propia unic idad p o d e m o s reconocernos en el otro y

compartir un v ínculo con los que viajan con nosotros"

P e r o el o r d e n a d o r , c o m o la m o v i o l a , es n o l i nea l . Sus pro¬

g r a m a s de t r aba jo r e s p e c t i v o s e s t á n m á s c e r c a el u n o del o t r o

q u e los s i s t e m a s de m o n t a j e l i nea le s q u e se u t i l i z a r o n d u r a n t e

m u c h o t i e m p o y q u e fue ron u n a de las p e o r e s c o s a s que le

s u c e d i e r o n a n u e s t r o a r t e . D e b e m o s vo lve r a fo rmas de t raba jo

m u c h o m á s o r g á n i c a s .

E n t r e s u s d o s p r i m e r a s p e l í c u l a s , t r a b a j ó p a r a c o m p l e t a r

d i v e r s a s p r o d u c c i o n e s d e R o g e r C o r m a n p a r a la t e l e v i s i ó n

(Ski Troop Attack, Creature from the Haunted Sea, Last Woman on Earth y Beast from Haunted Cave) r o d a n d o e s c e n a s a d i c i o n a l e s . T a m b i é n r o d ó p l a n o s p a r a The Terror,

d e R o g e r C o r m a n . ¿ L e p a r e c e q u e e s t a e x p e r i e n c i a in f luyó

e n s u a p r o x i m a c i ó n a s u s s i g u i e n t e s p e l í c u l a s , d e l a s q u e

v a r i a s ( s o b r e t o d o El tiroteo, p e r o t a m b i é n e n c i e r t o s e n ­

t i d o Flight to Fury y Carretera asfaltada de dos direccio­nes) d a n la i m p r e s i ó n d e c o n t a r s ó l o u n a p e q u e ñ a p a r t e

d e u n a h i s t o r i a m u c h o m á s a m p l i a ?

P i e n s o q u e el h e c h o de r o d a r e s o s f r a g m e n t o s m e e n s e ñ ó a

n o t o m a r d e m a s i a d o e n ser io lo que h a c í a . M e d iver t í m u c h o

r o d á n d o l a s y t a m b i é n a p r e n d í a t r aba j a r r á p i d o y a t e n e r m á s

conf ianza en mi i n s t i n to . E sa fue p a r a mí la me jo r de las escue¬

las p o s i b l e s .

Traba ja r c o n g r a n d e s m o n t a d o r e s c o m o B o b Se i te r y F o l m a r

B l a n g s t e d m e e n s e ñ ó que a l g u n a s v e c e s las s e c u e n c i a s funcio¬

n a n m e j o r c u a n d o e m p i e z a n p o r la m i t a d y se t e r m i n a n a n t e s

del f inal . La s m u e r t e s y las b o d a s no son las ú n i c a s ni las mejo¬

res fo rmas de t e r m i n a r u n a pe l í cu l a .

M u c h a s d e s u s p e l í c u l a s c o n t i e n e n g u i ñ o s y r e f e r e n c i a s a l

c o n j u n t o d e s u o b r a . P o r el g u i ó n , e s d e e s p e r a r q u e Road

to Nowhere o f r e z c a un g r a n n ú m e r o d e a l u s i o n e s . ¿ Q u é

f u n c i ó n t i e n e n ?

El ob j e t i vo del a r t i s t a es e n t r a r e n c o n e x i ó n c o n el p ú b l i c o .

A l g u n o s c r e e n q u e u n o c o n s i g u e h a c e r l o m e j o r s i e n d o m u y

g e n e r a l , p e r o y o p i e n s o lo c o n t r a r i o , que la me jo r m a n e r a de

e m o c i o n a r a un p ú b l i c o es m o s t r a r s e lo m á s espec í f i co y per¬

sonal pos ib l e . C a d a p e r s o n a se c o n s i d e r a ú n i c a y v i n c u l a e s t a

u n i c i d a d a la del o t ro . A t r a v é s de es ta

u n i c i d a d , p o d e m o s r e c o n o c e r n o s a

n o s o t r o s m i s m o s en el o t r o y compar¬

tir un v í n c u l o c o n t o d o s a q u e l l o s q u e

v a n p o r la c a r r e t e r a c o n n o s o t r o s .

¿ P o r q u é l o s s e r e s h u m a n o s t ie¬

n e n c a d a v e z m á s n e c e s i d a d d e

i m á g e n e s d e e l l o s m i s m o s ?

E n t a n t o q u e e s p e c t a d o r , a p l a u d o

t o d a s las i m á g e n e s de s e r e s h u m a n o s q u e v e n g a n . P i e n s o

que t o d a o b r a de a r t e ( p i n t u r a , p o e s í a , nove l a , s o n a t a , blues o

inc luso country) h a c e b r i l l a r u n a luz y n o s a y u d a a r e c o n o c e r lo

que y a s a b í a m o s . A t r a v é s de la i m a g e n h u m a n a , v e m o s m e j o r

e n n o s o t r o s m i s m o s . P u e d o s e n t i r c ó m o el r o s t r o h u m a n o es

s i e m p r e el m o t i v o m á s p o d e r o s o en u n a fotograf ía o e n u n a

pe l í cu l a .

Road to Nowhere c u e n t a u n a h i s t o r i a c o n t e m p o r á n e a y , en

e s t e s e n t i d o , r e p r o d u c e n u e s t r o m u n d o d e s d e m u c h o s p u n t o s

de v i s t a , i n c l u y e n d o d i v e r s o s m e d i o s de c o m u - > pasa a pág. 80

ITINERARIOS

Tres imágenes de Road to Nowhere

n i c a c i ó n r e c i e n t e s : los m ó v i l e s , los blogs, las p á g i n a s web dedi¬

c a d a s a la e x p r e s i ó n p e r s o n a l , a la e x p o s i c i ó n , e t c .

E s t o p l a n t e a n u m e r o s a s c u e s t i o n e s . L a g e n t e c u e l g a imáge¬

n e s suyas y de sus a m i g o s en F a c e b o o k p o r la m i s m a r a z ó n q u e

y o m e s i en to e m p u j a d o a h a c e r p e l í c u l a s o u n p e r r o a l a m e r s e

los co jones : p o r q u e p u e d e n h a c e r l o . P e r o , ¿por qué q u i e r o rea­

l i za r p e l í c u l a s y m o s t r a r m i s fotos al m u n d o ? L o s e s c r i t o r e s

p u e d e n esc r ib i r l ib ros e s e n c i a l m e n t e p a r a un l ec to r ( uno e n t r e

x l e c t o r e s ) , y y o s i e n t o q u e h a g o lo m i s m o con m i s p e l í c u l a s :

h e c h a s p a r a u n e s p e c t a d o r s i n g u l a r e n t r e u n p ú b l i c o d e x

e s p e c t a d o r e s s i n g u l a r e s . E s o v i e n e d e u n d e s e o , qu i zá excén¬

t r i c o , de i n t i m i d a d . P o r el c o n t r a r i o , F a c e b o o k y sus s e m e j a n t e s

se b a s a n e n un d e s e o d e e x h i b i c i o n i s m o .

N o q u e r r í a p a r e c e r e s n o b , i n c l u s o si lo soy. A u n q u e la expre¬

s ión a r t í s t i ca p r o v e n g a de un d e s e o de i n t i m i d a d , sin e m b a r g o

no la s i en to c o m o u n a a l t e r n a t i v a a d m i s i b l e a la i n t i m i d a d real

con o t ro ser h u m a n o . E n c u a n t o al e x h i b i c i o n i s m o e n I n t e r n e t ,

t a m b i é n p u e d e p r o v e n i r del m i e d o y del r e c h a z o a u n a int imi¬

dad r ea l . N o t e n g o p á g i n a en F a c e b o o k , M y S p a c e o Twi t te r .

E n s u l i b r o s o b r e S a m u e l F u l l e r ( 1 9 7 1 ) , N i c h o l a s G a r n h a m

s e ñ a l a q u e l a s p e l í c u l a s d e F u l l e r y d e G o d a r d e s t á n l l e n a s

d e "investigaciones y viajes sin sentido... a lo largo de

los cuales los protagonistas aprenden mucho más sobre

ellos mismos que sobre su supuesto objetivo". É s t a t a m ­

b i é n p o d r í a s e r u n a d e f i n i c i ó n d e s u s f i l m e s . ¿ S i e n t e a f i n i ¬

d a d c o n F u l l e r y G o d a r d ? ¿ H a v i s t o l o s t r a b a j o s r e c i e n t e s

d e G o d a r d , e n p a r t i c u l a r l a s Histoire(s) du cinéma?

Parafraseando a Boris Karloff en The Black Cat (Edgar G. Ulmer,

1934), "viajes, puede ser; sin sentido, puede que no". Road to

Nowhere es decididamente un viaje para Mi tche l l Haven, que le

conducirá a una especie de autorrevelación. El espectador dec i ­

dirá. Por desgracia, no he visto las últimas cosas de Godard.

D e s d e Reservoir Dogs, q u e s e s u p o n í a q u e u s t e d i b a a d i r i ¬

g i r , s u n o m b r e a p a r e c e a m e n u d o a s o c i a d o a l d e T a r a n t i n o .

¿ Q u é o p i n i ó n t i e n e d e s u s ú l t i m a s p e l í c u l a s ?

P i e n s o q u e T a r a n t i n o es u n g e n i o q u e p o d r í a h a b e r t e n i d o la

m a l a f o r t u n a d e m o r i r d e m a s i a d o p r o n t o . Su c o n o c i m i e n t o

e n c i c l o p é d i c o del c ine h a c e que sea e x t r e m a d a m e n t e en t re¬

t e n i d o v e r su s p e l í c u l a s . A v e c e s c r e o q u e el t i e m p o q u e h a

p a s a d o r e c o l e c t a n d o e se i n a g o t a b l e c a t á l o g o h a l i m i t a d o su

e x p o s i c i ó n a lo r ea l . P e r o t o d a v í a es tá en el in ic io de su c a r r e r a ,

q u e e s p e r o sea l a rga y b r i l l a n t e .

V a r i a s v e c e s h a d e c l a r a d o s u a d m i r a c i ó n p o r T s a i M i n g -

l i a n g . ¿ P o r q u é le a t r a e s u o b r a ? ¿ E s t á f a m i l i a r i z a d o c o n

o t r o s t a i w a n e s e s , c o m o H o u H s i a o - h s i e n y E d w a r d Y a n g ?

L o que m á s m e g u s t a de Tsai es la m a n e r a en la q u e h a resuci¬

t a d o el c ine m u d o en el m u n d o s o n o r o . T a m b i é n m e ha ense¬

ñ a d o c ó m o l i m i t a r la a c c i ó n p a r a q u e p e q u e ñ o s m o v i m i e n t o s

p a r e z c a n g r a n d e s . Y l u e g o sus a c t o r e s son i n c r e í b l e s .

L o s t r a b a j o s de H o u H s i a o - h s i e n y d e E d w a r d Yang no los

c o n o z c o t a n t o c o m o p a r a p o d e r c o m e n t a r l o s .

¿ Q u é o t r o s c i n e a s t a s c o n t e m p o r á n e o s l e i n t e r e s a n ?

V í c t o r E r i c e , p o r s u p u e s t o . T a m b i é n N u r i Bi lge C e y l a n , F a t i h

A k i n , así c o m o m i s a m i g o s P a u l T h o m a s A n d e r s o n , W e s

A n d e r s o n y R i c h a r d L i n k l a t e r .

A l e v o c a r u n a p e l í c u l a e n la q u e d e b í a i n t e r p r e t a r e l p a p e l

d e P i e r P a o l o P a s o l i n i , A b e l F e r r a r a , q u e a s i m i s m o h a r e a ¬

l i z a d o v a r i o s f i l m e s s o b r e l a d i r e c c i ó n y l a i n t e r p r e t a c i ó n

(Snake Eyes, The Blackout, Mary...), d e c l a r ó u n d í a : "Una

película, se debería poder morir de eso". ¿ E x i s t e n p a r a

u s t e d s e m e j a n t e s " p e l í c u l a s f a t a l e s " ?

Por una película no sacrificaría ni a mi perro. Después de todo

no es más que una película.

¿ E l c i n e v a h a c i a a l g ú n l a d o ?

N o sé a d ó n d e va el c ine y ni s iqu ie ra a d ó n d e voy yo , p e r o es toy

s e g u r o d e q u e los d o s v i a j a m o s j u n t o s p o r la c a r r e t e r a h a c i a

n i n g u n a p a r t e . •

Dec larac iones recog idas en Ca l i f o rn ia -Londres -Par ís ; en ju l i o -agos to , 2 0 0 9

© Cahiers du cinéma, n° 6 4 8 . S e p t i e m b r e , 2 0 0 9

T raducc ión : Natal ia Ruiz

MONTE HELLMAN

Estrecho colaborador de Monte He l lman desde que rodaron juntos La iguana

(1988) y Silent Night, Deadly Night III (1989), el director de fotografía español

Josep M a Civit ha regresado a Los Ange les para fotografiar Road to Nowhere, donde

también ha l levado la cámara. Aquí nos cuenta algunos detalles de su experiencia .

A l a c a p t u r a d e l o v e r o s í m i l JOSEP MARIA CIVIT

D e b o deci r que M o n t e H e l l m a n es un escr i to r compu l s ivo . D e s d e

1989 no ha dejado de e n v i a r m e casi un g u i ó n p o r año . C u a n d o m e

p r o p u s o h a c e r Road to Nowhere, y o le suger í que p o d í a r o d a r s e

en digital p o r q u e su m é t o d o de t rabajo impl ica m u c h o a los acto¬

res . N o es un d i r ec to r que diga "motor"y "acción", s ino que , t ras

dec i r "motor" y e m p e z a r a rodar , les d ice a los ac to res : "cuando

estéis listos". Neces i t a c r ea r la a tmósfera p rec i sa p a r a reg is t ra r lo

que o c u r r e ante la c á m a r a . Sin e s t r é s , s in forzar la ac tuac ión . L a

acc ión sólo e m p i e z a c u a n d o los ac to res se s i en ten p r e p a r a d o s . Y

los m e d i o s digi ta les se a d a p t a n me jo r a esa forma de trabajar.

La pe l í cu la e m p e z ó a f i lmarse el 13 de j u l i o , un día d e s p u é s de

que M o n t e c u m p l i e r a o c h e n t a años . H e m o s r o d a d o c u a t r o sema­

nas en S m o k y M o u n t a i n s ( C a r o l i n a del N o r t e ) , o r ig ina r io terri¬

t o r io C h e r o k e e , luego un día en L o n d r e s , c u a t r o en Ve rona , t r e s

en R o m a ( d o n d e f i lmamos d e l a n t e del Moisés de Migue l Ánge l ) y

f ina lmente una s e m a n a en L o s A n g e l e s .

E n tota l fueron o c h o s e m a n a s y med ia .

El rodaje acabó el 2 de s e p t i e m b r e .

A n t e s de e m p e z a r , h i c i m o s t o d a ser ie

de p r u e b a s . R o d a m o s u n a secuenc ia con

a l u m n o s del Cal i fornia I n s t i t u t e of A r t s

de P a s a d e n a , d o n d e M o n t e H e l l m a n da

c l a s e s . L u e g o se t r a n s f i r i ó el s o p o r t e

d ig i t a l , lo f i l m a m o s en c ine y lo pro¬

y e c t a m o s en u n a sala de L o s A n g e l e s .

El r e s u l t a d o fue e s p e c t a c u l a r y así fue

c o m o d e c i d i m o s u t i l i za r t r e s c á m a r a s

C a n o n 5 D M a r k I I , lo que ha c o n v e r t i d o

a Road to Nowhere en el p r i m e r l a rgo

r o d a d o í n t e g r a m e n t e con es ta c á m a r a , que es m u y l igera y que

da u n a ca l idad excepc iona l .

M o n t e t i e n e u n a b u e n a co l ecc ión de c á m a r a s y u n e x c e l e n t e

j u e g o de l en t e s . Es u n g r a n fotógrafo, e s p e c i a l m e n t e de b l a n c o

y n e g r o , y es un a p a s i o n a d o de la ó p t i c a . M e p r o p u s o u t i l i za r

l e n t e s N i k o n , cuyo cristal es de u n a ca l idad i m p r e s i o n a n t e . B a s t a

r e c o r d a r q u e BarryLyndon, de S. K u b r i c k , se r o d ó c o n l e n t e s

N i k o n . H e m o s u t i l i zado once objet ivos diferentes , n u e v e propie¬

dad de M o n t e y dos míos , p e r o t o d o s son objet ivos de fotografía,

de foco y d iaf ragma m a n u a l . Se ha r o d a d o en fo rma to full-frame,

e q u i v a l e n t e al 3 5 m m del n e g a t i v o fotográf ico, que no se d e b e

confundi r c o n 35 m m de c ine . E n su m a y o r p a r t e , la pe l í cu la e s t á

fotografiada c o n objet ivos de 35 m m , 50 m m y 85 m m . El 35 es

el objet ivo que u t i l i zaba C a r t i e r - B r e s s o n p o r q u e equ iva le al ojo

h u m a n o m á s un c i e r t o reo jo , el 50 ser ía lo m á s p a r e c i d o al ojo

h u m a n o , y el 85 te da un p e q u e ñ o zoom, un a c e r c a m i e n t o m a y o r

a lo que ves en la r e a l i d a d , c o m o si qu i s i e r a s enfocar c o n m a s

p r e c i s i ó n la vis ión de la rea l idad .

L a m a y o r p r e o c u p a c i ó n de M o n t e es q u e la i m a g e n t e n g a

ve ros imi l i t ud . B u s c a a c e r c a r s e lo m á s pos ib le a la r ea l idad , y las

l e n t e s N i k o n n o s a y u d a b a n a e so , p o r q u e nos a p r o x i m a b a n a la

fotografía de p r e n s a y de repor ta j e . Y o e m p e c é t a m b i é n c o m o

fotógrafo de p r e n s a , y he p u e s t o a favor de la pe l í cu l a t o d a mi

e x p e r i e n c i a c o m o tal .

E n Road to Nowhere se c u e n t a la h i s to r ia de un d i r ec to r de c ine

que i n t e n t a h a c e r u n a pe l í cu la y no lo c o n s i g u e . E n rea l idad hay

dos pe l ícu las d e n t r o de la pel ícula : u n a es la que el p r o t a g o n i s t a ,

Mi tche l l H a v e n , qu ie re h a c e r y , o t ra , u n a e spec i e de d o c u m e n t a l

que c u e n t a p o r q u é no lo c o n s i g u e . Y e sa s dos p e l í c u l a s e s t á n

f i lmadas de m a n e r a d i f e r en t e . L a que

M i t c h e l l q u i e r e h a c e r u t i l i z a m e d i o s

c o n v e n c i o n a l e s (dolly, travellings,

grúas . . . ) , su i m a g e n t i e n e u n c a r á c t e r

m á s ob je t ivo y u n a p l a n i f i c a c i ó n m á s

clásica, de p l a n o y c o n t r a p l a n o . L a o t ra ,

la que n a r r a la fallida a v e n t u r a de r o d a r

a q u é l l a , e s t á r o d a d a c á m a r a e n m a n o ,

su i m a g e n t i e n e u n c a r á c t e r m á s subje¬

t ivo y d o c u m e n t a l , la c á m a r a t i e n e ahí

un pape l m á s ac t ivo y es t á f i lmada c o n

p l anos m á s la rgos o c o n p l anos - secuen¬

cia. P o s t e r i o r m e n t e , c u a n d o h a g a m o s la

c o r r e c c i ó n de color , les d a r e m o s tam¬

b i é n un t r a t a m i e n t o d i s t in to a la t e x t u r a de u n a y d e o t ra .

M o n t e H e l l m a n confía m u c h o en el d i rec to r de fotografía. E n

el p l ano al que se refiere en la en t r ev i s t a (véase pág. 79) , t e n í a m o s

que f i lmar al pe rsona je de Mi t che l l m i e n t r a s é s t e , a su vez , r u e d a

o t ro p l a n o . T e n í a m o s que segui r le hac i a d o n d e él se m o v í a y no

p o d í a m o s p lani f icar lo . M o n t e sab ía p e r f e c t a m e n t e que la pro¬

fundidad de c a m p o d i sponib le c o n el objet ivo que q u e r í a m o s uti¬

l izar era m u y l imi tada , p o r lo que r e su l t aba m u y difícil m a n t e n e r

el foco. P u d i m o s h a c e r l o g rac ias al t raba jo magníf ico de Alfredo

S u á r e z , q u e es un foquis ta e x c e p c i o n a l . Alf redo y y o n o s lanza¬

m o s al vac ío y nos salió bien. P o r e s o M o n t e q u e d ó g r a t a m e n t e

s o r p r e n d i d o de que fuera pos ib le r o d a r ese p l a n o . •

Dec la rac iones recog idas por t e l é fono , el 11 de sep t i embre de 2 0 0 9