INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ

BEATRIZ GOMES

CARLA PATRÍCIA DOMINGUES ANTUNES

GIOVANA SILVESTRIN

MARIA PAULA BEVILACQUA

BKIND: CONECTANDO O BEM

PINHAIS

2019

BEATRIZ GOMESCARLA PATRÍCIA DOMINGUES ANTUNES

GIOVANA SILVESTRINMARIA PAULA BEVILACQUA

BKIND: CONECTANDO O BEM

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado aoao Curso de Informática do Instituto Federal dodoParaná, como requisito à obtenção do título deTécnico em Informática.

Orientadora: Prof. Me. Lauriana Paludo

Coorientador: Prof. Dr. Rodrigo De SantisVieira da Silva

PINHAIS

2019

2

TERMO DE APROVAÇÃO

BEATRIZ GOMESCARLA PATRÍCIA DOMINGUES ANTUNES

GIOVANA SILVESTRINMARIA PAULA BEVILACQUA

BKIND: CONECTANDO O BEM

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Informática do InstitutoFederal do Paraná como requisito à obtenção do título de Técnico em Informática.

__________________________________________

Prof. Me. Lauriana Paludo

Pinhais, ___ de _________________ de 2019

3

RESUMO

A importância da solidariedade esteve diretamente relacionada à evolução

do homem e de seu desenvolvimento enquanto ser sociável, funcionando como

agente motivador das relações interpessoais, além de carregar valores humanísticos

e morais; o voluntariado, por sua vez, aparece como uma das formas mais concretas

de exercer a solidariedade, atraindo cada vez mais interessados ao redor do mundo.

Apesar disso, existem determinados obstáculos que tendem a dificultar o contato

entre o doador e aquele que necessita, podendo, inclusive, desestimular o

voluntário. Nesse contexto, o presente trabalho apresenta o aplicativo BKind -

Conectando o Bem, desenvolvido com o objetivo de viabilizar a conexão entre

interessados em ações voluntárias, sejam eles pessoas ou instituições. A

metodologia de desenvolvimento do mesmo, em relação aos objetivos, é de

pesquisa exploratória, e em relação aos métodos empregados, iniciou com uma

pesquisa bibliográfica em livros e artigos, seguido de um levantamento de campo

(survey) com instituições e pessoas envolvidas no meio. Através dessa coleta de

dados, identificou-se a dificuldade de comunicação entre os voluntários e as

instituições, além da pouca visibilidade de determinadas instituições, especialmente

de pequeno porte, o que prejudica a adesão de interessados nas ações voluntárias.

A proposta de BKind é oferecer um meio simples e unificado de comunicação entre

esses agentes, seguindo o formato de rede social. Para tanto, o aplicativo foi

desenvolvido em linguagem Java, para plataforma Android, utilizando um banco de

dados MySQL, e será disponibilizado gratuitamente na Play Store visando interligar

o bem e estar a serviço da comunidade.

Palavras-chave: Voluntariado; Solidariedade; Trabalho voluntário; Aplicativo

de rede social; Aplicativo para Android.

4

ABSTRACT

The importance of solidarity is directly related to the evolution of man and his

development as a sociable being, functioning as a motivating agent for interpersonal

relationships, and carrying humanistic and moral values. Therefore, volunteering

appears as one of the most concrete ways to exercise solidarity, attracting interest

around the world. Nevertheless, there are certain obstacles that can make difficult

the contact between the donor and the needy, and can discourage the volunteer. In

this context, the present work shows the application BKind - Connecting the Good,

developed with the objective to facilitate the connection between interested people in

voluntary actions, being they individual person or institutions. The methodology of the

development, in relation to the objectives, is an exploratory research, and in relation

to the methods used, it started with a bibliographic research in books and articles,

followed by a survey with institutions and people involved in the context. Through this

data collect, it was identified the difficulty of communication between the volunteers

and the institutions, as well as the low visibility of some institutions, especially the

small ones, which hinders the adhesion of interested in voluntary actions. BKind's

proposal is to offer a simple and unified way of communication between these

agents, following the social network format. To this end, the application was

developed in Java Language, for Android platform, using a MySQL database, and will

be available for free on the Play Store to connect the good and to be at the service of

the community.

Keywords: Volunteering; Solidarity; Volunteer work; Social Networking app;

Android app.

5

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – Atados 22

FIGURA 2 - Escolha das causas no cadastro do voluntário de Atados 23

FIGURA 3 - Escolha das habilidades no cadastro do voluntário de Atados 23

FIGURA 4 - Seção Vagas de voluntariado do site Atados 24

FIGURA 5 – Joyz 25

FIGURA 6 - Post no aplicativo Joyz 26

FIGURA 7 - Perfil no aplicativo Joyz 27

FIGURA 8 - Usuários a seguir no aplicativo Joyz 28

FIGURA 9 - Comprar Joyz 29

FIGURA 10 - Ganhar Joyz 30

FIGURA 11 - Partake the Bread 31

FIGURA 12- Funcionalidades básicas do aplicativo Partake 32

FIGURA 13 - Post de doação no aplicativo Partake 33

FIGURA 14- Solicitação de doação Partake The Bread 34

FIGURA 15 - Chat Partake The Bread 35

FIGURA 16- Esquema de estruturas de hardware 43

FIGURA 17 - Diagrama de Atividades do Usuário Instituição 52

FIGURA 18 - Diagrama de atividades do Usuário Voluntário 53

FIGURA 19 - Diagrama de Atividades do Usuário Web 54

FIGURA 20 - Diagrama de caso de uso 56

FIGURA 21 - Diagrama de classes 63

FIGURA 22 - Diagrama de Entidade e Relacionamento 65

FIGURA 23 - Diagrama Relacional 66

FIGURA 24 - Diagrama de telas voluntário 75

FIGURA 25 - Diagrama de telas instituição 76

FIGURA 26 - Tela de login e tela de feed de classificados 78

FIGURA 27 - Tela de classificado aberto 79

FIGURA 28 - Tela de perfil da instituição 80

FIGURA 29 - Alert Dialog avaliação 81

6

FIGURA 30 - Tela de cadastro 82

FIGURA 31 - Tela de cadastro de causas do voluntário 83

FIGURA 32 - Tela de cadastro de habilidades do voluntário 84

FIGURA 33 - Tela de cadastro de habilidades do voluntário após “rolagem” 85

FIGURA 34 - Tela de cadastro de informações do voluntário 86

FIGURA 35 - Tela de perfil do voluntário 87

FIGURA 36 - Tela de mudar senha 88

FIGURA 37 - Tela de mudar senha 89

FIGURA 38 - Tela de login e tela inicial da instituição 90

FIGURA 39 - Tela de cadastro de classificado 91

FIGURA 40 - Tela de cadastro de classificado após “rolagem” 92

FIGURA 41 - Tela de visualização de classificados e alert dialog para exclusão 93

FIGURA 42 - Tela de visualização dos interessados e tela de perfil do voluntário 94

FIGURA 43 - Tela de cadastro de causas instituição 95

FIGURA 44 - Tela de cadastro das informações da instituição 96

FIGURA 45 - Página inicial Web site 97

7

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Número de OSCs por mil habitantes, por Grandes Regiões: Brasil 41

8

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Taxa de realização de trabalho voluntário no Brasil, segundo as

Grandes Regiões (% em relação a população total) 17

TABELA 2 - Requisitos Funcionais do Sistema 54

TABELA 3 - Requisitos não Funcionais do sistema 55

TABELA 4- Especificação de Caso de Uso: Entrar em Contato 56

TABELA 5- Especificação de Caso de Uso: Trocar Conta 57

TABELA 6- Especificação de Caso de Uso: Cadastrar Perfil 58

TABELA 7- Especificação de Caso de Uso: Fazer Login 58

TABELA 8- Especificação de Caso de Uso: Avaliar Voluntário 59

TABELA 9- Especificação de Caso de Uso: Reagir Reação 60

TABELA 10- Especificação de Caso de Uso: Criar Classificado 60

TABELA 11- Especificação de Caso de Uso: Avaliar Instituição 61

TABELA 12- Especificação de Caso de Uso: Reagir Classificado 62

TABELA 13 - Dicionário de dados (Tabela: Voluntário) 67

TABELA 14 - Dicionário de dados (Tabela: Instituicao) 67

TABELA 15 - Dicionário de dados (Tabela: Classificado) 68

TABELA 16 - Dicionário de dados (Tabela: Habilidade) 68

TABELA 17 - Dicionário de dados (Tabela:Causa) 69

TABELA 18 - Dicionário de dados (Tabela:Voluntario_Ama_Classificado) 69

TABELA 19 - Dicionário de dados (Tabela:Instituicao_Possui_Causa) 69

TABELA 20 - Dicionário de dados (Tabela: Voluntario_Defende_Causa) 69

TABELA 21 - Dicionário de dados (Tabela: Classificado_Exige_Habilidade) 70

TABELA 22 - Dicionário de dados (Tabela: Voluntario_Avalia_Instituicao) 70

TABELA 23 - Dicionário de dados (Tabela: Voluntario_Tem_Habilidade) 70

TABELA 24 - Fazer Login PHP 73

TABELA 23 - Método Fazer Login 74

9

10

SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES 6

LISTA DE GRÁFICOS 8

LISTA DE TABELAS 9

1 INTRODUÇÃO 14

1.1 Contexto e problematização 14

1.2 Justificativa 19

1.3 Objetivos 211.3.1 Objetivo geral 21

1.3.2 Objetivos específicos 22

1.4 Estrutura do documento 22

2 TRABALHOS RELACIONADOS 23

2.1 Atados 23

2.2 Joyz 27

3. METODOLOGIA 44

3.1 Tipo de pesquisa 44

3.2 Universo da pesquisa 45

3.2.1 ONGs 45

3.2.2 Instituições Sociais 46

3.2.3 Voluntariado 47

3.3 Instrumento utilizado 47

3.4 Procedimento de coleta 47

3.5 Análise dos dados 48

3.5.1 Perfil dos participantes 48

3.5.2 Avaliação das entrevistas 49

4 O APLICATIVO BKIND 51

4.1 Arquitetura geral 52

4.1.1 Requisitos para instalação e uso 53

4.2.1 Banco de dados: 54

4.2.1.1 SQL 54

4.2.1.2 MySQL 54

4.2.1.3 MySQL Workbench 554.2.2 Aplicativo móvel 55

4.2.2.1 Android Studio 55

11

4.2.2.2 Java 55

4.2.3 Web Service: 56

4.2.3.1 Json 56

4.2.3.2 HTML 56

4.2.3.3 PHP 56

4.2.3.4 Wamp 57

4.2.3.5 Notepad++ 57

4.2.4 Modelagem 57

4.2.4.1 UML 57

4.2.4.2 Astah community 58

4.3 Análise 584.3.1 Diagrama de atividades 58

4.3.2 Requisitos do sistema 61

4.3.3 Diagrama de Casos de Uso 62

4.3.3.1 Especificação dos casos de uso 64

4.4 Projeto 72

4.4.1 Diagrama de Classes 72

4.4.2 Armazenamento de Dados 74

4.4.2.1 Diagrama de Entidade e Relacionamento 74

4.4.2.2 Diagrama Relacional 76

4.4.2.3 Dicionário de dados 78

4.4.2.4 Armazenamento de imagem 824.4.3 Relacionamento Android – banco de dados 83

5.1 Diagrama de telas do aplicativo 86

5.1.1 Diagrama de telas versão voluntário 86

5.1.2. Diagrama de telas versão instituição 87

5.2.1 Telas em detalhe do voluntário 895.2.1.1 Login e feed 89

5.2.1.2 Cadastro de voluntário 93

5.2.1.3 Perfil do voluntário 98

5.2.1.4 Match 100

5.2.2 Telas em detalhe da instituição 101

5.2.2.1 Login e tela inicial 102

5.2.2.2 Criar post 103

5.2.2.3 Visualizar os classificados criados 105

5.2.2.4 Visualizar interessados 107

5.2.2.5 Cadastro de instituição 108

12

5.3 Website 110

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 111

6.1 Trabalhos Futuros 112

REFERÊNCIAS 113

APÊNDICE A - Entrevistas 118

APÊNDICE B - Termo de consentimento dos entrevistados (I) 129

APÊNDICE C - Termo de consentimento dos entrevistados (II) 129

APÊNDICE D - Termo de consentimento dos entrevistados (III) 130

13

1 INTRODUÇÃO

Neste tópico será realizada a contextualização do tema, o embasamento

teórico, bem como a argumentação e apresentação do problema.

1.1 Contexto e problematização

Mais que um conceito abstrato, a noção de solidariedade ultrapassa,

contemporaneamente, o sentido enternecido e até hierático que historicamente teve

para humanidade. O ser humano evoluiu a partir do momento em que estabeleceu

sociedade, e, no âmago da convivência social, está o sentimento solidário, de

compartilhar provisões e trocar experiências. De acordo com Ridley (2000) apud

Luzio; Oliveira (2010, p. 108):

a nossa evolução, como seres humanos, sempre esteve condicionada ànossa capacidade de nos relacionarmos e interagirmos uns com os outros ecom o meio em que habitamos. A necessidade de cooperação, à medidaque se estabeleceram formas de divisão do trabalho cada vez maiscomplexas, exigiu relacionamentos cooperativos e altruístas que iam muitoalém do universo familiar, passando a haver a necessidade de novas formasde solidariedade baseadas em laços de cooperação com estranhos.

A importância da solidariedade transcende, portanto, o sentido lírico e

emocional, que motivou a elaboração de máximas como “ninguém é feliz sozinho”.

Na realidade, viver em comunidade tornou-se uma questão de sobrevivência, já que

estar isolado torna o humano vulnerável e indefeso, seja nos primórdios da espécie

ou nos dias de hoje.

Alencar (2011) afirma que a cooperação foi importante para a manutenção

dos indivíduos em seus ambientes primitivos, onde o alimento era caçado ou

coletado - atividade que demandava tempo e energia, além de expor a perigos.

Logo, estar em grupo era vantajoso e seguro. “Cooperar no ambiente ancestral

estava atrelado a funções que mantinham o indivíduo vivo e com grandes chances

de uma reprodução com crias viáveis.” Ou seja, passar os genes adiante, conforme

destaca Lencastre (2010):

14

Em termos evolutivos, o que importa é conseguir passar os genes de umageração para outra, e a selecção [Seleção Natural, teoria proposta porDarwin e Wallace em 1859] estabilizou muitas formas diferentes paraconseguir esse efeito. A cooperação social e o altruísmo são uma dessasformas.

Alencar ainda lista as vantagens da vida em grupo e o papel da cooperação.

Naturalmente, havia a diminuição do risco de predação, uma vez que a associação

era fundamental para manter a vigilância e planejar ataques conjuntos contra presas

e perdedores. Ainda se tratando da alimentação, havia o aumento da eficiência no

forrageio e na caça; devido à dieta altamente complexa dos seres humanos, um

único indivíduo teria dificuldades em conseguir sozinho todos os itens (entre

proteínas, fibras, sais minerais, água e outros) para uma nutrição adequada e para

manutenção da saúde. O autor ainda cita a importância da sobrevivência e

continuação do gênero humano a partir do cuidado da prole pelos membros do

grupo. Garantir a passagem dos genes e a sustentação da espécie dependia da

sobrevivência dos infantes e de manter as crianças saudáveis, mesmo que não

fossem seus filhos.

De fato, as pessoas continuam dependendo umas das outras. Apesar das

incansáveis tentativas de reprimir a necessidade de amparo e de sua suposta

autonomia, humanos são, enquanto seres sociáveis, consequentemente

dependentes; foi John Donne que disse uma vez: “No man is an island.” (DONNE,

1624), pensamento que traduz cabalmente a carência humana de companhia,

mutualismo e cooperação.

Conforme aponta o sociólogo Émile Durkheim (1893), a sociedade pode ser

comparada a um organismo vivo, onde cada indivíduo desempenha um papel

fundamental e do qual dependem os outros indivíduos, tal como se dá o

funcionamento do corpo humano, numa relação de interdependência entre os

órgãos. O equilíbrio do todo se dá pelo esforço individual, sobretudo pela interação

entre eles.

Desta forma, a integração é necessária para que o organismo social

funcione corretamente. Quando se estende a mão ao próximo, não se está fazendo

um favor apenas a ele, mas a si mesmo. Não se trata, porém, de alcançar a15

satisfação pessoal, mas de mover a roda da solidariedade e de espalhar otimismo

através de atitudes concretas. Se a sociedade depende da formação de elos entre

seus indivíduos, atitudes altruístas são necessárias para alcançar o

desenvolvimento.

Muitas pessoas se dedicam ao voluntariado como forma de praticar a

solidariedade. Há personalidades que devotaram suas vidas em prol da caridade e

se tornaram figuras referenciais no assunto, assim como instituições cujos trabalhos

se tornaram reconhecidos mundialmente.

No Paraná, um exemplo de organização bem estruturada e da qual o

trabalho se tornou referência no que diz respeito ao voluntariado, é a Rede Feminina

de Combate ao Câncer (RFCC), equipe de voluntários que ganhou notoriedade por

atuar juntamente à Liga Paranaense de Combate ao Câncer - Hospital Erasto

Gaertner e que visa angariar recursos para a Instituição e fornecer apoio aos

pacientes acometidos pela doença. Segundo o próprio site da Liga (GAERTNER,

2019), a missão é:

Educar e conscientizar a sociedade paranaense sobre os meios deprevenção e de combate ao câncer, através de campanhas e de atividadesde caráter educacional, assistencial, sócio-cultural, mobilizando todovoluntariado e os vários segmentos da sociedade (GAERTNER, 2019)

Para RFCC (2019), o voluntariado se define como “uma doação de amor”. A

Instituição mantém entre 300 e 400 voluntários ativos e uma lista de espera de

possíveis voluntários, que são convocados periodicamente para entrevistas onde

avaliam sua aptidão.

À nível nacional, o voluntariado também se destaca; a tabela 1.1 traz um

panorama do trabalho voluntário no Brasil, considerando a população total da região

analisada.

TABELA 1 - Taxa de realização de trabalho voluntário no Brasil, segundo as Grandes Regiões (% em

relação a população total).

16

Total Homem MulherBrasil 3,9% 3,1% 4,6%Norte 5,6% 4,5% 6,6%

Nordeste 3,0% 2,3% 3,5%Sudeste 3,7% 2,9% 4,4%

Sul 5,0% 4,1% 5,9%Centro-Oeste 4,6% 3,6% 5,5%

Adaptado de: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento.

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016. (AGÊNCIA DE NOTÍCIAS, 2018)

O trabalho voluntário não apenas se faz muito presente no Brasil como

também vem crescendo significativamente - 12,9% de aumento de 2016 para 2017

(AGÊNCIA BRASIL, 2018). O levantamento mostra que 7,4 milhões de pessoas

realizaram trabalho voluntário naquele ano, o equivalente a 4,4% da população

acima de 14 anos. Uma outra pesquisa, também do IBGE e de 2016, aponta que 4

em cada 100 pessoas realizaram algum tipo de trabalho não remunerado

espontâneo no país.

A RFCC aponta outro fator, a mudança do perfil do voluntário, como

preponderante para a multiplicação desse tipo de atividade, incluindo a redução da

média etária dos interessados. De acordo com a Liga, no passado era preciso se

aposentar para dar conta de ser voluntário, mas essa prática tem sido vista com

outros olhos ao redor do mundo, já que muitos jovens, mesmo trabalhando,

manifestam o interesse pelo voluntariado e podem fazê-lo em qualquer outro período

que não estejam ocupados.

O obstáculo para novos voluntários, porém, surge logo no princípio, ao

estabelecer um primeiro contato com a prática. Muitas pessoas, apesar do interesse,

podem não saber por onde começar ou a quem recorrer, seja por falta de

informações atualizadas, seja pela falta de divulgação das instituições próximas,

especialmente quando se trata de entidades de pequeno porte.

A Rede Feminina de Combate ao Câncer, por exemplo, recebe uma

quantidade de inscrições para vagas de voluntariado bastante superior à própria

17

demanda, e deixa de recrutar muitos deles justamente por não ter onde encaixá-los.

A questão é que a RFCC se trata de uma grande e já institucionalizada rede de

atividade voluntária, cujo histórico e reconhecimento construídos ao longo de muitos

anos pode justificar tamanha procura e mobilização de pessoas.

A Rede de Ação Social Edilson Pereira Magalhães (EPM), uma Organização

Não Governamental (ONG) com ênfase no desenvolvimento social, percebe a falta

de amparo tecnológico na área do voluntariado e vê muitas vantagens no

desenvolvimento de uma ferramenta para que as pessoas conheçam os pequenos

projetos e as suas necessidades. Segundo a EPM (2019), pode ocorrer de uma

pessoa manifestar o desejo de adentrar a atividade voluntária mas nem conhecer o

trabalho de uma instituição próxima ou suas necessidades. Buscar uma solução

para isso traria grandes vantagens à ONG, além de solver a questão da falta de

comunicação entre instituições próximas, uma vez que muitos projetos são

desenvolvidos dessa forma, através de parcerias.

Do ponto de vista das instituições, mormente das menores, o problema é o

inverso, e parte do recrutamento de voluntários que se encaixem nas necessidades.

A Rede de Ação Social Edilson Pereira Magalhães também pontua as dificuldades

em conseguir voluntários cujos interesses se adequem ao foco da instituição:

crianças carentes, porém “saudáveis e normais”, segundo a definição da própria

EPM. O desafio, portanto, é “achar voluntários que estejam dentro de seu interesse”,

já que as pessoas tendem a buscar causas que envolvam situações de extrema

carência ou necessidades específicas. Além do mais, as instituições vão perdendo,

naturalmente, seus voluntários, e a dificuldade está em “conseguir outros que

queiram acreditar na mesma causa”.

Essa busca pelo “voluntário ideal” também se estende à questão geográfica,

uma vez que a localização da Instituição pode ser um impedimento para o potencial

voluntário, que, de acordo com a EPM, “quer algo do gosto dele, perto dele, o mais

acessível possível e com menos problemas possível.”

A Rede de Ação Social Edson Pereira Magalhães, como tantas outras

carentes de auxílio voluntário, não dispõe de um canal próprio para divulgação de

18

suas necessidades. No geral, informações sobre instituições beneficentes, ONGs ou

pessoas carentes tendem a estar muito dispersas - já que não possuem um meio

que as reúna - , e quem busca por esse tipo de informação não costuma encontrar

aquilo que procura de uma só vez - então precisa fazer ligações ou visitas

solicitando os dados. Se busca um lar de idosos, por exemplo, provavelmente

digitaria isso em um buscador na internet junto com uma localidade, e isso retornaria

uma lista de lares os quais o interessado acessaria um por um e anotaria as

informações que busca. É possível, porém laborioso, a depender do tempo que o

voluntário dispõe e de seu entusiasmo naquele momento, podendo, inclusive,

desestimular a pessoa.

1.2 Justificativa

Percebe-se, após as entrevistas e a análise dos dados, a necessidade de

uma ferramenta que filtre as instituições e direcione o voluntário para uma que se

adeque às suas preferências, além de contemplar pequenos grupos e suas

carências particulares.

Através das possibilidades que o mundo virtual oferece e de toda

conveniência que um app pode propiciar, foi desenvolvida a proposta de BKind, um

aplicativo para plataforma Android que, em suma, se trata de uma rede social

exclusiva do voluntariado.

BKind surge almejando ser alternativa e possível solução para Instituições

pouco assistidas pela mídia e para voluntários, iniciantes ou experientes, que

desejam fazer a diferença exercendo a solidariedade por meio de ações tangíveis.

Emile Durkheim (1893) desenvolveu uma teoria acerca da solidariedade

social e, segundo o sociólogo, ela se daria pela consciência coletiva, a responsável

pela integração entre as pessoas. Contudo, em uma sociedade profundamente

autocentrada e tomada pelo interesse próprio, predomina o pensamento individual,

que acaba por suprimir a consciência coletiva e, com ela, o valor moral atribuído à

solidariedade. Durkheim ainda apresenta duas definições distintas de solidariedade;

a primeira, típica das sociedades mais primitivas, que ele intitula de “solidariedade

mecânica”, e uma segunda, própria da nossa sociedade moderna e complexa,

19

chamada de “solidariedade orgânica”, onde o sentimento solidário não está mais

vinculado à crenças e valores sociais, mas sim aos códigos que estabelecem

direitos e deveres e se expressam em normas jurídicas (em resumo, a boa conduta

apenas para evitar a punição legal). A consciência coletiva perde espaço para o

pensamento individualista, e os indivíduos, antes unidos pelos princípios morais ou

familiares, agora permanecem ligados apenas pelos vínculos trabalhistas que se

estabeleceram e porque são interdependentes dentro da esfera social.

BKind, no entanto, procura uma visão mais otimista de mundo, e acredita na

existência da pura solidariedade, aquela que se exerce pelo singelo prazer de

espalhar o bem, e que a consciência coletiva nunca perdeu seu espaço. Adota,

portanto, uma definição de voluntariado muito próxima daquela que é expressa no

relatório do Estado do Voluntariado no Mundo (VNU, 2011, página 4):

os termos que o definem e as formas de sua expressão podem variar deacordo com a língua e cultura, mas os valores que o dirigem são comuns euniversais: um desejo de contribuir para o bem comum por escolha própriaem um espírito de solidariedade, sem esperar remunerações materiais.Voluntários são movidos por valores como a justiça, a igualdade e aliberdade, como também expresso na declaração das Nações Unidas (...).

Segundo Helen Clark, administradora do Programa de Desenvolvimento das

Nações Unidas, “Uma sociedade que falha em reconhecer e facilitar as contribuições

voluntárias priva-se de avanços para atingir o bem-estar social” (CLARK, 2011).

Em meio à uma sociedade egocêntrica, movida pelo lucro e pelo interesse e

que busca, incansavelmente, o benefício próprio, qualquer vestígio de empatia e

atitude solidária deve ser incentivada e cultivada, de modo a florescer e atingir

outras pessoas. BKind assume, desde sua concepção, esse caráter propulsor,

visando, através da coesão de pessoas e da promoção social, mover a roda da

solidariedade e tecer uma rede de voluntariado.

1.3 Objetivos

Nesta seção serão apresentados os objetivos do projeto BKind. Os objetivos

estão divididos em objetivo geral e objetivos específicos.

20

1.3.1 Objetivo geral

O objetivo geral do projeto é desenvolver um aplicativo para plataforma

Android capaz de promover a interação entre pessoas físicas e instituições

interessadas em ofertar serviços voluntários.

1.3.2 Objetivos específicos

Para consecução do objetivo geral, os seguintes objetivos específicos são

identificados:

a) Mapear necessidades da rede de voluntariado de Curitiba-PR e Região

Metropolitana, a partir da realização de entrevistas com os mesmos;

b) Permitir às instituições, ONGs e projetos sociais divulgar suas ofertas de vagas de

trabalho voluntário;

c) Possibilitar aos voluntários encontrar oportunidades de trabalho em instituições,

ONGs e projetos sociais, de acordo com seu perfil de interesse.

1.4 Estrutura do documento

No capítulo dois desse projeto apresenta-se aplicações semelhantes ao

BKind e suas funcionalidades No capítulo três é abordado a metodologia da

pesquisa que norteou o desenvolvimento do aplicativo, além de discorrer sobre os

instrumentos e procedimentos utilizados para a coleta de dados e análise dos

mesmos. No capítulo quatro é apresentado o projeto, a arquitetura do BKind e as

tecnologias utilizadas para o seu desenvolvimento. O capítulo cinco apresenta os

resultados obtidos, são descritas as funcionalidades do sistema em conjunto com

suas interfaces. O capítulo seis aborda as considerações finais do projeto e os

trabalhos futuros.

21

2 TRABALHOS RELACIONADOS

A pesquisa por aplicativos, softwares e sites que oferecem propostas de

cunho social assim como o Bkind é fundamental para conhecer a área de atuação

que ele se insere e compreender como e se outros criadores planejaram soluções

criativas com os diversos relacionamentos solidários que existem. Portanto foi feita

uma análise e avaliação com três aplicativos pertinentes ao estudo para o

desenvolvimento de BKind, são eles em ordem de aparecimento nesta seção:

Atados, Joyz e Partake The Bread.

2.1 Atados

A organização “Atados” é uma ONG fundada em 2012 com o objetivo claro

de conectar pessoas interessadas em voluntariado com organizações, instituições e

projetos sociais que necessitam de ajuda, atuando fisicamente nas cidades do Rio

de Janeiro, Curitiba, São Paulo, Florianópolis e Brasília, cinco das maiores capitais

do país. Para tal, a ONG cria uma plataforma online, mais especificamente um site,

focado em ofertas de vaga de trabalho para os que desejam realizar as ações

voluntárias. Segue abaixo a logo oficial retirada do site:

22

FIGURA 1 - AtadosFonte: socialgood.com.br

Entre suas principais funcionalidades encontramos o cadastro de ambas as

entidades (voluntário e organização) e um feed capaz de proporcionar ao voluntário

a experiência de não necessitar procurar por oportunidades de voluntariado, o

usuário somente necessita informar suas capacidades para futuras vagas e causas

que tem afinidade no momento do cadastro no site para assim poder ver publicações

dos tipos correspondentes, como pode ser visto nas imagens abaixo:

Escolha das causas no cadastro do voluntário de Atados

23

FIGURA 2 - Escolha das causas no cadastro do voluntário de Atados Fonte: atados.com.br

A imagem apresenta o recorte do momento da escolha das causas no

cadastro, que por sua vez representam com o que o voluntário simpatiza. A escolha

é feita de uma lista com todas as causas possíveis onde o voluntário pode escolher

até 3. “Cultura e Arte”, “Meio Ambiente” e “Saúde” são exemplos.

FIGURA 3 - Escolha das habilidades no cadastro do voluntário de Atados

24

Fonte: atados.com.br

Assim como as causas também são escolhidas 3 habilidades, fazendo com

que as vagas se adequem as habilidades do voluntário, ou seja, suas capacidades.

FIGURA 4 - Seção Vagas de voluntariado do site AtadosFonte: atados.com.br

Na home do site verifica-se no canto superior esquerdo a barra de pesquisa

e os possíveis filtros. Logo abaixo estão as vagas organizadas no feed de acordo

com tais filtros se à pesquisa são aplicados, também está disponível na seção

esquerda da tela um mapa para visualizar a ocorrência dessas vagas em suas

respectivas regiões.

Pesquisar por uma causa específica ou por uma ONG específica são ações

feitas pela barra de pesquisa. Já encontrar as vagas mais próximas à você (de

acordo com o endereço fornecido no cadastro) e ainda filtrá-las por causa,

habilidade e disponibilidade são ações possíveis pelos botões embaixo da barra, o

último especificando se essa vaga é recorrente, ou seja, exige comprometimento por

um período mais longo de tempo ou pontual, onde é necessária a dedicação do

25

voluntário por curtos períodos de tempo como um dia ou uma semana para a

realização das atividades.

2.2 Joyz

Joyz é um aplicativo em formato de rede social criado em 2017 na cidade de

Porto Alegre no Rio Grande do Sul, apesar de sua cidade natal, tem atuação em

nível nacional e vem conquistando uma grande notoriedade até o período atual. A

ideia é promover doações em dinheiro por meio de campanhas que podem ser

criadas por pessoas comuns ou organizações estruturadas e o quanto você

arrecadará dependerá do quanto os usuários simpatizarem com a sua causa. Abaixo

vemos seu logotipo:

FIGURA 5 - JoyzFonte: joyz.me

Dessa maneira, Joyz atua no setor da filantropia nos aplicativos também

unindo necessitados e doadores. O usuário pode se cadastrar no aplicativo e doar a

moeda virtual Joyz (equivalente a 10 centavos de real) em publicações de outros

usuários. Essas publicações consistem em uma foto com uma descrição, onde no

lugar de um simples “like” existe a opção de doar. As fotos condizem com o perfil

desse usuário, pois os mesmos criam perfis relacionados a uma só causa, por

exemplo, assim como um abrigo de animais posta fotos de animais para receber as

respectivas doações, um usuário comum posta fotos de uma pessoa doente quando

o objetivo é angariar fundos para curá-la, é uma espécie como os próprios criadores

26

descrevem de “Instagram Solidário”.

FIGURA 6 - Post no aplicativo JoyzFonte: aplicativo Joyz

A exemplificação de um post é vista acima, onde na descrição o usuário

demonstra seu problema e motivo pelo qual necessita das doações. O botão com o

símbolo do aplicativo é por onde se doa, seu saldo de joyz diminui em um toda vez

que tal botão é clicado. Ainda há como repostar para aumentar o alcance da

publicação, curtir e comentar.

27

FIGURA 7 - Perfil no aplicativo JoyzFonte: aplicativo Joyz

O perfil, além de reunir a descrição com as intenções ao se arrecadar

dinheiro para as necessidades da causa, possui uma seção para os depoimentos

dos doadores, duas maneiras de visualizar as publicações do perfil (em grade ou

lista), fotos de doadores com o beneficiado e ainda os joyz doados e recebidos pelo

o usuário.

28

FIGURA 8 - Usuários a seguir no aplicativo JoyzFonte: aplicativo Joyz

Aqui é possível ver exemplos de vários perfis, que podem ser seguidos para

que apareça as publicações no feed de quem utiliza o aplicativo.

A partir desses exemplos, vemos que possuir o formato de uma rede social

não é mera coincidência, entre os motivos para a iniciativa destaca-se o fato de que

foi observado por muito tempo que as pessoas necessitadas tentavam divulgar suas

causas em redes como o Facebook e de fato conseguiam muitas curtidas e

reconhecimento, mas não muitas doações, que era o objetivo principal. Acredita-se

que o motivo para tal é que as pessoas não gostam de lidar com burocracias de

transações bancárias e também não se sentem confortáveis em doar pequenas

29

quantias, pensando que tão pouco não gera resultado. Fato é que o resultado com

pequenas doações pode ser muito interessante, visto que em seu o primeiro ano de

funcionamento, segundo o site oficial, o aplicativo movimentou mais de R$

350.000,00.

Um fator interessante sobre Joyz é o mecanismo de incentivo a doações e

ao próprio uso que ele possui. Além de comprar a moeda virtual e poder pagar via

boleto (o que muitos consideram mais seguro), uma outra maneira de conseguir a

moeda é comprando produtos de marcas anunciantes no aplicativo, existem

diversas promoções que ao comprar algo de uma determinada empresa, gera um

número x de Joyz, que você pode doar ou sacar em dinheiro, o último funcionaria

então como um desconto no produto. Esse mecanismo gera lucro para iniciativa,

engajamento e benefícios ao usuário. Nas telas abaixo do aplicativo, oferece-se um

vislumbre dessas funcionalidades.

30

FIGURA 9 - Comprar JoyzFonte: aplicativo Joyz

O botão “comprar joyz” te redireciona para uma página online de pagamento

pelo sistema “PagSeguro” da UOL para que seja possível realizar a compra.

FIGURA 10 - Ganhar Joyz Fonte: aplicativo Joyz

Ao clicar em “participar” nas “promoções” ofertadas o usuário é

redirecionado para a página do vendedor correspondente. Além de ser benéfico para

os anunciantes a efetuação da compra de seus produtos pelo o usuário com o

objetivo de ganhar joyz, se no site do vendedor também possuir anúncios, somente

as visitas que esse mecanismo gera já são benéficos devido ao AdSense, serviço de

31

publicidade da Google disponibilizado aos donos de websites.

2.3 Partake The Bread

“Partake The Bread” em tradução literal para o português “Partilhar o Pão”

remete exatamente ao valor de dividir e fazer o bem. O aplicativo se baseia no

sistema de doações entre usuários, porém somente de materiais e não dinheiro.

Lançado em 2018, garante que seja possível ofertar e receber materiais de qualquer

categoria. Segue abaixo o logotipo do aplicativo:

FIGURA 11 - Partake the BreadFonte: linkedin.com

Baseado em pesquisas feitas com 180 pessoas moradoras de São Paulo

capital, constatou-se que a maioria das pessoas entrevistadas desejava fazer

doações, apenas não sabia como contatar os que necessitavam. Ao unir o problema

do contato a dados indubitáveis sobre desperdício no mundo, mais especificamente

no Brasil, descobre-se que uma boa maneira de solucioná-los é dar uma utilização

nova as coisas que temos acumuladas em casa, que não nos servem mais, mas

podem fazer diferença para muita gente.

Segundo a ONU cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimento são

desperdiçados mundialmente por ano. Na indústria têxtil, segundo o relatório “A

nova economia têxtil: redesenhando o mundo da moda” é visto que a cada segundo

cerca de um caminhão de lixo de roupas é jogado fora por motivos como falhas

32

simples de produção. A produção no nosso sistema econômico capitalista, que

valoriza a larga escala e o lucro é uma grande geradora de resíduos que cada vez

mais são responsáveis por problemas como poluição e fenômenos naturais

prejudiciais à vida humana e de outros animais, um exemplo é o aquecimento global.

O software permite então, que os usuários conversem por um chat sobre a

transação a ser feita, a ferramenta de geolocalização também se mostra muito útil

para saber quais doações estão próximas a você. Nas imagens abaixo é possível ter

uma prévia das funcionalidades básicas do app.

FIGURA 12- Funcionalidades básicas do aplicativo PartakeFeed - Fonte: aplicativo Partake The Bread

33

A filtragem das doações pode ser feita pelo local em que se encontram e a

categoria, assim como é possível pesquisar por um termo que pode remeter as

doações, aos usuários e ou instituições. Ao clicar no botão doar, basta fornecer uma

foto e informações básicas sobre o material a ser doado que a publicação pode

então ser feita.

FIGURA 13 - Post de doação no aplicativo PartakeFonte: aplicativo Partake The Bread

34

Clicando na publicação, além de ver os detalhes da mesma, é possível falar

com o doador pelo chat ou pedir a doação.

FIGURA 14- Solicitação de doação Partake The BreadSolicitação de doação - Fonte: aplicativo Partake The Bread

Acima, apresenta-se a sequência do momento do pedido da doação.

35

FIGURA 15 - Chat Partake The Bread Fonte: aplicativo Partake The Bread

E por fim um recorte do chat.

Almejando grandes objetivos, Partake The Bread conta com o menor nível

de utilização pelos usuários entre os serviços já citados nessa seção. São

aproximadamente mil downloads na Play Store, enquanto Joyz conta com mais de

100.000 atuando no mesmo cenário, que viria a ser todo o país. Sobre o site Atados

36

não temos acesso ao número de pessoas que o visitam e utilizam, mas certamente

é amplamente utilizado por se tratar de uma instituição social que trabalha com essa

ideia de conexão há muito mais tempo. Partake estando em seus passos iniciais é

compreensível que ainda não tenha alcançado grande popularidade, mas já conta

com citações em portais na internet famosos como por exemplo O Estadão.

2.4 Discussão do Capítulo com relação ao projeto

Por meio da descrição e entendimento dos cenários dos softwares

previamente citados, nessa seção discutimos os impactos e a relação que os

mesmos possuem com BKind.

2.4.1 BKind e Atados

A comparação mais interessante a ser feita é a com o site Atados, devido às

similaridades tanto nos objetivos como em seu funcionamento.

Ainda que as premissas sejam parecidas, as diferenças entre a maneira de

executar a mesma proposta dão um caráter único ao Bkind. Ao instituir um sistema

de “match” por exemplo, a ideia é garantir ao usuário que a sua candidatura para

aquele serviço será realmente avaliada, em exceção nos casos de eventos

beneficentes que são apenas convites para ações como bazares, almoços e outros

que visem converter dinheiro para instituições carentes. Ainda depois que ocorre o

contato entre as entidades e o serviço é realmente feito, há a possibilidade de uma

avaliação nos dois sentidos da relação, o que traz uma perspectiva ao usuário e a

ong de como é trabalhar com o outro. Tal avaliação feita com um número de estrelas

de um a cinco escolhida pelo usuário possibilitará uma visão de como você, tanto

como organização, quanto como voluntário está se saindo, um dos principais pontos

que o site Atados não oferece.

O que pontua a diferença final entre o nosso aplicativo e Atados é que

enquanto o primeiro se estabelece como aplicativo o segundo é um site, o que pode

ser um grande dificultador nos dias atuais, pois tendo sido criado em 2012 a

37

organização não contava que sete anos depois a maneira de se estar conectado

seria completamente diferente, afinal, maioria das pessoas utilizam aparelhos

móveis, que apesar de não ser impossível, usar um site no navegador do mesmo

pode ser uma experiência descrita por muitos como desagradável.

Acima de tudo, Atados nos ampara a partir do momento que se mostra com

a maior efetividade no cenário brasileiro de sites e aplicativos de cunho social. A

seriedade da empresa ao oferecer esse serviço e promover ações próprias não

sendo só um meio de conexão para serviço voluntário é bem evidente e causa uma

disparidade grande de qualidade com relação a outros aplicativos, o que nos serve

como inspiração e um bom objeto de estudo.

2.4.2 - BKind e Joyz

Joyz nos oferece um sistema de incentivo à prática da doação muito

interessante dentro do aplicativo. A maneira como se unem os interesses de

anunciantes e dos criadores com a proposta de fazer o bem é benéfica também para

os doadores e para quem recebe. Instituir um sistema tão funcional como esse em

BKind é um dos planos futuros a serem alcançados para obtenção de êxito no

tocante a mudança dos números de voluntários e a frequência com a qual esses

mesmos voluntários realizam boas ações inicialmente na região de Curitiba, onde o

aplicativo está sendo desenvolvido, mas posteriormente em todo o país.

2.4.3 - BKind e Partake The Bread

Partake The Bread foi o melhor exemplo de como uma proposta de

aplicativo boa com funcionalidades muito interessantes pode ser afetada quando

algumas das partes do aplicativo não funcionam ou simplesmente não cumprem

exatamente o que prometem. Ambos os aplicativos possuem premissas muito

benéficas à sociedade e potencial de alcançar um grande contingente de usuários,

principalmente se for considerado que Partake é um dos poucos que ocupam o

38

nicho de aplicativos de doações, já que esse tipo de relação é feita em grande parte

em grupos do Facebook. Entretanto, os problemas apresentados prejudicam o

objetivo principal do aplicativo, ou seja, a realização de doações. A inatividade

completa de alguns recursos, como por exemplo o chat para combinar a transação é

um dos maiores lapsos. Portanto, garantir o menor número de falhas para não

prejudicar o usuário é o que BKind almeja para não perder espaço por conta de tais

erros.

Além dos pontos negativos, Partake foi uma das principais inspirações para

BKind, pensando que a origem do último estava também estritamente ligada com

doações. “Fazer muito com pouco” em uma ideia concisa e humanitária é o que une

as duas propostas.

2.4.4 - Visão de outros aplicativos

Pesquisando pelos termos “voluntariado”, “social” e “ajuda” encontramos

ainda vários outros aplicativos relacionados, todos possuindo as mais variadas

propostas, desde atender necessidades específicas a aplicativos como os já

descritos, sem definir é claro como concorrência os produtos dessa pesquisa, afinal,

se a finalidade dos aplicativos persiste no geral em bem estar social, toda a ajuda é

bem vinda, por isso é possível visualizar a atuação desses aplicativos em conjunto

como uma grande rede do bem, atendendo necessidades, particularidades e

públicos diferentes.

Um aplicativo que mostra como é possível pensar na promoção de

solidariedade de maneiras diferentes é o “Be My Eyes” com a intenção de

estabelecer chamadas de vídeo entre portadores de deficiências visuais e os

usuários do aplicativo, para que o segundo descreva o que está sendo mostrado

pela câmera, por isso o nome “Seja Meus Olhos”.

Também existem sites que possuem um vasto banco de dados de ONGs e

instituições com projetos sociais em cada canto do país, porém nenhum propõe a

39

conexão com quem quer se voluntariar. Sem falar que por mais que existam as

informações de contato e nome dessas instituições, não costuma passar disso,

então se você pretende saber o que elas defendem, pelo quê lutam e como fazem

para ajudar você precisa ligar ou ir até o local.

Por último, mas não menos importante, existem aplicativos “fantasmas” que

possuem uma grande proposta, mas não saíram do papel e aplicativos

abandonados que por mais estejam em funcionamento, maioria de suas

funcionalidades estão inativas ou possuem problemas e portanto são pouco

utilizados pelos usuários. BKind então assume o alvo de ser um app relativamente

simples, porém funcional que atua em um nicho que poucos atuam e efetivamente

funcionam.

3. METODOLOGIA

Neste capítulo são abordados e discutidos todos os aspectos relacionados à

pesquisa desenvolvida para fundamentar este trabalho.

3.1 Tipo de pesquisa

O método de pesquisa utilizado para o levantamento de necessidades de

instituições e de voluntários é um método misto, conhecido como delineamento

sequencial exploratório. Geralmente é utilizada uma amostra, que será avaliada para

definir um problema e desta forma, formular uma solução. Sua aplicação intrínseca é

considerar amostras quantitativas para delinear resultados qualitativos. “ Ele pode

ser utilizado por exemplo, para desenvolver um instrumento que ainda não está

disponível...”(GIL,2017,p.149).

A pesquisa realizada neste projeto baseia-se em entrevistas com

representantes de instituições e pessoas vinculadas ao voluntariado. Foi adotado um

roteiro aberto de entrevistas, no qual, a partir de perguntas padronizadas, foram

formuladas novas perguntas no decorrer da entrevista, criando-se, desta forma, uma

40

maior compreensão do cenário específico no qual as pessoas vinculadas ao

voluntariado estão inseridas.

3.2 Universo da pesquisa

Nesta seção são abordados aspectos do próprio universo de pesquisa,

especificando as áreas que envolvem o aplicativo Bkind.

3.2.1 ONGs

De acordo com Fernando G. Tenório, autor do livro “Gestão de ONGs:

principais funções gerenciais”, as ONGs são organizações sem fins lucrativos que se

voltam ao atendimento a necessidades sociais, que muitas vezes não são supridas

pelo governo ou por órgãos públicos. As ONGs são incluídas no terceiro setor e tem

um papel ativo no incentivo à cooperação social.

Segundo um estudo realizado pelo IPEA, ao final de 2017 o Brasil abrangia

820 mil ONGs existentes, destas, 709 mil (86%) são associações civis sem fins

lucrativos, 99 mil (12%) são organizações religiosas e 12 mil (2%) são fundações

privadas.

GRÁFICO 1 - Número de OSCs por mil habitantes, por Grandes Regiões: Brasil

41

Adaptado de: SRF (Brasil, 2016) e IBGE (2017b). Elaboração do Ipea.

3.2.2 Instituições Sociais

A definição epistemológica desse termo está relacionada a um conjunto de

regras e procedimentos socialmente padronizados e que são reconhecidos, aceitos

e legitimados pela sociedade civil. No artigo “O paradigma weberiano da ação social:

um ensaio sobre a compreensão do sentido, a criação de tipos ideais e suas

aplicações na teoria organizacional”, os autores descrevem as relações sociais por

uma perspectiva Weberiana, onde as Instituições são organizações com autoridade

legal, que exercem domínio sobre indivíduos e consequentemente sobre a

sociedade. (MORAES, 2003, P.7).São exemplos de Instituições Sociais as Igrejas,

as escolas e até mesmo a família.

42

3.2.3 Voluntariado

O trabalho voluntário é caracterizado pela Lei 9.608/1998 de 18 de fevereiro

de 1998 (Brasil,1998), como a atividade não remunerada prestada por pessoa física

a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não

lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos,

recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade.

3.3 Instrumento utilizado

O instrumento utilizado para a coleta de informações foi um roteiro aberto de

entrevistas com perguntas dirigidas a pessoas inseridas no contexto do voluntariado.

O roteiro com as perguntas padronizadas e as entrevistas realizadas estão

apresentadas, respectivamente no Apêndice A deste trabalho.

3.4 Procedimento de coleta

Foram identificados dois grupos principais para a coleta e análise de dados:

representantes de ONG´s e instituições, e voluntários propriamente ditos. Foram

realizadas quatro entrevistas: duas com representantes de instituições e as outras

duas com voluntários, buscando levantar as vivências e necessidades específicas

de cada grupo.

Em um primeiro momento, possíveis entrevistados foram listados a partir de

ONGs previamente conhecidas pelo grupo e por pesquisas na internet. A equipe

entrou em contato com uma média de onze pessoas e recebeu o retorno de apenas

quatro. Assim foram agendadas as entrevistas, considerando a disponibilidade dos

entrevistados. Estas entrevistas foram gravadas e transcritas e estão disponíveis

nos apêndices deste documento.

3.5 Análise dos dados

Nesta seção são apresentados e analisados os dados da pesquisa

realizada, com o intuito de de mapear as funcionalidades necessárias para o

43

aplicativo desenvolvido.

3.5.1 Perfil dos participantes

Durante o período de coleta de dados, foram entrevistadas quatro pessoas

tomando-se o cuidado de selecionar pessoa com perfis distintos para um maior

entendimento das necessidades de funcionalidades com base na análise do cenário

geral de possíveis usuários da aplicação.

Um dos participantes foi o grupo “Operação Palhaçoterapia”, que abriu a

primeira reunião do grupo no ano de 2019 para a pesquisa, que atualmente conta

com 18 voluntários, sendo 4 da coordenação do grupo. Os voluntários trabalham

com crianças e idosos, em hospitais, orfanatos e casas de repouso, fazendo por

volta de duas visitas mensais e ações especiais em datas festivas como páscoa,

natal, dia das crianças, entre outros.

A voluntária SuelyTeófilo foi entrevistada e relatou que começou seu trabalho

voluntário na pastoral da criança por meio da igreja que frequenta, e contou que

sente falta deste trabalho, mas atualmente tem diversos outros projetos com amigos.

A entrevistada contou ainda que confecciona bonecas para presentear crianças

carentes no natal e que ela e seus amigos fazem reuniões nas quais produzem

roupas de inverno como toucas e cachecóis para entregar em asilos no início do

inverno.

Outra entrevistada chama-se Márcia Trentini e é coordenadora do setor de

artesanato da Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC) no hospital Erasto

Gaertner. Durante a entrevista, foram levantados dados acerca do funcionamento e

do histórico da organização. Márcia relata que os voluntários do Hospital precisam

trabalhar quatro horas ininterruptas por semana, além disso contou que no setor

dela são produzidas peças de artesanato e vendidas, sendo todo o lucro revertido

para o Hospital. Assim como o grupo “Operação Palhaçoterapia”, as ações dos

voluntários da RFCC ocorrem em hospitais, sendo obrigatórios treinamentos e

seleções para evitar eventuais problemas relacionados a falta de preparo dos

voluntários.

Foi realizada também entrevista com Elson Pereira Magalhães, voluntário há

44

26 anos na Rede de Ação Social Edilson Pereira Magalhães, Instituição que leva o

nome de seu pai, onde foram levantados dados acerca do funcionamento de uma

Organização Não Governamental (ONG) com ênfase no desenvolvimento social.

3.5.2 Avaliação das entrevistas

Os relatos das entrevistas foram fundamentais para a compreensão do

cenário onde o projeto BKind se insere. A partir das entrevistas foi possível identificar

que o público alvo é constituído por instituições e ONGs de pequeno porte, pois são

as que mais carecem de mão de obra para desempenhar suas funções rotineiras, ao

contrário das grandes instituições que, por terem um renome considerável, já são

conhecidas pelos voluntários. Outro ponto relevante é que muitas dessas ONGs não

têm visibilidade na comunidade onde se situam, e, para se manterem, formam

vínculos com outras ONGs regionais (não necessariamente). Em relação aos

voluntários, identificou-se a dificuldade que eles têm em encontrar locais onde

possam trabalhar com o público que desejam, desempenhando as funções que

dominam. Muitos voluntários não sabem da existência destas pequenas ONGs,

fazendo com que procurem trabalho em outras ONGs maiores, sendo a falta de

informação o vetor responsável por esta perpetuação.

45

4 O APLICATIVO BKIND

Considerando todo o processo de levantamento de dados e seus resultados,

verificou-se a possibilidade de desenvolvimento de uma ferramenta que permitisse

reunir as diferentes informações dos envolvidos em ações sociais, tanto quem

solicita apoio voluntário quanto quem tem interesse em fazê-lo. Essa é a proposta do

BKind: um aplicativo Android no formato de rede social, cujo objetivo basilar é

conectar o bem, virtual e fisicamente falando, com ênfase no serviço voluntário.

O próprio nome é uma referência ao propósito do aplicativo, sendo um jogo

de palavras do inglês “Be kind”, tradução de “Seja gentil”; o ícone de abelha, por sua

vez, além de fazer uma referência fonética à pronúncia de “Be”, muito parecida com

“Bee” (palavra inglesa para abelha), remetendo à natureza altamente sociável de

algumas espécies de abelhas, animais capazes de estabelecer uma sociedade

intrincada e funcional, onde a cooperação é imprescindível (SANTOS 2011).

A proposta parte do pressuposto que a comodidade oferecida pelo aplicativo

serviria de incentivo aos que já exercem o voluntariado e atrairia mais pessoas

através da praticidade, surgindo também como alternativa àqueles que em algum

momento já se depararam com a dificuldade em estabelecer um primeiro contato

com o voluntariado e buscam no app um meio de exercer a cidadania.

A premissa do aplicativo e as funcionalidades resultam de um trabalho de

levantamento de informações e reunião de dados, coletados através de entrevistas

semi-estruturadas com pessoas envolvidas no meio voluntário ou grupos que

contam com esse tipo de atividade. Algumas das maiores contribuições dizem

respeito a como o aplicativo (app) pode ajudar na causa e o que uma pessoa com

experiência no ramo espera encontrar. Em 04 de março de 2019, Suely Lourdes

Teófilo, uma voluntária individual que trabalhou junto da pastoral da criança durante

anos, concedeu uma entrevista e salientou:

Acho que ele [o app] deve chamar as pessoas, e também dar aoportunidade de ajudar de forma honorária, porque muitas pessoas não têmtanta disponibilidade no dia-dia. Acho que ele deveria ajudar na divulgaçãode causas pequenas (...).

46

BKind, de fato, foi pensado como uma oportunidade para voluntários

independentes ajudarem em causas individuais, de modo a atrair também as

pessoas que não dispõe de horários muito flexíveis para firmar um compromisso

com determinada entidade, mas que pretendem esporadicamente ajudar da forma

que puderem.

Ao se cadastrar no aplicativo, o usuário representante de uma instituição

pode criar um classificado social (com imagem e legenda) e escolher uma categoria

de habilidades relacionada ao post, desta forma anunciando disponibilidade para

uma trabalho voluntário.

Já no caso do usuário pessoa voluntária, é dada a possibilidade de escolher

no cadastro as causas das quais lhe interessa, combinado com habilidades que o

mesmo possui. O feed deste usuário será definido conforme essas informações,

desta maneira ele tem liberdade para escolher o tipo de atividade voluntária que

deseja.

Uma vez que o aplicativo segue a formato de rede social, existe a

possibilidade de visualizar e curtir os posts, além, é claro, de criá-los ou excluí-los.

Os perfis, exclusivos e personalizados pelo próprio usuário com detalhes pessoais,

foto, e no caso do usuário instituição, exibe um histórico de postagens.

Dessa forma, qualquer tipo de atividade voluntária pode ser divulgada. O

aplicativo entende que a solidariedade possui um viés duplo, já que é produto da

união de forças e, uma vez posta em prática, tem o poder de propagar mais união.

4.1 Arquitetura geral

Nesta seção são abordadas as características da arquitetura geral do

aplicativo.

47

FIGURA 16- Esquema de estruturas de hardwareFonte:Os Autores (2019).

O usuário utilizará um smartphone android que pode variar da versão 4.0 até

8.1 para entrar na aplicação. No momento em que o usuário se conecta a internet e

efetua o login, esta pesquisa é estendida ao web service que procura no banco de

dados o perfil relacionado, o banco retorna os resultados da pesquisa para o web

service, e envia estes dados para o usuário.

4.1.1 Requisitos para instalação e uso

● Um smartphone android 4.0 até 8.1, com acesso a internet;

● Espaço disponível na memória do aparelho (aproximadamente 40 MB);

● Conta ativa no aplicativo BKind.

4.2 Tecnologias Utilizadas

Nesta seção serão apresentadas as tecnologias utilizadas para o

desenvolvimento do aplicativo BKind.

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4.2.1 Banco de dados:

Um banco de dados é caracterizado por um conglomerado de arquivos com

informações diversas que se relacionam entre si com o objetivo de gerar uma

eficiência superior em situações onde se exige consulta de arquivos (DATE, 2004).

Será utilizado para o armazenamento de dados e consulta.

4.2.1.1 SQL

A SQL (Structured Query Language) - Linguagem de consulta estruturada é

uma linguagem padrão para utilização manuseamento de banco de dados (MYSQL

ORG, 2019).

4.2.1.2 MySQL

De acordo com sua documentação do site oficial, o MySQL Community

Edition é uma versão de download gratuito do banco de dados de código aberto, que

é suportado por uma comunidade ativa de desenvolvedores e entusiastas de

software livre (MYSQL ORG, 2019).

4.2.1.3 MySQL Workbench

De acordo com a documentação do site oficial, MySQL Workbench é uma

ferramenta visual unificada para arquitetos de banco de dados e desenvolvedores .

O MySQL Workbench fornece modelagem de dados, desenvolvimento de SQL e

ferramentas de administração abrangentes para configuração de servidor,

administração de usuários, backup e etc (MYSQL ORG, 2019).

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4.2.2 Aplicativo móvel

Um aplicativo é um serviço de software que dispõe de funcionalidades. Será

desenvolvido para que o usuário tenha acesso às funcionalidades do BKind.

4.2.2.1 Android Studio

De acordo com a documentação do site oficial, o Android Studio é um local

de desenvolvimento integrado e oficial para a criação de aplicativos Android .

(ANDROID STUDIO ORG, 2019).

4.2.2.2 Java

De acordo com a Oracle Corporation, Java é uma linguagem de

programação e plataforma computacional lançada pela primeira vez pela Sun

Microsystems em 1995. (ORACLE JAVA, 2019).

4.2.3 Web Service:

O Web Service é um serviço utilizado para criar conexão e interação entre o

aplicativo e sua base de dados. Consiste em um conjunto de códigos que em

determinada linguagem insere, exclui, altera e recupera registro do banco de dados.

(KOHELER, 2003).

4.2.3.1 Json

Em seu site oficial JavaScript object notation - notação de objetos javaScript

- é definido como uma formatação leve de troca de dados. Para seres humanos, é

fácil de ler e escrever. Para máquinas, é fácil de interpretar e gerar, sendo assim,

abrange um formato ideal para a troca de dados. (JSON ORG, 2019).

4.2.3.2 HTML

50

Conforme seu site oficial define, o HTML- Hyper Text Markup Language ou

Linguagem de marcação de hipertexto- é a língua na qual a maioria dos sites é

escrita. O HTML é usado para criar páginas e torná-las funcionais. Foi criado e

desenvolvido por Tim Berners-Lee, Robert Cailliau e outros a partir de 1989 . (HTML

ORG, 2019)

4.2.3.3 PHP

De acordo com seu site oficial, O PHP (um acrônimo recursivo para PHP:

Hypertext Preprocessor) é uma linguagem muito utilizada para o desenvolvimento

web e que pode ser embutida dentro do HTML. (PHP ORG, 2019)

4.2.3.4 Wamp

Como define seu site oficial, O WampServer é um ambiente de

desenvolvimento web do Windows.Paralelamente, o PhpMyAdmin permite gerenciar

facilmente seus bancos de dados. ( WAMPSERVER ORG, 2019).

4.2.3.5 Notepad++

O Notepad ++ é definido pelo seu site oficial como um editor de código-fonte

gratuito e um substituto do Notepad que suporta vários idiomas.(NOTEPAD++ ORG,

2019).

4.2.4 Modelagem

A modelagem tem como função primária descrever um modelo que se

relacione com as estruturas de funcionamento de um sistema de software. Será

utilizado para abstrair e desenvolver os sistemas de software (GÒES, 2014).

51

4.2.4.1 UML

A Unified Modeling Language também conhecida como linguagem de

modelagem unificada,é definida pelo seu site oficial como uma linguagem de

modelagem visual padrão utilizada para a modelagem de negócios, análise, projeto

e implementação de sistemas baseados em software. (UML ORG, 2019).

4.2.4.2 Astah community

O Astah community é um software utilizado para modelagem de diagramas

UML (ASTAH COMMUNITY, 2019).

4.3 Análise

Nesta seção será detalhada a parte do projeto e desenvolvimento do

aplicativo BKind que assessora o contato entre instituição e voluntário, estando

disponível para dispositivos android. O app permite três cenários, o login do usuário

instituição, o login do usuário voluntário e a relação usuário web que abrange

instituição e voluntário.

Abaixo estão as representações dos diagramas de atividades destes

cenários, onde estão descritas as ações que o app disponibiliza para os usuários.

4.3.1 Diagrama de atividades

O diagrama de atividades do usuário instituição, apresentado na Figura 17,

inicia com a atividade de fazer login em uma conta, caso não tenha, o usuário pode

se cadastrar e desta forma efetuar seu login.

52

FIGURA 17 - Diagrama de Atividades do Usuário Instituição Fonte: (Os autores 2019).

O usuário Instituição, pode após o login, cadastrar classificados, visualizar

as curtidas que seus posts receberam, pode efetuar uma “recurtida”, ver matchs com

usuários, pode avaliar voluntários de acordo com os serviços prestados e por fim,

fazer logout de sua conta.

O diagrama de atividades da Figura 18, apresenta o fluxo de atividades do

usuário Voluntário. O usuário Voluntário inicia com a efetivação de login, caso ele

não seja cadastrado, pode criar uma conta e em seguida fazer login.

53

FIGURA 18 - Diagrama de atividades do Usuário Voluntário Fonte: (Os autores 2019).

Após efetuar o login, o Voluntário pode visualizar seu feed, que é baseado

em posts que categorizam as causas que o usuário voluntário tem interesse, desta

forma, ele pode curtir um post, ver matchs com instituições, bem como pesquisar

posts e por fim ele pode efetuar seu logout e encerrar suas atividades no app.

O diagrama de atividades da Figura 19, apresenta as atividades que o

usuário web pode realizar no site desenvolvido. Esse usuário pode visualizar o

perfil com informações do aplicativo Bkind e entrar em contato com o

desenvolvimento do mesmo.

54

FIGURA 19 - Diagrama de Atividades do Usuário Web Fonte: (Os autores 2019).

4.3.2 Requisitos do sistema

Na seção a seguir são mostrados os Requisitos Funcionais e Não

Funcionais do sistema. A tabela 2 abaixo apresenta os requisitos funcionais do

sistema, já a tabela 3, mostra os requisitos não funcionais do sistema.

TABELA 2 - Requisitos Funcionais do Sistema

Requisitos Funcionais RF 001 O sistema deve realizar o cadastro de voluntários.RF 002 O sistema deve realizar cadastro de instituições.RF 003 O sistema deve permitir que o usuário edite as informações de seu perfil.RF 004 O sistema deve permitir que o usuário possua causas e habilidades pré-estabelecidas emseu perfil. RF 005 O sistema deve realizar o cadastro de posts.RF 006 O sistema deve permitir que o usuário relacione um post a categorias pré-estabelecidas.RF 007 O sistema deve permitir ao usuário proprietário excluir um post.RF 008 O sistema deve permitir ao usuário pesquisar posts.RF 009 O sistema deve permitir ao usuário curtir uma publicação.RF 010 O sistema deve realizar o registro de curtida.RF 011 O sistema deve listar as curtidas de uma publicação para o usuário proprietário.RF 012 O sistema de permitir que o usuário proprietário reaja as curtidas.RF 013 O sistema deve realizar o registo de match entre usuários.RF 014 O sistema deve permitir ao usuário visualizar matches.RF 015 O sistema deve gerar um feed com publicações relacionadas às causas e habilidades dousuário.RF 016 O sistema deve armazenar as informações do usuário.RF 017 O sistema deve armazenar as informações de uma publicação.RF 018 O sistema deve permitir que um voluntário avalie instituição e vice-versa.RF 019 O sistema deve permitir ao usuário logar em uma conta pré-existente.

Fonte: (Os autores 2019).

55

TABELA 3 - Requisitos não Funcionais do sistemaRequisitos Não Funcionais RNF 001 O sistema deve funcionar em um smartphone com sistema operacional android 4.0 ousuperior.RNF 002 O sistema deve ser desenvolvido utilizando a linguagem Java versão 3.5.RNF 003 O usuário deve ter acesso a rede de internet.

Fonte: (Os autores 2019).

4.3.3 Diagrama de Casos de Uso

A figura 20 abaixo apresenta o que os atores Instituição e Voluntário podem

fazer no sistema BKind. “A principal função deste diagrama é apresentar o sistema

pela visão do usuário, ou seja, quais os módulos que compõem o sistema, quem são

seus usuários e quais papéis serão desempenhados” (GÓES, 2014).

O ator Usuário Web pode entrar em contato com o desenvolvimento e com a

equipe BKind.

O ator Usuário App pode trocar sua conta, fazer um login e cadastrar o perfil

dele se identificando como ator Instituição ou ator Voluntário, através da

implementação por herança destas classes.

O ator Instituição pode criar um classificado vinculando este às habilidades

necessárias para a realização de tal tarefa, ele pode reagir a reação de um post e

avaliar um determinado voluntário de acordo com o serviço prestado.

O ator Voluntário pode Reagir aos classificados que aparecem no feed, onde

o próprio voluntário escolhe a quais causas quer se vincular. Este ator também pode

visualizar matchs com instituições, pode reagir a um post e pode avaliar uma

instituição de acordo com a experiência de trabalho nesta instituição.

56

FIGURA 20 - Diagrama de caso de uso Fonte: (Os autores 2019).

As especificações dos Casos de uso são apresentadas na sequência.

4.3.3.1 Especificação dos casos de uso

A tabela 4 abaixo apresenta a especificação do Caso de Uso Entrar em Contato.

TABELA 4- Especificação de Caso de Uso: Entrar em ContatoNome do Caso de Uso: Entrar em contatoDescrição: O usuário web entra em contato por meio de um

formulário.Atores: Usuário WebPré Condições: Não háPós Condições: Contato RegistradoFluxo Básico: 1- Usuário seleciona a opção fale conosco

2- Sistema redireciona para fale conosco3- Usuário preenche e envia formulário4- Sistema valida Informações e registra.5- Fim do caso de uso

Fluxo Alternativo: A1- Se no passo 3 do FB, ocorrer um erro no preenchimento do formulário, o sistema apresentará uma mensagem informando o usuário. A2- Se no passo 4 do FB, ocorrer uma falha na validação o sistema apresentará uma

57

mensagem informativa sobre o erro.Fluxo de Exceção: Não háRegra de Negócio: Não há

Fonte: (Os autores 2019).

A tabela 5 a seguir apresenta a Especificação do Casos de Uso Trocar Conta.

TABELA 5- Especificação de Caso de Uso: Trocar Conta

Nome do Caso de Uso: Trocar ContaDescrição: O usuário altera a conta na qual está logado

inicialmenteAtores: Usuário AppPré Condições: Estar logado em uma conta pré-existentePós Condições: Login realizadoFluxo Básico: 1- Usuário seleciona a opção trocar de conta

2- Sistema redireciona para tela de login3- Usuário preenche informações de login4- Sistema valida Informações e registra.5- Fim do caso de uso

Fluxo Alternativo: A1- Se no passo 2 do FB, ocorrer um erro no redirecionamento, o sistema apresentará uma mensagem informando o usuário. A2- Se no passo 3 do FB, ocorrer um erro no preenchimento das informações, o sistema apresentará uma mensagem informativa.A3- Se no passo 4 do FB, ocorrer uma falha na validação o sistema apresentará uma mensagem informativa sobre o erro.

Fluxo de Exceção: Não háRegra de Negócio: Não há

Fonte: (Os autores 2019).

A tabela 6 a seguir apresenta a Especificação do Casos de Uso Cadastrar

Perfil.

TABELA 6- Especificação de Caso de Uso: Cadastrar Perfil

58

Nome do Caso de Uso: Cadastrar PerfilDescrição: Cadastrar uma conta nova Atores: Usuário AppPré Condições: Pós Condições: Novo conta criadaFluxo Básico: 1- Usuário seleciona a opção criar conta

2- Sistema redireciona para tela de cadastro 13- Usuário seleciona tipo de conta4- Sistema redireciona para tela de cadastro 25-- Usuário preenche formulário6- Sistema valida informações e cadastra.7- Fim do caso de uso

Fluxo Alternativo: A1- Se no passo 3 do FB, o preenchimento for realizado erroneamente ocorrerá um erro no processode cadastro e o sistema apresentará uma mensagem de alerta. A2- Se no passo 4 do FB, ocorrer uma falha na validação de dados, o sistema apresentará uma mensagem alertando o problema..

Fluxo de Exceção: Não háRegra de Negócio: Não há

Fonte: (Os autores 2019).

A tabela 7 a seguir apresenta a Especificação do Casos de Uso Fazer Login.

TABELA 7- Especificação de Caso de Uso: Fazer Login

Nome do Caso de Uso: Fazer LoginDescrição: O usuário app loga em uma conta pré existente.Atores: Usuário App Pré Condições: Possuir conta cadastradaPós Condições: Usuário LogadoFluxo Básico: 1- Usuário preenche dados e clica em logar.

2- Sistema verifica dados e redireciona.3- Fim do caso de uso

Fluxo Alternativo: A1- Se no passo 1 do FB, o usuário preencher odados errados o sistema apresentará uma mensagem informativa.A2- Se no passo 2 do FB, ocorrer um erro na verificação, o sistema apresentará uma mensagem informativa.

Fluxo de Exceção: Não háRegra de Negócio: Não há

59

Fonte: (Os autores 2019).

A tabela 8 a seguir apresenta a Especificação do Casos de Uso Avaliar

Usuário.

TABELA 8- Especificação de Caso de Uso: Avaliar Voluntário

Nome do Caso de Uso: Avaliar Voluntário

Descrição: O usuário do tipo instituição avalia um voluntárioque realizou um trabalho

Atores: Instituição Pré Condições: Estar logado em uma conta ativa

Match pré existentePós Condições: Avaliação RegistradaFluxo Básico: 1- Usuário seleciona a opção avaliar voluntário

2- Sistema redireciona para a tela de avaliação.3- Usuário seleciona uma quantidade de estrelas que julga equivalente a qualidade do trabalho, escreve uma mensagem, e envia avaliação.4- Sistema valida informações e registra.5- Fim do caso de uso

Fluxo Alternativo: A1- Se no passo 3 do FB, o usuário optar por não escrever mensagem a avaliação contará apenas com a quantidade de estrelas.A2- Se no passo 3 do FB, o usuário não enviar a avaliação as informações não serão cadastradas.A3- Se no passo 4 do FB, ocorrer uma falha na validação de dados, o sistema apresentará uma mensagem informativa sobre a falha.

Fluxo de Exceção: Não háRegra de Negócio: Não há

Fonte: (Os autores 2019).

A tabela 9 a seguir apresenta a Especificação do Casos de Uso Reagir

Reação.

60

TABELA 9- Especificação de Caso de Uso: Reagir Reação

Nome do Caso de Uso: Reagir Reação Descrição: O usuário do tipo instituição demonstra

interesse por um voluntário que deu amei no classificado.

Atores: Instituição Pré Condições: Estar logado em uma conta ativa

Reação do voluntário pré existentePós Condições: Reação RegistradaFluxo Básico: 1- Usuário seleciona a opção lista de reações

de um post de sua autoria.2- Sistema redireciona para a tela da lista3- Usuário seleciona a opção para reagir a amei.4- Sistema valida Informações e registra match5- Fim do caso de uso

Fluxo Alternativo: A1- Se no passo dois do fluxo básico, o usuário não reagir a nenhum dos ameis não ocorrerá um match.A2- Se no passo três do fluxo básico, ocorrer uma falha na validação de dados, o sistema apresentará uma mensagem informativa.

Estrutura de Dados: Não háRegra de Negócio: Não há

Fonte: (Os autores 2019).

A tabela 10 a seguir apresenta a Especificação do Casos de Uso Criar

Classificado.

TABELA 10- Especificação de Caso de Uso: Criar Classificado

Nome do Caso de Uso: Criar ClassificadoDescrição: O usuário do tipo instituição cria uma postagem

anunciando uma vaga para trabalho voluntárioAtores: Instituição Pré Condições: Estar logado em uma conta ativaPós Condições: Classificado CadastradoFluxo Básico: 1- Usuário seleciona a opção criar classificado.

2- Sistema redireciona para a interface criar classificado.2- Usuário preenche informações e posta classificado.

61

3- Sistema valida Informações e registra classificado.4- Fim do caso de uso

Fluxo Alternativo: A1- Se no passo dois do fluxo básico, o usuário não preencher todas as informações não obrigatórias o classificado será publicado sem elas.A2- Se no passo 2 do FB, o usuário não selecionar a opção de postar classificado as informações não serão salvas.A2- Se no passo 3 do FB, ocorrer uma falha na validação de dados, o sistema apresentará uma mensagem informativa.

Fluxo de Exceção: Não háRegra de Negócio: Não há

Fonte: (Os autores 2019).

A tabela 11 a seguir apresenta a Especificação do Casos de Uso Avaliar

Instituição.

TABELA 11- Especificação de Caso de Uso: Avaliar Instituição

Nome do Caso de Uso: Avaliar InstituiçãoDescrição: O usuário do tipo voluntário avalia uma

instituição na qual realizou um trabalho Atores: VoluntárioPré Condições: Estar logado em uma conta ativa

Match pré existentePós Condições: Avaliação RegistradaFluxo Básico: 1- Usuário seleciona a opção avaliar instituição

2-Sistema redireciona para a tela de avaliação.3- Usuário seleciona uma quantidade de estrelas que julga equivalente a qualidade do trabalho, escreve uma mensagem, e envia avaliação.4- Sistema valida Informações e registra avaliação5- Fim do caso de uso

Fluxo Alternativo: A1- Se no passo 3 do FB, o usuário optar por não escrever mensagem a avaliação contará apenas com a quantidade de estrelas.A2- Se no passo 3 do FB, o usuário não enviar

62

a avaliação as informações não serão cadastradas.A3- Se no passo 4 do FB, ocorrer uma falha na validação de dados, o sistema apresentará uma mensagem informativa sobre a falha.

Fluxo de Exceção: Não háRegra de Negócio: Não há

Fonte: (Os autores 2019).

A tabela 12 a seguir apresenta a Especificação do Casos de Uso Reagir

Classificado.

TABELA 12- Especificação de Caso de Uso: Reagir Classificado

Nome do Caso de Uso: Reagir ClassificadoDescrição: O usuário do tipo voluntário demonstra interesse

em um classificado de uma instituição. Atores: VoluntárioPré Condições: Estar logado em uma conta ativaPós Condições: Reação RegistradaFluxo Básico: 1- Usuário seleciona a opção reagir classificado.

2- Sistema valida Informações e registra reação.3- Fim do caso de uso

Fluxo Alternativo: A1- Se no passo 2 do FB, ocorrer uma falha na validação de dados, o sistema apresentará uma mensagem informativa.

Fluxo de Exceção: Não háRegra de Negócio: Não há

Fonte: (Os autores 2019).

4.4 Projeto Nesta seção são abordados todos os aspectos que contemplam o

desenvolvimento do aplicativo.

4.4.1 Diagrama de Classes

Abaixo é possível visualizar o diagrama de classes do BKind, o mesmo

mapeia a estrutura do sistema descrevendo as classes, seus atributos e operações.

63

Tomando como referência o padrão MVC (model - view - controller) é o

correspondente a camada “model” responsável por mostrar a camada lógica da

aplicação, modelando os dados e o comportamento das regras de negócio do BKind.

Voluntário e Instituição são classes que herdam de Usuário por possuírem

métodos e atributos em comum. Essas ainda estão relacionadas a classe “Avaliação”

por meio de composição, o que significa que voluntário e instituição compõem uma

avaliação, o que é coerente, pois é necessário saber quem avaliou e quem foi

avaliado e uma avaliação não poderia existir sem que a participação das outras duas

classes. O mesmo tipo de relação ocorre entre instituição e classificado, seguindo a

mesma lógica, vemos que um classificado é composto por uma instituição, ou seja, a

instituição que o publicou e portanto também seria impossível que um classificado

existisse sem seu respectivo autor. Segue abaixo a figura do diagrama citado.

.

FIGURA 21- Diagrama de classes Fonte: Os Autores (2019).

64

4.4.2 Armazenamento de Dados

Nesse segmento estão sequenciados alguns diagramas para a total

compreensão sobre a modelagem de dados feita especificamente para o aplicativo

BKind.

4.4.2.1 Diagrama de Entidade e Relacionamento

O Diagrama Entidade-Relacionamento (DER), segundo o site oficial da

ferramenta de diagramação Lucidchart, descreve as entidades do sistema, seus

atributos e como essas entidades interagem entre si, incluindo a cardinalidade para

tais relações (LUCIDCHART, 2019).

A entidade Voluntário possui os atributos Nome, Email (atributo chave),

Endereço, Senha, CEP e Descrição. Tal entidade se relaciona com um Classificado

por meio de um “Amei”, este relacionamento tem como atributo Data e

Correspondência. Um Classificado pode ter nenhum ou muitos “Ameis”, o Voluntário

pode Amar nenhum ou muitos classificados.

Já a entidade Classificado é caracterizada por Título, Descrição, ID (atributo

chave) e Data. Esta por sua vez tem mais um relacionamento onde ela é criada pela

entidade Instituição, caracterizada pelos atributos Endereço, CNPJ, Nome, Senha,

Telefone, Descrição, Foto de Perfil e Email (atributo chave). Um Classificado pode ser

criado por apenas uma Instituição e uma Instituição pode criar nenhum ou muitos

classificados.

A entidade Classificado exige uma entidade Habilidade que tem como atributo

um nome, assim como a entidade Voluntário tem uma Habilidade. Um Voluntário pode

ter nenhuma ou muitas Habilidades e uma Habilidade pode englobar nenhum ou

muitos Voluntários. Uma Habilidade exige nenhum ou muitos Classificados, e um

Classificado exige uma ou muitas Habilidades.

A entidade Instituição tem uma Causa, assim como um Voluntário defende a

entidade Causa que tem como atributo único o nome. Uma Causa pode Ter nenhuma

65

ou muitas Instituições e uma Instituição pode ter uma ou muitas Causas.

Voluntário e Instituição avaliam um ao outro, o relacionamento avaliação tem

como atributo estrelas. Um Voluntário pode Avaliar nenhuma ou muitas Instituições,

assim como uma Instituição pode Avaliar nenhum ou muitos Voluntários.

FIGURA 22- Diagrama de Entidade e RelacionamentoFonte: Os Autores (2019).

Para melhor visualização, acesse: https://drive.google.com/drive/folders/1-oP-kiq-iDqZT1SsGRJhyDA_wl7jnfgQ?usp=sharing

4.4.2.2 Diagrama Relacional

66

Abaixo é representado o modelo físico do diagrama anterior e retrata, assim

como o DER a estrutura de entidades, atributos e relacionamentos, porém com todas

as tabelas resultantes de suas respectivas cardinalidades.

FIGURA 23 - Diagrama Relacional Fonte: Os Autores (2019)

Para melhor visualização, acesse: https://drive.google.com/drive/folders/1-oP-kiq-iDqZT1SsGRJhyDA_wl7jnfgQ?usp=sharing

67

A seguir será mostrado as tabelas de dicionário de dados.

4.4.2.3 Dicionário de dados

Tabela 13 - Dicionário de dados (Tabela: Voluntário).

Tabela: VoluntárioColuna Tipo de dado Restrições Formato padrão Exemplo de instância

nome VARCHAR(100) NN X(100) Beatriz Gomessenha VARCHAR(100) NN X(100) senha1234

emailLogin VARCHAR(100) PK, NN, UQ X(100) biaakiddo@gmail.comCEP VARCHAR(20) NN X(20) 83310290

contato VARCHAR(800) NN X(800) 41998334276

descricao VARCHAR(800) NN X(800)

Prestativo e atencioso,

adoro cuidar de

crianças.

latitude DECIMAL(13,10) NNNNN.NNNNNN

NNNN

44.454550

longitude DECIMAL(13,10) NNNNN.NNNNNN

NNNN

-106.887550

Fonte: Os autores (2019)

A tabela 14 a seguir apresenta o dicionário de dados da tabela Instituição.

TABELA 14 - Dicionário de dados (Tabela: Instituicao)

Tabela: InstituicaoColuna Tipo de dado Restrições Formato padrão Exemplo de instância

endereco VARCHAR(100) NN X(100)

Rua Dr. Joaquim

Ignácio Silveira da

Motta, 2200 -

Guabirotuba

CNPJ VARCHAR(20) NN X(20) 36638488000124

nome VARCHAR(100) NN X(100) Lar de idosos Tarumãsenha VARCHAR(100) NN X(100) senha123contato VARCHAR(800) NN X(800) 41984610408

emailLogin VARCHAR(100) NN, PK,UQ X(100) lartaruma@hotmail.comdescricao VARCHAR(800) NN X(800) Somos uma instituição

que visa ajudar os

idosos arrecadando

68

fraldas.CEP VARCHAR(20) NN X(20) 83310280

Fonte: Os Autores (2019)

A tabela 15 a seguir apresenta o dicionário de dados da tabela Classificado.

TABELA 15 - Dicionário de dados (Tabela: Classificado)

Tabela: ClassificadoColuna Tipo de dado Restrições Formato padrão Exemplo de instância

titulo VARCHAR(100) NN X(100)Vaga de professor -

Espanhol

descricao VARCHAR(800) NN X(800)

Precisamos de um

professor disponível

para ensinar espanhol

nas quartas no nosso

projeto das 10 - 16

id INTPK, UN, NN,

AI, UQN

7

dataPublica

caoDATETIME NN

AAAA-MM-DD

HH:MM:SS

2019-11-23 00:00:00

instituicao_e

mailLoginVARCHAR(45) FK, NN X(45)

amigosdosaber@hotm

ail.com

latitude DECIMAL(13,10) NNNNN.NNNNNNN

NNN

-25.464850

longitude DECIMAL(13,10) NNNNN.NNNNNNN

NNN

-49.116670

Fonte: Os Autores (2019)

A tabela 16 a seguir apresenta o dicionário de dados da tabela Habilidade.

TABELA 16 - Dicionário de dados (Tabela: Habilidade)

Tabela: HabilidadeColuna Tipo de dado Restrições Formato padrão Exemplo de instânciaNome VARCHAR(100) PK, NN X(100) Administração

Fonte: Os Autores (2019)

A tabela 17 a seguir apresenta o dicionário de dados da tabela Causa.

69

TABELA 17 - Dicionário de dados (Tabela:Causa)

Tabela: CausaColuna Tipo de dado Restrições Formato padrão Exemplo de instânciaNome VARCHAR(100) PK, NN X(100) Apoio às mulheres

Fonte: Os Autores (2019)

A tabela 18 a seguir apresenta o dicionário de dados da tabela Voluntário AmaClassficado.

TABELA 18 - Dicionário de dados (Tabela:Voluntario_Ama_Classificado)

Tabela:Voluntario_Ama_ClassificadoColuna Tipo de dado Restrições Formato padrão Exemplo de instância

correspondi

doTINYINT(1) NN, UN N

1

data DATETIME NNAAAA-MM-DD

HH:MM:SS

2019-07-24 00:00:00

voluntário_e

mailLoginVARCHAR(100) FK, PK, NN X(100)

leticiasantos@hotmail.

comclassificado

_idINT

FK, PK, NN,

UNN

234

Fonte: Os Autores (2019)

A tabela 19 a seguir apresenta o dicionário de dados da tabela Instituição Possui Causa.

TABELA 19 - Dicionário de dados (Tabela:Instituicao_Possui_Causa)

Tabela:Instituicao_Tem_CausaColuna Tipo de dado Restrições Formato padrão Exemplo de instância

instituicao_e

mailLoginVARCHAR(100) FK, PK, NN X(100)

operacaopalhacoterapi

a@gmail.comcausa_nom

eVARCHAR(100) FK, PK, NN X(100)

LGBT

Fonte: Os Autores (2019)

A tabela 20 a seguir apresenta o dicionário de dados da tabela Voluntário Defende Causa.

TABELA 20 - Dicionário de dados (Tabela: Voluntario_Defende_Causa)

Tabela: Voluntario_Defende_CausaColuna Tipo de dado Restrições Formato padrão Exemplo de instância

70

voluntário_e

mailLoginVARCHAR(100) FK, PK, NN X(100)

lucasvinicius@hotmail.

comCausa_Nom

eVARCHAR(100) FK, PK, NN X(100)

Animais

Fonte: Os Autores (2019)

A tabela 21 a seguir apresenta o dicionário de dados da tabela Classificado Exige voluntário.

TABELA 21 - Dicionário de dados (Tabela: Classificado_Exige_Habilidade)

Tabela: Classificado_Exige_HabilidadeColuna Tipo de dado Restrições Formato padrão Exemplo de instância

classificado

_idINT

FK, PK, NN,

UNN

8976

habilidade_

nomeVARCHAR(100) FK, PK, NN X(100)

Jardinagem

Fonte: Os Autores (2019)

A tabela 22 a seguir apresenta o dicionário de dados da tabela Voluntário Avalia Instituição.

TABELA 22 - Dicionário de dados (Tabela: Voluntario_Avalia_Instituicao)

Tabela: Voluntario_Avalia_InstituicaoColuna Tipo de dado Restrições Formato padrão Exemplo de instânciaestrelas INT NN N 4

voluntário_e

mailLoginVARCHAR(100) FK, PK, NN X(100)

anasofia@gmail.com

instituicao_e

mailLoginVARCHAR(45) FK, PK, NN X(100)

doadoresdealegria@h

otmail.comdirecao TINYINT(1) NN, UN N 1

Fonte: Os Autores (2019)

A tabela 23 a seguir apresenta o dicionário de dados da tabela Voluntário Tem Habilidade.

TABELA 23 - Dicionário de dados (Tabela: Voluntario_Tem_Habilidade)

Tabela: Voluntario_Tem_HabilidadeColuna Tipo de dado Restrições Formato padrão Exemplo de instância

voluntário_e VARCHAR(100) FK, PK, NN X(100) alanacardoso@hotma\

71

mailLogin il.comhabilidade_

nomeVARCHAR(100) FK, PK, NN X(100)

Artes

Fonte: Os Autores (2019)

4.4.2.4 Armazenamento de imagem

Existem diversas maneiras de salvar imagens para utilizá-las em uma

aplicação posteriormente, essa seção é dedicada a exemplificação e ao

entendimento de como isso é feito dentro do BKind.

Existem dois tipos de imagem em BKind, aquelas atribuídas aos classificados

sociais para uma melhor representação da oferta de trabalho voluntário em questão

e aquelas que designam os perfis dos usuários (voluntário e instituição). Só é

possível escolher uma imagem para cada perfil e classificado.

Portanto, como uma alternativa ao método padrão de armazenamento pelo

tipo de dado BLOB (Binary Large Object) no banco de dados, neste trabalho é

realizada a tarefa supracitada armazenando as imagens diretamente em diretórios

do servidor por meio da função file_put_contents() da linguagem PHP. Como dito

acima, o usuário (voluntário ou instituição) pode escolher apenas uma imagem para

cada uma de suas funções no aplicativo, sendo assim, essa é salva no diretório com

o nome correspondendo ao “id” do classificado publicado ou ao email do usuário

dono da foto de perfil, para assim realizar a conexão entre as fotos e suas

respectivas atribuições.

4.4.3 Relacionamento Android – banco de dados

Como já citado anteriormente o aplicativo faz uso de um conjunto de scripts

escritos na linguagem PHP para a conexão do banco de dados com o código

desenvolvido em java. Todas as funcionalidades principais do aplicativo precisam do

web service constituído desses scripts. Portanto, como uma prática de boa

organização, os códigos PHP estão organizados em um sistema de diretórios.

Agrupados de acordo com as funções insert, read, update e delete, que significam

respectivamente a inserção, recuperação, alteração e exclusão de dados no banco72

de dados MySQL Workbench. É explicitado abaixo um exemplo de script da seção

read do web service.

<?phprequire ("../ws_db/connect.php");

$voluntario = $_GET["voluntario"];

if($voluntario == 'true'){$sql="SELECT * FROM voluntário WHERE emailLogin = '".$_GET["email"]."' AND senha =

'".$_GET["senha"]."';";} else {

$sql="SELECT * FROM instituicao WHERE emailLogin = '".$_GET["email"]."' AND senha ='".$_GET["senha"]."';";}

$result = mysqli_query($_DB['connection'], $sql);$result = mysqli_fetch_all($result, MYSQLI_ASSOC);

echo strcmp(json_encode($result),"[]");

mysqli_close($_DB['connection']);?>

Tabela 24 - Script PHP fazer login

Fonte: Os autores (2019)

Esse trecho de código é responsável pela realização do login do usuário no

aplicativo. O procedimento é realizado verificando se a conta é de uma instituição ou

voluntário, daí em diante é verificado se o registro do email e senha passados pela

URL existe no banco de dados e se existem a resposta do web service em JSON

será positiva, o aplicativo processará essa informação e permitirá que o usuário

acesse o aplicativo.

O uso desses scripts não seria possível sem a classe DBConexão presente

em Bkind. Essa classe possui métodos e atributos estáticos utilizados por outras

classes, ela é responsável por conter métodos que realizam funções importantes

como a de inserir na URL os valores a serem recolhidos por GET em PHP para

consequentemente ser usado nas consultas no banco de dados ou até o método

que lê a resposta em JSON gerada pelo o web service (readJsonFromURL) após

essas consultas. Ainda importante salientar que todas as funcionalidades de Bkind73

que necessitam de qualquer uma das quatro operações do web service (insert, read,

update e delete) vão precisar dos métodos estáticos da classe DBConexão para

realizá-las. Abaixo segue o exemplo do método fazerLogin que se relaciona com o

script PHP citado anteriormente.

public static boolean fazerLogin(Context context, String email, String senha, boolean voluntario) throws IOException{ if(!checkNetworkConnection(context)){ return false; } checkThreadPolicy(); String values = "email=" + email + "&senha=" + senha + "&voluntario=" + voluntario; URL url = new URL(DB_URL + "ws_read/ws_login.php?" + values); HttpURLConnection con = (HttpURLConnection) url.openConnection(); BufferedReader bufferedReader = new BufferedReader(new InputStreamReader( con.getInputStream())); String response = bufferedReader.readLine(); if(response.equals("1")){ return true; } return false;

Tabela 25 - método fazerLogin

Fonte: Os autores (2019)

O método exige como parâmetros o email, senha do usuário e ainda se ele é

um voluntário ou uma instituição e manda essas informações para o web service.

5 RESULTADOS

Nesta seção serão apresentados os resultados obtidos com o processo de

desenvolvimento do aplicativo e projeto BKind.

5.1 Diagrama de telas do aplicativo

O diagrama de telas aqui representado servirá para explicitar o fluxo das

74

telas do aplicativo para uma melhor compreensão de como o mesmo funciona. Para

tal, o dividiremos em duas seções: a versão do aplicativo acessada pelo o usuário

voluntário e outra acessada pela instituição. Nota-se que os diagramas possuem

somente um sentido para determinar quais telas são possíveis acessar de cada

porção do aplicativo, preza-se pela facilidade de visualização do diagrama, portanto

não é possível ver o sentido de volta de cada tela.

5.1.1 Diagrama de telas versão voluntário

Como visto na Figura 24 abaixo, o voluntário poderá fazer o login e ser

direcionado a tela feed de classificados, ou caso não possua conta, poderá realizar o

cadastro. O cadastro ocorre em um fluxo de quatro telas, onde na primeira (Tela de

cadastro), o usuário poderá escolher se cadastrar como instituição ou voluntário e

como foi feita a divisão do presente diagrama em duas seções, na atual seção,

tratamos do cadastro de voluntário.

75

FIGURA 24 - Diagrama de telas voluntárioFonte: Os Autores (2019).

Para melhor visualização, acesse: https://drive.google.com/drive/folders/1-oP-kiq-iDqZT1SsGRJhyDA_wl7jnfgQ?usp=sharing

As próximas telas de cadastro, tratam de todas as informações necessárias

à definição de um voluntário, ou seja, as causas que defende, as habilidades que

possui e as informações restantes já citadas no diagrama relacional presente nesse

documento. O feed traz funcionalidades importantes do aplicativo, como a pesquisa

e o filtro por distância. O voluntário ainda poderá ver os matches com as instituições

na tela de match, trocar de conta no seu perfil e ser encaminhada a partir dessa tela

para a tela de mudar senha.

5.1.2. Diagrama de telas versão instituição

Na versão da instituição, as principais funcionalidades consistem em criar

76

classificados a partir da tela inicial, ver os próprios classificados postados, ver os

interessados nos mesmos e ainda acessar o perfil do voluntário interessado no

classificado social. É importante salientar que assim como ocorre com um voluntário,

só é possível acessar a tela inicial da instituição se o cadastro já tiver sido realizado.

FIGURA 25 - Diagrama de telas instituiçãoFonte: Os Autores (2019).

Para melhor visualização, acesse: https://drive.google.com/drive/folders/1-oP-kiq-iDqZT1SsGRJhyDA_wl7jnfgQ?usp=sharing

5.2 Telas em detalhe

77

Nessa seção será possível visualizar a interface gráfica do aplicativo e poder

compreender detalhadamente o relacionamento entre as telas, funcionará como um

manual de uso que assim como o diagrama de telas será dividido entre a versão do

aplicativo para voluntários e instituições.

5.2.1 Telas em detalhe do voluntário

Para manter uma sequência lógica, a apresentação será iniciada com as

telas do voluntário.

5.2.1.1 Login e feed

O usuário inicia sua experiência na tela de login, fornece seu email, senha e

que tipo de conta pretende acessar (voluntário ou instituição). Considerando o fluxo

básico dessa ação se o voluntário já está cadastrado, deverá ser encaminhado à

“Tela feed de classificados”, tela qual, mostra ao usuário as vagas de voluntariado

mais próximas à ele. Para poder aumentar a distância e visualizar vagas mais

afastadas, basta “arrastar” para o lado o componente de layout SeekBar logo abaixo

do texto “Distância máxima: 10 Km”. Será possível a pesquisa na barra “pesquisar”

na parte superior da tela e caso o usuário queira aplicar filtros, terá de aceder ao

botão com o mesmo nome e ser direcionado a “Tela de filtros”, onde escolherá entre

causas e habilidades de sua preferência para filtrar os classificados. Além disso é

nessa tela (Figura 26) onde ocorre o “amei” nos classificados.

78

FIGURA 26 - Tela de login e tela de feed de classificados

Fonte: Os Autores (2019).

Para ver todas as informações de um classificado, basta clicar na foto

relacionada a ele e uma visão da “Tela classificado aberto” será proporcionada.

Todas as informações importantes ao voluntário são disponibilizadas, a descrição da

vaga, quem a publicou, quando ela foi postada e quais habilidades é necessário

possuir para poder cumprir com o solicitado.

Abaixo, na Figura 27, pode-se ver como essa tela foi implementada.

79

FiGURA 27 - Tela de classificado aberto

Fonte: Os Autores (2019).

Também é possível visualizar o perfil de uma instituição, é necessário clicar

em seu nome que aparece logo abaixo do título do classificado na tela de feed.

Segue abaixo, na Figura 28, a visão proporcionada desse perfil. Conta-se com uma

foto, uma descrição das missões e propósitos daquela instituição, os meios por onde

é possível contatá-la, as causas que defende, seu endereço e uma média das

avaliações feitas por outros voluntários à instituição.

80

FIGURA 28 - Tela de perfil da instituiçãoFonte: Os Autores (2019).

Para poder avaliar, é necessário clicar no botão avaliar e preencher estrelas

que vão de 0 (marcar nenhuma estrela) até 5 (marcar todas). Segue abaixo, na

Figura 29, o alert dialog (quadro de alerta) personalizado para essa situação.

81

FIGURA 29 - Alert Dialog avaliaçãoFonte: Os Autores (2019).

Ao clicar em confirmar a avaliação será registrada.

5.2.1.2 Cadastro de voluntário

Como alternativa ao login padrão, o voluntário que não possui conta terá de

pressionar a frase “Não possui conta ainda? Clique aqui para criar.” Daí em diante,

será direcionado para a primeira tela que compõe o armazenamento de informações

daquele voluntário. Chamamos essa tela previamente de “Tela de cadastro” no

diagrama de telas ( vide figuras 24 e 25 ). Nessa porção do aplicativo o usuário

82

informa se é um voluntário ou uma instituição para definir o tipo de conta que ele

terá e como fala-se exclusivamente das telas do voluntário nessa seção, fica-se com

a opção “voluntário”. Abaixo vemos (Figura 30).

FIGURA 30 - tela de cadastro

Fonte: Os Autores (2019).

Ao escolher escolher, clicando no botão “voluntário” será encaminhado para

a segunda parte de ser cadastro, onde informa ao aplicativo quais causas sociais

defende ou simpatiza. Esse dado é importante, pois é útil ao momento do feed, onde

o voluntário poderá ver publicações de instituições que possuem as mesmas causas

que ele defende. A figura 31 abaixo mostra essa etapa.

83

FIGURA 31 - Tela de cadastro de causas do voluntárioFonte: Os Autores (2019).

O passo seguinte é o cadastro das habilidades que o voluntário possui

(Figura 32 e 33), essas habilidades são agrupadas em tipos que vão desde saúde

até serviços gerais. As áreas possuem subtópicos, portanto o voluntário poderá

encontrar o que melhor se encaixa com suas habilidades para assumir uma vaga.

84

FIGURA 32 - Tela de cadastro de habilidades do voluntárioFonte: Os Autores (2019).

85

FIGURA 33 - Tela de cadastro de habilidades do voluntário após “rolagem”Fonte: Os Autores (2019).

Ao clicar em entrar, o próximo passo é informar o restante de suas

informações, como nome, email, senha, uma descrição sobre você e seu CEP. O

contato também é algo a ser fornecido e assume o formato de uma caixa de texto

para que o voluntário forneça diferentes meios por onde pode ser solicitado, como

um email para contato, número de telefone ou redes sociais como o Facebook,

Instagram e LinkedIn. A Figura 34 ilustra.

86

FIGURA 34 -Tela de cadastro de informações do voluntário Fonte: Os Autores (2019).

Se as senhas coincidirem, o CEP for válido e o email não estiver sendo

utilizado por outro usuário no aplicativo, o voluntário irá para a tela de login, para

poder então acessar sua conta.

5.2.1.3 Perfil do voluntário

O perfil do voluntário visto pela versão do voluntário conta com a

possibilidade de escolher uma foto para ser mostrada as instituições. Ao clicar na

foto (que inicialmente será uma imagem padrão não preenchida de um perfil), o

sistema acessa a galeria para que o voluntário escolha, já que essa é a única

87

informação não requerida durante o cadastro. Para acessar essa tela, basta clicar na

estrela com o texto “Perfil”, na parte inferior da tela. Segue abaixo na Figura 35.

FIGURA 35 -Tela de perfil do voluntário Fonte: Os Autores (2019).

Clicando em mudar senha, o voluntário visualiza uma tela que requisita sua

senha antiga, sua senha nova e uma confirmação de sua nova senha. Se as senhas

coincidirem o voluntário retornará ao perfil. Como é visto na figura 36.

88

FIGURA 36 -Tela de mudar senha

Fonte: Os Autores (2019).

É possível escolher a opção trocar de conta no perfil o que o levará

novamente a tela de login.

5.2.1.4 Match

Por último, o voluntário pode acessar a tela de match (Figura 37) clicando na

estrela com o respectivo texto na porção inferior da tela. Essa tela mostra as

instituições que se interessaram pelo voluntário nos classificados em que o mesmo

deu amei, por isso o termo “match”, cuja tradução literal da língua inglesa significa

“combinar”.

89

FIGURA 37 -Tela de mudar senha Fonte: Os Autores (2019).

A estrutura de um match é qual instituição se interessou por você e em qualclassificado. Com essa tela, fecha-se a experiência do voluntário no aplicativo.

5.2.2 Telas em detalhe da instituição

A seguir, será mostrado o dinamismo das telas acessadas pela instituição.

90

5.2.2.1 Login e tela inicial

A tela de login (Figura 38) permanece a mesma para a instituição. A principaldiferença é que aqui o mesmo terá de selecionar a opção “instituição” nos botõesabaixo das informações de login.

FIGURA 38 - Tela de login e tela inicial da instituiçãoFonte: Os Autores (2019).

Se possui cadastro, ao logar o voluntário encontrará uma tela inicial com a

possibilidade de alterar sua foto de perfil clicando na própria foto, mudar sua senha,

o que o encaminhará para a tela já vista na versão do voluntário de mudar senha,

trocar de conta, o que o encaminhará para a tela de login novamente, ver os

classificados que publicou e ver os voluntários interessados em seus classificados

sociais.

91

5.2.2.2 Criar post

Para realizar a criação de um classificado, o usuário terá de fornecer a foto

do classificado, o título, uma descrição sobre a vaga, um contato que pode vir a ser

diferente daquele presente no perfil da instituição e as habilidades que o voluntário

precisa possuir para se candidatar. Como pode ser visto na Figura 39 e 40.

FIGURA 39 - Tela de cadastro de classificadoFonte: Os Autores (2019).

92

FIGURA 40- Tela de cadastro de classificado após “rolagem”Fonte: Os Autores (2019).

Ao clicar em confirmar, o classificado será criado.

5.2.2.3 Visualizar os classificados criados

Essa tela permite ao usuário instituição visualizar os classificados que criou

e possivelmente excluí-los, para isso é necessário clicar no botão com ícone de

lixeira no canto inferior direito da publicação. Um alert dialog será mostrado

questionando se o usuário realmente deseja realizar essa ação. As Figuras 41 e 42

ilustram.93

FIGURA 41 - Tela de visualização de classificados e alert dialog para exclusãoFonte: Os Autores (2019).

Clicando na opção “sim” o classificado será excluído.

5.2.2.4 Visualizar interessados

Partindo da tela inicial para a tela de “Ver interessados”, a instituição poderá

vislumbrar todos os voluntários interessados em seus classificados, podendo assim

decidir mostrar-se interessado naquele voluntário no botão em formato de coração

ou recusar com o botão em formato de lixeira. É interessante que a instituição aceda94

ao perfil do voluntário antes de tomar tal decisão, isso pode ser feito clicando em sua

foto. A figura 42 mostra como o processo é dado.

FIGURA 42 - Tela de visualização dos interessados e tela de perfil do voluntárioFonte: Os Autores (2019).

A avaliação pode ser realizada da mesma maneira que ocorre na versão do

voluntário. Preenche-se um número de estrelas que varia de 0 a 5.

5.2.2.5 Cadastro de instituição

No caso de não possuir uma conta previamente e consequente não poder

95

acessar todas as telas anteriormente citadas, a instituição poderá realizar um

cadastro, fornecendo as causas sociais que possui e o restante de suas

informações, essenciais para seu perfil e outras funcionalidades do aplicativo, como

o cálculo da distância. Verifica-se abaixo na Figura 43 e 44.

FIGURA 43 - Tela de cadastro de causas instituiçãoFonte: Os Autores (2019).

96

FIGURA 44 - Tela de cadastro das informações da instituiçãoFonte: Os Autores (2019).

Com isso, encerra-se a experiência do usuário instituição dentro doaplicativo BKind.

5.3 Website

A figura abaixo ilustra o website Bkind. Este foi desenvolvido com fim

informativo, ou seja o usuário não tem acesso às funcionalidades do app por ele.

Além da proposta do app, informações sobre a equipe Bkind, e sobre o próprio

aplicativo, como as interfaces por exemplo.

Outro fator importante do website é possibilidade do contato direto entre os

usuários e a equipe Bkind por meio de um formulário. Ele permite o envio de

97

dúvidas, problemas, sugestões e feedbacks positivos ou negativos, sobre o app. O

layout obedece aos padrões característicos da aplicação. O site funciona como

canal de comunicação, informativo e como meio de divulgação. Segue a

visualização abaixo (Figura 45).

FIGURA 45 - Página inicial websiteFonte: Os Autores (2019).

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluído o processo de coleta de dados, reunião de informações e análise

do material levantado, foi possível a finalização do projeto, cujo produto final, um

aplicativo para Android, tem como objetivo principal a conexão entre as pessoas

interessadas na causa voluntária. Pretende-se, com o desenvolvimento dessa

ferramenta, estimular a prática do voluntariado e a adesão de novos interessados

através das facilidades oferecidas pelo app, além da troca de informações entre

instituições e a comunidade, formando uma rede abrangente de voluntários.

Ademais da finalização do aplicativo, é possível citar também como

98

consequência da conclusão do trabalho o enriquecimento pessoal, fruto da intensa

pesquisa que se fez necessária para o embasamento e fundamentação do trabalho,

e o aprofundamento e aplicação dos conhecimentos adquiridos durante os quatro

anos de curso, bem como traçar metas futuras para além do TCC, visando dar

continuidade ao projeto.

6.1 Trabalhos Futuros

Como possíveis trabalhos futuros, pode-se apontar:

● Aprimoramento das telas (do ponto de vista estético e funcional) e

ampliação das funcionalidades, como:

- Um mecanismo de incentivo dentro do app, que estimule o usuário

a passar mais tempo utilizando a plataforma e praticando o

voluntariado. Como um “sistema de recompensa” por tempo de uso

ou ações realizadas;

- Desenvolver dentro do aplicativo um mecanismo para editar as

informações dos dois tipos de usuário.

● Aprimoramento do desempenho do aplicativo, focado principalmente

no tratamento das imagens para que o tempo de resposta não seja

alto.

● Viabilizar a monetização do projeto com uma análise minuciosa das

opções (anúncios publicitários, por exemplo);

● Parcerias fixas com ONGs e Instituições;

● Realizar o registro autoral do aplicativo;

● Disponibilizá-lo em lojas de aplicativos;

● Submeter o aplicativo a testes de usabilidade partindo do questionário

SUS (System Usability Scale);

REFERÊNCIAS

99

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sua existência. Carpe Diem: Revista Cultural e Científica da FACEX, Natal, v.9, n.9,

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APÊNDICE A - Entrevistas

Entrevista com Suely Lurdes Teófilo: Descrições sobre como é fazer parte do

voluntariado

104

- Então como a senhora já estava falando, trabalhou muito tempo como

voluntária e um dos seus contatos foi a pastoral da criança, certo?

Como era esse trabalho? Como a senhora teve contato com esse meio?

Pois bem, eu fui convidada por membros da igreja a fazer parte, estando naquele

meio em algum momento eles nos chamavam para ajudar lá e quem tivesse

interesse era só ir. Quanto ao trabalho, nós íamos em duplas para as casas de

pessoas carentes e fazíamos acompanhamento das crianças de 0 a 6 anos,

pensávamos elas e fazíamos um acompanhamento da saúde delas, também

cuidávamos das mães dessas crianças.

- Além desse serviço, vocês doaram alguma outra coisa?

Nós fazíamos um evento chamado celebração da vida, onde as mães iam na

pastoral, e nós voluntários fazíamos lanches, bebidas, essas coisas.

- E como vocês encontraram essas famílias? Porque esse trabalho era

feito em dupla?

Essas famílias já eram cadastradas pela Pastoral, mas nós íamos em regiões mais

carentes e atendíamos essas pessoas. Haviam muitos voluntários. Quanto ao

trabalho em dupla, era melhor porque um ia pesando a criança e fazendo o trabalho,

e o outro ia anotando os dados e sobre o desenvolvimento da criança, pra ver se

não tinha nenhum problema com ela.

- Caso houvesse algum problema de saúde com a criança, o que vocês

faziam?

Caso detectassemos algum problema, nós íamos em postos de saúde e

acionávamos a saúde pública, até porque não tinha muito o que fazer além disso,

porque era um problema da saúde pública propriamente.

105

- Atualmente você trabalha com voluntariado?

Eu sinto muita falta de trabalhar na Pastoral, sai de lá por problemas pessoais, mas

eu realmente penso muito nas crianças que atendi e em como eles devem estar

agora… Mas estou fazendo projetos paralelos como por exemplo, uma amiga minha

me chamou para fazer bonecas para entregar às crianças no natal, e só de ver o

brilho nos olhos delas já vale todo o esforço investido. Eu e mais alguns casais de

amigos fazemos alguns jantares nas casas uns dos outros e durante essa reunião

produzimos toucas, cachecóis, meias para entregar no início do inverno em alguns

asilos.

- E por fim, o que você acha que um aplicativo voltado a caridade deve

ter?

Acho que ele deve chamar as pessoas, e também dar a oportunidade de ajudar de

forma honorária, porque muitas pessoas não têm tanta disponibilidade no dia-dia.

Acho que ele deveria ajudar na divulgação de causas pequenas, como por exemplo,

às vezes eu não consigo comprar tecido para fazer as vestimentas de inverno para

os asilos, se existisse alguma forma de divulgar isso para doarem tecidos para mim

no caso, eu poderia produzir muito mais peças… Bem, é isso.

————————————————————

Entrevista com Márcia, coordenadora do setor de artesanato da Rede Feminina de

Combate ao Câncer - Hospital Erasto Gaertner:

- Quem é a senhora?

Meu nome é Márcia Trentini, eu sou coordenadora do setor de Artesanato, que é um

setor que não trabalha diretamente com os pacientes aqui do hospital.

Somos todos voluntários, recebemos doações de materiais de artesanato e de

outras coisas que nós precisamos. Produzimos o artesanato e depois nós vendemos

isso em feiras, através da loja dentro hospital ou em algumas instituições parceiras,

106

como a Leroy Merlin, entre outras. São instituições parceiras que fazem bazares

para funcionários e a gente vai lá e coloca o nosso produto, que nós produzimos

dentro do Hospital vindo uma vez por semana.

Aqui todo voluntário, segundo o Estatuto da Rede, precisa trabalhar 4 horas

ininterruptas por semana.

Tudo o que nós vendemos, que é produzido e vendido, é revertido para o Hospital.

Então essa é a minha função aqui dentro, eu coordeno esse setor inteiro

voluntariamente.

- E como começou isso, você tinha alguma ligação com o hospital antes

de ser voluntária?

Eu tive o interesse de ser voluntária. A Rede Feminina funciona da seguinte forma:

tem uma seleção de candidatos, que vai ser agora em abril. Nessa seleção você

participa de palestras, como funciona o Hospital, você se intera do que é preciso

para ser voluntário. Depois você passa por um processo de seleção com um outro

voluntário orientador, com psicólogos, para saber da sua aptidão para poder

trabalhar dentro do Hospital.

Seguindo esse processo, depois você é encaixado em setores que estão

necessitando de voluntários. São muitos os setores, que vão desde setores (a

grande maioria) que trabalham com o próprio paciente, e outras funções como a

minha, que é o artesanato, a loja, etc.

Então você acaba fazendo esse vínculo e tem que seguir as cláusulas, o Estatuto da

Rede Feminina.

- Então tem todo um processo de seleção, não é qualquer pessoa que

pode chegar e se voluntariar.

Qualquer pessoa pode se voluntariar, desde que tenha mais de 21 anos e menos de

65.

Você pode se candidatar, e são selecionadas aquelas pessoas que estão aptas e em

107

condições de serem voluntárias.

- Quem faz parte da gestão e da administração da Rede também são

voluntários?

Todos. Na rede feminina todos são voluntários. Da diretoria ao voluntário que realiza

o trabalho somente.

- Qualquer pessoa que já esteve dentro o hospital percebe a importância

do trabalho que vocês desempenham. Você pode contar o que sabe sobre o

início da Rede, qual era o propósito e o que se tornou?

Não vou saber falar com grandes detalhes, mas a Rede iniciou na época com o

Erasto Gaertner, que era prefeito, ele que conseguiu a área, era médico e construiu

o Hospital.

Numa parceria com a dona Anita Gaertner, que era a esposa, junto à sociedade,

organizou um grupo de pessoas que ajudava a angariar os fundos para a execução

desse hospital.

Essa é a história aproximada que eu sei, a Rede vai fazer 60 ou 65 anos.

E inicialmente esse grupo de mulheres se reunia e elas também começaram a fazer

artesanato, como paninhos de prato para vender e reverter.

Até onde eu sei a Rede começou assim. Depois a formalização eu já não sei te

dizer, mas era um grupo de mulheres que através da esposa do seu Erasto Gaertner

faziam essas reuniões (não sei se semanais ou como era). E hoje nós ainda temos

uma voluntária, no setor do artesanato, que era do tempo da dona Anita Gaertner.

- Sabe o nome dela?

Sei. Dona Dirce Rispori. Ela trabalha aqui ainda.

- Essa questão das mulheres foi só no início, hoje os homens também

podem ser voluntários.

Sim, sem nenhum problema.

108

- E os alimentos, vocês solicitam? Tem alguma dificuldade em

conseguir?

Não. Felizmente eu acredito que isso está bem coordenado e bem administrado.

Hoje esse segmento de bolachas ele é feito dentro do próprio hospital, com todos os

critérios de higiene e saúde.

É distribuído aos pacientes e acompanhantes através dos voluntários.

Mas a embalagem e o recebimento dessas bolachas é feito dentro do hospital com

os devidos critérios de saúde.

Só a distribuição dos alimentos para os pacientes é feita pelos voluntários.

- Os alimentos são doados?

Eu não saberia te dizer, mas acredito que eles são doados e o Hospital repõe

quando é necessário. Já houveram doadores fixos para isso.

Inclusive a divulgação dessas doações é melhor você não citar, porque já houve

situações onde a mídia social, que é tão rápida, divulga que o estoque está baixo e

de repente o Hospital recebe toneladas de bolacha.

Isso não é recomendado por conta de que é um alimento, precisa ser bem

armazenado, tem critérios de validade, uma série de coisas. Por isso é totalmente

controlado pelo Hospital.

É possível ser doador, mas antes tem que fazer contato com o Hospital por conta

desses critérios todos, por ser um alimentos.

- Sobre a demanda de voluntários, não tem essa necessidade de

procurá-los, eles vêm até vocês.

Eles vêm até a gente. Existe um banco de dados de voluntários que ficam inscritos

aqui e na medida que a gente vai necessitando, a gente chama.

- Como uma lista de espera?

Isso.

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- Você sabe me dizer com quantos voluntários aproximadamente vocês

contam hoje?

Entre 300 e 400. Ativos vamos contar uns 300 mais ou menos.

- Só no Erasto Gaertner, né?

Só no Erasto; na Rede Feminina de Curitiba. Porque Rede Feminina tem em outros

lugares também né.

- Então era isso. Na verdade eu queria saber o ponto de vista de uma

instituição grande, que não tem essa demanda, essa necessidade de mais

voluntários. Porque meu TCC é desenvolver um aplicativo para buscar

voluntários, para instituições que tenham a necessidade, já que muitas vezes

faltam pessoas para trabalhar com eles. E é bom ver um outro ponto de vista.

Sim, muda muito para uma Instituição pequena. Primeiro, porque a Rede Feminina

tem um Estatuto, que nós devemos seguir. Como eu falei, as 4 horas que você

precisa se dedicar por semana, a assiduidade, que é importantíssima... você não

consegue ser um voluntário hoje e amanhã não, porque o paciente continua

esperando. Não tem como um voluntário vir sem um comprometimento. Esse é o

principal lema da Instituição: comprometimento. Quem vem aqui vem no sentido de

se comprometer. Se eu venho toda a quarta, por exemplo, toda quarta eu tenho que

estar aqui. Se eu tiver mais de três faltas consecutivas eu sou desligado, porque é

necessário esse comprometimento. O voluntariado é uma doação de amor. Tem que

ter consciência disso.

- E você acha que como voluntária, não necessariamente da Rede

feminina, mas como alguém que conhece a realidade de algumas instituições,

seria importante um espaço, um aplicativo só para a divulgação, algo que

facilitasse o contato entre Instituição que necessita e o voluntário disposto?

Um espaço só para isso, digital, seria útil?

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Creio que sim. O voluntariado no Brasil e no mundo tem sido visto com outros olhos.

Eu precisei me aposentar para poder ser voluntária, e não precisa mais.

Hoje o jovem que trabalha quer ser voluntário e pode fazê-lo em qualquer outro

período que não esteja trabalhando.

Mudou muito o perfil. Antes o voluntário era aquele idoso que estava em casa sem

ocupação e queria se ocupar. O voluntariado hoje tem uma outra função, eu vejo

isso muito claro e transparente.

Então eu acho que o aplicativo será uma ferramenta para aproximar esse potencial

voluntário da instituição que necessita.

______________________________________

Entrevista com Elson Pereira Magalhães, um dos donos e voluntário à 26 anos da

rede de Ação social Edilson Pereira Magalhães: descrições de funcionamento de

instituições sociais no meio voluntário.

- Quais são as dificuldades que você enxerga que existem para manter a

ONG?

Veja bem, as ong são criadas com um objetivo em comum, então por exemplo, você

junta 100 pessoas afim daquele objetivo, e com o tempo, em vez de 100 você passa

a ter 99, porque um sai, não mora mais aqui, não tem interesse...Então as

instituições vão perdendo os voluntários, e você conseguir outros que queiram

acreditar na mesma causa aí que começa a dificuldade, porque as pessoas têm

interesse em pessoas muito necessitadas e quando você diz assim “não, são

crianças saudáveis e normais que atendemos nessa ONG” eles preferem ajudar

crianças que têm problemas. Então o interesse do voluntário é que é o “X” da

questão, você tem que achar voluntários que estejam dentro do seu interesse, então

se você por exemplo, gosta de ajudar idosos, então você nunca vai ajudar minha

instituição, porque eu não tenho trabalhos direcionados aos idosos, apenas com

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jovens e crianças. Outro dos problemas é quando eu pergunto “ você quer ajudar

minha instituição?” “ onde fica?” “em Piraquara” “ahh, muito longe”... Então esse

voluntário quer algo do gosto dele, perto dele, o mais acessível possível e com

menos problemas possível, então você fica meio assim… Tu me pergunta, “ como

você consegue voluntários?” Eu não tenho que conseguir, o voluntário que tem que

querer ser voluntário na instituição.

- Então o voluntário que se dispõe a ir na instituição e se voluntariar

certo?

Ou nem vem, porque eu preciso de 50 voluntários nessa instituição, hoje eu só

tenho 30, está faltando 20 voluntários na instituição, por exemplo eu preciso de um

voluntário que tenha pelo menos uma manhã inteira disponível para participar das

reuniões do conselho municipal dos direitos da criança e do adolescente… E não

tem. Como eu disse, as pessoas preferem ajudar os mais necessitados do que uma

pessoa normal isso faz com que tenhamos menos voluntários que uma instituição de

saúde por exemplo. Quando não temos voluntários para uma determinada função,

precisamos contratar, e é aí que a instituição passa a depender de dinheiro para

funcionar, ai que a coisa toma um volume de trabalho muito grande,e se torna um

ciclo vicioso, porque a instituição demanda muito de ajuda. Eu estou aqui, porque é

um objetivo da minha família, o que é diferente de alguém que apenas vem aqui, o

tipo de compromisso é diferente.

- O que o senhor acha que um aplicativo voltado ao voluntariado deve

ter?

Como eu disse, é muito difícil achar voluntários que tem a paixão e a disponibilidade

para se locomover a um determinado local e efetivamente fazer um trabalho lá. O

seu aplicativo, pelo que eu entendi deve fazer a comunicação entre quem tem

interesse e quem precisa, mas seria bom se ele desenvolvesse um trabalho para

que as pessoas conhecessem os projetos e as necessidades dos projetos porque

por exemplo, às vezes as pessoas nem conhecem a instituição e se conhecem, não

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sabem das necessidades da instituição, eu acho que poderia ter algo nesse sentido,

além de uma comunicação entre as instituições porque muitos projetos são

desenvolvidos dessa forma.

_____________________

Entrevista realizada no dia 09 de março de 2019, com a voluntária Ketlin

participante do grupo Operação Palhaçoterapia:

- Sobre a estrutura e o funcionamento do grupo:

São 18 voluntários, sendo quatro de um corpo de coordenação, o grupo conta com

pessoas específicas para determinadas funções como questões legais e monetárias.

São feitas visitas em hospitais, lares de idosos, ongs e orfanatos, além de

campanhas de páscoa, dia das crianças e natal.

- Como funciona a divulgação do grupo, trabalhos e demandas? E como

ocorre o encontro do grupo com voluntários em potencial?

O grupo conta com uma página no facebook onde são divulgadas fotos de visitas,

pedidos de ajuda em campanhas e o grupo em si, além de um site com informações

sobre os voluntários e oficinas. Em geral os voluntários chegam até nós por

conhecidos, por exemplo eu conheço uma pessoa que conhece outra que foi

voluntária, ou seja é bem ao acaso.

- Existe alguma forma de validar os conhecimentos ou habilidades de

um possível voluntário?

Atualmente as pessoas que demonstram interesse em ser voluntário no grupo

passam por uma oficina onde são dadas informações sobre o trabalho

desempenhado pelo grupo e regras básica de como, por exemplo, não pular na

cama de pacientes no hospital ou passar álcool em gel nas mãos ao entrar e sair de

um quarto, e as vezes é complicado, por exemplo esses tempos umas 20 pessoas

me mandaram os nomes para entrar no grupo dessas 5 fizeram a inscrição na

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oficina e três entraram e no momento nenhuma delas é efetiva, ou seja a evasão

dos voluntários é bem alta, mas com relação a habilidades específicas a gente só

confia na palavra da pessoa ou na validação de uma pessoa conhecida sobre.

- Existe algum tipo de voluntário temporário, por exemplo formandos

que precisam de experiência?

Sim, sim.

APÊNDICE B - Termo de consentimento dos entrevistados (I)

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APÊNDICE C - Termo de consentimento dos entrevistados (II)

APÊNDICE D - Termo de consentimento dos entrevistados (III)

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