Aula 14 Estabilidade Coloidal FernandoGalembeck
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Estabilidade coloidal: colides liofbicos
Sis lioflicos so termodinamicamente estveis Sis liofbicos, emulses, espumas, aerosis, filmes
finos e muitos outros sistemas coloidais tm uma estabilidade apenas cintica, que muitas vezes chamamos de estabilidade coloidal.
Os fatores de estabilidade so diferentes: em emulses: a viscosidade do filme interfacial em espumas: a elasticidade do filme superficial.
O caso mais importante: sis liofbicos, com duas teorias: a teoria DLVO e a teoria de Ise. A teoria DLVO tem aceitao mais universal, por isso ser
considerada em detalhe.
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Teoria DLVO: atrao de van der Waals e repulso eletrosttica
Foras de van der Waals: molculas ou tomos neutros sempre se atraem e so atrados por cargas eltricas.
So as responsveis por fenmenos fundamentais como a condensao de vapores e a cristalizao de molculas.
So devidas a vrios tipos de interao: as interaes entre dipolos instantneos correlacionados (as foras de London), entre dipolos permanentes, entre dipolo permanente e dipolo induzido.
O clculo das energias de interao entre pares de molculas feito usando-se expresses bem conhecidas, estabelecidas h vrias dcadas.
A resultante das foras sempre positiva.
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Qualquer superfcie tende sempre a aderir a qualquer outra superfcie?
Segundo as foras de van der Waals: sim. Entretanto, o nosso dia a dia est repleto de excees a
esta tendncia universal adeso entre superfcies. Explicao: foras de van der Waals so de muito curto
alcance. Por exemplo, as foras (dispersivas) de atrao entre duas partculas esfricas, por exemplo dois tomos de argnio, diminuem com a sexta potncia da distncia entre as esferas.
No caso de dois slidos com superfcies planas, a atrao entre estas dada por VA = -A/12pipipipiL2 (por unidade de rea)
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Superfcies rugosas no aderem por foras de van der Waals
Usando esta equao, verificamos que a energia de interao s atinge valores de ordem de grandeza de kTse a distncia entre as duas superfcies for de ordem de um nanometro. Em distncias maiores, a energia do par difere muito pouco da sua energia a uma distncia infinita, portanto no h atrao entre elas.
Concluindo: partculas coloidais tendem a se unirem, isto , a coagularem, mas s a partir do momento em que a distncia entre elas se torne muito pequena, de ordem de grandeza de raios moleculares.
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Repulso (ou atrao) eletrosttica Em uma disperso coloidal as partculas
apresentam normalmente um potencial zetadiferente de zero, isto , tm um excesso de cargas positivas ou negativas. Se as partculas forem todas homogneas, as cargas provocaro a repulso entre elas, segundo a lei de Coulomb. Nesse caso, a fora repulsiva funo do inverso do quadrado da distncia entre as partculas. Para placas infinitas planas:
VR = 64 no kTZ2 -1 exp (-D) onde Z = tanh (zeo/4kT)
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Somando as energias de repulso e de atrao: Resultam curvas com as seguintes caractersticas:-energia zero, quando a distncia entre as partculas
elevada;-quando a fora inica elevada, a energia de um par de
partculas diminui quando a distncia entre as partculas diminui, tendendo a valores muito baixos (o mnimo primrio)
-quando a fora inica pequena, medida que a distncia entre as partculas diminui h uma diminuio da energia at atingir um mnimo pouco profundo (o mnimo secundrio). Depois a energia aumenta at um mximo, e volta a diminuir at o mnimo primrio.
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Portanto, h uma barreira de ativao causada pela repulso eletrosttica, para que as partculas se aproximem at tocarem-se, se a fora inica for baixa. Alm de colides liofbicos, esta repulso foi verificada em outros sistemas, particularmente nas espumas lquidas.
Energia
distnciaatrao
resultante
repulso
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Coagulao rpida e lenta, regimes RLA e DLA
Barreira energtica aproximao de partculas muito pequena: acoagulao muito rpida e limitada apenas pela difuso.
Barreira muito grande: o sistema estvel indefinidamente. A relao entre uma taxa de coagulao e a taxa no limite de difuso
chamada de fator de estabilidade, W. Quando a barreira aproximao das partculas de ordem de 25 kT, W = 109, isto , o sol muito estvel.
So dois regimes principais de agregao: o regime de cintica limitada por reao, e o de cintica limitada por difuso.
Cintica limitada por difuso muito rpida, e produz agregados muito abertos, de dimenso fractal elevada.
No regime de cintica limitada por reao, h uma barreira energtica agregao, e as partculas se chocam vrias vezes at se juntarem. Neste caso, a dimenso fractal menor, correspondendo a um agregado mais compacto.
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Outros fatores de estabilidade Repulso estrica: superfcie recoberta com um polmero
adsorvido ou enxertado, em um bom solvente; h uma repulso entre as cadeias polimricas e, consequentemente, entre as partculas.
Depleo: um mecanismo de estabilizao ou instabilizao de partculas coloidais, de descoberta mais recente. Em geral, causada por polmeros que no se adsorvem s partculas mas formam gradiente de potencial qumico no sistema.
Hidratao: repulso devida s camadas de gua fortemente ligadas s superfcies das partculas.
Interao hidrodinmica: taxas de cisalhamento do lquido contguo a superfcies slidas so sempre muito baixas. Isto introduz um importante fator de retardamento da aproximao de partculas.
Soro na interface
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Caractersticas da adsoro de polmeros
Alta afinidade Basta ligar um segmento para que toda a cadeia
esteja ligada Irreversibilidade
Devido ao grande nmero de pontos de contacto
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Adsoro de polmeros:O modelo de trens, alas e caudas
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Estabilidade estricaRepulso entre superfcies, induzida pelo
polmero adsorvidoQuando as partculas so secas, ocorre o
colapso das cadeias do polmeroAo reintroduzir o solvente, o polmero
intumesce e as partculas se separamDesde que no ocorra dessoro do
polmero, o sistema se comporta como se tivesse estabilidade termodinmica.
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Estabilidade eletrostrica Ocorre quando o polmero adsorvido um
polieletrlito Poli(acrilato de sdio), carboximetilcelulose,
protenas
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Agregao induzida por polmeros de massa molar muito elevada
Consequncia da adsoro de polmero de massa molar muito elevada.
Uma cadeia se associa a mais de uma partcula.
Bridging floculation: a cadeia forma pontes entre as molculas.
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Agregao causada por polmeros Polmeros adsorvidos no so sempre estabilizantes. H
pelo menos dois casos em que um polmero pode desestabilizar uma disperso coloidal:
As partculas tm carga (digamos, positiva) e o polmero tem carga oposta (negativa). Neste caso, o resultado da adsoro a neutralizao das cargas da partcula, eliminando a repulso coulmbica.
O polmero tem uma grande massa molar, e o grau de cobertura das partculas pequeno. Neste caso, uma mesma cadeia polimrica pode unir-se a duas ou mais partculas ao mesmo tempo, formando flocos e instabilizando a disperso.
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Depleo: estabilizao
Polmero no adsorve nas partculas mas dificulta a sua aproximao.
A ausncia de polmero de alguma regio torna a sua presso osmtica muito elevada.
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Depleo: instabilizao Polmero no adsorve
nas partculas mas fora a sua aproximao.
A ausncia de polmero de alguma regio torna a sua presso osmtica muito elevada: o solvente sugado para as regies que tm polmero.
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Efeito de solventes
O efeito depende do ltex e do solvente
No h (ainda) um modelo para este fenmeno
Atualmente imprevisvel
Cardoso et al., 1998
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Estabilidade de emulses
A teoria DLVO no bem sucedida. A estabilidade (com relao coagulao)
depende muito da viscosidade da interface gua-leo.
Partculas de leo em gua ou gua em leo podem ser comprimidas e deformadas, sem coalescer: membrana.
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Emulses estabilizadas por partculas slidas (Pickering)
Partculas que tm molhabilidade semelhante, por gua e leo, acumulam-se na interface.
Estabilizam a emulso: Viscosidade da interface Dificuldade no contacto
entre os lquidos de duas gotas.
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Estabilidade de filmes finos sobresubstrato slido
O excesso de energia livre do filme sobre o substrato dado por:
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Salar de Atacama, Chile
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TiO2
Silicona em TiO2