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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INFORMÁTICA ATRIBUIÇÃO AUTOMÁTICA DE AUTORIA DE OBRAS DA LITERATURA BRASILEIRA FRANCISCO DANTAS NOBRE NETO JOÃO PESSOA - PB 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA

DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INFORMÁTICA

ATRIBUIÇÃO AUTOMÁTICA DE AUTORIA DE OBRAS DA

LITERATURA BRASILEIRA

FRANCISCO DANTAS NOBRE NETO

JOÃO PESSOA - PB

2010

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FRANCISCO DANTAS NOBRE NETO

ATRIBUIÇÃO AUTOMÁTICA DE AUTORIA DE OBRAS DA

LITERATURA BRASILEIRA

Dissertação de mestrado apresentada

ao Programa de Pós-Graduação em

Informática da Universidade Federal da

Paraíba, como requisito parcial para

obtenção do título de Mestre em

Informática.

Orientador: Prof. Dr. Leonardo Vidal Batista

JOÃO PESSOA - PB

2010

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N754a Nobre Neto, Francisco Dantas.

Atribuição automática de autoria de obras da literatura brasileira / Francisco Dantas Nobre Neto. - - João Pessoa: UFPB, 2010.

90f. : il.

Orientador: Leonardo Vidal Batista. Dissertação (Mestrado) – UFPB/CCEN.

1.Informática. 2. Processamento – Linguagem Natural. 3.Estilometria.

UFPB/BC CDU: 004(043)

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Dedico este trabalho aos meus pais,

Antônio Telmi Dantas Nobre e Soraya

Formiga Mariz Dantas, pelo exemplo

de determinação, honestidade e amor e

pelas palavras de motivação.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por ter sempre guiado os meus passos, ter me dado força e

coragem necessárias para enfrentar os obstáculos que aparecem em qualquer

caminhada e por cada conquista que foi de grande importância para a

conclusão deste trabalho.

Aos meus pais, Antônio Telmi Dantas Nobre e Soraya Formiga Mariz Dantas,

pelo amor, paciência, carinho, atenção e incentivo que sempre me dedicaram,

por confiarem em mim e pelo apoio em todos os momentos em que este

trabalho estava sendo escrito. Agradeço também por imporem disciplina,

quando necessário, pois isso foi importante para o meu crescimento. Vocês

dois são meu grande espelho.

Aos meus familiares, em especial a Francisco Dantas Nobre, Maria Leite, Lauro

Mariz e Maria Guiomar, meus avós, que são exemplos de pessoas

batalhadoras e dedicadas, aos meus tios, em especial a Marcelo Augusto por

ter me influenciado a seguir na carreira de computação, e aos meus primos.

À minha amiga e namorada, Niara Formiga, que sempre esteve do meu lado

com sua paciência ímpar, pelas palavras de motivação nos momentos mais

difíceis e pelo amor. Você é uma pessoa muito especial para mim.

Aos meus amigos, tanto aqueles de infância, que me ensinaram que a

verdadeira amizade não é medida em distância nem em tempo, como os que

tive a grande satisfação de conhecer na Academia e que contribuíram para o

desenvolvimento deste trabalho, sempre me ajudando nos momentos que

precisei.

Agradeço ao professor Leonardo Batista, por ter me incentivado no caminho da

pesquisa, ensino e extensão, e por ter apresentado um tema com o qual

identifiquei rapidamente. Agradeço também pela orientação neste trabalho,

sempre observando pontos de extrema importância que só grandes

pesquisadores conseguem.

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Agradeço aos amigos de trabalho, em especial Rômulo Paiva e Rodrigo

Lustosa, que sempre entenderem a correria de conciliar o emprego com o

Mestrado.

Agradeço ainda às pessoas do Programa de Pós-Graduação em Informática

(PPGI) da UFPB, em especial aos Professores Lucídio dos Anjos, Tatiana

Aires, Antônio Carlos e Natasha Queiroz, pela compreensão e apoio nos

momentos difíceis e por ter enriquecido este projeto com comentários

importantes.

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RESUMO

Atribuição de autoria consiste em categorizar um documento desconhecido dentre algumas classes de autores previamente selecionadas. Saber a autoria de um texto pode ser útil quando é necessário detectar plágio em alguma obra literária ou dar os devidos créditos ao autor de um livro. A forma mais intuitiva ao ser humano para se analisar um texto é selecionando algumas características que ele possui. O estudo de selecionar atributos em um documento escrito, como tamanho médio das palavras e riqueza vocabular, é conhecido como estilometria. Para análise humana de um texto desconhecido, descobrir a autoria pode demandar meses, além de se tornar uma tarefa cansativa. Algumas ferramentas computacionais têm a funcionalidade de extrair tais características do texto, deixando a análise subjetiva para o pesquisador. No entanto, existem métodos computacionais que, além de extrair atributos, atribuem a autoria baseado nas características colhidas ao longo do texto. Técnicas como redes neurais, árvores de decisão e métodos de classificação já foram aplicados neste contexto e apresentaram resultados que os tornam relevantes para tal questão. Este trabalho apresenta um método de compressão de dados, o Prediction by Partial Matching (PPM), para solução do problema de atribuição de autoria de obras da literatura brasileira. Os escritores e obras selecionados para compor o banco de autores se deram, principalmente, pela representatividade que possuem na literatura nacional. Além disso, a disponibilidade dos livros em formato eletrônico também foi considerada. O PPM realiza a identificação de autoria sem ter qualquer interferência subjetiva na análise do texto. Este método, também, não faz uso de atributos presentes ao longo do texto, diferentemente de outros métodos. A taxa de classificação correta alcançada com o PPM, neste trabalho, foi de aproximadamente 93%, enquanto que trabalhos relacionados mostram uma taxa de acerto entre 72% e 89%. Neste trabalho, também foi realizado atribuição de autoria com a abordagem SVM. Para isso, foram selecionados atributos no texto dividido em dois tipos, sendo um baseado em palavras e o outro na contagem de palavras-função, obtendo uma taxa de acerto de 36,6% e 88,4%, respectivamente. Palavras-chaves: Atribuição de autoria, Prediction by Partial Matching (PPM), Processamento de Linguagem Natural (PLN), literatura brasileira, estilometria

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ABSTRACT

Authorship attribution consists in categorizing an unknown document among some classes of authors previously selected. Knowledge about authorship of a text can be useful when it is required to detect plagiarism in any literary document or to properly give the credits to the author of a book. The most intuitive form of human analysis of a text is by selecting some characteristics that it has. The study of selecting attributes in any written document, such as average word length and vocabulary richness, is known as stylometry. For human analysis of an unknown text, the authorship discovery can take months, also becoming tiring activity. Some computational tools have the functionality of extracting such characteristics from the text, leaving the subjective analysis to the researcher. However, there are computational methods that, in addition to extract attributes, make the authorship attribution, based in the characteristics gathered in the text. Techniques such as neural network, decision tree and classification methods have been applied to this context and presented results that make them relevant to this question. This work presents a data compression method, Prediction by Partial Matching (PPM), as a solution of the authorship attribution problem of Brazilian literary works. The writers and works selected to compose the authors’ database were, mainly, by their representative in national literature. Besides, the availability of the books has also been considered. The PPM performs the authorship identification without any subjective interference in the text analysis. This method, also, does not make use of attributes presents in the text, differently of others methods. The correct classification rate obtained with PPM, in this work, was approximately 93%, while related works exposes a correct rate between 72% and 89%. In this work, was done, also, authorship attribution with SVM approach. For that, were selected attributes in the text divided in two groups, one word based and other in function-words frequency, obtaining a correct rate of 36,6% and 88,4%, respectively. Keywords: Authorship Attribution, Prediction by Partial Matching (PPM), Natural Language Processing (NLP), Brazilian literature, stylometry

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Criação do modelo para a palavra abraabra ..................................... 24

Tabela 2: Banco de Autores .............................................................................. 38

Tabela 3: Textos utilizados para montar o arquivo de treinamento ................... 43

Tabela 4: Atributos baseados em palavras ....................................................... 55

Tabela 5: Palavras-função selecionadas e agrupadas por grupo de

conjunções/advérbios................................................................................. 56

Tabela 6: Resultados da taxa de classificação por arquivo de treinamento ...... 66

Tabela 7: Matriz de confusão da fase de treinamento referente a RS_10 ........ 68

Tabela 8: Matriz de confusão da fase de treinamento referente a RS_06 ........ 69

Tabela 9: Matriz de confusão da fase de treinamento referente a RS_01 ........ 70

Tabela 10: Resultado com a seleção de atributos baseado nas palavras ......... 72

Tabela 11: Matriz de confusão referente ao identificador RS_10 ...................... 73

Tabela 12: Matriz de confusão referente ao identificador RS_01 ...................... 74

Tabela 13: Resultado com a seleção de atributos baseado em palavras-função

................................................................................................................... 75

Tabela 14: Matriz de confusão referente ao identificador RS_10 ...................... 76

Tabela 15: Matriz de confusão referente ao identificador RS_01 ...................... 77

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Dois hiperplanos traçados com os mesmos vetores de suporte (Fonte:

[Wan05]) ..................................................................................................... 28

Figura 2: Interface de usuário inicial do WEKA ................................................. 30

Figura 3: Interface gráfica de usuário do menu Explorer ................................... 31

Figura 4: Mecanismo de portabilidade da linguagem Java ............................... 32

Figura 5: Módulos de Pré-Processamento e Classificação ............................... 40

Figura 6: Processo de criação de uma árvore trie (Fonte: [Sal04]) ................... 49

Figura 7: Criação da árvore trie PPM e ajuste do vine pointer (Fonte: [Sal04]) 51

Figura 8: Árvore trie PPM final para a mensagem "assanissimassa" (Fonte:

[Sal04]) ....................................................................................................... 52

Figura 9: Atributos alterados no SVM para testes ............................................. 60

Figura 10: Arquivo gerado com os atributos baseado nas palavras .................. 62

Figura 11: Arquivo gerado com os atributos baseado nas palavras-função ...... 63

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LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1: Cálculo da entropia de ordem 1............................................ 21

Equação 2: Cálculo da entropia condicionada a um contexto................. 22

Equação 3: Função de decisão do SVM linear........................................ 27

Equação 4: Guirad................................................................................... 55

Equação 5: Herdan.................................................................................. 55

Equação 6: Rubert................................................................................... 55

Equação 7: Maas..................................................................................... 55

Equação 8: Dugast................................................................................... 55

Equação 9: Luk Janenkov........................................................................ 55

Equação 10: Honore................................................................................ 55

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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS HTML : HyperText Markup Language

IA : Inteligência Artificial

PDF : Portable Document Format

PLN : Processamento de Linguagem Natural

PPM : Prediction by Partial Matching

RC : Razão de Compressão

RTF : Rich Text Format

SPSS : Statistical Package for the Social Sciences

SRM : Structure Risk Minimisation

SVM : Support Vector Machine

TI : Tecnologia da Informação

WEKA : Waikato Environment for Knowledge Analysis

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS .................................. ........................................................ 8

LISTA DE FIGURAS .................................. ......................................................... 9

LISTA DE EQUAÇÕES ................................. ................................................... 10

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS ..................... ........................................ 11

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 14

1.1. O PROBLEMA ........................................................................................... 16

1.2. OBJETIVO GERAL.................................................................................... 17

1.3. OBJETIVO ESPECÍFICO .......................................................................... 17

1.4. JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 18

1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................... 19

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................. ..................................... 20

2.1. PROCESSAMENTO DE LINGUAGEM NATURAL ..................................... 20

2.2. COMPRESSÃO DE DADOS ....................................................................... 21

2.2.1. Prediction by Partial Matching (PPM) ................................................... 23

2.3. RECONHECIMENTO DE PADRÃO ........................................................... 24

2.4. ESTILOMETRIA .......................................................................................... 25

2.5. SUPPORT VECTOR MACHINE (SVM) ...................................................... 26

2.6. DESENVOLVIMENTO ................................................................................ 28

2.6.1. WEKA ............................................................................................ 28

2.6.2. Java ............................................................................................... 32

2.7. TRABALHOS RELACIONADOS ................................................................. 33

2.8. COMENTÁRIOS FINAIS ............................................................................. 35

3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................... ........................................... 36

3.1. FASE DE SELEÇÃO DAS OBRAS LITERÁRIAS ...................................... 36

3.2. PRÉ-PROCESSAMENTO DAS OBRAS .................................................... 39

3.3. ABORDAGEM PPM .................................................................................... 40

3.3.1. Fase de Treinamento ....................................................................... 41

3.3.2. Fase de Classificação ...................................................................... 45

3.3.3. Implementação ................................................................................. 46

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3.4. ABORDAGEM SVM .................................................................................... 53

3.4.1. Fase de Seleção de Atributos Baseado nas Palavras...................... 54

3.4.2. Fase de Seleção de Atributos Baseado nas Palavras-Função ........ 56

3.4.3. Fase de Testes................................................................................. 58

3.4.4. Implementação ................................................................................. 61

3.5. COMENTÁRIOS FINAIS ............................................................................. 64

4. RESULTADOS ........................................ ................................................... 65

4.1. RESULTADOS COM O PPM ...................................................................... 65

4.2. RESULTADOS COM O SVM ..................................................................... 71

4.2.1. SVM para a Extração de Atributos Baseada nas Palavras .............. 72

4.2.2. SVM para a Extração de Atributos Baseada nas Palavras-Função . 75

4.3. COMENTÁRIOS FINAIS ............................................................................. 78

5. DISCUSSÕES E CONCLUSÃO ......................... .......................................... 80

5.1. COMPARATIVOS ENTRE OS EXPERIMENTOS ...................................... 80

5.1.1. Comparativo entre o PPM e Extração de Atributos Baseada Em

Palavras ..................................................................................................... 80

5.1.2. Comparativo entre o PPM e Extração de Atributos de Palavras-

Função ....................................................................................................... 81

5.2. COMENTÁRIOS GERAIS .......................................................................... 82

5.3. TRABALHOS FUTUROS ........................................................................... 84

REFERÊNCIAS ................................................................................................. 86

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1. INTRODUÇÃO

Com o advento da Tecnologia da Informação, ou TI, diversos setores da

economia e da indústria têm buscado automatizar seus serviços oferecidos à

população. Serviços antes disponíveis apenas de forma presencial pelas

organizações, hoje estão disponíveis na Internet, para maior comodidade

[RWS09].

As empresas estão utilizando a informática não apenas para informatizar

seus processos ou expor produtos na Internet, mas também para conhecer

cada vez melhor os seus clientes. Isso é importante quando se quer traçar o

perfil destas pessoas, pois com isso pode-se criar uma promoção para um

público específico ou direcionar o usuário a um produto de seu interesse.

No caso das livrarias, cujos produtos de interesse são os livros, uma

aplicação de TI interessante é guiar o leitor a um determinado livro adequado

ao seu gosto. Atualmente, as livrarias eletrônicas oferecem sugestões de

leituras aos seus clientes, mas apenas baseadas nos gêneros do livro ou no

escritor, de acordo com compras passadas. Assim, a parte mais rica de um

livro, seu conteúdo, está sendo desperdiçada na tentativa de guiar o leitor a

uma leitura mais agradável.

Além disso, poder categorizar uma obra dentre os mais diversos estilos

literários que se conhece e identificar a dificuldade de ler um livro, pela riqueza

vocabular que ele apresenta, são desafios com que a Tecnologia da Informação

deve lidar. Enfrentando esses desafios, programas de computadores poderão

direcionar o usuário com maior precisão a um livro de seu agrado, evitando que

o leitor gaste tempo com algo que não seja de seu interesse.

Nesse contexto, o Processamento de Linguagem Natural (PLN)

apresenta algumas ferramentas que venham dar suporte para auxiliar na

classificação de textos. Sua aplicação pode ser encontrada também em

questões pertinentes do dia-a-dia, como em letras de músicas, geração de

linguagem natural e tradução automática.

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Devido a essa característica de transversalidade nas mais variadas áreas

do conhecimento, PLN é considerada uma área multidisciplinar. Portanto, esta

técnica, ramo da Inteligência Artificial, pode ser aplicada para solucionar

questões não apenas na informática, mas servir de auxílio na resolução de

problemas a profissionais de outras áreas, especialmente o de Letras e o de

Música.

Um contexto importante em que a aplicação dos conceitos de PLN é útil

está relacionado com atribuição automática de autoria de textos. Atribuir autoria

de uma obra pode levar meses, quando feita por um ser humano, e é uma

tarefa de grande importância, principalmente quando se quer identificar plágio

ou dar os devidos créditos ao autor correto. No entanto, além de demorada,

essa atividade não é nada simples, pois identificar o autor correto de uma obra

desconhecida pode envolver diversas características existentes em um texto.

Devido a isso, tem-se pesquisado métodos computacionais que auxiliem o

pesquisador no problema da atribuição de autoria [Cha05].

Um método computacional que tem tido grande destaque nos últimos

anos no problema de atribuição de autoria é o Support Vector Machine (SVM)

[Vap98]. Os resultados obtidos com essa abordagem tem sido satisfatórios, e

este método tem sido aplicado na identificação de autoria de documentos em

diversos idiomas.

Outra abordagem que tem sido pesquisada para tratar a dificuldade de

atribuição de autoria é o Prediction by Partial Matching (PPM) [Mof90]. O PPM é

um compressor de dados e, embora não seja uma abordagem convencional

para o contexto de classificação de autoria, já demonstrou resultados

compatíveis com o da literatura.

Neste trabalho, o conceito de PLN será utilizado na busca de minimizar a

dificuldade de atribuição automática de autoria de obras da literatura brasileira.

Será utilizado o método de compressão de dados Prediction by Partial Matching

(PPM) [Mof90] que obteve resultados compatíveis com o estado da arte

[Cha05]. Além disso, será realizada uma classificação com o Support Vector

Machine (SVM) e será feito um comparativo entre os dois métodos com relação

aos resultados obtidos.

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1.1. O PROBLEMA

A necessidade de identificar o autor correto de um documento – texto ou

imagem – é histórica. Prova disso é o problema conhecido como “Questão da

Autoria de Shakespeare” [WSA09] [Mal05]. Nesta questão, alguns

pesquisadores defendem a idéia de que parte dos poemas e dos textos

atribuídos a William Shakespeare de Stratford-upon-Avon, na verdade, foi

escrito por outros autores. Acredita-se que o escritor com maior probabilidade

de ter escrito parte dessas obras é Edward de Vere (17º Conde de Oxford).

Aqueles que contestam a atribuição de autoria de algumas obras a

Shakespeare alegam, dentre outros fatores, que ele não tinha uma riqueza

vocabular tão apurada quanto se evidencia em suas obras.

Descobrir a autoria de um documento não é uma tarefa simples para o

profissional de Letras. Diversos fatores devem ser considerados, como a

quantidade de verbos, de adjetivos, de pronomes, de hapax legomena1, a

riqueza vocabular, entre outras características, que podem ser encontradas em

um texto para auxiliar o pesquisador a fazer uma atribuição de uma obra

desconhecida.

Colher esses atributos por um ser humano pode demandar um tempo

considerável, dependendo da obra literária, e se tornar uma tarefa cansativa.

Por esta razão, existem ferramentas que buscam extrair uma série de atributos

do texto, deixando a cargo do leitor/pesquisador fazer uma identificação de

autoria subjetiva de acordo com as características selecionadas do documento.

Enquanto isso, outras ferramentas computacionais, além de fazer extração,

também tem embutido um módulo para atribuição de autoria automática,

utilizando a seleção dos atributos realizada.

O problema abordado neste trabalho é lidar com a questão da atribuição

de autoria, direcionado para obras da literatura brasileira. Essa atribuição será

feita pelo computador, com isenção total de análise subjetiva por parte do

usuário que esteja fazendo uso do sistema.

1 É uma palavra que ocorre apenas uma vez em todo o texto.

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Atribuir a autoria de um documento de forma automática, por meio de

uma ferramenta de computador, consiste em associar um texto x desconhecido

a uma das N classes de autores Ci, onde i = 1...N.

Diversas abordagens podem ser utilizadas para se trabalhar com

atribuição de autoria, como redes neurais [Fau94], métodos de aprendizado

estatísticos, como o Support Vector Machine (SVM), e árvores de decisão

[HNADBB07]. No entanto, o método proposto neste trabalho é a utilização de

um algoritmo de compressão de dados, conhecido como Prediction by Partial

Matching (PPM).

Um aspecto positivo ao se utilizar a abordagem PPM está na ausência

da etapa de extração dos atributos. Essa extração é um fator decisivo em

métodos de classificação, podendo um mesmo método de classificação obter

altos ou baixos índices de acerto dependendo do grupo de atributos colhido

[Cor03]. No entanto, deve-se ressaltar que não há um conjunto de atributos

melhor ou pior em contexto geral, mas, sim, mais ou menos adequado para

uma situação.

Essa característica de não extrair atributos dos textos para posterior

classificação é um ponto positivo da abordagem baseada no PPM. Isso devido

ao fato de que, o pesquisador não necessariamente deve ter um profundo

conhecimento na área de aplicação que ele está trabalhando, para poder

selecionar os atributos mais indicados para aquele contexto.

1.2. OBJETIVO GERAL

O objetivo desse estudo é pesquisar, desenvolver e avaliar um método

de atribuição de autoria de obras da literatura brasileira.

1.3. OBJETIVO ESPECÍFICO • Fazer uma revisão da literatura, apresentando os resultados obtidos

por outras técnicas no contexto de atribuição de autoria;

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• Pesquisar e desenvolver testes com o método para solucionar a

atribuição de autoria proposto por este trabalho;

• Comparar com outras técnicas que possam ser aplicadas na solução

de atribuição de autoria, para verificar a qualidade dos resultados

obtidos neste trabalho usando o algoritmo PPM;

• Pesquisar e desenvolver testes envolvendo o SVM e fazer

comparação com os resultados obtidos pelo PPM;

• Expor as limitações ao se usar as técnicas de classificação baseado

nos atributos extraídos dos documentos.

1.4. JUSTIFICATIVA A quantidade de Spams2 que invadem as caixas de e-mail todos os dias

cresce cada vez mais. Esses Spams vêm em forma de propagandas

indesejadas, e-mails que direcionam a sites de Internet mal intencionados,

boatos, e, ainda, pessoas que repassam textos de sua autoria.

Explanando especificamente sobre os boatos e os textos repassados por

e-mail, não se sabe se a notícia é verdadeira ou se é um boato – ou hoax, em

inglês. Além disso, com relação a textos que alguém desconhecido diz ter a

autoria, não é possível saber se foi mesmo esta pessoa quem escreveu.

Esse problema é especialmente difícil de identificar apenas por análise

humana nos dias de hoje. Isso devido ao fato de que, os textos que são

repassados por e-mail circulam em uma velocidade alta pela Internet e essa

quantidade de informação cresce diariamente.

Neste contexto, a justificativa deste trabalho é reduzir o problema de

atribuição automática de autoria. Isso é de grande importância quando se quer

detectar plágio em algum documento escrito ou quando há a necessidade de

comprovar a autoria de um texto quando uma pessoa diz tê-lo escrito. No

entanto, o foco deste trabalho é a atribuição de autoria de obras da literatura

brasileira.

2 Spam são mensagens eletrônicas enviadas em massa para o e-mail

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Outra grande utilidade da classificação de textos e atribuição de autoria

está na identificação de livros cujos conteúdos sejam semelhantes. Na verdade,

não seria realizada uma identificação de autoria, mas seria elencada a

semelhança de escrita e conteúdo do texto de um escritor com livros de outro

autor.

Mesmo que este trabalho seja especificamente direcionado a autores e

textos da literatura nacional, o método neste trabalho utilizado pode ser

aplicado em outros contextos. Algumas possibilidades seriam: identificar o

gênero literário de um documento [BSBPB09], categorizar um texto por idade

ou pelo grau de dificuldade de leitura, entre outros.

1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO No Capítulo 2 serão vistos os conceitos, tecnologias e ferramentas

envolvidas no presente trabalho. São apresentados, de forma breve, os

fundamentos teóricos e referências são feitas para um maior aprofundamento

do leitor.

No Capítulo 3 é apresentado o procedimento metodológico utilizado

neste estudo. Além disso, são expostas as tecnologias utilizadas para

implementação das ferramentas e a aplicação dos conceitos previamente

descritos. É detalhado todo o processo de atribuição de autoria, informando os

autores e suas respectivas obras utilizadas.

No Capítulo 4 podem ser vistos os resultados obtidos com a aplicação do

PPM na atribuição de autoria, bem como os grupos de atributos selecionados –

para classificação pelo SVM, e as matrizes de confusão obtidas na etapa de

testes para as duas abordagens.

No Capítulo 5 é feita uma discussão sobre os resultados obtidos com os

dois métodos de atribuição de autoria utilizados neste trabalho. É exposto um

comparativo entre essas duas técnicas, com relação às classificações corretas

e incorretas por autor. Além disso, é realizado um comentário geral sobre o

trabalho e são propostas outras atividades para projetos futuros.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo serão abordados os principais conceitos, técnicas e

ferramentas que foram utilizadas para o desenvolvimento da pesquisa e

realização dos testes. Será também feita uma contextualização, ao final deste

capítulo, sobre como o embasamento apresentado deu sustentação ao

desenvolvimento deste estudo. Neste capítulo encontra-se uma seção de

trabalhos relacionados, onde se expõe como estão as pesquisas e os

resultados sobre atribuição de autoria.

2.1. PROCESSAMENTO DE LINGUAGEM NATURAL Processamento de Linguagem Natural (PLN) é uma área que está

relacionada tanto com Inteligência Artificial como quanto com Lingüística. O

Processamento de Linguagem Natural é a técnica de analisar um determinado

texto e ter a capacidade de compreender o que está sendo analisado [NLP07].

O conceito de entender o sentido de um texto diz respeito à capacidade

de deduzir o que uma frase ou palavra significa e poder compô-las de forma

coerente aos humanos [NLP07]. E esse entendimento está relacionado à

competência para reconhecimento de textos, para fazer análises sintáticas,

semânticas, e até aprender com os textos analisados [PLN07].

Alguns desafios em que Processamento de Linguagem Natural pode ser

aplicado são:

• Atribuição de autoria;

• Extração de atributos em um texto;

• Recuperação de textos baseado em conteúdo;

• Geração de linguagem natural;

• Segmentação de textos.

O campo de PLN pode envolver procedimentos estatísticos para resolver

os problemas descritos anteriormente. Quando se utiliza desses métodos

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estatísticos ou probabilísticos, denomina-se PLN estatístico. Utilizar

procedimentos estatísticos significa percorrer um documento escrito em busca

de atributos quantitativos existentes no texto, para posterior classificação

[MS99].

O profissional de informática que atua nesse contexto de PLN,

certamente estará envolvido com áreas relacionadas à Lingüística,

caracterizando uma multidisciplinaridade.

2.2. COMPRESSÃO DE DADOS

Analisando a história é possível perceber que sempre se buscou

codificar de forma eficiente as informações trocadas entre impérios que

estavam distantes fisicamente. Em tais condições, se um mensageiro fosse

interceptado com uma mensagem codificada, seria impossível entender aquela

informação que ele levava.

Toda mensagem transmitida contém informação. O que varia, no

entanto, é o grau de informação que existe nela. Para medir o grau de

informação que está contida em uma mensagem, utiliza-se a entropia [Sha48].

A fórmula para o cálculo da entropia de ordem 1 é:

Equação 1: Cálculo da entropia de ordem 1

onde P(xi ) é a probabilidade de ocorrência do símbolo xi. A entropia de

ordem 1 está relacionada com a ocorrência de um símbolo existente na

mensagem, sem considerar um contexto.

Uma fórmula mais geral para a entropia, e que pode ser reduzida à

Equação (1), considera probabilidades condicionais, onde a probabilidade de

aparecimento de um símbolo está condicionada ao contexto dos últimos m

caracteres. A equação para o cálculo desta entropia é:

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Equação 2: Cálculo da entropia condicionada a um contexto

onde aj é o contexto do símbolo xi. Em geral, aj é a seqüencia composta

pelos n símbolos que antecedem xi.

As técnicas de compressão de dados visam reduzir a representação da

informação, com a finalidade de transmiti-la de forma mais eficiente. Espera-se

que o destinatário possa restaurar a mesma informação transmitida

(compressão sem perdas), ou com distorções aceitáveis (compressão com

perdas) [Sal04]. Após a compressão de dados, pode-se obter a razão de

compressão (RC), que é a divisão da quantidade de bits usados na codificação

do texto original pela quantidade de bits usados na codificação do texto

comprimido. Assim, quanto maior for essa razão, maior o grau de compressão.

A busca por um compressor computacionalmente eficiente e que reduza

consideravelmente o tamanho da informação é uma tarefa que vem sendo

praticada desde os primórdios da computação. Isso devido ao fato de que

quanto maior a compressão menor serão os requisitos de armazenamento e

transmissão.

Várias técnicas de compressão de dados foram pesquisadas e

constatou-se que não há um método de compressão que seja o melhor em

qualquer contexto. Dependendo do arquivo a se comprimir, faz-se necessário

decidir sobre qual método de compressão utilizar [Sal04].

No quesito compressão de texto, é possível encontrar vários

compressores eficientes computacionalmente e em termos de razão de

compressão. O compressor utilizado no presente trabalho foi o Prediction by

Partial Matching (PPM).

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2.2.1. Prediction by Partial Matching (PPM)

O algoritmo Prediction by Partial Matching (PPM) é um método

sofisticado de compressão de dados, baseado em modelos estatísticos. É o

estado-da-arte para compressão de dados sem perda de informação. O PPM foi

introduzido em 1984 por Cleary e Witten [Sal04].

A idéia central é usar um modelo adaptativo em um contexto finito. Em

outras palavras, atribui-se uma probabilidade a um símbolo não pela freqüência

de seu aparecimento ao longo de todo o texto, mas pela sua freqüência em um

contexto composto pelos últimos n caracteres [Sal04]. Para cada contexto

existente, há uma tabela de símbolos que é atualizada a cada novo símbolo

codificado.

Quando um caractere é lido da fonte a ser codificada, este é procurado

no contexto de mais alta ordem, ou seja, aquele que agrupa a maior quantidade

de caracteres. Caso ele não seja encontrado neste contexto, codifica-se um

símbolo especial, denominado de escape, e tenta-se codificar o símbolo no

contexto de menor ordem. Este procedimento de redução de contexto é

repetido até que o caractere da fonte seja codificado.

O contexto de tamanho zero (k = 0) referencia o contexto de menor

ordem do texto, que representa a freqüência de todos os caracteres

encontrados no texto. Caso um símbolo não esteja presente nesta tabela (k =

0), o escape é codificado, e uma tabela contendo todos os símbolos que ainda

não surgiram no texto (identificada com o contexto k = -1) é utilizada para

codificação. Nesta tabela, todos os caracteres têm probabilidades iguais de

ocorrência. A tabela final obtida pelo PPM é ilustrada, como exemplo da palavra

“abraabra”, na Tabela 1.

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Tabela 1: Criação do modelo para a palavra abraabra

Ordem k = 2

Predição c p

Ordem k = 1

Predição c p

Ordem k = 0

Predição c p

Ordem k = -1

Predição c p

ab r 2

Esc 1

br a 2

Esc 1

ra a 1

Esc 1

aa b 1

Esc 1

a a 1

b 2

Esc 2

b r 2

Esc 1

r a 2

Esc 1

a 4

b 2

r 2

Esc 3

1

A tabela contém as probabilidades condicionais de aparecimento de um

símbolo. Após a codificação de cada símbolo, a sua probabilidade é atualizada

em um contexto. Por fim, as distribuições de probabilidades serão codificadas

em seqüência de bits por um Codificador Aritmético [Mof90].

Um aspecto importante do PPM para a atribuição de autoria é que as

tabelas criadas se moldam rapidamente às características da fonte que se está

comprimindo. Dessa forma, os modelos PPM gerados ficam mais fiéis aos

estilos literários dos autores mais rapidamente, durante o momento da

codificação do arquivo informado para treinamento.

2.3. RECONHECIMENTO DE PADRÃO Reconhecer um objeto é uma atividade realizada diariamente pelos seres

humanos devido à necessidade de lidar com o ambiente. Ela pode ser

encontrada em diversas circunstâncias, como na identificação de predadores.

1 5

2 11

2 5

4 11

2 11

3 11

2 5

2 3

1 3

2 3 1 3

2 3 1 3

2 3 1 3

1

2 1 2

1 2 1 2

A 1

#A

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Desde os primórdios da computação, o projeto e a implementação de

algoritmos que simulem a capacidade humana de descrever e classificar um

objeto tem sido um desafio. Reconhecimento de padrão é a área do

conhecimento que lida com métodos para descrever e classificar um objeto

[Sa01].

É uma área muito rica no contexto de pesquisa, com ligações e atuações

nas mais variadas linhas, possuindo um alto grau de interdisciplinaridade

[Sa01]. Algumas situações em que sistemas e técnicas de reconhecimento de

padrões podem atuar é na agricultura, engenharia, segurança, medicina, além

daquelas relacionadas à informática, como inteligência artificial e

processamento de imagem.

Para reconhecimento de padrão neste trabalho, será usada a abordagem

SVM. Os padrões a identificar estão relacionados com atributos que se podem

extrair de um texto, mais especificamente aqueles baseados nas palavras e

aqueles baseados na contagem de palavras-função, ou function words.

2.4. ESTILOMETRIA Estilometria é o campo da lingüística que busca realizar uma análise do

texto a partir de atributos mensuráveis [Cor03].

O estudo pioneiro de selecionar atributos estilométricos existentes nos

textos para análise do estilo literário foi Mendenhall, onde foram criados

histogramas com o tamanho médio das palavras de diversos autores [Men87]

[Men01]. Nestes dois trabalhos, foram mostradas diferenças nos histogramas

de acordo com os idiomas e também a diferença por autores que escreveram

na mesma linguagem.

Trabalhando com estilometria, o pesquisador tentará definir um escritor

de acordo com uma série de atributos que podem ser encontrados em um texto

e, a partir de uma análise estatística, deverá identificar o autor do texto.

Diversos atributos, das mais variadas categorias, podem ser selecionados nos

textos. Dependendo da análise textual a ser feita, podem-se buscar as

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características léxicas ou sintáticas de um texto. Algumas características que

podem ser buscadas em um texto são:

• O tamanho médio das palavras;

• A quantidade de hapax legomena e hapax dislegomena3;

• A quantidade de palavras diferentes que estão escritas no texto, também

conhecido por riqueza vocabular;

• A freqüência de ocorrência de palavras-função;

• Tamanho médio, em letras e palavras, das frases de um texto.

Não há um tipo de atributo que seja o mais adequado para os mais

diversos contextos [Cor03]. O domínio do problema é algo que deve ser

considerado, quando se decide pelo uso de um conjunto de atributo.

2.5. SUPPORT VECTOR MACHINE (SVM)

O algoritmo Support Vector Machine (SVM) vem sendo amplamente

utilizado em diversos trabalhos de classificação ou regressão [Bur98].

Regressão é uma técnica estatística que produz um modelo que permite

identificar uma determinada variável categórica a partir de observações das

relações de um conjunto de variáveis contínuas. Para classificação, no entanto,

utiliza-se um conjunto de valores discretos para determinar uma variável

categórica. Alguns contextos utilizados do SVM foram reconhecimento de

escrita [CV95] [SBV95] [SBV96], reconhecimento de fala [BS97], detecção de

faces em imagens [OFG97] e atribuição de autoria [Joa97] [Pav07].

O SVM é baseado em teorias de aprendizagem estatísticas, alinhado à

idéia de Minimização do Risco Estrutural (SRM, do inglês Structural Risk

Minimisation). SRM tenta minimizar a taxa de erro de acordo com o limite das

taxas de erro obtidas pelo conjunto de treinamento, ou seja, o erro empírico, e

por um termo que depende da dimensão Vapnick-Chervonenkis (VC) [Cor03]. O

3 É uma palavra que ocorre exatamente duas vezes em todo o texto.

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classificador, também, busca diminuir o erro no conjunto de treinamento para

alcançar um baixo erro empírico na etapa de testes.

A dimensão VC é uma medida de capacidade de um conjunto de funções

{ f(a) }, e pode ser definida para várias classes de funções [TSVM98]. Para

função de decisão do SVM linear, tem-se a seguinte função apresentada na

Equação (3), onde w é o peso para o parâmetro de entrada x, e b é um fator de

decisão [Wan05].

Equação 3: Função de decisão do SVM linear

Dado um conjunto de dados para treinamento {xi, yi}, onde xi é o conjunto

de entradas e yi as possíveis classes de categorias, sendo {-1, +1}, o

treinamento do SVM será dado da seguinte forma:

O SVM irá separar linearmente os dados do conjunto de treinamento e

haverá diversos hiperplanos que podem prover essa separação, pela distância

Euclidiana, de acordo com as duas classes possíveis de atribuição {-1, +1}. A

partir daí, deverá ser localizado o hiperplano que apresenta a maior distância

Euclidiana no conjunto de treinamento, ou seja, a margem máxima. O

hiperplano que apresenta a maior distância é denominado de hiperplano ótimo

[Cor03], como pode ser visto na Figura 1. Os pontos, circulares e quadrados,

apresentados na Figura 1 são denominados de vetores de suporte.

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Figura 1: Dois hiperplanos traçados com os mesmos vetores de suporte (Fonte: [Wan05])

Na Figura 1, percebe-se apenas a existência de duas classes de

categorias. Neste trabalho, como serão utilizadas mais de duas classes, que

são os escritores, o SVM será utilizado com várias classes.

2.6. DESENVOLVIMENTO Nesta seção será exposto o aplicativo utilizado que auxiliou a aplicação

da abordagem por meio do classificador SVM, que foi o ambiente WEKA

[HFHPRW09]. Será apresentada, também, a linguagem de programação

utilizada para criação das ferramentas que foram necessárias para a

continuidade da pesquisa, como as de extração de atributos e o PPM.

2.6.1. WEKA

A utilização do SVM neste trabalho se deu por meio do ambiente WEKA.

O projeto WEKA, acrônimo para Waikato Environment for Knowledge Analysis,

foi desenvolvido pelo governo da Nova Zelândia, e criado em 1993

[HFHPRW09]. No ano de 2006, o projeto WEKA foi adquirido pela empresa

Pentaho Corporation [WF05].

A meta inicial deste projeto foi criar um aplicativo que reunisse as

principais técnicas de aprendizado de máquina e Inteligência Artificial (IA), para

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ser aplicada em áreas chaves na economia da Nova Zelândia. Além disso, um

requisito importante para seu desenvolvimento é que ela deveria ser de fácil

manipulação, podendo ajustar os algoritmos disponibilizados rapidamente

[HFHPRW09].

A motivação de se reunir diversos algoritmos em uma única ferramenta

computacional reside no fato de que nem todos os algoritmos de aprendizado

de máquina e IA são apropriados para todos os contextos [WF05]. Na verdade,

dependendo da aplicação a ser utilizada, deve-se utilizar mais de um algoritmo

em busca da solução mais adequada.

A ferramenta WEKA pode ser utilizada por meio de sua interface gráfica

ou pela linha de comando. A interface gráfica inicial disponível, que pode ser

vista na Figura 2, divide-se em três categorias:

• Explorer: permite ao usuário acessar todos os algoritmos rapidamente,

usando os menus de seleção, bem como poder visualizar os gráficos

associados aos algoritmos. Por exemplo, quando se utiliza o algoritmo de

árvore de decisão é possível conferir a árvore que foi gerada referente

àquele conjunto de dados informado;

• Knowledge Flow: quando se utiliza a interface Explorer, a ferramenta

trabalha com todo o conjunto de dados informado em memória. Com a

interface Knowledge Flow, é possível aplicar os algoritmos de

classificação apenas em parte dos dados informado e, depois, agregar

os resultados;

• Experimenter: auxilia o usuário a escolher a abordagem adequada de

classificação ou regressão a serem trabalhados com o conjunto de dados

informado.

Além dessas três interfaces, como se pode ver na Figura 2, há a opção

de SimpleCLI (Command-line interface). Nesta opção, o usuário passará a

trabalhar com o WEKA pela linha de comando.

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Figura 2: Interface de usuário inicial do WEKA

A interface gráfica utilizada neste projeto foi a Explorer, que pode ser

vista na Figura 3, pois os dados utilizados não foram extensos e o algoritmo a

ser aplicado, o SVM, foi baseado em outros dois trabalhos [Cor03] e [Pav07].

As áreas mais utilizadas neste trabalho foram PreProcess, que identifica o

arquivo com o conjunto de dados e os atributos utilizados, e Classify, que

disponibiliza a opção de selecionar o algoritmo de classificação a ser utilizado.

Na aba referente a PreProcess, pode-se escolher trabalhar com todos ou

com alguns dos atributos selecionados do texto. É possível, ainda, selecionar

alguns filtros para a classificação.

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Figura 3: Interface gráfica de usuário do menu Explorer

O algoritmo SVM disponibilizado pelo ambiente WEKA é o Sequencial

Minimal Optimization, ou SMO [Pla99]. No entanto, o SVM utilizado neste

trabalho foi o presente na biblioteca LibSVM, que é uma implementação

baseada no SMO, mas com maior eficiência computacional [CL01].

O LibSVM, uma biblioteca integrada de algoritmos do SVM, não é

instalado juntamente com o ambiente WEKA. Ela deve ser adicionada à

ferramenta separadamente, e está disponível para download em [CL01]. Nessa

biblioteca de algoritmos do SVM, estão disponíveis as variantes do SVM para

classificação vetorial (C-SVC, nu-SVC) [SSWB00], regressão (epsilon-SVR, nu-

SVR) [SPSSW01] e estimativa de distribuição (one-class SVM), suportando a

classificação multi-class.

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2.6.2. Java

Java é uma linguagem de programação orientada a objetos, criada em

meados dos anos 90, oriunda do projeto Green, liderado por Patrick Naughton e

James Gosling, com a proposta de melhorar todas as limitações encontradas

nas linguagens anteriores, sendo uma delas a portabilidade [HC03].

Na utilização dessa linguagem, geralmente, é dada mais ênfase nos

dados e nas operações que um componente suporta. Essa técnica de

programação, orientação a objetos, também pode ser encontrada em

linguagens como C++, Ada e Smalltalk [WF04].

Além dessas características, o uso dessa linguagem maximiza o conceito

de portabilidade, que tem como slogan “Escreva uma vez, rode em qualquer

lugar”. Isto quer dizer que, um sistema desenvolvido nessa linguagem não é

dependente de uma plataforma específica, como mostra a Figura 4, podendo

ser escrita, e compilada, em uma e utilizada, ou interpretada, em várias.

Figura 4: Mecanismo de portabilidade da linguagem Java

Além disso, com o conjunto de desenvolvimento dessa linguagem vêm

diversas bibliotecas que são utilizadas constantemente para desenvolvimento

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de sistemas, com a finalidade de evitar o desperdício de esforço construindo

componentes já criados e consolidados.

2.7. TRABALHOS RELACIONADOS Diversos métodos já foram utilizados visando minimizar o problema da

atribuição de autoria. Em contextos de aplicação geral, não apenas na

atribuição de obras literárias, como análise de cartas criminosas e identificação

de e-mails classificados como Spam [Cor03], a taxa de classificação correta de

documentos está em entre 72% a 89% [Cha05].

No estudo realizado em [Cha05], é tratado da atribuição de autoria de

textos baseado em 10 tópicos criados pelo autor. Foram escolhidas 10 pessoas

adultas, cinco homens e cinco mulheres, entre 18 e 48 anos de idade. Todos os

autores completaram o ensino médio e estavam com pelo menos três anos de

curso de alguma graduação superior. Os autores escolhidos tiveram que

escrever quatro documentos baseado nesses 10 tópicos. Cada documento era

composto por 100 sentenças ou 2000 palavras, independente se em um mesmo

texto tratava de mais de um tema. Neste trabalho foram colhidos atributos

estilométricos, baseado em análise sintática, para posterior aplicação da análise

de função discriminante (DFA) existente no aplicativo SPSS (Statistical Package

for the Social Sciences) [PASW09]. A taxa de acerto obtida foi de 95%.

Dentre as técnicas já utilizadas para otimizar os resultados de

classificação de autoria, têm-se redes neurais e métodos de aprendizado

estatísticos, como o SVM. Ainda de acordo com o levantamento realizado em

[Cha05], os resultados obtidos utilizando redes neurais por [Hay99] e [DA03]

foram de 84% de classificação correta. Já com a utilização do SVM a média

ficou em torno de 73% em [DVAC01]. Todos esses estudos usaram um número

reduzido de autores, entre 4 e 18 escritores na base de dados, e mais de 30

textos por autor.

Outro trabalho que obteve resultados comparáveis com o da literatura foi

em [HNADBB07], onde se aborda a questão de atribuição de autoria de obras

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da literatura brasileira. Neste trabalho, foram selecionados os mesmos atributos

estilométricos que estão disponíveis na Seção 3.3.1, ou seja, baseado nas

palavras. Após isso, foram usados os classificados SVM e árvore de decisão,

ambos por meio do ambiente WEKA. Para utilização do SVM, foi utilizado o

algoritmo nativo do ambiente, que é o SMO. Já para a utilização árvore de

decisão, foi utilizada a implementação da árvore C4.5. Foram selecionados 10

autores para compor o banco de autores, neste estudo, onde para cada escritor

colheu-se quatro obras. Para classificação com a C4.5 foi obtida uma taxa de

75%, e com o SVM alcançou-se o resultado de 85% de obras classificadas

corretamente.

O método PPM também já foi inserida no contexto de atribuição de

autoria de artigos para jornais e revistas [POJND09]. Em [POJND09], vinte

diferentes perfis de jornalistas e colunistas foram selecionados escrevendo para

os mais variados gêneros, sobre economia, política, literatura e esporte. Cada

escritor teve 15 textos selecionados. As abordagens de classificação com o

SVM e o PPM foram utilizadas e comparadas entre si para verificação da

atribuição. Para utilização do SVM foram selecionadas 72 conjunções. Após

essa seleção, era informado ao classificador SVM, onde foi utilizado a biblioteca

LibSVM, para atribuição de autoria. Com relação aos resultados obtidos, o SVM

obteve uma taxa de acerto de 83.3%, enquanto que com a utilização do PPM a

taxa de classificação correta foi de 84.3%.

Em outro trabalho realizado [CMRB05], agora com obras literárias,

utilizando o PPM como o método de atribuição, a maior taxa de acerto obtida foi

de 87,5%. Neste estudo, a base de dados foi composta por 12 autores, e foram

selecionados quatro textos por autor. Neste trabalho, os textos sofreram pré-

processamento com redução ou supressão de caracteres, como números. Além

disso, os caracteres de pontuação foram limitados. Os textos utilizados não

foram normalizados, ou seja, foram usados na sua forma integral.

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2.8. COMENTÁRIOS FINAIS Neste capítulo, foram vistas as principais técnicas que fundamentaram e

foram importantes para este estudo. Como principais seções têm-se as

referentes ao PPM e ao SVM. O PPM, um método de compressão de dados,

pelo fato de ser o ponto-chave deste trabalho, enquanto o SVM é o que se está

em constante utilização, e apresentando bons resultados, nos trabalhos que

envolvem classificação. Para discorrer sobre o SVM, faz-se necessário ressaltar

a importância de se haver um processamento prévio, para colher

características, ou atributos estilométricos, em um texto. Para se selecionar tais

atributos, deve-se informar ao sistema os padrões de atributos que deverão ser

extraídos.

Já com relação aos trabalhos relacionados expostos, percebe-se que

grande parte das técnicas de classificação (árvore de decisão, SVM e análise

de função discriminante) requer um breve processamento do texto, para

extração de características. O PPM não faz uso dessa etapa de seleção de

atributos. No entanto, os resultados obtidos pelo PPM e pelas outras técnicas

estão compatíveis, tendo o compressor de dados obtido índices maiores nas

taxas de acerto quando comparado com o SVM.

No próximo capítulo, serão vistos os materiais e métodos que foram

utilizados neste trabalho. A criação do banco de autores, a escolha das obras

literárias, os métodos utilizados para atribuição de autoria, o procedimento

utilizado na etapa de treinamento e testes serão explanados na próxima seção.

Além disso, serão detalhados alguns aspectos sobre a implementação das

ferramentas que foram necessárias para a realização deste estudo.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

Dois métodos de atribuição de autoria foram utilizados neste estudo. Um

relacionado com a utilização do método de compressão de dados PPM e outro

com o SVM. Para o SVM, dois tipos de atributos foram selecionados neste

trabalho.

Dessa forma, este capítulo foi dividido em duas seções, que se referem

aos dois métodos utilizados. Além disso, a seção referente ao SVM se

subdivide em duas vertentes, devido às duas formas de extração de atributos.

Ainda que o método PPM seja o proposto por este trabalho para

minimização do problema de atribuição de autoria, o SVM também foi utilizado

para realizar um comparativo entre os resultados. Algumas etapas com essas

duas abordagens foram utilizadas da mesma forma. As fases referentes à

seleção de obras e ao pré-processamento foram as mesmas nas duas

abordagens. Já às etapas que foram únicas para cada método, serão

devidamente descritas. As fases que tiveram interseção em ambos os métodos

foram:

• Fase de seleção das obras literárias : neste momento, foram

escolhidos os autores e seus respectivos textos para compor o

banco de autores para avaliação experimental.

• Fase de pré-processamento : os textos já selecionados da fase

anterior passam por uma fase de pré-processamento, com a

finalidade de homogeneizar os documentos.

3.1. FASE DE SELEÇÃO DAS OBRAS LITERÁRIAS Os critérios de seleção dos escritores e de suas respectivas obras

literárias foram a importância das obras literárias, a representatividade e

influência do escritor na literatura brasileira e, também, a facilidade de

encontrar, em meio eletrônico, os livros dos escritores. Ao total, foram

escolhidos quatro textos para cada autor disponibilizado na base de dados.

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Muitos autores consagrados da literatura possuíam menos de quatro obras

disponíveis de tamanho adequado em meio eletrônico, e, por esta razão, estão

ausentes na base de dados.

Outro critério estabelecido foi utilizar apenas contos, crônicas e

romances, excluindo a participação de poesias, peças de teatro e biografias. Os

documentos foram selecionados também de acordo com a quantidade de

caracteres que possui, e apenas livros contendo uma quantidade mínima foram

selecionados. O limite inferior de caracteres que um texto poderia ter era de

aproximadamente 64.000. A exceção a essa regra foi à obra Brás, Bexiga e

Barra Funda de Alcântara Machado, uma das obras mais importantes deste

autor, possuindo cerca de 58.000 caracteres.

Um fato que vale salientar é que não se levou em conta o período

literário dos escritores. Assim, o banco de autores possui tanto escritores do

início do século 20 como aqueles que escrevam livros na década de 1990 e no

começo dos anos 2000.

Alguns autores, como Machado de Assis e José de Alencar, devido as

suas participações em mais de uma escola literária, tiveram suas obras

divididas em subclasses. Desse modo, as obras de Machado de Assis foram

separadas nos períodos Romancista (Ro) e Realista (Re). Já as obras escritas

por José de Alencar foram categorizadas nos períodos Urbanista (U) e Histórico

(H).

As obras utilizadas neste trabalho foram selecionadas na Biblioteca

Virtual do Estudante de Língua Portuguesa (Bibvirt) [Bib07], no Portal de

Democratização da Leitura [PDL09] e na Virtual Book Store [VBS09]. Na Tabela

2 podem ser vistos os autores e suas respectivas obras.

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Tabela 2: Banco de Autores

Autores Textos utilizados

Adolfo Caminha Tentação; No Pais dos Ianques; Bom crioulo; A Normalista

Alcântara Machado Mana Maria; Laranja da China; Contos Avulsos; Brás Bexiga e Barra Funda

Aluisio Azevedo O Mulato; O Cortiço; Casa de Pensão; A Mortalha de Alzira

Bernardo Guimarães O Seminarista; O Garimpeiro; O Ermitão do Muquem; Escrava Isaura

Camilo Castelo Branco Os Brilhantes do Brasileiros; Coraca Cabeça e Estomago; Coisas Que Só Eu Sei;

Amor de Perdição

Clarice Lispector O Lustre; Cidade Sitiada; A Paixão segundo GH; Água Viva

Erico Veríssimo O Senhor Embaixador; Olhai os Lírios do Campo; Incidente em Antares; Clarissa

Euclides Cunha Peru versus Bolívia; Os Sertões; Contrastes e Confrontos; A Margem da Historia

Fernando Sabino O Encontro Marcado; O Bom Ladrão; Martini Seco; Deixa o Alfredo Falar

Graciliano Ramos Vidas Secas; São Bernardo; Memórias do Cárcere II; Memórias do Cárcere I

João Ubaldo Sargento Getulio; O Sorriso do Lagarto; O Feitiço da Ilha do Pavão; Arte e Ciência de

Roubar Galinha

Joaquim M.l Macedo O Moco Loiro; Memórias da Rua do Ouvidor; A Moreninha; A Luneta Mágica

Jorge Amado Terras do Sem Fim; Seara Vermelha; Mar Morto; Capitães de Areia

José de Alencar (H) Ubirajara; O Guarani; Iracema; Guerra dos Mascates

José de Alencar (U) Senhora; Lucíola; Encarnação; Diva

Julia Almeida Livro das Donas e Donzelas; A Viúva Simões; A Intrusa; A Falência

Lima Barreto Triste Fim de Policarpo Quaresma; Recordações do Escrivão Isaias; Os

Bruzundangas; Historias e Sonhos

Luis Fernando

Veríssimo

Ed Mort e Outras Historias; Banquete com os Deus; As Mentiras que os Homens

Contam; Aquele Estranho Dia Que Nunca Chega

Lya Luft Reunião de Família; Perdas e Ganho; Pensar e Transgredir; Mar de Dentro

Lygia F. Telles Seminário dos Ratos; Estrutura da Bolha de Sabão; As Meninas; As Horas Nuas

Machado de Assis (Re) Quincas Borba; Memorial de Aires; Historias Sem Data; Dom Casmurro

Machado de Assis (Ro) Iaiá Garcia; Historias da Meia Noite; Helena; A Mao e a Luva

Mario Prata Os Anjos de Badaró; Diário de um Magro Volta ao SPA; Diário de um Magro; Crônicas

Moacyr Scliar Saturno nos Tópicos; Os Deuses de Raquel; A Face Oculta; A Estranha Nação de

Rafael Mendes

Monteiro Lobato Os Doze Trabalhos de Hercules; Historias de Tia Nastácia; Dom Quixote das Crianças;

Aritmética da Emilia

Raul Pompéia Uma Tragédia no Amazonas; Só Contos; O Ateneu; As Jóias da Coroa

Rubem Fonseca O Cobrador; O Buraco Na Parede; Bufo e Spallanzani; Agosto

Visconde Taunay No Declínio; Inocência; A Retirada da Laguna; Ao Entardecer

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39

3.2. PRÉ-PROCESSAMENTO DAS OBRAS

Os textos selecionados nem sempre estavam no formato suportado pela

ferramenta, que é o texto (txt). Diversas obras foram encontradas no formato

Portable Document Format (PDF), no formato DOC (MS Word), no Rich Text

File (RTF) e também em páginas HyperText Markup Language (HTML), e

precisavam se adequar ao formato que o sistema é capaz de ler.

Devido a isso, os arquivos foram convertidos para o formato requerido, e

algumas incompatibilidades e distorções no texto foram registradas nessa

transferência. Algumas surgiram com relação às quebras de linha e ao

caractere utilizado para representar o hífen, ora sendo o “-” (traço menor) ora o

“–” (traço maior).

Além das distorções registradas acima, e a título de uniformização, foram

feitos processamentos tanto manuais como computacionais nas obras originais.

Os processamentos realizados pelo computador foram a eliminação de quebras

de linha, do espaço entre o hífen e um caractere e eliminação de números

contidos no texto. Já as alterações realizadas no texto de forma manual foram a

exclusão dos títulos e citações que aparecem na introdução de um novo

capítulo, como, por exemplo, “Capítulo 1”.

Na Figura 5 pode ser visto a estrutura do componente computacional que

foi responsável pelo pré-processamento automático do texto. A adição de novas

restrições ao texto pode ser facilmente efetuada, sendo necessário apenas que

o novo processamento esteja encapsulada em uma classe que herde da

interface PreProcessamento.

Além dos pré-processamentos automáticos e manuais, alguns textos

tiveram que ser revisados e erros ortográficos, oriundos do momento em que o

texto foi transcrito para o computador, foram corrigidos, sem comprometer a

escrita original do autor.

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40

Figura 5: Módulos de Pré-Processamento e Classificação

3.3. ABORDAGEM PPM

O método utilizado para realizar atribuição de autoria é o algoritmo de

compressão de dados PPM-C [Sal04]. Algumas modificações foram realizadas

neste algoritmo, para se adaptar tanto ao processo de treinamento como a

etapa de classificação dos textos.

As fases necessárias para se realizar uma atribuição de autoria,

desenvolvidas neste trabalho, foram as seguintes:

• Fase de treinamento : neste momento, será informado à

ferramenta o arquivo de treinamento para geração dos modelos

referentes a cada autor presente na base de dados. Sendo assim,

é nesta fase que o sistema será treinado para identificar as

características dos escritores que serão suportados.

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41

• Fase de atribuição de autoria : os textos que não foram utilizados

para compor o arquivo de treinamento, agora, serão utilizados

para realização dos testes – a atribuição de autoria.

• Implementação : são apresentadas as estruturas de dados

utilizadas para criação do sistema e os algoritmos foram

codificados em Java.

3.3.1. Fase de Treinamento A fase de treinamento é responsável por caracterizar e moldar as

singularidades de cada autor no sistema. É nesse momento que a ferramenta

cria um modelo PPM referente a cada escritor existente no banco de autores, e

que será utilizado na fase de classificação, em que um texto deverá ser

analisado por cada modelo.

Como já informado anteriormente, foram selecionadas quatro obras

literárias de cada autor. Para cada um deles, obteve-se um modelo PPM por

meio da criação de um arquivo de treinamento composto por três textos. O

quarto texto, aquele que não foi incluído para formar o arquivo de treinamento,

foi usado na fase posterior, de classificação. Além disso, as obras utilizadas

para treinamento passaram por normalizações de tamanho, de modo que a

quantidade de caracteres ficou a mesma para todos os três documentos. Neste

trabalho, houve variação do tamanho de arquivo de treinamento em um dado

momento de tempo, e cada variação ficou conhecida como fase.

Ao total, a etapa de treinamento, e posteriormente classificação, foi

composta por sete fases. O tamanho do arquivo de treinamento variou em 3, 6,

12, 24, 48, 96 e 192 Kbytes. Percebe-se que o tamanho final do arquivo de

treinamento pode ser dividido por 3, devido ao fato de três textos terem sidos

usados para sua composição de forma equitativa. Com isso, para encontrar a

quantidade de caracteres de cada obra usada na criação do arquivo de

treinamento, divide-se o tamanho total por três.

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42

Em cada fase foi feito o procedimento de validação cruzada. Entende-se

por validação cruzada as possíveis combinações dos arquivos de treinamento e

de teste utilizados em cada rodada. Por exemplo, utilizando-se na primeira

rodada os textos texto1, texto2 e texto3 para criação do arquivo de treinamento

e o texto4 usado para teste, a combinação realizada na segunda rodada seria

diferente da primeira, podendo ser a utilização de texto1, texto2 e texto4 para

montar o arquivo de treinamento e o texto3 a ser utilizado no teste. Quatro

rodadas de treinamento e testes foram realizadas por fase, e cada texto foi

usado três vezes para criar o arquivo de treinamento, em rodadas diferentes, e

uma vez para teste.

Em cada rodada, o algoritmo obtém um modelo PPM referente a cada

autor, e o salva em disco. Este modelo obtido, a partir de agora, será estático, e

não poderá sofrer alterações na fase de classificação. Como a base de dados

contém 28 autores, em cada fase foram criados 28 modelos.

Além dessa variação do tamanho do arquivo de treinamento, houve

ainda variação no tamanho do contexto PPM e também no arquivo utilizado

para classificação. O contexto que iniciou em 0, em que o símbolo é codificado

utilizando apenas sua probabilidade de ocorrência no texto, até 10, quando um

símbolo é codificado de acordo com a probabilidade condicionada aos últimos

10 caracteres que o antecederam. O motivo de utilizar até o contexto 10 foi que

houve diminuição na taxa de acerto a partir do contexto nove, tendo o melhor

resultado obtido com os contextos sete e oito.

Quanto à variação do tamanho do documento utilizado para teste, o

mesmo arquivo de treinamento foi utilizado várias vezes para classificação. O

documento utilizado para a etapa de atribuição de autoria também passou por

sete fases, ou seja, houve sete mudanças em seu tamanho enquanto o corpus

de treinamento permanecia estável.

A mudança que ocorre no PPM-C, neste momento, é justamente a

criação do modelo estático. Isso devido ao fato de que, o modelo obtido para

cada escritor não poderá ser modificado nem atualizado no momento em que

os textos começarem a ser comprimidos na fase de testes.

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43

A Tabela 3 mostra quais textos foram utilizados para criação do arquivo

de treinamento.

Tabela 3: Textos utilizados para montar o arquivo de treinamento

Autores Rodada 1 Rodada 2 Rodada 3 Rodada 4

Adolfo

Caminha

Bom-Crioulo; No País

dos Ianques; A

Normalista

Bom-Crioulo; No País

do Ianques; Tentação

No País do Ianques;

Tentação; A

Normalista

Bom-Crioulo;

Tentação; A

Normalista

Alcântara

Machado

Laranja da China,

Contos Avulsos, Brás

Bexiga e Barra Funda

Mana Maria, Contos

Avulsos, Brás Bexiga e

Barra Funda

Mana Maria, Laranja da

China, Brás Bexiga e

Barra Funda

Mana Maria, Laranja

da China, Contos

Avulsos

Aluisio

Azevedo

A Mortalha Alzira; O

Cortiço; O Mulato

A Mortalha Alzira;

Casa de Pensão; O

Cortiço

Casa de Pensão; O

Cortiço; O Mulato

A Mortalha Alzira; O

Cortiço; O Mulato

Bernardo

Guimarães

Escrava Isaura; O

Ermitão de Muquém;

O Garimpeiro

Escrava Isaura; O

Garimpeiro; O

Seminarista

Escrava Isaura; O

Ermitão de Muquém;

O Seminarista

O Ermitão de

Muquém; O

Garimpeiro; O

Seminarista

Camilo

Castelo

Branco

Coraca Cabeça e

Estomago, Coisas Que

Só Eu Sei, Amor de

Perdição

Os Brilhantes do

Brasileiros, Coisas

Que Só Eu Sei, Amor

de Perdição

Os Brilhantes do

Brasileiros, Coraca

Cabeça e Estomago,

Amor de Perdição

Os Brilhantes do

Brasileiros, Coraca

Cabeça e Estomago,

Coisas Que Só Eu Sei

Clarice

Lispector

A Paixão Segundo

GH; Àgua Viva;

Cidade Sitiada

A Paixão Segundo

GH; Cidade Sitiada;

O Lustre

Àgua Viva; Cidade

Sitiada; O Lustre

A Paixão Segundo

GH; Àgua Viva; O

Lustre

Erico

Veríssimo

Olhai os Lírios do

Campo, Incidente em

Antares, Clarissa

O Senhor Embaixador,

Incidente em Antares,

Clarissa

O Senhor Embaixador,

Olhai os Lírios do

Campo, Clarissa

O Senhor

Embaixador, Olhai os

Lírios do Campo,

Incidente em Antares

Euclides

Cunha

Á Margem da

História; Contrastes e

Confrontes; Peru

Versus Bolívia

Contrastes e

Confrontes; Peru

Versus Bolívia; Os

Sertões

Á Margem da História;

Peru Versus Bolívia;

Os Sertões

Á Margem da

História; Contrastes

e Confrontes; Os

Sertões

Fernando

Sabino

O Bom Ladrão, Martini

Seco, Deixa o Alfredo

Falar

O Encontro Marcado,

Martini Seco, Deixa o

Alfredo Falar

O Encontro Marcado, O

Bom Ladrão, Deixa o

Alfredo Falar

O Encontro Marcado,

O Bom Ladrão, Martini

Seco

Graciliano

Ramos

São Bernardo,

Memórias do Cárcere

II, Memórias do

Cárcere I

Vidas Secas,

Memórias do Cárcere

II, Memórias do

Cárcere I

Vidas Secas, São

Bernardo, Memórias do

Cárcere I

Vidas Secas, São

Bernardo, Memórias

do Cárcere II

João

Ubaldo

Arte e Ciência de

Roubar Galinha; O

Feitiço da Ilha do

Pavão; O Sorriso do

Lagarto

Arte e Ciência de

Roubar Galinha; O

Feitiço da Ilha do

Pavão; Sargento

Getúlio

O Feitiço da Ilha do

Pavão; O Sorriso do

Lagarto; Sargento

Getúlio

Arte e Ciência de

Roubar Galinha; O

Sorriso do Lagarto;

Sargento Getúlio

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Joaquim

Manuel

Macedo

A Luneta Mágica; A

Moreninha; Memórias

da Rua do Ouvidor

A Moreninha;

Memórias da Rua do

Ouvidor; O Moço

Loiro

A Luneta Mágica; A

Moreninha; O Moço

Loiro

A Luneta Mágica;

Memórias da Rua do

Ouvidor; O Moço

Loiro

Jorge

Amado

Mar Morto; Seara

Vermelha; Terras do

Sem Fim

Capitães de Areia;

Seara Vermelha;

Terras do Sem Fim

Capitães de Areia; Mar

Morto; Terras do Sem

Fim

Capitães de Areia;

Mar Morto; Seara

Vermelha

José de

Alencar (H)

Ubirajara; Iracema; O

Guarani

A Guerra dos

Mascates; Iracema;

O Guarani

A Guerra dos

Mascates; Ubirajara; O

Guarani

A Guerra dos

Mascates; Ubirajara;

Iracema

José de

Alencar (U)

Diva; Encarnação;

Lucíola

Senhora;

Encarnação; Lucíola

Senhora; Diva; Lucíola Diva; Encarnação;

Senhora

Julia

Almeida

A Viúva Simões, A

Intrusa, A Falência

Livro das Donas e

Donzelas, A Intrusa, A

Falência

Livro das Donas e

Donzelas, A Viúva

Simões, A Falência

Livro das Donas e

Donzelas, A Viúva

Simões, A Intrusa

Lima

Barreto

Os Bruzundangas;

Recordações do

Escrivão Isaías

Caminha; Triste Fim

de Policarpo

Quaresma

Histórias e Sonhos;

Os Bruzundangas;

Triste Fim de

Policarpo Quaresma

Histórias e Sonhos; Os

Bruzundangas;

Recordações do

Escrivão Isaías

Caminha

Histórias e Sonhos;

Recordações do

Escrivão Isaías

Caminha; Triste Fim

de Policarpo

Quaresma

Luis

Fernando

Veríssimo

Aquele Dia Estranho

que Nunca Chega;

Banquete com os

Deuses; Ed Mort e

Outras Histórias

As Mentiras que os

Homens Contam;

Banquete com os

Deuses; Ed Mort e

Outras Histórias

Aquele Dia Estranho

que Nunca Chega; As

Mentiras que os

Homens Contam; Ed

Mort e Outras

Histórias

Aquele Dia Estranho

que Nunca Chega;

As Mentiras que os

Homens Contam;

Banquete com os

Deuses

Lya Luft Perdas e Ganho,

Pensar e Transgredir,

Mar de Dentro

Reunião de Família,

Pensar e Transgredir,

Mar de Dentro

Reunião de Família,

Perdas e Ganho, Mar

de Dentro

Reunião de Família,

Perdas e Ganho,

Pensar e Transgredir

Lygia

Fagundes

Telles

Estrutura da Bolha de

Sabão, As Meninas,

As Horas Nuas

Seminário dos Ratos,

As Meninas, As

Horas Nuas

Seminário dos Ratos,

Estrutura da Bolha de

Sabão, As Horas Nuas

Seminário dos

Ratos, Estrutura da

Bolha de Sabão, As

Meninas

Machado

de Assis

(Realismo)

Dom Casmurro;

Histórias sem

Sonhos; Quincas

Borba

Dom Casmurro;

Histórias sem

Sonhos; Memorial de

Aires

Histórias sem Sonhos;

Memorial de Aires;

Quincas Borba

Dom Casmurro;

Memorial de Aires;

Quincas Borba

Machado

de Assis

(Romance)

A Mão e a Luva;

Helena; Histórias da

Meia-Noite

Helena; Histórias da

Meia-Noite; Iaiá

Garcia

A Mão e a Luva;

Histórias da Meia-

Noite; Iaiá Garcia

A Mão e a Luva;

Helena; Iaiá Garcia

Mario

Prata

Diário de um Magro

Volta ao SPA, Diário

de um Magro,

Crônicas

Os Anjos de Badaró,

Diário de um Magro,

Crônicas

Os Anjos de Badaró,

Diário de um Magro

Volta ao SPA,

Crônicas

Os Anjos de Badaró,

Diário de um Magro

Volta ao SPA, Diário

de um Magro

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Moacyr

Scliar

Os Deuses de

Raquel, A Face

Oculta, A Estranha

Nação de Rafael

Mendes

Saturno nos Tópicos,

A Face Oculta, A

Estranha Nação de

Rafael Mendes

Saturno nos Tópicos,

Os Deuses de Raquel,

A Estranha Nação de

Rafael Mendes

Saturno nos Tópicos,

Os Deuses de

Raquel, A Face

Oculta

Monteiro

Lobato

Historias de Tia

Nastácia, Dom

Quixote das Crianças,

Aritmética da Emilia

Os Doze Trabalhos

de Hercules, Dom

Quixote das

Crianças, Aritmética

da Emilia

Os Doze Trabalhos de

Hercules, Historias de

Tia Nastácia,

Aritmética da Emilia

Os Doze Trabalhos

de Hercules,

Historias de Tia

Nastácia, Dom

Quixote das

Crianças

Raul

Pompéia

As Jóias da Coroa; O

Ateneu; Uma

Tragédia no

Amazonas

O Ateneu; Contos;

Uma Tragédia no

Amazonas

As Jóias da Coroa;

Contos; Uma Tragédia

no Amazonas

As Jóias da Coroa;

O Ateneu; Contos

Rubem

Fonseca

O Buraco Na Parede;

Bufo e Spallanzani;

Agosto

O Cobrador; Bufo e

Spallanzani; Agosto

O Cobrador; O Buraco

Na Parede; Agosto

O Cobrador; O Buraco

Na Parede; Bufo e

Spallanzani

Visconde

Taunay

A Retirada da

Laguna; Ao

Entardecer; Inocência

A Retirada da

Laguna; No Declínio;

Inocência

A Retirada da Laguna;

Ao Entardecer; No

Declínio

Ao Entardecer; No

Declínio; Inocência

3.3.2. Fase de Classificação Como já abordado na seção anterior, em cada contexto houve sete

variações no tamanho do arquivo de treinamento (com números variando entre

1 e 192 Kbytes, inclusive) bem como sete mudanças também no arquivo a ser

usado no teste. As variações de tamanho que o texto passou foram: 1, 2, 4, 8,

16, 32 e 64 Kbytes. Dessa forma, em nenhum momento os textos foram

utilizados integralmente para a etapa de testes.

Quando havia a formação do arquivo de treinamento referente a cada

autor, a ferramenta identificava qual não foi incluído naquele momento, e aquele

seria usado para ser classificado. Os textos a serem classificados, a exemplo

daqueles escolhidos para treinamento, também passaram pelo processo de

pré-processamento.

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46

O motivo de não se usar o mesmo texto tanto na etapa de classificação

como na de teste é que o modelo referente ao autor facilmente identificaria o

texto, que já foi usado anteriormente para criação daquele modelo.

Em cada rodada, o texto não usado para compor o arquivo de

treinamento passa pelo processo de compressão com todos os modelos

disponíveis na base, construídos na fase de treinamento. Neste trabalho, como

são dispostos 28 classes de autores, tem-se 28 modelos. Após a compressão

do texto por um modelo, divide-se o tamanho do texto original pelo seu tamanho

comprimido, obtendo assim a razão de compressão (RC). O sistema armazena

cada RC obtida em memória, e, para aquele modelo que obteve a maior RC

após a compactação do texto, terá o texto atribuído ao escritor do respectivo

modelo.

3.3.3. Implementação

A implementação do sistema para treinamento dos autores e de

classificação de autoria foi feita por meio da linguagem Java, versão 1.6. Um

problema encontrado foi com relação à manutenção dos contextos PPM em

memória, principalmente quando estes ultrapassavam o tamanho cinco e

podiam exceder o uso de memória. Outro problema foi o da eficiência

computacional, pois encontrar contextos e símbolos nas tabelas de

probabilidade condicionais pode ser custoso, especialmente para contextos

grandes.

Com isso, o início do desenvolvimento da ferramenta se deu com a

criação do algoritmo PPM, para realizar compressão de dados e para verificar a

viabilidade das diversas estruturas possíveis para implementação.

Para este trabalho foram implementadas duas estruturas de dados. A

primeira utilizou a estrutura de tabelas hash [CLRS01]. A segunda

implementação utilizou um de tipo árvore especial, conhecida como árvore trie

[Sal04].

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Na implementação por meio de tabela hash, foi criada uma tabela para

cada contexto e a chave da tabela era o contexto k, para k de i = 0 ... N, onde N

é número máximo de contextos, enquanto o valor era uma lista de símbolos que

já tinha aparecido no contexto. O objeto símbolo foi composto pelo caractere

associado e por um contador da presença do símbolo em um dado contexto.

Quando o contexto é k = 0, o contador do símbolo é igual a quantidade da

ocorrência do caractere no texto completo. Para o contexto k = -1, que ocorre

no momento em que o símbolo a ser codificado ainda não apareceu no texto, foi

utilizada a estrutura de dados Set, cujo conceito é o de um conjunto, em que

elementos não se repetem.

No entanto, esta implementação, embora fácil de codificar e de se

aproximar mais da lógica do modelo PPM, é ineficiente, e para um contexto

pequeno ela rapidamente excede o uso máximo de memória, causando erro.

Em testes realizados para compressão de um documento com 16 MBytes,

utilizando o contexto de tamanho seis, houve estouro de memória, o que torna

inviável sua utilização, pois testes com um contexto maior devem ser realizados

em busca de uma compressão eficiente. Além disso, o custo computacional

com esse método é muito alto, demorando cerca 180 segundos para obter uma

taxa de classificação quando o contexto cinco é utilizado. Para contextos

menores, até três, no entanto, o custo computacional é menor, ficando em torno

de 30 segundos a classificação dos textos.

Devido a esse problema na estrutura de dados utilizada, outra solução foi

buscada para tentar tanto melhorar a eficiência computacional da ferramenta

como também aumentar o contexto sem haver o consumo excessivo de

memória. A segunda implementação, e a que é utilizada no sistema

desenvolvido neste trabalho, é baseada na árvore trie. A árvore trie é proposta

em [Sal04] como uma estrutura de dados adequada para implementação do

PPM, pois evita um consumo excessivo de memória, além de melhorar a

eficiência computacional na busca e inserção dos nós.

A árvore trie tem essa denominação devido a palavra em inglês que

representa busca , reTRIEval, também conhecida como árvore de prefixo, e é

um tipo de árvore em que todos os descendentes de um nível do nó podem ser

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determinados apenas pelo prefixo que levou até aquele nível da árvore.

Algumas características que favorecem o uso deste tipo de árvore é a busca

rápida de um símbolo e a utilização de menos espaço para armazenamento das

cadeias de símbolos.

A profundidade de uma árvore trie para um contexto máximo N é N + 1,

sem considerar o nó raiz. Portanto, para um contexto N = 2 tem-se uma

profundidade 3, independentemente do tamanho do documento a ser

comprimido. O nível 0 é a raiz da árvore, que não contém nenhum símbolo. O

nível 1 da árvore, abaixo da raiz, contém a ocorrência não condicional dos

símbolos no texto. Do nível 2 em diante da árvore, tem-se o número de

ocorrências nos contextos. Um exemplo de criação de uma árvore trie pode ser

visto na Figura 6 para a mensagem “zxzyzxxyzx”.

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Figura 6: Processo de criação de uma árvore trie (Fonte: [Sal04])

Um nó presente na árvore trie é composto pelos seguintes atributos:

• O símbolo, neste trabalho o caractere em ASCII;

• O contador de ocorrência do símbolo em um dado contexto;

• Um ponteiro inferior, que referencia o filho mais a esquerda do nó;

• Um ponteiro à direita, que referencia o vizinho à direita do nó

corrente;

• Um vine pointer, que referencia o contexto imediatamente anterior

ao atual. Por exemplo, um símbolo “f” codificado no contexto

“abcd”, deverá atualizar também o contexto “bcd” adicionando 1 ao

contador deste símbolo no contexto. Para isso, o vine pointer do

símbolo “d” deverá ser recuperado, pois ele está referenciando o

símbolo “d” do contexto anterior ao que se está, que é o “bcd”.

No momento da construção da árvore, há ainda o ponteiro base, ou base

pointer, que referencia o último símbolo inserido/alterado na estrutura. O

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algoritmo para adição ou atualização de um nó dado um contexto, pode ser

visto a seguir:

1. Recuperar o ponteiro base. Se o contexto máximo já foi atingido,

recuperar o vine pointer do nó que o ponteiro base referencia, inserir o

novo nó e ajustar o ponteiro base para apontar para este novo nó. Caso

o símbolo deste novo nó já esteja presente como filho do vine pointer,

atualizar o contador do símbolo, e fazer com que o ponteiro base

referencie esse nó. Há ainda o caso em que o buffer do contexto máximo

não foi totalmente preenchido, e para isso, não é necessário recuperar o

vine pointer do nó corrente, sendo necessário apenas adicionar o nó no

contexto em que se está, e fazer o ponteiro base apontar para ele.

2. Repetir o procedimento da etapa 1, mas sem atualizar o ponteiro base.

Seguir o vine pointer, e adicionar um novo nó que representa o novo

símbolo nos contextos inferiores, ou atualizar o contador caso ele já

exista nesses outros contextos. Caso o vine pointer ainda não esteja

ajustado, é nesse momento que se deve criar a referência e fazer a

referência correta.

3. Repetir este processo da etapa 2 até que se encontre o nó raiz.

O vine pointer e todo este processo podem ser vistos na Figura 10, para

a seqüência de caracteres “assanissimassa”. A complexidade computacional

deste algoritmo tanto para inclusão como atualização de um símbolo em um

contexto é de O(N), para um contexto com no máximo N caracteres.

Durante este processo, o codificador aritmético reúne os contadores

necessários para codificação do símbolo. Caso um símbolo não seja

encontrado no momento em que o contexto máximo foi atingido, deve haver

uma nova inserção. No entanto, deverá haver o chaveamento para um contexto

inferior, na tentativa de encontrar este símbolo neste novo contexto. Nesse

momento, deverá ser codificado o escape, ou seja, a não ocorrência de um

símbolo até aquele momento, no contexto em que se encontra.

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Figura 7: Criação da árvore trie PPM e ajuste do vine pointer (Fonte: [Sal04])

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Para acoplamento do codificador aritmético com o algoritmo PPM

implementado, foi utilizado a Application Program Interface (API) Colloquial

Arith Code [Ari07]. Uma API é uma biblioteca de serviços e componentes, onde

diversas funcionalidades já criadas podem ser reusadas por outros programas

de computador.

Após a criação do compressor PPM-C, iniciaram-se os ajustes

necessários nos módulos de treinamento e de classificação. O módulo de

construção inicial foi o de treinamento, seguido pelo de teste.

Para o ajuste do compressor PPM no módulo de treinamento, uma

modificação realizada foi com relação a não necessidade de comprimir o

arquivo utilizado para definição de cada escritor, visto que o importante era

apenas obter o modelo de cada autor. Com isso, a codificação aritmética foi

excluída.

No momento em que o arquivo de treinamento era finalizado para

construção do modelo, este era salvo no disco rígido e nenhuma alteração era

realizada. Cada nó é preservado, bem como as suas referências, para que

possa ser utilizado na fase de classificação sem a necessidade alteração das

referências dos ponteiros.

As adequações ocorridas no compressor PPM para a etapa de

classificação foi recuperar o modelo estático referente a cada escritor, criado na

fase de treinamento, e utilizá-lo apenas para codificação. O codificador utilizado

foi o aritmético. Nesta fase, o texto para teste será comprimido por todos os

Figura 8: Árvore trie PPM final para a mensagem "assanissimassa" (Fonte: [Sal04])

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modelos, e para cada compressão é armazenado a RC referente a cada autor.

A razão de compressão é obtida dividindo-se o tamanho do arquivo em sua

forma original pelo tamanho do arquivo comprimido. O autor que apresentar a

maior RC é selecionado como o escritor do texto.

3.4. ABORDAGEM SVM Para utilização do SVM na atribuição de autoria, a etapa de seleção de

obras da literatura e de pré-processamento foi a mesma que utilizada com o

PPM. Sendo assim, os mesmos autores, e seus respectivos textos, foram

adotados. A etapa de treinamento é implícita ao algoritmo que implementa o

SVM – neste trabalho foi utilizado a biblioteca LibSVM, que pode ser facilmente

integrada ao aplicativo WEKA. Como o foco deste trabalho não é se aprofundar

no SVM, para um maior detalhamento sobre como a fase de treinamento é

realizada, os trabalhos [Wan05] e [HCL09] podem ser consultados.

Como já exposto anteriormente, para fazer uso do SVM deve-se extrair

uma ou mais características ao longo do texto, e fornecer tais atributos ao

classificador. Assim, uma fase referente à extração de atributos foi criada, para

uso da abordagem SVM, que foi denominada de seleção de atributos. Neste

trabalho, foram realizados dois tipos de extração de atributos.

O primeiro tipo de atributo extraído está relacionado com as palavras ao

longo do texto, ou seja, observam-se as métricas léxicas referentes às palavras.

Alguns exemplos dessas métricas são o tamanho médio das palavras, a

quantidade de vezes que uma palavra foi utilizada, a freqüência de palavras

diferentes (riqueza vocabular), entre outras.

O segundo tipo de atributo utilizado é conhecido como palavras-função,

do inglês function words. Este tipo de atributo calcula a freqüência de

aparecimento de uma série de palavras que está agrupada por um tipo em

comum. Por exemplo, algumas palavras-função utilizadas foram as

coordenativas aditivas, como o “e”, o “nem” e o “mas também”. O uso de

palavras-função selecionado neste trabalho está baseado no trabalho de

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[Pav07], em que são utilizadas 172 palavras, divididas em 77 conjunções e 95

advérbios.

As etapas que foram adicionadas para atribuição de autoria de obras da

literatura brasileira com o SVM são brevemente descritas a seguir:

• Fase de Seleção de atributos baseado nas palavras: nesta fase,

foram selecionados os atributos do texto que estão baseados nas

palavras.

• Fase de Seleção de atributos baseado nas palavras-f unção: nesta

fase, que ocorreu em paralelo com a seleção de atributos baseado nas

palavras, é extraído dos textos a freqüência de 77 conjunções e de 95

advérbios.

• Fase de Testes: neste momento, são realizados os testes tanto com os

atributos baseados em palavras como aqueles de acordo com as

palavras-função.

• Fase de Implementação: nesta fase, descreve-se a implementação das

duas ferramentas de extração de atributo, de acordo com as duas formas

de seleção de atributos já apresentadas.

3.4.1. Fase de Seleção de Atributos Baseado nas Palavras A escolha dos atributos adequada é imprescindível para obtenção de um

resultado com uma alta taxa de acerto na atribuição de autoria, utilizando o

SVM, ou qualquer outra técnica que faça uso de atributos [Cor03]. A seleção

dos atributos baseado nas palavras está de acordo com aqueles disponíveis em

[Cor03], onde foram obtidos bons resultados na atribuição de autoria, no

contexto de identificação de Spams, e pode ser vista na Tabela 4.

Outra motivação para utilização do conjunto de atributos exposto na

Tabela 4 foi que em [HNADBB07] apresentou resultados com taxas de acerto

comparáveis ao da literatura, embora com um conjunto reduzido de autores.

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Tabela 4: Atributos baseados em palavras

Atributo Descrição

Média Palavras Tamanho médio das palavras

Riqueza Vocabular Quantidade de palavras distintas (V) / Quantidade total de

palavras (N)

Palavras Pequenas Quantidade de palavras cujo tamanho é menor ou igual a

três / N

Hapax Legomena / N Quantidade de total de hapax legomena / N

Hapax Legomena / V Quantidade de hapax legomena / V

Hapax Dislegomena / N Quantidade de total de hapax dislegomena / N

Hapax Dislegomena / V Quantidade de hapax dislegomena / V

Entropia de Palavras Entropia de palavras

Entropia de 2-gramas Entropia de 2-gramas

Entropia de 3-gramas Entropia de 3-gramas

Entropia de 4-gramas Entropia de 4-gramas

Guirad (R) R = V / (4) Herdan (C) C = log10 V / log10 N (5) Rubert (K) K = log10 V / log10 (log10 N) (6) Maas (A)

A = (7)

Dugast (U) U = (log10 N)² / log10 N - log10 V (8) Luk Janenkov (L) L = 1 – (V² / V² * log10 N) (9)

Honore (H) H = 100 * log10 N / (1- (quantidade de hapax legomenas / V) )

(10)

Uma metodologia adotada para dar maior credibilidade aos atributos

obtidos foi dividir o texto em blocos, ou partição, com quantidades iguais de

palavras, e, a partir daí, realizar a extração dos atributos [Cor03]. Isso devido ao

fato de que alguns atributos podem ser distorcidos ou inibidos quando

trabalhado com textos com grande quantidade de palavras. Exemplo de um

atributo que pode ser inibido em um texto longo é o hapax legomena, pois

encontrar uma palavra escrita apenas em um texto extenso é mais difícil do que

encontrar dentro de um conjunto de palavras mais reduzido.

Visando evitar valores distorcidos para os atributos, o tamanho da

partição utilizada neste trabalho foi de 1000 palavras [Cor03] [HNADBB07].

Dessa forma, o texto foi dividido em várias partições com tamanhos iguais de

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palavras, mas possivelmente diferentes em quantidade de caracteres. Caso o

bloco que selecionava a última parte de um texto não fosse composto pela

quantidade de palavras especificadas, este era descartado.

Uma vez colhidos os atributos ao longo do texto, estes foram salvos em

arquivo texto, em um formato especial (.arff), para ser reconhecido e suportado

pela ferramenta WEKA, na etapa de classificação. Tal formatação será

explicada na Seção 3.4.3.

3.4.2. Fase de Seleção de Atributos Baseado nas Palavras-Função As palavras-função selecionadas neste trabalho estão de acordo com as

utilizadas em [Pav07], em que a taxa de acerto obtida é comparável com o da

literatura. Além disso, as palavras-função selecionadas não se restringem a

apenas uma palavra, mas pode ser composta por até três vocábulos, sendo

uma extração inovadora na metodologia de usar contagem de palavras-função

[Pav07].

A escolha das palavras-função se deu de acordo com as características

sintáticas que as palavras possuem. Os dois grandes grupos utilizados foram

conjunções e os advérbios. Ao total, foram colhidos 172 atributos, sendo 77

conjunções e 95 advérbios. Os atributos podem ser vistos na Tabela 5, e estão

agrupados por subgrupos de conjunções e advérbios.

Tabela 5: Palavras-função selecionadas e agrupadas por grupo de conjunções/advérbios

Agrupamento Atributos

Coordenativas Aditivas e, nem, mas também, mas ainda, senão também, bem

como, como também

Coordenativas Adversativas porém, todavia, mas, entretanto, contudo, senão, no

entanto, ao passo que, não obstante, apesar disso, em todo

caso

Coordenativas Conclusivas logo, portanto, por conseguinte, por isso

Coordenativas Explicativas porquanto, que, porque

Subordinativas Causais como, visto que, visto como, já que, uma vez que, desde

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que

Subordinativas Comparativas tal qual, tais quais, assim como, tal e qual, tal como, tão

como, tais como, mais do que, tanto como, mais que, menos

do que, menos que, que nem, tanto quanto, o mesmo que

Subordinativas Conformativas consoante, segundo, conforme

Subordinativas Concessivas embora, ainda que, mesmo que, ainda quando, posto que,

por muito que, por mais que, se bem que, por menos que,

nem que, dado que

Subordinativas Condicionais se, caso, contanto que, salvo que, não ser que, a menos

que

Subordinativas Consecutivas de sorte que, de forma que, de maneira que, de modo que,

sem que

Subordinativas Finais para que, fim de que

Subordinativas Proporcionais à proporção que, à medida que, quanto menos, quanto mais

Advérbio de Lugar aqui, ali, aí, cá, lá, acolá, além, longe, perto, dentro, adiante,

defronte, onde, acima, abaixo, atrás, em cima, de cima, ao

lado, de fora, por fora

Advérbio de Tempo hoje, ontem, amanhã, atualmente, sempre, nunca,

jamais, cedo, tarde, antes, depois, já, agora, então, de

repente, hoje em dia

Advérbio de Afirmação certamente, com certeza, de certo, realmente, seguramente,

sem dúvida, sim

Advérbio de Dúvida porventura, provavelmente, talvez

Advérbio de Intensidade ainda, apenas, de pouco, demais, mais, menos, muito,

pouca, pouco, quase, tanta, tanto

Advérbio de Negação absolutamente, de jeito nenhum, de modo algum, não,

tampouco

Advérbio de Quantidade todo, toda

Advérbio de Modo assim, depressa, bem, devagar, face a face, facilmente,

frente a frente, lentamente, mal, rapidamente, algo, alguém,

algum, alguma, bastante, cada, certa, certo, muita, nada,

nenhum, nenhuma, ninguém, outra, outrem, outro,

quaisquer, qualquer, tudo

O procedimento utilizado para obter o cálculo referente a cada atributo foi

contabilizar a freqüência de aparecimento de cada palavra ao longo do texto e

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dividir essa freqüência pelo número total de palavras existentes no texto. Uma

palavra, no contexto deste trabalho, é um agrupamento de caracteres que está

separado por um espaço em branco ou por uma quebra de linha.

O motivo dessa divisão é normalizar o quantitativo de ocorrência da

palavra pela quantidade de palavras no texto, gerando um número real

equivalente à taxa de aparecimento de uma palavra-função pelo documento.

Isso é especialmente importante quando se trabalha com textos cuja variação

de tamanho é alta. Por exemplo, quando se tem um texto com muitas palavras,

conseqüentemente tem-se uma maior quantidade de determinadas palavras-

função comparado a um texto com menor existência de vocábulos. No entanto,

quando se calcula a taxa de freqüência absoluta de um vocábulo dividido pelo

total de palavras em um documento, os dois textos podem se equiparar.

Percebe-se pelas palavras-função utilizadas que pode haver uma

interseção entre duas delas. Por exemplo, o atributo “que” está presente

isoladamente no grupo das coordenativas explicativas, mas também faz parte

do atributo “visto que” do agrupamento referente às subordinativas causais. Ao

verificar a ocorrência da conjunção “visto que”, contabiliza-se apenas uma

ocorrência para esse atributo, não incrementando a freqüência de aparecimento

do “que” isoladamente. Dessa forma, inicia-se a procura no texto das

conjunções com a maior quantidade de palavras.

3.4.3. Fase de Testes Como visto anteriormente, ao término das etapas de extração dos

atributos, é criado um arquivo contendo os valores dos atributos selecionados

no texto, com a finalidade de definir um perfil para o documento a partir das

características colhidas.

Devido à etapa de extração de atributos ter sido dividida em duas fases,

o mesmo aconteceu com a fase de classificação. Inicialmente, foram feitos os

testes com os arquivos gerados contendo atributos baseado nas palavras. Na

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segunda parte da etapa de testes, foram realizados os testes com a seleção de

atributos pelas palavras-função.

Para realização dos testes com o SVM, como já visto anteriormente, foi

utilizada a biblioteca LibSVM integrada ao ambiente WEKA. A rápida e fácil

integração com o WEKA resulta em uma maior produtividade nos testes. Isso

devido ao fato de que é possível ajustar rapidamente diversos parâmetros do

classificador. Além disso, a própria ferramenta já disponibiliza um conjunto de

parâmetros padrão, que não implica ser o mais adequado para todos os

contextos [BG04].

Na verdade, não há um ajuste dos atributos do SVM bem definido na

literatura que seja mais apropriado para cada contexto [BG04]. A busca por um

ajuste adequado deve ser encontrada por meio de testes, a serem realizados

manualmente pelo pesquisador.

A etapa de classificação demandou um alto esforço justamente na busca

por um conjunto de parâmetros que fosse mais adequado para o contexto do

presente trabalho. Houve variações no kernel do algoritmo LibSVM, no

parâmetro normalize e no k-folds, em busca da combinação mais apropriada.

Neste trabalho, os testes com o SVM foram realizados com validação

cruzada e o tipo do SVM (SMType) usado foi o nu-SVC (classification). Houve

variação dos k-folds, de 2 a 12, para cada arquivo de teste. Outra alteração

realizada no SVM foi com relação a opção de normalizar os dados, que foi

ajustado para realizar a normalização (normalize igual a true). Um registro que

deve ser feito é que o kernel utilizado foi baseado no mesmo utilizado em

[Pav07], o kernel linear. Na Figura 9, os atributos que foram alterados estão

marcados em vermelho, bem como o destaque para o local em que ocorreram

as modificações dos k-folds.

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Figura 9: Atributos alterados no SVM para testes

O motivo de não utilizar o SVM que vem juntamente com o ambiente

WEKA, o SMO, foi que o custo computacional para se trabalhar com este

algoritmo é alto. Em testes realizados com o SMO, foram demandados minutos

para se obter uma única taxa de classificação. Já utilizando a biblioteca

LibSVM, os testes rapidamente geraram os resultados, sendo requerido cerca

cinco segundos para obtenção de cada taxa de classificação. Na seção de

resultados será melhor discutido o tempo de processamento para completar

uma etapa de teste.

Tipo do SVM

Tipo do Kernel

Normalização dos dados

K-folds para validação cruzada

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3.4.4. Implementação As ferramentas implementadas, neste momento, foram responsáveis

pela extração automática dos atributos existentes nos textos. Não houve

implementação, ou alteração, da biblioteca LibSVM. A linguagem de

programação Java foi utilizada para criação do aplicativo para seleção dos

atributos no texto.

O protocolo de treinamento e de testes para ambos os conjuntos de

atributos selecionados foi a criação de um vetor de dissimilaridade apenas para

os verdadeiros autores. Vetor de dissimilaridade é um vetor de características,

ou seja, é onde se têm os valores dos atributos extraídos do texto. Dessa

forma, gerar vetores apenas para os verdadeiros escritores é realizar

associação das características extraídas de um texto ao autor correto. Como

são quatro documentos por autor, têm-se quatro vetores de dissimilaridades

para cada escritor.

Para implementação da ferramenta de extração de atributos baseado nas

palavras, inicialmente foi formado um bloco de palavras. A quantidade de

vocábulos existente nesse bloco foi de 1000. Para cada bloco criado, eram

obtidos todos os atributos que foram informados na Seção 3.4.1. Após a

obtenção desses atributos, era realizada uma média aritmética entre a soma

dos valores dos atributos obtidos para cada bloco pela quantidade de blocos

que foi formada. Caso o último bloco a ser formado não obtivesse exatamente a

quantidade de palavras informada – 1000 palavras, este era descartado.

Com o processamento realizado por esta ferramenta, o arquivo gerado

contendo os atributos obedeceu a uma regra de formação. Esta regra é

necessária para que a ferramenta WEKA consiga manipular os atributos

colhidos.

A formatação especial a que o arquivo gerado teve de se adequar foi

com relação à adição de um cabeçalho, onde se identifica os atributos

selecionados do texto e seu tipo, bem como às classes de categorias

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suportadas, e aos valores dos atributos extraídos. A formatação do arquivo

(.arff) gerado, pode ser visto na Figura 10.

Figura 10: Arquivo gerado com os atributos baseado nas palavras

Já na implementação da ferramenta de seleção de palavras-função, foi

utilizada a estrutura de dados tabela hash. As chaves da tabela eram as

conjunções ou os advérbios, enquanto que o valor era um número inteiro

contabilizando a freqüência de ocorrência de cada palavra-função.

Como as palavras-função a serem colhidas podiam conter até três

vocábulos, primeiramente o texto foi percorrido buscando aquelas que

continham três palavras, depois aquelas compostas por até duas palavras e,

por último, a palavra-função com uma única palavra. No entanto, deve-se ter o

cuidado de não se repetir a freqüência de uma palavra-função que está contida

em outra. Por exemplo, ao encontrar a conjunção “visto que” deve-se

Atributos

Atributo Autor (Classes)

Valores dos Atributos

Relação

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incrementar a freqüência apenas dessa subordinativa causal, não

incrementando o atributo referente à conjunção “que”.

Após a execução da ferramenta implementada, um arquivo (.arff)

também foi gerado, que pode ser vista na Figura 11. Percebe-se que os

atributos selecionados, logo nas primeiras linhas do arquivo, são diferentes do

que aqueles expostos na Figura 10.

: :

Figura 11: Arquivo gerado com os atributos baseado nas palavras-função

Explanando sobre o arquivo .arff obtido pela execução das duas

ferramentas, a palavra @relation identifica qual o título da relação. Já a palavra

@attribute gera um novo atributo e estabelece um tipo. Neste trabalho, apenas

foi usado o tipo real, ou seja, os atributos suportam apenas números reais. A

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seqüência de palavras @attribute author apresenta as classes de categorias

possíveis, ou seja, os autores suportados pela base de dados. A partir da

palavra @data, são disponibilizados os valores dos atributos previamente

descritos. Cada linha obtida a partir da palavra @data representa um conjunto

de valores para os atributos de um dado documento e ao final dessa linha é

identificado o autor correspondente àquele conjunto de atributos. O separador

utilizado para associar os valores aos atributos corretos é a vírgula.

3.5. COMENTÁRIOS FINAIS Neste capítulo, foram vistos os procedimentos necessários para se

classificar documentos literários com o PPM e com o SVM. Percebeu-se que

não existe etapa de extração de atributos para o PPM, enquanto que para o

SVM utilizou-se duas abordagens para extração de atributos. No entanto, a

etapa de seleção das obras literárias e do pré-processamento realizado foi a

mesma para ambas as abordagens.

No próximo capítulo, serão vistos os resultados obtidos com estas

abordagens, apresentando matrizes de confusão que possibilita identificar os

autores que tiveram seus textos corretamente classificados.

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4. RESULTADOS

A apresentação dos resultados, da mesma forma que ocorreu na Seção

3, foi dividida de duas formas. Os resultados serão apresentados de acordo

com a abordagem que foi utilizada, PPM ou SVM.

Todos os testes, para ambas as metodologias, foram realizados em uma

máquina com configuração Intel Core 2 Duo de 2Ghz, memória RAM de 2

GBytes, 800 Mhz de Barramento e 320 GBytes de disco rígido, utilizando o

sistema operacional Windows XP Professional de 32 bits.

4.1. RESULTADOS COM O PPM

Com os testes utilizando a abordagem PPM, foi realizado um total de

60368 atribuições de autoria. A fórmula para se chegar a esse número é

entendida da seguinte forma,

QtdAtt = QtdCont * QtdFases * QtdFTeste * ValidCruzada * QtdAutores

onde:

• QtdAtt é a quantidade total de atribuições realizadas;

• QtdCont é a quantidade de contextos que foram utilizados nos

momentos de treinamento e testes, simultaneamente, que neste

trabalho foram 11 (de 0 a 10);

• QtdFases é a quantidade de fases que houve na etapa de

treinamento, sendo 7;

• QtdFTeste é a quantidade de variações que houve do tamanho do

arquivo de teste, que também foi 7;

• ValidCruzada é a quantidade de permutações que houve em um

arquivo de treinamento, neste caso foram 4. Pode ser entendida

também como a quantidade de textos;

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• QtdAutores é a quantidade de classes de autores presentes na

base de dados, 28 nesta proposta.

Para cada teste realizado, foi desenvolvida uma matriz de confusão.

Também foi criada uma planilha mostrando todas as RCs para cada rodada

realizada. Não é o enfoque deste trabalho, mas caso tenha-se a necessidade

de se ver a co-relação entre textos e autores, e qual foi a diferença em que se

classifica incorretamente, é possível encontrar com essa matriz.

A Tabela 6 mostra as dez taxas de classificação com maior quantidade

de acerto obtida nos testes gerais. Ele está ordenado de ordem crescente pela

taxa de acerto das atribuições realizadas. A primeira coluna da tabela identifica

o código que identificará o teste. A segunda coluna informa o tamanho do

contexto utilizado. A terceira coluna apresenta o tamanho total do arquivo de

treinamento, enquanto a quarta coluna expõe o tamanho do arquivo utilizado

para teste. A quinta e última coluna mostra a taxa correta de classificação.

Serão mostradas, ainda, as matrizes de confusão com relação a três

resultados presentes na Tabela 6, cujos identificadores são RS_01, RS_06 e

RS_10, para melhor explanação da atribuição realizada. Dessa forma, é

possível identificar quais autores tiveram mais erros e quais tiverem mais textos

atribuídos a ele incorretamente.

Tabela 6: Resultados da taxa de classificação por arquivo de treinamento

ID Contexto Treinamento (KB) Teste (KB) Taxa de Acerto (%)

RS_01 7 192 64 92,8

RS_02 8 192 64 92,8

RS_03 7 192 32 92,0

RS_04 8 192 32 91,1

RS_05 9 192 64 91,1

RS_06 6 192 64 90,2

RS_07 10 192 64 89,3

RS_08 9 192 32 88,4

RS_09 10 192 32 88,4

RS_10 5 192 64 87,5

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Percebe-se que os maiores índices de acerto foram obtidos quando o

arquivo de treinamento possuiu 192 Kbytes e o tamanho dos arquivos de teste

com tamanho igual ou superior a 32 Kbytes. Além disso, apenas os contextos

entre 5 e 10 representaram as 10 taxas expostas na Tabela 6. No maior índice

de acerto, as linhas contendo os identificadores RS_01 e RS_02 tiveram

apenas oito textos atribuídos incorretamente, de um total de 112 classificações

na rodada.

Outro fato que pode ser verificado na Tabela 6 é que aumentar o

contexto não significa melhoria na atribuição de autoria. Variando o contexto de

zero até sete significou melhoria. No entanto, utilizando o contexto oito,

manteve-se a mesma taxa do contexto sete, e, ainda, levou-se mais tempo para

o processo de classificação. Já a partir do contexto nove, começou a diminuir a

taxa de acerto. Portanto, neste trabalho, os contextos que atingiram o melhor

índice de classificação foram o sete e o oito.

Para uma melhor explanação e entendimento dos resultados, foi criada a

matriz de confusão referente a cada classificação, onde se verificam quais

textos foram atribuídos incorretamente.

As matrizes de confusão expostas neste trabalho podem ser entendidas

da seguinte forma: as linhas são representadas pelos quatro textos dos autores

que foram classificados; as colunas são os autores que foram selecionados

como autor de um dado texto; e a célula representa a quantidade de textos de

um dado autor (linha) que foi atribuído a um escritor (coluna). Resumindo, pode-

se entender que o texto de um escritor da linha foi atribuído ao autor de uma

determinada coluna.

Os números presentes nas linhas e nas colunas da matriz de confusão

representam os autores suportados pela base. A seguir estão os nomes dos

autores que cada número referencia: (01) Adolfo Caminha; (02) Alcântara

Machado; (03) José Alencar (Histórico); (04) José Alencar (Urbano); (05) Aluísio

Azevedo; (06) Bernardo Guimarães; (07) Camilo Castelo Branco; (08) Clarice

Lispector; (09) Érico Veríssimo; (10) Euclides da Cunha; (11) Fernando Sabino;

(12) Graciliano Ramos; (13) João Ubaldo; (14) Joaquim Manuel Macedo; (15)

Jorge Amado; (16) Julia Almeida; (17) Lima Barreto; (18) Luis Fernando

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Veríssimo; (19) Lya Luft; (20) Lygia Fagundes Telles; (21) Machado de Assis

(Realismo); (22) Machado de Assis (Romance); (23) Mário Prata; (24) Moacyr

Scliar; (25) Monteiro Lobato; (26) Raul Pompéia; (27) Rubem Fonseca; (28)

Visconde Taunay.

Tabela 7: Matriz de confusão da fase de treinamento referente a RS_10

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

01 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

02 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

03 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0

04 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

05 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0

06 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

07 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

08 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

09 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

14 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0

15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

16 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

17 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

18 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0

19 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0

20 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0

21 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0

22 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 1

23 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0

24 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0

25 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0

26 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0

27 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0

28 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4

Na matriz de confusão do resultado referente ao identificador RS_10, na

Tabela 7, pode-se observar que foram obtidas 98 classificações corretas, das

112 realizadas. Nesta classificação, nenhum autor teve todas as suas obras

atribuídas incorretamente. Apenas o escritor Rubem Fonseca (27) teve uma

obra classificado corretamente (Bufo e Spallanzani). Os autores José de

Alencar (Histórico) (3) e Joaquim Manuel Macedo (14) tiveram duas obras

incorretamente classificadas. Sendo assim, as obras de três escritores

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obtiveram mais de 50% dos erros ocorridos nessa fase – 7 de 12, e outros cinco

autores tiveram exatamente uma obra erroneamente classificada.

A matriz de confusão referente ao identificador RS_06, exposta na

Tabela 8, apresenta o resultado onde se obteve 101 classificações corretas. As

três classificações corretas obtidas a mais, com relação à matriz de confusão

da RS_10, foram a atribuição correta de dois textos de Rubem Fonseca (27), a

atribuição correta de todas as obras literárias de Machado de Assis (Romance)

(22) e, também, todos o êxito total na classificação dos textos da autora Júlia

Almeida (16). Os demais erros, existentes nesta classificação, foram os

mesmos, ou seja, as mesmas obras atribuídas incorretamente nos testes,

excluindo as que já foram citadas, identificados pelo RS_10, também foram

classificadas incorretamente.

Tabela 8: Matriz de confusão da fase de treinamento referente a RS_06

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

01 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

02 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

03 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0

04 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

05 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0

06 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

07 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

08 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

09 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

14 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

16 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

17 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

18 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0

19 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0

20 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0

21 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0

22 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0

23 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0

24 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0

25 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0

26 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0

27 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2 0

28 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4

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Já a matriz de confusão do resultado referente à maior taxa de acerto

obtida, 104 atribuições com êxitos de 112, pode ser vista na Tabela 9. Esse

resultado foi obtido com dois contextos diferentes, o sete e o oito, mas com

todas as características iguais, tanto do tamanho do arquivo de treinamento

como o tamanho do arquivo usado para teste. A melhoria que se pode

observar nesta matriz é a melhoria da quantidade de obras classificadas

corretamente para o escritor Rubem Fonseca (27), aumentando para três

obras classificadas com êxito, e o acerto de 100% nos livros de Fernando

Sabino (11).

Tabela 9: Matriz de confusão da fase de treinamento referente a RS_01

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

01 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

02 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

03 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0

04 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

05 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0

06 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

07 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

08 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

09 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

14 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

16 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

17 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

18 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0

19 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0

20 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0

21 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0

22 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0

23 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0

24 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0

25 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0

26 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0

27 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 3 0

28 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4

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O que se pode observar dos 10 resultados com as maiores taxa de

classificação corretas é que o resultado referente ao identificador RS_10 foi de

98 classificações corretas e no RS_01 foi de 104, de um total de 112

classificações.

Percebe-se que no resultado identificado por RS_10 foram 14

classificações incorretas, enquanto no RS_01 foram 8. Entre o décimo melhor

resultado até o melhor resultado, houve diminuição na taxa de erro de cerca

43%, diminuindo a quantidade de textos classificados incorretamente de 14

para 8.

Com relação à eficiência computacional de todo o processo de atribuição

de autoria, pode-se dividir em duas fases. O tempo levado na etapa de

treinamento, incluindo a criação do arquivo de treinamento, e o tempo requerido

para classificação.

O tempo levado para criação do arquivo de treinamento foi rápido, pois

todos os textos dos autores foram carregados em memória. Com isso, o custo

computacional para obtenção desse arquivo era apenas delimitar o tamanho de

cada documento a ser inserido no documento para treinamento dos modelos. O

tempo levado ficou em média entre 5 e 10 segundos.

Para a etapa de treinamento, o tempo requerido variou de acordo com o

tamanho do contexto e o tamanho do arquivo de treinamento, tendo este último

influência maior no custo computacional. Com arquivos de treinamento

menores, em até 48 Kbytes, rapidamente os modelos para os autores eram

obtidos, ficando em torno de 10 segundos. Já com os textos para treinamento

maiores, aqueles com tamanho de 96 e 192 Kbytes, o tempo para a fase de

treinamento podia chegar a 150 segundos.

4.2. RESULTADOS COM O SVM Os resultados referentes ao processo de extração de atributos e à

utilização da abordagem SVM para realizar a atribuição de autoria foi dividida

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72

em duas fases. O motivo dessa divisão é que, como já apresentado, duas

formas de extração de atributos foram implementadas. Com relação aos

resultados, serão apresentados os dez que obtiveram as maiores taxas de

acerto e, também, duas matrizes de confusão referentes ao décimo e ao melhor

resultado obtido.

4.2.1. SVM para a Extração de Atributos Baseada nas Palavras Para cada teste realizado, assim como ocorre com o PPM, é criada uma

matriz de confusão referente ao resultado obtido. No entanto, serão

apresentadas apenas as matrizes de confusão obtidas pelo resultado com a

maior taxa de acerto e a do décimo melhor resultado.

Na Tabela 10, podem ser vistos os dez resultados com as maiores taxas

de classificação correta. Como pode ser visto, o único atributo modificado na

etapa de testes foi o k-fold.

Tabela 10: Resultado com a seleção de atributos baseado nas palavras

Identificador K-Folds Taxa de Acerto (%)

RS_01 10 36,61

RS_02 4 35,71

RS_03 5 34,82

RS_04 12 34,82

RS_05 7 33,93

RS_06 8 33,93

RS_07 9 33,93

RS_08 6 33,04

RS_09 11 33,04

RS_10 3 31,25

O valor para o k-fold adotado como padrão pelo WEKA é 10. Foi

justamente com o esse valor, k-fold igual a 10, que a maior quantidade de obras

foi classificada corretamente, com um total de 41 obras, das 112 classificadas.

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A diferença em quantidade de obras da décima maior taxa de acerto,

referenciada pelo identificador RS_10, para a maior foi de seis obras.

No momento em que esses resultados foram obtidos, era gerada sua

respectiva matriz de confusão. A matriz de confusão pode ser útil para uma

análise literária mais detalhada dos textos que foram classificados

incorretamente.

Na matriz de confusão referente ao identificador RS_10, disponível na

Tabela 11, identifica-se que nenhum autor teve todas suas obras classificadas

corretamente. Apenas quatro escritores, José Alencar (Histórico) (3), Euclides

da Cunha (10), Lya Luft (19) e Jorge Amado (15), tiveram três textos atribuídos

corretamente. Por outro lado, sete autores tiveram todas as suas obras

atribuídas ao autor incorreto.

Tabela 11: Matriz de confusão referente ao identificador RS_10

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

01 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

02 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0

03 0 0 3 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

04 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

05 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0

06 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0

07 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2 0 0

08 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0

09 0 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

11 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0

12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0

13 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0

14 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0

15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

16 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0

17 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0

18 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0

19 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 1 0 0 0 0 0 0 0 0

20 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0

21 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 0

22 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0

23 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0

24 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0

25 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0

26 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1

27 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0

28 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 2

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Já com a matriz de confusão gerada para o resultado RS_01, percebe-se

que houve uma diminuição na quantidade de autores que não tiveram nenhuma

de suas obras literárias classificadas corretamente, comparada ao resultado

RS_10. Um fato que pode ser destacado é que o autor Machado de Assis

(Romance) (22) foi quem mais recebeu obras incorretamente atribuídas, sendo

um total de oito obras. Apesar disso, este autor teve apenas duas obras

identificadas corretamente. Em análise geral, percebe-se que o resultado

referente ao identificador RS_01, que pode ser visto na Tabela 12, ainda que

tenha sido o resultado com a maior taxa de acerto, nenhum autor obteve êxito

total na classificação de seus textos.

Tabela 12: Matriz de confusão referente ao identificador RS_01

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

01 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 1

02 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2

03 0 0 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0

04 0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

05 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0

06 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0

07 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0

08 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0

09 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1

10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0

11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0

12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0

13 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0

14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 2 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0

15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0

16 0 0 0 1 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0

17 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

18 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1 0 1 0

19 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 1 0 0 0 0 0 1 0 0

20 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 1 0 0 0 0

21 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 1 0 0 0 0 0 0

22 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0

23 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 2 0 0 0 0 0

24 2 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0

25 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0

26 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0

27 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0

28 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 2

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75

4.2.2. SVM para a Extração de Atributos Baseada nas Palavras-Função As variações que ocorreram nos testes realizados com os atributos

baseado nas palavras-função foram apenas com os k-folds, pois o kernel

utilizado foi o linear. Os dez melhores resultados obtidos podem ser vistos na

Tabela 13.

Tabela 13: Resultado com a seleção de atributos baseado em palavras-função

Identificador K-Folds Taxa de Acerto (%)

RS_01 4 88,4

RS_02 5 87,5

RS_03 6 86,61

RS_04 10 86,61

RS_05 12 86,61

RS_06 7 85,71

RS_07 8 85,71

RS_08 9 85,71

RS_09 11 85,71

RS_10 2 82,15

Percebe-se que o valor padrão definido pela ferramenta WEKA para o k-

fold quando se utiliza validação cruzada – o valor 10, foi a terceira maior taxa de

acerto, classificando corretamente 98 das 112 obras literárias. Já ajustando o k-

fold para 4, o resultado com a maior taxa de acerto foi obtida, aumentando a

classificação correta dos textos para 99.

Para poder realizar uma análise mais aprofundada dos resultados, foram

geradas as matrizes de confusão referentes ao décimo (RS_10) e ao primeiro

resultado (RS_01) com a maior taxa de acerto obtida. A diferença em

quantidade de obras literárias classificadas corretamente entre a RS_01 e a

RS_10 foi de 7 obras, tendo a linha referente ao RS_10 acertado na

classificação de 92 livros.

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A matriz de confusão referente à RS_10 pode ser vista na Tabela 14.

Neste teste, 12 autores tiveram ao menos uma de suas obras classificadas

incorretamente. Desses 12 escritores, seis deles tiverem 50% ou mais de suas

obras atribuídas erroneamente a outro autor. Os autores Moacyr Scliar (24) e

Júlia Almeida (16) somaram, juntos, seis obras classificadas incorretamente,

sendo três de cada. Esse valor equivale, em taxas percentuais, a 30% dos

textos classificados incorretamente.

Tabela 14: Matriz de confusão referente ao identificador RS_10

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

01 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

02 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0

03 0 0 2 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

04 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

05 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

06 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

07 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0

08 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

09 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0

13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0

15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

16 2 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

17 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

18 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

19 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0

20 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0

21 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0

22 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 3 0 0 0 0 0 0

23 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0

24 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0

25 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 3 0 0 0

26 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 2 0 0

27 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0

28 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2

Já com relação ao resultado identificado por RS_01, nenhum escritor

teve três obras classificadas incorretamente. Neste teste, apenas nove autores

tiveram no mínimo uma obra classificada incorretamente, sendo quatro deles

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com duas obras erroneamente atribuídas, de acordo com a matriz de confusão

da Tabela 15. Uma melhoria notável foi o fato da autora Júlia Almeida (16),

neste momento, ter todas as suas obras classificadas corretamente, o que no

RS_10 apenas um livro foi contemplado. A melhoria na classificação geral foi

expressiva, ainda que, uma obra do escritor Euclides da Cunha (10) e uma de

Luís Fernando Veríssimo (18) tenha sido erroneamente classificada em RS_01,

o que não ocorreu em RS_10.

Tabela 15: Matriz de confusão referente ao identificador RS_01

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

01 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

02 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0

03 0 0 2 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

04 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

05 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

06 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

07 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

08 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

09 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0

11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

16 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

17 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

18 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0

19 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0

20 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0

21 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0

22 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0

23 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0

24 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 1 0

25 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 3 0 0 0

26 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2 0 0

27 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0

28 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3

Com relação ao custo computacional para a realização dos testes, o

SVM implementado pela biblioteca LibSVM foi eficiente. Cada teste realizado

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78

demandava, em média, cinco segundos para ser completado. Um fato

observado com relação ao processamento na etapa de testes foi que, o tempo

médio ficou semelhante tanto com os atributos baseado nas palavras, como

aquele baseado nas palavras-função. Isso é interessante destacar, pois a

diferença na quantidade de atributos é alta, tendo a extração baseado nas

palavras colhido 19 atributos, enquanto que o método por palavra-função

selecionou 172.

No entanto, em testes previamente realizados, foi utilizado o algoritmo

SMO disponível pelo próprio ambiente WEKA, ou seja, que já vem integrado

com a ferramenta no momento de sua instalação. Como já exposto, o motivo de

se utilizar o pacote LibSVM foi com relação à eficiência computacional deste

algoritmo. Enquanto a implementação SMO do WEKA demandava apenas na

etapa de treinamento cerca de 45 segundos, sem incluir o tempo para

classificação, o LibSVM não ultrapassava dois segundos nessa fase. Já

considerando o problema de ajuste dos parâmetros do SVM, ambos

apresentaram relativa facilidade para alteração.

Outro aspecto nos testes foi à facilidade de mudança dos k-folds para

realização dos testes. Neste momento, a interface gráfica disponível pelo

WEKA facilitou os ajustes para os atributos, permitindo evitar desperdício de

tempo para lidar com a ferramenta.

4.3. COMENTÁRIOS FINAIS Neste capítulo, foram apresentados os resultados obtidos utilizando o

PPM e com o SVM. A exposição do resultado obtido pelo SVM foi dividida em

duas fases, referentes às duas extrações de atributos. Percebe-se que os

atributos selecionados devem ser cuidadosamente definidos, pois pode

impactar na obtenção da taxa de acerto. A diferença nos resultados com os dois

tipos, para posterior classificação com o SVM, foi alta. No entanto, não é correto

afirmar que um conjunto de atributo foi melhor que o outro, mas apenas mais

adequado neste contexto. Já o PPM, obteve melhores índices de acerto

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79

comparado com o método SVM, além de ter apresentado uma alta eficiência

computacional na atribuição de autoria.

Comparando os melhores resultados das duas abordagens, o PPM

conseguiu diminuir a taxa de erro em aproximadamente 39%, o que é um ganho

considerável.

No capítulo a seguir, serão vistos um comparativo mais aprofundado

entre os experimentos bem como as oportunidades de trabalhos futuros com o

PPM. Será visto, também, um comentário geral sobre este trabalho e será

traçado um perfil do PPM para este estudo.

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80

5. DISCUSSÕES E CONCLUSÃO Esta seção discutirá os resultados obtidos pelo PPM e pelo SVM,

realizando um comparativo de acordo com os textos classificados

incorretamente dos autores. Algumas referências serão feitas, para melhor

entendimento, às matrizes de confusão obtidas na Seção 4.

Além disso, será apresentada uma conclusão geral sobre o método

utilizado para atribuição de autoria deste trabalho, o PPM, bem como será

ressaltada oportunidades de novos trabalhos com este estudo.

5.1. COMPARATIVOS ENTRE OS EXPERIMENTOS Com a finalidade de contextualizar o resultado obtido com o PPM diante

do contexto de atribuição de autoria, será feito um comparativo entre os

resultados com o PPM e com as duas formas de seleção de atributos, utilizando

o SVM como classificador. Como já exposto, o motivo da extração desses

determinados atributos foi baseado em outros trabalhos, onde foram obtidos

taxas com altos índices de classificação correta.

5.1.1. Comparativo entre o PPM e Extração de Atributos Baseada Em Palavras

Comparando os resultados obtidos pelo PPM com aqueles alcançados

com a extração de atributos baseada em palavras, e posterior aplicação do

SVM, percebe-se que o PPM obteve uma taxa de acerto aproximadamente

duas vezes e meia maior. Tal resultado não implica admitir que os tipos de

atributos colhidos na fase de seleção são irrelevantes, mas que não foram os

mais adequados para este contexto. Além disso, esse conjunto de atributos

colhidos combinado com outros tipos de atributos pode melhorar o índice de

acerto [Cor03].

Mesmo com essa discrepância nos resultados, algumas observações

devem ser feitas. Em todos os dez melhores resultados obtidos pelo PPM,

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como podem ser vistos nas matrizes de confusão, o autor José de Alencar

(Histórico) (3) não obteve mais que duas obras classificadas corretamente. No

entanto, observando a Tabela 11, pode-se perceber que, para o autor

mencionado, a quantidade de obras classificadas corretamente foi três.

Já um aspecto que destaca o PPM com relação à metodologia de

extração de atributos baseado em palavras foi que, nos dez melhores

resultados obtidos pelo PPM, não houve uma quantidade de acerto menor que

dois textos para um escritor. Com a utilização do SVM aplicado ao referido

método de seleção de atributos, 50% dos autores da base tiveram apenas uma

ou nenhuma de suas obras identificadas corretamente.

5.1.2. Comparativo entre o PPM e Extração de Atributos de Palavras-Função Os resultados com as maiores taxas de acerto obtidas foram aqueles

referentes ao PPM e ao método de seleção de atributos de palavras-função,

aplicando o SVM. Além disso, esses resultados estiveram próximos em taxas

de acerto, tendo o PPM obtido um índice maior de classificação correta.

Devido a essa proximidade nos resultados desses dois métodos, tendo o

melhor acerto com o SVM obtido 88,4% e com o PPM 92,8%, uma análise mais

detalhada das matrizes de confusão pode demonstrar fatos interessantes.

Algumas observações a serem feitas estão relacionadas em verificar os autores

e suas obras classificadas incorretamente e a quantidade de autores com êxito

total na atribuição de autorias das obras.

Seguindo essa linha de observações a serem feitas, o PPM obteve mais

autores que tiveram todas as obras classificadas corretamente quando

comparado com o SVM, sendo 22 contra 19. Além disso, o SVM obteve dois

escritores a mais que tiveram apenas duas obras atribuídas corretamente, com

um total de quatro.

Explanando sobre a diferença entre os autores que tiveram suas obras

classificadas incorretamente, algumas interseções entre os dois métodos foram

identificadas. Para os escritores José de Alencar (Histórico) (3) e Luís Fernando

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Veríssimo (18), ambas as metodologias erraram na identificação de duas e de

uma obra, respectivamente. Além disso, os dois métodos classificaram

incorretamente, em quantidades diferentes, obras para o autor Raul Pompéia

(26), tendo o PPM errado em uma obra e o SVM em dois livros.

Outro aspecto a ser observado é que, enquanto em uma abordagem um

autor tinha êxito total na classificação de suas obras, em outra a quantidade de

obras classificadas corretamente se limitava em duas ou três. Isso pode ser

percebido comparando a Tabela 9 com a Tabela 15, onde se tem que utilizando

o SVM os autores Alcântara Machado (02), Euclides da Cunha (10), Lya Luft

(19), Moacyr Scliar (24), Monteiro Lobato (25) e Visconde Taunay (28)

obtiveram todos os seus livros classificados corretamente, o que não ocorreu

com o SVM. Já com a utilização do SVM, os autores Aluísio Azevedo (05),

Joaquim Manuel Macedo (14) e Rubem Fonseca (27) tiveram 100% de acerto

em suas obras, enquanto que o PPM obteve três, duas e três obras com acerto,

respectivamente, para os referidos escritores.

Comparando a quantidade de obras classificadas incorretamente para o

melhor resultado entre as duas abordagens, tem-se que o PPM errou na

classificação de 8 e o SVM de 13. A diferença entre os erros foi de cinco obras

a mais para o SVM. Essas cinco obras representam, em taxas percentuais, que

com o PPM conseguiu-se diminuir a quantidade de livros classificados

incorretamente em aproximadamente 38,5%.

5.2. COMENTÁRIOS GERAIS

Os resultados mais expressivos com o PPM, aqueles com as maiores

taxas de acerto, foram obtidos com o tamanho do arquivo de treinamento de

192 Kbytes. Já o tamanho dos arquivos de teste também teve influência para tal

obtenção. Aqueles com tamanhos iguais ou superiores a 32 Kbytes foram os

que apareceram entre esses 10 resultados. No entanto, pôde-se observar que

aumentar o contexto não significa melhoria na obtenção dos modelos e,

conseqüentemente, na classificação. Prova disso é que até o contexto sete

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vinha sendo aumentada a taxa de atribuição correta de autoria. No contexto

oito, essa taxa se estabilizou, e a partir do contexto nove a quantidade de obras

classificadas corretamente decresceu.

Outro ponto a se observar, de acordo com os testes, é que é

computacionalmente mais eficiente criar os modelos PPM dos autores e realizar

testes quando os contextos são menores. Assim, a utilização de um modelo de

treinamento ótimo para este trabalho utilizando o do contexto sete, por ser mais

rápido o processo de classificação e ter obtido o maior índice de acerto.

O PPM apresentou resultados comparáveis aos obtidos na literatura,

com a taxa de acerto de aproximadamente 93%, ao se analisar os diferentes

contextos em que se aplica atribuição de autoria. Esse resultado pode ser ainda

mais valorizado quando se ressalta que foram selecionados dois tipos de

atributos para posterior classificação com o SVM. Além disso, de acordo com o

trabalho realizado em [Pav07], os atributos colhidos naquele estudo, referente à

contagem de palavras-função, foram inovadores e os resultados obtidos foram

bons.

Tratando dos resultados obtidos entre a extração dos dois tipos de

atributos, e aplicação do SVM, os resultados foram discrepantes. Enquanto que

utilizando o conjunto de atributos baseado nas palavras, como tamanho médio

e riqueza vocabular, obteve uma taxa de acerto máxima de aproximadamente

36,6%, a utilização baseada na contagem de palavras-função alcançou 88,4%.

Isso ratifica que, embora o SVM seja um método sofisticado de classificação, a

sua limitação está na seleção dos atributos. Já com a utilização do PPM,

nenhuma seleção de atributos é realizada e, assim, a etapa de treinamento e

classificação não tem influência de um conjunto de atributos previamente

selecionados.

Devido a isso, o PPM pode ser considerado uma abordagem útil no

contexto de identificação de autoria, principalmente para obras da literatura

brasileira. No entanto, sua aplicação pode ser estendida a outros contextos,

como identificação de plágio ou categorização de obras por grau de dificuldade

de escrita dos autores.

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Realizando uma análise geral do trabalho, pode ser visto que os

objetivos previamente propostos foram atingidos. Foi possível implementar o

PPM com êxito, bem como modificá-lo para se adequar a este trabalho, o que

permitiu dar continuidade ao projeto. Com isso, diversos testes foram

desenvolvidos com diversas variações no processamento do PPM.

Com a revisão da literatura feita, também se contextualizou os resultados

obtidos pelo PPM na questão de atribuição automática de autoria. Pôde-se

perceber com esta revisão que a taxa de acerto dos resultados obtidos neste

estudo com o PPM foram bons, mas que uma aplicação do SVM nesse mesmo

banco de autores poderia dar maior credibilidade ao trabalho. Devido a isso,

foram selecionados dois tipos de atributos do texto e, para cada tipo, aplicou-se

o SVM.

Com esses testes, deu-se maior credibilidade aos resultados obtidos

com o PPM, pois eles foram compatíveis com aqueles obtidos pelo SVM, sendo

92,8% para o primeiro e 88,4% para o segundo. Além disso, comprovou-se

também que o tipo de atributo extraído deve ser cuidadosamente definido, e,

caso mal escolhido, pode ser um limitador para o método de classificação. Com

a seleção dos atributos baseado nas palavras, o SVM obteve uma taxa de

acerto de 36,6%, enquanto que mudando apenas o tipo de atributo extraído,

baseado em palavras-função, conseguiu-se uma taxa de acerto de 88,4%.

5.3. TRABALHOS FUTUROS

Uma proposta de utilização do PPM, que segue uma linha de raciocínio

semelhante ao de atribuição de autoria, é atuar na recuperação de textos

baseado em conteúdo. Isso quer dizer que, dado um documento, não será

necessário saber a sua autoria, mas apenas descobrir outros textos que tenham

o conteúdo parecido.

Recuperação baseada em conteúdo é especialmente útil quando se

deseja propor uma leitura específica a um determinado leitor baseado no

conteúdo de leituras passadas, realizadas por ele. Assim, fazendo com que o

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cliente informe se um determinado livro foi de seu gosto, podem-se encontrar

livros cujo conteúdo seja semelhante.

Outra proposta de trabalho é investigar se um determinado texto é de

algum dos escritores da base de dados. Neste trabalho, não há um

procedimento para identificar se uma obra informada é ou não de algum dos

autores. Com isso, o sistema realizará uma atribuição de autoria incorreta.

Outra aplicação interessante que pode ser desenvolvida com o PPM é na

identificação de plágio. Esta identificação pode ser necessária no documento

integralmente ou quando se quer localizar os fragmentos específicos que foram

plagiados. Verificar se determinado documento, ou seções dele, foi copiado na

íntegra de alguma outra fonte é importante para poder distinguir a contribuição

dada pelo autor do trabalho com contribuições dadas por outros autores, além

de poder dar os créditos ao autor correto.

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