Artigo arlindo

2
A IMPLANTAÇÃO DA LÍNGUA ESPANHOLA NAS ESCOLAS BRASILEIRAS E NO TOCANTINS - Cumprir ou não a Lei? Eis a questão. José Arlindo dos Santos Licenciado em Letras (Português - Espanhol e Respectivas Literaturas). Pós Graduando (lato sensu) em Língua Espanhola. Professor de Espanhol. Presidente da Associação de Professores de Língua Espanhola do Estado do Tocantins - APLETO Partindo da premissa de que brasileiro sempre deixa tudo para o último momento, podemos afirmar que isso aconteceu com a implantação do espanhol nas escolas brasileiras. A Lei nº. 11.161 de 5 de agosto de 2005, determina no seu Art. 1: “O ensino da língua espanhola, de oferta obrigatória pela escola e de matrícula facultativa para o aluno, será implantado, gradativamente, nos currículos plenos do ensino médio”. O problema é que estamos no segundo semestre de 2010 e ainda não vemos a aplicabilidade desta lei. Reivindicamos o cumprimento total da citada lei. Em cinco anos (desde a sanção da lei) até o presente momento, as Secretarias Estaduais de Educação, os Conselhos Estaduais de Educação e os gestores públicos (incluindo governadores, prefeitos e Diretores das escolas de Ensino Médio) não encontraram uma forma exeqüível de fazer cumprir o citado ordenamento jurídico. No Tocantins, a situação não é diferente. No último concurso público do Estado, a SEDUC abriu 11 vagas para professores de espanhol nos 139 municípios. Para Palmas tivemos uma vaga, o que foi tomado como ofensa para nós, professores de Espanhol. Perguntado a alguém ligado à Secretaria da Educação, o porquê de tão poucas vagas, a pessoa respondeu: a SEDUC guiou-se pelo levantamento feito pelas Diretorias Regionais de Ensino - DRE. Pode? O que faltou: visão ou competência?

Transcript of Artigo arlindo

Page 1: Artigo arlindo

A IMPLANTAÇÃO DA LÍNGUA ESPANHOLA NAS ESCOLAS BRASILEIRAS E

NO TOCANTINS - Cumprir ou não a Lei? Eis a questão.

José Arlindo dos SantosLicenciado em Letras (Português - Espanhol e Respectivas Literaturas). Pós Graduando (lato

sensu) em Língua Espanhola. Professor de Espanhol. Presidente da Associação de Professores de Língua Espanhola do Estado do Tocantins - APLETO

Partindo da premissa de que brasileiro sempre deixa tudo para o último momento,

podemos afirmar que isso aconteceu com a implantação do espanhol nas escolas brasileiras. A

Lei nº. 11.161 de 5 de agosto de 2005, determina no seu Art. 1: “O ensino da língua

espanhola, de oferta obrigatória pela escola e de matrícula facultativa para o aluno, será

implantado, gradativamente, nos currículos plenos do ensino médio”. O problema é que

estamos no segundo semestre de 2010 e ainda não vemos a aplicabilidade desta lei.

Reivindicamos o cumprimento total da citada lei.

Em cinco anos (desde a sanção da lei) até o presente momento, as Secretarias

Estaduais de Educação, os Conselhos Estaduais de Educação e os gestores públicos (incluindo

governadores, prefeitos e Diretores das escolas de Ensino Médio) não encontraram uma forma

exeqüível de fazer cumprir o citado ordenamento jurídico.

No Tocantins, a situação não é diferente. No último concurso público do Estado, a

SEDUC abriu 11 vagas para professores de espanhol nos 139 municípios. Para Palmas

tivemos uma vaga, o que foi tomado como ofensa para nós, professores de Espanhol.

Perguntado a alguém ligado à Secretaria da Educação, o porquê de tão poucas vagas, a pessoa

respondeu: a SEDUC guiou-se pelo levantamento feito pelas Diretorias Regionais de Ensino -

DRE. Pode? O que faltou: visão ou competência?

Nós, professores do idioma de Cervantes, tivemos que criar uma Comissão

Permanente para Acompanhamento e Implantação do Espanhol no Brasil (COPESBRA)

junto ao Ministério da Educação em Brasília. Temos os seguintes desafios: 1) Abertura de

novos cursos de Espanhol em nível de Graduação e Licenciatura; 2) Incrementar a produção

brasileira de materiais didáticos em espanhol; 3) A inclusão da língua espanhola nas provas de

acesso ao Mestrado e Doutorado - terminando de uma vez por todas com a supremacia de

outra língua estrangeira, o inglês, por exemplo; 4) No caso do Tocantins, que seja aberto

concurso para professor de espanhol, mas que seja contemplado o número suficiente de vagas

para suprir a demanda.

Cinco anos se passaram. Estamos caminhando a passo de tartaruga para alcançarmos o

objetivo final: o Brasil - país lusófono, gigante pela própria natureza, e os brasileiros falando

espanhol e não “portunhol”. É tempo de crescermos!