Agua quente solar parte 4

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Criar um mercado sustentável de colectores solares com garantia de qualidade para o aquecimento de água em Portugal 4 Iniciativa promovida e financiada por

Transcript of Agua quente solar parte 4

Criar um mercado sustentável de colectores solares

com garantia de qualidade para o aquecimento de água em Portugal

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Iniciativa promovida e financiada por

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Neste Destacável nº4 da Iniciativa Pública "Água Quente Solar para Portugal" apresenta-se um balanço da IP-AQSpPe as perspectivas de progresso do mercado de colectores solares para o aquecimento de água em Portugal.Destacam-se também os resultados do primeiro inquérito às empresas do sector realizado pelo Observatóriopara o Solar Térmico, a conclusão do primeiro processo de certificação de um colector solar térmico pelo CERTIFe uma acção de sensibilização dirigida a alunos de escolas do ensino básico da Área Metropolitana de Lisboa.

O recurso a colectores solares para aquecimento deágua é uma prioridade da polít ica energéticanacional, pelo que representa de potencial deaumento de uti l ização de recursos renováveispróprios, de redução das emissões de CO2, desustentabilidade energética nos edifícios e de reduçãoda dependência externa. Foi por estas razões que foilançado o programa AQSpP no âmbito do E4, emNovembro de 2001, e que o actual Governoendossou esta prioridade na Resolução do Conselhode Ministros nº 63/2003, de 28 de Abril.

O grande objectivo específico do programa AQSpP é acriação de um mercado sustentável de colectores solarespara o aquecimento de água, com ênfase na vertente"Garantia da Qualidade", de cerca de 150 000 m2 decolectores por ano, para se poder atingir uma metada ordem de 1 milhão de m2 de colectores instaladose operacionais até 2010.

Para dar cumprimento operacional a este programa, aDGGE criou uma Iniciativa Pública (IP), com aduração de 2 anos (Maio de 2002 a Abril de 2004),para promover este tipo de instalações. A execuçãodesta IP foi confiada à ADENE, ao INETI, à SPES e àAPISOLAR, sob coordenação geral da DGGE.

Foi necessário criar e apoiar mecanismos decertificação de qualidade dos colectores e equipa-mentos (do tipo "kit") e criar cursos para dar formaçãoe certificar instaladores e projectistas de sistemassolares de aquecimento de água.

Foram também feitos estudos detalhados dos aspectoseconómicos da aplicação dos colectores solares noespectro alargado das suas potenciais aplicações.Publicaram-se brochuras visando vários sectores: odoméstico, o dos equipamentos públicos (piscinas epavilhões polidesportivos, entre outros) e o industrial,em que se apontam as condições em que se justificaa adopção do AQS e os cuidados a ter nasinstalações. Há indicações e recomendações concre-tas e quantificadas, em função das alternativasdisponíveis para cada tipo de utilização. Publicaram--se manuais técnicos de apoio aos instaladores.

Água Quente Solar Para PortugalBalanço e Perspectivas

Foram realizados eventos de promoção junto desectores alvo, tais como os Hotéis e os Municípios,intervenções junto das Escolas, dos Projectistas e dosPromotores Imobiliários, presenças em feiras para ogrande público, e uma divulgação em grande escalacom posters e brochuras alusivas, enviados paratodas as juntas de freguesia do país.

E, com estas bases concretizadas, promoveu-se umacampanha nos "media" para passar para o grandepúblico a mensagem de que o solar é bom mas quedeveriam exigir "sistemas certificados com 6 anosde garantia". Uma linha telefónica dedicada prestouos esclarecimentos que fossem solicitados pelopúblico interessado. Apesar de criticada pela Indústriado Solar como insuficiente, a campanha teve umalarga visibilidade bem demonstrada pelos contactosrecebidos via website www.aguaquentesolar.com elinha azul 808109090. Mais de metade doscontactos na linha telefónica foram uma sequênciadirecta dos "spots" na TV. Os próprios instaladores,em inquérito recente, reconheceram maioritariamenteuma melhoria do mercado em 2003. Claro que todosdesejávamos maior visibilidade, mas os custos deuma campanha publicitária são muito elevados e asdisponibilidades orçamentais públicas não permi-tiram mais. Apesar de a DGGE ter tentado a adesãode outras empresas em campanhas paralelassimultâneas, específicas para cada marca presenteno mercado nacional, o que, a ter ocorrido, teriapotenciado muito mais visibilidade à campanha, sóuma empresa nacional se associou a esta iniciativa.Não se pode pedir ao Estado para fazer tudosozinho… A indústria, que se mantém, na prática,geralmente passiva e numa posição muito poucoagressiva em termos de procura de mercado, tambémtem o dever de contribuir, pois são interessadosdirectos na actividade e dela retiram os seus lucros.

Frontalmente, contudo, há que reconhecer que, nofinal da campanha e da IP-AQSpP, o mercado estámuito longe de atingir as metas inicialmenteapontadas. Coloca-se, portanto, a questão: quefuturo? Como atingir aquele objectivo? Será possívelou é uma miragem?

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Mundo para instalar colectores solares, bem pertoda Alemanha e da Áustria (3º e 5º) em que o poderde compra é bem mais elevado que o nosso! Assim, édifícil desenvolver o mercado! Mesmo sistemas que,noutros países, se vendem mais baratos, chegam aPortugal e adoptam o preço do nosso mercado local.Cabe à indústria dar um passo decisivo na descidados custos, notório e significativo desde os anos 80,mas ainda não suficiente. Os custos médios dasinstalações apoiadas pelo VALOREN (1987-1992) foide 1075 €/m2, no SIURE - ENERGIA (1995-2000) foide 800 €/m2, menos 25% do que no VALOREN, em 10anos, o que é significativo. No actual MAPE, o custotem estado colado ao máximo apoiado dos 600 €/m2,valor que tem que baixar gradualmente ao longo dospróximos anos. Os estudos económicos efectuados naIP mostram que o valor economicamente viável é decerca de 400 €/m2, valor que coincide com a médiapraticada na maioria dos países da Europa, segundoo mesmo estudo europeu citado no parágrafo ante-rior. Trata-se, portanto, de uma meta que não parecede todo impossível de atingir. A indústria solar nacio-nal tem de dar passos seguros e rápidos nesta direcção.

> O custo inicial é um grande obstáculo. Mas háoutro porventura mais importante: a qualidade dossistemas. Os problemas de qualidade que destruíramo mercado solar nos anos 80 ainda nãodesapareceram totalmente. O Observatório, naADENE, tem visitado uma amostra de instalaçõesrecentes (<6 anos) e encontrou de novo algunsproblemas importantes e preocupantes de formarecorrente. Não muitos, mas alguns, os suficientespara serem altamente preocupantes. A continuaremestes tipos de problemas, não haverá futuro para aIndústria do Solar, que continuará a ser um nichopara uma pequena faixa de mercado em vez domercado de massas que se pretende criar.

Com a formação e certificação dos instaladores, estesproblemas poderão ser ultrapassados, mas énecessário passar claramente a mensagem para opúblico consumidor que uma instalação montada poralguém não qualificado (certificado) é um risco quedeve ser de todo evitado.

> Tem de haver qualidade nos equipamentos equalidade nas instalações. Mas os estudos doObservatório demonstram claramente que, paraconseguir esta qualidade, tem de haver Manutençãoregular ao longo da vida dos sistemas. Por isso, oprograma AQSpP instituiu o princípio da garantia

Claramente, há passos importantes a dar, quer peloEstado, quer pela indústria do solar, desejavelmenteem sintonia próxima. Por exemplo, serãofundamentais, incontroversamente, novas campanhasde informação e divulgação nos "media", devidamentefinanciadas, mantidas no ar em anos sucessivos e comvisibilidade maior do que em 2003, com uma fortecomponente patrocinada pelo Estado mas, neces-sariamente, acompanhadas por esforços paralelos econjugados da indústria do solar. Com uma linhatelefónica azul como a existente, em funcionamentopleno, este será um factor decisivo para manter apresença do solar na atenção permanente econtinuada junto do público. O número de contactosda linha azul da IP-AQSpP, em 2003, foiconsistentemente elevado durante a campanha na TV,na rádio e na imprensa, mas descaiu para valoresnegligenciáveis rapidamente após o seu fim.

Mas uma campanha a "vender" o quê? Certamente,um "Solar" com garantia de qualidade, economi-camente viável e tecnicamente fiável. E aqui resi-dem, porventura, alguns dos obstáculos mais signi-ficativos que a indústria do solar terá que vencer emPortugal. Recordemos os factos:

> Durante a IP-AQSpP foram feitos estudosdetalhados dos aspectos económicos da aplicaçãodos colectores solares no espectro alargado das suaspotenciais aplicações. Há indicações e recomen-dações concretas e quantificadas nas várias publi-cações já referidas, em função das alternativasdisponíveis. Não nos podemos esquecer dasalternativas existentes. O gás natural, o propano ou aelectricidade existem e têm um tarifário próprio comque a indústria solar tem de concorrer.

Mas há um facto que se tem de salientar: dados doobservatório da própria indústria solar europeiamostram que Portugal é o 4º país mais caro do

País IVA Sistema Individual Larga escalaCusto (€/m2) Área (m2) Custo* (€/m2) Área (m2)

Reino Unido 5% 1500 3

França 5.5% - 19.6% 800 5 680 100

Alemanha 16% 775 5 345 200

Portugal 12% 700 4 550 120

Austria 20% 680 6 600 80

Irlanda 12.5% 670 4-6

Espanha máx. 16% 600 2 420 173

Itália 10% 550 4 500 40

Dinamarca 25% 490 6 400 100

Japão (ts) 5% 485 4

Japão (forc) 5% 475 4

Espanha min. 16% 420 2 270 173

Finlândia 22% 410 5-8 310 200

Suécia 25% 400 10 200 5000

China (vac.) 264 2

Grécia 18% 250 2 200 100

Israel 18% 200/240 3

Turquia 18% 200 4 175

India 195 2-4

China (flat) 194 2

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Fonte: “Sun in Action II - A Solar Thermal Strategy for Europe”, ESTIF, Abril 2003.

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total de 6 anos incluindo a manutenção durante esteperíodo, incluída no custo inicial do sistema ou comcusto definido aquando da aquisição do sistema. Temque ser conquistada a confiança do mercado. Agarantia de qualidade com manutenção é a únicaforma de sobrevivência da indústria do solar. Osfabricantes já aderiram, mas os instaladores mostramalguma relutância. Numa série de workshopspromovidos pela IP-AQSpP no início de 2004, quecontou com a adesão maciça dos instaladores (maisde trezentas presenças de todo o país), apesar darecomendação favorável da própria APISOLAR, quequantificou os riscos que a garantia de 6 anos tinhade cobrir nuns modestos 3% a 6% do custo inicial dosistema, a reacção foi muito cautelosa e só umapequena percentagem de instaladores, porventura osmais bem informados e mais confiantes da qualidadetécnica das suas instalações, concordaram com oprincípio da garantia. A grande maioria, certamentepor uma reacção natural de conservadorismoderivado da novidade da questão, mostrou-serelutante quanto à oferta de uma garantia. Aliás, foicom alguma surpresa que ainda se ouviramafirmações do tipo "não dou garantia a algo que seique vai avariar durante os 6 anos". Para que o solarpossa penetrar no mercado de forma séria esustentada, este tipo de profissionais tem de serirradicado do mercado. Uma má instalação pode termais peso negativo do que muitas boas instalações edestruir um mercado emergente.

Qual deve ser então o papel do Estado? Para alémdas campanhas que deve coordenar e financiar, e demanter um Observatório que continue activo aacompanhar a evolução do mercado e a servir deagente de progresso e árbitro de conflitos entreinstaladores e clientes, bem como o dever deassegurar a continuidade da certi f icação deequipamentos e de profissionais, deverá havertambém vontade política para apoiar de forma clarae eficaz os aderentes à opção solar, através demedidas de incentivo adequadas e realmenteaplicáveis:

> Reduzir o IVA aplicável aos colectores solares, àsemelhança do que já sucedeu no passado e do que éhoje aplicado a outros sistemas concorrentes, nomea-damente bombas de calor para produção de AQS,passando a ser de apenas 5% em vez dos 12% actuais,tal como a DGGE tem defendido de forma continuada,mas sem sucesso, ao longo dos últimos anos.

> Tornar o incentivo fiscal de 30% do custo dosequipamentos solares, até um máximo de 700 €,autónomo da poupança-habitação pois, como amaioria dos portugueses usa este último benefício, aaplicabilidade da dedução dos equipamentos deenergia renovável é praticamente nula. Os estudosrealizados no âmbito da IP-AQSpP mostram clara-mente que este incentivo é fundamental para que oinvestimento em colectores solares possa ser consi-derado minimamente interessante num grandenúmero de situações em que o gás natural ou aelectricidade em tarifa bi-horária estejam disponíveis. No entanto, a concessão deste benefício fiscal deveráser acompanhada da exigência de que osequipamentos solares sejam sempre certificados,instalados por instaladores certificados e disponhamde garantia total mínima de 6 anos, incluindo amanutenção regular necessária correspondente, poissó assim o Estado terá a certeza de que o incentivoterá uma contrapartida real de poupança em termosde emissões de CO2. A comparticipação máxima devetambém caminhar gradual mas rapidamente para olimite superior dos 400 €/m2 anteriormente referidos.

A DGGE também já propôs a individualização desteincentivo em sede de IRS, com este formato, mastambém ainda sem sucesso.

> Encontrar mecanismos de permitir a concessão deincentivos a instalações solares também na regiãoLVT, que, por imposição das regras do QCA,deixaram recentemente de poder ser beneficiárias defundos estruturais, situação que pode vir a seralargada num futuro próximo a outras regiõeseconomicamente mais desenvolvidas em Portugal.

Finalmente, uma palavra sobre a pretensão,repetidamente reclamada pela indústria solar, de queo solar deveria ser obrigatório em Portugal. Mascomo é que o Estado pode obrigar os cidadãos acomprar e instalar algo que não funcione bem, quepossa dar problemas, que falhe pouco tempo após ainstalação, quando há outras alternativas fiáveis eeconómicas ao seu dispor? E que, ainda para mais,nem sempre seja a solução mais económica, pois ospreços dos equipamentos são mais elevados do queseria desejável. O solar até poderia ser obrigatóriose houvesse a garantia de que os sistemasfuncionassem sempre, de forma regular, sem maisproblemas do que os habituais nos sistemasalternativos, e que fossem economicamentecompetitivos. As experiências de solar obrigatórionoutros países, a começar pelo tão apontadoexemplo dos vizinhos espanhóis, em certas cidades(Barcelona e Madrid, por exemplo), têm sido umfracasso em termos de desempenho, com avariasdemasiado frequentes. Os telhados ficam a sermostruários de colectores abandonados que nãofuncionam, péssimas propagandas para a própriaindústria. Esta terá que vencer os problemas jáapontados antes que o Estado possa dar um passotão radical como a obrigatoriedade da sua instalaçãogeneralizada.

Mas, prevendo já uma eventual solução para oproblema, a DGGE propôs e fez introduzir desde jána proposta para o novo RGE (Regulamento Geraldas Edif icações) que devem ser colocadospreferencialmente colectores solares em todos osedifícios de habitação que tenham exposição solaradequada, permitindo aos Municípios que, a exemplodo tão citado caso espanhol, possam estabelecer aobrigatoriedade de tais sistemas por regulamentomunicipal. Nos regulamentos da utilização racionalda energia nos edifícios (RCCTE e RSECE), são dadoscréditos muito favoráveis à utilização de energiasrenováveis, que os tornam mais competitivos poispermitirão reduzir investimentos em outras opções deconservação de energia alternativas.

Portanto, e em jeito de conclusão, fica aqui uma men-sagem de que há perspectivas para um progresso signi-ficativo do solar em Portugal. A meta dos 150 000 m2

por ano de novos colectores instalados pode estarainda longínqua, mas uma atitude concertada daindústria e do Estado podem dar corpo à suaconcretização. Para tanto, é necessário promoveruma mudança radical de atitude da indústria dosolar, e haver muita vontade política do Estado. Amudança requer uma continuidade do diálogo que aIP-AQSpP permitiu desenvolver em termos constru-tivos. Esperemos que possa continuar já no futuropróximo com ideias e avanços concretos de parte aparte. Nem o Estado nem a indústria podem esperarque seja a outra parte, só por si, a dar o primeiropasso ou mesmo a dar todos os passos.

Eduardo MaldonadoAssessor da Direcção da DGGE | Coordenador da IP-AQSpP

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Inquérit

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Inquérito às empresas do sector

em moradias, soluções que complementam otradicional aquecimento de águas sanitárias.

Em relação à forma como as empresas sentiram aevolução do mercado em 2003 relativamente a 2002,o balanço é globalmente positivo, com 55% dasrespostas a indicarem uma área superior ou muitosuperior de painéis solares instalados. Foram 35% asrespostas com indicação de que instalaram menosárea de painéis durante o ano passado e 10% revelamque não notaram diferença.

No que se refere à quantidade de solicitações que asempresas foram objecto, a mesma foi superior o anopassado em relação a 2002. Para 2004, a maiorparte dos profissionais do sector perspectivam umaevolução positiva.

MARKETING, VENDAS E RESPOSTA A CLIENTES

Apenas uma empresa afirmou dispor de um comercialdedicado exclusivamente à área do solar térmico, oque é coerente com o facto de esta ser geralmenteuma actividade paralela e com a constatação de queapenas 58% dessas empresas dispõem dedepartamento de vendas.

De entre os argumentos utilizados pelas empresaspara propor aos clientes a aquisição de um sistemasolar, surgem destacados a poupança de energia(33%) e a produção de "energia limpa" (27%). Tanto anoção de bom investimento como a possibilidade debenefícios fiscais são argumentos utilizados por 17%das empresas. A garantia de qualidade apenasrecolheu 6% das escolhas.

Todas as empresas afirmam trabalhar com marcascertificadas ou em processo de certificação e que dãogarantia de qualidade para os equipamento,geralmente de 6 anos ou mais. As empresasinstaladoras normalmente não dispensam uma visitaprévia ao local da instalação, embora em 32% dasrespostas tenha havido indicação de que tal édispensado nas situações mais fáceis e em 7%indicaram que só o fazem nos casos de maiorcomplexidade. Em 70% das respostas, as empresaspropõem ao cliente um contrato de manutenção paraa instalação solar térmica.

Número de solicitações de clientes em 2003

relativamente a 2002

10%

52%

24%

14%

0%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Percentagem de respostas

muito superior

superior

igual

inferior

muito inferior

Perspectivas para o número de solicitações

de clientes em 2004 relativamente a 2003

8%

56%

28%

8%

0%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Percentagem de respostas

muito superior

superior

igual

inferior

muito inferior

No âmbito do Observatório para o Solar Térmico daIP-AQSpP, a ADENE lançou um inquérito às empresasque trabalham no solar térmico em Portugal, com vistaa caracterizar, de uma forma geral e sumária, aactividade dessas empresas no sector. Esta acçãodecorreu durante o mês de Abril de 2004 e foi dirigidaa um universo de 52 empresas que constam na lista deinstaladores do site www.aguaquentesolar. A abor-dagem foi realizada por entrevista directa a algumasdas principais empresas, tendo às restantes sido so-licitada resposta por via electrónica e/ou por telefone.Responderam 28 empresas e foi com base nessas res-postas que se efectuou uma análise das formas deactuação, do envolvimento e das expectativas destesagentes no mercado nacional da energia solar térmica.

CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS E SUAACTIVIDADE

Para a maioria (57%) das empresas que trabalham nosector, a energia solar não é a sua principal área denegócio, constituindo assim uma actividade paralelaou complementar à principal vocação da empresa. Aárea geográfica de intervenção é geralmente (em 40%dos casos) a região em que a empresa se insere(Norte, Centro, LVT, Alentejo ou Algarve), sendo queem apenas 18% das respostas foi indicada umaactividade em todo o território nacional.

Em relação ao tipo de actividade, a instalação surgiudestacada como a principal, tendo sido indicada em89% das respostas, seguida da manutenção com 57%.Tanto a actividade de projecto, com a de distribuiçãode equipamento foram indicadas em 43% dosinquéritos. Os fabricantes de equipamentoscorrespondiam a 14% das respostas.

O principal mercado para estas empresas, expressoem termos do tipo de instalações realizadas em 2003,é o doméstico, nomeadamente o aquecimento deáguas sanitárias em moradias, indicado em 58% dasrespostas. Surgem depois as instalações em lares(15%) e piscinas (12%) e uma última componentemenos mencionada e que inclui pavilhões gimno-desportivos, escolas, hotéis e outras infra-estruturas.De referir a indicação de alguns casos de aquecimentode piscinas particulares (7) e o aquecimento ambiente (3)

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Primeiro Colector Solar TérmicoCertificado em Portugal

A CERTIF, organismo de certificação de produtos,concluiu o primeiro processo de certificação de umcolector solar térmico em Portugal – o colectorNorquente N1 – da empresa Norquente, EnergiasRenováveis, Lda.

Esta certificação teve por base as normas europeias decolectores solares térmicos – EN 12975-1 e EN12975-2:2001 – e o esquema de certificação esta-belecido pela CERTIF (DO.PST.01.01).

Os ensaios de concessão segundo as normas járeferidas, foram realizados no LECS, Laboratório deEnsaio de Colectores Solares do INETI, no âmbito deuma das acções voluntaristas da IP-AQSpP.

Mais oito fabricantes solicitaram a certificação dosseus produtos, tendo os ensaios de concessão tambémsido realizados pelo LECS no âmbito da IP-AQSpP. Oprocesso de certificação só estará concluído apósanálise dos resultados de ensaio e do relatório daauditoria/inspecção em fábrica realizada por umaEquipa Auditora nomeada pela CERTIF. Aguarda-se aconclusão com concessão da certificação, para breve,de mais alguns destes processos de certificação.

Os colectores ou sistemas do tipo "kit" certificadosserão listados em www.aguaquentesolar.com logo queseja conhecida a sua certificação e desde que ofabricante declare que os produtos estão abrangidospor uma garantia mínima de 6 anos.

Não

37%

Sim

48%

Não sei

15%

A IP-AQSpP teve um efeito positivo

no seu negócio?

Às solicitações dos clientes, cerca de 43% dasempresas respondem oralmente (telefone oupessoalmente), 37% por escrito (via postal ou fax) e20% adoptam já o e-mail. O tempo médio deresposta a um pedido de orçamento é geralmente dedois dias úteis (60%), tendo cerca de um terço dasempresas referido que respondem no prazo de umasemana. Apenas 7% afirma responder no próprio dia.

CONHECIMENTO DO SECTOR E DA IP-AQSpP

As empresas afirmaram ter conhecimento dasprincipais entidades e iniciativas relacionadas com osector (DGGE, INETI, ADENE, SPES, APISOLAR,MAPE, LECS e CERTIF), sendo que 9 são mesmoassociadas da SPES e 3 da APISOLAR.

Apenas numa resposta foi dada indicação de que nãotinha conhecimento da IP-AQSpP. Das restantes, cercade metade (48%) considera que a Iniciativa Públicateve um efeito positivo no seu negócio, ao passo que15% ainda não consegue avaliar. Em relação aosaspectos a melhorar neste tipo de iniciativa, osincentivos fiscais e financeiros (incluindo linhas de

crédito específicas), com 39% de respostas, e adivulgação ao público, com 37%, foram os maisreferidos. Seguiram-se o apoio a profissionais dosector (17%) e a formação específica (17%).

A grande maioria (93%) dos inquiridos considera quea IP-AQSpP deve continuar. Das respostas dosprofissionais do sector destaca-se a convicçãogeneralizada de que apenas um trabalho e esforçocontínuos em iniciativas deste tipo poderá conduzir aresultados visíveis a curto/médio prazo.

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Para além do evidente impacto nas escolas envolvidase do reforço da cooperação entre várias organizaçõesinteressadas na promoção da energia solar térmicaactiva no nosso país, esta acção concertada culminacom a edição de um número da revista "Passa Palavra"dedicado à Água Quente Solar, a qual será distri-buida nos eventos comemorativos do Dia Nacional daEnergia 2004.

O “Passa Palavra” é uma revista temática anual,editada pelo GEOTA e dirigida às escolas, emparticular, a alunos e professores do 1º e 2º ciclos.Nesta edição para além, de se incluir um texto sobrea energia solar e o seu aproveitamento para o aque-cimento de água, são também apresentados os váriostrabalhos selecionados, realizados pelos alunos dasvárias escolas em que foram efectuadas as sessões desensibilização.

Desta acção destaca-se a grande receptividademanifestada pelos alunos, não só pelo entusiasmorevelado durante as sessões, mas também pelo núme-ro de trabalhos recebidos, mais de uma centena.

Passa-Palavra – Água Quente Solar

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No âmbito das comemorações do Dia Nacional daEnergia de 2004 e das actividades da IP-AQSpP, aADENE, em colaboração com os parceiros daIniciativa Pública e o GEOTA - Grupo de Estudos deOrdenamento do Território e Ambiente, preparou umaacção conjunta dirigida à população escolar do 1º,2º e 3º ciclos do ensino básico, centrada numa sériede sessões de sensibilização sobre o aproveitamentoda energia solar para aquecimento de água. Assessões tiveram inicio a 20 de Abril e foram realizadasjunto de doze escolas da Área Metropolitana deLisboa. Estas consti tuiram também espaços deanimação para a realização de trabalhos pelos alunossobre a temática, incentivados a darem os seuscontributos, com textos, desenhos, passatempos, etc.

Esta acção contou ainda com o apoio das AgênciasMunicipais de Energia dos municípios em que asescolas estão localizadas: a AMEL (Loures), a AMES(Sintra), a OEINERGE (Oeiras), a AMESEIXAL (Seixal)e a AGENEAL (Almada).

Foram também preparados materiais didácticosrelativos à temática; um guião para professores e umamonofolha de divulgação, com o objectivo de motivara aprendizagem e a criatividade dos alunos sobre otema em análise.

Escola Localidade Nº de Nº de Idades Nível de ensino Participação nas sessõessessões alunos

CEBE Lisboa 2 84 6-10 1º-4º ano do 1º ciclo do E.B. ADENE/GEOTA

Escola EB 1, nº1 Laranjeiro Almada 1 20 9-10 4º ano do 1º ciclo do E.B. ADENE/AGENEAL

E.S. Afonso Domingos Lisboa 2 16 15-18 9º ano do 3º ciclo do E.B. ADENE/GEOTA

E.B 2,3 Prof. Noronha Feio Queijas 1 28 13-14 8º ano do 3º ciclo do E.B. OEINERGE/ADENE/GEOTA

EB1 Pero Pinheiro Pero Pinheiro 1 44 8-10 3ª e 4º ano do 1º ciclo do E.B. AMES/ADENE/GEOTA

EB1 Agualva 4 Cacém 4 200 8-10 3ª e 4º ano do 1º ciclo do E.B. GEOTA

E.S.Emídio Navarro Almada 2 43 13-14 8º ano do 3º ciclo do E.B. AGENEAL/ADENE/GEOTA

Colégio Guadalupe Verdizela 1 21 14-15 9º ano do 3º ciclo do E.B. AMESEIXAL/GEOTA

EB 1 Mem Martins Mem Martins 2 178 8-10 3º e 4º ano do 1º ciclo do E.B. AMES/ADENE/GEOTA

Escola S. da Moita Moita 1 22 15-16 10º ano do E.S. ADENE/GEOTA

Escola de S. João da Talha S. João da Talha 1 70 15-16 10º ano do E.S. AMEL/ADENE/GEOTA

E.S D. Filipa de Lencastre Lisboa 1 24 13-14 8º ano do 3º ciclo do E.B. ADENE

Água Quente Solar para Portugal (AQSpP)

O programa "Água Quente Solar para Portugal" tem por objectivo a criação de um mercado nacional

de energia solar térmica de cerca de 150 000 m2 de colectores instalados por ano, capaz de atingir a

meta de 1 milhão de m2 de colectores instalados e operacionais até 2010.

Para potenciar este programa e aumentar a contribuição da energia solar para o aquecimento de água,

a Direcção Geral de Geologia e Energia (DGGE) promoveu a Iniciativa Pública "Água Quente Solar para

Portugal", potenciando sinergias entre várias instituições com vista à sua concretização: a Agência para

a Energia (ADENE), o Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI), a Sociedade

Portuguesa de Energia Solar (SPES) e a Associação Portuguesa da Indústria Solar (APISOLAR).

O financiamento da Iniciativa é assegurado pelo Programa de Incentivo à Modernização da Economia (PRIME)

e pelo Fundo Social Europeu, através da Medida 2.3 – Apoio para a qualificação de recursos humanos.

Este destacável faz parte integrante do

nº53 da Revista Energia Solar, sendo

editado no âmbito da Iniciativa Pública

“Água Quente Solar para Portugal”.

Iniciativa executada por