AGRICULTURA FAMILIAR E SUSTENTABILIDADE

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 7 • nº1446

Setembro/2013

Seu Reginaldo Pereira de Lima é um agricultor com uma história bem interessante: no ano de 1991 saiu da cidade de São Bento do Una, no sertão pernambucano, com mais quatro amigos para desenvolver um trabalho missionário-social no município de Itaetê/Bahia, a convite da Diocese de Ruy Barbosa.

Uma vez instalados na comunidade de Colônia, os trabalhos foram voltados para produção de agricultura familiar em uma área experimental de aproximadamente 18 tarefas (7 ha), onde foram colhidos bons frutos. Um tempo depois, os missionários partiram para outras regiões, mas seu Reginaldo resolveu ficar e hoje é casado com sua companheira Vera com quem tem três filhos.

Agricultura familiar e sustentabilidade

ITAETÊ

No sítio Sossego, que também tem 18 tarefas, a família tem culturas de subsistência e uma pequena área de forragens para alimentação animal. As culturas são coco, feijão de corda, mandioca, melancia, laranja, aipim e a banana e o inhame que ele coloca como carros-chefe; já a palma, grama e cana de açúcar são para produção de feno.

Uma parte da propriedade possui irrigação – aspersão e micro aspersão – que capta água do rio Una que passa perto da sua área. Seu Reginaldo diz que tem o desejo de implantar o sistema em toda área, mas como são recursos próprios ainda não foi possível.

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Bahia

Realização Patrocínio

Na área de roça ele cultiva mandioca do tipo salgadinha, aipim (rosinha, manteiga e todo tempo entre outros); o cultivo é consorciado com leguminosas - a exemplo do feijão de corda, que serve como alimento e melhora as condições do solo.

“É muito difícil encontrar essas mudas, então plantei essa área com o intuito de produzir mudas e sementes para mim e para os vizinhos, que vêm sempre buscar”, explica seu Reginaldo.

A área produz muito bem o inhame, que é uma planta que se adapta muito bem às condições locais, pois não necessita de grande quantidade de água além de ser bem apreciado pelos consumidores. Os tipos principais são o pernambucano, cará, roxo e são Tomé.

Seu Reginaldo explica que o inhame é uma planta tipicamente de clima quente e prefere solos areno - argilosos ou arenosos, leves e bem profundos, podendo ser plantado em leiras. A propagação é exclusivamente por material vegetativo e podem ser usados rizomas pequenos e cortados deixando a parte de gemas. É necessário deixar de repouso para cicatrizar o corte. Após o plantio, pode ser colhido com 7 a 9 meses e uma das características é que está pronto para a colheita quanto às folhas começam a ficar amareladas ou secas. Quando pergunto “onde o senhor teve as informações sobre o cultivo do inhame? ”, ele sorrir e responde “com meus pais no sertão de Pernambuco – trouxe até algumas mudas de lá”Na área de fruticultura ele planta coco, laranja, abacate e banana dos tipos maçã, naniquinha , nanicão, prata, café e samambaia, que possuem uma excelente produção e são cultivadas em consórcio com milho, cana de açúcar e melancia. A roça de forragem possui palma, cana de açúcar e grama e seu Reginaldo diz que é uma estratégica de armazenamento de alimentos para seus animais e para produção de feno e silo. Como nem toda a propriedade possui irrigação, ele utiliza a técnica de cobertura seca para manter a umidade do solo e a adubação é feita com composto orgânico ou esterco.A comercialização do excedente é feita na feira da comunidade, mas o principal objetivo é para o consumo familiar. Ele fala que existe uma procura muito grande por seus produtos por se tratar de produtos orgânicos e de boa qualidade.A propriedade serve como referência para a comunidade e como laboratório para os alunos da EFA de Colônia