A Batalha Contra a Carne

Aula - 05

A Batalha Contra a Carne

Textos Básicos: Gl 5.16-23; Mt 26.41

A vida cristã é uma peregrinação. Usando a linguagem das Escrituras, é uma viagem que se faz à pé. O ato de andar é um modo relativamente lento de transporte.

A maioria de nós move-se ao longo dessa estrada com velocidade de uma lesma.

Não corremos e nem saltamos o curso cheio de obstáculos da tentação. Há barreiras que impedem o nosso progresso. A cada ponto enfrentamos os ataques provocados pela carne.

No Novo Testamento encontramos duas palavras gregas que geralmente são traduzidas pela palavra “carne”: A palavra soma é normalmente usada para fazer referência ao corpo físico. A palavra sarx algumas vezes pode referir ao corpo físico, mas em outras, à natureza humana caída.

Quando sarx refere a natureza humana caída, descreve nossa corrupção, a qual de maneira alguma está limitada apenas ao nosso corpo, mas o homem como um todo. Nosso inimigo não é o corpo que Deus criou, mas estrago que o pecado fez nele.

Uma Mente carnal A expressão “mente carnal” não se refere simplesmente aos “maus pensamentos sobre vícios físicos”, como bebedeira, glutonaria e fornicação, por exemplo. A mente carnal envolve um propósito determinado contra Deus.

Em Gl 5.16-23, Paulo fala sobre uma guerra contínua entre a carne e o Espírito. Não é entre a carne e o Espírito humano, mas entre a vida que serve à carne, isto é, à natureza humana caída, e a vida guiada pelo Espírito.

A lista das obras da carne identifica as práticas pecaminosas que, conforme o apóstolo enfatizou, caracterizam os não-regenerados e os perdidos.

Naturalmente, é possível que uma pessoa regenerada caia em qualquer desses pecados por algum tempo. Cada um desses erros tem sido manifestado, em um tempo ou outro, pelos maiores santos. Mas não são características do crente. Todavia, se essa lista caracteriza a conduta de uma pessoa, isso é prova de que ela não foi ainda remida.

Quando examinamos as obras da carne, a lista inclui pecados que envolvem nosso corpo ( prostituição e bebedice) e pecados que são de caráter não físico ( ciúme, inveja, idolatria e coisas semelhantes.

Controlado Pelo Espírito O Espírito busca nos ensinar o domínio próprio. Somos chamados por Deus para dominar nossos desejos e mantê-los sob vigilância.

Tendemos a medir nosso progresso na santificação examinando nosso desempenho de acordo com padrões externos. Proferimos maldições e palavrões? Bebemos? Vamos muito ao cinema? Esses padrões são frequentemente usados para medir a espiritualidade. O verdadeiro teste — a evidência do fruto do Espírito Santo — geralmente é ignorado ou minimizado. Foi nessa armadilha que os fariseus caíram.

Muitas vezes nos afastamos do verdadeiro teste porque o fruto do Espírito é difícil demais. Exige muito mais do caráter pessoal do que os padrões exteriores superficiais. É muito mais fácil evitar falar um palavrão do que adquirir o hábito de ter uma paciência piedosa.

“Como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio

próprio.” (Provérbios 25.28) Antigamente, os muros de uma cidade era sua defesa principal; sem eles, a cidade era presa fácil para seus inimigos. Domínio próprio é o muro de defesa do cristão contra o desejo pecaminoso que trava guerra contra sua alma.

O desejo de comer não é, em si mesmo, pecado, mas uma função normal do corpo. Contudo, quando esse desejo fica fora de controle, permitimos que a glutonaria entre em nossa vida.

O impulso sexual também é um apetite natural que, em si mesmo, não é pecado. Deus proporciona o casamento como o contexto no qual a expressão do sexo é não somente permitida, mas ordenada. Fora do casamento, porém, devemos nos abster das atividades sexuais ( Ef 5.3).

O domínio próprio envolve uma vigilância muito mais ampla que somente controle de nossas paixões e de nossos desejos corporais. Também temos de exercitar o domínio próprio sobre pensamentos, emoções e fala.

Domínio próprio é necessário porque estamos em guerra com nossos próprios desejos pecaminosos. Tiago descreve esses desejos como algo que nos arrasta e nos atrai para o pecado (veja 1.14). Pedro diz que eles fazem guerra contra nossa alma (2Pe 2.11). Paulo fala deles como enganosos (veja Ef 4.22).

Esses desejos pecaminosos são tão perigosos porque moram dentro do nosso próprio coração. Tentações externas não seriam tão perigosas se não fosse pelo fato de acharem esse aliado do desejo bem dentro de nosso próprio peito.

Domínio próprio é um traço essencial do caráter da pessoa piedosa que permite obediência as palavras do Senhor Jesus: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lc 9.23). É impossível seguir a Jesus sem dar a atenção necessária a graça do domínio próprio em nossa vida.

A graça do domínio próprio afeta tantos aspectos de nossa vida, é útil focalizar nosso estudo dessa questão nestas três áreas principais: corpo, pensamentos e emoções.

Em que áreas do domínio próprio você é mais vulnerável?