Estrategias culturales y renovacin urbana: la experiencia de Barcelona

Pep Subirs'

"Cuanto ms homognea es una poblacin urbana, menos podemos hablar en trminos de ciudad. Cuanro ms segregados son los grupos y las funciones urbanas, menos estamos creando una comunidad. La ciudad encendida como un diagrama es, en ltimo trmino, la fbula de unos soadores que quieren la complejidad y la riqueza de la estrucrura urbana sin sus problemas, sus tensiones, su volatilidad."

Spiro Kosrof Tbe city sbaped

Barcelona constituye, desde hace algunos aos. un punco de referencia privilegiado, casi obligado, no slo para arquirecros y urbanistas de codo el mundo, sino para rodos aqullos que desde un mbito u Otro se interesan por la creacin y renovacin de las formas urbanas de vida y convivencia colectiva. Son muchos quienes hablan, incluso, de un modelo Barcelona de renovacin urbana.

A qu se debe que una ciudad relarivamente pequea, que no juega un papel poltico ni econmico de primer orden en comparacin con las grandes metrpolis mundiales, se convierta en modelo, en centro de atencin, de atraccin y debate?

Existe una base real y profunda para este inters o no se trata ms que de un fenmeno de moda, una espece de espejismo colectivo, derivado del

GAO, Idees i Proyectes, S.L y profesor, Accademia di Archirecrura Mendrisio, Espaa.

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P e p S u b i r o s

i m p a c t o m e d i t i c o q u e l a c i u d a d t u v o c o n o c a s i n d e l a c e l e b r a c i n d e l o s

J u e g o s O l m p i c o s d e v e r a n o d e 1 9 9 2 1

E s i n d u d a b l e q u e e s t e a c o n t e c i m i e n t o c o n t r i b u y d e m a n e r a d e c i s i v a a

a t r a e r l a a t e n c i n i n t e r n a c i o n a l s o b r e B a r c e l o n a , c o m o e s i g u a l m e n t e e v i

d e n r e q u e l a p r o p i a o r g a n i z a c i n d e l o s J u e g o s f u e u n a p a l a n c a f u n d a m e n

t a ! p a r a l a r e a l i z a c i n d e u n a p a r r e i m p o r t a n t e d e l o s d i v e r s o s p r o y e c t o s d e

r e n o v a c i n u r b a n a . P e r o t a m b i n e s i n d u d a b l e q u e l a e s t r a t e g i a d e r e n o v a

c i n d e l a c i u d a d e m p e z a d e s a r r o l l a r s e a n r e s y c o n i n d e p e n d e n c i a d e l p r o

y e c r o o l m p i c o , y c o n r i n u d e s p u s d e l a c e l e b r a c i n d e l o s J u e g o s .

D e m a n e r a p e r f e c t a m e n t e r a z o n a b l e y p r e v i s i b l e , y a q u e s t a e s l a p a r t e

m s e s p e c t a c u l a r y d a d o q u e s e h a l l e v a d o a t r m i n o c o n u n e l e v a d o n i v e l

d e c a l i d a d y c r e a r i v i d a d , s o n y a m u c h o s l o s e s r u d i o s q u e h a n a b o r d a d o l a

e x p e r i e n c i a b a r c e l o n e s a e n t r m i n o s d e r e o r d e n a c i n y t r a n s f o r m a c i n u r b a

n i s t i c a , e s d e c i r , e n t r m i n o s f t s i c o s y e s p a c i a l e s .

N o s e p r e t e n d e a q u r e s t a r i m p o r t a n c i a a l g u n a a e s t e p r o c e s o d e t r a n s

f o r m a c i n f s i c a d e l a c i u d a d . S i n e m b a r g o , e l a r g u m e n t o c e n t r a l e s q u e e l

v a l o r p r i n c i p a l d e l a e x p e r i e n c i a r e c i e n t e d e B a r c e l o n a r a d i c a , f u n d a m e n t a l

m e n t e , e n q u e e l c o n j u n t o d e p r o y e c t o s d e r e n o v a c i n u r b a n a r e a l i z a d o s e n

l o s l t i m o s v e i n t e a o s n o r e s p o n d e t a n t o a u n a d e t e r m i n a d a c o n c e p c i n

u r b a n s t i c a c o m o a u n a e s t r a t e g i a p o l t i c a d e r e i n v e n c i o n , n o r m a l i z a c i n y

c o n s o l i d a c i n d e m o c r r i c a d e s p u s d e r r e s a n o s d e g u e r r a c i v i l ( 1 9 3 6 - 1 9 3 9 )

y t r e i n t a y s e i s a n o s d e d i c r a d u r a f r a n q u i s r a ( 1 9 3 9 - 1 9 7 5 ) .

E n e f e c t o , l o m s c a r a c t e r s t i c o d e l p r o c e s o d e r e n o v a c i n u r b a n a d e

B a r c e l o n a e n r r e 1 9 7 9 y 1 9 9 7 h a s i d o , p r e c i s a m e n t e , l a i m p l i c a c i n d e l o u r

b a n o y l o c v i c o , l a u t i l i z a c i n s i s t e m t i c a d e l p l a n e a m i e n t o u r b a n o c o m o

i n s t r u m e n t o d e c i v i l i d a d , c o m o h e r r a m i e n t a c o n l a q u e c o n t r i b u i r a c o n s

t r u i r u n a c i e r t a i d e n t i d a d c v i c a y n u e v a s f o r m a s d e c o n v i v e n c i a c o l e c t i v a

s o b r e l a b a s e d e l a i n f i n i t a v a r i e d a d d e g r u p o s , i n t e r e s e s , a c t i t u d e s , v a l o r e s ,

m e m o r i a s , e r c . , i n h e r e n t e a t o d a g r a n c i u d a d .

E n e s t a s p g i n a s , p u e s , n o s e p r e t e n d e a b o r d a r e l p r o c e s o d e r e n o v a c i n

u r b a n a d e B a r c e l o n a e n s u t o t a l i d a d y c o m p l e j i d a d , s i n o p o n e r d e r e l i e v e l a

d i m e n s i n p o l t i c o - c u l t u r a l d e l a s p r i n c i p a l e s o p e r a c i o n e s a r q u i t e c t n i c a s y

u r b a n s t i c a s d e l p e r o d o a n a l i z a d o y s u c o n e x i n c o n e l p r o c e s o g e n e r a l d e

r e s t a b l e c i m i e n t o d e m o c r t i c o d e s e n c a d e n a d o e n E s p a a t r a s l a m u e r t e d e

F r a n c o .

113 Estrategias culturalesy renovacin urbana: la experiencia de Barcelona

Urbanismo y urbanidad

El anlisis descansa en la comprensin de la ciudad no slo como estructu-ra funcional, como cenero administrativo, econmico y comercial, sino tam-bin como dispositivo de significacin y de sentido, de encarnacin y pro-mocin de unos ciertos cdigos, valores y pautas polticas y culturales que facilitan, o no, unas determinadas formas de convivencia y cohesin social.

Toda ciudad es siempre, en este aspecto, una turbina social y una tela-raa espiritual, una mezcla de gente heterognea, un espacio donde convi-ven gentes de caractersticas y procedencias muy diversas, que realizan tra-bajos y funciones igualmente diversos, que viven en condiciones muy dis-tintas. Si esta heterogeneidad no se produce, no hay ciudad. Pero si esta he-terogeneidad no tiene --o no crea- referentes comunes, espacios y momen-tos de encuentro, de convivencia, de memoria colectiva, de proyecco com-partido, de debate, de fiesta, tampoco hay ciudad.

Extraos centros de vida, en las ciudades son tan importantes los mo-numentos como las alcantarillas, los espacios llenos como los vacos. Luga-res donde la gente hace las piedras y las piedras hacen la gente, donde a me-nudo son tan significativos los gritos como los silencios. los recuerdos y la historia como las ilusiones y los proyectos. Tejidos urbanos donde a menu-do solo se puede construir destruyendo lo preexistente, espacios de vida donde la convivencia se basa en la diferencia y la libertad, pero la diferencia y la libertad amenazan continuamente la estabilidad y la calidad de la con-vivencia. Porque la diversidad que es inherente a la gran ciudad, tambin constituye una gran dificultad para la vida en comn.

Cmo conseguir articular una identidad cvica compartida sobre la ba-se del reconocimiento y el respeto a la diversidad urbana? Este es, sin duda, uno de los principales desafos, si no el principal, al que se enfrenta todo proyecm democrtico de ciudad. Un desafo que, siendo importante en to-do momento. lo es especialmente en periodos de transicin de un rgimen autoritario a uno democrtico, porque en el mbito local se juega. en bue-na parte, la creacin y el arraigo de las formas democrticas de gobierno y convrvcncra.

La envergadura del desafo se pone de manifiesto cuando se observa la evolucin general de los grandes centros urbanos en la mayor parte del mundo, ya sea en sociedades altamente desarrolladas ya sea en sociedades

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P e p S u b i r s

c a r e n t e s d e m u c h a s d e l a s i n f r a e s t r u c t u r a s y d e l o s s e r v i c i o s p b l i c o s c o n s i -

d e r a d o s b s i c o s e n l a s p r i m e r a s : y a s e a e n s o c i e d a d e s c o n u n a l a r g a y e s t a b l e

t r a y e c t o r i a d e m o c r t i c a , y a s e a e n s o c i e d a d e s s u j e t a s a f u e r t e s y f r e c u e n t e s

c o n v u l s i o n e s p o l t i c a s . E n l a g r a n m a y o r a d e l o s c a s o s , e l d e s a r r o l l o u r b a n o

n o d a l u g a r a u n a f u e r t e i d e n t i d a d y c o h e s i n c v i c a , s i n o q u e c r i s t a l i z a e s -

p a c i a l m e n t e l a s d i v i s i o n e s s o c i a l e s , e c o n m i c a s , t n i c a s , c u l t u r a l e s , e t c . , d e

l o s d i v e r s o s g r u p o s c o n s t i t u t i v o s d e l a c i u d a d . Y , a s u v e z , e s t a f r a g m e n t a -

c i n e s p a c i a l r e r r o a l i m e n t a l a s d i v i s i o n e s s o c i a l e s , t n i c a s , p o l t i c o - c u l t u r a -

l e s d e o r i g e n .

P o r q u e l a r e s p u e s t a f c i l , a v e c e s p l a n i f i c a d a , a v e c e s e s p o n t n e a , a l d e -

s a f o d e l a d i v e r s i d a d u r b a n a e s l a n e g a c i n , l a o c u l r a c i o n , l a e x c l u s i n d e l o

d i v e r s o , d e l o o r r o ( l o o r r o e n r e l a c i n , c l a r o , a l a n o r m a l i d a d d o m i n a n t e ) . E n

r e g m e n e s a u t o r i t a r i o s , e l d e s a f o d e l a d i v e r s i d a d s u e l e r e s o l v e r s e a t r a v s d e

s u n e g a c i n c l a r a y a b i e r t a , r e t r i c a y r e a l . E n s o c i e d a d e s f o r m a l m e n t e d e -

m o c r t i c a s , s u e l e n s e r l o s m e c a n i s m o s e c o n m i c o s l o s q u e d e f o r m a m s s u -

t i l e i m p e r s o n a l c o l o c a n a c a d a u n o - y a c a d a g r u p o - e n s u l u g a r , f s i c o y

s i m b l i c o , e x c l u y n d o l o , o c u l r n d o l o . E n r o d a s l o s c a s o s , e l r e s u l r a d o e s

u n a c i u d a d d i v i d i d a , f r a g m e n t a d a . c a n c o e n s u s d i m e n s i o n e s f s i c a s , t a n g i -

b l e s , c o m o e n l a s c u l t u r a l e s , i n r a n g i b l e s . U n a c i u d a d e n l a q u e l a s d i f e r e n -

l e s i d e n t i d a d e s , m e m o r i a s , i n t e r e s e s y p r o y e c t o s c a r e c e n d e e s p a c i o s , n i f s i -

c o s n i s i m b l i c o s , d e e n c u e n t r o , d e i n t e r a c c i n , d e c o n s t r u c c i n d e l o s r e -

f e r e n t e s c o m u n e s i n d i s p e n s a b l e s a r o d a v i d a c v i c a .

S i n p r e t e n d e r e n n i n g n m o m e n t o a f i r m a r q u e B a r c e l o n a h a y a r e s u e l -

t o p l e n a m e n t e e s t e d e s a f o , l o c i e n o e s q u e l a e x p e r i e n c i a r e c i e n t e d e l a c i u -

d a d c o n s t i t u y e u n e j e m p l o a l t a m e n t e i n t e r e s a n t e d e u n a e s t r a t e g i a u r b a n a

c o n s c i e n t e m e n t e o r i e n t a d a a c o n s t i t u i r u n a i d e n t i d a d c v i c a a p a r t i r d e l r e -

c o n o c i m i e n t o d e l a s d i f e r e n c i a s y d e u n a v i s i n d e l a c i u d a d c o m o e s p a c i o

c o m n - f i s i c o y s i m b l i c o - d e l a d i v e r s i d a d .

C i e r t a m e n t e , l a d i v e r s i d a d s o c i a l , e c o n m i c a y c u l t u r a l d e B a r c e l o n a n o

e s , d u r a n r e e l p e r i o d o d e r e f e r e n c i a , c o m p a r a b l e a l a d e c i u d a d e s r r a d i c i o -

n a l m e n t e c o s m o p o l i t a s c o m o N u e v a Y o r k , L o s n g e l e s , P a r s o L o n d r e s , n i

a l a d e m e t r p o l i s e m e r g e n r e s c o m o L a g o s o J o h a n n e s b u r g o , p o r p o n e r

e j e m p l o s e x t r e m o s , p e t o n o e s t o t a l m e n t e a j e n a a l a d e m u c h a s c i u d a d e s e u -

r o p e a s o l a t i n o a m e r i c a n a s .

N o h a y q u e o l v i d a r q u e a l p r i n c i p i o d e l o s a o s 7 0 , B a r c e l o n a e s r c o r n -

p u e s r a p o r d o s c o n g l o m e r a d o s d e m o g r f i c o s c 1 a r a m e n r e d i f e r e n c i a d o s d e d i -

115 Estrategias culturales y renovacin urbana: la experiencia de Barcelona

mensiones prcricarnenre idnticas: por un lado. una mitad de poblacin au-roctona catalana, con su propia lengua, tradicin y sensibilidad. poltica y cul-ruralmente vertebrada en torno a una clase media de elevado nivel profesio-nal. econmico y culrural en relacin al resto de Espaa; por otro lado, una mitad de poblacin inmigrante, procedente de diversas regiones del resto de Espaa y especialmente de! Sur. La mayora de esta inmigracin, expulsada de sus tierras por la pobreza y atrada por el superior desarrollo econmico de la ciudad y de la regin catalana en general, ha venido a Barcelona a partir de los aos 1950 y constituye e! grueso de la clase obrera. Una parte reducida pero significativa. culruralmenre cercana al grueso de la inmigracin laboral pero poltica y socialmente alejada de ella, la constituyen miles de funcionarios -cmaestros, jueces. policas. militares, etc.- de la adminisuacin franquista.'

En su simplicidad. la divisin social. econmica y cultural de Barcelona contiene rodas los elementos necesarios para hacer posible la consolidacin de una fractura profunda entre dos comunidades: por un lado, la poblacin de origen cataln. slidamente asentada en lo econmico. cohesionada en rorno a la lengua y la cultura propias y tambin en su recelo histrico hacia e! Estado franquista, y ocupando las zonas centrales de la ciudad y los me-jores barrios residenciales; por otro, la poblacin inmigrante, de origen muy diverso. pero cohesionada por su posicin econmica subalterna --con ex-cepcin de los funcionarios de! Esrado-, la lengua espaola y, muy mayori-ranamente, por su residencia en zonas de urbanizacin reciente. acelerada. en la periferia de la ciudad, muy frecuentemente sin los ms mnimos ser-vicios e infraestructuras. Las condiciones para un enfrentamiento tnico-cultural. expresivo ya su vez ocultador de un enfrentamiento socio-econ-mico. estaban servidas.

La estrategia de renovacin urbana desarrollada en Barcelona desde 1979 ha perseguido conscientemente contribuir a neutralizar y desactivar esta amenaza con los medios y recursos modestos pero eficaces de que dis-pone un gobierno municipal.

En una primera fase, durante los aos inmediaramenre posteriores a la guerra civil, la administra-cin pblica constituye un reducto, y frecuenremenre un privilegio, para los adictos al nuevo rgi-men poltico. Este carcter se mantendr a lo largo de todo el franquisrno en sectores "duros" der la administracin como seguridad, defensa o hacienda. Sin embargo, en otros como enseanza, sa-nidad administracin local, se producir lentamente una cierta normalizacin que se traducir en una creciente presencia en estos secrores de funcionarios de origeu cataln.

1 1 8 P e p S u b i r s

c i a l , a l a h o r a d e d i s e a r y r e a l i z a r l o s m s d i v e r s o s p r o y e c r o s u r b a n o s , f u e -

s e c u a l f u e s e s u e s c a l a , h a c i a l a c o m b i n a c i n e i n t e g r a c i n s i s t e m t i c a d e r e -

c u p e r a c i n e i n n o v a c i n , d e r e s t a u r a c i n y n u e v a c r e a c i n , d e f u n c i o n a l i -

d a d y s i g n i f i c a c i n .

L a s d i f e r e n t e s o p e r a c i o n e s d e r e n o v a c i n f s i c a d e l a c i u d a d . p u e s , s i e m -

p r e h a n c o m p o r t a d o n o s l o u n a d i m e n s i n f u n c i o n a l , i n s t r u m e n t a l , s i n o

t a m b i n u n c o m p o n e n t e c l a r a m e n t e c u l t u r a l , i n c o r p o r a n d o s i s t e m t i c a -

m e n e e , e n s u p l a n e a m i e n r o y d i s e o , e l e m e n t o s y m e c a n i s m o s f a v o r e c e d o -

r e s d e m e m o r i a y d e c r e a t i v i d a d , d e r e e q u i l i b r i o y d e c o h e s i n s o c i a l .

E n e l t e r r e n o e s p e c f i c a m e n t e c u l t u r a l , l a s p r i o r i d a d e s e s t a b l e c i d a s h a n

s i d o i n s e p a r a b l e s d e u n a c o n c e p c i n g e n e r a l d e l a c i u d a d e n l a c u a l l o s g r a n -

d e s e q u i p a m i e n t o s c u l r u r a l e s ( m u s e o s , t e a t r o s , a u d i t o r i o s , p o r e j e m p l o ) , n o

s o n s l o e n t e n d i d o s c o m o c e n t r o s d e c o n s e r v a c i n , d o c u m e n t a c i n y d i f u -

s i n d e l p a t r i m o n i o h i s t r i c o - a r t s t i c o , s i n o t a m b i n y m u y e s p e c i a l m e n t e

c o m o v e r r e b r a d o r e s d e l t e j i d o u r b a n o , d e l e q u i l i b r i o t e r r i t o r i a l y d e l a c r e a -

c i n d e r e f e r e n t e s s i g n i f i c a t i v o s e n e l e s p a c i o p b l i c o .

E l c o n t e x t o : a n l i s i s d e l a s i t u a c i n d e p a r t i d a y d e l e n t o r n o

P a r a d e s a r r o l l a r e s t a p o l t i c a d e c o h e s i n y r e e q u i l i b r i o r e r r i t o r i a l y s o c i a l a

t r a v s d e l a r e n o v a c i n e s p a c i a ! p e r o t a m b i n a t r a v s d e f a a r t i c u l a c i n d e

r i e m p o s h i s t r i c o s y d e l a p o t e n c i a c i n d e c d i g o s c o l e c t i v o s d e s i g n i f i c a -

c i n , d e m e m o r i a s y p r o y e c t o s , B a r c e l o n a h a p a r t i d o d e u n a s p r e m i s a s c o n -

t r a d i c t o r i a s p e r o e n s u c o n j u n t o f a v o r a b l e s .

I n d u d a b l e m e n t e , u n o d e l o s g r a n d e s a c t i v o s d e l a B a r c e l o n a a c t u a l e s e l

d e t e n e r d o s m i l a o s d e h i s t o r i a a s u s e s p a l d a s .

E n A s i a y E u r o p a , l o s c e n t r o s u r b a n o s q u e t i e n e n u n a h i s t o r i a m i l e n a -

r i a n o e s c a s e a n . S i n e m b a r g o , s o n r e l a t i v a m e n t e p o c o s l o s q u e s e h a n i n c o r -

p o r a d o a y h a n p a r t i c i p a d o a c t i v a m e n t e e n l o s p r o c e s o s d e m o d e r n i z a c i n

c o r r e l a t i v o s a l a s r e v o l u c i o n e s e c o n m i c a s , p o l t i c a s y c u l t u r a l e s d e l o s l t i -

m o s d o s c i e n t o s a o s . Y s o n m u c h o s m e n o s a n l o s q u e , h a b i n d o s e i n c o r -

p o r a d o a e s t o s p r o c e s o s , h a n p r e s e r v a d o p a n e s s u s t a n c i a l e s d e s u t e j i d o y d e

s u p a t r i m o n i o h i s t r i c o p a r a i n t e g r a r l a s a l a c i u d a d m o d e r n a .

E s s a b i d o q u e l a s g r a n d e s c i u d a d e s c o n t e m p o r n e a s s e h a n c o n s t i t u i d o

- m e d i a n r e u n c o m p l e j o e n t r a m a d o d e f a c t o r e s s o e i o e c o n m i c o s y d e d e c i -

Estrategias culturales J renovacin urbana: La experiencia de Barcelona 119

siones polticas- durante los dos ltimos siglos, independientemente de que sus ncleos fundacionales tengan un origen ms o menos remoto. Pero casi rodas ellas lo han hecho negando y destruyendo su pasado.

En Barcelona, sin embargo, el impulso modernizador derivado de la in-dustrializacin no arrasa la vieja ciudad medieval sino que. reutilizndola y aun daando algunas panes importantes, preserva su trazado general y una parle sustancial del patrimonio construido. Y no slo eso: el crecimiento da lugar, primero, no sin conflictos ni resistencias, a uno de los ms consegui-dos proyectos de planeamiento urbano del siglo XIX -el Ensanche' de Ilde-fans Cerda- y despus a la eclosin del modernismo de finales del siglo XIX y principios del XX.

Ms adelante, los periodos de intenso crecimiento urbano del siglo XX -los aos 20 o los 60- tampoco destruyen substancialmente el patrimonio heredado. La especulacin inmobiliaria proregida y alimentada por los go-biernos antidemocraticos resulta nefasta para las nuevas periferias, pero no afecta de manera irreparable el tejido urbano preexistente. Ciertamente, el casco antiguo se va degradando y empobreciendo, se construye en los inte-riores de manzana del Ensanche originalmente planeados como espacios li-bres pero, por diferentes motivos, los principales proyectos de suentramento y de vas rpidas no llegan a realizarse. y los rasgos fsicos esenciales del cas-co antiguo, del propio Ensanche y hasta de los pueblecitos anexionados a fi-nes del siglo XIX y principios del XX -Gracia, Sarri, Sanrs, ...- son preser-vados. La percepcin, pues, de la ciudad como continuum en el que se van articulando y sedimentando diferentes capas histricas, incluso dentro de un proceso sostenido de cambio, se mantiene sin grandes dificultades.

Cabe decir que este proceso es el resultado tanto de unas ciertas fuerzas y poderes como de unas debilidades innegables: una debilidad poltica y una debilidad econmica.

En efecto, la preservacin, hasta nuestros das. de la estructura urbana y de muchas piezas esenciales de la Barcelona medieval y del siglo XIX es en buena parte, y paradjicamente, fruto de una gran ausencia y de una re-lativa pobreza: la ausencia de un poder poltico fuerte situado en la ciudad y la relativa pobreza de unas clases burguesas que nunca han sido lo sufi-

2 Plan de extensin de la ciudad mis all de las murallas concebido como una malla ortogonal. La unidad bsica est constituida por bloques cuadrangulares de 110 menos de lado en cuyo interior Cerda prev la instalacin de amplios jardines de uso colectivo.

1 2 0 P e p S u b i r J

c i e n t e m e n r e r i c a s c o m o p a r a r e n o v a r r a d i c a l m e n t e e l t e j i d o u r b a n o e n c l a -

v e f u n c i o n a l .

L a r e l a t i v a s u e n e d e B a r c e l o n a - y l o q u e e n c u a l q u i e r c a s o c o n s t i t u y e

u n a d e s u s g r a n d e s s i n g u l a r i d a d e s - e s q u e , d e s p u s d e l a p o c a d e e s p l e n d o r

p o l r i c o y e c o n m i c o d e l a B a j a E d a d M e d i a , l a c i u d a d n u n c a h a s i d o s u f i -

c i e n t e m e n t e r i c a y p o d e r o s a p a r a p o d e r s e p l a n t e a r s e r i a m e n t e l a d e s t r u c c i n

d e s u h i s t o r i a , p a r a l l e v a r a t r m i n o o p e r a c i o n e s d e s a n e a m i e n t o y d e r n o -

n u m e n t a l i z a c i n a l e s t i l o d e l a s g r a n d e s c a p i t a l e s i n t e r n a c i o n a l e s . ( A u n q u e

e s t a r e l a t i v a p o b r e z a e x p l i c a t a m b i n l a d e g r a d a c i n a l a q u e h a s i d o s o r n e -

t i d o d e s d e s u i n i c i o e l p r o y e c t o d e I l d e f o n s C e r d a , a s c o m o l a a u s e n c i a d e

e s p a c i o s m o n u m e n t a l e s y e q u i p a m i e n t o s p b l i c o s e n e l E n s a n c h e . )

T o d o e l l o n o q u i e r e d e c i r , s i n e m b a r g o , q u e l o s p o d e r e s p o l t i c o s n o h a -

y a n j u g a d o u n p a p e l i m p o r r a n r e e n l a c o n f i g u r a c i n d e l a B a r c e l o n a m o d e r -

n a . L o q u e o c u r r e e s q u e , a d i f e r e n c i a d e o r c a s g r a n d e s c i u d a d e s , e n B a r c e -

l o n a y m s e n g e n e r a l e n C a t a l u a , l a s i n s t i t u c i o n e s d e c i s i v a s h a n s i d o l o s

g o b i e r n o s l o c a l e s , y e n e s p e c i a l e l A y u n t a m i e n r o d e l a c i u d a d .

T a m b i n h a n j u g a d o u n p a p e l d e c i s i v o l o s p o d e r e s e c o n m i c o s , p e r o s e

h a r e a r a d o s i e m p r e d e u n o s p o d e r e s e c o n m i c o s d e d i m e n s i n y a l c a n c e

e m i n e n t e m e n t e l o c a l . Y e n l a p r a c t i c a , l a c r e a c i n y l o s g r a n d e s s a l t o s d e l a

B a r c e l o n a m o d e r n a s e h a n p r o d u c i d o c u a n d o h a c u a j a d o u n a a l i a n z a d e f a c -

t o e n t r e e l g o b i e r n o l o c a l y l a s f u e r z a s e c o n m i c a s y s o c i a l e s m s d i n m i c a s

d e l a c i u d a d .

A h o r a b i e n , e s t a c i v i l i d d d , q u e e s l a g r a n f u e r z a d e B a r c e l o n a , r a m b i n

e s r e v e l a d o r a d e s u g r a n d e b i l i d a d . E n B a r c e l o n a n o e n c o n t r a m o s l o s g r a n -

d e s e s p a c i o s . l o s g r a n d e s m o n u m e n t o s , l o s g r a n d e s e d i f i c i o s r e p r e s e n r a t i v o s

q u e c a r a c t e r i z a n l a s p r i n c i p a l e s c a p i t a l e s p o l t i c a s y / o f i n a n c i e r a s d e l a e s c e -

n a i n t e r n a c i o n a l . Y p r o y e c t o s d e i n f r a e s t r u c t u r a i m p r e s c i n d i b l e s p a r a u n a

c i u d a d q u e p r e t e n d a s e r u n g r a n c e n t r o e c o n m i c o y c u l t u r a l y q u e c o n e l

c o n c u r s o d e c i d i d o d e u n p o d e r p o l t i c o s u p r a l o c a l s e r a n l l e v a d o s a t r m i n o

c o n r a p i d e z , e n B a r c e l o n a s e h a n a r r a s t r a d o d u r a n t e a o s y a m e n u d o h a n

q u e d a d o p a r c i a l m e n r e d e s v i r t u a d o s p o r e l c a m i n o : e l p r o p i o p l a n C e r d a , l a s

g r a n d e s i n f r a e s t r u c r u r a s v i a r i a s , e l t r a n s p o n e m e t r o p o l i t a n o , . . .

A l g u n a s v e c e s s e h a d i c h o q u e B a r c e l o n a e s u n a m e z c l a d e F l o r e n c i a y

M a n c h e s t e r , S i n d u d a , l a c o m p a r a c i n e s i n a d e c u a d a e n m u c h o s a s p e c r o s , p e -

r o s u g i e r e h e c h o s i n c o n r e s r a b l e s : l a s i n g u l a r s n t e s i s b a r c e l o n e s a e n t r e t r a d i -

c i n y m o d e r n i d a d , e n t r e p a t r i m o n i o y n u e v a c r e a c i n , e n t r e a r t e e i n d u s t r i a ,

Estrategias culturales y renooacion urbana.' la experiencia de Barcelona 121

Pero al mismo tiempo, esra sfn tesis es incomprensible si no se tiene en cuenta la peculiar dinmica econmica y polrica de la ciudad. el papel ju-gado por los poderes pblicos y las aspiraciones po lricas y sociales de las cla-ses burguesas y populares barcelonesas.

Es decir, as como sera ingenuo pensar que la preservacin de la Barce-lona medieval fue debida a una perspicacia histrica que permiti anticipar la actual revalorizacin cultural de este patrimonio. tambin seria simplista atribuir solo a la ausencia de grandes recursos econmicos la preservacin de este legado urbano y arquitectnico.

No son motivos econmicos sino claramente polticos e ideolgicos los que hacen que la lucha de la renaciente Barcelona de finales del siglo XIX frente a una Espaa sumida en la decadencia, enarbole como punto de re-ferencia privilegiado el glorioso -y mitificado- pasado medieval de la ciudad.

No es casualidad que el estilo arquitectnico y artstico con el que la pu-jante burguesa barcelonesa de finales del siglo XIX expresa y sublima su nueva riqueza y sus aspiraciones, sea el llamado modernismo', un movimien-to en el cual a menudo se confunden las innovaciones ms atrevidas con (as tcnicas y formas estilsticas mas tradicionales y medievalizantes.

Como no es casualidad que la de nuevo emergen re Barcelona de los aos 1960 y 1970, Yla de ahora mismo, redescubra y exalte el legado mo-demisra que durante el rgimen franquista cay, en el mejor de los casos, en el olvido y, en el peor, bajo la piqueta (en parte, como resultado del gUSto de la poca pero en parte, tambin, por su carcter fucrremenre representa-tivo de un renacimiento cataln roralmenre opuesto, en su significacin his-trica, a las ideas polricas de la dictadura franquista).

Recuperando y defendiendo unas ciertas piedras se recupera, se defien-de y se proyecra hacia el futuro una cierta idea de ciudad.

Tambin la vida, las instituciones yel patrimonio cultural de Barcelona reflejan la fuerza y las debilidades de la ciudad, las presencias y la ausencias.

La vida cultural de Barcelona ha sido, y en gran medida sigue siendo, una vida fundamenralrnenre civil, protagonizada por la ciudad en forma de inicia-tiva privada o de administracin local -y actualmente tambin a travs de la ad-ministracin regional, la Generalirar-, pero nunca por el Estado central. Aun-

3 Movimiento de inspiracin similar al "AH nouveau' franco-belga ()al "[ungendsril" centroeuropeo. La arquirecrura de Anrcni Gaud consrituye, en Barcelona. ~1I expresin ms destacada, aunque no nica.

1 2 2 P e p S u b i r s

q u e p a r e z c a i n c r e b l e , e n B a r c e l o n a , d e j a n d o d e l a d o e l A r c h i v o d e l a a n t i g u a

C o r o n a d e A r a g n , n o h a y u n a s o l a i n s t i t u c i n c u l t u r a l d e i n i c i a t i v a o r i r u l a r i -

d a d e s t a t a l : n i u n m u s e o , n i u n t e a t r o . n i u n a u d i t o r i o , n i u n a b i b l i o t e c a .

N o o b s r a n t e . e n B a r c e l o n a h a y i m p o r t a n t e s e n t i d a d e s c u l t u r a l e s , a l g u -

n a s s o n d e o r i g e n a b s o l u r a m e n t e p r i v a d o ( c o m o e l G r a n T e a t r o d e l L i c e o o

e l P a l a c i o d e l a M s i c a ) , p o r m s q u e a h o r a e s r n p l e n a m e n r e r e s p a l d a d a s y

s l o p u e d a n e x i s t i r g r a c i a s a l a p a r t i c i p a c i n d e l a s a d m i n i s t r a c i o n e s p b l i -

c a s ; l a m a y o r a s o n d i r e c t a m e n t e , y d e s d e s u c o m i e n z o , i n i c i a t i v a s y r e a l i z a -

c i o n e s d e l a a d m i n i s t r a c i n l o c a l , c o m o l a c a s i [ O r a l i d a d d e m u s e o s y b i b l i o -

t e c a s p b l i c a s .

A s , u n r e c o r r i d o p o r n u e s t r o s m u s e o s d i b u j a u n a r a d i o g r a f a c l a r s i m a

d e l o s m o m e n t o s a l t o s y b a j o s d e n u e s t r a h i s t o r i a : u n a B a j a E d a d M e d i a e s -

p l e n d o r o s a ; l a c r i s i s y r e l a t i v a d e c a d e n c i a e n t r e l o s s i g l o s X V I y X V 1 1 1 ; l a r e -

v i t a l i z a c i n d e f i n a l e s d e l X V 1 1 1 ; l a e x p l o s i n d e r i q u e z a y c r e a t i v i d a d d e f i -

n a l e s d e l X I X Y p r i n c i p i o s d e X X ; l a m i s e r i a m o r a l y c u l t u r a l d e l f r a n q u i s -

m o ; e l r e n a c i m i e n t o , e l d i n a m i s m o y l a c r e a t i v i d a d d e n u e s t r o s d a s . . .

E l M u s e o A r t e d e C a t a l u a r e n e l a s m e j o r e s c o l e c c i o n e s d e a r t e m e -

d i e v a l . H a s t a l a r e c i e n t e i n c o r p o r a c i n d e l a G e n e r a l i t a t d e C a t a l u a , h a s i -

d o u n m u s e o m u n i c i p a l , c o m o e l M u s e o P i c a s s o , u n m u s e o e x c e p c i o n a l

c o n s t i t u i d o r o t a l m e n r e a b a s e d e d o n a c i o n e s p r i v a d a s , e n p r i m e r l u g a r l a s

d e l p r o p i o a r t i s t a .

L a F u n d a c i n M i r , l a F u n d a c i n T a p i e s y e l n u e v o M u s e o d e A r t e

C o n t e m p o r n e o s o n f r u t o , t a m b i n , d e l a f e l i z c o l a b o r a c i n e n t r e l a g e n e -

r o s i d a d d e n u e s t r o s g r a n d e s a r t i s t a s , l a v o l u n t a d p o l t i c a d e l o s g o b i e r n o s l o -

c a l e s y d e l r e g i o n a l y , e n e l l t i m o c a s o , e l r e n a c i d o m e c e n a z g o d e l s e c t o r

p r i v a d o .

U n r e s u l t a d o d e e s t e p r o c e s o e s q u e , e n s u m o r f o l o g a u r b a n a y e n s u

p a t r i m o n i o h i s t r i c o - c u l t u r a l , l a B a r c e l o n a a c t u a l c o n s t i t u y e u n a e x p r e s i n

p r i v i l e g i a d a d e t r e s m o m e n t o s h i s t r i c o s : e l t a r d o - m e d i e v a l , e l m o d e r n i s t a

d e f i n a l e s d e l s i g l o X I X y p r i n c i p i o s d e l s i g l o X X y l a r e n o v a c i n y e x p e r i -

m e n t a c i n c o n t e m p o r n e a . T r e s m o m e n t o s s u s t a n c i a l m e n t e d i s r i n r o s e n s u s

f o r m a s a r t s t i c a s , e n s u s v a l o r e s c u l t u r a l e s y m o r a l e s y t a m b i n e n l o s s c c r o -

r e s s o c i a l e s c o n c r e t o s q u e l o s p r o r a g o n i z a n , p e r o u n i d o s l o s t r e s p o r e l c a -

r c t e r l o c a l y c v i c o d e s u s f u e r z a s m o t r i c e s .

F i n a l m e n t e , u n e l e m e n t o t a m b i n d e c i s i v o d e l a s i n g u l a r i d a d d e B a r c e -

l o n a r a d i c a e n e l h e c h o d e s e r e l c e n t r o d e g r a v e d a d d e u n a r e a l i n g s t i c a

Estrategias culturales y renovacin urbana: la experiencia de Barcelona 123

y culrural clararnenre diferenciada, la catalana, dorada de profundas races y tradiciones.

En este aspecto. la hisroria catalana constituye uno de los taras ejemplos de pervivencia de una lengua que sin gozar del apoyo de un Estado -al con-trario. habiendo sufrido largo riempo una poltica linguistica y culrural ro-talmente adversa- no solo se ha conservado y consolidado como lengua co-loquial sino que en los lrimos cien aos ha ido ganando rerreno como len-gua de alra cultura.

Con todo, probablemenre sea errneo considerar, como a veces se hace, que la vitalidad y la personalidad cultural de Barcelona descansan en el he-cho diferencial cataln.

Es cierro que el hecho cataln resulta imprescindible para comprender la personalidad y la vida barcelonesa. pero no lo es menos que si la lengua y la culrura caralanas han podido subsistir y consolidarse al margen y en contra de cualquier ayuda estatal ello se debe, en gran paree, a la existencia y a la viralidad cultural de una ciudad como Barcelona que ha sido una ciudad abierta, activa, emprendedora, integrada en los procesos europeos de mo-dernizacin econmica y social mientras el resto de Espaa se replegaba so-bre s misma en rorno a valores, actitudes y formas de organizacin social y econmica claramente rerardatarias con respecto a Europa.

Durante prcticamente roda el periodo decisivo del proceso de indus-trializacin y modernizacin, Barcelona ha sido la capital de una regin con unas caractersticas econmicas y culturales bien definidas en el conjunto de Espaa y. sin embargo, sin una expresin institucional propia.' De ah que durante Jos dos ltimos siglos. los gobiernos locales y muy en especial el Ayuntamiento de Barcelona y sus alcaldes en ms de una ocasin han juga-do el papel simblico y real de unas inexistentes instituciones de mbito ca-taln, corno en menor medida lo ha jugado, en momentos ms puntuales, la Diputacin (gobierno provincial) de Barcelona.

4 Entre 1714 y 1')77, fecha del rcsrahlecirnicnto del gobierno autnomo de Catalua, slo hay dos breves periodos en que esra expresin insriruciorul se produce: la Mancornunitat de Caralua, en-tre 1')14 y 1925, y la Generalirac de la Segunda Repblica, enrre 1931 i 1939.

1 2 6

P e p S u b i r s

E n b u e n a p a n e , e s t o s p r o b l e m a s n o t i e n e n n a d a d e o r i g i n a l , n o s o n e s -

p e c f i c a m e n t e b a r c e l o n e s e s n i c a t a l a n e s . A u n q u e m u y a g r a v a d o s p o r u n a e s -

p e c u l a c i n d e s e n t r e n a d a y p o r l a c a r e n c i a d e d e r e c h o s d e m o c r t i c o s i m -

p u e s t a p o r l a d i c t a d u r a f r a n q u i s r a , s o n p r o b l e m a s m u y s i m i l a r e s a a q u e l l o s

c o n l o q u e s e h a n e n f r e n t a d o y e n f r e n t a n m u c h a s c i u d a d e s e n E u r o p a y e n

t o d o e l m u n d o . S o n l o s p r o b l e m a s d e r i v a d o s d e l a i n d u s t r i a l i z a c i n , d e l o s

g r a n d e s m o v i m i e n t o s m i g r a t o r i o s , d e l a m o t o r i z a c i n , d e l a s u b u r b i a l i z a -

c i o n . e r e .

N o e s n e c e s a r i o e x t e n d e r s e e x c e s i v a m e n t e e n e l l o , p e r o s r e c o r d a r l o

p o r q u e e s t a e s l a s i t u a c i n c o n q u s e e n c o n t r a r c u a l q u i e r p r o y e c t o d e r e -

c o n s t r u c c i n y r e n o v a c i n d e B a r c e l o n a c u a n d o p o r f i n , d e s p u s d e t r e s

a o s d e g u e r r a c i v i l y t r e i n t a y s e i s a o s d e d i c t a d u r a , l o s c i u d a d a n o s r e c u -

p e r e n e l d e r e c h o a i n t e r v e n i r d e c i s i v a m e n t e s o b r e s u e n t o r n o u r b a n o .

E n e s p e c i a l e s i m p o r t a n t e r e c o r d a r e i n s i s t i r e n e l h e c h o d e q u e s i b i e n

d u r a n t e e l p e r o d o a n a l i z a d o e n B a r c e l o n a n o e x i s t e n d i v i s i o n e s t n i c a s c o m -

p a r a b l e s a l a s d e E s r a d o s U n i d o s o E u r o p a O r i e n r a l , s e x i s t e u n a c l a r a d i f e -

r e n c i a c i n c u l t u r a l , l i n g s t i c a y e n b u e n a p a r t e e c o n m i c a e n t r e L a p o b l a -

c i n d e o r i g e n c a t a l n y l a i n m i g r a d a d e s d e d i f e r e n t e s r e g i o n e s d e h a b l a c a s -

t e l l a n a . E x i s t e , p u e s , e l r i e s g o d e q u e e s t a d i f e r e n c i a c i n s e e x p r e s e p o l t i c a -

m e n r e m e d i a n t e o p c i o n e s q u e p o n g a n e l a c e n t o e n l a d i v e r s i d a d d e o r g e -

n e s e i d e n r i d a d e s c u l t u r a l e s y l i n g s t i c a s . M u y p r o u a b l e m e n r e , e l l o r e n d r a

c o m o c o n s e c u e n c i a l a c o n s o l i d a c i n d e u n a c i u d a d d i v i d i d a e n f u n c i n d e

e s a d i v e r s i d a d . E n t r m i n o s g e n e r a l e s , n o h a s i d o e s t e e l c a s o .

P o l t i c a , u r b a n i s m o y c u l t u r a

E n u n a s i t u a c i n p o l t i c a y c u l r u r a l n o r m a l , e n t r m i n o s e u r o p e o s , L a e v o l u -

c i n d e B a r c e l o n a h a b r a s i d o , m u y p r o b a b l e m e n r e , s i m i l a r a l a d e o t r a s c i u -

d a d e s d e c a r a c t e r s t i c a s s o c i o - e c o n m i c a s p a r e c i d a s : M i l n , L y o n , M u n i c h ,

G l a s g o w , e t c . E s d e c i r , s e h a b r a p r o d u c i d o . p o r e j e m p l o , u n c u e s t i o n a r n i e n -

r o g r a d u a l d e l a s m o d e r n a s p o l t i c a s d e z o n i f i c a c i n y d e p r i o r i d a d a l a s v a s

r p i d a s ; u n a r e v a l o r i z a c i n y r e h a b i l i t a c i n d e l c e n t r o h i s t r i c o y s u r e c o n -

v e r s i n c o m o z o n a c o m e r c i a l y d e s e r v i c i o s ; y , e n f i n , u n c o n j u n t o d e a c c i o -

n e s s e c t o r i a l e s d i r i g i d a s a a l i g e r a r l o s p r o b l e m a s f u n c i o n a l e s y s o c i a l e s d e l a s

c i u d a d e s m o d e r n a s .

127 Estrategias culturales y renovacin urbana: la experiencia de Barcelona

Pero en la Barcelona de mediados de los aos 1970, lo que est en jue-go no es slo una problernarica urbana convencional. No se rrata slo de que aqu los problemas tengan un carcter ms agudo. Se erara tambin de que hay problemas de orden muy diferente.

La ciudad. centro y motor del hechocataln, necesita ms y aspira a ms que a una racionalizacin de sus infraesrrucruras y servicios. Ya duran re los lrimos aos del franquisrno, y en especial cuando el dictador muere, en 1975, en Barcelona se desarrollan importantes movimientos poltico-socia-les en diversos frentes; por una parte, en el de la lucha por los derechos de-mocrticos y por una mayor justicia social, no slo para Caralua sino para el conjunto de Espaa; por arra, en e! de la lucha por la auronoma de Ca-talua y por la recuperacin de las instituciones de auto-gobierno, as como por la defensa y reconstruccin del patrimonio lingstico y cultural propio.

Bajo el franquismo y en los primeros aos de la transicin a la demo-cracia, ambos movimientos a menudo se funden, y las ms diversas organi-zaciones polticas, sindicales y culturales anan sns fuerzas con el fin de ase-gurar unos objetivos democrticos bsicos. Esta fusin viene favorecida por diversos procesos y factores de orden general.

En primer lugar, hay que tener en cuenta que la larga y abusiva autoi-dentificacin del rgimen franqnista con una idea monoltica y antidemo-crrica de Espaa haba debilitado seriamente el atractivo de un posible neo-nacionalismo espaol como bandern de enganche y, por tanto, haba faci-litado la confluencia de los diversos sectores de oposicin democrtica en Catalua, independientemente de su origen territorial, lingstico y cultu-ral. De hecho, la inmigracin de origen no cataln no forma un conjunto homogneo sino que procede de muy diversas partes de Espaa, con fuer-tes diferencias regionales. Es ms, una parte importante de estos inmigran-tes descienden de familias que lucharon contra Franco durante la Guerra Civil Espaola -cuando no lo hicieron ellos mismos- y en su prcrica rora-lidad han sufrido la represin polrica y la miseria econmica de la posgue-rra. Nada extrao, pues, que la solidaridad democrtica que se desarrolla en Catalua y especialmente en Barcelona tenga ms peso y fuerza que unas afinidades de origen devaluadas por la propia hisroria de! franquismo.

En segundo lugar, la Espaa de los aos 1970, y ello es parricularmen-te cierto en Catalua. tiene los ojos puestos en el proceso de unificacin eu-ropea. En ello coinciden tanto los movimientos de oposicin democrtica

1 3 4

P e p S u b i r o s

1 9 8 7 - . . . : g r a n d e s e q u i p a m i e n t o s c u l t u r a l e s

A p a r t i r d e 1 9 8 6 , y a u n q u e s i n d e j a r d e s e g u i r a c t u a n d o s o b r e e l e s p a c i o p -

b l i c o y d e a m p l i a r l a r e d d e c e n t r o s c v i c o s y o t r o s e q u i p a m i e n t o s d e m b i -

r o l o c a l , c o m o l o s a r c h i v o s h i s r r i c o s d e d i s t r i t o y l a s b i b l i o r e c a s p b l i c a s , e l

a c e n t o s e d e s p l a z a h a c i a l a r e n o v a c i n o c r e a c i n d e g r a n d e s c e n t r o s m u s e f s -

r i c o s y c u l t u r a l e s : p r o y e c t o s d e r e n o v a c i n y a m p l i a c i n e n u n o s c a s o s , c o -

m o e l d e l M u s e o d e A r t e d e C a t a l u a e n e l P a l a c i o N a c i o n a l d e M o n t j u i c ,

o e l M u s e o P i c a s s o o e l P a l a c i o d e l a M s i c a ; p r o y e c t o s d e n u e v a c r e a c i n ,

e n o t r o s , c o m o e l d e l M u s e o d e A r t e C o n t e m p o r n e o , o d e l n u e v o A u d i t o -

r i o d e M s i c a , o d e l C e n t r o d e C u l t u r a C o n t e m p o r n e a d e B a r c e l o n a e n l a

a n t i g u a C a s a d e l a C a r i d a d , o d e l e s p a c i o e s c n i c o d e l M e r c a t d e l e s F l o r s ,

p r e c e d e n t e d e l p r o y e c t o h o y y a c o m p l e t a d o d e n u e v a C i u d a d d e l T e a t r o , o

d e l F o r u m d e l a s T e c n o l o g a s e n e l a n t i g u o H o s p i t a l M e n t a l .

A p a r t e d e l o s d o s p r i m e r o s c a s o s , e n l o s q u e s e t r a t a d e c o n s o l i d a r u n

p a t r i m o n i o m u s e s t i c o y a e x i s t e n t e , l o s d e m s p r o y e c t o s a p u n t a n h a c i a l a

c r e a c i n d e i n f r a e s t r u c t u r a s d i r e c t a m e n t e r e l a c i o n a d a s c o n l a c r e a c i n c o n -

t e m p o r n e a - a s p e c t o e n e l q u e l a c i u d a d h a b a a c u m u l a d o u n d f i c i t i m p o r -

t a n t s i m o d u r a n t e l o s a o s d e l f r a n q u i s r n o - e n u n a c l a r a a p u e s t a p o r e l s e c -

t o r c u l t u r a l , d e l c o n o c i m i e n t o y d e l a c r e a c i n , c o m o d i s p o s i t i v o d e r e n o v a -

c i n y c o m p e t i t i v i d a d u r b a n a .

E n l a i r r e v e r s i b l e c o n f i g u r a c i n d e l a s g r a n d e s c i u d a d e s c o m o c e n t r o s d e

c o n o c i m i e n t o , d e i n f o r m a c i n y d e s e r v i c i o s , l a c u l t u r a j u e g a u n p a p e l f u n -

d a m e n t a l . P o r e l l o , l a v i d a y l o s e q u i p a m i e n t o s c u l t u r a l e s t i e n e n u n a i m p o r -

t a n c i a c r e c i e n t e . Y n o s e t r a t a s l o d e o f r e c e r u n a b u e n a c a r t e l e r a d e e s p e c -

t c u l o s y u n o s m u s e o s d e p r e s t i g i o p a r a e l c o n s u m o i n t e r i o r o t u r s t i c o . S e

t r a t a t a m b i n , y s o b r e t o d o , d e t e n e r p e r m a n e n t e m e n t e l a c a p a c i d a d d e r e -

c i b i r , d e r e c i c l a r y d e e x p o r t a r i d e a s , s e n s i b i l i d a d e s , p r o y e c w s q u e m e j o r e n

l a c a l i d a d d e v i d a i n t e r n a y q u e c u a l i f i q u e n l a c i u d a d e n l a c o n c u r r e n c i a i n -

t e r n a c i o n a l . Y n o h a y c i u d a d c o n u n a v i d a c u l t u r a l r i c a q u e n o d i s p o n g a d e

u n a s e s t r u c t u r a s y u n o s e q u i p a m i e n t o s c u l t u r a l e s c o n s o l i d a d o s e n e l m b i -

t o d e l a c r e a c i n c o n t e m p o r n e a .

P o r o t r o l a d o , e n t o d a c i u d a d c o n u n a h i s t o r i a y u n a r i q u e z a p a t r i m o -

n i a l c o m o l a s d e B a r c e l o n a s e p r o d u c e n s i t u a c i o n e s c o m o l a s d e C i u r a r V e -

H a , e s d e c i r , d e r e a s h i s t r i c a s d e m o g r f i c a m e n t e e n v e j e c i d a s , e c o n m i c a -

m e n t e e m p o b r e c i d a s , c o n v i v i e n d a s q u e n o r e n e n l o s e s t n d a r e s d e h a b i -

135 Estrategias culturales y renovacin urbana: la experiencia de Barcelona

labilidad actualmente exigibles ... Todo ello lleva frecuentemente al enquis-[amiento de ncleos de marginalidad en el corazn mismo de la ciudad.

Una de las frmulas experimentadas con cierto xito -desigual, segn los casos- para enfrentarse a este fenmeno -desde el Marais de Pars, el Puerto Viejo de Marsella a la Ciry de Londres o las zonas portuarias de Bos-ron, Baltimore o San Franeisco- es. justamente. la implantacin en estas reas de nuevos tipos de actividad y, sobretodo. de servicios culturales y co-merciales exponentes de la creatividad urbana.

La poltica de creacin y renovacin de infraestructuras culturales im-pulsada en Barcelona desde 1986 se ha caracterizado, pues, por la estrecha relacin entre los objetivos y planteamientos especficamente culturales y la estrategia general de renovacin urbana desarrollada durante el mismo pe-riodo y todava en curso.

En muchos casos, las opciones elegidas constituyen aurnricas pruebas de fuerza contra las inercias histricas acumuladas en cada zona. en un cla-ro intento de crear nuevos equilibrios, nuevas cenrralidades. nuevos flujos de vida en zonas deprimidas.

En todos los casos, el objetivo de dotar a la ciudad de unas instalacio-nes acordes con su patrimonio histrico y con su potencial contemporneo se ha integrado en un proceso general de reestructuracin urbana en el que las intervenciones sobre los espacios y equipamientos pblicos constituyen el factor dominante.

Porque, finalmente, condicionar la poltica de equipamientos culturales a una estrategia general de reordenacin del espacio urbano deriva de una concepcin general de la ciudad, en su globalidad. como la infraestructura cultural por excelencia, como espacio privilegiado de relacin, comunica-cin e intercambio y, por tanto. de cohesin, innovacin y creacin.

Momentos singulares: la celebracin y el acontecimiento como estrategia

Un tercer aspecto de la poltica cultural desarrollada por el Ayuntamiento de Barcelona, en este caso a lo largo de todo el periodo, ha sido la potencia-cin de programas culturales de carcter popular y festivo que facilitasen la expresin de la creatividad social y. simultneamente, que reforzasen la co-hesin urbana.

l . 3 6 P e p S u b i r o s

U n o d e l o s a s p e c t o s m s a t r a c t i v o s - p e r o t a m b i n m s p r o b l e m t i c o s -

d e l a v i d a e n u n a g r a n c i u d a d e s l a c o n v i v e n c i a d e g e n t e s d i v e r s a s e n u n e s -

p a c i o c o m n , s i n l n e a s d i v i s o r i a s r g i d a s : l a m e z c l a d e c l a s e s s o c i a l e s , d e c r e -

d o s r e l i g i o s o s . d e i d e o l o g a s , d e o r g e n e s r n i c o s , l a c o e x i s t e n c i a d e e s t i l o s d e

v i d a , d e f o r m a s d e p r o d u c c i n , e r c . , r o d o e l l o c o n r i e n e u n i m p o r t a n t e p o -

r e n c i a l d e e n r i q u e c i m i e n t o p a r a l o s c i u d a d a n o s . P o r o t r a p a n c , l a s c i u d a d e s

- e s p a c i o s d e d i v e r s i d a d y d e i n t e r e s e s c o n r r a d i c r o r i o s - s o n s i e m p r e l o s l u g a -

r e s d o n d e g e r m i n a n y s e d e s a r r o l l a n l a s f o r m a s d e m o c r t i c a s d e o r g a n i z a -

c i n s o c i a l y p o l t i c a . E s e n l a s c i u d a d e s d o n d e t i e n e n s u o r i g e n u n a s f o r m a s

d e g o b i e r n o y a d m i n i s t r a c i n b a s a d a s n o e n e l l i n a j e o e n l a i m p o s i c i n v i o -

l e n t a , s i n o e n e l d i l o g o , e n l a d i s c u s i n , e n e l c o n s e n s o . . .

P e r o l a g r a n c i u d a d t a m b i n p u e d e d a r l u g a r a n u e v o s t i p o s d e j e r a r q u i -

z a c i n y s e g r e g a c i n , e s p e c i a l m e n r e e n b a s e a f a c r o r e s e c o n m i c o s . Y , h a -

b i e n d o p u e s r o e n c r i s i s l a s f o r m a s t r a d i c i o n a l e s d e i n t e g r a c i n i n d i v i d u a l e n

l a c o m u n i d a d , t a m b i n p u e d e f o m e n t a r f o r m a s d e e x i s r e n c i a a n r n i c a s , d e -

s a r r a i g a d a s , m a r g i n a d a s .

E s r e h e c h o , q u e e n m a y o r o m e n o r m e d i d a s e p r o d u c e e n t o d a s l a s g r a n -

d e s c i u d a d e s , i n c l u i d a B a r c e l o n a , p u e d e f a v o r e c e r l a c r e a c i n d e e n c l a v e s s o -

c i a l e s q u e h a g a n d e l a c i u d a d n o y a u n l u g a r d e c o n v i v e n c i a l i b r e y e n r i q u e -

c e d o r a s i n o u n e s p a c i o c o m p a r t i m e n t a d o , i n h s p i t o y p e l i g r o s o .

U n a d e l a s m a n e r a s - n o l a n i c a n i p r i n c i p a l , p e r o t a m p o c o d e s d e a b l e -

d e c o m b a t i r e s t e p e l i g r o e s a s e g u r a n d o l a e x i s t e n c i a d e m o m e n t o s c o l e c r i v o s

d e c e l e b r a c i n y c o h e s i n , m o m e n t o s e n q u e e l c o n j u n t o d e c i u d a d a n o s s e

s i e n t a n p a r t i c i p a n t e s a c t i v o s y e n p i e d e i g u a l d a d . T r a d i c i o n a l m e n t e , e s t o s

m o m e n r o s s e m a t e r i a l i z a b a n e n r i t u a l e s y c e r e m o n i a s c o m u n i r a r i a s , r e l i g i o -

s a s o p r o f a n a s . E n e l d e s a r r o l l o d e l a c i u d a d m o d e r n a , e s r o s m o m e n r o s t i e n -

d e n a d e s a p a r e c e r o , p o r l o m e n o s , a p e r d e r i m p o r r a n c i a .

P u e s b i e n , e n B a r c e l o n a u n a d e l a s p r i n c i p a l e s e s t r a t e g i a s c u l t u r a l e s h a

s i d o l a d e m a n t e n e r e i n c l u s o r e i n v e n t a r e s r o s m o m e n t o s c o m u n i t a r i o s q u e

f a v o r e c e n u n a c o n v i v e n c i a c o l e c r i v a a m p l i a e i n t e n s a . U n e j e m p l o e s p e c i a l -

m e n t e s i g n i f i c a t i v o e n e s r e s e n t i d o e s e l d e l a r e c u p e r a c i n d e f i e s r a s p o p u -

l a r e s , t a n t o a n i v e l d e b a r r i o c o m o d e l c o n j u n t o d e l a c i u d a d . E l m x i m o e x -

p o n e n t e , e n e s t e s e n t i d o , l o c o n s t i t u y e n l a s F i e s t a s d e l a M e r c e , u n o s d a s

q u e g e n e r a n u n a m b i e n t e d e i d e n t i f i c a c i n d e l o s i n d i v i d u o s c o n e l c o l e c t i -

v o s o c i a l , d e l o s c i u d a d a n o s e n t r e s y c o n l a c i u d a d .

137 Estrategias culturales y renouacin urbana: la experiencia de Barcelona

Asimismo, ms all de su dimensin como mamemos de especial inten-sidad cvica. las celebraciones festivas en los espacios pblicos pueden con-tribuir de manera significativa a evitar que zonas especialmente problemti-cas de la ciudad queden aisladas.

En Barcelona, como en toda gran ciudad histrica, los barrios ms an-tiguos tienen serios problemas de degradacin econmica, social y culrural. Favorecer momentos en que toda Barcelona se encuentra y reconoce en la Ciudad Vieja -corno ocurre durante las Fiesras de la Merce- es un acror de primer orden en la lucha por su revitalizacin y rehabilitacin urbana, para evitar que se transforme en un espacio abandonado a su propia suerte.

La Olimpada Cultural

Prxima a esta estrategia de potenciacin de momenros singulares de cele-bracin cultural como factores de revitalizacin urbana y de cohesin cfvi-ca, Barcelona ha utilizado tambin, como es bien sabido, la organizacin de acontecimientos extraordinarios como palancas para desarrollar operaciones de largo alcance: los Juegos Olmpicos de 1992 son el mximo exponente de esta lnea de actuacin.

En esre contexto, la organizacin de un ambicoso programa de activi-dades e iniciativas culturales durante los cuatro aos de la :xxv Olimpada fue, indudablemente, uno de los aspectos ms destacados y novedosos del proyecto olmpico de Barcelona.

Tradicionalmente, rodas las ciudades organizadoras de unos Juegos Olmpicos haban cubierto el expediente cultural con la realizacin de un Festival artstico, ms o menos brillante, de unas pocas semanas de dura-cin. El proyecto olmpico barcelons, en cambio, dio a la cultura un papel destacado desde el primer momento.

Con ello, se completaba de forma coherente el planreamiento generaJ diseado ya en la fase de candidatura. Es decir, el de cmo organizar unos Juegos Olmpicos con la mxima dignidad y brillantez asegurando, al mis-mo tiempo, que el proyecro olmpico no se agorara con la celebracin de unas competiciones deportivas de alro nivel durante dos semanas sino que movilizara energas, ideas y recursos a favor de la ciudad y del pas antes y despus del verano de 1992.

1 3 8

P e p S u b i r J

D e a h l a l l a m a d a O l i m p a d a C u l t u r a l , u n c o n j u n t o d e i n i c i a t i v a s d e s -

t i n a d a s a r e v a l o r i z a r e l p a t r i m o n i o h i s t r i c o - a r t s t i c o d e l a c i u d a d , a p o t e n -

c i a r l a c r e a t i v i d a d c u l t u r a l d e B a r c e l o n a y s u p r o y e c c i n i n t e r n a c i o n a l y a

c o n t r i b u i r p o r l a v a d e i n i c i a t i v a s s i n g u l a r e s y d e J o q u e p o d r a m o s d e n o -

m i n a r e x p e r i e n c i a s - p i l o t o , a l a p u e s t a e n m a r c h a d e l o s n u e v o s p r o y e c c o s d e

i n f r a e s t r u c t u r a c u l t u r a l o a l a r e n o v a c i n d e l o s e q u i p u m i e n r o s e x i s t e n t e s .

D e e s t e m o d o , a s c o m o l a s e l e c c i n d e l o s e m p l a z a m i e n t o s d e l a s r e a s

o l m p i c a s y l a p r c t i c a [ O r a l i d a d d e l a s i n v e r s i o n e s p r e v i s t a s p a r a l a r e a l i z a -

c i n d e l o s J u e g o s e n c a j a b a p l e n a m e n t e c o n l a s l n e a s m a e s t r a s d e r e c u p e r a -

c i n y r e n o v a c i n u r b a n s t i c a y e c o n m i c a d e l a c i u d a d , d e i g u a l m a n e r a l o s

c r i t e r i o s b s i c o s y l a s p r i n c i p a l e s l n e a s d e t r a b a j o d e l a O l i m p a d a C u l t u r a l

t e n a n c o m o o b j e t i v o e l r e f o r z a m i e n r o y c o n s o l i d a c i n d e l p a t r i m o n i o h i s -

t r i c o y d e l a c r e a t i v i d a d c u l t u r a l d e B a r c e l o n a y s u p r o y e c c i n i n t e r n a c i o -

n a l , a s p e c t o s r e q u e s e d e s a r r o l l a t r a v s d e u n a i n t e n s a y e x t e n s a p r o g r a -

m a c i n e n l o s m s d i v e r s o s m b i t o s d e l a c r e a c i n a r t s t i c a .

E n m a t e r i a d e i n f r a e s t r u c t u r a s . e J p r o y e c c o o l m p i c o e r a , y l a r e a l i d a d a s

l o c o n f i r m , u n a o c a s i n d e o r o p a r a c o n s e g u i r u n a d e c i d i d a p a r t i c i p a c i n

d e o r r a s a d m i n i s t r a c i o n e s e n l o s p r o y e c t o s d e c r e a c i n o r e n o v a c i n d e g r a n -

d e s e q u i p a m i e n t o s c u l t u r a l e s . E n l a e s t e l a d e l a o l e a d a d e c o l a b o r a c i n g e -

n e r a d a e n t o r n o a l p r o y e c t o o l m p i c o . y c o n l a v o l u n t a d e x p l c i t a d e d o t a r

a B a r c e l o n a d e u n n i v e l d e e q u i p a m i e n t o s a d e c u a d o a l a s c a r a c t e r s t i c a s d e

l a c i u d a d , s e s u c e d i e r o n l o s a c u e r d o s i n r e r i n s r i t u c i o n a l e s d e c o l a b o r a c i n

p a r a l a c r e a c i n o r e m o d e l a c i n d e g r a n d e s e q u i p a m i e n t o s l a r g o r i c m p o

a c a r i c i a d o s , n e c e s a r i o s p a r a B a r c e l o n a y d e s e a b l e s p a r a l a c e l e b r a c i n d e l

p r o g r a m a c u l t u r a l o l m p i c o .

L a g r a n c o n t r i b u c i n d e l o s J u e g o s O l m p i c o s y d e l a O l i m p a d a C u l -

r u r a l a l a v i d a c u l t u r a l b a r c e l o n e s a f u e , p u e s , a d e m s d e i n t e n s i f i c a r l a a p e r -

t u r a y e l i n t e r c a m b i o a e s c a l a i n t e r n a c i o n a l , l a d e c o n s t i t u i r u n m a r c o p r o -

p i c i o p a r a p r e c i p i t a r a c u e r d o s y c o n c r e t a r c a l e n d a r i o s q u e h i c i e s e n i r r e v e r s i -

b l e l a e j e c u c i n d e l o s g r a n d e s e q u i p a m i e n t o s p r o y e c t a d o s .

E s t o n o q u i e r e d e c i r q u e h o y e s t t o d o r e s u e l t o . L o q u e s e h a h e c h o e s

m u c h o . L o q u e q u e d a p o r h a c e r , t o d a v a m s . S e h a h e c h o l o r e l a t i v a m e n t e

m s f c i l : c o n s t r u i r l o s c o n t e n e d o r e s . P e r o u n p r o y e c t o d e i n f r a e s t r u c t u r a

c u l t u r a l e s m u c h o m s q u e u n g r a n c o n t e n e d o r . Q u e d a l o m s d i f c i l : d o -

t a r l e s d e s e n t i d o y d e c o n t e n i d o . P o n e r l o s e n f u n c i o n a m i e n t o . U n a d e l a s

g r a n d e s d i f i c u l t a d e s , s i n o l a p r i n c i p a l , s e r e l a s e g u r a r q u e e s t o s n u e v o s c e n -

139 Estrategias culturales .Y rmouacion urbana: fa experiencia de Barcelona

tros no son slo -aunque tambin deben serlo- escapatates de la produccin cultural propia o ajena, sino espacios de fomento y articulacin de la crea-cin, educacin y difusin artstica.

La fiebre del diseo. La ciudad como obra de arte

Una de las crticas -o, por lo menos, de las reservas- ms frecuentemente formuladas en relacin a la renovacin urbana de Barcelona. y en especial a los proyectos desarrollados alrededor de los Juegos Olmpicos de 1992, es la del esteticismo que impregna el conjunto de intervenciones arquitectnicas y urbansticas y, en especial, las realizadas por la administracin pblica. Muchos problemas de fondo de la ciudad, dicen algunos, habran quedado arrinconados en beneficio de operaciones puramente cosmticas, de imagen.

Aunque es indudable que la ciudad sigue teniendo serios problemas--en lo relativo, por ejemplo, a la caresta de la vivienda- creo que en general la crtica yerra el tiro.

En primer lugar, porque una parte muy importante de la operacin Barcelona'92 est constituida por actuaciones poco vistosas e incluso irnnsi-bies: as, por ejemplo, la renovacin y ampliacin de la red de alcantarilla-do, los sistemas de depuracin de aguas residuales, las nuevas redes de tele-comunicaciones o la proteccin del frente litoral.

Por otro lado. es muy dudoso que el argumento olmpico haya absorbi-do recursos que podran haberse destinado a otros proyectos. Ms bien pue-de afirmarse que el proyecto olmpico fue forzado hasta sus lmites para abordar muchos proyectos que no tenan nada que ver con la celebracin de los Juegos.

Finalmente, cuesta prcticamente lo mismo, en trminos estrictamente econmicos, construir algo hermoso que algo feo. Pero si es hermoso, es mucho ms probable que los ciudadanos se lo hagan suyo, que pase a for-mar parte de sus referentes, que contribuya a crear una identidad y una tem-poralidad compartida y, por tanto, que renga menos problemas de conser-vacin y rnanrenirnienro.

La critica, en todo caso, pone de relieve un hecho real: la extraordinaria importancia otorgada en Barcelona a los aspectos formales y estticos en (O-das las intervenciones urbanas, incluidas las ms estrictamente funcionales.

1 4 0

P l ' p S u b i r o s

" B a r c e l o n a i n g r e s a e n l o s a o s n o v e n t a o b s e s i o n a d a p o r e l d i s e o . ( . . . )

E n q u o t r a c i u d a d e n c o n t r a r a m o s , s i n o , u n a g u a b i l i n g e d o n d e s u s b a -

r e s , d i s c o t e c a s y r e s t a u r a n t e s a p a r e c e n r e s e a d o s n o s e g n l a c a l i d a d d e l a

c o m i d a o d e l s e r v i c i o , s i n o n i c a y e x c l u s i v a m e n t e e n f u n c i n d e l a a t m s -

f e r a d e s u d i s e o > " , o b s e r v a u n a g u d o c o m e n r a r i s r a ( H u g u e s ; K n o p f , 1 9 9 2 ) .

D e h e c h o , s e t r a t a d e u n a o b s e s i n q u e v i e n e d e l e j o s y q u e a o [ r a s a o

s e m a n i f i e s t a , p o r e j e m p l o , e n i n t e n s a s d i s c u s i o n e s p b l i c a s s o b r e l a c o n v e -

n i e n c i a o n o , l a l e g i t i m i d a d e s t t i c a o n o , d e c o n t i n u a r l a s o b r a s d e l a S a g r a -

d a F a m i l i a , m o t i v o p o r e l q u e s e l l e g a n a o r g a n i z a r m a n i f e s t a c i o n e s y c o n -

c u r s o s d e c h i s t e s . N a d a e x t r a o e n u n a c i u d a d e n l a q u e , c o n o c a s i n d e c a -

d a c a m p a a e l e c t o r a l m u n i c i p a l . l a s p o l m i c a s s o b r e e l d i s e o d e l a s p l a z a s

y e s p a c i o s p b l i c o s o c u p a u n l u g a r r e l e v a n r e . U n a c i u d a d q u e h a h e c h o d e l

m o b i l i a r i o u r b a n o u n a d e s u s p r i n c i p a l e s i m g e n e s d e m a r c a y u n k n o w -

h o w d e e x p o r t a c i n .

U n a o b s e s i n , e n f i n , q u e c o m o t a n t a s O t r a s c o s a s p r o b a b l e m e n t e t e n g a

m u c h o q u e v e r c o n l a m o d e s t i a g e n e r a l d e l a s o b r a s p b l i c a s y p r i v a d a s r e a -

l i z a d a s e n l a c i u d a d d u r a n r e l o s d o s l t i m o s s i g l o s , c o n l a e x c e p c i n d e l p e -

r i o d o m o d e r n i s t a . E n e s p e c i a l , d u r a n t e e l f r a n q u i s m o , a f a l t a d e g r a n d e s p o -

d e r e s p o l t i c o s y e c o n m i c o s l o c a l e s q u e e n c a r g a s e n g r a n d e s o b r a s . l a t r a d i -

c i n a r q u i t e c t n i c a b a r c e l o n e s a y c a t a l a n a p o s t e r i o r a l a g u e r r a c i v i l s e h a -

b a e s p e c i a l i z a d o , c o n m n i m a s e x c e p c i o n e s , e n p r o y e c r o s d e p e q u e a e s c a -

l a , g e n e r a l m e n t e d e c a r c t e r r e s i d e n c i a l y d o m s t i c o , e n e l i n r e r i o r i s m o , e n

e l d i s e o d e l o s a c a b a d o s y d e l d e t a l l e .

L a h i s t o r i a r e c i e n t e , e n c a m b i o , h a p e r m i t i d o p a s a r d e l a p e q u e a a l a

g r a n e s c a l a , a s c o m o d e l m b i r o p r i v a d o a l p b l i c o . E n l o s d o s c a s o s s e h a

m a n i f e s t a d o l a m e n c i o n a d a o b s e s i n p o r e l d i s e o , h a s t a c o n v e n i r s e e n u n a

a u t n t i c a f i e b r e .

C o n r o d a , a p e s a r d e l a v i s i b i l i d a d y d e l p r o r a g o n i s m o m e d i r i c o d e l a

a r q u i t e c t u r a y e l u r b a n i s m o , s e r a e x t r e m a d a m e n t e s i m p l i s t a r e d u c i r e l p r o -

c e s o d e t r a n s f o r m a c i n d e B a r c e l o n a a u n a c u e s t i n d e a r q u i t e c t u r a , u r b a -

n i s m o y d i s e o u r b a n o . L o c a r a c r e r s t i c o d e B a r c e l o n a e s q u e l a s t r a n s f o r -

m a c i o n e s f s i c a s r e s p o n d e n a u n a c i e r r a v i s i n y a u n a c i e r r a v o l u n t a d p o l -

t i c a , e n c a r n a d a m u y e s p e c i a l m e n t e e n l o s d o s a l c a l d e s q u e h a n r e g i d o l a c i u -

d a d d e s d e 1 9 7 9 : N a r c f s S e r r a O 9 7 9 - 1 9 8 2 ) y , s o b r e t o d o , P a s q u a l M a r a g a l l

0 9 8 2 - 1 9 9 7 ) . S e t r a t a , e n r r m i n o s m u y g e n e r a l e s , d e u n a v i s i 6 n q u e e n -

t i e n d e l a c i u d a d c o m o u n a r t e f a c t o e x t r e m a d a m e n t e c o m p l e j o e n q u e l o s

141 Estrategias culturales y renouacion urbana: la experiencia de Barcelona

proyeclOs de nansformacin deben tener en cuenta funciones y dimensio-nes muy diversas; y de una voluntad poltica que quiere que estas transfor-maciones articulen soluciones de sntesis y equilibrio entre intereses sociales igualmente diversos, a menudo contrapuestos.

Es desde esta preocupacin por la ciudad como estructura social com-pleja que puede entenderse la preocupacin pOt la calidad formal de la ar-quitccrura y los espacios pblicos, preocupacin que refleja la voluntad de que los proyectos urbanos respondan no slo al objetivo de resolver unos determinados problemas funcionales -de trnsito, de comunicacin, de efi-ciencia econmica...- sino tambin al de potenciar los espacios pblicos co-mo elemento bsico de verrebracin colectiva, como referente comunitario cargado de significacin e integrador del devenir, individual y colectivo. Una tarea que hoy resulta especialmente difcil.

Monumentalizar la ciudad

En efecto, el tratamiento formal de los espacios pblicos se ha convertido en uno de los temas y problemas centrales no slo del urbanismo contempor-neo sino del fenmeno mismo de la urbanidad, fenmeno que exige siempre la materializacin y la visualizacin en el espacio urbano de unos valores y unos referentes colectivos que favorezcan unos sentimientos de cohesin e in-tegracin colectiva. Tradicionalmente, ello se ha resuelto durante siglos me-diante espacios y construcciones de fuerte contenido simblico y representa-tivo e-templos, palacios, avenidas, plazas pblieas ...- construidos segn unos cnones de larga duracin y con la implantacin paralela de representaciones figurativas o alegricas de personajes o historias -ya sea pertenecientes a la mi-tologa clsica o a las historias bblicas, a la fundacin de la Nacin o a acon-tecimientos blicos- portadores de una fuerte carga expresiva, que vinculan idealmente el presente con el pasado y lo proyectan hacia un cierto futuro.

En nuestros das, sin embargo, cuando el nico valor permanente es el cambio y la renovacin, y cuando adems nos encontramos en un contexto democrtico carente de una tradicin gloriosa. en una situacin sin valores absolutos ni hroes indiscutibles -o, por lo menos. indiscuridos-, sobre qu base estructurar unos espacios pblicos de carcter monumental, por-tadores de significacin colectiva?

1 4 2 P e p S u b i r s

C m o c o n s e g u i r q u e l o s e s p a c i o s y l a s p i e d r a s d e l a c i u d a d r e f l e j e n y

f a v o r e z c a n v a l o r e s y r e f e r e n t e s c o m p a r t i d o s y , p o r t a n t o , u n c i e r t o s e m i -

m i e n t o d e i n t e g r a c i n c o l e c t i v a ?

N a d a e x t r a o q u e , a n t e l a a u s e n c i a d e o t r O S r e f e r e n t e s , s e t i e n d a

h o y a p o n e r e n p r i m e r p l a n o l a i n n o v a c i n y l a c a l i d a d f o r m a l , t e r i c a m e n -

t e v a l i o s a s e n e l l a s m i s m a s , n o r e p r e s e n t a t i v a s d e o t r o v a l o r q u e e l d e u n

c o n c e p t o a b s t r a c t o d e b e l l e z a .

Q u i n d e c i d e . s i n e m b a r g o , s o b r e c u e s t i o n e s d e e s t t i c a ? Q u i n g a r a n -

t i z a l a b e l l e z a ? L o s e x p e r t o s , c l a r o , y e n e ! c a s o d e ! e s p a c i o p b l i c o , l o s a r -

q u i t e c t o s y u r b a n i s t a s .

A s , o c u r r e c o n h a r t a f r e c u e n c i a q u e " l o s e s f u e r z o s p a r a d o t a r l a s p l a z a s

y l o s e s p a c i o s p b l i c o s d e s i g n i f i c a d o p o n e n e l n f a s i s e n t r a t a r e l e s p a c i o

p b l i c o c o m o s i f u e s e l a t e l a d e u n a r t i s t a . S e n o s o f r e c e n d i s e o s f i r m a d o s

p o r a r t i s t a s , a r q u i t e c t o s o p a i s a j i s t a s u r b a n o s , c a d a u n o d e e l l o s c o n s u v i -

s i n n i c a , p e r s o n a l y c r e a t i v a . E n v e z d e l a c l a s e d e e x p e r i e n c i a s o c i a l q u e

e r a ( t r a d i c i o n a l m e n t e ) l a p l a z a p b l i c a - l a l i b r e i n t e r a c c i n e n t r e c i u d a d a -

n o s - s e n o s d a l a p o s i b i l i d a d d e c o n s u m i r u n a e x p e r i e n c i a e s t t i c a . L a s a c -

t u a l e s p l a z a s d e d i s e o r e c h a z a n e l c a r c t e r t r a d i c i o n a l d e e s p a c i o s n e u t r o s

a l s e r v i c i o d e l a a r q u i t e c t u r a , l o s m o n u m e n t o s c v i c o s y l a g e n t e : h o y e s e l

m i s m o e s p a c i o e l q u e e x i g e s e r i n t e r p r e t a d o . a d m i r a d o , g o z a d o , c o m o s i f u e -

s e u n p a r q u e t e m t i c o " ( K o s t o f , 1 9 9 1 : 1 8 1 ) .

U n p a r q u e t e m t i c o o , m s a m e n u d o a n , p o r l o m e n o s e n m u c h o s e s -

p a c i o s u r b a n o s d e d i s e o , u n a g a l e r a d e a r t e c o n t e m p o r n e o , c o n t o d o s s u s

v a l o r e s , t o d a s s u s c o n t r a d i c c i o n e s y t o d a s s u s d i f i c u l t a d e s p a r a s i n t o n i z a r

c o n l a s s e n s i b i l i d a d e s c o l e c t i v a s .

M s a l l d e l a a m e n u d o a b s u r d a d i s c u s i n s o b r e l a s p l a z a s d u r a s , e s t a

t e n d e n c i a d e l e s p a c i o p b l i c o a l f o r m a l i s m o p l a n t e a a l g u n o s p r o b l e m a s s e -

r i o s . E x p r e s a d o d e f o r m a e s q u e m t i c a , e l p e l i g r o d e l u r b a n i s m o a r t s t i c o e s

e l d e c o n c e b i r r e d u c r i v a m e m e l a c i u d a d c o m o u n c a m p o d e e x p e r i m e n t a -

c i n e n e ! e u a l l a s e n s i b i l i d a d y l a e x p r e s i n s u b j e t i v a d e l a r t i s t a - e l a r q u i -

t e c t o - d i s e a d o r , e n e s t e c a s o - - p a s e n a d o m i n a r s o b r e c u a l q u i e r o t r a c o n s i -

d e r a c i n . E s u n p e l i g r o p o r q u e e n e s t r u c t u r a s s o c i a l . c u l t u r a l y f u n c i o n a l -

m e n t e t a n c o m p l e j a s c o m o s o n l a s c i u d a d e s , t o d o s l o s m o n o g r a f i s m o s s o n

e m p o b r e c e d o r e s . E l d e s u b o r d i n a r l a e s t r u c t u r a , l a f o r m a y l a v i d a u r b a n a a

l a c i r c u l a c i n a u t o m o v i l s t i c a , p o r e j e m p l o . c o m o o c u r r e e n m u c h a s c i u d a -

d e s n o r t e a m e r i c a n a s . e s t e r r i b l e . P e r o t a m b i n l o e s , f i n a l m e n t e , e l r e d u c c i o -

143 Estrategias culturalesy renovacin urbana: la experiencia de Barcelona

nismo formalista y esreticisra. El resultado no es una ciudad bella, sino una ciudad-museo, o una ciudad-Kuntshalle, una galera de exposicin de arqui-reciuras y espacios de autor.

y por aqu asoma el problema y el peligro de fondo. Si no es contami-nada por Otras variables, por orros criterios, la lgica arquitectnica ms vanguardista y ms comprometida puede acabar conduciendo al mero de-corarivismo, ms o menos culro e ilustrado. La abstraccin formalista yes-cenogrfica de la ciudad- "Cada edificio un monumento, cada espacio p-blico un teatro" (Bofill. 1992:226)- puede dar lugar a una ciudad-espect-culo ms o menos interesante, quizs, para el turista culto, pero muy poco, seguro, para sus habiranres.

Sera inadecuado decir, creo, que la Barcelona'92 ha sucumbido a csre peligro pero en el conjunto del proceso de renovacin de la ciudad hay por lo menos dos grandes proyecros que lo ejemplifican y que, an sin caer ple-namente en l, se sitan en ellmire: la llamada Anilla Olmpica de Monr-jure y el rea residencial de la Villa Olmpica.

En el primer caso, la yuxtaposicin de algunas reconstrucciones histori-cistas como el Estadio y el Palacio Nacional de Monrjuic, con un puado de grandes obras de autor -Isozaki, Bofill, Calatrava ...- dan lugar a un mu-seo algo kitsch de la arquitectura contempornea.

En el caso de la Villa Olmpica, resulta difcil sustraerse a la impresin que el nuevo barrio produce como muestrario artstico-mercantil del know-how arquitectnico barcelons y de su repertorio estilstico. Por otro lado, los dos rascacielos junto al mar no parecen tener arra justificacin que la de Henar un vaco en la topologa edificatoria barcelonesa, vado que algunos parecen haber considerado imperdonable en una ciudad moderna, pero que tambin cabe considerar como especialmente interesante y significativo. La identidad y la significacin se construyen no solo con afirmaciones y pre-sencias, sino tambin con silencios, negaciones y ausencias.

La tnica general, sin embargo, de la reciente experiencia barcelonesa ha sido la de no retorcer ningn pescuezo en nombre de la belleza o la eficacia y, cuando se ha forzado alguna situacin o se han tocado algunos intereses paniculares, han sido ms bien los de sectores sociales hisrricamente privi-legiados. Es decir, la preocupacin por la calidad formal no ha estado refii-da con el dilogo ciudadano. Es ms. a menudo se ha dejado contaminar por una dialctica social intensa, y a veces abiertamente conflictiva, entre la ad-

1 4 4 P e p S u b i r s

r m r u s t r a c i n , l o s p r o f e s i o n a l e s y l o s c i u d a d a n o s - v e c i n a s - u s u a r i o s f i n a l e s .

N i n g n e j e m p l o m e j o r q u e e l d i s e o d e l a s R o n d a s u n a n i l l o d e c i r c u n v a l a -

c i n q u e p o d r a h a b e r s i d o , c o m o h a o c u r r i d o e n r a n r o s l u g a r e s , u n a e n o r -

m e h e r i d a q u e a m p u t a s e y e m p o b r e c i e s e e l t e j i d o u r b a n o y q u e , a l c o n t r a -

r i o , s e h a r e a l i z a d o d e t a l m a n e r a q u e m e j o r a s e l a a n i c u l a c i n e n t r e l o s b a -

r r i o s q u e a t r a v i e s a y s u d o t a c i n d e e s p a c i o s y e q u i p a m i e n t o s p b l i c o s .

E s e n p r o y e c r o s c o m o e l d e l a s R o n d a s d o n d e s e r e v e l a u n a d e l a s c a r a c -

t e r s t i c a s e s e n c i a l e s y d i f e r e n c i a l e s d e l a e x p e r i e n c i a b a r c e l o n e s a d e f i n a l e s

d e l s i g l o X X , a s a b e r , q u e e l p r o c e s n d e r e n o v a c i n u r b a n a n o h a s i d o e l r e -

s u l r a d o d e l a a c t u a c i n d e f u e r z a s c i e g a s , e x t e r i o r e s a l a c i u d a d , o d e u n a l -

g i c a i n t e r n a b s i c a m e n t e m e r c a n t i l , e s p e c u l a t i v a , s i n o d e u n a v o l u n t a d

c o n s c i e n t e , o r g a n i z a d a , e n u n c o n t e x t o p o l n c o d e a s e n t a m i e n t o d e m o c r -

t i c o , s i n n i n g n p o d e r e s p e c i a l m e n t e f u e r t e . N o e s l a e x p r e s i n d e u n a e s -

t r a t e g i a d e E s t a d o , s i n o d e u n r e p e n s a r s e y u n r e e s t r u c t u r a r s e d e s d e d e n t r o ,

d e u n a a u t o a f i r m a c i n d e u r b a n i d a d , c o n d u c i d a y e j e c u t a d a p o r f u e r z a s l o -

c a l e s y q u e m e d i a n t e u n a a c u m u l a c i n d e c a m b i o s p a r c i a l e s , a v e c e s d e m u y

p e q u e a e s c a l a , a c a b a d a n d o l u g a r a c a m b i o s p r o f u n d o s y s u s t a n c i a l e s . E s

p o r e l l o p o r l o q u e n o m e p a r e c e e x a g e r a d o h a b l a r d e l p r o c e s o d e r e n o v a -

c i n d e B a r c e l o n a c o m o d e l a r e i n u e n c i n d e u n a c i u d a d .

M s a l l , p u e s , d e o s p o s i b l e s e r r o r e s , d e l o s e x c e s o s d e d i s e o , l a e x p e -

r i e n c i a d e B a r c e l o n a p o n e d e r e l i e v e q u e e s p o s i b l e l u c h a r c o n x i t o c o n t r a

a l g u n o s d e J o s g r a n d e s m a l e s q u e a t e n a z a n l a v i d a u r b a n a c o n r e m p o r n e a .

Q u e s i g u e s i e n d o p o s i b l e r e i n u e n t a r l a c i u d a d c u a n d o , a p e s a r d e l a h e t e r o -

g e n e i d a d s o c i a l y c u l t u r a l , y d e l a s d i s c r e p a n c i a s p o l t i c a s , l a s d i f e r e n t e s f u e r -

z a s s o c i a l e s s e p o n e n d e a c u e r d o e n u n o s m n i m o s c o m u n e s . U n a r e i n v c n -

c i n e n l a c u a l l a n e c e s i d a d d e f u n c i o n a l i d a d y e f i c a c i a n o i m p i d e , s i n o t o -

d o l o c o n t r a r i o , m e j o r a r l a a r t i c u l a c i n e n t r e l a s d i f e r e n t e s p a r t e s - f s i c a s y

s o c i a l e s - d e l a c i u d a d y , e n t r e o t r o s m u c h o s a s p e c w s , d e s a r r o l l a r e s t r a t e g i a s

d e r e v i t a l i z a c i n d e l o s e s p a c i o s p b l i c o s . U n a r e i n v e n c i n . p o r l o t a n t o ,

q u e i m p l i c a u n a v o l u n t a d d e r e e n c u e n t r o d e l o s c i u d a d a n o s y d e a p r o p i a -

c i n d e l a c i u d a d f s i c a c o m o e s p a c i o d e c o n v i v e n c i a . U n a r e i n v e n c i n , e n

f i n , q u e n o s r e v e l a , s i e r a n e c e s a r i o , q u e l o s f a c t o r e s s i m b l i c o s e i n c l u s o

p o t i c o s s o n t a n i m p o r t a n t e s p a r a l a v i d a d e u n a c o m u n i d a d c o m o l a s c o n -

d i c i o n e s f s i c a s y e c o n m i c a s i n m e d i a t a s .

145 Estrategias culturales y renouacin urbana: la experiencia de Barcelona

Bibliografa

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